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Seminário de Projeto
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2016
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1. Introdução
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2. O conceito de perdão
2.1. Da religião à psicologia
O interesse pelo estudo do perdão é relativamente recente. Tradicionalmente, o
perdão foi sempre compreendido como um conceito puramente teológico e uma
componente essencial para melhorar a saúde espiritual das comunidades (Newberg,
d’Aquili, Newberg & Marici, 2000; cit in Neto, Ferreira & Conceição, 2006). De facto,
o perdão tem sido, ao longo dos séculos, uma componente chave dos ensinamentos
religiosos (Jacinto & Edwards, 2011). Já Fitzgibbons (1986; cit in Barnett &
Youngberg, 2004) especulava que investigadores e psicoterapeutas evitavam o estudo
do perdão por ser um conceito reservado primordialmente aos teologistas. Só
recentemente, teóricos sociais começaram a estudar o construto e os seus processos,
tendo Gartener (1992; cit in Neto, Ferreira & Conceição, 2006) referindo o perdão como
sendo um objetivo de investigação fundamental tanto para os especialistas em assuntos
religiosos como para psicólogos. Tal como Worthington (1998, 2005; cit in Rique &
Camino, 2009) informa, só a partir de 1968 é que publicações sobre o tema começaram
a surgir, com um crescimento significativo durante as décadas de 1980 e 1990,
permanecendo o interesse sobre o tema desde então (Rique & Camino, 2009). Ainda
assim, é possível identificar já na década de trinta artigos teóricos e trabalhos empíricos
desenvolvidos para compreender minimamente alguns aspetos relacionados com o
comportamento de perdoar (McCullough, Pargament & Thoresen, 2001). Deste modo,
dois períodos na história do perdão podem ser destacados. O primeiro período foi de
1932 a 1980, refletindo várias discussões teóricas e investigações empíricas modestas
destinadas a lançar uma luz sobre certos aspetos do perdão como um conceito (ibidem).
Já o segundo período, de 1980 até o presente, demonstrou “uma reflexão mais intensa e
séria do conceito de perdão” (ibidem, p. 3).
Uma das grandes questões que caracteriza o estudo do perdão está relacionada
precisamente com a definição deste construto, sendo que atualmente não existe uma
definição consensual sobre o que é o perdão (Hill, 2001), pelo que alguns autores
interpretam esta falta de acordo como um dos problemas mais importantes do campo
(Elder, 1998; Enright & Coyle, 1998; Enright, Freedman, & Rique, 1998; Enright,
Gassin, & Wu, 1992; cit in Santana & Lopes, 2012). Curiosamente, parece existir mais
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consenso sobre o que não é o perdão, existindo diversas distinções realizadas por
autores entre perdão e outros conceitos frequentemente confundidos como sinónimos,
tais como desculpa, esquecimento, reconciliação e aceitação.
Relativamente à aceitação, enquanto esta implica que a vítima mude o seu ponto
de vista relativamente à ofensa, o perdão não exige que a transgressão seja vista como
algo menos do que é, ou seja, que a vítima mude a sua visão acerca da ofensa,
considerando-a menos repreensível do que verdadeiramente é (Fincham, Hall & Beach,
2006).
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Para que o perdão ocorra é necessário que exista, previamente, algum tipo de
ofensa ou transgressão que leve o outro a sentir-se magoado. Deste modo, torna-se
relevante definir num primeiro momento o conceito de transgressão. Segundo
Worthington, Maezzo e Carter (2005), a transgressão leva a uma violação dos limites
morais, físicos ou psicológicos pela não correspondência do ofensor às expectativas que
a vítima possui para determinada situação ou acontecimento dentro do relacionamento.
Após sofrer a ofensa, a vítima tem a escolha voluntária de perdoar ou não (Martín,
González & Fuster, 2011). Então, o que é o perdão? Etimologicamente, o verbo perdoar
tem origem no verbo perdonare do latim vulgar (Santana & Lopes, 2012). Através de
uma leitura do Glossarium Mediae et Infimae Latinitatis (Du Cange, 1850; cit in
Santana & Lopes, 2012) é possível constatar que os significados iniciais do verbo
perdonare seriam os de dar/conceder. O prefixo per possui o sentido de por (através de)
e de plenitude, sendo que, desta forma, do ponto de vista etimológico o perdão pode ser
concebido como um superlativo do conceito de doação (Santana & Lopes, 2012). O
perdão não é algo a que o transgressor tem direito, mas é, no entanto, concedido, o que
levou alguns estudiosos a descrevê-lo como um presente altruísta (e.g., Enright,
Freedman, & Rique, 1998; Worthington, 2001; cit in Fincham, Hall & Beach, 2006) ou
como o cancelamento de uma dívida (Exline & Baumeister, 2000).
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o ofensor. Estudos recentes, porém, têm desafiado esta visão unidimensional, que
predominou numa fase mais precoce da investigação do construto, e destacado uma
dimensão positiva adicional ou benevolência, que envolve agir de boa vontade para com
o ofensor (Fincham, 2000; Fincham & Beach, 2002; Fincham et al, 2004; cit in
Fincham, Hall & Beach, 2006). Ainda neste sentido, Enright e o The Human
Development Study Group (1991) destacaram a importância de se considerar a natureza
multidimensional do perdão ao tentar definir o constructo, propondo que quando uma
pessoa perdoa, ocorrem mudanças nos sistemas afetivo, cognitivo e comportamentais.
As emoções negativas, como a raiva, o ódio, o ressentimento e a tristeza, são
abandonadas e substituídas por emoções mais neutras e, eventualmente, por afeto
positivo (Yaben, 2009). Também na mesma linha, Watkins e colaboradores (2011)
postulam que o perdão possui dois processos distintos mas convergentes entre si: o
perdão decisional (ou comportamental), que diz respeito à escolha voluntária por parte
do ofendido para diminuir os comportamentos negativos face ao ofensor e,
possivelmente, renovar os comportamentos positivos, e o perdão emocional, que
implica a experiência interna de substituir emoções negativas por positivas.
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Devido ao interesse crescente pelo estudo do perdão, vários modelos têm sido
desenvolvidos no sentido de compreender que tipo de processo subjaz ao perdão, pois a
compreensão das possíveis fases subjacentes a este processo parece ter particular
relevância no âmbito da intervenção. Apesar de ainda não ser consensual a definição das
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fases deste mecanismo, é de acordo comum que o perdão é melhor visualizado como
um processo em vez de um ato específico (e.g., Enright & Fitzgibbons, 2000; Fincham,
2000; cit in Fincham, Hall & Beach, 2006), pois tal como Patton (1985, p.16; cit in Hill,
2010) afirma “O perdão humano não é fazer algo, mas descobrir algo – que eu sou
mais parecido com aqueles que fizeram-me mal do que diferente.”
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4. Os determinantes do perdão
Como tem sido possível constatar, o perdão é um construto complexo,
influenciado por características intra e interpessoais. Como tal, será de esperar que o
processo de perdoar seja único para cada indivíduo, até porque perdoar envolve uma
decisão voluntária, pelo que é possível que no final deste processo a conclusão mais
viável seja a de não perdoar. Como um processo que engloba diversas fases, poder-se-á
esperar que estas etapas possam ser influenciadas por diversos fatores, facilitando ou
não o alcance do perdão. Neste sentido, McCullough, Rachal, Sandage, Worthington,
Brown e Hight (1998) introduziram um modelo em que postulam a existência de quatro
determinantes do perdão: determinantes sociocognitivos, determinantes relacionados
com a transgressão, determinantes do relacionamento e determinantes associados a
características de personalidade da pessoa ofendida. De acordo com o modelo, as
variáveis sociocognitivas estão relacionadas com a forma como a vítima pensa e sente
em relação ao ofensor e à transgressão (por exemplo, atribuições ou emoções
empáticas), sendo os determinantes mais proximais do perdão (Fincham, Paleari &
Regalia 2002). Em comparação com as variáveis sociocognitivas, determinantes da
transgressão, como a severidade percebida da ofensa, a intencionalidade do ofensor e o
pedido de desculpas, são vistos como menos determinantes do perdão e, assim, moldam
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No que toca à empatia, esta é uma variável que tem sido alvo de grande atenção
na comunidade científica, embora no que respeita ao perdão seja uma variável ainda
pouco estudada (Fehr, Gelfand & Nag, 2010). De facto, a empatia é um construto
relacional que aparenta possuir um papel importante no processo de perdão
(McCullough et al., 1998), constatando-se que comportamentos de perdão são
facilitados por afetos pró-sociais, dos quais se destaca a empatia perante o ofensor
(Worthington & Wade, 1999). No mesmo sentido, a meta-análise de Fehr, Gelfand e
Nag (2010) aponta a empatia como um relevante preditor do perdão, sugerindo que
quanto maior a capacidade de empatizar com o ofensor, mais facilmente o ofendido
perdoará. Uma vez que a empatia implica a capacidade cognitiva de se colocar no lugar
do outro, poderá então esperar-se que a tomada da perspetiva permita ao ofendido uma
maior compreensão das motivações que levaram à ofensa e, como tal, elicite uma maior
probabilidade de perdão.
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Por fim, será interessante referenciar um estudo realizado por Fincham, Paleari e
Regalia (2002) com casais sobre o papel da qualidade conjugal, atribuições e empatia, o
qual revelou que enquanto as atribuições de responsabilidade foram mais fortemente
relacionadas ao perdão nas esposas, a empatia emocional era mais fortemente associada
com o perdão nos maridos.
Por fim, torna-se também relevante abordar o papel do pedido de desculpas, uma
vez que a literatura evidencia uma relação positiva entre este pedido e o perdão, ou seja,
o uso do pedido de desculpas como uma tática de reparação, com o intuito de modificar
as perceções do ofendido, aumenta a probabilidade de o ofensor ser perdoado pela
ofensa cometida (Fehr, Gelfand & Nag, 2010). Já McCullough, Worthington e Rachal
(1997) postulam que a relação entre estas duas variáveis possa ser compreendida pela
tomada de perspetiva, ou seja, pelo aumento da empatia por parte do ofendido. Ainda,
no contexto das relações íntimas, indivíduos que estão mais satisfeitos nas suas relações
são mais propensos a considerar o pedido de desculpas dos seus parceiros como
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conceder o perdão é um dos fatores mais importantes que contribuiu para a longevidade
e satisfação conjugal. Já Gordon e Baucom (1998; cit in Orathinkal, 2006) encontraram
que, quanto mais os cônjuges perdoam, mais fazem suposições conjugais positivas,
sentem igual equilíbrio de poder nos seus casamentos e têm relações conjugais
próximas e bem-ajustadas. Também, os terapeutas conjugais têm vindo a realçar que o
perdão é uma parte crítica do processo de cura para as principais transgressões de
relacionamento, como a infidelidade (Gordon, Baucom, & Snyder, 2005), bem como no
lidar com as mágoas diárias da relação (Fincham, Beach, & Davila, 2004).
Por fim, mas não menos importante, é também de realçar, no que toca aos
determinantes relacionais, o papel da intimidade, tida como principal componente das
relações românticas. O que a literatura demonstra é que a existência de níveis elevados
de intimidade no relacionamento faz com que o perdão perante uma ofensa seja muito
mais provável (Rusbult, Hannon, Stocker & Finkel, 2005).
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Regalia 2002). De um modo bidirecional, estudos empíricos têm apoiado a relação entre
atos individuais de perdão e redução da raiva (Huang & Enright, 2000; Weiner,
Graham, Peter, & Zmuidzinas, 1991; cit in Yaben, 2009). De facto, experienciar raiva
parece ser natural e inerente às fases mais precoces do processo de perdão, pois segundo
Freedman (2011, p.334) “A ideia de que o perdão pode ajudar indivíduos que foram
profundamente magoados, implica que estes tenham o direito de sentirem e
expressarem raiva, de aprenderem novas formas de lidar com emoções negativas e de
seguir em frente.”. Por fim, Fehr, Gelfand e Nag (2010) na sua meta-análise revelam
que quanto mais elevados forem os níveis de raiva, quer enquanto traço, quer enquanto
estado, menor são os níveis de perdão.
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aspetos positivos do relacionamento (Fincham & Beach 2002). O perdão pode, portanto,
ter implicações substanciais para a relação, quer a longo prazo, como a curto prazo.
Especificamente, quando um dos parceiros opta por ficar fora do ciclo de interação
negativa, é menos provável que o outro parceiro continue o seu comportamento
negativo (Fincham, Beach & Davila, 2004).
É ainda possível que a incapacidade dos cônjuges em se perdoarem não tenha
apenas impacto na relação de ambos; em vez disso, as dimensões do perdão podem
exercer influência sobre vários âmbitos do funcionamento familiar mais amplo (Gordon,
Hughes, Tomcik, Dixon & Litzinger, 2009). De facto, a literatura evidencia que a
incapacidade de perdoar um parceiro pode contribuir para padrões parentais pobres e
expor as crianças ao conflito parental, o que acarreta implicações negativas para o
funcionamento da criança e suas perceções parentais (e.g., Gottman & Katz, 1989;
Grych & Fincham, 1990; cit in Gordon, Hughes, Tomcik, Dixon & Litzinger, 2009).
Por fim, importa compreender que motivações possam levar o parceiro ofendido
a passar por todo o processo de perdão. Kelly (1998; cit in Fincham & Beach, 2002)
constatou que, em narrativas sobre o perdão envolvendo relações próximas, subjacente
às motivações para perdoar o parceiro estavam o amor, a restauração do relacionamento
ou o bem-estar do parceiro. Além disso, a necessidade do envolvimento no processo de
perdão pode resultar de tentativas individuais para reconstruir ou modificar antigas
crenças sobre o seu parceiro e da relação, bem como de esforços para recuperar a
sensação de segurança interpessoal no relacionamento (Gordon, Hughes, Tomcik,
Dixon & Litzinger, 2009).
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