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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___VARA

CÍVEL DA COMARCA DE TAUBATÉ/SP.

Carlos, brasileiro, solteiro, aposentado, portador do RG n.º... e do CPF n°...,


endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado, conforme
procuração anexa..., com escritório..., endereço que indica para fins do art. 77, V, do CPC,
vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 562 do Código
Civil, ajuizar

AÇÃO DE REVOGAÇÃO DE CONTRATO DE DOAÇÃO

em face de Marcela, brasileira, solteira, empresária, inscrita no CPF sob o nº... e portadora
do RG n°..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada..., pelas razões fáticas e jurídicas
a seguir expendidas:

I DOS FATOS

Através de contrato de doação com encargo, assinado em 20 de julho de 2013,


o Requerente doou a sua sobrinha Marcela, ora Requerida, um de seus imóveis localizado
nesta cidade no valor de 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil).
Ocorre que, Carlos com sua saúde fragilizada e preocupado com o seu futuro e
da sua grande companheira, sua cadela de raça Nina, exigiu apenas que para a concretização
da doação, a Requerida, pelo período de 3 (três) anos, deveria, a contar da data do contrato,
comparecer na residência do doador três vezes por semana para realizar as respectivas
tarefas: organizar a rotina da casa, dar as ordens para a empregada e a cuidadora, verificar
as necessidades para as compras da semana e levar a cadela Nina ao pet shop para o banho
semanal.
Sucede que, embora a donatária tenha concordado com as condições impostas,
sendo formalmente notificada, só cumpriu com o encargo imposto nos primeiros dois
meses após a celebração do contrato, estando há mais de 5 (cinco) meses inerte.
A cobrança amigável da obrigação restou infrutífera, restando, portanto, a
prestação jurisdicional como última via de acesso ao que lhe é de direito.
Eis os fatos.

II DO DIREITO

Como consabido, no que tange a doação com encargo com previsão de prazo
para a execução da obrigação, como in casu, o doador pode pedir a revogação da doação
com base na sua inexecução, estando em mora o donatário conforme prevê o art. 562 do
Código Civil, no mesmo sentido também trata o art. 555 do Código Civil.
Diante disso, os fatos acima expostos, bem como, a farta documentação que
acompanha a presente inicial, demonstra, cabalmente, o ato danoso, praticado pela Ré
contra o autor, e devidamente catalogado nos dispositivos legais ora enumerados, que
autorizam a revogação do contrato de doação celebrado entre as partes, bem como a
reversão do imóvel.
Nesse sentido entende também o Tribunal Regional Federal da 4ª região, senão
vejamos:

CIVIL. DOAÇÃO. ENCARGO. EDIFICAÇÃO.


FAVORECIMENTO DE TERCEIROS.INTERPRETAÇÃO
CONTRATUAL. VONTADE DAS PARTES. ATO
ADMINISTRATIVO.FINALIDADE. SUPRESSÃO.
DECRETAÇÃO DA REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO. 1. A
previsão da edificação de casas para oficiais e sargentos sobre a área
doada, clausulada no contrato de doação, constitui-se em encargo
do ato de liberalidade, e não mera sugestão, conselho ou
desejo, o que poderia descaracterizar a doação com modus; 2.
É missão do intérprete investigar nos elementos probatórios
disponíveis a verdadeira intenção das partes, a qual sobrepuja a letra
do instrumento (art. 85 do CCB/1916); deve-se buscar a vontade
real dos contratantes. Sendo assim, inconcebível a negação da
existência do encargo, porquanto, além de haver no contrato
de doação dados suficientes para identificação da constituição
do ônus, a manifestação dos doadores e da donatária no
âmbito processual desvenda a questão, pondo a nu a real
vontade pactuada mas deficientemente instrumentalizada,
qual seja, que a edificação de casas para oficiais e sargentos do
1º Batalhão de Fronteira constituiu determinação anexa ao ato
de liberalidade, impondo gravame de responsabilidade da
donatária. 3. Vale referir, ainda, que, em face do delongado tempo
transcorrido desde a conformação do pacto de doação modal, quase
50 anos, o ato administrativo que autorizou a recepção dos imóveis
pela autoridade competente, com a incorporação deles ao
patrimônio da União, viu suprimida sua finalidade. A inércia da
União por excessivo tempo distorceu o animus que moveu a
formação do contrato, pois nem os doadores tinham em mente esta
postergação indefinida do cumprimento do encargo, nem a
Administração pode postergar sine die a obrigação que assumiu. 4.
Ausente, atualmente, o requisito da finalidade do ato administrativo,
porquanto da sua edição cogitava-se do implemento do encargo em
prazo razoável, o qual já escoou de há muito, suprime-se a sua
validade, o que atinge, igualmente, a higidez da avença de doação
com encargo, impondo-se sua rescisão, nos termos do pedido do
autor. 5. Estabelecida a mora da União pela interpelação judicial
promovida pelos autores, a qual confessadamente não atendeu ao
encargo e diz ficar a seu exclusivo critério a oportunidade da
construção das obras nos imóveis doados, denunciando, deste
modo, o propósito de não purgar a mora, mantendo-se inerte como
fez por quase 50 anos, restam preenchidos os requisitos legais para
que decretada a revogação da doação das áreas remanescentes, nos
moldes que aludido no art. 1181, § único, do Código Civil do Brasil
de 1916, vigente à época. (TRF-4 - AC: 37773 PR
2003.04.01.037773-7, Relator: LUIZ CARLOS DE CASTRO
LUGON, Data de Julgamento: 16/11/2004, TERCEIRA TURMA,
Data de Publicação: DJ 02/02/2005). (Grifou-se).
III DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Requer a citação da Requerida, para que apresente defesa, caso queira;


b) A condenação da Requerida ao pagamento dos honorários e custas de sucumbência,
em conformidade com o artigo 85 do NCPC/2015;
c) Que seja julgado procedente o pedido de revogação do contrato de doação com a
determinação do retorno do bem doado ao patrimônio do
doador, a fim de que o mesmo possa dele desfrutar ou usufruir na
condição de pleno proprietário;
d) Protesta por todo o gênero de provas e requer a sua produção pelos
meios admitidos em direito, como juntada de documentos, perícias, inquirição de
testemunhas e depoimento pessoal da requerida.

Dá-se à causa o valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil).

Termos em que

Pedem deferimento,

São Luís, 04 de agosto de 2017

Advogado...

OAB...

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