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Os Maias de Eça de Queirós

M-O nosso trabalho irá incidir sobre um tema que não vos é de todo
desconhecido mas do qual poderão não se recordar.
C- Na década de 50 assistiu-se a um grande desenvolvimento das vias de
comunicação e a um progresso económico,
S-ficando por isso esta época conhecida por Regeneração.
M-Enquanto o crescimento económico progredia, os padrões estético-
literários vigentes na época dominados ainda pelo ultra-romantismo e
pela sua figura emblemática permaneceram iguais.
C- Até que um grupo de jovens intelectuais da Universidade de Coimbra
formado por
S-Antero de Quental,
M- Eça de Queirós,
C-Teófilo Braga,
S- Oliveira Martins,
M-entre outros
C-se opuseram contra a ordem conservadora e retrógrada.
S-Quando iniciamos a nossa viagem pela obra deparamo-nos com o
subtítulo Episódios da Vida Romântica.
M-Estes episódios descritos ao longo da obra, têm como objectivo fazer o
relato da sociedade portuguesa na segunda metade do século XIX.
C-Eça, utiliza por isso, um desfile de personagens
S-(personagens tipo)
C-que representam grupos, classes sociais ou mentalidades por forma a
mostrar aos leitores o estado de corrupção, providencialismo e
parasitismo da sociedade portuguesa,
S- bem como, os seus costumes e vícios, ou seja a Lisboa do século XIX,
criada à moda de Paris.
M-Enquadram-se neste subtema os episódios:
C-O jantar no Hotel central
S-A corrida de cavalos
M-O jantar na casa do Conde Gouvarinho
C-O sarau do Teatro da Trindade
S-No jantar do Hotel Central, Ega pretende homenagear Cohen, o marido
de Raquel, por quem Ega estava apaixonado e com a qual mantinha uma
relação.
M--Em roda da mesa surgiram assuntos do foro literário e político que
permitem ter uma noção da situação de Portugal.
C-A diferença de opiniões entre Alencar e Ega face ao Ultra-romantismo e
ao realismo/Naturalismo, mostra-nos uma sociedade dominada por
valores tradicionais,
S-que se opõe a uma nova geração, a geração de 70, representada por Ega
que defende exageradamente a inserção da ciência na literatura.
M-Ao mesmo tempo, Ega critica ainda a decadência do país afirmando
desejar a bancarrota e a invasão espanhola.
C-Por outro lado na corrida de cavalos, está explícita uma sátira ao desejo
de imitar o que se faz no estrangeiro, por um esforço de cosmopolitismo,
e ao provincianismo do acontecimento.
S- Estas corridas de cavalos permitem apreciar de forma irónica e
caricatural uma sociedade que vive de aparências.
M-Esta ironia está muito presente na forma como as personagens,
S-em particular as femininas,
M-se apresentam em relação ao evento acabando por evidenciar a falta
de gosto e, sobretudo, o ridículo de uma situação que se pretende
requintada sem o ser.
C-Em suma, com este episódio, Eça pretende criticar a mentalidade e o
comportamento da alta burguesia.
S- Em casa dos Gouvarinho, o jantar permite, através das falas das
personagens, observar a gradação dos valores sociais, o atraso
intelectual do país, a mediocridade mental de algumas figuras da alta
burguesia e da aristocracia.
M-Já no sarau do Teatro da Trindade evidencia-se o gosto dos
portugueses, dominados por valores caducos, enraizados num
sentimentalismo educacional e social ultrapassados.

C-10 anos após a sua partida para Paris, Carlos da Maia regressa a Lisboa e
encontra-se com Ega, com o qual inicia um passeio extremamente
significativo.

S-Os espaços percorridos são espaços históricos e ideológicos, e estes


podem agrupar-se em três conjuntos:

M-No primeiro destaca-se a estátua de Camões que, triste, representa o


Portugal heróico, glorioso mas perdido, e desperta um sentimento de
nostalgia. A estátua está envolvida numa atmosfera de estagnação, tal
como o país.

C-No segundo conjunto, dominam aspetos ligados ao Portugal absolutista,


recusado por Carlos devido à sua intolerância e ao seu clericalismo, que
levam a que toda a sua descrição seja depreciativa.

S-No terceiro conjunto, domina o presente, o tempo da Regeneração,


símbolos de uma tentativa falhada de reconstrução do país.

M-Também o Ramalhete se integra neste conjunto sendo este igualmente


atingido pela destruição e pelo abandono, podendo funcionar como
sinédoque da cidade e do país,

C-A ação d’Os Maias decorre, em grande parte, em vários lugares de


Lisboa e dos seus arredores, como em Sintra;
S- Esta é a vila pitoresca onde Carlos se desloca, no Capítulo VIII, na
esperança de encontrar Maria Eduarda. Pela sua beleza natural e pela
proximidade de Lisboa, este local afigura-se como um cenário que
convida, com algum recato, aos amores…
M-tanto aos puros como aos impuros.
C-Já Lisboa é o grande palco onde se desenrola o enredo d’Os Maias
porque é na capital portuguesa que se movimenta a sociedade nacional,
que é estudada e criticada no romance.
S-A casa dos Maias em Lisboa, o Ramalhete, que alberga a família ao longo
de várias gerações e que, por isso, assiste aos seus reveses e aos
momentos trágicos.
M- Por outro lado, a quinta de Santa Olávia, propriedade dos Maias no
Douro, representa as origens rurais da família, o que lhe confere uma
ligação ao campo, à natureza e ao que há de mais genuinamente
português e não foi corrompido pela cidade.
C-Já a Toca, vivenda dos Olivais com um nome simbólico e que serve de
ninho ao amor de Carlos e Maria Eduarda, é um lugar afastado e
resguardado do epicentro da vida social de Lisboa.
S- A descrição é um dos pontos fortes nas obras queirosianas
concretizando-se em anotações que resultam sobretudo de observações
do narrador.
M- Esta caracterização dos espaços, em que domina a técnica da
verosimilhança, procura representar os lugares «como eles são».
C- Esta serve os princípios artísticos e os objetivos do Realismo, pois, ao
representar o mundo social, analisa-o também socialmente.
S- N’Os Maias, a diversificação da intriga amorosa é conseguida através da
referência a diferentes tipos de relação
M- entre os quais se destacam as ligações Pedro da Maia/Maria Monforte,
Ega/Raquel Cohen e Carlos da Maia/Maria Eduarda.
C-Pedro, personagem marcadamente naturalista, é vítima da
hereditariedade, da educação e do meio em que viveu.
S- Mais tarde, este apaixona-se pela filha de um traficante de escravos,
Maria Monforte, e casa-se contra a vontade do pai.
M- Devido à vida leviana da mulher, que foge com um estrangeiro de
nome Tancredo, Pedro suicida-se por não suportar a dor da rejeição.
C- Já em relação a Ega a paixão da sua vida acaba por ser o romance
adúltero com Raquel Cohen, mulher do banqueiro Cohen.
S- O carácter ilícito desta relação, bem como o facto de os amantes se
encontrarem na Vila Balzac, espaço cuja decoração
M-— em tons de vermelho e tendo como ponto fulcral o leito —
S-é propícia à sensualidade, mostrando que, tal como sucedera com Pedro
e Maria Monforte, também a paixão entre Ega e Raquel Cohen é
influenciada pelos ideais do amor romântico.
M-Esta relação termina no momento em que Cohen, descobrindo o
adultério, expulsa Ega e espanca a mulher.
C-Após uma relação fugaz com a condessa de Gouvarinho — que nutre
por Carlos uma intensa paixão não correspondida —, este acaba por
encontrar o grande amor da sua vida em Maria Eduarda.
S-Com efeito, no amor de Carlos e de Maria Eduarda, não temos uma
relação marcada pela manipulação
M- (como sucedera com Pedro e Maria Monforte)
S-nem pela superficialidade
M- (como acontecia nos casos de Ega e Raquel Cohen)
C- A paixão entre os protagonistas decorre de uma sintonia de
personalidades
S- já que ambos são inteligentes, cultos e requintados —
C-que os eleva acima da sociedade mesquinha em que vivem e lhes
permite superarem todas as contrariedades
M- até que um destino impiedoso se abate definitivamente sobre eles.
C-A acção trágica d’ Os Maias assenta em quatro facetas, relacionadas
entre si:
S- a função dos presságios, o papel do destino como sua força motriz, as
características temáticas da intriga
M-(onde se inclui o tema do incesto)
S-e o próprio desenrolar da fábula antiga.
M-A semelhança dos nomes Maria Eduarda e Carlos Eduardo indicia uma
afinidade familiar, que denuncia o incesto, algo reprovável pela sociedade
e com um fim anunciado.
C-O sombrio dos olhos azuis de Maria Monforte sugere o luto e a
desolação que assolará a família Maia, devido ao comportamento desta
personagem
S-Em casa desta os “três belos lírios brancos” num vaso do Japão
começam a murchar, quando se inicia a relação com Carlos da Maia, e
este murchar dos lírios,
M-flores que por sua vez, simbolizam a pureza,
S- indicia que esta relação incestuosa iria provocar o destroçar de uma
família, da qual apenas restavam, exactamente, três elementos.
M-Na Toca,
C-refúgio dos amantes,
M-são vários os indício trágicos presentes.
C-Como a predominância da cor amarela associada à luxúria, à
sensualidade e à concretização de um amor meramente carnal.
S-Também a presença de uma coruja embalsamada, ave nocturna
associada à escuridão da noite e a um envolvimento fúnebre, remete-nos
para a tragicidade.
M-Já a cabeça degolada de um outro animal, presente num quadro,
sugere o poder destruidor da catástrofe
C- e o sangue remete-nos para a consanguinidade incestuosa.
S-A obra Os Maias deve ser classificada literariamente como um romance;
M- isto porque, segundo as regras deste género literário, se trata de uma
narrativa longa
C-(mais extensa do que o conto e a novela)
M- em que existe mais do que uma linha de ação.
S- A ação principal foca-se na relação amorosa entre Carlos da Maia e
Maria Eduarda funcionando como motor do romance.
M- Já a ação secundária centra-se no casamento de Pedro da Maia e Maria
Monforte.
C- Em contrapartida, em termos temporais, a narrativa principia-se com
uma retrospetiva (uma analepse) que leva o leitor a conhecer a vida do
avô e do pai do protagonista.
S-A trama inicia-se em 1875, quando Carlos da Maia se prepara para vir
viver para Lisboa;
M-No que diz respeito ao título da obra, este é uma referência direta à
família fidalga, oriunda do norte do país, que ocupa uma posição central
na narrativa,
S-cuja história e destino adivinha o fim trágico da relação incestuosa
entre os irmãos.
C-Se o título aponta para a história de uma família, o subtítulo
S- Episódios da vida romântica-
C-permite ao leitor conhecer a sociedade portuguesa, sobretudo, da
segunda metade do séc. XIX.
M-Deste modo, o subtítulo alude à crónica de costumes, que atravessa o
romance e se desenvolve a par da intriga principal.
C-Esta é a concretização da crítica social presente nos diversos episódios,
já referidos anteriormente, que têm por objetivo desmascarar traços da
identidade coletiva portuguesa.
S-Em termos de registos de linguagem, a prosa queirosiana revela a
versatilidade presente nas obras do autor.
M- Por um lado, Eça revela uma construção frásica elegante e cuidada
utilizando o léxico erudito.
C-Por outro lado, e sobretudo nas falas das personagens , recorre-se aos
registos familiar e corrente por forma a conferir uma maior aproximação à
realidade, recorrendo por isso muitas vezes ao uso do calão.
S-No que toca ao discurso, Eça de Queirós recorre ao discurso direto, nos
diálogos entre as personagens
M- e ao uso do discurso indireto livre no qual a voz do narrador se funde
com as falas das personagens servindo este discurso como veículo para a
caracterização indireta das personagens.
C-Por outro lado, os recursos expressivos conferem originalidade e riqueza
à escrita queirosiana.
S-As figuras de estilo mais presentes nesta obra do autor são:
M-Metáfora (e ironia): (“Tem todas as condições para ser ministro: tem
voz sonora, leu Maurício Block, está encalacrado, e é um asno!...”)
C- a ironia (…”O dever da mulher era primeiro ser bela, e depois ser
estúpida”…)
S-Com esta frase Eça pretende criticar a visão da sociedade da época em
relação à mulher, considerando-a um mero objeto estético.
M-Hipálage (…”Ega espalhava também pelo quarto um olhar pensativo”…)
A hipálage atribui características a uma palavra que naturalmente não lhe
pertencem, que dizem respeito na verdade ao sujeito da enunciação.
S-Nesta frase quem está pensativo não é o olhar de Ega mas sim o próprio
Ega.
C- Ainda no domínio do vocabulário, esta obra surge repleta de
S-Estrangeirismos.
M- Ou seja, ao longo da obra, são várias as palavras que surgem com
origem inglesa ou francesa, com o intuito de mostrar o requinte e a
sofisticação do caráter das personagens que contudo é simplesmente
artificial mostrando uma sociedade dissimulada.
C- De seguida iremos testar o que conseguiram reter deste trabalho.

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