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1º Encontro
CONQUISTA E GARANTIA
DOS DIREITOS E
POLÍTICAS PÚBLICAS
1. Ambientação
Preparar o espaço com um cartaz
da Semana do Migrante e/ou da
Campanha Compartilhe a Viagem;
fotos de espaços de controle social/
conselhos ou de alguma forma de
manifestação onde tenham rostos
migrantes, fotos de imigrantes e re-
fugiados sendo atendidos em insti-
tuições ou órgãos públicos ou com
documentos nas mãos.
2. Acolhida Solidária
(Uma ou duas pessoas declamam 18ª Assembleia Nacional do Serviço Pastoral dos Migrantes
Foto: SPM/NE
a música “Peregrino”. Após a decla-
mação, perguntam aos participan- • Quem está acolhendo nossos irmãos 3. Diálogos sobre Conquista
tes da Roda). e irmãs migrantes? e garantia de direitos e polí-
• Onde está o nosso irmão migran- (Não é necessário que as pessoas ticas públicas
te? Onde estão as nossas irmãs re- respondam. Mas vale a pena fazer as Migrar faz parte da história da hu-
fugiadas e apátridas? perguntas mais de uma vez para que manidade. As pessoas migram pe-
• Onde estão as crianças que atra- ressoem durante a roda. Todavia, se los mais diversos motivos. Migram
vessaram os mares em busca de alguém quiser compartilhar suas refle- por melhores condições de vida,
uma terra para viver? xões, é importante escutar). por sobrevivência, para fugir de
roda de conversa
violências ou graves violações de direi-
tos exercidos sobre sua pessoa ou de
sua família. Não importam os motivos,
todos são legítimos, sejam eles por fa-
tores econômicos ou para salvar suas
vidas ou de seus familiares.
As guerras, conflitos e catástrofes am-
bientais têm provocado um dos maiores
movimentos de seres humanos na histó-
ria, buscando a proteção nos mais diver-
sos países por sobrevivência e oportuni-
dades. O ato de migrar por si só se torna
um ato de denúncia política. A maioria
das pessoas não deixa sua terra sim- Reunião pública sobre a regulamentação da nova Lei de Migração, realizada no auditório da Missão Paz, em São Paulo - SP
plesmente por querer migrar. Não rom- Foto: Miguel Ahumada
roda de conversa
do para que as políticas públicas sejam 6. Saideira (Não é necessário que as pessoas
de fato implementadas. Compete à so- respondam. Mas vale a pena fazer as
ciedade civil participar dos espaços de perguntas mais de uma vez para que
construção dessas políticas e realizar o Concluir a roda de ressoem durante a roda. Todavia, se
controle social através dos espaços de conversa com o clip da alguém quiser compartilhar suas refle-
comitês e conselhos, entre outros. música “Diáspora” xões, é importante escutar).
Tribalistas.
Mas para além daquilo que são os direi-
tos sociais garantidos através das po-
https://www.youtube.com/watch?- 3. Diálogos sobre Cultura
líticas públicas, precisamos refletir en-
quanto sociedade civil e organizações
v=neR2vTRrs4M do Encontro
o nosso papel no processo de sensibili- Globalizar a empatia, a ternura, o acon-
zação e compromisso com essa causa. chego, a acolhida, o amor. Esse é o
Atrás de todo migrante existe uma his- 2º Encontro convite do Papa Francisco quando pede
tória, um rosto, uma pessoa ou várias, CULTURA DO ENCONTRO: que enfrentemos a Globalização da In-
que precisam ser aceitas e incluídas. ACOLHIDA E PROTEÇÃO AOS diferença que violenta a vida de migran-
As políticas públicas por si só não ga- tes e refugiados. Essa é a globalização
MIGRANTES E REGUFIADOS que naturaliza as situações de violência
rantem a integração dessas pessoas
na sociedade. Isso também demanda DO CAMINHO contra esses sujeitos e suas trajetórias.
de cada um de nós entendermos essa É a naturalização de cenários de xeno-
nova realidade e respeitar as diferen- fobia e discriminação e a negação da
ças que veem junto com essa pessoa, possibilidade de conhecer a história e
vendo-o não só como sujeito de direi- os sonhos do irmão e irmã migrante.
to, mas também como um ser humano Em contraponto à onda de violência e
que merece ser acolhido e respeitado negação dos direitos dos migrantes e
na sua integridade e que tem muito a refugiados é preciso criar mecanismos
contribuir com seus saberes. Pastoral dos Migrantes de Cuiabá - MT, representantes de acolhida, proteção, promoção e in-
da Acnur, MDS e Casa Civil, preparando acolhida para os
imigrantes venezuelanos.
tegração. São pilares fundamentais que
Foto: Pastoral dos Migrantes de Cuiabá sustentam outra cultura de relações: a
4. Para refletir cultura do encontro. O Papa Francisco
• O que temos acompanhado pela mídia/ tem expressado o desejo de que toda
redes sociais sobre os migrantes no 1. Ambientação sociedade se sensibilize com as traje-
Brasil? O que pensamos sobre a pre- Preparar o espaço com um cartaz da tórias dos migrantes, as causas pelas
sença dos migrantes diante da “crise” Semana do Migrante e/ou da Campanha quais essas pessoas deixam seus ter-
econômica no nosso país? O que acha- Compartilhe a Viagem; fotos de pessoas ritórios de origem para viver em terras
mos dos imigrantes terem os mesmos se abraçando, confraternizando; fotos de distantes e os desafios de reconstruir a
direitos que os brasileiros? imigrantes e refugiados sendo acolhidos vida em lugares com diferentes línguas,
ou se reunindo, se organizando. ambiente, culturas, crenças.
5. Gesto concreto A cultura do encontro deve não somen-
2. Acolhida Solidária te nos colocar diante das pessoas com
• Buscar conhecer se na sua cidade ou o olhar da “pena”. É preciso escutar os
região existe alguma iniciativa de espa- (Uma ou duas pessoas declamam a
migrantes: essas pessoas carecem de
ços de controle social, debate e cons- música “Diáspora”, dos Tribalistas.
uma escuta atenta, cuidadosa, respei-
trução de políticas públicas com o tema Após a declamação, perguntam aos
tosa. É preciso estar com os homens
das migrações, por exemplo, grupos de participantes da Roda).
e mulheres migrantes: sentar, abraçar,
trabalho, comitês, conselhos, associa- • Onde está o nosso irmão migrante? comer e celebrar com eles. Deve ser
ções entre outros. Onde estão as nossas irmãs refugiadas um encontro que escute os lamentos,
• Participar de algum desses espaços e apátridas? mas que, sobretudo, tenha compaixão
e partilhar sobre essa experiência com • Onde estão as crianças que atraves- solidária e libertadora para a promoção
familiares e amigos. saram os mares em busca de uma terra dos seus direitos.
• Os encontros e registros (caso te- para viver? A cultura do encontro nos coloca ainda
nham) serão socializados no próximo • Quem está acolhendo nossos irmãos diante das fronteiras. Quem migra faz a
encontro. e irmãs migrantes? escolha de trilhar e avançar fronteiras
roda de conversa
geopolíticas, mas também vive angús- Romper a violência das fronteiras que 6. Saideira
tias e limites de outras fronteiras no separam “nós” e “eles”. Reconstruir
tempo e no espaço nos territórios aon- as relações a partir das fronteiras da
de chegam. A fronteira aqui é entre nós diversidade a partir da sensibilidade Concluir a roda de
e eles. Os “nativos” e os migrantes. A provocada pela escuta, pelo olhar, pelo conversa com o clip da
cultura do encontro nos coloca dian- respeito. música “Movimento”
te das fronteiras da diversidade. É um Jorge Drexler.
convite ao reconhecimento do outro e
da outra como sujeito, irmão e irmã que 4. Para refletir https://www.youtube.com/watch?v=r-
compartilha a viagem. • Quais sinais visíveis de acolhida a GL_JSfpAqU
migrantes e refugiados percebemos no
dia-a-dia das famílias, comunidades,
instituições? São gestos de acolhida, Conclusão
promoção, proteção e integração ou Ao propor um caminho, nestas rodas de
apenas de uma compaixão penosa? conversa, tivemos a intenção de inserir
esse tema e os fatos aqui abordados,
5. Gesto concreto como instrumentos de sensibilização
das pessoas, das comunidades e das
Reunião da Pastoral dos Migrantes e Núcleo de Enfrenta- • Em duplas, as pessoas participantes sociedades, para que percebam que a
mento ao Tráfico de Pessoas em Fortaleza - CE da Roda de Conversa são motivadas migração em suas diversas dimensões
Foto: Pastoral dos Migrantes de Fortaleza
a convidar uma pessoa migrante ou e, sobretudo, como oportunidade para o
Como caminho de superação das vio- uma família em situação de refúgio encontro, para renovações e para reco-
lências contra migrantes e refugiados, para um momento de café/almoço/lan- nhecer que as pessoas têm o direito à
assumir a fronteira na sua construção che. Esse encontro será um tempo de cidadania universal.
temporal e espacial, nas suas bases escuta das histórias de vida dos sujei-
culturais e políticas pode apontar hori- tos: quem são, de onde vieram, quais
zontes concretos de acolhida, proteção, angústias, quais projetos de vida, com
promoção e integração. A fronteira “é quem encontraram durante o caminho
o lugar da elaboração de uma residual de migração e etc. [Se for possível, o
concepção de esperança atravessada encontro pode ser gravado ou ter as
pelo milenarismo da espera no advento principais partes anotadas pela dupla.
do tempo novo, um tempo de redenção, Todavia, é fundamental que antes de
justiça, alegria e fartura. O tempo dos qualquer registo seja dada autoriza-
justos.” ção expressa por parte de todas as
pessoas.]
No encontro com os migrantes e re-
fugiados precisamos construir nossa
esperança. É o diálogo, a escuta e a
atenção com suas histórias e projetos
de vida que vão apontar novas cotidia-
nidades, mas também novas institucio- 22a Romaria do Migrante em Faguntes - PB
nalidades e novas relações estatais. Foto: Arquivo SPM/NE
Elaboração: Leon Patrick e Auricélia Rossana Freitas • Criação/Diagramação/Impressão: Renata Lima - A.N. Gráfica
roda de conversa