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A dimensão imagem
Autores
aula
1. Educação. 2. Tecnologia. 3. Comunicação. 4. Prática pedagógica. I. Felipe, Marcos Aurélio. II. Título.
ISBN: 978-85-7273-422-6
CDD 370
RN/UF/BCZM CDU 37
2008/46
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UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
N
esta quarta aula, depois que você estudou a Sociedade Tecnológica e as Tecnologias
de Informação e Comunicação (TIC’s), teremos agora a imagem como foco de
nossas discussões. Principalmente, porque na relação educação e tecnologia
os dispositivos imagéticos apresentam-se como a linguagem da contemporaneidade,
independentemente ou não de outras linguagens (sobretudo daquelas que encontram
seu espaço na Internet). A partir de suas dimensões, objetiva e subjetiva, a imagem será
apresentada permeando alguns aspectos da realidade: histórico, político e mercadológico.
Você verá também como as imagens existem a partir de suas funções e usos, bem como
as relações que mantêm com a palavra. No que concerne às suas potencialidades como
tecnologia, apresentam infinitas possibilidades educacionais, seja a partir do momento
em que os professores podem utilizá-las como recurso pedagógico, seja como objeto de
análise a ser trabalhado em sala de aula.
Objetivos
Compreender a imagem como a linguagem preponderante
1 da contemporaneidade.
D
o final do século XIX ao contexto do início do século XXI, veja que a Sociedade
Tecnológica vem se estabelecendo como determinante em boa parte das cidades,
regiões e países. Assim, tanto no âmbito político e econômico quanto no cultural e
social, cada vez mais os indivíduos enveredam por caminhos dominados pela tecnologia,
apesar dos seus desejos e vontades. A partir dos recursos tecnológicos instrumentais, da base
que se forma com os meios de comunicação e, agora, com as novas tecnologias, a dimensão
tecnológica impõe um determinado ritmo e um compasso específico (conforme visto na aula
1 – O contexto tecnológico). Nesse contexto, a imagem tem um papel preponderante como
linguagem, independente ou integrada a outras tecnologias (principalmente, aos espaços
existentes na Internet que, hoje, congrega uma diversidade de linguagens e formas de
comunicação da escrita, passando pelo rádio e pela televisão).
Sendo assim, a imagem atravessa uma diversidade de situações, seja como suporte
tecnológico seja como linguagem. Apresenta-se, portanto, ora como dado objetivo (que se
percebe e sobre o qual se pode dissertar, como, por exemplo, uma pintura de Magritte, na
qual nos deteremos mais adiante), ora como dado subjetivo (que, a partir de seus domínios,
cria-se para o outro um conjunto de representações que apontam para status, estilo de vida
ou tribos sociais). Dessa forma, ao falarmos da Dimensão da Imagem, falamos de uma
variedade de dimensões, a partir da qual é possível lançar várias perguntas, como a que
segue, por exemplo.
Que imagens, no final do século XX, um indivíduo nascido no sul do Brasil tem
do Nordeste brasileiro?
Fonte: <http://www.revistafatorbrasil.com.br/imagens/fotos/gota_coca_cola>.
Acesso em: 17 dez. 2007.
Figura 1 - Publicidade da Coca-Cola
Com base nisso, se não tomarmos cuidado, os cenários forjados pelas imagens podem
nos levar para dimensões de base marcadamente mercadológica, como a apontada pelo
filósofo contemporâneo Jameson (2001, p. 142) a seguir.
S
ob a Globalização, cuja lei de mercado cada vez mais se insere nos vários aspectos
contemporâneos (como o social, o cultural e o econômico), perceba que é necessário
atentar para a dimensão mercadológica da imagem. Se tudo hoje, afinal, transmuta-
se para uma dimensão da aparência, o cuidado que precisamos ter, como professores, é,
ao mesmo tempo, saber usar a tecnologia da imagem e desvelar seus significados mais
recônditos para não transformarmos a sala de multimeios e/ou o laboratório de informática
em mais um espaço publicitário, de manipulação e poder.
1.
sua resposta
2.
Fonte: <http://www.anacortes.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=287773>.
Acesso em: 17 nov. 2007.
Figura 4 - Imagem e palavras
A relação não está na base apenas da imagem cinematográfica, pois, com a mesma
intensidade e propriedade de linguagem, as imagens e as palavras se complementam
também na publicidade (como na propaganda da Coca-Cola intercalada anteriormente
como exemplo nesta aula). Além do mais, você também pode ver essa relação em charges,
histórias em quadrinhos e cartazes. No entanto, mesmo que sejam independentes, ainda há
uma variedade de possibilidades complementares entre imagens e palavras que enriquecem
ambas as linguagens.
Portanto, em um processo de leitura de imagens, perceba que dois campos são necessários
para a compreensão do que vemos: campo contextual e campo estrito do objeto.
1. Ancoragem
Indica uma forma de interação na qual o verbo aponta o “nível correto de leitura” da imagem
ou ancora toda a nossa atenção para uma determinada proposição, aspecto. Como se, por
exemplo, no quadro de René Magrite, direcionássemos a leitura para a relação entre o que
vemos e o que lemos, como fizemos anteriormente.
2. Revezamento
Indica uma forma de interação na qual o verbo informa aspectos que a imagem dificilmente
pode mostrar (temporalidade e causa) ou explicar (aspectos simbólicos, culturais). Como
se, ainda tomando a pintura de Magrite como exemplo, fosse possível historicizar o objeto
cachimbo, a partir do que o seu quadro apresenta, pois a pintura em si não pode estabelecer
relações temporais, necessitando do verbo para explicar.
6. Auto-contextual
Indica uma forma de auto-contextualidade da própria linguagem, a partir de uma interação
na qual a linguagem referencial contextualiza e explica a si própria. Próprio do cinema com
a articulação entre um plano e outro, estabelecendo de imagem a imagem uma relação de
significados sem, necessariamente, precisar de uma só palavra ou ambiência sonora.
Nessa discussão sobre a imagem e as palavras, perceba que atravessamos uma plataforma
em que a relação se encontra entre a redundância, a complementaridade e a autonomia das
linguagens. Assim, ao considerar a imagem como recurso pedagógico ou objeto de análise
em sala de aula, é preciso considerar, ao mesmo tempo, tais aspectos que concebem imagem
e palavra numa interação dinâmica. Principalmente porque não se pretende trabalhar sob
uma plataforma reducionista e excludente no campo dos estudos das linguagens. Portanto,
ora imagem e palavra interagem, coexistindo em um mesmo espaço ou interferindo uma na
outra, ora em um processo de co-referência e auto- referenciação contínuo.
Leituras complementares
KLINTOWITZ, Jaime. O pai da mentira. Veja, 19 nov. 1997. História. Disponível em: <http://
veja.abril.com.br/191197/p_062.html>. Acesso em: 17 nov. 2007.
CAMPOS, Jorge Lúcio de. Eis dois cachimbos: roteiro para uma leitura foucaultiana de
Magritte. Espéculo, ano IX, n. 27, jul. out. 2004. Disponível em: <https://www.ucm.es/info/
especulo/numero27/magritte.html>. Acesso em: 17 nov. 2007.
Duas leituras essenciais sobre aspectos da Dimensão da Imagem, pois, ambas trabalham
alguns pontos que discutimos nesta aula. A partir da matéria da revista Veja e do material
sobre a pintura de René Magritte por Michel Foucault, respectivamente, aprofunde a análise
sobre o caso das imagens em Stalin com mais detalhes históricos e o universo das palavras
na sua relação com as imagens. Já que ambas as indicações de leitura complementar estão
disponíveis na Internet através de seus respectivos links, aproveite e aprofunde com seus
colegas a discussão da aula em um trabalho colaborativo.
Auto-avaliação
Com a discussão sobre imagem, que, em conjunto, desenvolvemos nesta
aula, você agora é capaz de desenvolver uma série de reflexões caso necessite
elaborar um plano de trabalho para realizar um projeto em sala de aula. Do uso
de um filme à análise de imagens em jornais, revistas ou sites, da identificação
de imagens que povoam sua cidade às imagens emblemáticas do nordeste
brasileiro (atuais ou históricas), as reflexões precisam contemplar aspectos
referentes às dimensões, às funções e aos modos de uso ou à relação das
imagens com as palavras.
Para tanto, quando for elaborar um plano de trabalho, desenvolva as questões de ordem
avaliativa, que se encontram logo a seguir.
Questões
Como você pensa em utilizar os conceitos de dimensão objetiva e
1 subjetiva da imagem?
Referências
BITTENCOURT, Circe. Livros didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, Circe
(Org.). O saber histórico na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2001. p.69-90.
HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Cia
das Letras, 1995.
KLINTOWITZ, Jaime. O pai da mentira. Veja, 19 nov. 1997. História. Disponível em: <http://
veja.abril.com.br/191197/p_062.html>. Acesso em: 17 nov. 2007.
SANTAELLA, Lúcia; NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo:
Iluminuras, 2001.
Ementa
Processos e intervenções dos novos recursos tecnológicos da comunicação e da informação na Educação.
Desenvolvimento de habilidades básicas para a produção de conhecimentos fundamentados pelo uso de tecnologias
na prática pedagógica.
Autores
n Célia Maria Araújo
Aulas
01 O contexto tecnológico
02 Nova escola / novos professores
03 Outros cenários, outras práticas
04 A dimensão imagem
05 Elaboração, aplicação e avaliação de projetos I
06 Os principais conceitos
07 Oficinas tecnológicas I – Fontes de informação
08 Oficinas tecnológicas II – O uso do filme
09 Oficinas tecnológicas III – O uso do blog
10 Elaboração, aplicação e avaliação de projetos II
Impresso por Gráfica:
2º Semestre de 2008
SEB/SEED