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Gadamer e a

Comunicação
Rui Sampaio da Silva
Universidade dos Açores
Hans-Georg Gadamer
 Hans-Georg Gadamer (Marburgo, 11 de fevereiro de 1900 —
Heidelberg, 13 de março de 2002)[1] foi um filósofo alemão
considerado como um dos maiores expoentes da hermenêutica
filosófica (interpretação de textos escritos, formas verbais e não
verbais). Sua obra de maior impacto foi Verdade e Método (Wahrheit
und Methode), de 1960.
 Entre 1923 e 1928 estudou e foi assistente de Martin Heidegger em
Marburgo. Heidegger exerceu um forte efeito em Gadamer.
 Martin Heidegger foi um filósofo alemão. É um dos pensadores
fundamentais do século XX - ao lado de Russell, Wittgenstein, Adorno,
Popper e Foucault - quer pela recolocação do problema do ser e pela
refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao
conhecimento da tradição filosófica e cultural. Influenciou muitos
outros filósofos, dentre os quais Jean-Paul Sartre.
 No prefácio à segunda edição de Verdade e Método,
Gadamer afirmou que a sua obra procurava responder à
seguinte questão: «Como é possível a compreensão?. Em
outro texto, apresentou o seu projeto hermenêutico como
uma investigação sobre as condições prévias da
comunicação humana. As duas formulações coincidem,
visto que, por um lado, a comunicação envolve a
compreensão do que o outro nos tem a dizer sobre um
determinado assunto e, por outro lado, a compreensão
tem, na perspectiva de Gadamer, um carater
irredutivelmente dialógico.
Compreensão:
o meu modo de ser no mundo
 Para Gadamer a compreensão não é um modo de
comportamento entre outros, mas o próprio modo de ser
do homem no mundo; por outras palavras, a experiência
humana só é possível com base nas projeções de sentido
efetuadas a partir do nosso horizonte de compreensão.
 Essa propositura seria segundo Gadamer a universalidade
da hermenêutica
 Ou seja, a experiência humana só é possível com base nas
projeções de sentido efetuadas a partir do nosso horizonte
de compreensão.
Universalidade da hermenêutica
 A tese da universalidade da hermenêutica está
intimamente relacionada com a tentativa de legitimar, a
partir do fenómeno da compreensão e da comunicação,
uma forma de racionalidade distinta da racionalidade
científica, mas adequada para a condução da vida moral,
social e política.
 Fenomenologia : a intenção de Gadamer consiste em
descrever o fenômeno da compreensão, evitando
idealizações teóricas e prescrições metodológicas.
Os preconceitos como condições da
compreensão e da comunicação
 Ponto de partida: Estrutura de antecipação da compreensão
 De acordo com a qual nós compreendemos o mundo e os outros à luz
do nosso horizonte ou contexto histórico, social e cultural.
 Pré-compreensão
 Não há interpretação sem pressupostos, porque toda a interpretação é
determinada por um determinado contexto prático, por uma certa
grelha conceptual e ainda pela adopção de uma determinada
perspectiva dentro do nosso horizonte de inteligibilidade.
 Pré-compreensão nunca pode ser dispensada ou abolida, mas apenas
elaborada ou desenvolvida
 Enquanto fonte de inteligibilidade, os preconceitos não podem ser
suprimidos; uma tal supressão, longe de conduzir a um conhecimento
objetivo, inviabilizaria o próprio conhecimento.
 Uma vez reconhecida a importância epistemológica e ontológica dos
preconceitos, torna-se necessário distinguir entre preconceitos
adequados e inadequados, iluminadores e obscurantes.
 Os dois pontos estão estreitamente ligados; quanto menos consciência
se tiver do papel desempenhado pelos preconceitos no nosso
pensamento, tanto menor é a capacidade de corrigi-los.
 Mas como controlar a ação dos preconceitos? Como veremos, os
preconceitos são controlados por aquilo que eles tornam possível: a
compreensão e a comunicação.
O significado hermenêutico da tradição
e da autoridade
 A preocupação de Gadamer é essencialmente epistemológica e ontológica na
análise sobre a noção de tradição.
 Enquanto patrimônio herdado de preconceitos e práticas, a tradição é uma
condição do conhecimento e parte integrante do nosso ser. De modo a exprimir
«o poder da história sobre a consciência finita do homem», Gadamer apresenta
a noção de Wirkungsgeschichte: “história dos efeitos” ou, numa tradução menos
literal, “ação da história”.
 «Na verdade, não é a história que nos pertence, nós é que lhe pertencemos.
Muito antes de nos compreendermos a nós próprios na auto-reflexão,
compreendemo-nos de forma natural na família, na sociedade e no Estado em
que vivemos. O foco da subjetividade é um espelho deformador. A auto-reflexão
do indivíduo é apenas um lampejo no círculo fechado da corrente da vida
histórica. Por isso, os preconceitos [Vorurteile] do indivíduo são, muito mais do
que os seus juízos [Urteile], a realidade histórica do seu ser»
 A história molda a nossa pré-compreensão do mundo, ao mesmo
tempo que constitui o nosso próprio ser. Esta dependência da
consciência humana perante o seu contexto histórico e cultural serve
de base, como se depreende da passagem supracitada, para uma
crítica do subjectivismo. A compreensão é um processo radicalmente
histórico e não individual; ela é um «efeito desta ação da história
[Wirkung dieser Wirkungsgeschichte]», razão pela qual deve ser
concebida «menos como uma ação da subjectividade do que como
inserção num acontecimento da tradição».
 Deste modo, Gadamer opõe-se à noção de uma razão absoluta, não
condicionada pelo nosso horizonte de compreensão e imune à ação
dos preconceitos:
 «A ideia de uma razão absoluta não é uma possibilidade da
humanidade histórica. Para nós, a razão só existe enquanto real e
histórica, quer isto dizer, pura e simplesmente: ela não é dona de si
própria»
 Gadamer não pretende, porém, tomar o partido da tradição num
pretenso conflito entre tradição e razão, pois ele nega a própria
existência de um tal conflito. A sua intenção é alertar para o carácter
histórico e contextual da racionalidade, para o modo como o exercício
da racionalidade é condicionado pelos diferentes contextos sociais e
culturais.

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