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Introdução............................................................................................................ 5
1. Conjuntura....................................................................................................... 7
1.1 Conjuntura Internacional................................................................. 7
1.2. Solidariedade Internacionalista................................................ 11
1.3. Conjuntura Nacional.......................................................................... 14
2. A Situação da Mulher na Sociedade de Classes................ 22
2.1 A Mulher No Mundo Do Trabalho .............................. 22
2.1.1 A Divisão Sexual Do Trabalho....................................... 22
2.1.2 As Mulheres No Mercado De Trabalho................. 25
2.1.3 Creches.......................................................................................... 29
2.1.4 Assédio Moral e Sexual No Trabalho...................... 30
2.2 A Militância Orgânica da Mulher nas Organizações de
Classe........................................................................................................................ 35
2.3. Violência Contra a Mulher......................................................, 39
2.3.1 A Mulher e o Sistema Penitenciário................... 43
2.3.2 Mulheres e Mídia............................................................... 47
2.3.3 Indústria Pornográfica e Dominação Sobre a
Mulher....................................................................................................... ............... 47
2.4. Saúde da Mulher............................................................................ 49
2.4.1 Descriminalização e Legalização do Aborto..;; 51
2.4.2 Violência Obstétrica........................................................ 53
2.4.3. Saúde Mental das Mulheres..................................... 57
3. O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro e o Movi-
mento LGBT......................................................................................................... 63
4. O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro e o Mo-
vimento Feminista......................................................................................... 66
4.1. O Feminismo Classista................................................................ 66
5. Organização do Coletivo Feminista Classista Ana Monte-
negro......................................................................................................................... 73
INTRODUÇÃO
30. A conta da crise econômica capitalista está sendo paga pelos traba-
lhadores em todo o mundo. No Brasil não é diferente. Para enfrentar a
crise salvando o lucro dos empresários e garantindo os pagamentos da
dívida interna e externa para os bancos e para os países imperialistas,
o governo propõe um “ajuste fiscal”. Este Ajuste Fiscal nada mais é do
que a retirada de direitos, o fim de vários projetos sociais, a precari-
zação, com o objetivo de redução e/ou privatização dos serviços pú-
blicos oferecidos à população, aumento do desemprego e do arrocho
salarial, que têm atingido mais diretamente as mulheres.
31. No que diz respeito aos projetos sociais que vinham sendo im-
plementados pelo governo federal nos últimos anos - bolsa família,
auxílio reclusão etc. - embora sua aplicação ampliada visasse o bene-
ficiamento do consumo doméstico, uma das prerrogativas para resta-
belecer o equilíbrio produtivo, comercial e de serviços no país, estes
projetos viabilizavam maior independência financeira das mulheres, o
que lhes garantia acesso aos estudos e, principalmente, ruptura com a
condição de subalternidade em relação aos maridos e companheiros
nos casos em que se verificavam esses formatos de relações socioafeti-
vas. É fundamental, no entanto, ressaltar que essas políticas se inserem
no contexto de um amplo avanço da estratégia neoliberal de concilia-
43. A tarefa de criar os filhos também era coletiva. Os pais eram todos
os homens da tribo, as crianças eram todas primas e primos, apenas a
mãe era individualizada. Se uma mãe morresse, a criança era assumi-
da por outra mulher. Nenhuma criança era abandonada, cada uma
era protegida por todos. As tarefas de criação dos filhos, preparação
de alimentos etc., não eram femininas ou masculinas: eram atividades
coletivas que envolviam pessoas de ambos os sexos e de todas as idades.
50. Nessa nova divisão sexual do trabalho, o que diz respeito à coleti-
vidade é tarefa masculina e o que diz respeito à vida privada, à família,
relativa igualdade com os homens, pelo menos nas leis, sua participa-
ção nos espaços políticos ainda é muito pequena.
126. Temos uma visão crítica sobre leis como Maria da Penha e Lei
do Feminicídio, pois além de serem mais simbólicas que efetivas no
combate à violência de gênero, a defesa acrítica das políticas de encar-
ceramento gera contradições e conflitos entre movimentos que visam
à emancipação humana, considerando que o sistema penitenciário
funciona a serviço da burguesia e tem caráter racista.
135. A maioria das mulheres presas cumpre penas por tráfico de dro-
gas e pequenos furtos, revelando por um lado aspectos da pobreza
extrema e por outro, uma política de combate às drogas, que tem
clara função de controle social através da criminalização da pobreza.
Segundo o Ifopen 2015, 63% das mulheres em situação de cárcere
respondem por crimes relacionados ao tráfico de drogas: 5.096 são
acusadas de tráfico, 421 por tráfico internacional e 832 mulheres, por
associação com o tráfico.
155. Por fim, não há como não destacar a intensa incitação à explora-
ção sexual infantil feita pelos materiais pornográficos desse seguimen-
to. Há milhares de filmes que fazem uso da pornografia infantil lega-
lizada, termo usado para se referir a filmes feitos com atrizes maiores
de dezoito anos, mas que aparentam muito menos. São cenas em que
as vestimentas e trejeitos dessas atrizes são bastante infantilizados e os
homens com quem se relacionam vão desde professores, treinadores e
até pais e padrastos.
165. Tratar o aborto como uma questão criminal e não como saúde
pública, leva as mulheres que precisam recorrer a esta medida cada vez
mais para o campo da marginalidade. Estima-se que pelo menos dois
abortos são realizados por minuto no Brasil (IPAS Brasil), muitas des-
sas mulheres acabam morrendo todos os anos em decorrência de abor-
tos que não deram certo. Apesar desses dados, atualmente o Estado,
que deveria se portar com laicidade sobre essa discussão, segue uma
massa religiosa fundamentalista e retrocede em relação aos direitos das
mulheres e do ser humano.
2.4.2
Violência Obstétrica
181. Enquanto isso grande parte das mortes maternas se dão no per-
curso que as mulheres fazem à procura de um serviço, na qual possam
182. Dessa forma a luta contra a violência obstétrica perpassa pela luta
pela autonomia da mulher, que deve ser protagonista no seu parto e
deve ter acesso às evidências científicas mais novas para permitir sua
livre escolha dos procedimentos e técnicas que serão utilizados e pela
luta por um sistema único e universal de saúde, no qual a saúde não
seja tratada como mercadoria, mas como direito de todo ser humano e
que disponibilize os recursos e técnicas mais avançadas para o cuidado
à saúde da mulher.
223. Nesse atual modelo social, tal condução se torna um aspecto fun-
damental, já que a burguesia conseguiu fazer o que nenhuma outra
classe dominante conseguiu que é apresentar seus interesses parti-
culares como interesses universais e fazer com que seu formato de
vida virasse a regra social. Para a vida das mulheres trabalhadoras, isso
significa a reprodução da família burguesa com todas as suas contra-
dições, além de estarem expostas a todas as demais contradições de
serem mulheres da classe explorada.