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RESUMO
O presente artigo visa o estudo do sistema de investigação preliminar mais utilizado no
âmbito nacional, o Inquérito Policial e a forma como o investigado é tratado no
decorrer do procedimento. Para atingir o propósito será abordado o histórico do
instituto, serão analisadas garantias imputadas ao investigado e a posição da doutrina e
da jurisprudência perante essas garantias.
INTRODUÇÃO
1
Estudante de Direito. Escola de Direito e Relações Internacionais. Faculdades Integradas do
Brasil – UniBrasil.
2
2
TORRES, Laertes de Macedo. Estudos sobre execução penal. São Paulo: SOGE, 2000. p.
102.
3
Idem.
3
Art. 38 – Os chefes, delegados e subdelegados de policia, logo que, por qualquer meio lhes
cheque a noticia de se ter praticado algum crime comum, procederão em seus distritos as
diligencias necessárias para verificação da existência do mesmo crime, descobrindo de todas
as suas circunstancias e dos delinqüentes.
Art. 42 – O inquérito Policial consiste em todas as diligencias necessárias para o
descobrimento dos fatos criminosos, de suas circunstancias e dos seus autores e cúmplices;
4
Idem.
5
Ibidem, p. 103.
6
FREYESLEBEN, Marcio Luis Chila. O ministério publico e a policia judiciária:
controle externo da atividade policial. 2. ed.Belo Horizonte: Del Rey, 1993. p. 58.
4
7
LOPES JUNIOR, Aury. Sistemas de Investigação Preliminar no Processo Penal. 4. ed.
ver. amp. e atual. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2006. p. 145.
8
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 5 ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p. 143.
9
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa, Processo penal. volume I, 26. ed. rev. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2004. p. 196.
5
10
LOPES JUNIOR, Aury. Op. cit.,. p. 41.
11
Idem.
6
12
ZAFFARONI, E. Raúl. Em busca das penas perdidas. p. 128. Apud ROSA, Alexandre
Morais da e SILVEIRA FILHO, Sylvio Lourenço da. Para um Processo Penal Democrático –
Crítica à Metástase do Sistema de Controle Social. Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2008. p. 5.
7
13
CHOUKR, Fauzy Hassan. Garantias Constitucionais na Investigação Criminal, 2. ed.
rev. amp. e atual., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. p. 34-35.
14
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. 4ª Câmara Cível. Apelação civel nº 336.690-
3 Palotina. Curitiba, PR, 06 de março de 2007. Disponível em <
http://www.tj.pr.gov.br/portal/judwin/consultas/jurisprudencia/JurisprudenciaDetalhes.asp?Sequencial
=1&TotalAcordaos=1&Historico=1&AcordaoJuris=553313> acesso em 08 de outubro de 2009.
8
15
RANGEL, Paulo, Direito Processual Penal. 11. ed. rev. amp. e atual. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2006. p. 87.
16
Idem.
17
Idem.
18
LOPES JUNIOR, Aury, Direito Processual Penal e sua Conformidade Constitucional,
3. ed. rev. atual. volume I. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. p. 307.
9
19
BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Direito Administrativo. 4. ed. rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2008. p. 91.
20
Idem.
21
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual... p. 301.
10
22
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Op. cit., p. 201.
23
MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 1996. p.52.
24
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal, vol. I. Campinas:
Bookseller, 1997. p. 89.
25
LOPES JUNIOR, Aury, Direito Processual... p. 302.
11
Desta forma, Aury LOPES defende a tese de que se deve aplicar sim o
contraditório e o direito de defesa no inquérito policial e mais, segundo o autor, a
afirmação de que não se aplicam é errônea, cita que o indiciado pode exercer no
interrogatório policial a autodefesa positiva ou negativa, que nada mais é,
respectivamente a sua versão dos fatos ou de se calar, usando seu direito de
silêncio.27O indiciado também possui o direito a defesa técnica, que é o
acompanhamento do ato do interrogatório por um profissional do direito. Cita28
também o artigo 14 do Código de Processo Penal: “O ofendido, ou seu representante
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.”
Destes exemplos então, vislumbra-se que existe sim direito a defesa no
inquérito policial. Sobre o contraditório, o autor diz “que quando falamos em
contraditório na fase pré-processual estamos fazendo alusão ao seu primeiro momento,
da informação”.29
Aduz que o direito à informação é importantíssimo para a aplicabilidade dos
princípios estudados, pois é desta informação que brotará o exercício da defesa, mas é
esta defesa que garantirá o contraditório. “A defesa, assim, garante o contraditório,
mas também por este se manifesta e é garantida. Eis a íntima relação e interação da
defesa e do contraditório”.30
Além dos princípios constitucionais consagrados, do problema terminológico
entre processo e procedimento e a amplitude que quis o constituinte alcançar com o
artigo 5º, LV da Constituição Federal, o estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil, criada pela lei ordinária 8.906 de 1994, dispõe em seu artigo 7º,
“São direitos do advogado: XIV – examinar em qualquer repartição policial, mesmo
26
TUCCI, José Rogério Cruz e TUCCI, Rogério Lauria, Devido Processo Legal e Tutela
Jurisdicional. p. 25. Apud LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual... p. 302.
27
Idem.
28
Idem.
29
Ibidem. p. 302.
30
GRINOVER, Ada Pellegrini. As Nulidades no Processo Penal. p. 63. Apud LOPES
JUNIOR, Aury. Direito Processual... p. 302.
12
Interessante versar que a egrégia turma do STF considerou o não acesso ao teor
do inquérito policial, protegido por “segredo de justiça”, pelo advogado do impetrante
um “flagrante constrangimento ilegal, apto a ser superado por meio do presente habeas
corpus”, superando a Súmula 691 da Corte, que versa “Não compete ao Supremo
Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que,
em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.”
Conclui-se então, que o segredo dado ao inquérito policial não se estende aos
advogados, que é indispensável a administração da justiça e portanto, parte necessária
em qualquer relação processual. Desta conclusão, realizamos outra, a de que o
contraditório também, como o direito de defesa, se manifesta no inquérito policial,
31
BRASIL. Superior Tribunal Federal. Processual Penal. Habeas-corpus nº 94.387-0 Rio
Grande do Sul, Brasília, DF, 18 de novembro de 2008. Disponível em
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/visualizarEmenta.asp?s1=000001819&base=baseAcordao
s> acesso em 08 de outubro de 2009.
13
32
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual... p. 303.
33
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de, Curso de Processo Penal, 7. ed. rev. ampl. e atual. Belo
Horizonte: Del Rey, 2007. p. 11.
14
repetição exige que a pessoa que originariamente praticou o ato volte a realizá-lo da
mesma forma.”34
As provas não repetíveis são as provas que devem ser realizadas
necessariamente após a prática do injusto típico e, por estas razões, não podem ser
refeitas no momento da ação penal. É o caso das provas técnicas, como por exemplo,
exame de corpo de delito ou de local de crime. “Pela impossibilidade de repetição em
iguais condições, tais provas deveriam ser colhidas pelo menos sob a égide da ampla
defesa, posto que são provas definitivas e, via de regra, incriminatórias.” 35E continua
ao afirmar que “é importante permitir a manifestação da defesa, para postulação de
outras provas; solicitar determinado tipo de análise ou de meios; bem como formular
quesitos aos peritos, cuja resposta seja pertinente para o esclarecimento do fato ou da
autoria.”36
A produção antecipada de provas é a única possibilidade de tornar válida
formalmente a produção de uma prova técnica que, posteriormente, não poderá ser
repetida na fase processual e necessariamente servirá de base à valoração de futura
sentença judicial. Entende-se como produção antecipada o citado acima por LOPES
JUNIOR, a manifestação da defesa, propondo quesitos e solicitando análises.
Desta forma, o inquérito policial não possui valor probatório, as provas
repetíveis deverão ser refeitas de forma satisfatório no curso da ação penal, e as não
repetíveis, para se tornarem válidas, dever ser feitas com a efetiva participação de um
defensor. Paulo RANGEL, que se alinha aos que defendem a impossibilidade de
possuir valor prova obtida em sede pré-processual, as margens das garantias inerentes
ao sistema acusatório. “Entendemos inadmissível a condenação do réu com base
apenas na provas colhidas durante a fase do inquérito policial, sem que as mesmas
sejam corroboradas no curso do processo judicial, sob o crivo do contraditório, pois a
„instrução‟ policial ocorre sem a cooperação do indiciado e, portanto,
inquisitorialmente.”37
34
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual... p. 282.
35
Ibidem. p. 283.
36
Ibidem. p. 284.
37
RANGEL, Paulo. Op. cit., p. 71-72.
15
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Direito Administrativo. 4. ed. rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2008.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de, Curso de Processo Penal, 7. ed. rev. ampl. e atual.
Belo Horizonte: Del Rey, 2007.
RANGEL, Paulo, Direito Processual Penal. 11. ed. rev. amp. e atual. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2006.
TORRES, Laertes de Macedo. Estudos sobre execução penal. São Paulo: SOGE,
2000.
17
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa, Processo penal. volume I, 26. ed. rev. e
atual. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 196.