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Curso Preparatório da

Certificação Profissional ANBID – CPA20

Índice Geral do Programa de Treinamento


Módulo Tema Participação %
no Exame
1 Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística de 5% a 15%

2 Produtos de Investimentos, Derivativos & Oferta Pública de 17% a 25%


de Títulos e Valores Mobiliários
3 Fundos de Investimento de 16% a 25%

4 Tributação de 5% a 10%
Órgãos de Regulação, Auto-Regulação, Fiscalização e de 10% a 20%
Participantes do Mercado
5 Compliance, Legal e Ética de 10% a 20%

6 Mensuração e Gestão de Risco e Performance de 17% a 25%

Recursos deste Programa de Treinamento

Caro treinando,
Este é o material de estudo do programa de treinamento que vai preparar você para prestar o
próximo exame de Certificação ANBID – CPA 20.
Eu sou seu professor virtual e vou aparecer muitas vezes ao longo das apostilas para ajudá-lo,
chamando sua atenção para os pontos de maior importância, sugerindo discussões, fazendo
perguntas, enfim, utilizando diversos recursos para atingirmos, juntos, nosso objetivo final: sua
aprovação no próximo exame de certificação ANBID.

Detetive
Fique de olho no seu detetive. Ele indicará pontos que caíram nos exames passados e têm grande
chance de caírem novamente no próximo exame que você estará prestando.

5 Mini-simulados
Ao término de cada apostila será aplicado um mini-simulado para testar seu conhecimento sobre
o tema específico do programa.

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Princípios Básicos de Economia,
PARTE 1 Finanças e Estatística

A Parte 1 representa
de 10% a 15% do exame

METAS DE APRENDIZADO

MA1 Princípios Básicos de Economia

MA2 Princípios Básicos de Finanças

Princípios Básicos de Estatística


MA3

MA4 Sistemas de Negociação, Liquidação e Custódia

MA5 Conceito de Benchmark e Índices de Referência

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PARTE 1 - Índice

I Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística de 10% a 15%

1. Princípios Básicos de Economia


1.1 Indicadores Econômicos (definição)
1.1.1. PIB 5
1.1.2 Índices de Inflação: IPCa e IGP-M 6
1.1.3 Taxa de Câmbio: PTAX 8
1.1.4 Taxa selic 9
1.1.5 Taxa DI 9
1.1.6 TR – Taxa Referencial 10
1.2 Política Monetária
1.2.1 Metas de Inflação 11
1.2.2. Instrumentos de Política Monetária: conceitos e impactos no mercado 12
a. Open Market 12
b. Redesconto 12
c. Depósito Compulsório 12
1.2.3 COPOM – Comitê de Política Monetária:conceito e impactos das decisões 14
1.2.4 Relação entre juros e atividade econômica 15
1.3 Política Fiscal: necessidade de financiamento do setor público; implicações sobre a dívida 16
pública.
1.4 Política Cambial: dívida pública indexada ao câmbio; cupom cambial; reservas 17
internacionais; regimes de taxa de câmbio. Relações e conceitos
1.5 Contas externas (conceitos): balança comercial, transações correntes, conta de capital. 19
2. Conceitos Básicos de Finanças
2.1 Taxa de juros nominal e Taxa de juros real: relação entre elas e o conceito de indexador 21
2.2 Capitalização simples versus capitalização composta: conceito, desconto, equivalência e 22
proporcionalidade
2.5 Fluxo de Pagamentos. Relações e conceitos
2.5.1. Valor presente, valor futuro e taxa de desconto 24
2.5.2. Fluxo de Caixa: cupom e amortizações 24
2.5.3. Zero Cupom 25
2.5.4. Prazo médio e Maturity 25
2.5.5. Taxa Interna de Retorno (TIR) 26
2.6 Custo de Oportunidade. Conceito 28
2.7 Taxa Livre de Risco. Conceito 28
2.8 Custo médio ponderado de capital
2.8.1. Conceito 29
2.8.2. Alavancagem financeira: custos de captação (dívidas e/ou capital) 31
2.9 Retorno Histórico e Retorno Esperado: de um ativo e de uma carteira 32

(Continua)

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PARTE 1 - Índice (continuação)

3. Princípios Básicos de Estatística


3.1 Medidas de Posição: média, mediana, moda 34
3.2 Medidas de Dispersão: variância, desvio padrão 36
3.3 Distribuição normal: relação entre a média e desvio-padrão (1 e 2 desvios- 40
padrão) e a probabilidade de ocorrência dos eventos
3.4 Intervalo de Confiança e Nível de confiança 41
3.5 Coeficiente de Correlação 42
3.6 Coeficiente de Determinação (R2) 44
4. Negociação, Liquidação e Custódia
4.1 SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Conceito, funções, 46
benefícios para o investidor e principais títulos custodiados: LFT, LTN, NTN-
B, NTN-C, NTN-D e NTN-F
4.2 CETIP Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos. Conceito, 47
funções, benefícios para o investidor e principais títulos custodiados: CDB,
Swap, debêntures e letras hipotecárias.
4.3 Câmaras de Liquidação e Custódia: definição de Clearing, funções e 48
benefícios para o investidor
5. Conceito e Finalidade de Benchmarks e Índices de Referência 50

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1. Princípios Básicos de Economia
MA1
1.1. Indicadores Econômicos

1.1.1. PIB - Produto Interno Bruto

O que é?

Produto Interno Bruto, é o conjunto da produção final de bens e serviços realizada


em território nacional independente da nacionalidade dos agentes
econômicos, num determinado período de tempo (por exemplo, 1 ano civil).

Desta forma, a produção realizada pela General Motors (Multinacional Americana)


no Brasil, faz parte do PIB Brasileiro. Por outro lado, toda riqueza gerada pela
Petrobrás, multinacional brasileira, será considerado PIB do país onde estará sendo
gerada esta riqueza.

Guia sobre o PIB:

É a melhor medida do desempenho econômico de uma economia. Em termos mais


precisos, PIB é igual é a renda total de todas as pessoas na economia ou a
despesa total da economia na produção de bens e serviços.

Algumas regras para cálculo do PIB:

O valor dos bens intermediários não é computado no cálculo do PIB, visto que está
incluído dentro do valor dos bens finais.
Com o objetivo de computar o valor dos bens e serviços finais, soma-se o valor
adicionado em cada etapa de produção.

Tome por exemplo a fabricação de um carro: em relação à montadora de veículos


será considerado apenas o que ela adicionou para sua fabricação, caso contrário o
aço, por exemplo, seria considerado duas vezes para efeito de PIB.

Economia informal: o PIB exclui os valores das mercadorias produzidas e


vendidas nesta economia. Exemplo: emprego doméstico sem carteira, comércio de
drogas, etc.

PIB Nominal: é o valor dos bens e serviços medidos a preços correntes de


mercado.

PIB Real: é o valor dos bens serviços medidos a preços constantes.Faça uma
analogia com seu salário : Seu salário anual nominal será a soma algébrica dos 12
meses do ano. Suponha R$ 1.000,00 x 12 = R$ 12.000,00.

Todavia este valor final de R$ 12.000,00 não é o valor Real de seus rendimentos
se levarmos em conta a inflação.
Imagine agora que a inflação média no ano foi de 5%. Logo seu salário real será :
R$ 12.000,00 menos 5% = R$ 11.400,00
O mesmo ocorrerá quanto quisermos saber o PIB real. Devemos deflacionar
(descontar a inflação) do período que estará sendo analisado.

Deflator do PIB: É o índice de preços oficial utilizado para se descontar a inflação


do PIB nominal (Exemplo : Dólar, IGP-M, IPCA, etc.)

PIB Produto Interno Bruto

ƒ Produção total de bens e serviços de um país durante o ano, independente da


nacionalidade dos agentes.
ƒ Conceito de Valor Agregado.
ƒ Seu cálculo pode ser feito por três óticas diferentes: produção, renda, e dispêndio.
ƒ É valorizado a preços de mercado.

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ƒ Componentes do PIB
Consumo(C )
Investimento (I )
Componentes do Despesa do Governo (G)
PIB Exportações Líquidas (NX)
ƒ PIB = C + I + G + NX

ƒ Consumo: refere-se a todos os bens e serviços comprados pelas famílias e divide-se


em três subcategorias: bens não-duráveis, bens duráveis e serviços.

ƒ Investimento: consiste nos bens adquiridos para uso futuro. Essa categoria divide-
se em duas subcategorias: investimento fixo das empresas (formação bruta de capital
fixo) e variação de estoques.

ƒ Despesa do Governo: são os bens ou serviços adquiridos pelos governo federal,


estadual ou municipal.

ƒ Exportações Líquidas: na verdade é a diferença entre exportações e importações.

Para que serve o PIB?


A evolução do PIB é a medida que sinaliza o crescimento ou não da economia. Em fase de crescimento o
consumo aumenta; na recessão o consumo diminui.

1.1.2 – Índices de Inflação

1.1.2.1 - IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Qual sua finalidade?


O IPCA é um índice utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos
objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação, adotado a partir de julho de
1999, para o balizamento da política monetária.

Público Alvo de Análise


A população-objetivo do IPCA é referente a famílias com rendimento mensais de 1 a 40
O IPCA é o índice salários mínimos.
utilizado pelo
COPOM para o Abrangência Geográfica
acompanhamento As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São
dos objetivos Paulo, Brasília, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Goiânia.
estabelecidos no
sistema de metas de
Quem calcula?
inflação.
É calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criado em 1980.

Variáveis investigadas
Os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista.
A Pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços,
domicílios e concessionárias de serviços públicos.

Metodologia
Os índices são calculados para cada região, através do cálculo da média aritmética
simples de preços do produto que, comparadas em dois meses consecutivos, resultam no
relativo das médias. A variável de ponderação do IPCA é o rendimento total urbano
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD/96).

Periodicidade
Mensal, o período de coleta do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de
referência.

Divulgação
Aproximadamente 8 (oito) dias úteis após o término da coleta.

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1.2.2.2 -IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado

Qual sua finalidade?


É o índice mais utilizado para a correção de contratos de aluguel e como
indexador de algumas tarifas como energia elétrica.

Público Alvo da Análise


Indicador com ampla cobertura que, além de refletir a evolução de preços de
atividades produtivas, também representam o movimento das operações de
comercialização no atacado, no varejo e na construção civil.

Composição
É composto pela média ponderada do IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%).
(veja ilustração no final desta página)

Quem calcula?
Ibre - Instituto Brasileiro de Economia da FGV - Fundação Getulio Vargas

Metodologia
Os pesos convencionados, representam a importância relativa de cada um desses
índices no cômputo da despesa interna bruta.

Periodicidade
Do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência.

Divulgação
Divulgado no último dia útil do mês de referência.

ƒ O IGP-M corrige a NTN-C Nota Tesouro Nacional série C


INCC
10%
ƒ É benchmark dos Fundos IGP-M e alguns Fundos Multi-índice
ƒ Composto por IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%)
IPC
ƒ Calculado e divulgado pela FGV Fundação Getúlio Vargas IPA
30%
60%

IPC – Índice de Preços


ao Consumidor
Medir o movimento médio
de preços, mensal, de
determinado conjunto de
bens e serviços no INCC – Índice Nacional de
mercado varejista, de Custo da Construção
abrangência Nacional, Mede o ritmo evolutivo dos
com pesquisa de preços preços dos materiais de
realizada nos principais construção, serviços e mão-
centros consumidores do de-obra, relativos a
país: Belém, Belo construção civil. Sua IPA - Índice de Preços
Horizonte, Brasília, abrangência é Nacional, por Atacado
Curitiba, Florianópolis, com pesquisa de preços Mede o movimento médio
Fortaleza, Goiânia, Porto realizada em doze capitais: no atacado de preços em
Alegre, Recife, Rio de Belém, Belo Horizonte, todas as capitais brasileiras.
Janeiro, Salvador e São Brasília, Curitiba,
Paulo, pesquisando Florianópolis, Fortaleza,
famílias com renda de 1 a Goiânia, Porto Alegre,
33 salários mínimos. Recife, Rio de Janeiro,
Salvador e São Paulo.

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1.1.3 Taxa de Câmbio - PTAX

A taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira expresso em moeda local. Para


comprar ou vender dólares, é preciso gastar um montante em reais. A maior ou
menor escassez de dólares no mercado determina a taxa de câmbio.

No caso de moedas de livre curso internacional, seus preços são determinados em


boa medida pela relação entre oferta e procura no mercado global. Assim, o valor
do dólar em relação ao euro ou ao iene reflete movimentos de oferta e procura em
PTAX escala internacional e não apenas a procura por ienes ou euros nos mercados norte-
A taxa média ponderada americanos.
das negociações da moeda
estrangeira no decorrer de No caso brasileiro o Banco Central divulga a Taxa PTAX como a cotação oficial das
um dia. moedas estrangeiras em relação ao Real.

O PTAX é a informação oficial sobre a cotação das moedas estrangeiras no Brasil.


No Sisbacen, que é o sistema através do qual todas as instituições financeiras se
comunicam com o Banco Central, é possível consultar o Ptax de todas as moedas.

Como o dólar é a moeda mais negociada no país, quando se fala em PTAX , o termo
Utilização da Taxa PTAX
é logo associado à moeda norte-americana. O PTAX é a cotação oficial da moeda e é
Ela é utilizada para corrigir
definido através da média ponderada das negociações do dólar - no caso da moeda
os títulos federais,
norte-americana - no decorrer do dia.
contratos de swap e
futuros.
Digamos que, num determinado dia, é fechado um negócio entre duas instituições
no valor de US$ 10 milhões a cotação de R$ 1,90. Logo depois, é fechado outro
negócio de US$ 20 milhões a R$ 2,00. PTAX e a média ponderada dos dois negócios,
no caso R$ 1,9666. Acompanhe o cálculo:

(US$10milhõesxR$1,90) + (US$20milhõesxR$2)
Ptax = = R$1,9666
US$10milhões + US$20milhões

Esse cálculo é feito levando em conta as várias operações efetuadas durante o dia.

O Banco Central divulga PTAX parciais, em intervalos de meia hora e, depois,


divulga a PTAX do dia. São levadas em conta as operações com liquidação em dois
dias, que é o prazo padrão do mercado.

O PTAX serve com parâmetro em várias situações. Por exemplo, um título indexado
ao dólar paga a variação do dólar mais uma remuneração. Essa variação do dólar é
medida pela variação do Ptax contado a partir do dia da compra do papel até o PTAX
do dia da venda ou sua liquidação.

Importante salientar que o PTAX que serve de parâmetro para liquidar as operações
de swap, futuros, papéis do governo que vençam hoje, é a taxa que reflete as
operações de câmbio que ocorreram em D-1.

Suponhamos que a taxa PTAX de hoje seja R$ 1,9666 como no nosso exemplo
anterior, mas que ao se iniciar as operações de hoje no mercado spot, o dólar
apresentou forte alta, indicando que a nova PTAX referente às operações de hoje
ficará em torno de R$ 2,1557, por exemplo.

Neste caso, ninguém, em sã consciência, venderia um ativo que sabemos vale


R$ 2,1557 por R$ 1,9666 apenas por que o Bacen publica a taxa PTAX baseada nas
operações de D-1. O mercado ajusta no cupom de juros esta distorção.

Taxa PTAX
ƒ É a informação oficial sobre a cotação das moedas estrangeiras no Brasil.
ƒ É utilizada também para corrigir os títulos federais indexados a taxa cambial,como
por exemplo a NTN-D, contratos de swap e futuros.

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1.1.4 Taxa SELIC

Taxa SELIC – Meta

O Comitê de Política Monetária (Copom) estabelece a meta para a taxa Selic,


tomando como base a previsão de inflação ajustada para o exercício. E tem a
prerrogativa de fixar um viés de taxa de juros (de elevação ou de redução), que
autoriza o presidente do BC a alterar a meta para a Selic na direção do viés, sempre
que alguma mudança significativa na conjuntura econômica for esperada.

Taxa SELIC – Over


Também conhecida como taxa overnight do Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (SELIC), expressa na forma anual, base 252 dias úteis, é a taxa média
ponderada pelo volume das operações de financiamento por um dia, lastreadas em
títulos públicos federais e realizadas no sistema SELIC.

ƒ Taxa Selic Over - Taxa média das operações realizadas entre 2 instituições financeiras,
prazo de 1 dia, com lastro em títulos públicos federais;
ƒ COPOM divulga periodicamente a meta da taxa SELIC a ser praticada pelo mercado;
ƒ Corrige a LFT – Letra Financeira do Tesouro;
ƒ Calculada e divulgada diariamente pela SELIC – Serviço Especial de Liquidação e Custódia.

1.1.5 Taxa DI – Depósito Interfinanceiro


Taxa média ponderada das operações realizadas entre instituições financeiras pelo
prazo de um dia, com lastro em emissão do CDI – Certificado de Depósito
Interfinanceiro, que é um título privado.
Antes do SPB essas operações eram liquidadas via sistema de compensação de
títulos e documentos e seu valor operado só afetaria a conta de reserva bancária
em D+1.
Após a implementação do SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro, essas
operações são liquidadas em reserva através da CETIP, que é o órgão responsável
por apurar e divulgar essa taxa diariamente.
São excluídas da média apurada eventuais operações que tenham sido realizadas
entre instituições do mesmo grupo.
A partir de 01/01/1998 a taxa é divulgada em % ao ano, considerando ano base
de 252 dias úteis.

Taxa CDI CETIP


ƒ Taxa média das operações realizadas entre 2 instituições financeiras, prazo de 1 dia,
lastro em títulos privados;
ƒ Utilizada para corrigir operações de taxas pós-fixadas, como CDBs, por exemplo;
ƒ Benchmark dos Fundos Renda Fixa – DI;
ƒ Corrige os CDBs de taxa pós-fixada;
ƒ Calculada e divulgada diariamente pela CETIP – Central de Custódia e Liquidação.

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1.1.6 TR – Taxa Referencial de Juros

Foi criada com a intenção de ser uma taxa básica que daria referência para o mercado
a respeito de quais deveriam ser os juros praticados naquele mês.

O seu cálculo se baseia em uma média mensal ponderada da taxa prefixada dos CDB
de 30 instituições financeiras, excluindo-se sempre as duas de maior e menor taxa.

Para cada dia do mês - dia de referência, o Banco Central deve calcular e divulgar a
TBF - Taxa Básica Financeira, para o período de um mês, com início no próprio dia
de referência e término no dia correspondente ao dia de referência no mês seguinte.

Para cada TBF obtida, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplicação de um
redutor "R". A taxa calculada considera o número de dias úteis do período de
referência em relação ao ano de 252 úteis. Atualmente, o cálculo da TR tem como
base o seguinte:

TR = 100 X { [ ( 1 + TBF / 100 ) / R ] - 1 }

R = ( a + b X TBF / 100 )

O valor de a é 1,005 e o valor de b é determinado de acordo com uma tabela


específica em função da meta estabelecida para a taxa SELIC, em termos percentuais
ao ano, pelo BC.

Este método de cálculo tem o objetivo de reduzir a instabilidade da TR pela variação


dos dias úteis do mês e tornar transparente seu cálculo, minimizando as flutuações na
remuneração entre a caderneta de poupança e os depósitos a prazo (CDB/RDB).

TR – Taxa Referencial
ƒ Seu cálculo deriva da TBF – Taxa Básica Financeira, que é a taxa média paga pelos 30 maiores
bancos na captação de recursos através de CDBs;
ƒ É calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central do Brasil;
ƒ É utilizada para corrigir os depósitos em Poupança antes do crédito dos juros de 0,5% ao mês.

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1.2 Política Monetária

1.2.1 Metas de Inflação

A principal característica desse regime é o compromisso do Banco Central em ter como


objetivo prioritário a manutenção da taxa de inflação em torno de determinado nível.
O termo “prioritário” é extremamente relevante nesse contexto, pois implica que o
Banco Central não perseguirá outras metas, como manutenção da taxa de câmbio em
determinado nível ou garantir o crescimento econômico.

O Banco Central tem por objetivo manter a inflação em um patamar preestabelecido.


Para tanto é necessário:

a) que exista um mecanismo de transmissão (depósito compulsório bancário, venda de


títulos públicos, etc.) que permita que a política monetária influencie a inflação;
b) que o Banco Central conheça o mecanismo de transmissão, acima descrito, e
disponha de instrumentos necessários.

Índice de Inflação É claro que o objetivo final de qualquer política econômica num sentido mais amplo é
Todo índice de melhorar o bem-estar da população que, necessariamente, requer crescimento da
inflação mostra o economia. Não há contradição, entretanto, em dizer que o Banco Central não deve se
comportamento médio comprometer com taxas de crescimento.
dos preços nos vários
setores da economia. O desafio essencial das políticas de estabilização é evitar o processo inflacionário, ou
seja, essa alta generalizada e persistente de preços que afeta o próprio funcionamento
da economia, pois torna ainda mais incertos os resultados das atividades produtivas e
das operações financeiras.

Particularidades do Regime de Metas de Inflação no Brasil

No Brasil, a meta para a inflação foi definida em termos da variação do Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE. O IPCA, como o nome indica é um
índice de preços ao consumidor, em oposição a outros índices, como de atacado ou
gerais.

A escolha de um índice ao consumidor é freqüente na maioria dos regimes de metas


para a inflação e a principal justificativa para a sua escolha é o fato da inflação ao
consumidor ser a mais adequada para, dada uma evolução de salários nominais,
avaliar o poder aquisitivo da população.

Dentre os índices ao consumidor, o IPCA foi escolhido por ser, à época da implantação
do regime de metas, dentre os dois índices com cobertura nacional que inclui em sua
amostra, domicílios com renda entre 1 e 40 salários mínimos.

No nosso sistema, o Banco Central dispõe de autonomia operacional, isto é, ele tem
liberdade para fixar a taxa SELIC e utilizar outros instrumentos de política monetária
como lhe convier para atingir a meta. A definição da meta, entretanto, não é decisão do
Banco Central, mas do Conselho Monetário Nacional.

A avaliação do Banco Central é feita ao final de cada ano. Considera-se que a meta foi
atingida caso a inflação observada ao final do ano se situe dentro do intervalo de
tolerância previamente estabelecido.
Caso não consiga cumprir a meta, o Presidente do Banco Central deve escrever uma
carta aberta justificando os motivos que levaram a isso, quais as medidas de política
monetária serão tomadas e em quanto tempo se espera que a inflação retorne à meta.

Programa de Metas de Inflação


ƒ A definição das metas inflacionárias é de competência do Conselho Monetário Nacional;
ƒ Cabe ao Banco Central do Brasil procurar cumpri-las;
ƒ O IPCA é o índice escolhido pelo governo para medir a meta oficial de inflação.

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1.2.2 Instrumentos de Política Monetária

A Política Monetária representa a atuação das autoridades monetárias por meio de


instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global
do sistema econômico.

Os principais instrumentos de Política Monetária utilizados pelo governo são:


ƒ Open Market
ƒ Redesconto
ƒ Depósito Compulsório

Open Market

O mercado aberto funciona com base numa rede nacional de negociadores de títulos
federais. Semanalmente, o Tesouro Nacional emite títulos, cujo montante, é leiloado
pelo Banco Central do Brasil às instituições financeiras participantes do sistema
financeiro nacional.

O mercado aberto permite ao Banco Central:


a) adequar continuamente o volume dos meios de pagamento às necessidades da
economia, atuando no curto prazo com títulos de efeito quase-moeda;
b) Regular a taxa de juros praticada pelos agentes econômicos.

Redesconto

É uma concessão de assistência financeira do Banco Central do Brasil a instituições do


Sistema Financeiro Nacional na forma de empréstimos de liquidez destinados a atender
eventuais problemas de liquidez, de natureza circunstancial e de curto prazo.

O mercado interbancário pode realizar operações para suprir suas necessidades normais
através do CDI – Certificado de Depósito Bancário. A utilização do redesconto da
autoridade monetária se restringe aos casos mais graves ou a valores que o sistema
não pode auto-financiar.
O redesconto tem um caráter punitivo já que opera com taxa de juros mais altas que as
praticadas pelo mercado.

Os efeitos do redesconto se fazem sentir no médio prazo já que os bancos que estão
utilizando essa assistência financeira procuram reformular suas posições em busca do
equilíbrio na liquidez.

Depósito Compulsório

Trata-se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual sobre


seus depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política estabelecida pelo Banco
Central do Brasil.
O recolhimento é feito em moeda ou em títulos federais da dívida pública.
A política de reservas compulsórias afeta indistintamente todos os bancos e reflete
diretamente na quantidade de dinheiro que cada banco pode ofertar ao mercado via
operações de crédito. É considerado um instrumento de política monetária de longo
prazo.

Efeito no Instrumento Finalidade


mercado
Curto prazo Open Market Controle diário da liquidez do sistema financeiro
Médio prazo Redesconto Empréstimos de liquidez
Longo prazo Reserva Compulsória Conter a expansão do crédito

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O que nós vamos verificar agora é que, dependendo da política adotada pelo governo, o
instrumento pode gerar oferta ou escassez de liquidez na economia.
Vamos então aprender o impacto desses instrumentos no mercado. Acompanhe.

Uma Política Monetária Restritiva

Engloba um conjunto de medidas que tendem a reduzir o crescimento da quantidade de


moeda e a encarecer os empréstimos bancário, tendo como principais Instrumentos:

ƒ Recolhimento compulsório: Esse instrumento é ativo, pois atua diretamente sobre o


nível de reservas bancárias. Quando o governo eleva o percentual exigido de reserva
compulsória ele reduz o efeito multiplicador e, conseqüentemente, a liquidez da
economia.

ƒ Assistência financeira de liquidez: o Banco Central empresta dinheiro aos


bancos comerciais sob determinado prazo e taxa de pagamento. Quando
esse prazo é reduzido e a taxa de juros do empréstimo é aumentada, a taxa de juros da
própria economia aumenta, causando uma diminuição na liquidez.

ƒ Venda de títulos públicos: quando o Banco Central vende títulos públicos ele retira
moeda da economia que é trocada pelos títulos. Desta forma há uma contração dos
meios de pagamento e da liquidez da economia.

Uma política Monetária Expansiva

É formada por medidas que tendem a acelerar a quantidade de moeda e a baratear os


empréstimos (baixar as taxas de juros). Incidirá positivamente sobre a demanda
agregada e tem como principais instrumentos:

ƒ Diminuição do recolhimento compulsório: o Banco Central diminui os valores que toma


em custódia dos bancos comerciais possibilitando um aumento do efeito multiplicador e
da liquidez da economia como um todo.

ƒ Assistência financeira de liquidez: o Banco Central, ao emprestar dinheiro aos bancos


comerciais, aumenta o prazo do pagamento e diminui a taxa de juros. Essas medidas
ajudam a diminuir a taxa de juros da economia, e a aumentar a liquidez.

ƒ Compra de títulos públicos: quando o Banco Central compra títulos públicos há uma
expansão dos meios de pagamento que é a moeda dada em troca dos títulos. Com isso,
ocorre uma redução na taxa de juros e um aumento da liquidez.

Política Monetária Restritiva Efeito na Taxa


de Juros
Open Market BACEN vende títulos públicos - retira dinheiro -
contração dos meios de pagamento e da liquidez
da economia
Redesconto Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo
elevada - causa redução na liquidez do sistema.
Compulsório O governo eleva o percentual exigido de reserva
compulsória - reduz o efeito multiplicador e,
conseqüentemente, a liquidez da economia.
Política Monetária Expansiva Efeito na Taxa
de Juros
Open Market BACEN compra títulos públicos - coloca dinheiro -
expansão dos meios de pagamento e da liquidez
da economia
Redesconto Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo
reduzida – efeito positivo na liquidez do sistema.
Compulsório O governo reduz o percentual exigido de reserva
compulsória - aumenta o efeito multiplicador e,
conseqüentemente, a liquidez da economia.

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1.2.3 COPOM Comitê de Política Monetária

O COPOM foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as


diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

COPOM A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao


Estabelece as diretrizes da processo decisório. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetárias em
Política Monetária e define todo o mundo adota uma prática semelhante, facilitando o processo decisório, a
a taxa de juros básica da transparência e a comunicação com o público em geral.
economia.
Desde 1996, o Regulamento do COPOM sofreu uma série de alterações no que se
refere ao seu objetivo, periodicidade das reuniões, composição, e atribuições e
competências de seus integrantes. Essas alterações visaram não apenas
aperfeiçoar o processo decisório no âmbito do Comitê, como também refletiram as
mudanças de regime monetário.

Formalmente, os objetivos do COPOM são:


ƒ Estabelecer diretrizes de política monetária,
ƒ Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés,
ƒ Analisar o Relatório de Inflação.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a taxa SELIC (taxa
média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre
Taxa SELIC
reuniões ordinárias do Comitê.
Uma das funções do
COPOM é determinar a
Se for o caso, o COPOM também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao
meta da taxa SELIC que
Presidente do Banco Central para alterar a meta para a taxa SELIC a qualquer
mede a taxa média dos
momento entre as reuniões ordinárias.
financiamentos diários
realizados no mercado
O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do
interfinanceiro com lastro
Brasil:
em títulos públicos
ƒ o presidente, que tem o voto de qualidade;
federais.
e os diretores de:
ƒ Política Monetária,
ƒ Política Econômica,
ƒ Estudos Especiais,
ƒ Assuntos Internacionais,
ƒ Normas e Organização do Sistema Financeiro,
ƒ Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e
ƒ Administração.
Também participam do primeiro dia da reunião os chefes de Departamentos do
Banco Central.

COPOM – Comitê de Política Monetária


ƒ Composto pela Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil;
ƒ Define a meta da taxa SELIC e seu eventual viés;
ƒ Estabelece as diretrizes da Política Monetária.

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1.2.4 Relação entre juros e atividade econômica

A política monetária objetiva primordialmente a expansão econômica, o pleno


emprego, o controle da inflação e o equilíbrio da balança de pagamentos.

A taxa de juros básica da economia é definida pelo Banco Central do Brasil


através de decisões do Comitê de Política Monetária – COPOM. A partir da taxa
básica é definida a estrutura de juros da economia em termos de prazo e dos
tomadores de crédito – empresas e indivíduos.

Essa taxa de juros básica, portanto, estabelece o custo que irá financiar o setor
produtivo, determinando um maior ou menor desenvolvimento econômico em
função de seu nível.

Taxa de Juros menores desestimulam o investimento especulativo, favorecem o


desenvolvimento econômico, aumentam geração de emprego, incrementa o
poder de compra da população.

Taxa de juros muito elevada, por sua vez, estimula o investimento especulativo,
inibe o desenvolvimento econômico e compromete a oferta de emprego.

Instrumentos de Metas Metas Metas Finais


Política Operacionais Intermediárias de Política
Recolhimentos Taxa de juros Taxa de Juros de Inflação
Compulsórios de curto prazo longo prazo
Nível de Atividade Econômica
Redesconto de
Liquidez Reservas Agregados Taxa de Desemprego
agregadas monetários
Operações de Estabilidade do Sistema
Mercado Aberto Financeiro

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1.3 - Política Fiscal

Política Fiscal é a administração e adequação das receitas (tributos) e dos gastos


do governo para regular a atividade econômica. Ela é usada para neutralizar as
tendências à recessão e à inflação.

Receitas Política Fiscal expansiva


ƒ Tributos
ƒ Taxas É usada quando há uma insuficiência de demanda agregada em relação à
ƒ Contribuições Sociais produção de pleno - emprego. Isto acarretaria o chamado "hiato deflacionário“,
onde estoques excessivos se formariam, levando empresas a reduzir a produção
Despesas e seus quadros de funcionários, aumentando o desemprego. As medidas nesse
ƒ Pagamento de Pessoal caso seriam:
ƒ Custeio ƒ Aumento dos gastos públicos;
ƒ Juros
ƒ Investimentos ƒ Diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e
investimentos;
Déficit é coberto por ƒ Estímulos às exportações, elevando a demanda externa dos produtos;
colocação de títulos de
dívida pública. ƒ Tarifas e barreiras às importações, beneficiando a produção nacional.

Política Fiscal restritiva

É usada quando a demanda agregada supera a capacidade produtiva da


economia, no chamado "hiato inflacionário", onde os estoques desaparecem e os
preços sobem. As medidas seriam:
ƒ Diminuição dos gastos públicos;
ƒ Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando esses
gastos;
ƒ Elevação das importações, por meio da redução de tarifas e barreiras.

Financiamento do Setor Público x Dívida Pública


Quando o governo gasta mais do que arrecada, provocando um déficit, ele deve
lançar títulos da dívida pública, vendê-los no mercado e com o dinheiro
arrecadado fechar a diferença.
Para convencer o público a comprar um título de dívida, o emissor (o governo)
paga juros e assume a obrigação de devolver o dinheiro emprestado na data do
vencimento. Se nesse momento o governo ainda não tiver um fluxo positivo de
recursos via arrecadação de impostos, por exemplo, terá de apelar outra vez para
a emissão de mais títulos, pois apresentará novamente um déficit em suas
contas.
O nível da taxa de juros exigida pelo mercado e o prazo do vencimento dos
títulos emitidos dependerá da credibilidade do governo junto ao público
investidor:
ƒ Se o nível de confiança está elevado, a taxa de juros cai e o prazo dos títulos se
alonga;
ƒ Se o nível de confiança está baixo, a taxa de juros sobe e o prazo dos títulos
ficam mais curtos.
É interessante notar que as despesas dos juros são tão relevantes que as
informações sobre o déficit público aparecem em dois conceitos:
ƒ O déficit primário que não inclui as despesas com juros;
ƒ O déficit operacional ou nominal que considera as despesas com juros.
A conclusão é que a existência de déficits sucessivos leva ao aumento da dívida
interna. Os juros que ela implica podem ser o fator decisivo para um novo déficit,
uma dívida maior ainda e assim por diante.

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Nosso próximo assunto é Política Cambial.
Numa economia aberta ao exterior, um novo ativo monetário entre em cena no mercado: a
moeda estrangeira. A incorporação das transações com moeda estrangeira na análise do
mercado monetário altera o seu funcionamento e o impacto na política monetária.

O ponto de partida para examinar a relação entre a moeda doméstica e a estrangeira deve ser o
mercado de câmbio, que é o local onde estes dois ativos são trocados.

As operações ali realizadas refletem a oferta e a demanda de cada uma das moedas. O preço da
mercadoria nele negociada é a taxa de câmbio.

Vamos conhecer um pouco mais sobre esse mercado. Acompanhe.

1.4 - Política Cambial


1.4.1 – Regime Cambial

Vamos primeiro revisar os três regimes cambiais que tivemos recentemente :

Regime de Câmbio Fixo


ƒ A fixação da taxa de câmbio é responsabilidade das autoridades monetárias - e não do mercado;
ƒ O Banco Central precisa dispor de reservas internacionais para intervir no mercado de câmbio e com isso
garantir a manutenção da paridade fixa.
ƒEla visa principalmente o controle de preços e inflação, barateando a entrada de produtos importador para
fazer concorrência aos nacionais ou até mesmo suprir demandas eventuais.

Regime de Câmbio Flutuante


ƒ A taxa de câmbio é determinada, exclusivamente, através da operação das forças de mercado.
ƒEste regime visa basicamente o equilíbrio das contas externas, onde o mercado, baseado nas necessidade ou
excesso de divisas do país, é quem determina o nível adequado da taxa de câmbio.
ƒConhecido por trazer um nível maior de volatilidade à taxa de câmbio utilizada nas transações
internacionais.

Regime de Flutuação “Suja”

No Memorando de Política Econômica enviado ao Fundo Monetário Internacional em 1999 o Banco Central
justifica eventuais intervenções no mercado para manter o câmbio próximo a um nível considerado de
equilíbrio.

O estabelecimento, em julho de 1999, da política de metas inflacionárias, juntamente com a avaliação, pelo
Banco Central, de que variações na taxa de câmbio constituem um fator importante na determinação da
inflação esperada, ampliou o leque de justificativas para intervenções no mercado de câmbio, a partir de
determinadas cotações, não explicitadas pelo governo.

Dessa forma, pode-se considerar a política cambial brasileira instaurada em 1999 situando-se entre um
Regime de Flutuação “suja” e um Regime de Câmbio Flutuante.

Dívida Pública Indexada ao Câmbio

Como sabemos, o governo utiliza a emissão de títulos federais para captar recursos visando “fechar” seu
orçamento. Dessa forma, ele emite títulos de dívida e vende esses títulos no mercado para captar os recursos
financeiros que necessita.

Para satisfazer a necessidade de hedge cambial demandada pelo mercado, o governo emite títulos de dívida
corrigidas pela variação da taxa de câmbio do real (R$) frente ao dólar norte-americano – a NTN-D – Nota do
Tesouro Nacional série D.

Então, parte da dívida interna do governo, representada por todas as obrigações de dívida em Reais (R$), é
corrigida pela variação cambial. Maior ou menor quantidade desse tipo de operação na composição da dívida
interna reflete o nível de confiança do público no governo, demonstrando maior ou menor busca por
operações de hedge cambial.

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1.4.2 Cupom Cambial
Custo do Como a rentabilidade esperada de um título deve refletir a taxa básica de juros da
Dinheiro economia - que podemos denominar como sendo o custo do dinheiro – haverá um
componente no preço desse título que, em conjunto com o índice de correção cambial,
(taxa SELIC) alcance um fluxo equivalente ao do custo do dinheiro.

= Esse componente adicional ao índice de correção é determinado por uma taxa de juros
e é denominado de CUPOM.

Variação O mercado define essa taxa de juros (cupom cambial) em função da expectativa da
Cambial variação da taxa de câmbio para que, no conjunto, obtenha um retorno esperado
Esperada equivalente ao custo do dinheiro.
Cupom
Cambial
Custo do Dinheiro (Selic)
Cupom =
Variação Cambial Esperada

Taxa de câmbio: relações de causa e efeito

A variação cambial é causa ou efeito da inflação? Quais as relações entre a variação no


valor da moeda estrangeira frente à moeda nacional e a variação nos preços do país?

A taxa de câmbio reflete uma rede de relações de causa e efeito por vezes difícil de
ordenar.

Quando a taxa de câmbio sofre uma desvalorização (ou seja, a moeda estrangeira fica
mais cara), todos os produtos importados ficam mais caros em reais. É uma pressão de
custos que, transferida aos preços dos bens e serviços que usam esses insumos
importados, causa inflação.

Por outro lado, se o objetivo da política econômica é preservar a estabilidade da taxa real
de câmbio, qualquer elevação da inflação pode gerar uma depreciação nominal da taxa
cambial.

Sendo assim, no curto prazo, variações da taxa de câmbio por qualquer razão, tendem a
ser vistas como a causa da inflação. No longo prazo, entretanto, o nível da inflação -
determinada aqui pela qualidade das políticas monetária e fiscal - torna-se o fator
determinante da taxa de câmbio, ou o preço do dólar, uma vez que a taxa de câmbio real
(ou efetiva) costuma apresentar uma tendência à estabilidade ao longo do tempo.

Reservas Internacionais

Quando um país não consegue cobrir o déficit em transações correntes do Balanço de


Pagamentos com a entrada de capitais (empréstimos e financiamentos, investimentos
diretos, etc.), ele geralmente recorre às suas reservas para realizar esse equilíbrio.

A pergunta natural é saber de onde vêm tais reservas.


Normalmente, elas têm origem em superávits do Balanço de Pagamentos obtidos em anos
anteriores. Esse saldo positivo é canalizado para um piscinão denominado “reservas”. É
como se uma grande barragem fosse recebendo água para enfrentar um período de
estiagem. Quanto maiores forem as reservas em moeda forte, maiores serão as garantias
para uma economia enfrentar eventuais déficits futuros.

A existência de grandes reservas garante também a estabilidade da taxa de câmbio. Por


quê? A resposta é que, se o déficit em transações correntes não for coberto pela conta de
capital, o governo poderá lançar mão de suas reservas para fazê-lo, sem ter de
desvalorizar o câmbio.

Finalmente, em casos excepcionais o Governo pode lançar mão de linhas de crédito que
detemos junto ao FMI – Fundo Monetário InTernacional ou outros organismos multilaterais
de ajuda financeira.

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1.5. Contas Externas: Balança Comercial, Transações Correntes e Conta de
Capital – conceitos.

Balança Comercial
Inclui basicamente as exportações (crédito) e as importações (débito) de mercadorias

Transações Correntes
Conta do Balanço de Pagamentos constituída da Balança Comercial, Balança de Serviços
e das Transferências Unilaterais. O resultado dessas três contas é o superávit/déficit das
Transações Correntes.
A Balança de Serviços registra as receitas e despesas de diversos tipos de transação,
destacando-se os transportes, os seguros, as viagens internacionais, os royalties, a
assistência técnica, os lucros e os juros da dívida externa.
As Transferências Unilaterais (ou donativos) compreendem os pagamentos e
recebimentos sem contrapartida de serviços, tais como doações, remessas de
imigrantes etc.

Conta de Capital
Contas que representam modificações nos direitos e obrigações de residentes no país
para com não residentes. Inclui:
ƒ Investimentos referentes ao capital de residentes aplicados no exterior

Conta de Capital ƒ Empréstimos e financiamentos de longo e médio prazo


Inclui o chamado ƒ Empréstimos de curto prazo que registram os empréstimos recebidos do exterior e
“serviço” da dívida concedidos para outros países
externa, ou seja, o ƒ Financiamentos obtidos na cobertura de importações e concedidos quando das
pagamento de juros. exportações
ƒ Amortizações, pagamento do principal referentes à empréstimos e financiamentos
tomados no exterior e os pagamentos do principal feitos por não residentes referentes a
empréstimos e financiamentos concedidos pelo país ao exterior.

Transações Correntes
Balança Comercial Exportações menos Importações
Conta de Serviços Os itens mais significativos dessa conta são as despesas com o
pagamento de juros da dívida externa e as remessas de lucros e
dividendos do capital estrangeiro investidor no país.
Transferências Fluxo de recursos de entrada de remessas de brasileiros que
Unilaterais trabalham no exterior para o Brasil menos fluxo de recursos de
saída de estrangeiros para seus países de origem.

Balanço de Pagamentos
Transações Correntes ƒ Balança Comercial
ƒ Conta de Serviços
ƒ Transferências Unilaterais
Movimento de Capitais Empréstimos, financiamentos, investimento externo direto,
Autônomos amortização de empréstimos obtidos, reinvestimentos e capitais de
curto prazo.
Movimento de Capitais Inclui a conta de caixa do Banco Central, que mede a variação de
Compensatórios reservas internacionais (em moeda estrangeira) do país,
empréstimos de regularização e atrasados comerciais.

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Resumo – Princípios Básicos de Economia

5
MA1
ƒ O PIB Produto Interno Bruto é o total de bens e serviços produzidos num país, em um ano,
independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos que atuam.

ƒ O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo - é o índice utilizado pelo Banco Central para o
acompanhamento das metas de inflação do governo. Calculado pelo IBGE, reflete a variação dos preços das cestas
de consumo das famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.

ƒ O IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado – é calculado pela FGV Fundação Getúlio Vargas e é composto
pelo IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%). Corrige a NTN-C Nota do Tesouro Nacional, série C.

ƒ A Taxa SELIC é a taxa básica da economia brasileira. Calculada e divulgada diariamente pela SELIC - Serviço
Especial de Liquidação e Custódia, reflete a taxa média dos negócios realizados entre instituições financeiras pelo
prazo de 1 (um) dia com lastro em títulos públicos federais.

ƒ A taxa DI é calculada e divulgada diariamente pela CETIP – Central de Custódia e Liquidação e reflete a taxa
média dos negócios realizados entre instituições financeiras pelo prazo de 1 (um) dia com lastro em título privado.

ƒ A TR – Taxa Referencial é calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central do Brasil. Deriva da TBF (taxa
Básica Financeira) que é a taxa média paga pelos 30 maiores bancos na captação de recursos através de CDBs e
RDBs. Corrige os depósitos em poupança.

ƒ A PTAX e a taxa média ponderada das negociações de uma moeda estrangeira no decorrer de um dia. É calculada
pelo Banco Central do Brasil e é utilizada para corrigir os títulos federais (NTN-D), contratos de swap e futuros.

ƒ O cupom cambial é o rendimento em dólar, pago ao investidor que assume risco de investir em outra moeda (no
caso brasileiro, o real), bem como a taxa de juro paga nos títulos com correção cambial. A diferença entre a taxa
de juros interna e a desvalorização da taxa de câmbio do país equivale ao juro pago em dólar, ou seja, cupom
cambial.

ƒ Os instrumentos de política monetária são: reservas compulsórias (recolhimento de determinado percentual


sobre os depósitos feito pelos bancos ao Banco Central); redesconto bancário (concessão de assistência financeira
para atender eventuais problemas de liquidez de natureza circunstancial e temporária) e operações do mercado
aberto (open market) onde é regulada a liquidez do sistema via compra e venda de títulos públicos.

ƒ O COPOM – Comitê de Política Monetária é composto pela Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, define a
meta da taxa SELIC e seu eventual viés e estabelece as diretrizes da Política Monetária.

ƒ Política Fiscal é a política de receitas e despesas do Governo. Envolve a definição e a aplicação da carga tributária
sobre empresas e pessoas físicas, e a definição dos gastos do Governo com base nos tributos arrecadados. Exerce
um forte impacto na política monetária.

ƒ Política Monetária é o conjunto de medidas que definem o controle da oferta de moeda e conseqüentemente das
taxas de juros, visando garantir a liquidez ideal para cada momento econômico. O executor dessas políticas é o
Banco Central e os instrumentos clássicos utilizados são o depósito compulsório, o redesconto e as operações de
open market.

ƒ Política Cambial é o conjunto de medidas tomadas pelo governo que afetam a formação da taxa de câmbio. É
diferente da política monetária por atuar mais diretamente sobre todas os fatores relacionados às transações
econômicas do país com o exterior.

ƒ O saldo da balança comercial é a diferença entre o volume de exportações e o volume de importações de


produtos e serviços realizadas pelo país em determinado período. Quando o valor das exportações supera o das
importações, dizemos que há um superávit comercial. No caso contrário, temos um déficit comercial.

ƒ O Balanço de Pagamentos é o resumo das transações ocorridas entre o país e o resto do mundo. Ele apresenta
duas grandes contas: o saldo em transações correntes, que se refere às transações de bens e serviços realizadas
pelos brasileiros com o exterior; e, o saldo de capitais que reflete o fluxo de moedas entre o país e o resto do
mundo.

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2. Conceitos Básicos de Finanças
MA2

Antes de iniciarmos o módulo de Finanças gostaríamos de fazer alguns comentários a


respeito de seu exame:

ƒ Não haverá qualquer tipo de cálculo ou necessidade de se levar calculadora.


ƒ As questões farão referência apenas aos conceitos dos assuntos aqui tratados.
ƒ Utilizamos exemplos numéricos apenas para facilitar a explicação dos assuntos.

2.1 Taxa de Juros Nominal e Taxa Real de Juros

Taxa Nominal
É a taxa que encontramos nas operações correntes, ou seja a taxa que é visível
aos participantes de uma transação. Exemplo: Contratos de empréstimos e
financiamentos, aplicações financeiras, etc.
Normalmente, vem escrita em um documento, como por exemplo, um contrato ou
título de crédito.
Podemos dividir o rendimento que ela proporciona em duas partes:
Taxa Nominal ƒ a primeira será a mera recuperação do poder de compra do investidor
Podemos também dizer remunerando-o pela inflação;
que, do ponto de vista
econômico, a Taxa ƒ a outra parte refere-se ao ganho acima da inflação que visa remunerar também o
Nominal de Juros (iN) é a risco de investimento. Chamamos esta segunda parte de rendimento real.
taxa na qual está embutida
iN = [(1 + iR) × (1 + INFL) − 1] × 100
Veja a fórmula:
a recomposição do poder de
compra do dinheiro,
baseado em um índice de
inflação, acrescido de uma
taxa de remuneração pelo
capital ou taxa real. Em que:iN = Taxa Nominal
iR = Taxa Real
INFL = Índice de Inflação

Exemplo 1: Imagine uma determinada taxa de juros real de 3,80% ao mês e um


índice de inflação de 3,22% ao mês. Baseado na formula acima, procure calcular a
taxa nominal de juros.

iN = [(1 + 0,038) × (1 + 0,0322) − 1] × 100

Logo: a taxa nominal de juros será de 7,14% ao mês

Exemplo 2: Dada uma taxa de juros real de 2,0% ao mês e um índice de inflação
de 0,5% ao mês, calcular a taxa nominal de juros.

iN = [(1 + 0,02) × (1 + 0,005) − 1] × 100

Logo: a taxa nominal de juros será de 2,51% ao mês.

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Taxa Real
É calculada a partir da taxa nominal de juros, descontando-se os efeitos
inflacionários. O objetivo é determinar o quanto se ganhou ou perdeu,
Taxa Real desconsiderando a inflação, neste caso medida por qualquer índice disponível
Indica qual foi o ganho que (IGP-M, IPCA, etc.). Observe a fórmula abaixo:
o investidor teve Onde:
efetivamente no seu iR = Taxa Real de Juros
investimento depois de iN = Taxa Nominal de Juros ⎡⎛ 1 + iN ⎞ ⎤
excluído o índice da INFL = Índice de Inflação iR = ⎢⎜⎜ ⎟⎟ − 1⎥ × 100
inflação. ⎣⎝ 1+ INFL ⎠ ⎦

Exemplo 1: Considerando que uma taxa nominal de juros é de 7,14% ao mês e


a inflação do período medida pelo IGP-M, por exemplo, foi de 3,22%, veja o
cálculo da taxa real de juros, baseado na fórmula acima:

⎡⎛ 1 + 0,0714 ⎞ ⎤
iR = ⎢⎜⎜ ⎟⎟ − 1⎥ × 100 iR = 3,80% ao mês
⎣⎝ 1+ 0,0322 ⎠ ⎦

Exemplo 2: Considere a Taxa SELIC de 26% ao ano e um índice de inflação


previsto para o ano de 9%. Calcule a taxa real de juros.

⎡⎛ 1 + 0,26 ⎞ ⎤ iR = 15,59% ao ano


iR = ⎢⎜⎜ ⎟⎟ − 1⎥ × 100
⎣⎝ 1+ 0,09 ⎠ ⎦

2.2 Capitalização Simples e Composta

Regime de Capitalização No regime de capitalização simples a taxa de juros incide apenas sobre o
Simples. capital inicial, portanto a taxa de juros será aplicada sempre sobre o mesmo
Os juros são gerados e por capital pelos seus diversos períodos.
conseguinte aplicados
exclusivamente pelo capital Exemplo: Uma aplicação de R$100 feita por 3 meses a uma taxa de 2% ao mês.
inicial investido. Qual o rendimento acumulado no final de 3 meses?

0 1 2 3 meses
Juro = 2 Juro = 4 Juro = 6
Capital = 100 Capital = 100 Capital = 100
Montante = 102 Montante = 104 Montante = 106
Regime de Capitalização
Composto
Neste regime de
capitalização, os juros são Já no regime de capitalização composto a taxa incide sobre o capital inicial
formados ao final de cada acrescido dos juros do período anterior, ou seja, os juros de cada período são
intervalo unitário de gerados pela aplicação de sua taxa sobre a soma do capital anterior e seu
tempo. respectivo juro.
São gerados pelo montante
(principal + juros anterior) Observe o fluxo de caixa do exemplo abaixo:
existente no início de cada
intervalo.

0 1 2 3 meses

Juro = 2,00 Juro = 2,04 Juro = 2,08


Capital = 100,00 Capital = 102,00 Capital = 104,04
Montante = 102,00 Montante =104,04 Montante = 106,12

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2.3 Taxa Equivalente versus Taxa Proporcional

Taxa Equivalente
Duas taxas são equivalentes quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo
capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização composto
Taxa Equivalente de juros.
Regime de Capitalização
Composto ⎡ quero ⎤
⎢ tenho ⎥ iq = taxa que eu quero
⎢⎛ i ⎞ ⎥ it = taxa que eu tenho
iquero = ⎢⎜1 + ⎟ − 1⎥ × 100 q = prazo que eu quero
⎢⎝ 100 ⎠ ⎥
⎢ ⎥ t = prazo que eu tenho
⎢⎣ ⎥⎦

⎡ 1 ⎤
Exemplo: Dada a taxa ⎢ 12 ⎥
de 12% ao ano, ⎢⎛ 12 ⎞ ⎥
imensal = ⎢⎜1 + ⎟ − 1 ⎥ × 100 = 0,95 %
calcular a taxa mensal. ⎢⎝ 100 ⎠ ⎥
⎢ ⎥
⎢⎣ ⎥⎦

Taxa Proporcional Neste caso podemos dizer que as taxas de 0,95% ao mês e 12% ao ano são
Regime de Capitalização equivalentes, pois aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo período (1 mês)
Simples produzirão o mês resultado, no regime de capitalização composto.

Taxa Proporcional
Duas taxas são proporcionais quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo
capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização simples de
juros.

⎡⎛ i ⎞ ⎛ quero⎞⎤ iq = taxa que eu quero


iquero = ⎢⎜ ⎟×⎜ ⎟⎥ × 100 it = taxa que eu tenho
⎣⎝ 100⎠ ⎝ tenho⎠⎦ q = prazo que eu quero
t = prazo que eu tenho

Exemplo: dada a taxa de 12% ao ano, calcular a taxa mensal.

⎡⎛ 12 ⎞ ⎛ 1 ⎞⎤
imensal = ⎢⎜ ⎟ × ⎜ ⎟⎥ × 100 = 1,00%
⎣⎝ 100⎠ ⎝ 12⎠⎦

Neste caso podemos dizer que a taxas de 1,00 % ao mês e 12% ao ano são
proporcionais, pois quando aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo período
(1 mês) produzirão o mês resultado, no regime de capitalização simples.

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2.4 – Fluxo de Pagamentos
2.4.1 – Valor Presente, Valor Futuro e Taxa de Desconto
Denomina-se valor presente de um fluxo de caixa o valor monetário do ponto zero da
escala de tempo que é equivalente à soma de suas parcelas futuras, descontadas para o
ponto zero, com uma determinada taxa de juros.
A taxa de juros utilizada para descontar as parcelas futuras do fluxo de caixa é
denominada de taxa de desconto.

2.4.2 – Fluxo de Caixa: Cupom e Amortizações


O fluxo de caixa de um título pode se apresentar nas mais diversas formas.
Pode pagar principal e juros por períodos, pode pagar somente juros por períodos e
principal no final, pode não pagar juros ou principal intermediários, mas somente no final
ou no seu resgate, etc.
Vamos abaixo demonstrar graficamente algumas destas situações e suas implicações
para seu prazo médio e sua maturidade.

Cupom de Juros periódico e Principal no final


1
0
5 5 5 5 5 5 5
1
0
0

1 2 3 4
(coluna 2/$135) Prazo Médio
Período Cupons Ponderação Coluna 3 x 1
meses ($)
1 5 0,0370 0,0370
Neste exemplo, um fluxo de 2 5 0,0370 0,0740
caixa de 7 meses apresenta 3 5 0,0370 0,1110
um prazo médio ponderado
de 6,2230 meses. 4 5 0,0370 0,1480
5 5 0,0370 0,1850
6 5 0,0370 0,2220
7 105 0,7780 5,4460
Total 135 1 6,2230 meses

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Cupom de Juros + Amortizações periódicas

30 30 30 30
Neste exemplo, um fluxo de
caixa de 4 meses apresenta 1
um prazo médio ponderado 0
de 2,50 meses.
0

1 2 3 4
(coluna 2/$120) Prazo Médio
Período Cupons Ponderação Coluna 3 x 1
Meses ($)
1 30 0,25 0,25
2 30 0,25 0,50
3 30 0,25 0,75
4 30 0,25 1,0
Total 120 1 2,50 meses

Título “Zero Cupom”


Os títulos “zero cupom”, são 1
negociados com deságio e não
pagam cupom de juros.
0
O prazo médio é igual ao prazo 0
de maturidade do título, que
neste caso é de 4 períodos.
70

Você deve ter percebido que cada um destes 3 títulos têm fluxo de caixa diferente,
inclusive com vencimento ou maturidade (maturity) diferentes.

Esta relação entre prazo médio e maturidade é o ponto importante deste item.

Para gestores tanto o prazo médio ponderado como o prazo final do título, ou sua
maturidade, têm muita importância em composição de carteiras.

O prazo médio ditará o fluxo de caixa da carteira enquanto o prazo final trará uma
visão mais analítica de quando estes fluxos de caixa ocorrerão.

Você terá oportunidade de ter contato com estes conceitos em nossos módulos de
Renda Fixa e Gestão de Risco, quando estaremos tratando de conceitos mais complexos
destes títulos.

Até lá, fixe bem estes conceitos.

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2.5.3 Taxa Interna de Retorno

Como já vimos, títulos de renda fixa e até mesmo projetos e outros tipos de investimentos
apresentam fluxos de caixa nas mais diversas formas.

É praticamente impossível olharmos para estes fluxos e dizer qual sua taxa de retorno. O
conceito de TIR ou Taxa Interna de Retorno é um dos mais importantes instrumentos para
esta avaliação.

Conceitualmente podemos definir a TIR como sendo:


a) A taxa de retorno iguala os fluxos de caixa de um título ou investimento a zero. Ou seja,
trazendo todos seus fluxos a Valor Presente, e deduzindo-o de seu Valor Inicial
chegaremos a zero.
b) Quando não conhecemos o Valor Inicial do Fluxo de Caixa, podemos dizer que, dado
determinada TIR conheceremos o seu Valor Presente, sabendo desta forma, qual o Valor
Inicial ou VP daquele fluxo.

Vamos ver estes dois casos nos exemplos abaixo:

+25 +30 +40 100

- 90,20

Utilizando-se uma calculadora, do tipo HP 12C, chegaremos a uma TIR para este
fluxo de 30%.
Vamos agora ao primeiro conceito de que a TIR, que aplicada a cada parcela
deste fluxo fará com que cheguemos a zero, ou seja o valor presente das
parcelas é 90,20 que confrontados aos (– 90,20) iniciais resultada-se em zero.

Parcelas Valores do Valor


Fluxo de Caixa Presente Cada parcela do Fluxo de caixa foi trazida a
VP pela seguinte fórmula:
1 25 19,23

2 30 17,75

3 40 18,21 Valor das Parcelas


VP = n
4 100 35,01 ⎛ 30 ⎞
⎜1 + ⎟
⎝ 100 ⎠
Total 90,20

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Neste segundo caso, conhecemos as parcelas do fluxo de caixa e que ao
aplicarmos determinada TIR chegaremos a um VP que representa o quanto
podemos pagar por um título ou investimento para obtermos a TIR desejada,
por exemplo de 10%.
Veja como:

+10 +20 +30 100

Parcelas Valores do Fluxo Valor


de Caixa Presente

1 10 9,09
Valor das Parcelas 2 20 16,53
VP =
⎛ 10 ⎞
⎜1 + ⎟ 3 30 22,54
⎝ 100 ⎠
4 100 68,30

Total 116,46

Neste caso também cada parcela foi trazida a valor presente à taxa de 10%.
Concluímos que para se obter um retorno de 10% neste fluxo caixa, podemos
pagar, no máximo, $ 116,46.

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2.6 Custo de Oportunidade
Para a teoria econômica, o custo de oportunidade ou custo alternativo surge quando se opta, por
exemplo, por determinada alternativa de investimento em detrimento de outras também
viáveis. Sendo assim, representa o benefício que foi desprezado ao seu escolher uma alternativa
em relação a outras.

Então, se você escolhe algo, se você obtém algo, normalmente terá que abandonar algo. E isso
que é “desistido”, sacrificado ou do que se abre mão, refere-se justamente ao custo de
oportunidade.

É interessante notar que quando escolhemos algo, temos a tendência a olhar apenas para aquilo
que foi obtido com a escolha, não atentando para os benefícios que foram sacrificados pelo fato de
não se ter escolhido outras alternativas.

O conceito de custo de oportunidade está sempre presente quando a aceitação de uma alternativa
exclui outras. Assim, “representa o custo de oportunidade ou quanto um investidor, por exemplo,
sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de
outra.”

Exemplificando: Dentre várias alternativas de investimentos, suponhamos que a mais óbvia e fácil
seja aplicar recursos em um Fundo de Investimento DI de curto prazo, mas que em função de uma
melhor remuneração opte-se por um fundo Multi-Mercado.
Neste caso podemos dizer que o Custo de Oportunidade do dinheiro é a taxa de CDI – que foi
preterida em detrimento de um rendimento melhor para o investimento.

2.7 – Taxa Livre de Risco

Vamos aqui fazer uma diferenciação do que é: Taxa livre de risco de Ativos livre de risco.

A primeira propriedade da taxa livre de risco é que seu retorno deve ser completamente não
correlacionado com o de outros ativos presentes na economia o que, na prática, não se mostra
muito fácil de se conseguir.

Nos EUA aproximações razoáveis para esta situação seriam os retornos das Letras do Tesouro
(Treasury Bills) e outros títulos do Governo Federal Americano de 10 e 30 anos de duração.

Outra questão fundamental ainda para o que se pode chamar de taxa livre de risco está
relacionada ao risco de liquidez de um título e risco de crédito de seu emissor.

Neste ponto focamos nossa discussão para Ativos livres de risco, ou seja papéis com grande
liquidez de mercado e que seu emissor não represente risco de crédito.

Desta forma, para se enquadrar em Ativos livres de risco (mercado, crédito e liquidez) os mesmos
deveriam satisfazer as seguintes condições:

“O investidor sabe exatamente o valor que receberá no final do prazo do investimento, seja este
investimento indexado ou não a um índice econômico ou financeiro.”

Como sabemos, tanto no Brasil como em outros mercados emergentes, a participação


governamental nos mercados de juros pode ser muito importante. Muitas vezes, os chamados
ativos livres de risco podem ter comportamento de rentabilidade acima dos chamados ativos de
mercado, o que pode ser considerado estranho para um Ativo Livre de Risco, que normalmente
deveria apresentar rentabilidade histórica menor porem mais constante do que os ativos com
maior risco.

Citamos como exemplo no caso brasileiro, a taxa de CDI (Certificado de Depósito Interbancário),
no período de abrangência do Plano Real, que vai de janeiro de 1995 à dezembro de 2002, onde,
apesar do longo período de análise a taxa livre de risco(CDI) superou em 45,63 pontos
percentuais o retorno do Ibovespa.

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Podemos, para efeito de exercício teórico, dizer que no caso brasileiro as taxas de CDI,
SELIC e da Poupança se aproximam do que poderíamos chamar de taxas livres de risco
e os Ativos cupons zero de emissão do Governo (LFT) como sendo a melhor
aproximação do que seriam os Ativos livres de risco, até porque têm seus rendimentos
atrelados ao rendimento da taxa SELIC.

Normalmente as taxas livre de risco são utilizadas como custo de oportunidade para
investimentos. Lembra-se deste conceito no item anterior?

2.8 - Custo médio ponderado de capital

2.8.1 – Conceito

O custo de capital é um conceito extremamente importante. Atua como o maior elo de


ligação entre as decisões de investimento a longo prazo da companhia e a riqueza dos
acionistas ou proprietários. Na verdade, é o número mágico usado para decidir se um
investimento corporativo proposto vai aumentar ou diminuir o valor da ação da
companhia ou seu valor de mercado.

O Custo de Capital é estimado em um dado momento. Ele reflete o custo médio futuro
dos fundos por um longo prazo, com base nas melhores informações disponíveis. Esse
enfoque é coerente com a utilização do custo de Capital para decisões de investimentos
financeiros a longo prazo.

A fim de entender o inter-relacionamento das fontes de capital, é necessário examinar


seu custo combinado, ao invés do custo de cada fonte específica para financiar
determinado projeto.

Verifique a ilustração abaixo e entenda esta relação:

Ativos Passivos
Aplicação de Recursos Fontes de Recursos

Circulante Circulante
Fornecedores
Aplicações Financeiras Salários
Duplicatas a Receber
Estoques
Longo Prazo Fontes de
Empréstimos Capital
Permanente
Patrimônio Liquido
Máquinas e Equipamentos Ações Preferenciais
Edifícios Ações Ordinárias

Nosso cálculo para fontes de capital estará focado nos empréstimos de longo prazo e
Patrimônio Líquido.
Para este efeito teremos que calcular o custo de cada fonte específica de financiamento.
Vamos iniciar pela mais fácil que são os empréstimos de longo prazo.
Por definição, os juros pagos por esta fonte são dedutíveis do Imposto de Renda, logo seu
custo final deverá levar isto em consideração através da seguinte fórmula:
Custo de Capital = Taxa de Juros x (1 – alíquota de IR)
Assim sendo, um empréstimo que tem sua taxa de juros efetiva anual de 20%,
considerando-se uma alíquota de IR de 30%, deverá ser considerado para efeito de custo
de capital:
Custo de Capital = 0,20 x (1 – 0,30) = 0,14 ou 14% ao ano.

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Já para as ações preferenciais seu custo é definido como sendo o valor dos dividendos
recebidos dividido pelo preço de emissão da ação ou de seu valor de mercado em cada
período de análise deduzidos os custos de emissão, como comissão para venda a
mercado.
Desta forma, imagine uma empresa cujo valor da ação preferencial em bolsa seja de
R$ 50,00 e que se imagine pagar de dividendos mínimo de 15%, com custo inicial de
colocação de R$ 5, terá como custo final o seguinte:

CAP = Custo=da Ação Preferencial


D = Dividendo
M = Valor de Mercado da Ação
C = Custos de Emissão

Teremos que o custo de emissão da ação preferencial será:

7,50
D CAP. =
15% de 50 CAP . = = 16,66%
CAP. = = = 45
M−C 50- 5

O terceiro e último item de nosso cálculo refere-se ao cálculo do custo da ação


ordinária, que é idêntico ao da ação preferencial visto acima, acrescido de um fator de
crescimento esperado nos dividendos a serem distribuídos.

Em outras palavras imagine agora uma emissão de ações ordinárias cujo crescimento
esperado seja de 10% ao ano, cujo valor da ação de mercado seja de R$ 60,00 com
= R$ 6 e dividendos esperados de 12%. Observe a formula de
custos de emissão de
cálculo, onde:

CAP = Custo da Ação Preferencial


D = Dividendo
M = Valor de Mercado da Ação
C = Custos de Emissão
F = Fator de crescimento de dividendos

D 12% de 60 7,20
CAP. = xF = CAP. = = CAP . = = 0,1333 % x 1,10 = 14,66%
M−C 60- 6 54

Podemos agora calcular o custo médio ponderado de capital baseado nas premissas
anteriores e imaginando uma proporção para as 3 fontes de capital aqui
especificadas. Confira:

Fontes de Proporção % Custo % Custo


Capital do Capital Nominal Ponderado
Total anual

Empréstimos de 50% 14 7
Longo Prazo

Ações 15% 16,66 2,50


Preferenciais

Ações 35% 14,66 5,13


Ordinárias

Custo Anual Médio Ponderado 14,63


de Capital

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2.8.2 – Alavancagem Financeira

Podemos definir alavancagem financeira como sendo o grau de utilização de títulos


de renda fixa (normalmente empréstimos) na estrutura de capital da empresa.

As empresas necessitam de capital para expansão, seja de origem própria ou de


terceiros. A maneira pela qual a empresa organiza esta necessidade de capital é
chamada estrutura de capital da empresa, que indica as proporções de
financiamento com capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazo,
visto no item anterior.

Apesar da estrutura de capital ser uma das áreas mais complexas na tomada de
decisões financeiras devido ao seu inter-relacionamento com outras variáveis de
decisões financeiras, uma determinada estrutura de capital pode maximizar os
lucros da empresa e servir como excelente ferramenta de alavancagem financeira.

A essência deste sucesso está associada ao que alguns administradores financeiros


chamam de estrutura de ótima de capital. Esta estrutura ótima de capital resulta do
equilíbrio dos custos e o benefícios dos empréstimos, para minimizar o seu custo
médio ponderado. (também visto no item anterior)

Resumindo a estrutura ótima de capital é o equilíbrio entre risco e retorno que


maximiza o preço das ações ou o valor de mercado de uma empresa.

As fontes de recursos de um empresa, ou seu passivo, sempre estão estruturados


de alguma forma, independentemente desta estrutura ser o reflexo de um prévio
planejamento ou não. Esta estrutura de capital, para que seja eficiente e sirva
como alavanca para o desenvolvimento empresarial, precisa ser previamente
definida de acordo com alguns princípios básicos a saber:

a) O risco do negócio: quanto maior for o risco inerente às operações da


empresa, sua estrutura de capital deverá privilegiar um menor grau de
endividamento.

b) Posição tributária: Uma das principais razões para se utilizar capitais de


terceiros é que juros podem ser deduzidos para fins de imposto de renda, o que
reduz o custo efetivo da dívida. No entanto se a maior parte do lucro da empresa já
está protegido da tributação por algum mecanismo, este efeito de compensação
tenderá a desaparecer

c) Flexibilidade Financeira: Ou capacidade de levantar capitais sob condições


razoáveis em situação adversa. Sabemos que quando há redução de crédito na
economia, ou quando uma empresa está passando por dificuldades operacionais, os
provedores de capital preferem fornecer fundos a empresas com balanços
patrimoniais fortes.

d) Conservadorismo ou agressividade: Está diretamente relacionado a cultura


operacional da empresa. Algumas são mais agressivas outras mais conversadoras.
A estrutura ótima de capital deverá ter isto em consideração.

Concluindo, o processo de escolha da estrutura de capital ótima e por conseguinte


o nível adequado de alavancagem deve levar em conta tanto aspectos quantitativos
como custo de empréstimos e Imposto de Renda, como aspectos não mensuráveis
como alguns dos acima descritos.

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2.9 Retorno Histórico e Retorno Esperado

O retorno histórico é um ganho nominal e de valores absolutos.

Ele é normalmente expressa em percentual (%) e é apurado através de um simples


cálculo matemático: divida o valor de resgate (ou venda) pelo valor de aplicação (ou
compra), subtraia 1 e multiplique por 100. Pronto! Esse é o resultado da operação.
Acompanhe um exemplo:

Exemplo
Seu cliente comprou um CDB cujo valor de aplicação foi de R$ 25.000, tendo
resgatado
R$ 28.000, 6 meses depois. A rentabilidade da operação foi de 12% no período.

⎛ 28.000 ⎞
rentabilid
ade= ⎜ − 1⎟ ×100= 12%
⎝ 25.000 ⎠

A rentabilidade observada, ou retorno histórico, além do expresso em termos


nominais, está associada a um evento passado.

Por outro lado, podemos optar por investimentos que buscam atrelar sua rentabilidade
a determinado benchmark, como por exemplo os Fundos DI de Curto Prazo.
Neste caso, estamos trocando conhecimento prévio da rentabilidade (taxa pré de 15%
ao ano, por exemplo) por uma possível proteção quanto a oscilações de taxas de juros
de mercado, pois neste caso a rentabilidade deste investimento estará ligada a taxa
DI. Exemplo: rentabilidade esperada de 90% da taxa DI.

Momento atual

Rentabilidade observada

Rentabilidade esperada

Retorno Esperado
Retorno esperado está ligado a expectativas futuras de ganhos e atrelados a um
Rentabilidade benchmark de mercado, tal como, taxa de inflação, SELIC, IBOVESPA, etc.
Esperada
Expectativa de A decisão de investir em ativos de risco, por exemplo, em busca de maior retorno e,
ganho relativo a normalmente, determinado em função de um prêmio acima da taxa de juros considerada
um determinado livre de risco para compensar o risco ao qual o investidor estará exposto.
parâmetro.
Assim, o investidor não sabe em termos nominais ou absolutos quanto vai ganhar. Mas
espera ganhar, por exemplo, 6% acima da taxa de juros livre de risco.

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Resumo – Princípios Básicos de Finanças
MA2
5
ƒ A Taxa Nominal de Juros é a taxa na qual está embutida a recomposição do poder de compra do dinheiro,
baseado em um índice de inflação, acrescido de uma taxa de remuneração pelo capital ou taxa real.

ƒ A Taxa Real indica qual foi o ganho que o investidor teve efetivamente no seu investimento depois de
excluído o índice da inflação.

ƒ No Regime de Capitalização Simples os juros são gerados e, por conseguinte, aplicados exclusivamente pelo
capital inicial investido.

ƒ No Regime de Capitalização Composto os juros são formados ao final de cada intervalo unitário de tempo.
São gerados pelo montante (principal + juros anterior) existente no início de cada intervalo.

ƒ A Taxa é dita Equivalente no Regime de Capitalização Composto e a Taxa é dita Proporcional no regime de
capitalização simples.

ƒ PU - Preço Unitário- é o valor presente de um título calculado a partir de seu valor de resgate. As variáveis
que afetam seu preço são:
ƒ Taxa de juros (desconto)
ƒ Prazo a decorrer

ƒ A relação entre taxa de juros e preço (PU) é inversamente proporcional.

ƒ Os títulos “zero cupom” são negociados com deságio e não pagam cupom de juros. O prazo médio é igual ao
prazo de maturidade do título.

ƒ Custo de oportunidade representa quanto um investidor, por exemplo, sacrificou em termos de remuneração,
por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de outra.

ƒ Taxa livre de risco - o investidor sabe exatamente o valor que receberá no final do prazo do investimento,
seja este investimento indexado ou não a um índice econômico ou financeiro. Pressupõe inexistência de risco de
crédito, mercado e liquidez.

ƒ Podemos definir alavancagem financeira como sendo o grau de utilização de títulos de renda fixa
(normalmente empréstimos) na estrutura de capital da empresa. A maneira pela qual a empresa organiza sua
necessidade de capital é chamada estrutura de capital da empresa e indica a proporção de financiamento com
capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazo.

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3. Conceitos Básicos de Estatística
MA3

Estaremos agora revisando alguns conceitos básicos de estatística que serão úteis para o
entendimento de vários pontos de nosso programa.
Vamos então encará-lo como sendo uma importante preparação, principalmente, para o
ultimo módulo de nosso curso que tratará de Gestão de Risco e Medidas de Performance.
Bom estudo!

3.1 - Medidas de Posição

São medidas que localizam o centro de uma amostra, sendo as três mais populares, a
média, a mediana e a moda.

3.1.1 - Média

A média aritmética ou simplesmente média, é uma medida de localização do centro de


uma amostra. Veja suas características.

Exemplo:
Imagine que você queira determinar o valor médio das casas de uma determinada rua
cujos valores estão abaixo descritos:

Casa 1 - $ 125.000,00
Casa 2 - $ 150.000,00
Casa 3 - $ 135.000,00
Casa 4 - $ 120.000,00
Casa 5 - $ 140.000,00
Casa 6 - $ 110.000,00
Casa 7 - $ 1.000.000,00
Casa 8 - $ 100.000,00
Casa 9 - $ 100.000,00

A média será a soma dos valores destas casas ($ 1.980.000,00) dividido pelo número de
casas (9), que será de $ 220.000,00.

Embora todos os dados, menos um, estejam no intervalo [$100.000,00-$150.000,00], o


valor obtido para a média está "bem afastado" deste intervalo, não é verdade?

O que acontece é que a média, apesar de ter como característica levar em conta todos
elementos da amostra é muito sensível a valores muito grandes ou muito pequenos. No
caso do exemplo foi o valor $ 1.000.000,00 que inflacionou a média.

3.1.2 – Mediana

A mediana é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados definida do


seguinte modo:

Ordenados os elementos da amostra utilizado no tópico anterior, a mediana é o valor


(pertencente ou não à amostra), que a divide ao meio, isto é, em duas partes iguais.

Vamos utilizar o mesmo exemplo anterior, com seus valores em milhares de $:

1) O primeiro passo é colocar a amostra em ordem crescente;

[100], [100], [110], [120], [125], [135], [140], [150] e [1.000]

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2) A mediana será representada pelo seu elemento central, onde metade da
amostra estará de seu lado direito e a outra metade de seu lado esquerdo.

casas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 média

valores 100 100 110 120 125 135 140 150 1000 220

mediana

Dividiu-se a amostra ao meio, deixando a mesma quantidade de elementos


para cada lado, neste caso, quatro.

3) Ela é especialmente útil quando trabalhamos com amostras com valores


extremos que distorcem a média aritmética.

4) Como medida de localização do centro da amostra, a mediana é mais robusta do


que a média pois não é tão sensível a valores extremos.

Apenas uma dica: se a amostra total resultar em um número par, a mediana será
a média aritmética dos dois elementos centrais desta amostra.

3.1.3 - Moda

Para um conjunto de dados define-se moda como sendo: o valor que surge com
mais freqüência. É uma medida muito utilizada por sindicatos para se obter o salário
representativo de uma categoria.

Continuando no mesmo exemplo:

casas 1 2 3 4 5 6 7 8 9

valores 100 100 110 120 125 135 140 150 1000

Moda = 100 (valor que surge com maior freqüência)

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3.2 - Medidas de Dispersão

Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto de dados é o da


determinação de sua variabilidade ou dispersão desses dados relativamente à
medida de localização do centro da amostra.

Repare nas três amostras seguintes - representam a idade de 3 grupos diferentes de


pessoas que, embora resultem na mesma idade média, têm uma dispersão bem
diferente. Como a medida de localização mais utilizada é a média, é em relação à ela
que se define a principal medida de dispersão - a variância, apresentada logo a seguir:

Primeira 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Dispersão Amostra
Como você percebe, a
idade média destas
três amostras é
comum a todas =
32,5. Segunda 20 30 35 45
Contudo a dispersão Amostra
de seus dados é bem
diferente, concorda?

Terceira 5 10 55 60
Amostra

Média = 32,5 anos


Nas três amostras a idade média será a soma dos quadradinhos escuros, divido pela sua
quantidade. Faça o teste!

3.2.1 – Variância

Obtem-se a variância da seguinte maneira:

a) Encontrada a média de uma amostra, calculam-se as diferenças de todos os seus


elementos em relação à esta média;

b) Eleva-se ao quadrado todas estas diferenças (negativas e positivas);

c) Soma-se todas estas diferenças elevadas ao quadrado e, divide-se pelo número de


elementos desta amostra.

Veja na próxima página.

Eleva-se ao quadrado
Por que elevamos ao quadrado estas diferenças?

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Variância!?! Vamos entender o que realmente esta definição significa.
Retomemos nossas três amostras da página anterior que sabemos têm médias iguais (32,5
anos) e vamos ver quais são suas variâncias.

TABELA NÚMERO 1
N X(i) Média (x – média) (x – média)²
idades
Por que elevamos os 1 5 32,5 - 27,5 756,25
resultados as diferenças ao 2 10 32,5 - 22,5 506,25
quadrado?
3 15 32,5 - 17,5 306,25
Respondendo nossa
4 20 32,5 - 12,5 156,25
pergunta da página
anterior: Perceba que, caso 5 25 32,5 - 7,5 56,25
não elevássemos as 6 30 32,5 - 2,5 6,25
diferenças dos dados em
relação à média ao 7 35 32,5 + 2,5 6,25
quadrado, as diferenças 8 40 32,5 +7,5 56,25
positivas seriam anuladas
9 45 32,5 +12,5 156,25
pelas negativas, resultando
em variância Zero. 10 50 32,5 +17,5 306,25
11 55 32,5 +22,5 506,25
12 60 32,5 +27,5 756,25
Total 32,5 Zero 3.575
Variância = 3575/12 = 297,92

TABELA NÚMERO 2
N X(i) Média (x – ( x – média )²
idades média)
1 20 32,5 -12,5 156,25
2 30 32,5 -2,5 6,25
3 35 32,5 +2,5 6,25
4 45 32,5 +12,5 156,25
Total 32,5 Zero 325
Variância = 325/4 = 81,25

TABELA NÚMERO 3
N X(i) Média (x – média) ( x – média )²
idades
1 5 32,5 -27,5 756,25
2 10 32,5 -22,5 506,25
3 55 32,5 +22,5 506,25
4 60 32,5 +27,5 756,25
Total 32,5 2.525
Variância =2525/4 = 631,25

Vamos conferir as conclusões nas páginas seguintes.

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Bem... vamos aqui, em conjunto, tirarmos algumas conclusões sobre a variância:

1. Amostras de dados com médias iguais podem ter um nível de dispersão muito diferente.

2. O resultado obtido pelas variâncias de nossas três amostras demonstrou isto claramente,
as amostras mais dispersas foram as que tiveram maiores variâncias.

3. Se observarmos com cuidado as três tabelas da página anterior, podemos perceber que
elevamos ao quadrado todas as diferenças de seus elementos em relação a sua média. Por
que será?

4. Bem, como salientamos, se não elevássemos ao quadrado estas diferenças, elas se


anulariam (negativas com positivas).

5. O que a variância faz é neutralizar estes números negativos elevando-os ao quadrado.

6. Isto, porém, provoca um efeito na variância que é o que chamamos de forma “não
organizada” de vermos uma dispersão. A unidade de medida da variância não é a
mesma da média.

7. Precisamos então encontrar uma medida mais organizada para observarmos esta
dispersão. Confira o próximo ponto.

3.2.2 – Desvio Padrão


Desvio Padrão Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados de suas diferenças, ela perde um
O desvio padrão é pouco a referência para efeitos de comparação.
uma medida que só Assim, para obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas unidades
pode assumir valores dos dados, tomamos a raiz quadrada da variância e obtemos o desvio padrão.
positivos e quanto
maior for, maior será - Então quer dizer que o desvio padrão é simplesmente a raiz quadrada da
a dispersão dos variância?
dados. - Isto mesmo, basta você tirar a raiz quadrada da variância que obteremos o desvio
padrão de nossas três amostras. Vamos conferir:

Primeira Amostra: Variância = 297,92

Desvio padrão = 297,92 = 17,16 anos

Segunda Amostra: Variância = 81,25

Desvio padrão =
81,25 = 9,01anos
Terceira Amostra: Variância = 631,25

Desvio padrão =
631,25 = 25,12 anos

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Vamos interpretar os resultado obtidos com o desvio padrão de nossas três séries.

Em primeiro lugar sabemos que os três grupos de pessoas analisadas têm a mesma idade média ou
seja 32,5 anos.

Sabemos também que a dispersão das idades destas pessoas em relação à média é bem diferente
para os três grupos. Vamos então analisar seus Desvios Padrões.

Desvio Padrão Amostras

Primeira 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
17,16 anos
Amostra

9,01 anos Segunda 20 30 35 45


Amostra

Terceira 5 10 55 60
25,12 anos Amostra

Em primeiro lugar vamos interpretar os resultados dos desvios padrões obtidos.

a) Na primeira amostra temos que a idade média é de 32,5 anos e seu desvio é de 17,16 anos. Isto
significa que o desvio médio em relação a esta média é de 17,16 anos para mais e para menos
em relação aos 32,5 anos. Desta forma, é de se esperar que, na média, a idade desta primeira
amostra fique assim:

Desvio Padrão (-) Média Desvio Padrão (+)


15,34 anos 32,5 anos 49,66 anos

32,5 – 17,16 = 15,34 anos 32,5 + 17,16 = 49,66 anos

Podemos dizer que, na média, os participantes deste grupo têm idade


que varia entre 15,34 e 49,66 anos

b) Para a segunda amostra é de se esperar que a idade média situe-se entre 23,49 anos (32,5 –
9,01) e 41,51 anos (32,5 + 9,01)

c) Para a terceira amostra é de se esperar que a idade média situe-se entre 7,38 anos
(32,5 – 25,12) e 57,62 anos (32,5 + 25,12)

Percebemos que a mostra número três tem a maior dispersão dentre todas.

Observação Final:
Da mesma forma que a média, o desvio padrão é uma medida pouco resistente, pois é
influenciado por valores muito grandes ou muito pequenos (o que seria de esperar já que seu
cálculo que é derivado da variância é baseado nas diferenças entre os dados e sua média).
Assim, se a distribuição dos dados for bastante enviesada, isto é, com valores extremos elevados,
não é conveniente utilizar a média como medida de localização, nem o desvio padrão como
medida de variabilidade.
Estas medidas só dão informação útil, respectivamente sobre a localização do centro da
distribuição dos dados e sobre a variabilidade, se as distribuições dos dados forem
aproximadamente simétricas, cujo conceito você entenderá a seguir.

O que você achou do desvio padrão como medida de dispersão, não é muito mais de ser
analisado do que a variância?
Pois bem, para o estudo de Gerenciamento de Risco o Desvio Padrão será uma de nossas
principais medidas estatísticas, por isso vale a pena entendê-la muito bem.

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3.3 - Distribuição Normal

Uma distribuição de dados dita como normal possui uma importante propriedade: seus
dados possuem uma classe média predominante e as outras classes se distribuem à
volta desta de forma aproximadamente simétrica e com freqüência a decrescer à
medida que se afastam da classe média, da seguinte forma:

Aproximadamente 68% de seus elementos estão no intervalo de seu desvio padrão e ao


calcularmos dois desvios padrões cobriremos aproximadamente 95% de seus elementos.

Observe o exemplo abaixo:

Imagine um grupo de 100 pessoas onde a idade média é de 30 anos, sendo seu desvio
padrão de 10 anos. Desta forma teríamos a seguinte situação:

Uma distribuição normal


tem a forma de um sino.
Observe ao lado.

No caso deste grupo de 100 pessoas aproximadamente 68 teriam idade entre 20 e


40 anos, ou seja, dada a média do grupo de 30 anos e desvio padrão de 10 anos,
se a distribuição for normal, aproximadamente 68% de seus participantes terá
entre 20 anos (30 anos de média menos 10 de desvio padrão e 40 anos (30 anos
de média mais 10 anos de desvio padrão).

Simetria
Significa que os dados -
negativos e positivos - estão
distribuídos de forma
igualmente proporcionais
em torno da média.

Continuando ainda no nosso exemplo, outra propriedade de uma distribuição


considerada normal é que ao calcularmos dois desvios padrões estaremos
cobrindo aproximadamente 95% de toda sua população.

Neste caso, dado a média do grupo de 30 anos e desvio padrão de 10 anos, se a


distribuição for normal, aproximadamente 95% de seus participantes, neste caso
95 pessoas, terá entre 10 anos (30 anos de média menos 2 desvios padrões de
10 anos e 50 anos (30 anos de média mais 2 desvios padrões de 10 anos).

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Não sei se você percebeu mas, introduzimos também uma nova maneira de ver
dados estatísticos. Trata-se da distribuição de freqüência.

Imagine que você tenha 100 dados que queira organizá-los na chamada
distribuição de freqüência. O eixo vertical determinará a quantidade de vezes que
o dado apareceu e o eixo horizontal mostrará a característica do intervalo da
amostra inclusive com sua média. Observe:

40 Freqüência
Quantidade de vezes
em que o dado apareceu.
30

20

10 Idade das pessoas

21 24 27 30 33 36 39

3.4 - Intervalo de Confiança e Nível de Confiança

Um intervalo de confiança é uma faixa ou a extensão de valores ou dados que represente a


probabilidade de conter um determinado parâmetro estatístico a ser estimado para um
conjunto de dados representados por uma distribuição normal. Os intervalos de 95% e
99% são os mais utilizados para este fim. Para exemplificar o que estamos falando
tomemos utilizar o exemplo do item anterior.

Imagine que tenhamos 100 pessoas com idade média de 30 anos, com desvio padrão de 10
anos, cuja amostra resultou em uma distribuição normal.

Desta forma, quando falamos em 95% de intervalo de confiança, estaremos falando que,
aproximadamente 95% desta amostra terá pessoas entre 10 e 50 anos, isto porque, se a
média é 30 anos e 95% de intervalo de confiança, representa 2 desvios padrões, teremos
que adicionar e tirar 20 anos de cada lado desta média para saber sua amplitude.

Por dedução sabemos que este intervalo de confiança terá 95% de chances de conter um
valor que se desvie da média na proporção de até dois desvios padrões.

Já um nível de confiança é uma probabilidade associada ao intervalo de confiança.

É normalmente expressa em forma percentual. Por exemplo, digamos que o nível de


confiança seja de 95% para a situação abaixo:

Suponha que uma pesquisa de opinião predissesse que, se a eleição ocorresse hoje, o
Partido Político XYZ teria 60% dos votos.

O responsável pela pesquisa associou à mesma um nível de confiança de 95%. Isto quer
dizer que imagina-se que o partido XYZ poderá ter algo em torno de 57% a 63% dos votos,
ou seja 5% de erro dos 60% dos votos que resultam em 3% , devem adicionados e tirados
do percentual esperado de votos.

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3.5. Coeficiente de Correlação

Dado duas séries de dados, existirão várias medidas estatísticas que podem ser usadas
Covariância para analisar como as duas séries se movem através do tempo.
Seu sinal, positivo ou
negativo, indica o tipo As duas mais largamente usadas são: a correlação e a covariância.
de relação entre duas
séries de dados. Para duas séries de dados, X (X1, X2,.) e Y(Y1,Y2,.), a covariância fornece uma medida
não padronizada do grau no qual elas se movem, e é estimada tomando o produto dos
desvios da média, para cada variável, em cada período.

O sinal na covariância indica o tipo de relação que as duas variáveis tem.


Um sinal positivo indica que elas movem na mesma direção e, um negativo, que elas se
movem em direções opostas.
Coeficiente de Enquanto a covariância cresce com o poder do relacionamento, ainda é relativamente
Correlação difícil fazer julgamentos sobre o poder do relacionamento entre as duas variáveis
Seu valor vai ficar observando a covariância, pois ela não é padronizada.
entre menos 1 e mais
1 e será assim que
poderemos observar a
A correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis. Ela é calculada
dependência entre
com base na covariância.
duas variáveis.
ƒ Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas.
ƒ Uma correlação positiva indica que as duas variáveis se movem juntas, sendo a
relação mais forte quanto mais a correlação se aproxima de 1.
ƒ Uma correlação negativa indica que as duas variáveis se movem em direções opostas,
sendo que a relação fica mais forte quanto mais próxima de menos 1 ela ficar.

Veja abaixo a hipótese de preços de duas ações: Sadia (Série A) e Perdigão (série B)

Período Série A Série B


Cotação Cotação
Ações Sadia Ações Perdigão
Mês 1 10 11
Mês 2 15 13
Mês 3 20 19
Mês 4 25 21
Mês 5 30 29
Mês 6 35 27
Covariância 54,16667
Coeficiente de Correlação 0,96

Perceba o coeficiente de correlação destas ações. Vamos discuti-lo na próxima página.

O coeficiente de correlação também constitui-se em importante medida estatística.


Tente se lembrar as várias vezes que você deve ter ouvido falar que existe uma forte
correlação entre dólar e juros, ou entre a bolsa de valores e papéis emitidos no exterior.
Pois bem, através do coeficiente de correlação, sairemos do campo das suposições e teremos
condições de realmente saber se existem tais correlações. Veja como.

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O que você notou de importante nestas séries de dados? Vamos tentar identificar os
principais pontos juntos?

1. A Série “A” é uma série da dados que em 100% do tempo está em direção
ascendente, começando com 10 e terminando com 35, sempre em intervalos de 5.

2. A Série “B” também é uma série de dados que, em praticamente 100% do tempo,
(todos, exceto um), está em direção ascendente.

3. Como podemos observar, o coeficiente de correlação destas duas séries para um


mesmo período é muito forte, e aliás, não poderia deixar de ser. Elas movimentam-se
de forma bem uniforme, pois todas sobem ao mesmo tempo e em padrões
relativamente parecidos.

Vamos ver se o diagrama abaixo ajuda você a fixar melhor os conceitos aqui explicados.

Correlação Negativa Correlação Positiva

Significa que duas séries Significa que duas séries


movem-se em direção opostas movem-se na mesma direção
e, quanto mais próximo de – 1, e, quanto mais próximo de 1,
mais forte é esta relação. mais forte é esta relação.

-1 - 0,5 0 +0,5 +1

• Perceba que a correlação hipotética das nossas duas ações (Sadia e Perdigão), ficou em
0,96, ou seja, bem próxima a +1.
• Agora imagine se ocorresse o contrário, se elas tivessem correlação negativa (enquanto
uma sobe de preços a outra cai), que efeito isto teria em uma carteira de ações?
• Voltaremos a este assunto e falaremos de sua aplicação na Apostila de Gestão de Risco.

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Qual a utilidade prática do coeficiente de correlação?
1. Para carteiras de Renda Variável
Ao construir carteiras de renda variável, o coeficiente de correlação pode nos ajudar a
fazer uma diversificação eficiente, ou seja, escolher papeis com baixa correlação, que não
subam e caiam de preço ao mesmo tempo.

2. Utilização na proteção de carteiras: “hedging”


A proposta de cobertura, ou “hedging”, para determinado fator de risco de um passivo,
por exemplo, nada mais é do que encontrar um ativo com o qual este passivo tenha forte
correlação. Desta forma, todas as variações no passivo serão neutralizadas pelas mesmas
variações no ativo.

3.6. Coeficiente de Determinação ou R2

O quadrado do coeficiente de correlação é chamado de coeficiente de determinação


ou simplesmente R2.

Será um número sempre positivo, variando de zero até 1, e demonstra quão forte é a
relação entre duas variáveis, sendo 0 a mais fraca e 1 a mais forte.

É muito utilizada nas operações de proteção, conhecidas como “hedging” para sabermos
qual o grau de proteção que estamos atingindo, ou sua eficácia.

Exemplo:
1) Suponha que você tem uma posição da ação “A” e queira fazer uma operação de
proteção utilizando o índice Bovespa.

2) Suponha também que o coeficiente de correlação entre esta ação e o Ibovespa seja
0,8, ou seja, em 80% das vezes que o preço da ação sobe ou cai, o mesmo ocorre com o
índice Bovespa.

3) O coeficiente R2 indicará a eficácia dessa proteção respondendo à seguinte


pergunta: quanto da variação do preço da ação tem a ver com a variação do Ibovespa,
através da seguinte fórmula:

Seu R2 será: R2 = (0,80) ² = 0,64

Assim sendo:

64% da variação dos preços da ação “A” pode ser explicada pela variação do Ibovespa.
Cabe agora ao analista concluir se, com o coeficiente R2 de 0,64, a operação fornece o
nível de proteção adequado.

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Resumo – Princípios Básicos de Estatística
MA3
5
ƒ Medidas de Posição são medidas que localizam o centro de uma amostra sendo as três mais populares, a
média, a mediana e a moda.

ƒ A média tem como característica levar em conta todos os elementos da amostra e é muito sensível a valores
muito grandes ou muito pequenos.

ƒ A mediana é representada pelo elemento central de uma série de dados sendo que metade da amostra estará
de seu lado direito e a outra metade de seu lado esquerdo.

ƒ Para um conjunto de dados define-se moda como sendo o valor que surge com mais freqüência.

ƒ As medidas de dispersão – desvio-padrão e variância - determinam a variabilidade ou dispersão dos dados


da série em relação ao centro da amostra.

ƒ O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores positivos e quanto maior for, maior será a
dispersão dos dados. Trata-se da raiz quadrada da variância.

ƒ Uma distribuição normal possui uma importante propriedade: seus dados possuem uma classe média
predominante e as outras classes se distribuem à sua volta de forma aproximadamente simétrica e com
freqüência a decrescer à medida que se afastam da classe média.

ƒ Um intervalo de confiança é uma faixa ou a extensão de valores ou dados que representa a probabilidade de
conter um determinado parâmetro estatístico a ser estimado para um conjunto de dados representados por uma
distribuição normal.

ƒ A covariância fornece uma medida não padronizada do grau no qual duas séries de dados se movem, e é
estimada tomando o produto dos desvios da média, para cada variável, em cada período.

ƒ A correlação é a medida padronizada da relação entre duas variáveis. Ela é calculada com base na
covariância.
ƒ Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas.
ƒ Uma correlação positiva indica que as duas variáveis se movem juntas, sendo a relação mais forte
quanto mais a correlação se aproxima de 1.
ƒ Uma correlação negativa indica que as duas variáveis se movem em direção oposta, sendo que a
relação fica mais forte quanto mais próxima de menos 1 ela ficar.

Dúvidas? Anote-as aqui e agora.


Utilize o grupo eletrônico e/ou traga para discussão na aula presencial tira-dúvidas.

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4. Sistemas de Negociação, Liquidação e Custódia
MA4

Vamos aprender como são liquidadas as operações realizadas pelos diversos


agentes econômicos, ou seja, vamos entender como se processa o pagamento e o
recebimento dos recursos financeiros e dos títulos e valores mobiliários
transacionados no mercado.
Vamos falar dos Sistemas de Liquidação e Custódia existentes, responsáveis por
essa função.

4.1 - SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia

Criado em 1979 pela ANDIMA em parceria com o Banco Central, o SELIC é um sistema
eletrônico que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações
realizadas com títulos públicos, garantindo segurança, agilidade e transparência aos
negócios.
SELIC
Sistema eletrônico
Na década de 70, as operações financeiras implicavam o manuseio e a movimentação
que custodia e liquida
física desses títulos, com grande risco de fraude e extravio.
as operações com
títulos públicos
A partir do SELIC, títulos e cheques foram substituídos por simples registros eletrônicos,
federais.
gerando enorme ganho de eficiência, já que as operações são fechadas no mesmo dia em
que ocorrem.

O objetivo deste sistema é controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e


venda de títulos públicos federais e manter sua custódia física e escritural. É o
depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, dentre eles as LFT, LTN,
NTN-B, NTN-C, NTN-D e NTN-F.

Você vai aprender as características dos principais títulos públicos federais liquidados e custodiados pelo
SELIC na Parte 2 deste programa de treinamento. Aguarde!

O que a Taxa SELIC Over tem a ver com esse Sistema de Liquidação e Custódia? Tudo a
ver!

A taxa SELIC Over é a taxa média dos negócios realizados entre duas instituições
financeiras, pelo prazo de 1 dia, com lastro em títulos públicos federais. Como todas as
operações são liquidadas através deste sistema eletrônico, é ele que apura e divulga
essa taxa diariamente.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM – Comitê de Política Monetária, é a meta


para a taxa SELIC, a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê,
a cada 5 semanas.

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4.2 - CETIP – Central de Liquidação e Custódia de Títulos

A CETIP - Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos é uma das


maiores empresas de custódia e de liquidação financeira da América Latina e se
constitui em um mercado de balcão organizado para registro e negociação de
títulos e valores mobiliários de renda fixa.
Sem fins lucrativos, foi criada em conjunto pelas instituições financeiras e o Banco
Central, em março de 1986, para garantir mais segurança e agilidade às
operações do mercado financeiro brasileiro.
A Custódia é escritural, feita através do registro eletrônico na conta aberta em
nome do titular, onde são depositados os ativos por ele adquiridos. Isso é uma
garantia de que os ativos existem, estão registrados em nome do legítimo
proprietário e podem ser controlados de forma segregada.
Ao utilizarem os serviços de Custódia da CETIP, as instituições financeiras podem
ter Contas Próprias e Contas de Administração de Custódia de Terceiros.
Os ativos e contratos registrados na CETIP representam quase a totalidade dos
títulos e valores mobiliários privados de renda fixa, além de derivativos, dos
títulos emitidos por estados e municípios e do estoque de papéis utilizados como
moedas de privatização, de emissão do Tesouro Nacional.

Você vai aprender as características dos principais títulos privados liquidados e custodiados pela CETIP
na Parte 2 deste programa de treinamento. Aguarde!

CETIP - Custodia e liquida operações com:

ƒ Títulos privados de renda fixa,


ƒ Títulos emitidos por estados e municípios,
ƒ Estoque de papéis emitidos pelo Tesouro Nacional utilizados como moeda de privatização.

Você deve estar lembrando da Taxa CDI CETIP, não é verdade?

Pois bem, ela é a taxa média dos negócios realizados entre duas instituições financeiras, pelo prazo de 1
dia, com lastro em CDI que, sendo um título privado, tem sua liquidação e custódia processada através da
CETIP. Como todas as operações são liquidadas através deste sistema eletrônico, é ela que apura e divulga
essa taxa diariamente.

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4.3 Clearings – Câmaras de Liquidação e Compensação

As Câmaras de Liquidação e Compensação (Clearing Houses) foram estruturadas


para viabilizar o Sistema de Pagamentos Brasileiro-SPB.

Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados


financeiro e de capitais é a crença de seus participantes de que seus ganhos
serão recebidos e de que suas operações de compra e venda serão liquidadas
nas condições e no prazo estabelecidos.

Isso é proporcionado, pelas câmaras de registro, compensação e liquidação, ou


Clearings, mediante um sistema de compensação que chama para si a
responsabilidade pela liquidação dos negócios, transformando-se no comprador
para o vendedor e no vendedor para o comprador, com estruturas adequadas ao
gerenciamento de risco de todos os participantes.

Clearings de Pagamentos

COMPE - Serviço de Esta câmara é a responsável pela compensação de diversos


Compensação de documentos, sendo os principais, os cheques, DOCs (documento de
cheques e outros ordem de crédito) e bloquetos de cobrança. Os serviços da COMPE
papéis são regulados pelo Banco Central do Brasil e executados pelo Banco
do Brasil e são oferecidos a todas as instituições financeiras. O Banco
Central espera que na COMPE transitem, fundamentalmente, as
operações de varejo, que envolvam grande volume físico de
documentos mas, baixos valores, cujo somatório, banco a banco, não
Observe os tipos de represente ameaça ao sistema, pois os mecanismos criados
Clearings desestimularam os clientes bancários a emitir cheques ou DOCs de
existentes, seus valores a partir de R$ 5 mil.
conceitos e
aplicações. CIP – Câmara Opcionalmente à tradicional forma de liquidação via COMPE (cheques,
Interbancária de DOCs, etc) ou a novíssima forma de liquidação via STR, encontramos,
Pagamentos no ambiente do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, a liquidação
financeira de pagamentos via CIP - Câmara Interbancária de
Pagamentos. Para que os bancos possam efetuar transferências
através da CIP, deverão, diariamente, destacar uma parte do saldo
de suas contas Reservas Bancárias, depositando-a em favor daquela
câmara, constituindo assim a garantia necessária para a liquidação
das transferências que lhe encaminharão ao longo do dia. É o que o
mercado chama de pré-depósito ou pré-funding.

Tecban – Câmara de É a câmara eletrônica atualmente utilizada para a liquidação dos


Compensação cartões de crédito.

Segurança na Liquidação

Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados financeiro e de capitais é a
crença de seus participantes de que seus ganhos serão recebidos e de que suas operações de
compra e venda serão liquidadas nas condições e no prazo estabelecidos.

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5. Conceito de Benchmark e Índices de Referência
MA5

Na última parte deste módulo vamos entender o que é um benchmark, conhecer


os mais utilizados pelo mercado de renda fixa e de renda variável e compreender o
benefício da sua aplicação.

5.1 Benchmark

É um parâmetro de comparação útil para o investidor analisar o desempenho de um ativo


ou carteira de investimento.

Alguns indicadores financeiros e econômicos são amplamente utilizados como benchmark


para avaliar a rentabilidade de fundos de investimentos, por exemplo.

Veremos a seguir que os benchmarks mais utilizados no mercado de Renda Fixa:


ƒ DI,
ƒ Selic,
ƒ Câmbio (Ptax) e
ƒ IGP-M.

e os benchmarks mais utilizados no mercado de Renda Variável:


ƒ Ibovepa;
ƒ IBX.

Você conheceu no item 1.1 desta apostila, que se inicia na página 8, os principais
indicadores do mercado de Renda Fixa.
Volte, se necessário, para recordar o conceito de cada uma delas. O comentário
importante que podemos acrescentar é que esses indicadores são utilizados como
benchmark de diversas operações no mercado financeiro.

ƒ A taxa DI, por exemplo, é benchmark dos conhecidos Fundos de Renda Fixa DI;
ƒ O IGP-M é o benchmark dos Fundos IGP-M e de alguns Fundos Multi-índices;
ƒ A Taxa PTAX é adotada por muitos Fundos Cambiais para o cálculo do valor da cota.

Vamos conhecer agora os dois principais benchmarks do mercado de Renda Variável: o


IBOVESPA e o IBX.

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5.1.2 – Ibovespa

O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do


mercado de ações brasileiro.

Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais papéis
negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de
sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em
1968.

O que é o Índice Bovespa?

É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em


02/01/1968, a partir de uma aplicação hipotética.

Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então,
considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de
proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do
valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações
recebidas em bonificação).

Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também
o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o
retorno total de suas ações componentes.

Finalidade

A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do


mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real
configuração das negociações à vista (lote-padrão) na BOVESPA.

Representatividade do Ibovespa

• Em termos de liquidez
As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de
80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado à vista
(lote-padrão) da BOVESPA.

• Em termos de capitalização bursátil


As empresas emissoras das ações integrantes da carteira teórica do Índice
Bovespa são responsáveis, em média, por aproximadamente 70% do somatório da
capitalização bursátil de todas as empresas com ações negociáveis na BOVESPA.

Transparência

Uma metodologia de cálculo simples, com seus dados à disposição do público investidor,
assegura uma grande confiabilidade ao Índice Bovespa. Isto pode ser constatado pela
chancela do mercado, traduzida pelo fato do Ibovespa ser o único dos indicadores de
performance de ações brasileiras a ter um mercado futuro líquido (um dos maiores
mercados de contrato de índice do mundo).

Segurança, Confiabilidade e Independência

A BOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção do Ibovespa. Essa


responsabilidade assegura a observância estrita às normas e procedimentos técnicos
constantes de sua metodologia.

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Critérios de Inclusão de Ações no Índice

A carteira teórica do Ibovespa é composta pelas ações que atenderam cumulativamente aos
seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira:
ƒ estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados
representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais;
ƒ apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total;
ƒ ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período.

Critérios de Exclusão de Ações no Índice

Uma ação selecionada para compor a carteira só deixará de participar quando não conseguir
atender a pelo menos dois dos critérios de inclusão anteriormente indicados.

Deve-se ressaltar que companhias que estiverem sob regime de concordata preventiva,
processo falimentar, situação especial ou sujeitas a prolongado período de suspensão de
negociação não integrarão o Ibovespa.

Vigência da Carteira

Para que a representatividade do Ibovespa mantenha-se ao longo do tempo, sua carteira é


reavaliada ao final de cada quadrimestre, utilizando-se os procedimentos e critérios
integrantes desta metodologia. Nas reavaliações, identificam-se as alterações na
participação relativa de cada ação no índice, bem como sua permanência ou exclusão, e a
inclusão de novos papéis.

A carteira teórica do Ibovespa tem vigência de quatro meses, vigorando para os períodos de
janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro.

Ajustes do Índice

De forma a medir o retorno total de sua carteira teórica, o Índice Bovespa será ajustado
para todos os proventos distribuídos pelas companhias emissoras das ações integrantes de
seu portfólio.

O ajuste é efetuado considerando-se que o investidor vendeu as ações ao último preço de


fechamento anterior ao início da negociação "ex-provento" e utilizou os recursos na compra
das mesmas ações sem o provento distribuído ("ex-provento").

5.1.3 O IBrX – Índice Brasil

Apresentação
O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica
composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos
de número de negócios e volume financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira do
índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado.

Ações Elegíveis para o Índice


O índice IBrX será composto por 100 papéis escolhidos em uma relação de ações
classificadas em ordem decrescente por liquidez, de acordo com seu índice de
negociabilidade (medido nos últimos doze meses), observados os demais critérios de
inclusão descritos abaixo.

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Critérios de Inclusão de Ações no Índice
Integrarão a carteira do IBrX - Índice Brasil as 100 ações que atenderem cumulativamente
aos critérios a seguir:

a) estarem entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade,


apurados nos doze meses anteriores à reavaliação;

b) terem sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses
anteriores à formação da carteira.

Cumpre ressaltar que companhias que estiverem sob regime de concordata preventiva,
IBrX processo falimentar, situação especial, ou ainda que estiverem sujeitas a prolongado
Mede o retorno de período de suspensão de negociação, não integrarão o IBrX.
uma carteira teórica
de ações composta Critérios de Exclusão
pelas 100 ações mais Uma ação será excluída do índice, nas reavaliações periódicas, quando deixar de atender
negociadas do aos critérios de inclusão.
mercado.
Se, durante a vigência da carteira, a empresa emissora entrar em regime de concordata
preventiva ou falência, as ações de sua emissão serão excluídas da carteira do índice.

No caso de oferta pública que resultar em retirada de circulação de parcela significativa de


ações do mercado, suas ações serão excluídas da carteira. Nessas eventualidades, serão
efetuados os ajustes necessários para garantir a continuidade do índice.

Vigência da Carteira
A carteira teórica do índice terá vigência de quatro meses, vigorando para os períodos de
janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro.
Ao final de cada quadrimestre a carteira será reavaliada, utilizando-se os procedimentos e
critérios integrantes desta metodologia.

Ajustes no Índice
Quando da distribuição de proventos por empresas emissoras de ações pertencentes ao
índice, efetuar-se-ão os ajustes necessários de modo a assegurar que o índice reflita não
somente as variações das cotações da ação, como também o impacto da distribuição dos
proventos.

Em função desta metodologia, o IBrX - Índice Brasil é considerado um índice que avalia o
retorno total ("total return") das ações componentes de sua carteira.

Certificação Profissional ANBID – CPA20


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