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Resumo
Esta pesquisa teve o propósito de identificar os fatores que contribuem para a evasão escolar
numa escola municipal na cidade de Itupiranga. A temática que norteou esta pesquisa é o
resultado das inquietações e angustias surgida na vivência como docente na modalidade da
EJA numa unidade de ensino, bem como pelos objetivos não atingidos na prática pedagógica,
devido a evasão escolar o que gerou a necessidade de compreender os reais motivos que
levam tantos alunos a abandonarem a escola. Pretendeu-se, também, verificar se as taxas de
evasão são representativas diante do número de alunos matriculados e, levantar aspectos que
possibilitem reduzir essa problemática nessa Unidade de Ensino. A evasão não é um problema
apenas daquela escola. Contudo, o fato de a unidade escolar tentar atender às carências dos
alunos, de forma holística, ou seja, no aspecto cognitivo, afetivo, moral, social, dentre outros,
parece ser insuficiente. Espera-se que a compreensão dessa realidade possa servir de base ao
desenvolvimento de novos estudos, contribuindo, assim, para a redução da evasão em todas as
unidades de ensino. Considerando a abrangência do assunto e o quanto já vem sendo
discutido, pretende-se fazer um recorte dos aspectos psicossociais, buscando dados referentes
aos motivos da evasão escolar, relacionando-os com algumas variáveis, como: formação do
professor, novas tecnologias, afetividade, necessidade de o aluno trabalhar, métodos de
ensino, participação da família, gravidez na adolescência, drogas, violência e subemprego, e,
assim, compreender o porquê dos alunos deixarem a escola. A pesquisa adotou um caráter
bibliográfico e documental, que teve como fonte livros, jornais, revistas, sites.
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Artigo apresentado ao XII – Congresso Nacional de Educação – Formação de Professores, Complexidade e
Trabalho Docente.
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Licenciada Plena em Letras – UFPA (2008). Pós em Gestão e Coordenação escolar (FACIMAB) 2011, e
Psicopedagogia (FACIMAB) 2013, mestranda em Ciências da Educação Multidisciplinar Profissionalizante –
FACNORTE. hericafsilva@hotmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
A educação de jovens e adultos - EJA tem como objetivo oportunizar aos jovens,
adultos, idosos, pessoas com deficiência, apenadas e jovens em conflito com a lei, fora da
faixa etária da escolaridade regular a conclusão e continuidade de estudos. Essa ainda visa
oferecer a todos esses acima citados, oportunidades de escolarização que aliem a educação
básica em nível médio à educação profissional, com desenvolvimento de competências e
habilidades que propiciem a formação integral do aluno como cidadão e profissional de
qualidade.
Nesse contexto, a educação de jovens e adultos - EJA em várias instâncias tem
apresentado recorrentes situações de abandono escolar. As classes da EJA também recebem
sujeitos com nível cultural e educacional diferenciado, o que faz do espaço da sala de aula um
ambiente rico e marcado pela diversidade.
Além disso, os alunos de EJA em função de fracassos anteriores possuem, muitas
vezes, uma baixa autoestima; portanto precisam ser motivados, e o educador deverá buscar
diferentes maneiras de promover e despertar o interesse e o entusiasmo e acima de tudo
mostrar a esses alunos que é possível aprender. A evasão não é um problema apenas daquela
escola. Na cidade de Itupiranga o índice de evasão atingiu 0,27% dos alunos matriculados,
conforme Relatório/2013, da SEMED. Contudo, o que causa descontentamento nos
profissionais de educação é o fato de se ter comprovação das ações desenvolvidas pela
Unidade de Ensino, na tentativa de atender às carências dos alunos, de forma holística, ou
seja, no aspecto cognitivo, afetivo, moral, social, entre outros. Todavia, existe o problema das
inúmeras dificuldades enfrentadas pelos alunos que permeia o processo de escolarização
deles, tornando-os reféns da ignorância, mantendo-os como analfabetos.
A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois,
embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de
condições. O paradoxo existente entre o que é difundido e a realidade dos alunos se
concretizam ao se analisar a forma desinteressada como a educação pública é conduzida.
Buscando elucidar esse processo que promove a evasão escolar, a questão sobre a qual este
trabalho se debruçou foi à busca dos fatores que contribuem para a evasão escolar num
ambiente onde a preocupação com o aprendizado dos alunos é prioritário.
A escolha da unidade de ensino onde foi desenvolvido o estudo de caso obedeceu três
motivos principais: identificar os fatores que contribuem para a evasão nessa escola; verificar
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se as taxas de evasão são representativas face ao número de alunos ali matriculados; levantar
aspectos que possibilitem reduzir a evasão naquela entidade de ensino, uma vez que, todo o
segmento engajado no movimento de uma educação que prepara o educando para exercer a
cidadania acredita que: a participação da família contribui para a redução da evasão escolar;
método de ensino voltado para a realidade do aluno contribui para a permanência dele na
escola; currículo que viabilize uma formação técnica, a formação continuada de professores
especificamente para EJA poderá auxiliar a frequência escolar.
Todo esse contexto se faz necessário para uma tomada de direção para que o aluno da
educação de jovens e adultos veja a educação que recebe como um suporte de grande
qualidade que possa contribuir para um futuro melhor, baseado na formação de valores e ao
preparo para o mundo do trabalho. Espera-se que a compreensão dessa micro realidade possa
servir de base ao desenvolvimento de novos estudos, contribuindo, assim, para a redução da
evasão em todas as Unidades de Ensino do município de Itupiranga-PA. A preocupação com
a evasão justifica-se, pois quaisquer que sejam os motivos, os alunos perdem a oportunidade
de interagir com outras pessoas num ambiente letrado, deixando de construir o próprio
conhecimento e impedidos de buscarem e adquirirem habilidades leitoras e escritoras,
permanecendo, assim, sob a opressão da ignorância.
Referencial teórico
A evasão escolar não é um problema apenas daquela escola, pois de modo geral existe
o problema das inúmeras dificuldades enfrentadas pelos alunos da EJA que permeia o
processo de escolarização, tornando-os reféns da ignorância, mantendo-os como analfabetos.
Para Libâneo, citado por Gadotti (1994, p.12): A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a
escola tem função de preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo
com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos
valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura
individual (...). A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes,
pois, embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade
de condições.
Segundo Azevedo (2011, p.05), o problema da evasão e da repetência escolar no país
tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes do ensino público, pois as causas e
consequências estão ligadas a muitos fatores como social, cultural, político e econômico,
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como também a escola onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se
agravar, diante de uma prática didática ultrapassada.
De acordo com Oliveira (2012, p.05 apud Campos 2003), os motivos para o abandono
escolar podem ser ilustrados a partir do momento em que o aluno deixa a escola para
trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são
incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por
motivo de vaga, de falta de professor, da falta de material didático; e também abandonam a
escola por considerarem que a formação que recebem não se dá de forma significativa para
eles.
Para Paulo Freire (1987, p.34): Os oprimidos, que introjetam a ‘sombra’ dos
opressores e seguem suas pautas, temem a liberdade, na medida em que esta, implicando a
expulsão desta sombra, exigiria deles que ‘preenchessem’ o ’vazio’ deixado pela expulsão
com outro ‘conteúdo’ – o de sua autonomia. O de sua responsabilidade, sem o que não seriam
livres.
Campos (2003) estabelece a evasão escolar na EJA como um abandono por tempo
determinado ou não. Diversas razões de ordem social e, principalmente, econômica
concorrem para a evasão escolar dentro da EJA, transpondo a sala de aula e indo além dos
muros da escola.
Para os docentes, esta pesquisa foi relevante na medida em que abordou causas e
consequências da evasão escolar, fornecendo uma melhor compreensão sobre o assunto,
buscando sugestões que possam auxiliar, quando não possível na resolução, mas na tentativa
de minimizar o problema.
Nesse contexto, não existe fracasso escolar, mas sim, alunos que não conseguem
aprender o que se quer que eles aprendam. Por esse motivo, ver-se um número tão elevado de
evasão nas escolas. Diante do exposto, percebe-se que o tema evasão escolar precisa ser
analisado por meio de muitos debates que apontem diversas causas e possíveis soluções em
diferentes vertentes.
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Procedimentos metodológicos
Caracterização da pesquisa
Campo de pesquisa
mão armada, ameaça de estupro, investidas contra grupos de alunas e ainda ameaças de
violências por parte de grupos organizados fora da escola. Já esses 32,5% dos alunos que
disseram não passar por essas situações são justificado por morarem muito próximos da
escola e na sua maioria no retorno são acompanhados por um familiar.
09. Como você avalia a relação interpessoal dentro da escola?
Na avaliação da relação interpessoal dentro da escola, 47,5% dizem ser boa; 20%
excelente; 20% regular; 10% ruim e 2,5% nenhuma das anteriores. Dentro desse
levantamento, constatou que a relação interpessoal não se torna algo relevante que venha
contribuir negativamente para a evasão escolar já que as opções boas e excelentes se
destacaram com êxito para uma convivência harmoniosa o que é importante dentro desse
cenário educativo.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
CERVO, Armando Luis; BEVIAN, Pedro Alcindo. Metodologia Cientifica. 4. ed. São
Paulo: MAKRON BOOKS, 1996, p. 50.
COLLELO, S.M.G. A escola que (não) ensina a escrever. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico brasileiro. 5ª. Ed. São Paulo: Ática, 1994. 173
p. LÈVY, Pierre. A emergência do cyber space e as mutações culturais.
OLIVEIRA, Paula Cristina Silva de. “Evasão” escolar de alunos trabalhadores na EJA.
2012, p.05. Disponível em: http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos.pdf: acesso em
28/12/2011
PINTO, A.V. Sete lições sobre educação de adultos. 9. Ed. São Paulo: Cortez, 1994.