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Esse texto de Platão narra o dialogo entre Sócrates e Hípias, um sofista, tentando

obter uma definição sobre o que é o Belo. Temos um diálogo, onde Platão nos brinda
com a dialética de Sócrates contra o rico e venerado sofista, tentando chegar a uma
resposta a questão do que é o Belo, ou o que define a beleza de algo. Sócrates,
utilizando de sua argumentação afiada, demonstra a Hípias que o mesmo não poderia
definir o conceito de beleza de forma satisfatória.

Sócrates elogia (ironicamente) Hípias pela sua sabedoria. Hípias gaba-se bastante
dos seus dons oratórios.Sócrates questiona-o acerca da questão da educação, uma
vez que os sofistas são os “mestres da virtude". Hípias vê-se num impasse, obrigado a
reconhecer que não consegue transmitir a virtude aos habitantes de Lacedemónios,
que por se considerarem virtuosos por natureza não aceitam essa lição de um sofista
estrangeiro. Hípias admite no entanto que eles são capazes de escutar os seus
discursos com interesse, como o último discurso que lhes fez intitulado “As Belas
ocupações”. Sócrates pergunta-lhe de forma insistente: “O que é o Belo?” Hípias
desvaloriza, referindo-se à insignificância da pergunta. Hípias começa por cometer um
erro, que é não distinguir entre o conceito e o exemplo de belo. Revela incapacidade
de abstracção lógica, “O belo é uma bela rapariga, uma bela lira…”. Hípias cai no
Relativismo. Sócrates indaga-o acerca do Belo em si. Belo em si, aquilo que é comum
a todas as coisas belas, a razão de ser da beleza das coisas. Sócrates procura o
eidos, o carácter: “o belo em si não é nem este objecto nem aquele, mas qualquer
coisa que lhe comunica o seu próprio carácter”. A segunda tentativa de Hípias também
é falhada: “o belo é o ouro”. Cai em contradição, pois Sócrates mostra-lhe exemplos
em que esculturas noutros materiais podem também ser belas. Hípias conclui que uma
coisa é mais bela quando é apropriada à sua função: uma colher de pau é mais bela
para fazer um pure do que uma de ouro. Hípias defende que a beleza é a
Conveniência. Sócrates vai rapidamente refutar esta resposta: a conveniência é uma
relação entre vários objetos, logo entre as partes de um todo. Se as partes são belas a
beleza não vem da sua disposição, e se as partes não são belas a disposição só pode
produzir a aparência do belo. Surge então a segunda tentativa de definição: o belo é o
útil. O Belo é um prazer inteligível, dado pelo reconhecimento no espírito da ideia da
realidade do objeto, do fato, por isso só apreensível pelo ver ou pelo ouvir (os dois
sentidos que transportam o mundo exterior ao inteligível), ou pelos dois sentidos em
conjunto. Todavia, não apenas pela vista ou pelo ouvido, pela percepção do objeto,
considerando que não é propriedade dos sentidos, pois apenas passa por eles para se
manifestar no espírito, ao inteligível, pela noésis. Como a Dialética, desenvolve-se a
partir das mais intimas zonas do Ser (do sensível ao afetivo e emocional), enraizando-
se nos seus desejos mais profundos, percorrendo o racional e ultrapassando-o,
emergindo no espírito como uma clarividência. Hípias está muito longe de
compreender ou apreender isso, e Sócrates reconhece que só por vezes tais coisas
lhe passam pela cabeça.

O Belo é a potência para se fazer alguma coisa: “um belo atleta”, “um belo navio”,
aptidão para atingir um fim. Sócrates vai testar esta afirmação, refletindo acerca das
consequências. E se o fim a atingir for mau? Não é admissível que o que é belo não
seja bom e vice-versa. Então Hípias corrige de “Útil” para “Proveitoso”
A discussão passa para o plano da ética. Na verdade continuamos no campo do
concreto e não do abstrato (belo em si continua por definir). “O belo é a causa do
Bem”. Esta definição é também rejeitada por Sócrates. A beleza visual, das pessoas e
das obras de arte, bem como a beleza auditiva, das vozes das musas, da lira, conduz
a uma nova definição: O Belo é o que é agradável à vista e ao ouvido. A qualidade
“agradável” não serve para caracterizar a beleza, pois nesse caso todos os restantes
prazeres, incluindo os mais feios, seriam belos, o que não faz sentido. Hípias insiste
no agradável unicamente à vista e ao ouvido e tentar ainda pegar no conceito
“proveitoso” anteriormente rejeitado. Defesa do prazer com metro, medida. O ouvido e
a vista através das artes que representam, música, pintura, escultura e arquitetura
usam a métrica e os canons que se fundamentam no número (elemento inteligível
entre o sensualismo do prazer).

A grande questão enunciada, como podemos perceber, permanece sem resposta ao


final do texto. Mesmo passeando por várias possibilidades, vemos que Hípias não
compreende a questão em si até um ponto avançado no diálogo, definindo sempre
coisas e ações belas em vez de o Belo, aquilo que torna tudo o que tem beleza digno
de ter tal definição. Platão conclui o texto de forma magistral, tanto deixando claro a
ignorância de Hípias, quando deixando claro a dificuldade dessa questão filosófica por
ele proposta, com o provérbio "O Belo é difícil".

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