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2017
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CALDAS AULETE, Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa
(sic), v. IV, Rio de Janeiro, Delta, 1964, p. 3227.
A esse fenômeno se chama transposição, e ocorre
toda vez que a Ciência Jurídica toma determinados fatos da
realidade (recortes da realidade) natural ou social, e
juridiciza, fazendo incidir normas de valor ou desvalor,
impondo sanções ou atribuindo efeito jurídico criador,
modificador ou extintivo de direitos.
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Ainda que se tenha consagrado o uso do termo “Código Florestal”, desde a
edição de sua primeira versão em 1934, o atual diploma legal, sancionado em
2012, não usou esta terminologia. Assim, nesta obra será adotada a nomenclatura
“Nova Lei Florestal”.
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
COMPETÊNCIAS AMBIENTAIS
Art. 7º [...]
[...]
XIV - promover o licenciamento ambiental de
empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e
em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na
plataforma continental ou na zona econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de
conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais
Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento
ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles
previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de
junho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar,
transportar, armazenar e dispor material radioativo, em
qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em
qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da
Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder
Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite
Nacional, assegurada a participação de um membro do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e
natureza da atividade ou empreendimento;
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Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II,
III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências.
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental
resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os
padrões ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por
atividade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores,
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
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As polícias militares estaduais que atuam através de batalhões ambientais,
apesar de cooperarem para a proteção dos recursos naturais, não integram o
SISNAMA. Devem atuar na prevenção geral de crimes contra o meio ambiente,
mas não tem atribuição para autuar e impor sanções administrativas.
a) Órgão Superior: Conselho de Governo. Sua função
é assessorar o Presidente da República na formulação da
política nacional e diretrizes governamentais para o meio
ambiente e recursos ambientais.
b) Órgão Consultivo e Deliberativo5: Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Com formação
tripartite, é integrado por representantes dos governos, da
sociedade civil e da iniciativa privada. Tem a função de
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo,
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente
e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o
meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à
sadia qualidade de vida. A obrigatoriedade do estudo de
impacto ambiental, por exemplo, foi estabelecida por meio
de uma resolução do CONAMA.
c) Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente –
MMA, da Amazônia Legal e dos Recursos Hídricos, em que
se transformou a antiga Secretaria do Meio Ambiente da
Presidência da República. Com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a
política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para
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Antes também exercia a função recursal, o que foi revogado pela Lei
11.941/2009.
o meio ambiente. A Lei 10.683 de 28 de maio de 2003, que
dispõe sobre a organização da Presidência da República e
dos ministérios, constituiu como área de competência do
Ministério do Meio Ambiente os seguintes assuntos:
d) Órgãos executores:
a) CIVIL
b) PENAL
A Constituição Brasileira de 1988 consagra um
Capítulo ao Meio Ambiente, e muito mais do que isso:
garante a todos os brasileiros o equilíbrio ecológico,
considerando o ambiente como bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao Poder
Público e à Coletividade o direito-dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações, prevendo
a responsabilidade administrativa, civil e penal das pessoas
físicas e jurídicas que causarem dano ao meio ambiente.
RECURSOS HÍDRICOS
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FIORILLO, C. & RODRIGUEZ, M. Manual de Direito Ambiental e
Legislação Aplicável. Editora Max Limonad. São Paulo, 1997.
revestem, são bem de interesse comum a todos os
habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade
com as limitações que a legislação em geral e especialmente
esta Lei estabelecem”. Deste modo o legislador demonstra,
a preocupação em estabelecer que o direito de propriedade
não é absoluto, cabendo ao proprietário zelar pela
preservação das florestas. Essa regra vale não somente
para o agricultor como também para os que se dedicam à
indústria, ao comércio, ao transporte de madeiras.
No art. 3º, a Lei define as florestas e demais formas
de vegetação permanente, dentre as quais aquelas situadas
ao longo dos rios e cursos d’água, ao redor das lagoas,
lagos ou reservatórios de águas naturais ou artificiais.
Temos assim, nos incisos “I”, “II”, “III” e “IV” do art. 4º,
a descrição de florestas que têm a função de proteção dos
mananciais e das águas em geral, quando dispõe que
“Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas
rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
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MACHADO, P. Direito Ambiental Brasileiro. Malheiro Editores. São Paulo.
5. ed. 1994.
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene
e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha
do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10
(dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de
10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham
de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham
largura superior a 600 (seiscentos) metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa
com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo
d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa
marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais,
decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água
naturais, na faixa definida na licença ambiental do
empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água
perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio
mínimo de 50 (cinquenta) metros;”
Nos incisos “V”, “VI”, “VII”, “VIII, “IX”, “X” e “XI”, a lei
dá uma ênfase maior à proteção do solo quando dispõe que
são áreas de preservação permanente:
RESERVA LEGA
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de
vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da
aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em
relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art.
68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de
florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de
cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos
gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por
cento).
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO