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ÂNDRELA LOUREIRO
DANIEL LIMA
DANIEL MOURA
DANILO MIRANDA
ITALO SILVA
LILIANE FERREIRA
RODOLFO FONSECA
GÊNEROS CONTEMPORÂNEOS
MANAUS/AM
2018
ÂNDRELA LOUREIRO
DANIEL MOURA
DANIEL LIMA
DANILO MIRANDA
ITALO SILVA
LILIANE FERREIRA
RODOLFO FONSECA
GÊNEROS CONTEMPORÂNEOS
MANAUS – AM
2018
1 INTRODUÇÃO
O gênero contemporâneo tem sido uma condição fundamental para a
compreensão do mundo e dos processos contemporâneos de desenvolvimento das
novas identidades. No século XXI, o que era fora do eixo, deslocados e em disputa
por direito de identidades não está mais em questão e sim em readequar a sociedade
para as novas mudanças.
A evolução do ser humano com as suas descobertas, trouxe a sociedade uma
série de discussões que envolvem a identidade e orientações em que um indivíduo se
encontra, normalmente, essas discussões são sempre quando os assuntos fogem dos
padrões em que a sociedade exige.
Verificamos que há uma necessidade de aprofundamento no assunto para
entendermos de forma clara essas discussões existentes em conflitos ao adequar a
sociedade.
Na orientação sexual entendemos que não há opção e nem relação a
condições patológicas, trazendo vários tipos a serem caracterizados.
Nos gêneros, encontramos indivíduos cuja identidade pode ser ou não
diferente ao de seu nascimento que também é um termo diferente de uma orientação
sexual, trazendo 31 tipos oficializados até os dias de hoje, mas, em aberto para novas
outras descobertas. Em geral, os indivíduos identificados como transgêneros, acabam
por optando por assistência médica para cirurgia de redesignação sexual e reposições
hormonais.
Apesar dos avanços significativos tanto na sociedade, quanto na
disponibilidade existente dos avanços médicos, a transexual ou a travesti ainda
enfrenta muita dificuldade para se adequar na sociedade com o mesmo direito de
outro indivíduo considerado no padrão em que ela exige. No mercado de trabalho elas
não tem essa possibilidade garantida, mesmo que queiram um emprego com carteira
assinada, o preconceito acaba prevalecendo nessas horas, levando 90% das
transexuais e travestis a prostituição.
A Lei n°10.948/2001 defende a travesti/transexual com a Lei do Nome Social,
onde há punições com quem não respeitar o direito de elas usarem o seu nome social
em qualquer que seja a situação. Apesar de pouco, já é mais um passo dado a
conscientização e adequação da sociedade para esses indivíduos.
2 NOTICÍAS SOBRE DISTÚRBIO DE GÊNERO NOS ESTADOS UNIDOS
O transtorno de identidade de gênero ou distúrbio de gênero é um transtorno
psicológico caracterizado pela disforia de gênero, desconforto persistente com o sexo
de nascimento e por um sentimento de inadequação no papel social deste gênero.
Esse diagnóstico não pode ser feito, se o indivíduo tem uma condição física que torne
seu sexo ambíguo. A atração sexual pode se dar por homens e mulheres e não é
analisada nesse diagnóstico.
Não se trata de uma depravação sexual. O objetivo do tratamento endócrino,
psicológico e cirúrgico está em levar o indivíduo a se sentir mais confortável com a
sua identidade de gênero, aumentar seu bem-estar psicológico e atingir
autorrealização. Frequentemente o tratamento inclui hormônios e cirurgia de
redesignação sexual.
Uma das associações médicas de pediatria mais influentes dos Estados
Unidos, publicou uma dura nota contra a teoria de gênero – também chamada de
ideologia de gênero – como fundamento de políticas públicas. A declaração do
American College of Pediatricians, alerta educadores e parlamentares para que
rejeitem qualquer medida que condicione as crianças a aceitarem como normal “uma
vida que personifique química e cirurgicamente o sexo oposto”. A nota do grupo de
médicos afirma, enfaticamente que “os fatos, não a ideologia, é o que determinam a
realidade.”
3 SEXO BIOLÓGICO
Definido pela combinação dos seus cromossomos com a sua genitália. Em
primeiro momento, isso infere se você nasceu macho, fêmea ou intersexual (nesse
caso, a mudança se caracteriza pela indeterminação do sexo biológico, se pensado
no binarismo “macho” e “fêmea”).
Ao nascer, todo indivíduo imediatamente é enquadrado medicamente dentro
de gêneros. O conjunto de órgãos que possuem permitem que a medicina e os
familiares do bebê o diferenciem.
4 ORIENTAÇÃO SEXUAL
Termo que está relacionado com as diferentes formas de atração afetiva e
sexual de cada um. Substituindo o conceito “opção sexual” visto que as pessoas não
escolhem sua orientação sexual, ou seja, elas desenvolvem sua sexualidade ao longo
da vida. Nesse sentido, uma pessoa não opta por ser heterossexual ou homossexual.
A psicologia moderna determina que a orientação sexual não pode ser
mudada com terapias, podendo ser determinadas por fatores biológicos, sejam em
questões biogenéticos, questões hormonais in útero ou genes que possam determinar
essa predisposição.
5 GÊNERO
Se refere às relações sociais desiguais de poder entre homens e mulheres
que são o resultado de uma construção social a partir das diferenças sexuais,
podendo-se caracterizar como cisgênero, transgênero ou não-binário.
5.1 Cisgênero
Refere-se às pessoas cujo gênero é o mesmo que designado em seu
nascimento, ou seja, há uma concordância entre a identidade de gênero de um
indivíduo com o gênero associado ao seu sexo biológico e/ou designação social.
5.2 Transgênero
Refere-se às pessoas que têm uma identidade de gênero, ou expressão de
gênero diferente do seu sexo atribuído. Chamadas de transexuais se desejam
assistência médica para tratamento como terapia de reposição hormonal, cirurgia de
redesignação sexual ou psicoterapia. Ser transgênero é independente da orientação
sexual: As pessoas transgênero podem se identificar como heterossexuais,
homossexuais, bissexuais, pansexuais, assexuais, etc.
5.3 Não-binário
Refere-se a pessoa cuja identidade não cabe nem como homem, nem como
mulher. Pode-se dizer que um não-binário está entre um gênero e outro ou, ainda, é
uma combinação dos dois.
7 TIPOS DE GÊNEROS
7.1 Agênero
É uma identidade que pode denotar ausência de gênero, gênero neutro, ou
ausência de identidade de gênero. Algumas pessoas também se identificam como
agênero por não entenderem bem o seu gênero, ou simplesmente não se importarem
com as características de gêneros.
A primeira definição é mais comum, a segunda está presente em algumas
definições (pessoas que se encaixam nesta, podem preferir se identificar como
neutrois ou como gênero neutro), e a terceira é raramente mencionada.
É importante não confundir agênero (agender) com “sem-gênero” (non-gendered), que
é um termo antigo referente as pessoas não-binárias, independentemente se a
identidade de gênero delas envolvem a ausência de gênero de alguma forma ou não.
Algumas pessoas dizem que já viram o termo agênero ser utilizado nos anos
90, mas, artigos e postagens mencionando a palavra em contextos que claramente se
referem a esta identidade não datam de tanto tempo.
A bandeira agênero mais conhecida é formada por 7 listras horizontais da
mesma altura, as quais são:
Pretas: Simbolizando a completa ausência de gênero
Cinzas: Simbolizando a ausência parcial de gênero
Brancas: Simbolizando também a completa ausência de gênero
Verde: Simbolizando gênero não-binário
Esta bandeira foi criada por Ska (usuárie transrants, no Tumblr). Também
existentes outras bandeiras agênero, mas elas são poucos populares.
Agênero vem do significado agender em inglês.
7.2 Metrossexual
É uma junção das palavras “metropolitano” (cidade, metrópole) e “sexual”,
cujo significado se refere a um homem urbano que se preocupa em cuidar da
aparência. Gosta de se vestir bem e de estar na moda, investe em vestuário e
acessórios sofisticados, frequenta cabeleireiros e institutos de beleza, cuida da pele,
usa cosméticos, bons perfumes, faz manicure, pedicure e depilação, etc.
Temos o exemplo do inglês David Beckham, jogador de futebol, casado e com
filhos, que é uma imagem emblemática de um homem metrossexual. Esse termo se
popularizou no ano 2002, através de um artigo escrito pelo jornalista inglês Mark
Simpson, durante a Copa do Mundo de Futebol, quando o jogador David Beckham
posou para uma revista gay no Reino Unido. Mark considerou Beckham “o maior
metrossexual da Grã-Bretanha”, pelo seu narcisismo ao dizer que adorava ser olhado,
tanto por homens como por mulheres.
O comportamento do metrossexual pode gerar comparações com um
homossexual. No entanto, o que marca o comportamento do metrossexual é seu estilo
vaidoso e os cuidados excessivos com a imagem, que antes eram considerados
exclusivos do universo feminino.
Esse novo comportamento tem contribuído para que o mercado dos produtos
de beleza e moda voltados para o público masculino tenham aumentados de forma
significativa.
7.3 Andrógino
Um adjetivo que se refere ao que representa simultaneamente características
do sexo masculino e feminino. É o mesmo que “hermafrodita”, que é o animal ou
vegetal que reúne em si caracteres dos dois sexos.
O andrógino é uma qualificação dada aos indivíduos que possui aparência e
comportamentos duvidosos entre o masculino e feminino, é um indivíduo que não se
enquadra nem no papel homem ou mulher. Muitas vezes, identificado como pansexual
(atração por todos os sexos) ou assexual (indiferença à prática sexual).
Somente pela aparência é difícil determinar se a pessoa é do sexo masculino
ou feminino, pois, possuem traços marcantes dos dois gêneros. Quando são do sexo
masculino, acentuam os traços femininos através da maquiagem, cabelo e vestuário.
De acordo com a psicologia, o indivíduo andrógino é aquele que tem uma disfunção
de gênero, responsável por uma condição psíquica na qual o indivíduo não faz parte
nem do masculino, nem do feminino, mas sim um indivíduo de sexo híbrido,
mentalmente falando.
Em Botânica, andrógino é todo vegetal que possui simultaneamente flores
masculinas e femininas, agrupadas no mesmo pedúnculo ou na mesma espiga. Já na
indústria da moda, os modelos andróginos têm sido requisitados para protagonizar
campanhas de grandes grifes. Em alguns casos, os modelos posam com um look que
reproduz tanto a coleção masculina, como a feminina. Essa versatilidade e
ambiguidade alavancou a carreira do modelo bósnio Andrej Pejic, que marcou o
mundo da moda no ano 2011, ao desfilar para marcas como Jean Paul Gaultier e Marc
Jacobs. Além disso, a revista americana FHM o classificou como a 98° mulher mais
sexy do mundo.
7.4 Fluid-gender
Pessoas do gênero-fluído são pessoas que mudam de gênero de tempos em
tempos. As mudanças podem ser: Graduais, súbitas, constantes, inconstantes,
diárias, semanais, mensais, semestrais, anuais, bianuais, em intervalos de tempo
aleatórios, etc. Podem ser entre gêneros definidos e/ou indefinidos. Entre certos
gêneros, e/ou entre gêneros completamente diferentes a cada mudança. Para ou
qualquer quantidade de gêneros (como de agênero para neutrois e mulher, de neutrois
e mulher para andrógine, de andrógine para maverique, homem e mulher, etc.).
Indivíduos influenciados (por questões como ciclo hormonal, crises, clima, pessoas
em volta, ou não).
Existem muitos termos específicos para pessoas cujo gênero muda de forma
específica. Por exemplo, uma pessoa gênero-fluído também muda de gênero de
tempos em tempos, porém a mudança é na intensidade do gênero, sem mudar certo
“gênero – base”. Uma pessoa horogênero possui um certo núcleo imutável, enquanto
outras partes do gênero são fluídas. Uma pessoa magifluída muda seu gênero entre
magigêneros.
Existem identidades específicas para gêneros que fluem apenas entre
gêneros parecidos, ou com a mesma natureza. Existem identidades de gênero que só
fluem em certas condições, assim como existem identidades de gênero que fluem
apenas entre números específicos de gêneros, assim como existem identidades de
gêneros que fluem rapidamente ou lentamente e etc.
Porém, qualquer uma desses indivíduos pode ser chamar fluid-gender, ainda
que certas pessoas se sintam mais confortáveis apenas se identificando com rótulos
mais específicos – especialmente as pessoas que não sentem que seu gênero muda
o suficiente para se chamarem de fuid-gender.
Há relatos da palavra genderfluid – gênero fluído – já existir nos anos 90, as
expressões são citadas em livros de 1999. Suspeita-se que várias pessoas que se
identificam ou que se identificavam como crossdressers, drag queens ou drag kings –
pessoas que se vestem e/ou atuam como pessoas de outro gênero por diversão,
trabalho, ou estilo de vida – se identificariam como gênero-fluído, caso soubessem da
existência da identidade e não tivessem medo do estigma que ela carrega. (Isto é
apenas uma suposição – apenas cada pessoa pode saber que rótulo(s) é (são)
adequado(s) para a própria identidade).
A bandeira fluid-gender foi postada em 3 de agosto de 2012 no blog
genderfluidity, por JJ Poole. JJ escreve que sua bandeira representa a flutuação e a
flexibilidade do gênero em pessoas gênero-fluid. Os significados dados as cores são:
Rosa: Feminilidade
Branca: Ausência de gênero
Roxa: Combinação de masculinidade e feminilidade
Preta: Todos os gêneros
Azul: Masculinidade
Originalmente, a cor preta e a cor branca tinham significados inversos, porém,
JJ resolveu mudá-los mais de um ano após a postagem da bandeira.
10 TRANSEXUAIS E A PROSTITUIÇÃO
Travestis e transexuais ganham destaques quando começam a surgir às
primeiras organizações dos movimentos sociais que lutavam por direitos da população
lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis (LGBT).
Primeiramente, a prioridade estava na prevenção da AIDS em relação aos
homossexuais.
Facchini (2009) apresenta em sua produção como se deu a organização dos
primeiros movimentos sociais em relação as pessoas LGBT, ou melhor, inicialmente
com os homossexuais.
Atualmente quando se fala de travesti, vem logo no imaginário, a figura de um
corpo masculino modificado (esteticamente, pelas vestimentas e comportamentos)
dando lugar ao ser feminino. Ou seja, a pessoa que nasce no sexo masculino, mas
não se identifica com tal sexo e busca adequar seu corpo e sua vida ao gênero com
o qual se identifica, neste caso, o gênero oposto, o feminino.
O documento Brasil sem Homofobia apresenta como explicação do termo
transgênero o seguinte: “engloba tanto as travestis quando as transexuais. É um
homem no sentido fisiológico, mas se relaciona com o mundo como mulher.” (2004,
p.30).
Este documento evidencia tal feminização na categoria tanto de travesti
quanto de transexuais, esquecendo que o contrário pode acontecer facilmente. Isso
parece preocupante já que nega a visibilidade para outros sujeitos no caso de
transexuais, travestis e transgêneros masculinos.
Nota-se que o senso comum tende a limitar ao fato de serem lésbicas, em sua
maioria, masculinizadas. É uma temática pouco tratada e que merece ser investigada.
Transexual é toda pessoa que, no momento em que não se identifica com o
sexo de nascimento, busca a adequação do corpo, conforme o gênero com o qual
possui identidade.
Esta adequação pode se dá por várias formas, como vestir-se como sendo do
sexo oposto, de modo a afirmar sua identidade e como a pessoa gostaria de ser
reconhecido (a); transformar-se em momentos distintos, ou buscar intervenções
cirúrgicas e estéticas para mudar o corpo e readequá-lo a identidade de gênero, assim
como travestis também fazem.
Existem atualmente dois tipos de transexuais: os transexuais masculinos,
denominados transhomem, homens transexuais ou transexual FtM (a sigla vem do
inglês Female to Male, que significa “de mulher para homem”), dos quais são
indivíduos de sexo genético feminino que desejam viver socialmente como homens; e
as transexuais femininas, denominadas por mulheres trans, transmulher, mulher
transexual ou transexual MtF (cuja sigla também vem do inglês Male to Female, que
significa “de homem para mulher”), que são pessoas que tem o sexo genético
masculino e desejam viver socialmente como mulheres.
Dificuldade no acesso educacional. Indisponibilidade de vagas no mercado de
trabalho. Violação de direitos. Esses são alguns dos desafios diários enfrentados por
pessoas transgênero, transexual ou travesti no Brasil. O país lidera os rankings de
violência contra trans, segundo levantamento da ONG Transgender Europe. Em um
período de sete anos, de 2008 a 2015, 802 trans perderam suas vidas no país, o que
evidencia uma realidade de severa intolerância.
“É uma sucessão de dificuldades que a gente enfrenta desde o momento da
percepção da identidade até a vida adulta. Eu tenho 42 anos e ainda enfrento essas
dificuldades no dia a dia”, conta Ângela Lopes, mulher trans, ex-diretora da Divisão de
Políticas para a Diversidade Sexual de São Carlos.
10.1 Prostituição
Devido ao preconceito e a baixa escolaridade, grande parte dessas pessoas
não consegue uma oportunidade no mercado de trabalho. E, mesmo as graduadas e
aptas a exercerem uma profissão de alto desempenho, por vezes são recusadas por
sua identidade de gênero, o que não deixa outra opção: muitas acabam na
prostituição.
Você tem mais de 90%, isso é um dado da ANTRA [Associação Nacional de
Travestis e Transexuais], mais de 90% de travestis e transexuais vivendo unicamente
da prostituição. Isso é um aprisionamento social. A sociedade designou que
esses seres humanos não possuem potencialidades para exercer outra função que
não seja o trabalho sexual, aí elas são colocadas como objeto”, critica Ângela.