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É comum se ter uma seção chamada Editorial na mídia impressa.

Então, a objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia


textual, uma vez que o redator dispõe da opinião do jornal sobre o assunto
narrado.
Logo, os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter,
de modo que evidencie a posição da mídia, ou seja, do grupo que está por trás
do canal de comunicação, uma vez que os editoriais não são assinados por
ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que
informativo.
O editorial possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu
e a opinião transmite a interpretação do que aconteceu.
Pelas características apontadas acima, podemos dizer que o editorial é um texto:
dissertativo, pois desenvolve argumentos baseados em uma ideia central; crítico,
já que expõe um ponto de vista; informativo, porque relata um acontecimento.
Para escrever o seu relato, utilize fonte Arial 12, espaçamento 1,5,
margens superior e esquerda 3,0cm e inferior e direita 2,0cm. Seu texto deve ter
de 1 a 2 páginas.

Referências
VILARINHO, Sabrina. "O Editorial"; Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/redacao/o-editorial.htm>. Acesso em: 14 dez.
2017.

http://www.abiblia.org/ver.php?id=1623&id_autor=66&id_utente=&caso=artigos

http://www.abiblia.org/ver.php?id=1623&id_autor=66&id_utente=&caso=artigos

http://www.abiblia.org/ver.php?id=1623&id_autor=66&id_utente=&caso=artigos

1
"O papel da mulher é tão importante, que, mesmo com todas as obstruções da
cultura machista, nenhuma organização que queira sobreviver — seja ela
religiosa, política, filosófica, científica, empresarial ou familiar — pode abrir mão
de seu apoio.

https://www.bibliaon.com/jesus_conversa_com_a_mulher_samaritana/

http://www.stories.org.br/textos/mle.html

MULHERES DO NOVO TESTAMENTO

2
Quando nos aproximamos do Novo Testamento, descobrimos a posição das
mulheres piedosas, honradas e belas no mais alto grau. A virgem Maria --
"agraciada" -- "bendita entre as mulheres"; sua prima Isabel, mãe de João
Batista; Ana, idosa viúva de oitenta e quatro anos, dedicada ao serviço de Deus,
são as mais belas personagens conectadas ao nascimento de Cristo.

Maria, a irmã de Lázaro, assentava-se aos pés do Senhor para ouvir a Sua
palavra. Foi ela que O ungiu para o Seu sepultamento, uma ação que jamais
perderá a sua fragrância -- "onde quer que este Evangelho for pregado, em todo
o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua" (Mt 26:13). Ela
recebeu um elogio que não poderia ser mais elevado: "Esta fez o que podia"
(Mc 14:8). À Maria Madalena foi concedida a alta honra de transmitir a
maravilhosa mensagem da ressurreição de Cristo aos Seus discípulos: "Dize-
lhes que eu subo para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus"
(Jo 20:17). Pensem nas mulheres que serviam o bendito Senhor Jesus (Lc 8:3).
Que honra!

E quando chegamos ao tempo quando Cristo já havia subido aos céus e o


Espírito Santo já havia sido enviado, somos lembrados das "mulheres gregas da
classe nobre" (At 17:12) que creram e do elogio que Paulo fez às mulheres que
trabalharam no Senhor (veja Rm 16). Ou Priscila, que sob a liderança de seu
marido, teve o privilégio de instruir o eloqüente Apolo, declarando-lhe "mais
pontualmente o caminho de Deus" (At 18:26). Que belo e honrado caminho foi
esse trilhado pelas mulheres cristãs!

http://biblia.com.br/perguntas-biblicas/textos-dificeis/no-novo-testamento-em-
mateus-uma-mulher-pede-a-jesus-que-cure-sua-filha-endemoninhada-e-jesus-
diz-nao-se-tira-dos-filhos-o-pao-para-dar-aos-cachorrinhos-ela-responde-
tambem-os-cachorrinhos/

3
“Não se tira dos filhos o pão para dar aos cachorrinhos”

Como entender essa frase de Jesus?

“Como entender essa frase dita por Jesus?”

No Novo Testamento, em Mateus, uma mulher pede a Jesus que cure sua filha
endemoniada e Jesus diz: “não se tira dos filhos o pão para dar aos
cachorrinhos”. Como entender esta passagem?

Em Seu ministério Jesus não se limitou a trabalhar pela salvação dos judeus
apenas. Embora tenha vindo para os Seus, muitos O rejeitaram (João 1:11). O
sentido supremo desta passagem é que ela preanuncia a propagação do
evangelho a todo mundo; mostra-nos o princípio do fim de todas as barreiras. O
contexto histórico evidencia que Jesus havia sido rejeitado na Judéia e na
Galiléia e assim Ele se retirou para os lados de Tiro e Sidom para ter um período
de tranquilidade antes do alvoroço do fim (Mateus 15:21 e Marcos 7:24).

Não se trata em nenhum sentido de uma fuga de Jesus; é uma imagem de Jesus
adquirindo forças e preparando-se, Ele e seus discípulos, para a luta final e
decisiva que tinha pela frente. Porém até nesse território estrangeiro Jesus não
se veria livre do clamor da necessidade humana. Havia uma mulher que tinha
uma filha gravemente doente. De algum modo esta mulher tinha ouvido a
respeito das coisas maravilhosas que Jesus podia fazer (Marcos 7:25), e seguiu
a Jesus e a seus discípulos, rogando desesperadamente que a ajudassem. A
princípio, Jesus parecia não lhe prestar atenção. Os discípulos estavam
confundidos. “Dá-lhe o que pede”, diziam, “e livre-se dela” (ver Mateus 15:23).

A reação dos discípulos não era um sentimento de compaixão. Pelo contrário,


para eles a mulher era um estorvo e queriam livrar-se dela o mais rápido
possível. Atender a um pedido para livrar-se de alguém que é, ou pode
converter-se em um estorvo, é uma reação muito comum, mas é muito diferente
do amor, da compaixão e da piedade cristãos. Mas havia um problema. Não
podemos duvidar por um instante de que Jesus sentia compaixão pela mulher,
mas ela era uma gentia. Não só era gentia, mas também pertencia aos cananeus
e os cananeus eram inimigos ancestrais dos judeus. Nessa mesma época, ou
não muito depois, Josefo podia escrever: “Dos fenícios, os de Tiro são os que
têm os piores sentimentos contra nós.” Jesus aproveitaria a oportunidade e
ensinaria aos discípulos uma grande lição de como se deveria trabalhar pela
salvação de todas as pessoas, inclusive dos pagãos.

Já vimos que se Jesus queria ter algum efeito devia limitar seus objetivos, como
um general prudente. Tinha que começar pelos judeus (Mateus 15:24); e aqui se
4
encontrava com uma mulher gentia que clamava por misericórdia. Jesus só
podia fazer uma coisa: devia despertar uma fé autêntica no coração dessa
mulher. De maneira que Jesus por fim se voltou para ela: “Não é bom tomar o
pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (Mateus 15:26). Chamar cão a
alguém era um insulto mortal e pejorativo. O judeu falava com uma arrogante
insolência de “os cães gentios”, os “cães infiéis” e, mais adiante, dos “cães
cristãos”. Naqueles dias os cães eram os sujos habitantes das ruas – animais
fracos, selvagens, frequentemente doentes. Mas devemos lembrar duas coisas.
O tom e o olhar que se empregam para dizer algo fazem uma grande diferença.

Inclusive algo duro pode dizer-se com um sorriso que desarma. Podemos
chamar um amigo “vilão” ou “vadio” com um sorriso e um tom que lhe tira toda
maldade e o enche de afeto. Podemos estar seguros de que o sorriso no rosto
de Jesus e o tom de sua voz tirou toda a amargura e o insulto de suas palavras.
Em segundo lugar, emprega o diminutivo de cães (kunaria) e os kunaria não
eram os cães vagabundos mas os cães de madame, muito distintos dos vira-
latas que assolavam as ruas e revolviam os montões de lixo. A mulher era grega,
de rápida percepção e com o engenho dos gregos. “Sim”, respondeu, “porém os
cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. E os
olhos de Jesus se iluminaram de alegria ao perceber uma fé tão indomável; e
lhe outorgou a bênção e a saúde que tanto desejava.

Devemos assinalar certas coisas a respeito desta mulher:

(1) Primeiro e sobretudo, experimenta amor. Como dissera Bengel a respeito


dela: “Fez sua a miséria de sua filha.” Podia ser pagã, mas em seu coração
estava esse amor por sua filha que sempre é o reflexo do amor de Deus por suas
criaturas. Foi o amor que a fez se aproximar desse estrangeiro; foi o amor que a
fez aceitar seu silêncio e continuar sua súplica. O amor foi que a fez suportar sua
aparente rejeição. Foi o amor que a fez capaz de ver a compaixão por trás das
palavras de Jesus.

A força impulsionadora do coração desta mulher era o amor; e não há nada mais
forte e mais perto de Deus que o amor. Esta mulher tinha fé.

(a) Era uma fé que cresceu em contato com Jesus. Começa chamando-o “Filho
de Davi”, reconhecendo-o como o Messias. Termina chamando Jesus de
“Senhor”. É como se Jesus a tivesse obrigado a olhá-lo e a mulher tivesse visto
nEle algo que não se podia expressar em termos terrenos, pois de fato, embora
fosse humano, era divino. Isso era justamente o que Jesus queria suscitar nela
antes de conceder seu pedido. Queria que ela compreendesse que seu pedido
devia converter-se em uma oração a um Deus vivo. Podemos ver como cresce
a fé desta mulher enquanto se depara com Cristo até que o vê.

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(b) Era uma fé que adorava. Começou seguindo-o, terminou ajoelhada.
Começou com uma petição, terminou com uma oração. Cada vez que nos
aproximamos de Jesus devemos fazê-lo em primeiro lugar em adoração de sua
majestade, e só depois devemos expressar nossa necessidade.

(3) Esta mulher tinha uma persistência inquebrantável. Não se deixava


desalentar. Como já dissemos, há muita gente que ora porque não quer perder
a oportunidade. Não acreditam na oração em forma autêntica; só sentem que
pode ser que aconteça algo e não querem perder a oportunidade. Esta mulher
se aproximou não só porque Jesus era o único que podia ajudá-la, mas sim
porque era sua única esperança. Aproximou-se com uma esperança
apaixonada, com um claro sentimento de necessidade e disposta a não sentir-
se desalentada.

(4) Esta mulher tinha o dom da alegria. Estava em meio da aflição;


apaixonadamente ansiosa; e entretanto, podia sorrir. Havia nela uma espécie de
alegria cheia de luz. A mulher se aproximou de Cristo com um amor audaz, com
uma fé que cresceu até adorar aos pés do divino, com uma insistência
inquebrantável que brotava de uma esperança invencível, com uma alegria que
não aceitava o desalento. Essa é a fé que não pode deixar de receber uma
resposta a suas orações. (William Barclay, Comentário Bíblico de Mateus), p.
550-553.

Equipe Biblia.com.br

https://www.cebi.org.br/2013/03/11/o-encontro-de-jesus-com-a-mulher-que-ia-
ser-apedrejada-jo-81-11-mesters-lopes-e-orofino/

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O encontro de Jesus com a mulher que ia ser apedrejada

Olhar no espelho da vida

O texto que vamos refletir descreve o encontro de Jesus com a mulher que ia
ser apedrejada. Durante a leitura, somos convidados a prestar atenção nas
atitudes dos fariseus, da mulher e de Jesus.

Situando

O Evangelho de João não foi escrito de uma só vez, mas cresceu lentamente.
Ao longo dos anos, os cristãos iam lembrando e acrescentando outros episódios
da vida de Jesus. Um destes acréscimos é o episódio da mulher que ia ser
apedrejada (Jo 8,1-11). Pouco antes, Jesus tinha declarado: “Se alguém tem
sede, venha a mim e beba!” (Jo 7,37). Esta declaração provocou muita discussão
(Jo 7,40-53).

Pulando para nosso texto de hoje (Jo 8,1-11), encontramos uma nova
declaração de Jesus: “Eu sou a luz do mundo!” (Jo 8,12), que provoca nova
discussão com os judeus. Entre estas duas declarações com suas discussões,
foi inserido o episódio da mulher para esclarecer como Jesus é a luz do mundo.

Como ele ilumina a vida das pessoas.

Comentando

1. João 8,1-2: Jesus e o povo

Depois da discussão, descrita no fim do capítulo 7 (Jo 7,37-52), cada um voltou


para casa (Jo 7,53). Jesus não tinha casa em Jerusalém. Por isso, foi para o
Monte das Oliveiras. Lá havia um horto, onde ele costumava passar a noite em
oração (Jo 18,1). No dia seguinte, antes do nascer do sol, Jesus já estava
novamente no templo. O povo também veio bem cedo para poder escutá-lo. Eles
sentavam no chão ao redor de Jesus e ele os ensinava. O que será que Jesus
ensinava? Deve ter sido bonito, pois vinha antes do nascer do sol para poder
escutá-lo!

2. João 8,3-6a: Os escribas armam a cilada

De repente, chegam os escribas e os fariseus, trazendo consigo uma mulher


pega em flagrante de adultério. Eles a colocam no meio da roda entre Jesus e o
povo. Conforme a lei, esta mulher deveria ser apedrejada (Lv 20,10; Dt
22,22.24). Eles perguntam: “E qual é a sua opinião?” Era uma cilada. Se Jesus

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dissesse: “Apliquem a lei”, eles diriam: “Ele não é tão bom como parece, porque
mandou matar a pobre da mulher”. Se dissesse: “Não matem”, diriam: “Ele não
é tão bom quanto parece, porque nem sequer observa a lei!” Sob a aparência de
fidelidade a Deus, manipulam a lei e usam a pessoa da mulher para poder acusar
Jesus.

O que nos falta perceber?

3. João 8,6b-8: Reação de Jesus: escreve no chão

Parecia um beco sem saída. Mas Jesus não se apavora nem fica nervoso. Pelo
contrário. Calmamente, como quem é dono da situação, ele se inclina e começa
a escrever no chão com o dedo. Quem fica nervoso são os adversários. Eles
insistem para que Jesus dê a sua opinião. Então, Jesus se levanta e diz: “Quem
for sem pecado seja o primeiro a jogar a pedra!” E, inclinando-se, tornou a
escrever no chão. Jesus não discute a lei. Apenas muda o alvo do julgamento.
Em vez de permitir que eles coloquem a luz da lei em cima da mulher para poder
condená-la, pede que eles se examinem a si mesmos à luz do que a lei exige
deles.

4. João 8,9-11: Jesus e a mulher

A resposta de Jesus derruba os adversários. Os fariseus e os escribas se retiram


envergonhados, um depois do outro, a começar pelos mais velhos. Aconteceu o
contrário do que eles queriam. A pessoa condenada pela lei não era a mulher,
mas eles mesmos, que pensavam ser fiéis à lei. No fim, Jesus fica sozinho com
a mulher no meio da roda. Ele se levanta e olha para ela: “Mulher, onde estão
eles? Ninguém te condenou!” Ela responde: “Ninguém, Senhor!” E Jesus: “Nem
eu te condeno! Vai, e de agora em diante não peques mais!” Jesus não permite
que alguém use a lei de Deus para condenar o irmão ou a irmã, quando ele
mesmo ou ela mesma é pecador ou pecadora.

Refletindo

Este episódio, melhor do que qualquer outro ensinamento, revela que Jesus é a
luz que faz aparecer a verdade. Ele faz aparecer o que existe escondido dentro
das pessoas, no mais íntimo delas. À luz da sua palavra, os que pareciam os
defensores da lei se revelam cheios de pecado e eles mesmos o reconhecem,
pois vão embora, a começar pelos mais velhos. E a mulher, considerada culpada
e merecedora da pena de morte, está de pé diante de Jesus. Absolvida, redimida
e dignificada (cf. Jo 3,19-21).

Alargando

As Leis a respeito da mulher no Antigo Testamento e a reação do povo

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Desde Esdras e Neemias, a tendência oficial era de excluir a mulher de toda a
atividade pública e de considerá-la inapta para qualquer função na sociedade, a
não ser para a função de esposa e mãe. O que mais contribuiu para a sua
marginalização foi a lei da pureza. A mulher era declara impura por ser mãe, por
ser esposa, por ser filha, por ser mulher.

Por ser mãe: dando à luz, ela se torna impura. Por ser filha: o filho que nasce
traz 40 dias de impureza; mas a filha, 80 dias! (Levítico 12) Por ser esposa: a
relação sexual a torna impura durante um dia (Levítico 15,18). Quando
menstruava, ficava impura sete dias. E quem a tocasse também se tornava
impuro por contágio (Levítico 18,19-23).

E não havia meio para uma mulher manter sua impureza em segredo, pois a lei
obrigava as outras pessoas a denunciá-la. Esta legislação tornava insuportável
a convivência diária em casa. Durante sete dias em cada mês, a mãe de família
não podia deitar na cama, nem sentar-se numa cadeira, nem tocar nos filhos ou
no marido, se não quisesse contaminá-los! Esta legislação é fruto de uma
mentalidade segundo a qual a mulher era inferior ao homem. Alguns provérbios
revelam essa discriminação da mulher. A marginalização chegou ao ponto de se
considerar a mulher como a origem do pecado e da morte e a causa de todos os
males (Eclesiástico 25,24).

Ser mulher, ser luta

Desta maneira se justificavam e se mantinham o privilégio e a dominação do


homem sobre a mulher. Por exemplo, se um homem depois de algum tempo de
casado, não gostasse mais da sua mulher, podia livrar-se dela dizendo que ela
já não era virgem quando se casaram. Se os pais da mulher não conseguissem
provar o contrário, ela seria apedrejada (Deuteronômio 22,13ss). A lei em relação
ao divórcio é outro exemplo do privilégio do homem, pois somente ele tinha o
direito de pedir o divórcio, mandando a mulher embora se já não a quisesse
(Deuteronômio 24,1-4). A lei previa a morte do casal adúltero, mas na prática
somente a mulher era julgada e condenada por adultério.

Dentro do contexto da época, a situação da mulher do povo da Bíblia não era


pior nem melhor do que nos outros povos. Era a cultura geral. Até hoje, em
muitos povos continua essa mesma mentalidade. Mas como hoje, assim também
antigamente, desde o começo da história do povo da Bíblia sempre houve
reações contrárias à exclusão da mulher, sobretudo depois do exílio, quando a
lei marginalizava a mulher como impura e expulsava a estrangeira como
perigosa.

A resistência

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A resistência da mulher cresceu no mesmo período em que a sua
marginalização era mais pesada. Vários livros sapienciais registram essa voz da
oposição: Cântico dos Cânticos, Rute, Judite, Ester. Nestes livros, a mulher
aparece não como mãe nem como esposa, mas como mulher que sabe usar sua
beleza e feminilidade para lutar pelos direitos dos pobres e assim defender a
Aliança do povo. E ela luta não a favor do templo nem a favor de leis abstratas,
mas sim a favor da vida do povo.

Fonte: O texto foi extraído do livro RAIO-X DA VIDA – Círculos Bíblicos do


Evangelho de João. Coleção A Palavra na Vida 147/148. Autores: Carlos
Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino

https://www.cebi.org.br/2018/05/21/missao-universal/

Reflexão do evangelho: A missão universal

Introdução

A crise que vivemos na igreja cristã dos nossos dias vem de longe. Talvez, sendo
honestos conosco mesmos e com a história cristã, crise na igreja de Cristo é

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uma experiência permanente, contínua, não nos deixa sossegar, não nos
permite cochilar ou “entrar em férias”. E isso porque não somos o que queremos
e dizemos ser. Vivemos divididos entre uma vida fiel e de adoração ao Jesus
que é nosso Mestre e Senhor e a traição ao seguimento, a dúvida atroz que nos
tenta atrás de cada desculpa para nos isentar do discipulado, da caminhada
missionária que nos poderia levar aos vizinhos, aos mais empobrecidos dos
nossos semelhantes ou até aos confins da terra. Uma igreja cristã que se
imagina pronta, bem-sucedida e farta de bens e frutos provavelmente já
começou a negar o caminho de Jesus e a prática da justiça ao evitar a cruz e o
arrependimento diário e libertador, a volta ao primeiro amor, quer dizer, a busca
pelo reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33), já aqui neste mundo pleno de
possibilidades, mas também carregado de injustiças, frustrações, ilusões,
fragilidades, violência e morte anunciadas e, muitas vezes, negadas.

Nesse contexto difícil e desafiador, é muito oportuno que a série de


perícopes para a pregação nos brinde outra vez com a chance de retomar esse
verdadeiro “testamento de Jesus” que o evangelista Mateus deu-nos a
conhecer de uma forma extraordinária e única. A oportunidade também pode
ajudar a desfazer certas interpretações equivocadas dessa perícope –
eminentemente missionária – e a procurar por novas interpretações mais justas
para com o autor e desafiadoras para a comunidade que se dispõe a ouvir essas
palavras e pô-las em prática.

Meditando rumo à pregação

Numa comunidade que vive crise de identidade, o Evangelho de Mateus abre


novas possibilidades para rever a caminhada, para reconhecer os pecados,
as resistências, a dureza do coração, de tal modo que as pessoas de fé
reaprendam o que significa tornar-se, na caminhada, gente bem-aventurada
(Mateus 5). A bem-aventurança não é para deleite pessoal, mas se dá
justamente no sofrimento, na humildade, na luta e sede por justiça e paz. Não
por último, também na calúnia e na perseguição. É a esses e essas que o reino
de Deus é oferecido. São essas pessoas que o integram, que o vivenciam e
desfrutam, não como troféu, mas antes como sinal de que o reino de Deus vem
e já está chegando para transformar o mundo e a vida mesquinha em que nos
enredamos.

Envolver-se na missão de Jesus é algo extraordinário e desafiador. Renova a


vida de qualquer comunidade e faz dela uma casa de acolhimento, um
povo disposto a servir e a comunicar o “ensino que liberta”. Um povo que
aprende a caminhar junto e ao mesmo tempo chamar outras e outros. Essa
experiência é como sentir-se partícipe de um evento escatológico, um aperitivo

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daquele banquete para o qual Deus convida todas as pessoas, especialmente
as que mais sofrem, as mais pobres e vulneráveis, as mais injustiçadas. O que
sustenta a caminhada é a presença do Jesus ressurreto entre seus missionários
e missionárias. E esse Jesus não é um monarca celestial, mas aquele mesmo
que viveu “entre aldeias e cidades”, de carne e osso, que morreu por nossos
pecados e ressuscitou e vai adiante de nós nas Galileias deste mundo e que
agora – pelo seu Espírito – habita em meio a seu povo como força, poder e
garantia dos “novos céus e nova terra”.

Vivemos essa fé e esse chamamento entre contradições e renovação,


entre adoração e dúvida. A práxis do amor e do perdão, a ortopráxis da
justiça, da compaixão e da misericórdia são alento e desafio para cada
pessoa e para a comunidade dos amigos e amigas de Jesus, daqueles e
daquelas que experimentaram a força da oração de Jesus: “Pai nosso …”.

Dois pensamentos para concluir. O primeiro vem de David J. Bosch.


Ele escreveu que, a partir da leitura desse evangelho, as pessoas cristãs
encontram sua verdadeira identidade quando se envolvem na missão, em
comunicar a outros um novo modelo de vida, uma nova interpretação da
realidade de Deus e em comprometer-se com a libertação e salvação de outras.
Uma comunidade missionária é aquela que se entende como sendo diferente de
seu ambiente e, ao mesmo tempo, como estando comprometida com ele; ela
existe dentro de seu contexto de uma maneira que é tanto cativante quanto
contestadora (p. 112).

Sobre a compreensão do que venha a ser “igreja cristã”, vale recordar o


que escreveu Vítor Westhelle sobre a imbricação íntima entre missão e igreja.
Igreja, afirma ele, não é nem o sujeito e nem o objeto da missão, mas é o seu
meio, o espaço libertado em que se celebra a presença de Deus ao lado inverso
do mundo. Não é o lugar em que nasce, mas apenas aquele em que ressoa o
anúncio. Nesse sentido, poder-se-ia dizer também que é na experiência
missionária que nos fortalecemos, tornando-nos para nós mesmos e para outras
pessoas e grupos uma “parteira da esperança”, uma comunidade que acolhe,
aponta caminhos, experimenta um poder transformador, que significa algo
diferente e novo neste mundo sempre mais competitivo, desigual, injusto e cruel
para com os retardatários, as pessoas que sofrem com alguma deficiência e que,
precisamente por isso, mereceriam maior atenção, cuidado, numa palavra:
amor.

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http://www.a12.com/redacaoa12/igreja/conhecendo-os-evangelhos-ser-como-
marta-e-maria

EVANGELHO – Lc 10, 38-42

38 Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada
Marta, o recebeu em sua casa. 39 Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se
assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. 40 Marta, toda preocupada na
lida da casa, veio a Jesus e disse: Senhor, não te importas que minha irmã me
deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude. 41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta,
Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; 42 no entanto,
uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada.

REFLEXÃO

Em João 11, 5, encontramos a informação de que Jesus amava Marta, Maria e


Lázaro. Portanto, eram realmente amigos íntimos do Mestre. Assim como todo
ser humano, Jesus confiava em algumas pessoas ao seu redor. E esses três
irmãos podiam ser considerados alguns daqueles confidentes!

No Evangelho de Lucas, o irmão de Marta e Maria, Lázaro, não é citado em


nenhum momento. Mas o objetivo do evangelista é outro: mostrar a importância
de servir e de se lançar aos pés de Jesus, aquele que nos trouxe a salvação.

Marta, na realidade, não era uma pessoa brava, apressada, pagã ou qualquer
outro adjetivo já dado a ela no decorrer da História. Para começar, foi ela quem
convidou o Mestre para se aconchegar em sua casa, sendo totalmente fiel aos
preceitos da época quanto a receber bem um visitante ilustre. Estava
preocupada em acolher Jesus da melhor forma possível, e, por isso, não parava
nenhum instante. A maior falha quando recebemos uma visita é não dar atenção
a ela; e, às vezes, de tanto que queremos bem acomodá-la em nossa casa,
acabamos deixando a pessoa em segundo plano!

Algo também muito curioso é a ausência total dos discípulos nesse


acontecimento. Lucas quer mostrar aos seus leitores que Jesus convida a todos
para serem discípulos e, neste caso, a atenção recai sobre duas mulheres, do
povoado de Betânia (segundo João).

Marta é a imagem do discípulo ativo, que quer servir ao Mestre da melhor


maneira possível. E Maria é a representação do discípulo que ouve a palavra de

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Jesus, deixando-se atingir totalmente por ela. As duas maneiras de ser discípulo
devem se conjugar, pois ambas as atitudes são necessárias: escutar e servir.

Se quisermos ser somente Marta, cairemos num ativismo sem fim, trabalhando
tanto para a Messe do Senhor, que nos esqueceremos do Senhor da Messe. Se
optarmos por ser somente Maria, viveremos num mundo distante do mundo real,
sempre esperando a vida em outro mundo; acabaremos nos alienando da
realidade humana que é tão cara a Jesus. Por isso, irmãos e irmãs, sejamos
discípulos Marta e Maria. Pessoas que trabalham sem se cansar para a
construção do Reino, alimentando-se diariamente da Palavra de Deus. Os
ensinamentos de Jesus são as nossas regras de vida, sigamo-los!

https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/102008002

Como Deus e Cristo consideram as mulheres?

COMO podemos entender plenamente o modo de Jeová Deus considerar as


mulheres? Uma forma é por examinar a atitude e a conduta de Jesus Cristo, que
é “a imagem do Deus invisível” e reflete com perfeição a maneira de Deus
encarar as coisas. (Colossenses 1:15) O modo como Jesus tratava as mulheres
dos seus dias mostra que tanto ele como Jeová respeitam as mulheres e que
eles certamente não aprovam o tratamento opressivo dado a elas, tão comum
em muitos lugares hoje.

Veja, por exemplo, a ocasião em que Jesus falou com uma mulher junto a um
poço. “Veio uma mulher de Samaria para tirar água”, diz o relato no Evangelho
de João, e “Jesus disse-lhe: ‘Dá-me de beber.’” Ele estava disposto a falar com
uma samaritana em público, embora a maioria dos judeus não tivesse tratos com
samaritanos. De acordo com The International Standard Bible Encyclopedia
(Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional), para os judeus, “conversar com uma
mulher em lugar público era especialmente escandaloso”. Mas Jesus tratou as

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mulheres com respeito e consideração e não tinha preconceito de sexo ou raça.
Ao contrário, foi à mulher samaritana que Jesus, pela primeira vez, se identificou
claramente como o Messias. — João 4:7-9, 25, 26.

Em outra ocasião, uma mulher que sofria por 12 anos de um embaraçoso e


debilitante fluxo de sangue se aproximou de Jesus. Quando ela o tocou, foi
curada na hora. “Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: ‘Coragem, filha! A tua fé
te fez ficar boa.’” (Mateus 9:22) De acordo com a Lei mosaica, uma mulher
naquela situação não deveria estar no meio de uma multidão, muito menos tocar
em outros. Mesmo assim, Jesus não a repreendeu, mas a consolou de modo
compassivo e a chamou de “filha”. Que alívio ela deve ter sentido ao ouvir isso!
Jesus também deve ter ficado muito feliz por tê-la curado.

Depois de Jesus ter sido ressuscitado, ele apareceu primeiro a Maria Madalena
e outra discípula, a quem a Bíblia se refere como “a outra Maria”. Jesus poderia
ter aparecido primeiro a Pedro, João ou outro discípulo. Em vez disso, ele
dignificou as mulheres por permitir que essas discípulas fossem as primeiras
testemunhas oculares de sua ressurreição. Um anjo disse para elas contarem
esse acontecimento maravilhoso aos discípulos (do sexo masculino). Jesus
disse às mulheres: “Ide, relatai isso a meus irmãos.” (Mateus 28:1, 5-10) Jesus
com certeza não foi influenciado pelo preconceito que os judeus em geral tinham
naquela época, de que as mulheres não podiam servir como testemunhas legais.

Jesus nunca teve preconceito contra as mulheres nem fez vista grossa a atitudes
machistas. Ele mostrou que respeitava e valorizava as mulheres. A violência
contra elas era completamente o oposto ao que Jesus ensinava, e podemos
estar certos de que sua atitude era um reflexo perfeito de como seu Pai, Jeová,
encara as coisas.

Deus cuida das mulheres

“Em parte alguma, no antigo Mediterrâneo ou no Oriente Próximo, concedia-se


às mulheres a liberdade que elas usufruem na moderna sociedade ocidental. A
norma geral era a de subordinação das mulheres aos homens, assim como os
escravos estavam subordinados aos livres e os jovens aos idosos. . . . Os
meninos gozavam de mais estima do que as meninas, e as recém-nascidas às
vezes eram deixadas expostas para morrer.” É assim que certo dicionário bíblico
descreve a atitude predominante para com as mulheres nos tempos antigos. Em
muitos casos, elas eram colocadas quase no mesmo nível dos escravos.

A Bíblia foi escrita numa época em que os costumes refletiam esse modo de
pensar. Apesar disso, em nítido contraste com a atitude de muitas culturas

15
antigas, a lei de Deus, registrada na Bíblia, mostrava profunda consideração
pelas mulheres.

A preocupação de Jeová com o bem-estar das mulheres fica evidente nos


diversos relatos em que ele agiu a favor de suas adoradoras. Ele interveio duas
vezes para proteger a bela esposa de Abraão, Sara, de ser violentada. (Gênesis
12:14-20; 20:1-7) Deus mostrou favor à esposa que Jacó amava menos, Léia,
por ‘abrir-lhe a madre’ para que ela desse à luz um filho. (Gênesis 29:31, 32)
Quando duas parteiras israelitas, que temiam a Deus, arriscaram a vida para
proteger os meninos hebreus da matança de bebês no Egito, Jeová, em
agradecimento, “as presenteou . . . com famílias”. (Êxodo 1:17, 20, 21) Ele
também respondeu à oração fervorosa de Ana. (1 Samuel 1:10, 20) E quando a
viúva de um profeta teve de enfrentar um credor que estava prestes a levar seus
filhos como escravos em pagamento de uma dívida, Jeová não a abandonou. De
modo amoroso, ele habilitou o profeta Eliseu a multiplicar o suprimento de azeite
dela para que pudesse pagar a dívida e ainda ter azeite suficiente para a família.
Assim, ela protegeu os filhos e preservou a dignidade. — Êxodo 22:22, 23;
2 Reis 4:1-7.

Os profetas condenaram repetidas vezes tanto a exploração das mulheres como


o uso de violência contra elas. O profeta Jeremias disse aos israelitas em nome
de Jeová: “Executai o juízo e a justiça, e livrai da mão do defraudador aquele
que está sendo roubado; e não maltrateis nenhum residente forasteiro, nem
menino órfão de pai, nem viúva. Não lhes façais violência. E não derrameis
sangue inocente neste lugar.” (Jeremias 22:2, 3) Anteriormente, os ricos e
poderosos em Israel foram repreendidos por terem expulsado mulheres de suas
casas e maltratado os filhos delas. (Miquéias 2:9) O Deus de justiça observa o
sofrimento causado às mulheres e aos filhos delas e o condena como perverso.

A “esposa capaz”

No livro de Provérbios, escrito no passado, há uma descrição apropriada da


esposa capaz. Por estar incluída na Palavra de Deus, podemos ter certeza de
que essa bela descrição do papel e da posição da esposa é aprovada por Jeová.
Em vez de ser oprimida ou vista como inferior, a esposa capaz é valorizada,
respeitada e considerada digna de confiança.

A “esposa capaz” do capítulo 31 de Provérbios trabalha com vigor e diligência.


Suas mãos executam qualquer trabalho com prazer. Ela faz transações
comerciais e até mesmo imobiliárias. Examina um campo e o compra. Faz peças
de roupa de baixo e as vende. Dá cintos aos comerciantes. Mostra vigor em tudo
o que faz. Além disso, suas palavras de sabedoria e sua benevolência são muito

16
apreciadas. Por isso, ela é muito estimada pelo marido, pelos filhos e, mais
importante ainda, por Jeová.

As mulheres não devem ser vítimas oprimidas de homens que se aproveitam


delas, as maltratam ou as sujeitam a todo tipo de abusos. Em vez disso, como
“complemento” do marido, a mulher casada cumpre esse papel com alegria e
competência. — Gênesis 2:18.

Dê honra às mulheres

Ao escrever aos maridos cristãos sobre como devem tratar a esposa, o inspirado
escritor Pedro os aconselhou a imitar a atitude de Jeová e a de Jesus Cristo. Ele
escreveu: “Vós, maridos, continuai . . . atribuindo-lhes honra.” (1 Pedro 3:7)
Atribuir honra a uma pessoa envolve ter grande estima e respeito por ela. Assim,
o homem que honra a esposa não a humilha, não a rebaixa, nem a trata com
violência. Demonstra em palavras e ações, tanto em público como em particular,
que ela é amada e querida por ele.

Com certeza, honrar a esposa contribui para a felicidade do casamento.


Considere o exemplo de Carlos e Cecília. A certa altura do casamento, eles
tinham constantes discussões e nunca chegavam a um acordo. Às vezes, eles
simplesmente paravam de se falar. Não sabiam como resolver seus problemas.
Ele era agressivo; ela era exigente e orgulhosa. Mas, quando passaram a
estudar a Bíblia e aplicar o que aprendiam, as coisas começaram a melhorar.
Cecília diz: “Percebi que os ensinamentos de Jesus e o exemplo deixado por ele
transformaram minha personalidade e a de meu marido. Graças ao exemplo de
Jesus, sou mais humilde e compreensiva. Aprendi a buscar a ajuda de Jeová em
oração, como Jesus fazia. Carlos aprendeu a ser mais tolerante e a ter mais
autodomínio a fim de honrar a esposa, como Jeová deseja.”

O casamento deles não é perfeito, mas resistiu à passagem do tempo. Nos


últimos anos, eles enfrentaram sérios problemas: Carlos perdeu o emprego e foi
operado de câncer. Mesmo assim, essas aflições não abalaram seu vínculo
marital, que se fortaleceu ainda mais.

Desde que a humanidade se tornou imperfeita, mulheres em muitas culturas têm


sido tratadas sem honra. Têm sofrido abusos físico, mental e sexual. Mas Jeová
não queria que elas fossem tratadas assim. O registro bíblico deixa claro que
não importa quais sejam as atitudes predominantes numa cultura, todas as
mulheres devem ser tratadas com honra e respeito. É o direito que Deus
concedeu a elas.

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Jesus e as Mulheres: A Mulher nos Evangelhos Sinóticos

Prof. Dr. Odalberto Domingos Casonatto


Prof a. Dr a. Rosalir Viebrantz

No Antigo Testamento encontramos muitas mulheres exercendo forte liderança.


Elas envolviam-se com a defesa, permanência e a formação da consciência do
povo hebreu. As mulheres estão presentes onde a vida está fragilizada e
ameaçada. O riso de Sara, no livro do Gênesis nos revela sua participação na
constituição do povo ao gerar um filho. Os cânticos de Míriam, Débora e Ana
revelam a alegria da mulher, fazendo sua parte na história da salvação. Rute é
o exemplo de solidariedade da mulher oprimida. As parteiras no Egito, com
coragem e astúcia tramam um novo projeto de sociedade. Nesta nova sociedade
a vida deve ser defendida e preservada. Jael e Judite são exemplos de firmeza
na luta de resistência. Ester com determinação expõe a própria vida pela
salvação de seu povo. A mãe dos Macabeus dá testemunho de fé e foi fiel ao
Projeto de Javé. Outras grandes profetizas como Débora e Hulda não podemos
esquecer. A tradição de fé em Israel tem marcas da atuação feminina. Lá onde
a capacidade de resistência do povo parecia se esgotar, sempre aparece uma
mulher forte.

18
O Novo Testamento, não é diferente do Antigo Testamento, quanto a
participação feminina na caminhada do Povo de Deus. Encontramos Maria a
mãe de Jesus e as outras mulheres, as discípulas que permaneceram com Jesus
ao pé da Cruz.

Jesus interfere na ordem da sociedade patriarcal, desperta a potencialidade da


mulher, a chama para serem também suas discípulas e isto aconteceu.

Jesus tem outra visão sobre a mulher do seu tempo. Ele altera o relacionamento
homem - mulher. Numa sociedade que dava privilégios ao homem Ele procura
tirar estes privilégios. Um exemplo podemos citar em Mt 19,7-12, que trata a
questão do divórcio.

Jesus apresenta outra atitude em relação ao Homem e Mulher, para ele deve
existir igualdade entre ambos, nem mais e nem menos.

Nos evangelhos encontramos muitas mulheres que seguiam Jesus desde a


Galiléia, e tornaram-se suas discípulas (Mc 15,41; Lc 8,1-13; Lc 8,43-49).

Para Jesus não havia distinção no revelar os seus segredos, ele falava tanto
para os homens e mulheres que o seguiam e aceitavam a sua proposta.

A SITUAÇÃO DA MULHER NO JUDAÍSMO NO TEMPO DE JESUS

O Judaísmo segundo suas tradições encara a mulher de uma forma bem


diferente do homem. A constituição familiar no Judaísmo foi sempre patriarcal.
Tudo girava em torno das decisões masculinas e ao homem se voltava. A religião
judaica tem como rito de iniciação à circuncisão. Este rito é essencialmente
masculino. Existem dentro do Judaísmo alguns princípios que tentam segurar a
consistência do ser Judeu. Assim Judeu é aquele que nasce de mãe judia
(chamada por eles a “lei do ventre”), não existe outra possibilidade. É, portanto,
a mãe, não o pai, que determina a identidade judaica do filho; é a mãe a principal
responsável pela educação dos filhos, pela manutenção do espírito judaico, da
cultura e das tradições familiares. No âmbito da formação do lar judaico a Mãe
representa uma peça fundamental.

Esta forma de pensar vem embasada na tradição bíblica, Deus se revela na


pessoa humana. Mulher e Homem como pessoas distintas, iguais, livres em
comunhão recíproca, desde a criação, representam igualmente a imagem de
Deus sobre a terra.

19
Apesar deste pensamento divino de igualdade entre homem e a mulher no Antigo
Testamento já se observa a discriminação da mulher:

- geralmente sem nome, pertencente ao pai;

- depois do casamento propriedade do marido, ele governava como senhor


absoluto;

- sem autonomia, não era nem contada entre os habitantes;

- se estéril, era relegada ou substituída, pela escrava;

- sua participação era passiva somente para procriação;

- convivia com a poligamia do marido, sem poder reclamar, pois a poligamia era
aceita.

No tempo de Jesus a situação da mulher era desprezível e não foi muito diferente
das épocas anteriores.

Vejamos a mulher no judaísmo no contexto: social, político, econômico e


religioso.

A participação da mulher na sociedade judaica

A mulher era marginalizada pelo simples fato de ser mulher. Vivia no silêncio e
na obscuridade. Não era elencada como partícipe da sociedade. Ela só estava
sujeita aos mandamentos da Lei.

O lugar da mulher é na sua própria casa

A mulher devia permanecer em casa, no gineceu (a parte destinada às


mulheres).

Às jovens solteiras cabia ainda o pior: “A filha era para o pai uma preocupação
secreta, e o cuidado por ela tirava o sono dele..”(Eclo 42,9-14).

A esposa, e as filhas tinham o dever de lavar o rosto, as mãos e os pés do pai.

O homem podia ter várias mulheres, mas a esposa tinha que conviver com as
concubinas em sua própria casa. (privilégio dos ricos).

A noiva que tivesse relações com outro homem era considerada como adúltera,
podendo ser castigada com a morte e pedradas; se fosse casada, o castigo era
de estrangulamento. Para o homem não tinha castigo.

20
A mulher fora de casa.

Só podiam mostrar-se em público com o rosto velado, coberto com dois véus
que não se pudessem distinguir os traços de seu rosto.

Se a mulher saía à rua sem cobrir a cabeça e o rosto ofendia os bons costumes.
Por esse motivo o marido tinha o direito e o dever (religioso) de expulsá-la de
casa e divorciar-se dela, sem estar obrigado a pagar-lhe o valor contratado no
matrimônio;

Se a mulher perdesse seu tempo na rua, falando com outras pessoas, ou mesmo
se ficasse na porta de sua casa, podia o marido repudiá-la sem qualquer
compensação econômica;

Uma mulher não podia estar sozinha no campo, e um homem não devia
conversar com uma estranha (Jo 4,27).

A mulher era vista como superficialidade, sexo, perigo e tratavam de cuidar-se


dela.

A participação da mulher na política da sociedade judaica

As leis não protegiam em nada a mulher, ao contrário as faziam dependerem


das leis e estas as escravizavam. Desde o nascimento eram “mal acolhidas”.
Passavam a contar apenas como objeto e propriedade de outros. Vejamos: É
propriedade do marido, se casada; propriedade do pai, se solteira, propriedade
do cunhado solteiro, se viúva sem filhos. Assim pertencendo ao seu dono, não
podia dispor dos salários do seu trabalho.

As filhas mulheres só aumentavam o patrimônio do dono, uma vez que podiam


ser vendidas, não eram herdeiras. Vendidas por dinheiro, ou por contrato. A
mulher pertencia ao seu senhor - marido e tem que assumir todas as tarefas;
não pode aproveitar-se nem dos rendimentos do seu trabalho.

Essa pobreza da mulher aparece no relato da viúva que “depositou tudo o que
tinha para viver” no tesouro do templo, e eram “duas pequenas moedas” (Mc
12,41-44).

A mulher também não podia votar. Não participava na vida pública.

A mulher judaica, no tempo de Jesus era em tudo, considerada inferior ao


homem.

A participação da mulher na economia da sociedade judaica.

21
A mulher judaica trabalhava duramente em casa e no campo. Plantava, colhia,
moía o trigo, a cevada e outros cereais. Preparava o pão, cozinhava, buscava
água nas fontes e poços. Fiava e tecia o linho e a lã para fazer as roupas.
Cuidava da família e educava os filhos.

A participação da mulher na religião judaica

Também para a religião oficial a mulher pouco contava.

A mulher judaica não tinha direito ao culto religioso. Tanto no Templo como na
Sinagoga a mulher não participava, ficava atrás dos homens ou em lugares
separados, em segundo plano, isto é, em lugares inferiores e secundários. Se
não houvesse ao menos dez homens judeus, o culto não era celebrado, mesmo
que estivessem presentes mais de cem mulheres, pois elas não contavam, por
mais numerosas que fossem, pois, eram julgadas impuras, pecadoras, adúlteras
enquanto o homem não.

Não tinha obrigações com a lei nem com as rezas diárias. Não eram aptas a
pronunciar a ação de graças à mesa, nas refeições, nem quaisquer outras
orações ou oferecer sacrifícios.

Não precisava participar das festas em Jerusalém. Não precisava rezar três
vezes ao dia como todo judeu homem. Todo judeu piedoso elevava a Deus três
vezes por dia esta prece: “Eu te bendigo, Senhor nosso Deus, porque não me
fizeste mulher”.

A mulher era obrigada a cumprir todas as proibições da lei religiosa e submetida


ao rigor da legislação civil e penal, inclusive a pena de morte (Jo 8,1-5).

A mulher sofria discriminação fisiológica, pois era considerada impura nos dias
da menstruação. Nesse período, a mulher não só ficava impura, mas tornava
impuro tudo o que tocasse. Depois do parto permanecia impura por quarenta

22
dias se a criança fosse varão e o dobro do tempo se fosse mulher. Depois de dar
à luz, tinha de oferecer em sacrifício no Templo para serem “purificadas” (Lc
2,22; Lv 12,1-8). Não era impureza moral (com um pecado), era uma espécie de
tabu.

Quando uma mulher casada perguntava alguma coisa, a resposta deveria ser o
mais breve possível. Na presença de hospedes em casa, a mulher não pode
participar do banquete. Não pode servir a comida (apenas toma parte no sábado
e no banquete da Páscoa). Isso, por que temiam que a mulher ouvisse as
conversas e não fosse discreta.

JESUS E AS MULHERES DO SEU TEMPO

Jesus inaugura uma experiência do Reino que recupera as pessoas, restituindo-


lhe sua integridade e sua dignidade.

Por atitudes, Jesus estabelece novas características à comunidade: igualdade e


participação de homens e mulheres juntos, pois o amor de Deus é para ambos.
Jesus se posicionou contrário a opressão e a marginalização da mulher bem
como dos outros excluídos (cegos, mudos, leprosos, pecadoras públicas, coxos,
paralíticos).

Ele não apenas convive, mas acolhe e promove os desprezados pela religião e
pelo governo. Jesus oferece um lugar na convivência humana, acolhe como irmã
e irmão aos que eram rotulados e relegados:

- imorais: prostitutas e pecadoras (Mt 21,31-32; Mc 2,15; Lc 7,37-50);

23
- hereges: pagãos e samaritanos (Lc 7,2-10; 17,16; Mc 7,24-30);

- marginalizados: mulheres, crianças e doentes (Mc 1,32; Mt 8,17; 19,13-15; Lc


8,2);

- colaboradores: publicanos e soldados (Lc 18,9-14; 19,1-10);

- pobres: o povo da terra e os pobres sem poder (Mt 5,3; Lc 6,20-24; Mt 1 1,25-
26).

Olhando o Evangelho encontramos muitos textos expressivos que falam da


mulher. Na atividade evangelizadora de Jesus a mulher adquire outro patamar,
muito diferente do Judaísmo e do Império Romano. Para Jesus a mulher ganha
o seu devido valor e toma seu lugar na sociedade. Dois textos nos ajudarão a
ver como Jesus recebe a mulher do seu tempo e tenta salvá-la: o caso da mulher
pecadora e da viúva:

- A Mulher Pecadora – A gratidão demonstra o perdão (Lc 7,36-50):

O texto de Lucas Lc 7,36-50, a mulher pecadora, mostra a atitude de Jesus em


relação às mulheres de seu tempo.

A mulher pecadora é recebida por Jesus que de maneira humilde suplica e confia
na misericórdia de Cristo. Aqui se confirma a fidelidade do serviço, visto a mulher
passar à frente do anfitrião (um fariseu) omisso ou que pretensiosamente
esqueceu os gestos orientais de boas vindas e cumpre, no lugar dele, os ritos de
hospitalidade.

No seu gesto de molhar os pés de Jesus com as lágrimas, secar com os cabelos,
cobri-los de beijos e os ungir com o perfume, os presentes, vêem a pecadora

24
(certamente uma prostituta bem conhecida) praticar atos de arrependimento.
Mas, dá testemunho, de Jesus, com esse seu gesto de maneira profética.
Anuncia a Morte e Ressurreição. As imagens que a narrativa nos apresenta
lembram os últimos momentos de Jesus. A dor estampada em suas lágrimas; os
cuidados do corpo nos cabelos que enxugam e o envolvem como num sudário;
os beijos com que o cobre prefiguram as mulheres que na ressurreição, lançar-
se-ão aos pés de Jesus; a unção do perfume evocando tanto o rito fúnebre de
sepultamento, quanto a difusão da boa - nova, propagado através do mundo.

Em contrapartida, a cena mostra que o fariseu somente o convida a comer com


ele. Mas, a presença de Jesus não altera o seu modo de ser: pouco observa em
Jesus; homenageia-o pouco; recebe-o mal, da boca para fora. A pecadora se
distingue pela capacidade de comunicação, mesmo sem ser convidada:
lágrimas, cabelos, perfume, beijos.

O fariseu é mesquinhez e isolamento. A mulher é o espírito do mundo


reconciliado, a fé num Deus de amor.

Conforme os evangelhos podemos constatar a atitude sempre amistosa de


Jesus para com todos, especialmente à Mulher. Muitos outros exemplos nos
evangelhos mostram o respeito, a consideração e a misericórdia de Jesus para
com as mulheres. Elas foram os primeiros não - judeus se tornarem membros do
Movimento de Jesus. Foram responsáveis pela extensão deste movimento a não
- israelitas.

O texto mostra que para Jesus as mulheres eram as suas seguidoras, como o
eram os homens. Para o Reinado de Deus, anunciado por Jesus, todos são
convidados: as mulheres e os homens, as prostitutas, os samaritanos e os
piedosos fariseus. Ninguém é excluído. A mulher tem a mesma dignidade,
categoria e direitos que o homem. Pela participação da mulher no seu grupo
Jesus rejeita as leis e costumes discriminatórios que menosprezam essa
dignidade, categoria e direitos e, arrisca o seu prestígio e a sua vida em favor da
mulher. Esta atitude de Jesus gera uma nova comunidade sobre um novo
mandamento: a igualdade, a participação de mulheres e homens juntos, pois
Deus ama a todos igualmente.

25
Jesus afirma: “Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos, e muitos que
agora são os últimos, serão os primeiros” (Mc 10,31; Mt 19,30; 20,16), aplica-se
também às mulheres e à sua situação de inferioridade nas estruturas dominadas
pelos homens, nas estruturas da sociedade patriarcal.

Fazendo a proclamação do Reino para os pobres e fracos, Jesus queria


abranger as pobres mulheres judias, e todas as outras, proclamando os direitos
dos pobres e a justiça de Deus.

Jesus tem uma proposta em relação à mulher: Ele acaba com as exigências da
família patriarcal e constitui uma nova comunidade familiar, comunidade que não
inclui os “pais” enquanto se conservassem na estrutura de uma sociedade
patriarcal. Na família cristã, marido e mulher, pais e mães, filhos e filhas, irmãos
e irmãs são essencialmente filhos de Deus, irmãos em Cristo, próximos.

Essa promoção das mulheres, é um aspecto particular do Evangelho no que tem


de mais essencial: a Boa Nova anunciada aos pobres, libertados com prioridade,
por Jesus.

Quando Jesus “salva” uma mulher, muitas vezes assim o faz como desafio
lançado à grupo dirigente. A inocência que defende, com o apoio do milagre,
contesta a legitimidade dos poderes estabelecidos, protesta contra o arbitrário
das reprovações coletivas.

- A Viúva de Naim – Deus veio visitar o seu povo (Lc 7,11-17):

Na porta de entrada da cidade de Naim encontra-se um grupo de pessoas que


vão enterrar um defunto.

A descrição do episódio é rápida: era filho único, e sua mãe era viúva” (7,12).
Jesus olhando a cena fica movido de compaixão.

26
A mulher viúva segundo o Antigo Testamento situava-se em um dos três estados
de carência total. Somente uma mulher, talvez, poderia carregar este peso de
dor e solidão. A viúva do relato era Judia e mulher: sua vida era a família e a
família agora com a perda de seu filho desaparece. O filho da viúva se foi. Esta
imagem da viúva destituída de filho é o arquétipo do infortúnio levado ao
extremo.

Diante desta imagem do nada Jesus comove-se até as entranhas, conforme diz
o texto. Em meio a tanta gente, Jesus apenas enxerga a solidão: a mãe. Entre
todas as mulheres que encontrou, esta é a mais distanciada da esperança, da fé
e da oração. E Jesus comove-se, com aquela piedade que a Cananéia implorava
em vão. Ela precisava da fé e Jesus dá a ordem: “Não chores!” E entregou o filho
que se levantou à sua mãe. Hei-la de novo, de fato mãe, e com este filho ao qual
lhe é entregue uma infinidade de bens que são a paz, o futuro, o amor, o
relacionamento, a dignidade do ser, sua perseverança e o sentido da vida. A
mãe ressuscita com o filho.

A mulher é apenas citada, mas permanece o pivô do relato, sóbrio combate em


que a fé viva supera a incredulidade do luto.

Vimos o relato de duas figuras de mulheres, emblemáticas do desespero


humano. Uma, rejeitada pela lei dos homens: a mulher pecadora, Lc 7,36-50; a
segunda, pela perda do marido e do filho: a viúva de Naim.

Estas mulheres não agem por si mesmas. O Evangelho apresenta-as em sua


solidão tormentosa, mas o tríplice destino da condenação, da enfermidade e da
morte inflama a misericórdia de Cristo.

No Novo Testamento encontramos muitos outros texto que ilustram a nova


proposta que Jesus em relação a mulher, lembramos outros:

- A Mulher Encurvada – Lc 13,10-17:

27
- A Mulher Sírio - Fenícia – Mc 7,24-30; Mt 15,21-28 :

- A filha de Jairo e a A Mulher Hemorroíssa – Mt 9,18-26; Lc 8,40-56; Mc 5,21-


43.

MINISTÉRIO DAS MULHERES

- As discípulas de Jesus:

Jesus criou um movimento novo, rompeu uma série de preconceitos culturais e


entre suas inovações está o discipulado feminino. No seu discipulado, eram
admitidas mulheres, em igualdade de condições com os homens. Jesus convive
com elas, conversa, quer em particular, quer em público, procura escutá-las. elas
participam ativamente e são beneficiadas com milagres e curas. Quebra os
preconceitos da impureza, deixa-se tocar pela hemorroíssa. Ele mesmo toca o
cadáver da filha de Jairo conforme (Mc 5,25-43).

Jesus não se esquiva de ser tachado de imoral e escandaloso, pelos fariseus,


enquanto desafia os preceitos legais e entra em casa de mulheres sozinhas,
como a de Marta e Maria (Lc 10,38-42).

Outra prática inconcebível para um rabino da época seria ter um grupo de


mulheres que abandonassem seus lares para seguí-lo, viajando com Ele (Lc 8,1-
3). Mas, a atitude de Jesus, com relação às mulheres é em muitos sentidos
inovadora, até mesmo revolucionária.

28
Para ser discípulo de Jesus precisava: chamado, seguimento, serviço, visão,
escuta e missão. As mulheres preenchem esses requisitos e se inserem nessa
missão, desde a Galiléia até Jerusalém (Mc 15,40-41).

Quando Jesus foi preso e condenado, os discípulos fogem. As mulheres


arriscaram suas próprias vidas, permaneceram ao pé da cruz, foram ao sepulcro,
creram e difundiram a ressurreição. Elas participam, portanto, de todos os fatos
e acontecimentos.

Jesus chama as mulheres: no caso do seu discipulado, há um chamado por parte


dele, isto é, o mestre toma a iniciativa, costume diferente de outros filósofos e
rabinos. Jesus rompe as discriminações e chama os “impuros”, como o publicano
Levi, zelotes, como Simeão e mulheres como Maria Madalena, Maria mãe de
Tiago e Salomé.

As mulheres com gratuidade e prontidão dão resposta e tem presença marcante


no discipulado de Jesus. As mulheres seguiam e serviam Jesus, conforme Mc
15,41. O mesmo Evangelista em 14,3-9 diz que uma mulher anônima unge a
cabeça de Jesus com perfume de nardo puro (óleo perfumado, muito caro por
causa de sua escassez). Essa era uma prática típica dos profetas, quando
ungiam os reis: sinal de que as discípulas perceberam, na convivência com
Jesus, o seu messianismo.

Essa mulher é Maria Madalena que foi a primeira a ser enviada para anunciar a
Ressurreição, foi a primeira a ser “ordenada” para o serviço da evangelização.
Portanto houve mulheres discípulas e apóstolas que exerceram seus ministérios.

Maria Madalena se destacou entre os homens e mulheres que seguiam Jesus


rompendo preconceitos, superou barreiras para chegar até Jesus ungindo-lhe os
pés. Assim, Jesus aprova esse gesto de amor e confirma “em verdade vos digo
que, onde quer que venha a ser proclamado o evangelho, a todo mundo, também
o que ela fez será contado em sua memória” (Mc 14,9). Ela que padeceu aos
pés da Cruz, foi compensada com a Boa Nova da Ressurreição e a anunciou
aos onze e a todos os outros (Lc 24,9).

29
Marta e Maria foram amigas e discípulas de Jesus, cada uma ao seu modo.

Maria é elogiada pelo próprio Cristo dizendo: “ela escolheu a melhor parte, que
não lhe será tirada” (Lc 10,42), isto é, porque ficou sentada aos pés do Senhor
escutando-lhe a Palavra (Lc 10,39). Era assim que um rabino formava os seus
discípulos, sentados aos seus pés, escutando sua palavra. Aqui Jesus aplica
essa prática a uma discípula mulher.

Marta, sua irmã, não fica para trás em termos de discipulado. Na morte de
Lázaro, ao chegar Jesus, ela corre ao seu encontro e confessa a sua fé e
aguarda a atitude de Jesus. O milagre consumado ela sai proclamando para
todos. Foi considerada diaconisa.

Marta e Maria representam a acolhida da mulher para com os seus hóspedes


onde o próprio Jesus era recebido com alegria e amizade após suas
peregrinações e exaustivas pregações.

- MARIA DE NAZARÉ, a Mulher - Quando falamos da mulher, sob o ponto de


vista bíblico, temos que falar em Maria: a mulher Maria de Nazaré. Ela viveu num
tempo e num espaço, num contexto determinado, inserida em estruturas
familiares, sociais, econômicas, políticas e religiosas.

Maria é apresentada como modelo para a mulher cristã. Vive na passagem do


Antigo e o Novo Testamento, experimenta o que quer dizer ser mulher no
judaísmo patriarcal, ao mesmo tempo em que participa e saboreia o gosto da
Boa Nova trazida por Jesus. Ela toca na vivência a nova experiência comunitária
libertadora que seu Filho inaugura, tratando as mulheres como iguais e
integrando-as no projeto salvador do Reino de Deus. Sem deixar de viver,
portanto, toda a imensa riqueza do Judaísmo e da reflexão de fé de seu povo,
Maria é portadora, de uma nova esperança e um novo modo de ser mulher.

Maria é para a mulher uma nova perspectiva de crer, de falar, de esperança e


caminhos. Ela não é apresentada como estilo de mulher alienada, passiva e
submissa, mas alguém que foi plenamente mulher de seu tempo, integrada na

30
esperança e na luta de seu povo, participando com o melhor de sua força no
projeto histórico do Reino de Deus.

Deus criou homem e mulher para a igualdade entre eles. Na pessoa de Maria de
Nazaré, Deus fez a plenitude de suas maravilhas. É na carne e na pessoa de
uma mulher que a humanidade pode ver, então, sua vocação e seu destino
levados a bom termo, a criação chegada à sua meta. Maria com seu SIM a Deus,
disse NÃO a tudo que se opunha ao plano de Deus, deixando assim, às mulheres
um exemplo de luta para essa igualdade da criação. Em Maria, as mulheres
encontram um reforço e uma ajuda na sua caminhada e na sua dura luta em
direção à igualdade e à libertação.

A Mulher na época de Jesus e hoje:

A participação da mulher na sociedade vem sofrendo profundas transformações.


A mulher está mais consciente, busca igualdade sem perder o que é próprio seu.
Hoje, mais do que nunca, a mulher vai à luta, está se encontrando como agente
social, não é mais anônima, dá opinião e age com segurança frente as mais
diversas situações. Acredita no que faz se sente importante. Não age por que
alguém está cobrando ou por modismo. Na luta pela igualdade a mulher deve
conhecer seus limites, pois não basta ser somente igual em seus direitos ou
deveres, não basta mudar a linguagem, é preciso mudar, transformar as
relações, as atitudes, a consciência, a mentalidade.

A participação da mulher na sociedade não deve ser encarada como


complemento na vida. É preciso ter equilíbrio entre o espaço “público” (trabalho)
e o espaço “privado” (o lar, a família).

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Hoje é comum, moderno, o uso da linguagem integradora, porém, isso não é
sinônimo de transformação, pois na realidade, no dia a dia a mulher se depara
com os gestos e atitudes opressivas, patriarcais, excludentes.

REFERÊNCIAS

STORNIOLO, Ivo. Como ler o Evangelho de Lucas. Os pobres constroem a nova


história. São Paulo: Paulus, 1992.

MEYERS, Carol, As raízes da restrição - As mulheres no Antigo Israel, em


Estudos Bíblicos, Petrópolis, Editora Vozes, vol.20, 1990, p.9-25.

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