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Dissertação
Giov
iovaanna Móes Albuquerque Po
Pontes
Recife
Departamento de Engenharia Química da UFPE
2002
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões ii
Página de Aprovação
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões iii
Resumo
mistura.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões iv
Abstract
The injection of CO2 is an enhanced oil recovery method by which the ultimate
yield of a reservoir is substantially increased.
The CO2 dissolved in the oil reduces both the bulk viscosity and the interfacial
tension at oil – water interface; thereby facilitating extraction. The presence of water
within a reservoir potentially increases significantly both the complexity of the phase
equilibrium diagram for such a system and the overall recovery rate.
The objective of this study is to construct an accurate phase model for the general
system CO2/hydrocarbon/water at several pressures
This model was developed using Peng-Robinson EOS, with Wong-Sandler
mixing rules and an activity model based upon the Gibb´s free energy, coupled with
NRTL and UNIQUAC. Model parameters were adjusted using experimental data for
toluene and hexadecane; subsequent correlation of experimental and calculated data
exhibited good agreement.
KEYWORD: Phase equilibrium at high pressures, EOS, model Gibb´s free energy,
carbon dioxide, mixture rules.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões v
Agradecimentos
Índice de Figuras
Nomenclatura
a Parâmetro de energia
Aij Aji Parâmetro de NRTL e do UNIQUAC
b Parâmetro de co-vomume.
C ou C* Parâmetro da regra de mistura
D Parâmetro da regra de mistura
ELV Equilíbrio líquido vapor
ELL Equilíbrio líquido líquido
ELLV Equilíbrio líquido líquido vapor
EOS Equação de estado
f Fugacidade
F Alimentação
G Energia de Gibbs
GE Energia de Gibbs de Gibbs de exesso
Gji Parâmetro de NRTL
H Entalpia
kij Parâmetro de interação binária
Ki Constante de ELV do componente i
L Liquido
M Massa molecular
NRTL Modelo de atividade para cálculo de GE
n Número de moles
N Número de moles
P Pressão
q Parâmetro de área superficial
Qk Área superficial relativa
Q Parâmetro da regra de mistura
r Parâmetro de volume
Rk Volume relativo do subgrupo k
S Entropia
T Temperatura
V Volume
V Volume parcial molar
V Volume molar
V Vapor
UNIFAC Modelo de atividade para cálculo de GE
UNIQUAC Modelo de atividade para cálculo de GE
x Fração molar da fase líquida
y Fração molar da fase vapor
Z Fator de compressibilidade
z Composição geral
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões ix
Símbolos Gregos
Sobrescrito
Subescrito
i, j,k Componentes
1,2 Componentes
M mistura
c Propriedade crítica
km Subgrupos
r Propriedade Reduzida
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões x
Índice
1-INTRODUÇÃO GERAL 01
2-PETRÓLEO 05
2.1- Introdução 06
2.2- Produção de Petróleo 09
3-EQUILÍBRIO DE FASES 10
3.1-Metodologia 11
3.1.1-Fugacidade 13
3.1.2-Cálculo da Fugacidade 14
3.1.3-Equações de Estado 15
3.1.4-Modelos de Coeficientes de Atividade 17
3.1.5-Ajuste de Parâmetros 22
3.2- Teoria 24
4- EFEITO DO CO2 NA VISCOSIDADE 31
5-RESULTADOS E DISCUSSÕES 35
5.1- Equilíbrio de Fases. 36
5.1.1-Sistema Água/CO2/Tolueno 37
5.1.2- Sistema Água/CO2/Hexadecano. 44
5.2- Viscosidade 50
5.2.1- Sistema Água/CO2/Tolueno. 51
5.2.2- Sistema Água/CO2/Hexadecano. 55
6- CONCLUSÕES 60
7-BIBLIOGRAFIA 62
Capítulo 1
Introdução Geral
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 2
1-Introdução Geral
(USA), em 1859 que o petróleo passou a ser consumido em grande escala (Ciência
Hoje, 2000). Hoje, ele é responsável pela maior parte dos combustíveis que são
utilizados pelos meios de transportes em todo o mundo e por boa parte da energia é
avançado de exploração que têm a sua produção diminuída devido a à queda da pressão
exploradoras, tornou-se cada vez mais necessária, pois estes campos ainda continham
O IOR é a união de dois métodos, a injeção de água nos poços para manutenção
poroso onde ele se encontra. Dentre os métodos EOR pode-se citar a injeção de gases,
tais como dióxido de carbono, nitrogênio, gás natural e vapor e injeção de polímeros e
agentes tenso-ativos.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 3
mais utilizados dentre as técnicas de EOR de injeção de gases. Ao ser injetado no poço,
mesmo, fazendo com que o petróleo escoe com maior facilidade e conseqüentemente
tenha uma melhor recuperação. Esta técnica é bastante utilizada nos poços brasileiros,
não só para a recuperação de campos maduros, como também em campos que tenham
óleo pesado, ou seja, petróleo composto por hidrocarbonetos de alto peso molecular.
geral tem-se a fase rica em CO2, a rica em óleo e a rica em água. Esta água pode ser de
formação, ou seja, foi formada antes da formação do petróleo, ou ainda água de injeção,
usada como parte da técnica para empurrar o petróleo para fora do reservatório.
qualidade.
adição de CO2.
Capítulo 2
Petróleo
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 6
2-Petróleo
2.1-Introdução
3-Equilíbrio de fases
3.1-Metodologia
atingiram o estado de equilíbrio e que seja conhecida a temperatura T das duas fases e as
frações molares x1, x2, ... na fase A. O objetivo é então encontrar as frações molares
x1,x2, ... da fase B e a pressão P do sistema. Alternativamente, podem ser conhecidas x1,
x2, ... da fase A e P, de modo que o objetivo passa a ser o de encontrar x1, x2, ... na fase
B e T. Esse tipo de problema pode envolver ainda outras combinações de variáveis
conhecidas e desconhecidas. O número de propriedades intensivas que devem ser
especificadas para fixar complementarmente o estado de equilíbrio é determinado pela
regra das fases de Gibbs. Na ausência de reações químicas ela pode ser escrita da
seguinte forma
Números de propriedades
= (Número de componentes ) - (Número de fases) + 2
intensivas independentes
µ iA = µ iB (3.1-1)
f i A = f iB (3.1-2)
3.1.1-Fugacidade
fi
lim →1 quando P→0 (3.1.1-1)
yi P
fi A = fiB (3.1.1-2)
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 14
A equação (3.1.1-2) resulta em algo muito útil. A partir dela conclui-se que o
equilíbrio descrito em termos de potenciais químicos pode ser substituído, sem perda de
generalidade, pela descrição em termos de fugacidade.
3.1.2-Cálculo da Fugacidade
fi P RT
RT ln φ i = RT ln = ∫ V i − dP (3.1.2-3)
yi P 0
P
P RT
RT ln φ i = ∫ V i − dP (3.1.2-4)
0
P
dP
ln φ i = ∫ (Z − 1)
P
T = cte (3.1.2-5)
0 P
PV
Z≡ (3.1.2-6)
RT
3.1.3-Equações de Estado
RT a
P= − (3.1.3-1)
V − b V (V + b ) + b(V − b )
a (T , ω ) = a cα (Tr , ω ) (3.1.3-2)
2
R 2Tc
a c = 0.45724 (3.1.3-3)
Pc
(
α = 1+κ 1− Tr ) (3.1.3-4)
m m
a M = ∑∑ z i z j aij (3.1.3-7)
i =1 j =1
a ij = (ai a j ) (1 − k )
1/ 2
ij (3.1.3-8)
m
bM = ∑ z i bi (3.1.3-9)
i =1
QD
a M = RT (3.1.3-10)
1− D
Q
bM = (3.1.3-11)
1− D
em que
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 17
m m
a
Q = ∑∑ z i z j b −
i =1 j =1 RT ij
a aj
bi − i b j −
RT RT
× (1 − k ij )
a
b − = + (3.1.3-12)
RT ij 2 2
AE m
ai
D=
CRT
∑z
i =1
i
bi RT
(3.1.3-13)
C=
1
(
ln 2 − 1 ) (3.1.3-14)
2
que pode ser aproximada, a baixas pressões, pela energia de Gibbs de excesso. Neste
trabalho foram empregados o modelo NRTL (RENON e PRAUSNITZ, 1968) e o
modelo UNIQUAC (ABRAM e PRAUSNITZ, 1975) para o cálculo da energia livre de
Gibbs de excesso.
GE m ∑τ ji G ji x j
= ∑ xi
j =1
m
(3.1.4-1)
RT i =1
∑G l =1
li xl
em que
A ji
τ ji = (3.1.4-2)
T
G ji = exp(− α jiτ ji ) (3.1.4-3)
α ij = α ji (3.1.4-4)
m
m
∑τ ji G ji x j m x j Gij
∑ x rτ rj Grj
ln γ i =
j =1
+∑ m τ − m
r =1 (3.1.4-5)
m ij
∑G
l =1
li xl j =1
∑
l =1
Glj xl
∑
l =1
Glj xl
e e e
G G (combinatorial ) G (residual )
= + (3.1.4-6)
RT RT RT
e
G (combinatorial ) φ z θ
= ∑ xi ln i + ∑ xi qi ln i (3.1.4-7)
RT i xi 2 i φi
e
G (residual )
= −∑ q i xi ln ∑θ jτ ji (3.1.4-8)
RT i j
xi q i
θi = (3.1.4-9)
∑ x jq j
j
xi ri
φi = (3.1.4-10)
∑ x j rj
j
(u ij − u jj )
ln τ ij = (3.1.4-11)
RT
φi z θ φ
ln γ i (combinatorial ) = ln + qi ln i + l i − i
xi 2 φi xi
∑x l
j
j j (3.1.4-13)
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 20
θ jτ ij
ln γ i (residual ) = qi 1 − ln ∑θ jτ ji − ∑ (3.1.4-14)
j ∑θ k τ kj
j
k
z
l i = (ri − qi ) − (ri − 1) (3.1.4-15)
2
ln γ i = ln γ iC + ln γ iR (3.1.4-16)
z J J
ln γ iC = 1 − J i + ln J i − qi 1 − i + ln i (3.1.4-17)
2 Li Li
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 21
ri
Ji = (3.1.4-18)
∑ rj x j
j
qi
Li = (3.1.4-19)
∑qjxj
j
τ ij
ln γ iR = qi 1 − ln si − ∑θ j (3.1.4-20)
sj
j
Quando aplicadas a uma solução de grupos, a equação (3.1.4-20) é escrita na
forma
β β
ln γ iR = qi 1 − ∑ θ k ik − eki ln ik (3.1.4-21)
k sk sk
Onde
ri = ∑ν k(i ) Rk (3.1.4-22)
q i = ∑ν k(i ) Qk (3.1.4-23)
k
ν k(i ) Qk
eki = (3.1.4-24)
qi
β ik = ∑ emiτ mk (3.1.4-25)
m
∑x q e i i ki
θk = i
(3.1.4-26)
∑x q j
j j
s k = ∑θ mτ mk (3.1.4-27)
m
−a
τ mk = exp mk (3.1.4-28)
T
z J J
ln γ iC = 1 − J i + ln J i − q i 1 − i + ln i (3.1.4-29)
2 Li Li
ri3 / 4
Ji = (3.1.4-30)
∑ r j3 / 4 x j
j
− (a mk + bmk T + c mk T 2 )
τ mk = exp (3.1.4-31)
T
3.1.5-Ajuste de Parâmetros
NP P − P m 2
m −1 y ij − y ijm
2
= ∑ +
∑
FELV
j j (3.1.5-1)
j =1
σ Pj σy
i =1 ij
N m −1 x I − x I ,m xijII − xijII ,m
2
= ∑∑ +
ij ij
FELL (3.1.5-2)
j =1 i =1
σ xij
I
σ xII
ij
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 23
para dados de ELL. Foi usado o método de Nelder e Mead (1965) para minimizar as
funções objetivo, onde σ é o desvio padrão observado nos dados medidos.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 24
3.2- Teoria
yi
Ki = (3.2-1)
xi
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 25
x i L + y iV = z i i = 1,2,..., n (3.2-2)
L +V = F (3.2-3)
V
Ψ= (3.2-4)
F
e as condições de soma
∑x
i
i =1 e ∑y
i
i =1 (3.2-5)
Neste cálculo, T e P são conhecidos, mas as frações molares da fase líquida (xi),
as frações molares da fase vapor (yi), e a razão líquido-vapor (L/V) são desconhecidas.
O algoritmo de resolução para um flash isotérmico é apresentado na figura 3. Neste
algoritmo, os valores fixados de T, P e os valores iniciais das composições das fases
líquidas e os valores iniciais da fase vapor são retirados dos dados experimentais que
são lidos no início do programa.
Inicialmente o programa verifica se a subtração dos somatórios das composições
é nula. Em caso negativo ele calcula um novo valor para a razão líquido-vapor e em
caso positivo, ele continua a executar o programa. Posterior a isso, ele verifica a
igualdade das fugacidades num laço mais externo. Caso esta igualdade não seja
verificada, ele calcula um novo valor para Ki e, caso contrário, significa que o sistema
convergiu e teremos os valores calculados das composições das fases líquidas e vapor.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 27
zi
xi = (3.2-6)
ΨK i + (1 − Ψ )
e
y i = K i xi (3.2-7)
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 28
n n
zi
∑ x = ∑ ΨK + (1 − Ψ ) = 1
i
i
i
(3.2-8)
i
e
n n
K i zi
∑ y i =∑
i i ΨK i + (1 − Ψ )
=1 (3.2-9)
ou equivalentemente,
n n n
(1 − K i )zi
∑ x − ∑ y = ∑ ΨK + (1 − Ψ ) = 0
i
i
i
i
i
(3.2-10)
i
para o cálculo dos coeficientes de atividade. Dentre os vários modelos conhecidos para
este cálculo, foram empregados o modelo UNIQUAC (ABRAMS e PRAUSNITZ,
1975), e o modelo NRTL (RENON e PRAUSNITZ, 1968).
O modelo final empregado para neste trabalho, após a inclusão da equação de
estado e da regra de mistura, é expressa pela equação (3.2-11).
(∂Nb ∂N i )T , N a
ln φi = j ≠i
(Z − 1) − ln(Z − B ) + ×
b 2 2bRT
1
(
N ∂N a ∂N i
2
)
T , N j ≠i
(∂Nb ∂N i )T , N j ≠i
( )
Z + 1− 2 B
(3.2-11)
− × ln
a b ( )
Z + 1+ 2 B
onde
∂Nb 1 1 ∂N 2 Q Q ∂ND
= − 1 − (3.2-12)
∂N i T , N j ≠ i 1 − D N ∂N i (1 − D )
2
∂N i
1 ∂N 2 a ∂Nb ∂ND
= RTD + RTb (3.2-13)
N ∂N i ∂N i ∂N i
a
Q = ∑∑ z i z j b − (3.2-14)
i j RT ij
G (T , z i )
e
ai
D= *
+ ∑ zi (3.2-15)
C RT i bi RT
1 ∂N 2 Q
= 2∑ z j b −
a
(3.2-16)
N ∂N i j RT ij
∂ND a ln γ
= i + *i (3.2-17)
∂N i bi RT C
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 30
1 ∂N G e (T , z i )
ln γ i = (3.2-18)
RT ∂N i T , N j ≠i
C* =
(
ln 2 − 1 ) (3.2-19)
2
e
Os termos ln γi e G (T , z i ) são calculados pelos modelos de coeficientes de
(r1 )
ln (η M ε M ) = ln (ηε )
(r1 )
[
+ ln (ηε )
(r2 )
− ln (ηε )
(r1 )
]ωω( ) −−ωω ( )
M
r2 r1
(4-1)
Vc2 / 3
ε= (4-2)
(Tc M )1 / 2
∑∑ x x T
i j
i j cij Vcij
TcM = (4-4)
Vcm
M M = ∑ xi M i (4-5)
i
ω M = ∑ xiω i (4-6)
i
Vcij =
(V 1/ 3
ci + Vcj1 / 3 )
3
(4-7)
8
TcijVcij = ψ ij (Tci TcjVciVcj )
1/ 2
(4-8)
em que ψij é um parâmetro de interação que deve ser encontrado a partir de dados
experimentais. Este parâmetro independe da temperatura ou da composição.
É importante notar que, no uso da equação (4-1) para uma dada mistura em uma
temperatura específica, os valores da viscosidade para os dois fluidos de referência η(r1)
e η(r2) devem ser obtidos não na temperatura T, mas a uma temperatura igual a
T[(Tc)(r1)/TcM] para (r1) e T[(Tc)(r2)/TcM] para (r2), onde TcM é dado pela equação (4-4).
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 34
5-Resultados e Discussões
A obtenção dos parâmetros Aij, Aji, αij e kij dos modelos foi feita através do ajuste
de dados experimentais. Os três primeiros parâmetros fazem parte do modelo NRTL. Aij
e Aji também fazem parte do modelo UNIQUAC e kij é o parâmetro de interação binária
existente na regra de mistura. Estes parâmetros foram correlacionados pela minimização
das funções objetivo descritas no capítulo 3, em que foi empregado o método de Nelder
e Mead (1965).
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 37
5.1.1-Sistema Água/CO2/Tolueno
Os parâmetros binários (Aij, Aji, αij e kij) foram ajustados a partir de dados de
ELV e ELL para sistemas binários. Foram considerados os dados experimentais de ELV
para os sistemas CO2/tolueno (MUHLBAUER e RAAL, 1991) e CO2/H2O (MAURER
et al., 2000), e de ELL para o sistema tolueno/H2O (ANDERSON e PRAUSNITZ,
1986).
O resumo dos resultados da correlação de parâmetros é apresentado nas Tabelas
1 e 2.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 38
Tabela 1 – Resultados da correlação de dados de ELV e ELL binários pelo modelo PR-WS-NRTL.
Sistema Faixa de Faixa de A12 A21 α12 k12 ∆P/P (%) ∆x1
T(K) P(BAR) (mol%)
CO2(1)/Tolueno 352 8 – 110 619,58* -214,93* 0,2* -0.7033 1,73 _
(2)
CO2 (1)/H2O (2) 353 40 – 130 1346,4 471,46 0,2* 0,3195 1,95 _
Tolueno(1) /H2O 373 –473 1 – 24 1714,1 – 2240,7 + 0.28859 0,81274 _ 0,099
(2) 0,1143T 0.0543T
*
Parâmetro mantido fixo.
Tabela 2 – Resultados da correlação de dados de ELV e ELL binários pelo modelo PR-WS-UNIQUAC.
Sistema Faixa Faixa deP(bar) A12 A21 k12 ∆P/P ∆x1 (mol%)
deT(K) (%)
CO2(1) Tolueno (2) 352 8 – 110 50,253 72,311 -0,6998 1,66 _
CO2 (1) 353 40 – 130 1048,2 116,02 0,3157 2,43 _
H2O (2)
Tolueno(1) 373 – 1 – 24 2064,8 561,77 0,7461 _ 0,194
H2O (2) 473
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 39
120
80
P ressã o /b a r
C O 2 (1 )/T o lu en o (2 ) a 3 5 2 K
40 E x p e rim en ta l
P R -W S -N R T L
P R -W S -U N IQ U A C
0
0 .0 0 0 .2 0 0 .4 0 0 .6 0 0 .8 0 1 .0 0
x 1, y 1
160 160
C O 2 (1 )/Á g u a (2 ) a 3 5 3 K
E x p erim e nta l
P R -W S -N R T L
P R -W S -U N IQ U A C
120 120
P ressão /b ar
P ressão /b ar
80 80
40 40
0 0
~~
0 .0 0 0 .0 1 0 .0 2 0 .9 8 0 .9 9 1 .0 0
x1 y1
180 180
160 160
140 140
T em p eratura/°C
T em p eratura/°C
T o lu en o (1 )/Á g u a (2 )
P = 1 -2 4 b ar
E x p erim en tal
120 P R -W S -N R T L 120
P R -W S -U N IQ U A C
100 100
80 80
0 .0 0 0 0 .0 0 1 0 .0 0 2 0 .8 5 0 0 .9 0 0 0 .9 5 0 1 .0 0 0
x 1I x 1II
Á g u a (1 )/C O 2 (2 )/T o lu en o (3 )
CO2 a 3 73 ,1 5 K e 1 0 0 b a r
0 .0 1 .0
E x p erim e n ta l
P R -W S -N R T L
0 .2 0 .8
0 .4 0 .6
ELLV
0 .6 0 .4
0 .8 0 .2
1 .0 0 .0
Á gua 0 .0 0 .2 0 .4 0 .6 0 .8 1 .0 T o lu e n o
Á g u a (1 )/C O 2 (2 )/T o lu e n o (3 )
CO2 a 3 7 3 ,1 5 K e 1 0 0 b a r
0 .0 1 .0
E x p e rim e n ta l
P R -W S -U N IQ U A C
0 .2 0 .8
0 .4 0 .6
ELLV
0 .6 0 .4
0 .8 0 .2
1 .0 0 .0
Á gua 0 .0 0 .2 0 .4 0 .6 0 .8 1 .0 T o lu e n o
A mesma análise feita com o modelo NRTL para o sistema ternário foi feita com o
modelo UNIQUAC, conforme apresentado na figura 8. Os resultados obtidos com os
dois modelos foram equivalentes e não foram apresentados na mesma figura para fins
de clareza.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 44
Os parâmetros binários (Aij, Aji, αij e kij) também foram ajustados a partir de
dados de ELV e ELL para sistemas binários. Foram considerados os dados
experimentais de ELV para os sistemas CO2/hexadecano (BRUNNER et al., 1994) e
CO2/H2O (MAURER et al., 2000), e de ELL para o sistema hexadecano/H2O
(BRUNNER et al., 1994).
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 45
Tabela 3 – Resultados da correlação de dados de ELV e ELL binários pelo modelo PR-WS-NRTL.
Sistema Faixa de Faixa de A12 A21 α12 k12 ∆P/P (%) ∆x1
T(K) P(bar) (mol%)
CO2(1) 473,15 101-257 826,59 -1138,00 0,47* -0,3511 7,9 _
Hexa
decano (2)
CO2 (1) 353 40 – 130 1346,4 471,46 0,2* 0,3195 1,947 _
H2O (2)
Hexa 25-200 1-201 4372,6 5291,4 0,2* _ _ 0,001
decano (1) H2O (2) -6,9687T -2,4582T
*
Parâmetro mantido fixo.
Tabela 4 – Resultados da correlação de dados de ELV e ELL binários pelo modelo PR-WS-UNIQUAC.
Sistema Faixa Faixa deP(bar) A12 A21 k12 ∆P/P ∆x1 (mol%)
deT(K) (%)
CO2(1) 473,15 101-257 2293,0 -657,45 -0,251 5,18 _
Hexa
Decano (2)
CO2 (1) 353 40 – 130 1048,2 116,02 0,3157 2,43 _
H2O (2)
Hexa 25-200 1-201 2130,1 868,70 _ _ 0,194
decano (1) H2O (2) -1,229T -1,918T
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 46
4 00
C O 2 (1 )/ n -H e x a d ec an o (2 ) a 4 7 3 .1 5 K
E x p erim e n ta l
3 00
P R -W S -N R T L
P R -W S -U N IQ U A C
P re ssã o /b ar
2 00
1 00
0
0 .0 0 0 .2 0 0 .4 0 0 .6 0 0 .8 0 1 .0 0
x 1, y1
200 200
160 160
120 120
T em p eratura/°C
T em p eratura/°C
n -H ex ade can o (1)/Á g u a (2)
P = 1-2 00 b ar
E x p erim en ta l
80 P R -W S -N R T L 80
P R -W S -U N IQ U A C
40 40
0 0
0 .0 0 0 0 .0 0 1 0 .0 0 2 0 .0 0 3 0 .8 0 0 .8 5 0 .9 0 0 .9 5 1 .0 0
x 1I x 1II
Á g u a (1 )/C O 2 (2 )/ n -H e x a d e c a n o (3 )
CO2 a 4 7 3 .1 5 K e 2 0 1 b a r
0 .0 1 .0
E x p e rim e n ta l
P R -W S -N R T L
0 .2 0 .8
0 .4 0 .6
ELLV
0 .6 0 .4
0 .8 0 .2
1 .0 0 .0
Á gua 0 .0 0 .2 0 .4 0 .6 0 .8 1 .0 n -H e x a d e c a n o
Á g u a (1 )/C O 2 (2 )/ n -H e x a d e c a n o (3 )
CO2 a 4 7 3 .1 5 K e 2 0 1 b a r
0 .0 1 .0
E x p e rim e n ta l
P R -W S -U N IQ U A C
0 .2 0 .8
0 .4 0 .6
ELLV
0 .6 0 .4
0 .8 0 .2
1 .0 0 .0
Á gua 0 .0 0 .2 0 .4 0 .6 0 .8 1 .0 n -H e x a d e c a n o
As mesmas observações feitas para o ternário com o NRTL podem ser trazidas
para este ternário, devido a grande semelhança entre eles.
O modelo representou bem o sistema mesmo com todos os problemas
apresentados anteriormente.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 50
5.2- Viscosidade
160
(F a se rica em h id ro carb o n eto )
V o lu m e/(c m 3 /m o l)
140
50% de CO 2
40% de C O 2
30% de CO 2
120 20% de C O 2
10% de CO 2
0% de CO 2
100
0 .3 4
0% de CO 2
10% de C O 2
0 .3 2
20% de C O 2
30% de C O 2
0 .3 0
(F a se ric a em h id ro ca rb o n e to )
40% de C O 2
V isc o sid ad e/m P a ·s
50% de C O 2
0 .2 8
0 .2 6
0 .2 4
0 .2 2
0 .2 0
0 50 100 150 200 250 300
P /b ar
T = 3 7 3 .1 5 K , P = 1 0 0 b ar
150
100
50
F a se rica em ág u a
0
0 10 20 30 40 50
C O 2 ad ic io n a d o /m o l%
Figura 15 – Efeito da adição de CO2 sobre o volume das fases, no sistema ternário
água/CO2/tolueno a 373,15 K e 100 bar.
T = 373 .15 K , P = 10 0 b ar
0 .3 2
F a se rica em água
V isco sidade /m P a·s 0 .2 8
0 .2 4
0 .2 0
0 10 20 30 40 50
C O 2 adicion ado/m o l%
50
48
(F a se rica em h id ro carb o ne to)
V o lu m e/(cm 3 /m o l)
46
50% de CO 2
44 4 0% d e C O 2
30 % de C O 2
42 2 0% d e C O 2
10 % de C O 2
0 % de C O 2
40
0 50 100 150 200 250 300
P /bar
Figura 17– Efeito da adição de CO2 sobre o volume da fase rica em
hidrocarboneto, no sistema ternário água/CO2/hexadecano a 473,15 K.
Como observado para o tolueno, a fase rica em hexadecano também sofreu uma
expansão do seu volume com a adição de CO2.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 56
0 .3 2
0% de C O 2
0 .2 8
(F a se rica em hid rocarbo neto)
10% de CO 2
0 .2 4
V iscosid ad e/m P a·s
0 .2 0 20% de C O 2
0 .1 6 30% de CO 2
40% de CO 2
0 .1 2
50% de CO 2
0 .0 8
0 50 1 00 1 50 20 0 250 300
P /bar
T = 4 7 3 .1 5 K , P = 2 0 0 b a r
50
F a se ric a em h id ro c a rb o n e to
V o lu m e /(c m 3 /m o l) 40
30
F a se ric a em á g u a
20
0 10 20 30 40 50
C O 2 a d ic io n a d o /m o l%
Figura 19– Efeito da adição de CO2 sobre o volume das fases, no sistema ternário
água/CO2/hexadecano a 473,15 K e 200 bar.
Observando a Figura 19 vemos mais uma vez a expansão do volume da fase rica
em hidrocarboneto causando um aumento significativo do mesmo à medida que
aumentamos o CO2 solubilizado.
Mais uma vez vê-se que o mesmo não ocorre com a fase rica em água. O seu
volume permanece inalterado graças a pouca solubilidade do dióxido de carbono na
mesma. Considerando a pressão de 200 bar, o volume da fase rica em tolueno livre de
CO2 aumenta em 12,2% com a adição de 40 mol% de CO2 ao sistema. A expansão do
hexadecano foi menor que a apresentada pelo tolueno.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 58
T = 4 7 3 .1 5 K , P = 2 0 0 b ar
0 .3 0
F ase rica em ág u a
0 .1 0
0 .0 0
0 10 20 30 40 50
C O 2 ad ic io n ad o /m o l%
6- Conclusões
Perspectivas Futuras
7-Bibliografia
PENG, D.; ROBINSON, D.B.. A New Two-Constant Equation of State. Ind. Eng.
Chem. Fundam., v.15, n.1, 59-64, 1976.
SANDLER, S.I. Chemical and Engineering Thermodynamics. 3. ed., New York: John
Wiley & Sons, 1999.
SIMON, R.. Oil Recovery by CO2 Injection in Phase Equilibria and Fluid Properties in
The Chemical Industry. T.S. Storvick and S.I. Sandler, eds., p. 241-255, 1977.
TEJA, A.S.; RICE, P. Generalized Corresponding States Method for the Viscosities of
Liquid-Mixtures. Ind Eng Chem Fund. v 20, p. 77-81, 1981.
WONG, D. S. H.; SANDLER, S. I.A Theoretically Correct Mixing Rule for Cubic
Equation of State. AIChE, v.38, p. 671-680, 1992.
Equilíbrio de Fases de Sistemas CO2/ Hidrocarboneto/Água a Altas Pressões 67
Apêndice
B
ln P vap = A + + C ln T + DT E (Pvap em Pa e T em K)
T
B
ln µ = A + + C ln T + DT E (µ em Pa.s e T em K)
T
Faixa de temperatura