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Aula 01

Conhecimentos Gerais p/ PC-RS (Escrivão e Inspetor) Com videoaulas - Pós-Edital

Professores: Leandro Signori, Sergio Henrique


Conhecimentos Gerais para a Polícia Civil do Rio Grande do Sul
Prof. Leandro Signori

AULA 01 – Política e Sociedade Brasileira – I

Sumário Página

1. A Corrupção 01

2. Operação Lava Jato 03

3. Operação Zelotes 06

4. Reforma Política 07

5. O desenvolvimento urbano brasileiro 10

5.1 Problemas urbanos 11

5.1.1 Transporte público e mobilidade urbana 11

5.1.2 Déficit habitacional e moradias precárias 13

5.1.3 Saneamento básico 14

6. A educação brasileira 16

6.1 Avaliação da educação brasileira 17

6.2 Desafios da educação brasileira 18

6.3 A reforma do ensino médio 20

6.4 A polêmica do Escola sem Partido 22

8. Questões Comentadas 24

9. Lista de Questões 39

10. Gabarito 47

1. A Corrupção

Segundo o Dicionário Houaiss, corrupção é a “disposição apresentada por


funcionário público de agir em interesse próprio ou de outrem, não cumprindo
com suas funções”. O que vemos há longas décadas no Brasil, certamente,
combina os dois sentidos: importantes figuras agindo em interesse próprio,
aproveitando-se do cargo ou da função pública e provocando uma degradação
das instituições do país.

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Entra governo, sai governo, a corrupção continua sendo uma tônica em


nosso país. Trata-se de um mal antigo que marca o Brasil há muito tempo –
podemos dizer que desde o período colonial. O primeiro sistema institucional em
nosso território, o de capitanias hereditárias cedidas pelo rei de Portugal, em
1534, já era usado para fins, marcadamente, privados. Os donatários as
administravam como bens pessoais e familiares, ignorando as populações que
nelas viviam. Havia uma confusão entre a esfera pública e a privada.
A nossa independência, em 1822, se deu praticamente sem rupturas,
preservando-se os interesses da elite econômica e política que vinha do período
anterior. A utilização do Estado para fins privados atravessou o Império e
instalou-se na República. “A corrupção é a grande constante dos 116 anos da
história republicana”, afirma o historiador Marco Antônio Villa.
A corrupção não assumiu sempre a mesma forma, pois o próprio Estado
brasileiro passou por vários momentos e diversas formas de organização. No
século XX, vivemos duas ditaduras: a do Estado Novo (1937-1945) e a de 1964.
Regimes que, pelo arbítrio e pela censura, favoreceram a disseminação da
corrupção por parte de um corpo de funcionários acima de qualquer fiscalização
ou controle público. Naqueles tempos, de grandes investimentos em
infraestrutura e obras gigantescas, a corrupção podia assumir a forma de
propinas destinadas a dirigir concorrências e favorecer grupos econômicos.
Quando o avanço tecnológico e a volta de um regime político aberto, ao
final da ditadura, em 1985, favoreceram a disseminação de rádios e canais de
TV, a distribuição das concessões, por exemplo, passou a ser moeda de troca
para acordos políticos. Na época das privatizações e das transferências de
dinheiro via internet, nos anos 1990, multiplicaram-se contas secretas no
exterior para recompensar autoridades que pudessem fornecer informações
privilegiadas ou, quem sabe, influenciar o desfecho dos leilões. Estamos falando,
então, da corrupção do homem público que recebe dinheiro privado em troca de
vantagens ilícitas e também do que comercializa seu mandato político.
Naturalmente, as coisas estão entrelaçadas, e um dinheiro sujo – público ou
privado – serve a diversos fins.
Nos anos recentes, além do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRN),
que sofreu impeachment por causa de corrupção, em 1992, houve graves
denúncias contra os governos de José Sarney (PMDB, 1985-1990), Fernando
Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-
2010), e centenas de casos em prefeituras e governos estaduais. Em suma, os
cargos eletivos e a função pública são utilizados com frequência para a promoção
pessoal ou para os negócios, o que é, no mínimo, antiético. Infelizmente, mesmo
quando existem denúncias, a maioria dos casos fica impune – com frequência,
pela demora de anos e anos nos processos ou pelos fóruns privilegiados dos
políticos. A impunidade acaba incentivando a corrupção.

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No fundo dos escândalos recentes em nível federal está a tão falada


“governabilidade” – quer dizer, a busca de condições estáveis para governar
com tranquilidade. Apesar de os presidentes, na estrutura institucional
brasileira, possuírem à disposição muitos instrumentos para implementar sua
orientação política (estamos no sistema “presidencialista”), é uma prática
corrente trabalhar para constituir uma maioria no Congresso Nacional de apoio
ativo às suas orientações, a “bancada governista”. Há milhares de cargos na
máquina federal para serem preenchidos por indicação do Poder Executivo e de
seus aliados – um prato cheio para a barganha política. Começa aqui o terreno
para favorecer a corrupção.
Uma antiga e lamentável prática política disseminada no Brasil é o
“clientelismo”, que ocorre quando um político usa os recursos do Estado para
favorecer particularmente uma camada de seus aliados – seja por meio de obras,
==d0196==

necessárias ou supérfluas, ou por meio de nomeações de apadrinhados para


cargos públicos (muitas vezes, a pessoa nem sequer trabalha). Uma medida
vigente para combater esse mal é a contratação por concurso público de
funcionários que ganham estabilidade, impedindo a troca de levas de servidores
a cada mudança de mandato. Ainda assim, sobram milhares de “cargos de
confiança” preenchidos por indicação (justamente os de comando, com mais
poder e salário melhor), e é aí que se opera o “loteamento” de cargos – cada
político ou partido aliado ao presidente ganha o direito de fazer indicações para
os cargos de segundo ou terceiro escalão. Com frequência, essa prática
descamba para o simples aparelhamento do Estado por grupos políticos ou por
apadrinhados, com a utilização dos cargos públicos para fins privados.
Mesmo que tenha vindo de gerações anteriores, a corrupção é uma ferida
na vida nacional que não para de incomodar e desperta a revolta e a indignação
da maioria dos cidadãos. O país conviveu, nos últimos anos, com notícias
cotidianas sobre o “Mensalão”. Mal saímos desse episódio e nos defrontamos
com um escândalo de proporções muito maiores, a corrupção na Petrobras,
desvelada pela Operação Lava Jato. Podemos falar ainda da Operação Zelotes,
do Swiss Leaks, da Operação Vidas Secas, do cartel do metrô em São Paulo e
de outros vergonhosos casos de corrupção no Brasil atual.

2. Operação Lava Jato


Iniciada em 17 de março de 2014, a Operação Lava Jato da Polícia Federal
(PF) no Paraná, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e de
corrupção na Petrobras, teve como desdobramento a prisão temporária, pela
primeira vez no Brasil, de presidentes, diretores e altos funcionários de grandes
empreiteiras nacionais. Mais recentemente, as investigações descobriram
irregularidades também em contratos do Ministério da Saúde, da Caixa

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Econômica Federal e das obras da Ferrovia Norte–Sul, Usina Nuclear de Angra 3


e Hidrelétrica de Belo Monte.
À frente da operação está o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal
Federal de Curitiba. Em abril de 2016, foi considerado pela revista Time como
uma das cem pessoas mais influentes do mundo, sendo o único brasileiro a
entrar na lista.
Passados três anos, vejamos os impressionantes números da operação:
• 198 prisões: 91 preventivas, 6 em flagrante, 101 temporárias
• R$ 10,1 bilhões – valores recuperados ou em processo de recuperação
• R$ 3,2 bilhões – em bens bloqueados pela justiça
• 127 acordos de delação premiada homologados pelo Supremo
• 328 pessoas denunciadas entre primeira instância e STF
• 89 pessoas condenadas
• 5 parlamentares réus no STF (2 senadores e 3 deputados)
• 11 denúncias apresentadas contra parlamentares que ainda não foram
analisadas pelo STF
• 30 procuradores dedicados exclusivamente ao caso
• 4 mil policiais federais envolvidos em todas as fases
• 260 inquéritos policiais instaurados
Ao todo, segundo o MPF, 18 países pediram ajuda do Ministério Público
Federal brasileiro para conduzir investigações relacionadas à Lava Jato. Além
disso, o Brasil solicitou cooperação com outros 31 países.
A Lava Jato recebeu esse nome porque um dos grupos envolvidos no
esquema fazia uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para
movimentar o dinheiro ilícito. Segundo a Polícia Federal, a Petrobras contratava
empreiteiras por licitações fraudadas. As empreiteiras combinariam entre si qual
delas seria a vencedora da licitação e superfaturavam o valor da obra. Parte
desse dinheiro “a mais” era desviado para pagar propinas a diretores da estatal,
que, em troca, aprovariam os contratos superfaturados.
O repasse era feito pelas empreiteiras a doleiros, como Alberto Youssef, e
lobistas que distribuiriam o suborno. De acordo com a investigação, políticos dos
partidos PT, PP, PMDB, PSDB, PTB e PSB também se beneficiaram do esquema,
recebendo de 1% a 3% do valor dos contratos. Ex-diretores da Petrobras,
doleiros e colaboradores, lobistas, executivos e funcionários de empreiteiras,
dirigentes partidários, ex-parlamentares, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu
e o presidente da Norberto Odebrecht – maior empreiteira do Brasil –, Marcelo
Odebrecht, estão presos.
Os envolvidos estão sendo investigados ou foram condenados pelos crimes
de organização criminosa, formação de cartel, lavagem de dinheiro, sonegação

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de impostos, fraude a licitações, corrupção de funcionários públicos e até de


políticos.
Políticos com foro privilegiado foram denunciados pelos delatores e
tiveram seus nomes enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela
Procuradoria-Geral da República (PGR). O STF autorizou a abertura de inquérito
contra mais de 30 políticos com mandato – senadores e deputados federais –
ligados ao PP, PT, PMDB, PTB e PSDB. A abertura de inquérito não representa
culpa. Significa que há indícios fortes de irregularidades que precisarão ser
investigados.
De acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), as
investigações da Lava Jato podem ser divididas em três etapas. A primeira delas
apurou crimes financeiros praticados por organizações criminosas lideradas por
doleiros. Na sequência, o foco esteve em atos de corrupção e lavagem de
dinheiro praticados no âmbito da Petrobras. Já na fase atual, o foco das
investigações está em outros órgãos públicos federais, como o Ministério do
Planejamento, Eletronuclear e Caixa Econômica Federal.
Um dos mecanismos que, segundo o MPF, contribuiu para o avanço das
investigações da Lava Jato são os acordos de delação premiada, previstos na
Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013). Por esse estatuto, os delatores
contam o que sabem sobre os crimes, firmando com a Justiça o acordo. Em troca
das informações, podem receber benefícios diversos no processo penal, como a
redução da pena – que pode ser de um a dois terços –, o cumprimento de pena
em regime abrandado (como o semiaberto e o domiciliar) e o perdão judicial
pleno ou outros, a critério da Justiça.

Os acordos de leniência são semelhantes aos acordos de delação


premiada e preveem que pessoas jurídicas que assumam atos irregulares
colaborem com investigações em troca de redução da punição. Pelas
regras do acordo de leniência, a empresa admite ter cometido ilícitos, acerta o
valor de uma indenização, implanta programas de controle interno e fornece
informações sobre as irregularidades. Desde o início da Lava Jato, pelo menos
16 empresas firmaram acordos de leniência – nove com o Ministério Público
Federal (MPF) e sete com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade).
A Lava Jato é a origem de várias outras operações de combate à corrupção,
tais como as operações Custo Brasil, Saqueador, Tabela Periódica e Boca
Livre.

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Preste atenção em cada nova fase da Operação Lava Jato, pois poderão
ser cobradas na prova.

O que é delação premiada


Assunto bastante discutido atualmente no Brasil, em especial após os
desdobramentos da Operação Lava Jato, a delação ou colaboração premiada é
prevista desde 1990, quando a possibilidade de reduzir a pena de um delator
passou a fazer parte da Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/1990). Trata-se de
um recurso de investigação em que um acusado dá detalhes que possam revelar
um esquema criminoso ou prender outros integrantes de uma quadrilha.
A essência da delação premiada é a incriminação de terceiros a partir de
depoimentos dados por alguém que teve participação e que pode ser um
suspeito, um investigado, um indiciado ou réu. Em troca das informações ele
pode receber benefícios diversos no processo penal, como a redução de sua pena
– que pode ser de um a dois terços –, o cumprimento de pena em regime
abrandado (como o semiaberto e o domiciliar), o perdão judicial pleno ou outros,
a critério da Justiça.
Mas o recurso só pode ser aplicado em casos específicos de crimes, como
os hediondos, de tortura, de tráfico de drogas e de terrorismo, contra o Sistema
Financeiro Nacional, contra a ordem tributária e os praticados por organização
criminosa. No caso das empresas jurídicas, a delação foi incluída na Lei
Anticorrupção (Lei 12.846), sancionada por Dilma Rousseff, seguindo tendência
de adoção desse mecanismo nos Estados Unidos e em países europeus. Na lei
brasileira, a delação premiada é chamada “acordo de leniência”.
Quando o acusado vai a julgamento, o juiz avalia se a sua delação de fato
colaborou com as investigações. Se ele considera que sim, o réu ganha o
benefício acertado; se julgar que o réu mentiu, ele perde o benefício. A proposta
de delação premiada parte do Ministério Público, da Polícia Federal ou dos
advogados de defesa. Quando aceita, ela é conduzida em sigilo judicial. Esse
sigilo pode ou não terminar ao final das investigações e do processo, a critério
da Justiça.

3. Operação Zelotes
No mar de corrupção que tem vindo à tona no Brasil, a Polícia Federal, o
Ministério Público Federal (Procuradoria-Geral da República) e o Poder Judiciário
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têm executado várias outras operações, entre elas, a Operação Zelotes e a


Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória.
A Operação Zelotes investiga um dos maiores esquemas de
sonegação fiscal já descobertos no país. Suspeita-se que quadrilhas atuavam
junto ao CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao
Ministério da Fazenda, revertendo ou anulando multas. A operação também foca
lobbies envolvendo grandes empresas do país.
O CARF é um tribunal administrativo formado por representantes da
Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que
correspondem a R$ 580 bilhões. Em geral, é julgada pelo órgão (CARF) uma
empresa autuada por escolher determinada estratégia tributária que, segundo a
fiscalização, estava em desacordo com a lei. A polícia já confirmou prejuízo de
R$ 6 bilhões aos cofres públicos.
O nome Zelotes vem do adjetivo zelote, referente àquele que finge ter
zelo. Ele faz alusão ao contraste entre a função dos conselheiros do CARF de
resguardar os cofres públicos e os possíveis desvios que efetuaram.
A Operação Zelotes aponta que as quadrilhas, formadas por conselheiros,
ex-conselheiros e servidores públicos, usavam o acesso privilegiado a
informações para identificar “clientes”, contatados por meio de “captadores” que
poderiam ser empresas de lobby, consultorias ou escritórios de advocacia.
Segundo a Polícia Federal, as empresas pagavam propina de até 10% para
que os grupos “manipulassem” vereditos do CARF em processos de casos que
envolvem dívidas tributárias de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões, anulando ou
atenuando cobranças da Receita.

4. Reforma Política
O tema da reforma política não é novo, é um debate de mais de 15 anos.
Uma reforma política consiste ou deveria consistir na adoção de uma série de
medidas e alterações legais para transformar o sistema eleitoral e político a fim
de corrigir falhas, desigualdades ou distorções promovidas ao longo do tempo.
É objetivo também o combate a problemas existentes no meio político partidário
eleitoral, como a corrupção.
Como uma das respostas às manifestações populares de junho de 2013, a
presidenta Dilma Rousseff chegou a propor a convocação de uma Assembleia
Constituinte, para promover a reforma política no Brasil. A ideia não prosperou,
logo se transformando em uma proposta de realização de plebiscito sobre o
tema, enviada ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo.
A Câmara dos Deputados descartou a realização do plebiscito – consulta
antecipada à população sobre propostas abertas, para orientarem a elaboração

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da reforma política, propondo no seu lugar a realização de um referendo –


consulta popular posterior à aprovação da legislação, cujas opções se resumem
a votar pela aprovação ou rejeição.
As normas sobre como o poder político será disputado e exercido numa
sociedade regulam uma ampla gama de temas. Desde a relação entre o
Executivo e o Legislativo até como os partidos se financiam e escolhem seus
dirigentes. No Brasil, as principais regras a respeito estão na Constituição, no
Código Eleitoral, na lei dos partidos políticos e na lei das eleições.
Ao longo dos anos, vários temas apareceram no debate da reforma
política. Em outubro de 2017, o Congresso Nacional aprovou algumas medidas
da reforma política.
Vejamos o que foi aprovado e sancionado:

Cláusula de desempenho
A cláusula de desempenho ou de barreira está relacionada a um
desempenho eleitoral mínimo, para que os partidos tenham acesso ao fundo
partidário e ao horário eleitoral gratuito no rádio e na TV.
Pela regra anterior, todos os partidos recebiam uma parcela do fundo
partidário e o tempo de propaganda eleitoral em emissoras de televisão e de
rádio era calculado de acordo com o tamanho da bancada de cada legenda na
Câmara dos Deputados.
Pela nova regra, os partidos precisam atingir um desempenho eleitoral
mínimo, para que tenham direito ao tempo de propaganda e acesso ao fundo
partidário, que aumentará gradativamente até o ano de 2030. Vejamos:
Eleições de 2018 - Os partidos terão de obter, nas eleições para
deputado federal, pelo menos 1,5% dos votos válidos, distribuídos em, no
mínimo, um terço das unidades da federação, com ao menos 1% dos votos
válidos em cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, distribuídos
em, no mínimo, um terço das unidades da federação.
Eleições de 2022 - Os partidos terão de obter, nas eleições para a
Câmara, pelo menos 2% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço
das unidades da federação, com ao menos 1% dos votos válidos em cada uma
delas; ou ter eleito pelo menos 11 deputados, distribuídos em, no mínimo, um
terço das unidades da federação.
Eleições de 2026 - Os partidos terão de obter, nas eleições para a
Câmara, pelo menos 2,5% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, um
terço das unidades da federação, com ao menos 1,5% dos votos válidos em cada
uma delas; ou ter eleito pelo menos 13 deputados, distribuídos em, no mínimo,
um terço das unidades da federação.
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Eleições de 2030 - Os partidos terão de obter, nas eleições para a


Câmara, pelo menos 3% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço
das unidades da federação, com ao menos 2% dos votos válidos em cada uma
delas; ou ter eleito pelo menos 15 deputados, distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da federação.

Fundo público para o financiamento de campanhas eleitorais


Antes: Não existia. Partidos e candidatos podiam receber doações somente
de pessoas físicas e não havia verba pública destinada diretamente a campanhas
eleitorais.
Agora: Com a criação do Fundo Especial para Financiamento de
Campanhas (FEFC) - com dinheiro público para financiamento de campanhas
eleitorais - os políticos encontraram uma alternativa para obter verba para a
eleição, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o financiamento
empresarial.
Deste fundo, segue a seguinte distribuição: 2% igualmente entre todos
partidos; 35% entre os partidos com ao menos um deputado na Câmara, 48%
entre os partidos na proporção do número de deputados na Câmara em 28 de
agosto de 2017 e 15% entre os partidos na proporção do número de senadores
em 28 de agosto de 2017. Para as eleições de 2018, o fundo contará com 1,7
bilhão de reais.
Importante não confundir o recém-criado fundo eleitoral com o fundo
partidário. Criado em 1965, o Fundo Especial de Assistência Financeira aos
Partidos Políticos segue existindo, é independente do fundo eleitoral e é
constituído por dotações orçamentárias da União, multas e penalidades
eleitorais.
O fundo partidário serve para manter legendas, enquanto o fundo eleitoral
servirá para a realização das campanhas eleitorais pelos partidos políticos. O
montante à disposição para os partidos cresceu exponencialmente nesta década:
em 2010, havia 200 milhões de reais no fundo partidário, e em 2016 foram
distribuídos 819 milhões de reais aos partidos.
A propaganda eleitoral gratuita continua existindo. Ela é gratuita para os
partidos, mas não para a União. A propaganda é paga pelo Governo Federal, por
meio do desconto de tributos que seriam pagos pelas emissoras de sinal aberto.
Em 2014, o valor chegou a 840 milhões de reais.

Fim das coligações


A partir de 2020, estão proibidas as coligações para as eleições
proporcionais (deputados e vereadores). Cada partido terá a sua lista de
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candidatos sozinho, não podendo se coligar com outros partidos. As coligações


para as eleições majoritárias (presidente, governador e senador) continuam
permitidas.
O sistema eleitoral continua sendo o proporcional de lista aberta. Por esse
sistema, a distribuição das vagas é feita proporcionalmente ao total de votos
obtido pelo partido com os seus candidatos e a votação na legenda. As vagas
correspondentes serão ocupadas pelos candidatos mais votados nas legendas
ou nas coligações.

Voto impresso
Antes: Não havia. O voto de cada eleitor ficava registrado somente na urna
eletrônica.
Agora: O eleitor votará na urna eletrônica e será impresso o registro do
voto. Para a eleição de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já comunicou
que não terá orçamento para implementar a medida em todo o Brasil.

5. O desenvolvimento urbano brasileiro


Em 2008, pela primeira vez na história, no mundo, o número de habitantes
das cidades superou o número de pessoas que vivem no campo. Em 2014, cerca
de 54% da população do planeta já vivia nos centros urbanos. A humanidade
tem deixado para trás o longo passado rural e caminha rapidamente para um
futuro cada vez mais urbano. De acordo com as estimativas da ONU, até 2050,
cerca de dois terços do crescimento da população mundial ocorrerão em cidades,
especialmente naquelas situadas nos países pobres.
A urbanização é um dos traços fundamentais da sociedade moderna. É um
fenômeno recente, iniciado com a Revolução Industrial há pouco mais de 200
anos atrás, um período muito pequeno da história da humanidade.
No Brasil, é um processo recentíssimo, dos últimos cinquenta anos. Foi
somente na década de 1960-1970 que a população urbana suplantou a
população rural. É muito pouco tempo para um país que foi colonizado a 500
anos. Do ponto de vista temporal, é uma pequena fração da nossa história.
O termo urbanização pode ser entendido como o processo de transição
de uma sociedade rural para uma urbana. Ele reflete o aumento proporcional
crescente da população que vive nas cidades em relação à que vive no campo,
principalmente devido ao êxodo rural (o movimento de saída do campo em
direção às cidades). Seu nível é medido pelo percentual da população total que
vive nas cidades.

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A urbanização avança em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, cresce


lentamente, pois a imensa maioria da população já vive nas cidades. Nos países
em desenvolvimento, avança rapidamente, devido à falta de terras ou de
empregos no campo. Isso leva um número crescente de pessoas a se transferir
para o meio urbano a cada ano.
Assim como se verifica no resto do mundo, no Brasil, a urbanização
acompanha a industrialização, que ocorre de forma mais acelerada com as
políticas desenvolvimentistas de Getúlio Vargas, atraindo trabalhadores para as
cidades a partir dos anos 1950, sobretudo na região Sudeste. Após essa década,
a urbanização deu um enorme salto. Atualmente, cerca de 85% dos brasileiros
moram em cidades. Essa proporção, que era de apenas 45% em 1960, deve
alcançar os 90% em 2020, de acordo com o IBGE.

5.1 Problemas urbanos


Quando o crescimento da população urbana é acelerado demais e sem
planejamento, uma série de carências de infraestrutura impacta na qualidade de
vida urbana. Isso ocorre atualmente na maioria das cidades de países em
desenvolvimento, e é uma questão-chave no Brasil.

5.1.1 Transporte público e mobilidade urbana


A inexistência de uma política clara e contínua de transporte público levou
a um serviço caro e de baixa qualidade. Ônibus em número insuficiente realizam
percursos demorados, causando superlotação e grande espera nos pontos de
parada. Além disso, foram parcos os investimentos em transporte ferroviário e
o transporte metroviário começou a ser implantado tardiamente.
Soma-se isso a uma política econômica de longa data que privilegiou o
transporte individual e tivemos uma explosão no uso de automóveis, causando
grandes congestionamentos no trânsito das cidades, impactando no tempo gasto
para deslocamento e no número de acidentes de trânsito, que é elevado no país.
Não obstante, a utilização demasiada de veículos individuais movidos à
propulsão mecânica emite na atmosfera os gases do efeito estufa, que,
consequentemente, agravam o aquecimento global. Inclusive, registram-se
mais mortes provenientes de doenças respiratórias causadas pela poluição do
que de acidentes de trânsito em si.
Dentro desse cenário turbulento, o transporte público e a mobilidade
urbana estão entre os principais problemas das cidades brasileiras.
Para essa situação mudar, urbanistas apontam que é preciso melhorar a
qualidade do transporte público, restringir o uso excessivo do automóvel e

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integrar os diferentes sistemas de transporte, interligando ônibus, metrô, trens


de superfície, ciclovias e áreas para estacionar bicicletas, motocicletas e carros.
Algumas cidades brasileiras vêm investindo nessas mudanças. A maior
metrópole do país, São Paulo, por exemplo, conta com 481,2 quilômetros de
faixas exclusivas para ônibus, além de corredores, e 381 quilômetros de malha
cicloviária, de modo a incentivar a redução do uso de carros. Algumas outras
soluções são apontadas para melhorar o tráfego, como:
- Pedágio urbano: cobrança de uma taxa dos carros que circulam nas
regiões centrais da cidade, medida já adotada em Londres (Reino Unido) e
Estocolmo (Suécia). A proposta foi apresentada em 2010 na Câmara Municipal
de São Paulo, mas acabou sendo arquivada.
- Carona solidária: uso compartilhado de um automóvel por duas ou
mais pessoas que fazem um trajeto comum. Empresas dão benefícios (como
vaga em estacionamento) aos usuários, e algumas prefeituras, como São
Bernardo do Campo e Sorocaba (SP) já contam com programas do tipo para
seus funcionários.
- Reorganização do espaço: planejamentos urbanos que aproximem as
pessoas de seus locais de trabalho, estudo e lazer de modo a reduzir a
necessidade de grandes deslocamentos pela cidade. Inclui o conceito de cidade
compacta, que concentra moradia, comércio e serviços em uma mesma área.
- Rodízio de veículos: restrição da circulação de automóveis em
determinados locais, dias e horários, de acordo com as placas dos veículos.
- Restrição de tráfego e estacionamento: determinados veículos,
como caminhões, não podem circular em certas vias em horários específicos.
Automóveis contam com menos vagas para parar em vias públicas, e as tarifas
de estacionamento ficam mais caras.

Opção pela bicicleta


É crescente o número de pessoas que aderem à bicicleta como meio de
locomoção. A opção por essa forma de se locomover tem várias vantagens
comparativas: é a mais barata entre todas, evita a perda de tempo no trânsito
e a dependência exclusiva do transporte público, que geralmente é
insatisfatório. Entretanto, por não ser adequada para longas distâncias, é
necessário que se pense na integração das bicicletas com o sistema de
transportes, com a criação de bicicletários em terminais públicos de ônibus,
metrôs e nas empresas.
Prever o uso da bicicleta como meio de transporte e investir na sua
infraestrutura passou a integrar as políticas públicas praticadas pelas maiores
metrópoles mundiais e brasileiras, não apenas para promover a mobilidade
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urbana, mas também para reduzir a poluição do ar e as emissões de gases de


veículos que contribuem para agravar o efeito estufa e as alterações climáticas.
No Brasil, desde janeiro de 2012, passou-se a ter uma Política Nacional de
Mobilidade Urbana, que prevê a adequação das vias públicas para o uso de
veículos não motorizados, incluídas as bicicletas. Uma das principais medidas é
a criação de faixas de percurso que trazem maior segurança, como as ciclovias.

5.1.2 Déficit habitacional e moradias precárias


Cerca de 6% dos brasileiros vivem em “aglomerados subnormais”. Esse
conceito abrange diferentes situações e nomes que variam de região para
região, como vilas, favelas e palafitas, mas todos têm em comum o fato de
ocuparem terrenos de forma irregular e serem carentes de serviços públicos.
De acordo com a ONU, são consideradas residências muito pobres ou
barracos as casas que não possuem quatro itens tidos como essenciais: água
encanada; boas condições sanitárias (esgoto coletado ou fossa séptica); espaço
suficiente (máximo de três pessoas dividindo um mesmo cômodo) e estrutura e
qualidade da construção.
Um dos fatores que contribuem para o crescimento do número de
moradias inadequadas e a expansão das favelas é a especulação imobiliária.
Com o aumento do valor de aluguel e de impostos públicos, muitas famílias são
forçadas a deixar suas casas e mudar-se para bairros periféricos.
A periferização também abre margem para o debate de direito à cidade,
isto é, a possibilidade de todos os cidadãos de uma determinada área
urbana ter acesso a bens e serviços de qualidade e ao espaço público.
Quando isso não ocorre, a desigualdade social urbana se manifesta de diferentes
formas. Uma das mais visíveis é a segregação socioespacial, ou seja, a
concentração de diferentes grupos sociais em determinadas áreas da cidade –
os que têm maior poder aquisitivo ocupam as regiões mais centrais e com maior
disponibilidade de serviços públicos, enquanto os mais pobres são empurrados
para os bairros periféricos, muitas vezes em moradias precárias. As
desigualdades, por sua vez, acarretam no aumento da violência. Sendo assim,
é necessário planejar uma cidade onde não exista segregação e todos os grupos
e classes sociais tenham acesso aos espaços públicos.
A expansão desenfreada das cidades muitas vezes ocorre em áreas de
risco ou de proteção permanente, como é o caso de encostas de morros, que,
geralmente são ocupadas por pessoas da classe mais pobre, devido a toda
questão da segregação socioespacial e da especulação imobiliária.
O deslizamento de encostas, isto é, o escorregamento de grandes massas
de terra pela força da gravidade em áreas de maior declividade, é um fenômeno

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natural. Entretanto, quando as encostas são ocupadas, a vegetação é retirada,


deixando o solo exposto, o que faz com que as águas das chuvas venham a
atingir o solo com mais força, retirando e transportando a terra. Nessa situação,
quando as chuvas são muito fortes, desencadeiam grandes movimentos de
massa, podendo ocasionar tragédias com perda de casas e muitas vezes, de
vidas.
Pelo fato do Brasil ser um país tropical, com altos níveis de pluviosidade
na maioria de seu território, os deslizamentos são frequentes. No entanto, a
ocupação de áreas irregulares muitas vezes se apresenta como a única opção
viável para famílias que não possuem outra alternativa de moradia. A remoção
e transferência para áreas mais estáveis deve ser incentivada pelos governos,
além da efetiva fiscalização quanto às condições geológicas das áreas ocupadas
para o controle de seus riscos.

5.1.3 Saneamento básico


Em seu sentido mais amplo, saneamento são as medidas adotadas sobre
o meio ambiente que têm como objetivo promover a saúde dos cidadãos,
garantir sua qualidade de vida, e preservar os recursos naturais.
Saneamento básico é a coleta do esgoto e seu tratamento, a coleta e a
destinação de lixo, a oferta de água tratada canalizada e a drenagem das águas
da chuva.
Os serviços de saneamento básico são ferramentas poderosas contra a
disseminação de doenças veiculadas através de águas contaminadas ou pelo
contato direto com fezes e detritos, além de impedir a proliferação de animais
transmissores de zoonoses.
No Brasil, como na maioria dos países, o desenvolvimento das práticas e
estruturas de saneamento se confunde com crescimento das cidades.
Infelizmente, as obras de saneamento não acompanharam o crescimento
da população e das cidades ao longo das décadas. Segundo o Instituto Trata
Brasil, durante as décadas de 80 e 90 não houve investimentos significativos
nessas áreas, gerando um déficit tamanho que ainda não foi recuperado.
Os prejuízos para o saneamento datados dessa época se refletem nos dias
atuais, em que poucas cidades brasileiras têm índices satisfatórios na prestação
desses serviços básicos. A falta ou ineficiência de medidas de saneamento
acabam sobrecarregando nosso sistema de saúde com casos que poderiam ser
evitados, e que custariam muito mais barato se a prevenção fosse a política
adotada.
Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à
melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde infantil com

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redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão do


turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição
dos rios e preservação dos recursos hídricos, etc.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS),
atualmente 83,3% dos brasileiros possuem abastecimento de água tratada,
contabilizando um total de 35 milhões de brasileiros sem acesso a este
serviço. Em média, perdemos 37% de toda a água tratada no nosso país,
devido principalmente, à falta de manutenção das redes de distribuição,
vazamentos e ligações clandestinas. Resultando em um prejuízo anual de mais
de 8 bilhões de reais.
Para a coleta e tratamento dos esgotos domésticos, os dados são ainda
menos satisfatórios, 50,3% do esgoto produzido é coletado, e apenas 42,67%
são tratados, A maioria do esgoto que não é tratado é lançado in natura nos
corpos d’água, poluindo nossos mananciais e tornando ainda mais caro o
tratamento da água dos rios para o consumo humano. Como consequência, as
companhias de abastecimento têm que buscar água cada vez mais longe dos
centros urbanos, o que encarece o serviço.
Estudo do Instituto Trata Brasil, por exemplo, mostrou que o Brasil convive
anualmente com centenas de milhares de casos de internação por diarreias (400
mil casos em 2011, sendo 53% de crianças de 0 a 5 anos), muito disso devido
à falta de saneamento.
Estudo do BNDES estima que 65% das internações em hospitais de
crianças com menos de 10 anos sejam provocadas por males oriundos da
deficiência ou inexistência de esgoto e água limpa, que também surte efeito no
desempenho escolar, pois crianças que vivem em áreas sem saneamento básico
apresentam 18% a menos no rendimento escolar.
É válido salientar que os índices de cobertura nacional dos serviços de
saneamento básico são muito importantes na determinação do nível de
desenvolvimento de um país, pois estes refletem a qualidade de vida e saúde de
seus habitantes. O governo brasileiro, através do Plano Nacional de Saneamento
Básico (Plansab), estima que os custos para universalização desses serviços
cheguem a 508 bilhões de reais no período de 2014 a 2033.
Através do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC), o Governo
Federal já destinou recursos da ordem de 70 bilhões para obras ligadas ao
saneamento, mas ainda observa-se um crescimento lento nas melhorias e
implantação desses serviços em algumas regiões do país, principalmente o norte
e o nordeste.
Já a falta de coleta de lixo provoca não apenas a contaminação das águas,
mas também do solo, e causa a proliferação de insetos e ratos e a transmissão
da leptospirose pela urina do rato. No Brasil há coleta de lixo, com alguma

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regularidade, em 90% dos municípios. Porém, quase metade ainda é depositado


em lixões, ou nos chamados aterros controlados. Nesse tipo de aterro, há
alguns procedimentos mínimos de cuidado, como o controle dos volumes e a
deposição regular de cal ou terra para evitar a proliferação de insetos e diminuir
o mau cheiro.
Em 2010, o governo federal instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS). Entre outras medidas, a lei estabeleceu que 2014 seria o prazo
final para as prefeituras erradicarem os lixões e passarem a depositar o lixo em
aterros sanitários, considerados o destino mais adequado para o lixo urbano.
Trata-se de áreas nas quais os resíduos são compactados e cobertos por terra.
Terrenos assim têm sistema de drenagem que captam líquidos e gases
resultantes da decomposição dos resíduos orgânicos. Dessa forma, o solo e o
lençol freático ficam protegidos da contaminação do chorume, e o metano é
coletado para armazenamento, podendo ser utilizado para gerar energia em
termelétricas.
No entanto, ainda há 3 mil lixões ativos no Brasil. O principal fator que
impede a criação de aterros é o seu alto custo. O compartilhamento de aterros
sanitários entre municípios de uma mesma região é uma estratégia defendida
por alguns pesquisadores.

6. A educação brasileira
Educar é promover o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um
indivíduo, com o objetivo de integrá-lo à sociedade, por meio da transmissão de
valores e conhecimentos acumulados. Toda sociedade, por mais simples que
seja, tem algum sistema de educação.
Na atualidade, a crescente complexidade da vida em sociedade –
resultante dos avanços tecnológicos e traduzida na alta competição no mercado
de trabalho – exige que o cidadão dedique um período cada vez maior da vida
aos estudos.
A Constituição Federal de 1988 garante a educação como um direito
social, ao lado de outros, como saúde, alimentação, trabalho, moradia e lazer.
Define como objetivos da educação “o pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho”.
A Carta Magna estabelece, também, as obrigações de todas as esferas do
poder público. À União compete organizar o sistema federal de ensino e o dos
territórios, financiar as instituições de ensino públicas federais, distribuir e
suplementar verbas e assistência técnica aos estados, municípios e ao Distrito
Federal. Estados e municípios devem trabalhar integrados, cabendo aos
municípios, prioritariamente, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Os
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estados e o Distrito Federal têm de atuar principalmente nos ensinos


Fundamental e Médio.
6.1 Avaliação da educação brasileira
O Brasil tem vários instrumentos para avaliar a qualidade do ensino e o
rendimento da educação dos estudantes no Brasil. Na educação básica
destacam-se o Ideb e o Enem.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um
indicador da qualidade do ensino que varia numa escala de 0 a 10. Há um
indicador calculado para cada nível do ciclo básico: o ensino fundamental I
(avaliando os estudantes do 5º ano), o ensino fundamental II (avaliando os
estudantes do 9º ano) e o ensino médio (avaliando os estudantes do 3º ano). O
índice é divulgado a cada dois anos e é calculado sobre números do Censo
Escolar da Educação Básica, que registra os dados de aprovação por escola,
município e estado, e das avaliações do Saeb e da Prova Brasil.
Os dados do Ideb de 2015 apontam que o ensino médio segue estagnado
na média das escolas do país com índice 3,7 e não atingiu a meta estipulada de
4,3. O patamar se mantém desde a avaliação realizada em 2011.
No ensino fundamental 1, o índice foi de 5,5 e bateu a meta que era 5,2.
Entretanto, no ensino fundamental 2, o índice foi de 4,5, abaixo da meta nacional
que era de 4,7.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem como objetivo
principal avaliar o desempenho dos estudantes ao término do Ensino Médio. O
exame é anual e destinado àqueles que estão concluindo ou já concluíram esse
nível de ensino. A prova verifica a capacidade do aluno de utilizar seu potencial
de raciocínio crítico, de resolver problemas e de avaliar seu papel na sociedade,
sendo composta de uma parte objetiva e uma redação.
Os resultados das provas do Enem 2015 por escola indicam que 38% das
instituições seriam "reprovadas" no teste do ensino médio, segundo os critérios
do Ministério da Educação (MEC) para a certificação do ensino médio.
Em um universo de 14.998 escolas, mais de um terço - 5.642 escolas -
tiveram notas médias menores que 450 pontos em, ao menos, uma das quatro
provas objetivas (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da
natureza) ou não alcançaram a média de 500 pontos na redação do exame.
Esses são os parâmetros mínimos usados pelo MEC para conceder a certificação
do ensino médio a estudantes por meio do Enem.
Os exames que mais reprovaram escolas são o de matemática - que
reprovou 4.899 instituições - e a redação - que desqualificou 3.045 escolas.
Outra avaliação da educação é o Programa Internacional de Avaliação
de Alunos (PISA), organizado pela Organização para a Cooperação e

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Desenvolvimento Econômico (OCDE). O exame ocorre a cada três anos e oferece


um perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes, reúne
informações sobre variáveis demográficas e sociais de cada país e oferece
indicadores de monitoramento dos sistemas de ensino ao longo dos anos.
Na avalição de 2015 participaram os 35 países membros da OCDE e 35
países convidados. O Brasil participou como país convidado. O exame avalia o
conhecimento em três áreas: ciências, leitura e matemática.
Participam do PISA alunos na faixa dos 15 anos de idade, faixa etária em
que os estudantes completaram a escolaridade obrigatória na maioria dos
países, matriculados a partir do 8º ano do Ensino Fundamental.
O Brasil sempre está entre os últimos colocados no PISA. Na avaliação de
2015, divulgada em dezembro de 2016, o Brasil ficou na 63ª posição em
ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.
Em comparação com o exame anterior, de 2012, a nota do país em
ciências caiu de 405 pontos, para 401; em leitura, o desempenho do Brasil caiu
de 410 para 407 e em matemática, a pontuação dos alunos brasileiros caiu de
391 para 377. Cingapura foi o país que ocupou a primeira colocação nas três
áreas (556 pontos em ciências, 535 em leitura e 564 em matemática).

6.2 Desafios da educação brasileira


Os problemas da educação pública brasileira são vários:
• qualidade do ensino;
• déficit de aprendizado;
• falta de vagas;
• evasão escolar;
• recursos financeiros insuficientes e má gestão das verbas destinadas à
educação;
• infraestrutura dos estabelecimentos de ensino;
• baixa remuneração dos professores da educação básica;
• má formação dos professores; e
• currículo inadequado.
Os problemas são variados, em maior ou menor grau de importância,
conforme o nível e a modalidade de ensino.
Na Educação Infantil, temos problemas como a falta de vagas: pouco
menos de 30% das crianças até 3 anos eram atendidas por creches no país em
2014. Faltam também creches em período integral, que seriam importantes
quando os responsáveis trabalham fora de casa o dia todo.
Já nas pré-escolas, o desafio é atender a todas as crianças da faixa etária.
Atualmente já são atendidas 90%, mas por lei, a partir de 2016, 100% das
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crianças de 4 e 5 anos deveriam frequentar a pré-escola. Além disso, falta mais


qualificação profissional aos profissionais da educação infantil.
Os desafios são ampliar o número de vagas, readequar as faixas etárias
nos grupos que misturam alunos de diferentes idades, garantir o atendimento
em período integral nas creches e investir na formação dos profissionais.
No Ensino Fundamental, temos um quadro difícil, pois boa parte dos
estudantes não aprendem o que é considerado adequado para a série em que
estão, segundo o índice utilizado pelo próprio governo (o Ideb). A lacuna é maior
em matemática, mas também é importante em leitura e em escrita.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, esse problema ainda se agrava
frente à exigência de conteúdos cada vez mais complexos e um número maior
de disciplinas. As principais críticas giram em torno da falta de um currículo mais
conectado com a realidade do adolescente, d da baixa qualificação e remuneração
dos professores e infraestrutura muitas vezes precária.
O Ensino Médio é considerado o grande gargalo da educação
brasileira – apenas metade dos alunos que ingressam no Ensino Médio
conclui o curso, ou seja, a evasão é muito elevada. As razões são muitas, entre
elas, a necessidade de trabalhar e a gravidez precoce. Mas as principais são da
própria organização do ensino, como os conteúdos extensos e em descompasso
com as necessidades e os interesses dos estudantes, as deficiências pedagógicas
trazidas dos anos anteriores, os métodos pedagógicos ultrapassados e a má
formação dos professores.
Assim, jovens pouco estimulados pelos estudos, muitas vezes em situação
de atraso escolar e para quem o Ensino Superior é apenas uma possibilidade
remota, tendem a abandonar a escola. Entre os que conseguem se formar, o
desempenho é fraco. Essa etapa apresenta os piores resultados entre os ciclos
avaliados pelo MEC.
O Ensino Médio técnico (profissionalizante), que em vários países
apresenta-se como uma alternativa à preparação para o Ensino Superior, ainda
engatinha no Brasil, apesar do crescimento nos últimos anos, impulsionado pelo
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Os avanços na Educação Superior foram muitos nos últimos anos. A
expansão das universidades federais e da oferta de bolsas e financiamentos
públicos nas universidades privadas, como o Programa Universidade para Todos
(ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), permitiram que o número
de universitários aumentasse de 4,2 milhões em 2004 para 7,8 milhões em
2014. Paralelamente, cresceu a quantidade de cursos.
Mesmo assim, há problemas como a baixa participação de alunos de 18 a
24 anos matriculados na Educação Superior (idade considerada adequada para
cursar esse nível de ensino). Menos de 20% dos jovens dessa faixa etária estão
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na faculdade. A maior parte dos que frequentam as universidades públicas são


de famílias de médio ou alto poder aquisitivo, enquanto a maior parte da
população de baixa renda não acessa tal etapa da educação - grande parte já
deixa o ensino formal durante ou no final do ensino médio. Isso persiste mesmo
com a ampliação das vagas no ensino superior durante a última década.
Outra grande trava para a qualidade da Educação Superior é sua porta de
entrada, ou seja, o Ensino Médio. Sem resolver os problemas da formação dos
alunos nesse nível de ensino, dificilmente haverá uma boa formação superior.
Os desafios são ampliar o acesso de jovens concluintes do ensino médio,
conter a evasão e garantir um ensino de qualidade.

PIB (Produto Interno Bruto) x Educação: Um estudo da OCDE, do ano


0
de 2001 demonstra que o gasto público do Brasil em educação representou
6,1% do PIB, enquanto a média da OCDE é de 5,6% do PIB. Porém, quando
se divide o gasto pelo total de alunos, o país fica em penúltimo lugar. Gastou
2.895 dólares por estudante, enquanto a média da OCDE é de 8.952
dólares. Se comparado a Suécia ou Japão, o Brasil apresenta um investimento
maior. Entretanto, a análise absorve pontos divergentes, visto que especialistas
apontam que estes países desenvolvidos já apresentam modelos educacionais
de sucesso, o que garante que o investimento seja menor.

Salário dos professores brasileiros: segundo o estudo Um olhar sobre


a Educação 2014, que mapeia dados sobre a educação nos 34 países membros
da OCDE e 10 parceiros, incluindo o Brasil, os professores brasileiros estão entre
os mais mal remunerados do mundo. De acordo com o estudo, um professor em
início de carreira que dá aula para o ensino fundamental em instituições públicas
recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Entre os países membros
da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes
mais que o salário brasileiro. Países como o Chile e México aparecem na frente
do Brasil com relação aos salários dos professores (17.770 e 15.556 dólares por
ano, respectivamente). Os dados são de 2012 e colocam o Brasil à frente apenas
da Indonésia, país onde os professores carecem de condições dignas de
trabalho.

6.3 A reforma do ensino médio


O Congresso Nacional aprovou e o presidente Michel Temer sancionou a
lei da Reforma do Ensino Médio. A reforma deve começar a valer em 2019. Até
o fim deste ano, deverá ser definida a Base Nacional, que será comum a todos
os alunos.

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A carga horária anual passará de 800 para 1.400 horas anuais e de 4 para
7 horas diárias, visando à implantação da escola de tempo integral. O Ministério
da Educação não apontou como será cumprida a carga horária, mas instituiu o
Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral para
apoiar a criação de novas vagas no ensino médio integral. A meta 6 do Plano
Nacional de Educação (PNE) prevê que, até 2024, 50% das escolas e 25% das
matrículas na educação básica (incluindo os ensinos infantil, fundamental e
médio) estejam no ensino de tempo integral.
A lei estabeleceu uma meta intermediária: no prazo máximo de 5 anos,
todas as escolas de ensino médio do Brasil devem ter carga horária anual de
pelo menos mil horas. Não há previsão de sanções para gestores que não
cumprirem a meta.
O currículo será flexível. A lei determina
1 que 60% da carga horária seja
ocupada obrigatoriamente por conteúdos da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), enquanto os demais 40% serão optativos. Nesse caso, o aluno poderá
optar por um dos cinco itinerários formativos: linguagens, matemática,
ciências da natureza, ciências humanas e, ainda, o ensino técnico –
profissional.
As escolas, pela reforma, não são obrigadas a oferecer aos alunos todas
as cinco áreas, mas deverão oferecer ao menos um dos itinerários formativos.
A língua inglesa passará a ser a disciplina obrigatória no ensino de língua
estrangeira, a partir do sexto ano do ensino fundamental. Antes da reforma, as
escolas podiam escolher se a língua estrangeira ensinada aos alunos seria o
inglês ou o espanhol. Agora, se a escola só oferece uma língua estrangeira, essa
língua deve ser obrigatoriamente o inglês. Se ela oferece mais de uma língua
estrangeira, a segunda língua, preferencialmente, deve ser o espanhol, mas isso
não é obrigatório.
Além do inglês, matemática e português serão de ensino obrigatório nos
três anos do ensino médio. Filosofia, sociologia, artes e educação física devem
ter "estudos e práticas" incluídos como obrigatórios na BNCC. Nesse caso podem
estar inseridas em outras disciplinas, como, por exemplo filosofia em história.
Profissionais com "notório saber", reconhecidos pelo sistema de ensino,
poderão dar aulas exclusivamente para cursos de formação técnica e
profissional, desde que os cursos estejam ligados às áreas de atuação deles.
Profissionais graduados em qualquer área, sem licenciatura, poderão fazer uma
complementação pedagógica para que estejam qualificados a ministrar aulas.
A reforma foi criticada por muitos setores, tanto por ter sido apresentada
por medida provisória (sem ser discutida previamente no Congresso), quanto
por ter promovido mudanças debatíveis. Escolas em tempo integral, afirmam
alguns especialistas, podem não ser adequadas em um país em que boa parte

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dos estudantes trabalha desde muito cedo. Escolas técnicas podem promover
um corte de classe, em que estudantes de baixa renda se desestimulam a
procurar o ensino superior, normalmente ocupado por alunos de famílias mais
abastadas.
Outra crítica é que na prática, uma escola da rede pública não terá como
oferecer todos os itinerários formativos, o que pode reduzir o potencial de
escolha do estudante.

6.4 A polêmica do Escola sem Partido


Uma educação apartidária, sem doutrinação e livre de ideologias. Esses
são os princípios defendidos pelo projeto Escola sem Partido, que tem
despertado polêmica entre pais, professores e estudantes. O projeto de lei
9
867/2015 em tramitação na Câmara dos Deputados é um pacote que ressalta
princípios e deveres dos professores na sala de aula. Alguns dos princípios
destacados são a neutralidade do Estado em questões políticas, ideológicas e
religiosas; o pluralismo de ideias no ambiente acadêmico; a liberdade de
consciência e de crença; e o direito dos pais a que seus filhos recebam a
educação religiosa e moral que esteja de acordo com as suas próprias
convicções.
Os deveres que o projeto impõe aos professores são: não se aproveitar da
audiência cativa dos alunos para promover interesses, opiniões ou preferências
ideológicas, políticas, morais, religiosas; não fazer propaganda político-
partidária em sala de aula; não incitar os alunos a participarem de passeatas e
manifestações; apresentar de forma justa diferentes teorias e pontos de vista
acerca de questões políticas.
Além disso, o projeto ainda determina que a escola pública não interfira
em questões relacionadas à orientação sexual dos alunos e menciona
explicitamente que a teoria/ideologia de gênero não deve ser ensinada em sala
de aula.
O movimento Escola sem Partido parte da acusação de que existe uma
doutrinação ideológica de esquerda nas escolas brasileiras. Miguel Nagib, um
dos criadores do Escola sem Partido, afirmou que o sistema educacional público
brasileiro foi aparelhado por grupos que favorecem determinadas correntes
políticas, ideológicas e partidárias.
O projeto recebeu reação negativa por parte de professores e instituições.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal
encaminhou ao Congresso nota técnica em que afirma que o programa Escola
sem Partido é inconstitucional, por colocar os professores sob constante
vigilância, negar a possibilidade de ampla aprendizagem, contrariar o princípio

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do Estado Laico e por negar a liberdade de cátedra (definida como a liberdade


de aprender, ensinar e divulgar o pensamento, a arte e o saber).
Vejamos, agora, alguns dos pontos que mais geram divergências no
projeto Escola sem Partido, para entender quais argumentos cada lado sustenta:
Educação neutra - Para o Escola sem Partido, a educação deve ser plural,
no sentido de que os professores devem guardar suas posições pessoais para si
e trazer diferentes teorias com equilíbrio, especialmente em relação a questões
de cunho político, religioso e moral, que costumam gerar polarização de
pensamento. Já para contrários ao Escola sem Partido, a educação jamais é
neutra. Ela sempre parte de um objetivo, escolhido dentre muitos outros pelos
agentes que constroem o sistema educacional (Estado, famílias, escolas,
sociedade, etc). Os professores também não são jamais neutros em seu ensino,
uma vez que portam seus próprios pontos6 de vista.
Discussão sobre gênero e sexualidade em sala de aula - Para o
Escola sem Partido, gênero e sexualidade não deveriam ser discutidos em sala
de aula, pois essa discussão seria uma questão de prerrogativa das famílias dos
alunos, e não da escola. Para os contrários ao Escola sem Partido, esse assunto
deve ser discutido nas escolas, pois preconceitos como homofobia, transfobia e
machismo continuam a se perpetuar, causando danos cotidianos à boa parte da
população. E a perpetuação desses problemas se deve principalmente à falta de
informação e reflexão sobre o assunto.

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QUESTÕES COMENTADAS

01) (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA/2016 – ENGENHEIRO) As


afirmativas a seguir enumeram alguns argumentos para explicar por
que “a economia brasileira travou”. A respeito desses argumentos,
assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) A operação Lava Jato colocou em xeque o modo como operava o
capitalismo brasileiro ao revelar as relações pouco transparentes entre
o Estado e certos segmentos empresariais.
( ) A criminalização inédita de executivos de grandes empresas abalou
a cadeia produtiva da engenharia nacional, com a paralisia ou
suspensão de grandes empreendimentos.
( ) A instabilidade política e os desequilíbrios das contas públicas
desestimularam os investimentos produtivos, provocando uma queda
do Produto Interno Bruto (PIB) de, aproximadamente, 4%.
As afirmativas são, respectivamente,
a) V, F e F.
b) V, F e V.
c) F, V e V.
d) V, V e F.
e) V, V e V.

COMENTÁRIOS:
Primeiro item, VERDADEIRO. A Operação Lava Jato expôs as relações
corruptas entre políticos e partidos políticos brasileiros no comando do Estado
brasileiro e certos segmentos empresariais, como o da construção civil. É uma
relação subterrânea, não transparente.
Segundo item, FALSO. Vejam que a questão se refere à criminalização
“inédita” de executivos de grandes empresas. Ora, embora não seja a regra, já
houve em outras situações a criminalização de executivos de grandes empresas.
A palavra “inédita” é a pegadinha da questão. Por outro lado, a criminalização
de executivos de grandes empresas, no âmbito da Operação Lava Jato, abalou,
sim, a cadeia produtiva da engenharia nacional com a paralisia ou suspensão de
grandes empreendimentos.

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Terceiro item, FALSO. Item polêmico, que a FGV considerou falso. Analistas
políticos e de mercado apontam o desequilíbrio nas contas públicas e a
instabilidade política como dois fatores que desestimulam os investimentos
produtivos. Até aqui o item está correto. O erro está em dizer que provocaram
uma queda de aproximadamente 4% no PIB. De fato, o PIB encolheu 3,8% em
2015 e segue com crescimento negativo em 2016. Mas vários são os fatores que
explicam a queda do PIB, não somente os dois citados. Segundo os analistas,
outros fatores são o excessivo intervencionismo da política econômica do
governo federal no mercado, a mudança e falta de clareza em regras de política
econômica e a crise econômica internacional.
Gabarito: A (V, F e F)

02) (MPE-SP/VUNESP/2016 – ANALISTA TÉCNICO CIENTÍFICO) A


Procuradoria-Geral da República ofereceu nesta sexta-feira (6 de maio)
denúncia ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra o governador
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade de
documento particular. A acusação tem como base desdobramentos da
Operação Acrônimo, que investiga um suposto esquema de
financiamento ilegal de campanhas políticas.
(Folha de S.Paulo, 06.05.2016. Disponível em: Adaptado)
O governador denunciado foi
a) Geraldo Alckmin, de São Paulo.
b) Fernando Pimentel, de Minas Gerais.
c) Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro.
d) Beto Richa, do Paraná.
e) Flávio Dino, do Maranhão.
COMENTÁRIOS:
O governador denunciado foi Fernando Pimentel, de Minas Gerais.
Gabarito: B

03) (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE CAIEIRAS/2015) No recente


escândalo que envolve grandes desvios de recursos públicos, alguns dos
presos assinaram acordos de delação premiada com o Ministério
Público. A delação premiada
a) representa uma possibilidade de os réus primários cumprirem pelo
menos metade da pena em liberdade condicional.

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b) garante ao poder judiciário manter o sigilo sobre os envolvidos que


estejam exercendo cargos públicos eletivos.
c) tem como objetivo explicar detalhes do esquema e receber, em
contrapartida, redução das penas.
d) possibilita aos presos manterem-se incógnitos e, sem os nomes
divulgados, livres do assédio da imprensa.
e) permite aos presos a ocupação de celas especiais e assistência
jurídica e médica garantida pelo Estado.

COMENTÁRIOS:
Assunto bastante discutido atualmente no Brasil, em especial após os
desdobramentos da Operação Lava Jato, a delação ou colaboração premiada é
prevista desde 1990, quando a possibilidade de reduzir a pena de um delator
passou a fazer parte da Lei de Crimes Hediondos (Lei nº 8.072, de 1990). Trata-
se de um recurso de investigação em que um acusado dá detalhes que possam
revelar um esquema criminoso ou prender outros integrantes de uma quadrilha.
A essência da delação premiada é a incriminação de terceiros a partir de
depoimentos dados por alguém que teve participação e que pode ser um
suspeito, um investigado, um indiciado ou réu. Em troca das informações ele
pode receber benefícios diversos no processo penal, como a redução de sua pena
– que pode ser de um a dois terços –, o cumprimento de pena em regime
abrandado (como o semiaberto e o domiciliar), o perdão judicial pleno ou outros,
a critério da Justiça.
Gabarito: C

04) (VUNESP/CÂMARA DE ARARAS/2015 – AGENTE LEGISLATIVO)


Dilma terá que encarar Congresso para fazer reforma política
A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) já deixou clara qual será sua
prioridade no segundo mandato: reforma política. O tema voltou com
força ao debate político do País durante a campanha presidencial. Além
de Dilma, os candidatos derrotados Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva
(PSB) também apresentaram propostas sobre isso.
(Exame, 28.10.14. Disponível em: http://goo.gl/KvA2Wf. Adaptado)
Uma das principais pautas em discussão na proposta de reforma do
governo é
(A) o número de deputados e senadores no Congresso.
(B) a adoção do Parlamentarismo em substituição ao Presidencialismo.

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(C) o financiamento público ou privado de campanha.


(D) a extinção do Senado e o aumento de cadeiras na Câmara.
(E) a ampliação dos requisitos para criação de novas siglas.

COMENTÁRIOS:
Uma das principais pautas em discussão sobre a reforma política é o
financiamento das campanhas eleitorais. Três propostas figuram no debate:
financiamento exclusivamente público, financiamento privado ou financiamento
misto (público e privado). O Congresso Nacional aprovou a permissão de
doações de empresas a partidos políticos. A norma foi vetada pela
presidente Dilma. As pessoas físicas podem doar aos partidos e aos candidatos.
Anterior ao veto, o STF julgou ser inconstitucional as normas que
permitem a empresas doar para campanhas eleitorais.
Gabarito: C

05) (CONSULPLAN/PREFEITURA DE CASCAVEL/2014 – TÉCNICO EM


EDIFICAÇÕES) Nas manifestações que sacudiram o país em meados de
2013 surgiram muitos questionamentos nas ruas referentes a algumas
Propostas de Emenda à Constituição (PEC’s) que estavam para ser
votadas no Congresso, como as de números 33 e 37. Para se consolidar
como uma mudança ou emenda na Constituição brasileira, esta proposta
deverá
a) estar imbuída de constitucionalidade, ou seja, adequada aos
princípios expressos na Constituição em vigor.
b) passar pela Comissão de Constituição e Justiça integrada por
membros da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF).
c) receber inicialmente a aprovação da Advocacia Geral da União e da
Presidência da República para, em seguida, entrar em votação na
Câmara.
d) ser aprovada por ampla maioria em dois turnos de votação em cada
uma das Casas Legislativas, que são a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal.
e) ser levada a amplo debate popular, envolvendo a sociedade civil, com
a formação de grupos de discussões e ampla divulgação de seu teor,
promovendo debates públicos sobre o tema.

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COMENTÁRIOS:
Um pouco de direito constitucional em Atualidades.
Entendo que a palavra chave na pergunta é "consolidar". A mudança na
constituição se consolida com a aprovação da PEC por 3/5 dos parlamentares,
em dois turnos de votação em cada uma das Casas Legislativas – Câmara dos
Deputados e Senado Federal. Se não for aprovada, nos termos legais, não se
transformará em emenda constitucional.
Claro que a PEC tem que estar imbuída de constitucionalidade, ou seja,
adequada aos princípios expressos na Constituição em vigor. Mas, se não for
aprovada, não se transformará em Emenda Constitucional.
Gabarito: D

06) (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2013 – Escrivão) A Polícia Federal


deflagrou a primeira etapa da operação Violência Invisível para
desarticular um esquema de corrupção espalhado em mais de cem
cidades em onze estados. A fase inicial da investigação teve como foco
prefeituras de Minas Gerais e empresários do Espírito Santo, estes
apontados como mentores do esquema. Nove pessoas foram presas:
três ex-prefeitos mineiros, três empresários capixabas e três servidores
públicos do governo de Minas Gerais.
O Globo, 3/7/2013, p. 8.
Entre os crimes cometidos por gestores nos diversos níveis da
administração pública nacional, como os que foram alvo da investigação
mencionada no texto, são comuns as fraudes em licitações, a
manipulação de precatórios e o superfaturamento nos custos de obras.

COMENTÁRIOS:
Infelizmente, a imprensa brasileira segue noticiando crimes cometidos por
gestores nos diversos níveis da administração pública. Fraudes em licitação,
manipulação de precatórios, superfaturamento nos custos das obras são alguns
tipos de crimes cometidos por administradores públicos corruptos. O lado
positivo dessas notícias é que a fiscalização e o combate à corrupção cresceram
nos últimos anos, o que tem resultado numa série de desmantelamento de
quadrilhas e em inúmeras prisões de envolvidos em crimes contra a
administração pública.
Gabarito: Certo

07) (VUNESP/CMSC/2013 – RECEPCIONISTA) Leia a notícia.


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Renan Calheiros (PMDB-AL) assumiu interinamente a presidência da


República nesta sexta-feira (24). Ele chegou para despachos no Palácio
do Planalto por volta das 16h. Teve uma breve reunião com a ministra
Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Helena Chagas, da Comunicação Social,
e mais tarde deve receber o governador de Alagoas, Teotônio Vilela.
(http://g1.globo.com)
Tal fato aconteceu porque tanto a presidenta, o vice-presidente e o
presidente da Câmara dos Deputados estavam no exterior e o terceiro,
na lista sucessória, ser o presidente
a) da Câmara dos Deputados.
b) do Supremo Tribunal de Justiça.
c) do Supremo Tribunal Eleitoral.
d) da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados.
e) do Senado Federal.

COMENTÁRIOS:
Dispõe o art. 80 da Constituição Federal que em caso de impedimento do
Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Ou seja, a linha sucessória do Presidente da República é:
1º - Vice-Presidente da República;
2º - Presidente da Câmara dos Deputados;
3º - Presidente do Senado;
4º - Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Gabarito: E

08) (VUNESP/CRBIO-01/2017 – ANALISTA EM COMUNICAÇÃO) O


ministro Herman Benjamin, relator da ação que investiga, no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), a chapa presidencial de 2014, formada pela ex-
presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo presidente Michel Temer (PMDB),
decidiu incluir a delação da Odebrecht no processo e ouvir executivos
da empreiteira que firmaram o acordo de colaboração com o Ministério
Público Federal (MPF). A ação que tramita no TSE foi proposta pelo PSDB
e pode gerar a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade de
Dilma. Benjamin pretende ouvir delatores da empresa a partir do mês
de março.

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(O Estado de S.Paulo, 22.02.2017. Disponível em:<https://goo.gl/W33IIy>. Adaptado)

Entre as acusações que recaem sobre a chapa que venceu as eleições de


2014, presentes na delação da Odebrecht, é correto identificar
(A) o favorecimento da empresa em ações que envolviam sonegação e
evasão fiscal em troca do financiamento da campanha governista.
(B) o superfaturamento de obras licitadas nos mandatos de Lula que
geraram recursos destinados à corrupção e à compra de votos.
(C) o repasse de dinheiro do caixa 2 da empresa para os partidos que
deram apoio à chapa Dilma-Temer, como o PRB, o PP e o próprio PMDB.
(D) o recebimento de propina em forma de pagamento não declarado
de despesas de campanha, como deslocamentos e impressão de
material gráfico.
(E) a transferência de recursos não declarados da empresa para contas
pessoais de políticos governistas no exterior, tais como contas em
paraísos fiscais.

COMENTÁRIOS:
No acordo de delação, colaboradores premiados da Odebrecht contaram
que repassaram dinheiro do caixa 2 da empresa para os partidos que deram
apoio à chapa Dilma-Temer, como o PRB, o PP e o próprio PMDB.
Gabarito: C

09) (VUNESP/CRBIO-01/2017 – TÉCNICO/AUXILIAR


ADMINISTRATIVO) O ministro (...) foi escolhido para ser o novo relator
dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal
Federal), em sorteio realizado nesta quinta-feira (02.02) por
determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com
o ministro Teori Zavaski, morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam
sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58 inquéritos
relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
(A) Alexandre de Moraes.
(B) Dias Toffoli.
(C) Edson Fachin.

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(D) Gilmar Mendes.


(E) Luiz Fux

COMENTÁRIO:
Com a morte de Teori Zavaski, o ministro Luiz Edson Fachin foi escolhido
como o novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo
Tribunal Federal).
Também com a morte de Teori, Alexandre de Moraes foi empossado como
novo ministro do STF.
Gabarito: C

10) (VUNESP/CRBIO-01/2017 – TÉCNICO/AUXILIAR


ADMINISTRATIVO) Alvo de protestos de estudantes em todo o país, a
lei da reforma do ensino médio foi promulgada nesta quinta-feira
(16.02) pelo presidente da República, Michel Temer, em cerimônia no
Palácio do Planalto. A proposta, feita por meio de uma Medida
Provisória, foi aprovada na semana passada pelo Senado.
(Valor, https://goo.gl/Y3J7PW, 16.02.2017. Adaptado)
Essa reforma
(A) cria a base nacional curricular comum e proíbe a participação de
não docentes na sala de aula.
(B) estabelece a segmentação de disciplinas por áreas de conhecimento
e amplia a carga horária.
(C) transforma Artes e Educação Física em disciplinas facultativas e
organiza o ensino em módulos.
(D) extingue o turno integral nas escolas públicas e favorece a
formação profissional dos jovens.
(E) universaliza os cursos à distância e permite ao aluno a escolha de
somente uma área de estudo.

COMENTÁRIOS:
A) Incorreta. A reforma do ensino médio não criou uma base nacional curricular
comum. Essa base será definida até o final do ano de 2017. A reforma também
não proíbe a participação de não docentes na sala de aula. Profissionais com
"notório saber", reconhecidos pelo sistema de ensino, poderão dar aulas
exclusivamente para cursos de formação técnica e profissional, desde que os

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cursos estejam ligados às áreas de atuação deles. Profissionais graduados em


qualquer área, sem licenciatura, poderão fazer uma complementação
pedagógica para que estejam qualificados a ministrar aulas.
B) Correta. A reforma criou cinco itinerários formativos, ou seja, segmentou as
disciplinas por áreas de conhecimento. Também ampliou a carga horária anual
e diária. A carga horária anual passará de 800 para 1.400 horas anuais e de 4
para 7 horas diárias, visando à implantação da escola de tempo integral.
C) Incorreta. Filosofia, sociologia, artes e educação física devem ter "estudos
e práticas" incluídos como obrigatórios na BNCC. Nesse caso podem estar
inseridas em outras disciplinas, como, por exemplo filosofia em história. A
reforma não organiza o ensino em módulos.
D) Incorreta. A reforma do ensino médio favorece a formação profissional dos
jovens, mas não extinguiu o turno integral nas escolas públicas. Um dos seus
objetivos é a implantação do turno integral.
E) Incorreta. A reforma não tratou dos cursos à distância, mas permite ao
aluno a escolha de somente uma área de estudo. O aluno poderá optar por um
dos cinco itinerários formativos: linguagens, matemática, ciências da
natureza, ciências humanas e, ainda, o ensino técnico – profissional.
Gabarito: B

11) (CESPE/TRT 10/2013 – Analista Judiciário) Primeiro vieram as


ONGs. Depois, as unidades de polícia pacificadora. Agora é a hora de as
agências de comunicação digital chegarem às favelas do Rio de Janeiro.
E a primeira delas está funcionando a pleno vapor no Complexo da Maré.
Fundada há dois anos, a agência emprega o conhecimento tecnológico
e social dos jovens dos morros e ajuda na formação profissional deles.
O Estado de S.Paulo, caderno Link, 7/1/2013, p. L6 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e
considerando a amplitude do tema por ele focalizado, julgue o item
subsequente.
Embora estejam disseminadas em áreas urbanas mais carentes, as
escolas públicas de tempo integral fracassaram no intento de atrair
jovens para o sistema regular de ensino. Sem maiores perspectivas
profissionais e pessoais, esses jovens tornam-se presa fácil para os
grupos criminosos, que os contratam a peso de ouro.

COMENTÁRIOS:

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Podemos dizer que o que tem fracassado é a implantação em larga escala


do ensino em tempo integral. As escolas existentes – públicas ou privadas –
atraíram os jovens, sendo de interesse dos pais que os seus filhos frequentem
o ensino integral. A escola de tempo integral afasta, diminui o risco social,
pois é muito mais difícil uma criança que estuda em período integral se envolver
com drogas ou ter problemas sociais, já que não ficam com tempo ocioso para
aprontar.
Gabarito: Errado

12) (CESPE/TJ RR/2012 – AUXILIAR ADMINISTRATIVO) O avanço da


educação dos trabalhadores brasileiros explica 60% da queda na
informalidade do mercado de trabalho entre 2002 e 2009. Para o
economista Barbosa Filho, “apesar da baixa qualidade da nossa
educação, diversos efeitos positivos que estão acontecendo na
economia estão atrelados ao processo de universalização da educação
no país”.
O Estado de S.Paulo, 8/7/2012, p. B7 (com adaptações).
Considerando as ideias do texto acima e tomando o tema nele abordado
como referência inicial no que se refere a aspectos da realidade
educacional brasileira atual, julgue o item seguinte.

O grande problema da educação básica brasileira é a falta de escolas na


maior parte do país.

COMENTÁRIOS:
A cobertura de escolas no Brasil está quase universalizada. O acesso à
educação contempla a grande maioria dos estudantes em idade escolar. O
grande problema da educação básica brasileira é a baixa qualidade do ensino.
Gabarito: Errado

(CESPE/INSS/2008 – ANALISTA DE SEGURO SOCIAL) Entre os 34


milhões de jovens de 18 a 29 anos de idade domiciliados nas cidades
brasileiras, 21,8% têm o curso fundamental incompleto e 2,4% são
formalmente analfabetos, o que faz pensar em quantos o serão de fato.
A incidência do analfabetismo e da evasão escolar difere entre estados
e regiões. Esses jovens excluídos aparecem em maior proporção (35%)
no Nordeste e menor (18%) no Sudeste.

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Esse quadro tem causas mais profundas do que as imaginadas pelo


senso comum. A necessidade de trabalhar e sustentar a família é o caso
de 17% do 1,7 milhão de jovens entre 15 e 17 anos de idade que
abandonaram os estudos; 44% dos que não estudam mais nessa faixa
de idade também não trabalham. Ao justificar a razão pela qual
abandonaram a escola, quatro em cada dez jovens disseram ter perdido
o interesse ou a convicção de que a escolaridade os ajudaria a
conquistar um bom emprego. Mesmo a gravidez entre adolescentes é
vista como um elemento que dificulta a volta à escola, e não
propriamente como a causa de abandono.
Folha de S.Paulo, 26/1/2008, p. A2 (com adaptações).
Com base nos dados apresentados no texto, julgue o item a seguir.

13) Para além das conhecidas assimetrias no campo econômico, o texto


indica que também na área educacional reproduz-se o quadro de
desigualdade que acompanha a experiência histórica brasileira,
inclusive, em termos regionais.

COMENTÁRIOS:
Do ponto de vista macrorregional, a desigualdade no Brasil espacializa-se
com duas regiões mais desenvolvidas – Sudeste e Sul, uma região em estágio
de desenvolvimento próximo ao Sul/Sudeste, o Centro-Oeste e duas regiões
menos desenvolvidas – Nordeste e Norte. Nos aspectos sociais, na escala
macrorregional, replica-se o mesmo padrão de desigualdade: Sul/Sudeste mais
desenvolvidos, Centro-Oeste em estágio de desenvolvimento próximo as duas
regiões citadas e Nordeste/Norte menos desenvolvidos.
Contudo, é importante ressaltar que, a desigualdade regional e social no
Brasil manifesta-se em múltiplas escalas. Há regiões e pessoas ricas e pobres
em todas as macrorregiões brasileiras.
Gabarito: Certo

14) Os dados citados no texto comprovam ser a gravidez precoce o fator


determinante e essencial para que adolescentes brasileiras engrossem
as fileiras da evasão escolar, sobretudo no ensino médio.

COMENTÁRIOS:
Os dados citados no texto NÃO comprovam ser a gravidez precoce o fator
determinante e essencial para que adolescentes brasileiras engrossem as fileiras
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da evasão escolar. Observe que o texto cita ser este um dos elementos que
dificulta a volta à escola de adolescentes mães, não propriamente como a causa
do abandono.
O texto cita algumas causas da evasão escolar: necessidade de trabalhar
e sustentar a família e perda do interesse ou a convicção de que a escolaridade
ajuda a conquistar um bom emprego.
As causas da evasão escolar são variadas. Condições socioeconômicas,
culturais, geográficas ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos
didáticos – pedagógicos e a baixa qualidade do ensino das escolas podem ser
apontadas como causas possíveis para a evasão escolar no Brasil.
Dentre os motivos alegados pelos pais ou responsáveis para a evasão dos
alunos, são mais frequentes nos anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª
séries/1º ao 9º ano) os seguintes: Escola distante de casa, falta de transporte
escolar, não ter adulto que leve até a escola, falta de interesse e ainda
doenças/dificuldades dos alunos.
Ajudar os pais em casa ou no trabalho, necessidade de trabalhar, falta de
interesse e proibição dos pais de ir à escola são motivos mais frequentes
alegados pelos pais a partir dos anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª
séries) e pelos próprios alunos no Ensino Médio.
Gabarito: Errado

15) Os números apresentados no texto reiteram a visão consensual de


que a necessidade de trabalhar, inclusive para auxiliar na manutenção
da família, é a razão preponderante para que os adolescentes e jovens
brasileiros não permaneçam na escola.

COMENTÁRIOS:
Apenas pelos números apresentados pelo texto não é possível concluir
que, há consenso de que a necessidade de trabalhar, inclusive para auxiliar na
manutenção da família, é a razão preponderante para que os adolescentes e
jovens brasileiros não permaneçam na escola.
Gabarito: Errado

16) As razões para o baixo desempenho dos estudantes brasileiros nas


distintas etapas da educação básica podem incluir a inadequação entre
o que a escola oferece e aquilo que os alunos esperam receber ou que
imaginam importante para o seu cotidiano.

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COMENTÁRIOS:
A educação básica é composta pela educação infantil, ensino fundamental
e médio. São várias as razões para o baixo desempenho dos estudantes
brasileiros na educação básica. Entre os fatores internos podemos citar a má
qualidade do ensino, professores desmotivados, estrutura escolar deficiente e
inadequação entre o que a escola oferece e aquilo que os alunos esperam
receber ou que imaginam importante para o seu cotidiano.
Gabarito: Certo

17) Nos dias atuais, bem mais do que no passado distante, generaliza-
se entre os analistas da sociedade contemporânea a convicção de que a
educação desempenha, no mínimo, um duplo e essencial papel, isto é, o
de formar cidadãos e o de preparar profissionais para um mundo do
trabalho inovador, assentado no conhecimento científico-tecnológico.

COMENTÁRIOS:
Os analistas da sociedade contemporânea destacam o papel cada vez
maior do conhecimento e da inovação no desenvolvimento das sociedades e dos
países. A educação de qualidade tem um papel cada vez mais importante na
formação de profissionais para atuarem em um mundo progressivamente
assentado no conhecimento científico-tecnológico. Isto, sem deixar em segundo
plano, a formação de cidadãos.
Gabarito: Certo

18) No Brasil, apesar da sólida formação acadêmica dos professores -


que existem em número mais que suficiente em todas as áreas do
conhecimento e para o atendimento adequado do conjunto das
disciplinas da educação básica -, os baixos salários que recebem levam
ao desencanto profissional e ao baixo desempenho em sala de aula.

COMENTÁRIOS:
Não se pode afirmar que a formação acadêmica dos professores é sólida
no Brasil. Prova disto, são os programas de aperfeiçoamento acadêmico do
governo dirigido aos professores. Com certeza, há muitos professores com sólida
formação acadêmica, contudo, não é algo generalizado entre os profissionais da
educação básica. Pelo contrário, é uma minoria. Há áreas do conhecimento onde
faltam professores, o quantitativo de profissionais é insuficiente para atender a

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demanda de ensino e alunos. Quanto aos salários, com raras exceções,


continuam sendo baixos e em muitos casos aviltantes.
O desestimulo profissional tem vários fatores, tais como os baixos salários,
estrutura escolar deficiente e a falta de respeito e postura agressiva de muitos
alunos para com os professores.
Gabarito: Errado

19) (CESPE/TRE AP/2007 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O fiasco da nossa


educação fundamental começa a ser percebido. Há cada vez mais
brasileiros sabendo que tiramos os últimos lugares no Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), uma prova
internacional de compreensão de leitura e de outras competências vitais
em uma economia moderna.
Cláudio Moura Castro. Autópsia de um fiasco. In: Veja, 10/1/2007, p. 16
(com adaptações).
Tomando-se o texto acima como referência inicial, é correto afirmar que
a) a educação nacional, em todos os níveis, alcança, progressivamente,
níveis internacionais adequados.
b) o mundo desenvolvido vem melhorando os níveis educacionais
globais em ritmo próximo ao do Brasil.
c) o esforço brasileiro de universalização do acesso ao ensino
fundamental ainda não mudou por completo o mapa da qualidade da
educação básica no país.
d) a situação do quadro educacional brasileiro vem piorando a cada ano.
e) o ensino fundamental no Brasil não carece de novos investimentos,
uma vez que todos os esforços necessários já foram feitos pelos
governos nacionais das últimas décadas.

COMENTÁRIOS:
O quadro educacional brasileiro está melhorando gradualmente. A
melhoria é lenta e está aquém do ritmo de qualificação e melhoria dos níveis
educacionais do mundo desenvolvido. A nota, os índices do Brasil melhoram
lentamente nos indicadores internacionais de educação, como o Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Contudo, não são suficientes
para tirar o Brasil das últimas colocações dos rankings.
O Brasil já investe mais de 6% do PIB em educação. Neste quesito, o Brasil
melhorou muito, os investimentos cresceram significativamente e já alcançaram

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os índices de países do primeiro mundo. Mesmo assim, a educação carece de


mais investimentos, o que não é tudo para a sua melhoria. A eficiência e a gestão
do gasto público em educação precisam melhorar no Brasil. O país fez um grande
esforço para praticamente universalizar o acesso ao ensino fundamental, o que
ainda não mudou por completo o mapa da qualidade da educação básica no país.
Falta universalizar o acesso e a qualidade da educação infantil e do ensino médio,
além da qualidade do próprio ensino fundamental.
Gabarito: C

20) (CESPE/TRE AP/2007 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Ainda tomando


como referência inicial o texto acima, assinale a opção correta.
a) A forma de avaliação na educação deve ter um caráter meramente
punitivo.
b) A educação tem como função primeira formar a pessoa para o
mercado de trabalho.
c) Frequentar a escola e atender às tarefas básicas é suficiente para a
formação educacional e cidadã do indivíduo.
d) O entendimento pleno de um texto lido e a capacidade de crítica ao
texto são competências relevantes no processo educacional.
e) A avaliação das competências tem pouca relevância para a função da
educação na sociedade contemporânea.

COMENTÁRIOS:
a) Incorreta. A forma de avaliação na educação deve ter um caráter crítico,
corretivo e que estimule o ensino-aprendizagem.
b) Incorreta. A educação tem como função primeira formar cidadãos honestos,
conscientes, responsáveis e empreendedores. Junto com a formação da
cidadania, a educação visa formar a pessoa para o mercado de trabalho.
c) Incorreta. Somente a escola não é suficiente para a formação educacional e
cidadã do indivíduo. Indispensável também é a participação da família e da
sociedade em geral.
d) Correta. O entendimento pleno de um texto lido e a capacidade de crítica ao
texto são competências relevantes no processo educacional.
e) Incorreta. A avaliação das competências tem muita relevância para a função
da educação na sociedade contemporânea.
Gabarito: D

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LISTA DE QUESTÕES

01) (FGV/PREFEITURA DE PAULÍNIA/2016 – ENGENHEIRO) As


afirmativas a seguir enumeram alguns argumentos para explicar por
que “a economia brasileira travou”. A respeito desses argumentos,
assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) A operação Lava Jato colocou em xeque o modo como operava o
capitalismo brasileiro ao revelar as relações pouco transparentes entre
o Estado e certos segmentos empresariais.
( ) A criminalização inédita de executivos de grandes empresas abalou
a cadeia produtiva da engenharia nacional, com a paralisia ou
suspensão de grandes empreendimentos.
( ) A instabilidade política e os desequilíbrios das contas públicas
desestimularam os investimentos produtivos, provocando uma queda
do Produto Interno Bruto (PIB) de, aproximadamente, 4%.
As afirmativas são, respectivamente,
a) V, F e F.
b) V, F e V.
c) F, V e V.
d) V, V e F.
e) V, V e V.

02) (MPE-SP/VUNESP/2016 – ANALISTA TÉCNICO CIENTÍFICO) A


Procuradoria-Geral da República ofereceu nesta sexta-feira (6 de maio)
denúncia ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra o governador
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade de
documento particular. A acusação tem como base desdobramentos da
Operação Acrônimo, que investiga um suposto esquema de
financiamento ilegal de campanhas políticas.
(Folha de S.Paulo, 06.05.2016. Disponível em: Adaptado)
O governador denunciado foi
a) Geraldo Alckmin, de São Paulo.
b) Fernando Pimentel, de Minas Gerais.

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c) Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro.


d) Beto Richa, do Paraná.
e) Flávio Dino, do Maranhão.

03) (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE CAIEIRAS/2015) No recente


escândalo que envolve grandes desvios de recursos públicos, alguns dos
presos assinaram acordos de delação premiada com o Ministério
Público. A delação premiada
a) representa uma possibilidade de os réus primários cumprirem pelo
menos metade da pena em liberdade condicional.
b) garante ao poder judiciário manter o sigilo sobre os envolvidos que
estejam exercendo cargos públicos eletivos.
c) tem como objetivo explicar detalhes do esquema e receber, em
contrapartida, redução das penas.
d) possibilita aos presos manterem-se incógnitos e, sem os nomes
divulgados, livres do assédio da imprensa.
e) permite aos presos a ocupação de celas especiais e assistência
jurídica e médica garantida pelo Estado.

04) (VUNESP/CÂMARA DE ARARAS/2015 – AGENTE LEGISLATIVO)


Dilma terá que encarar Congresso para fazer reforma política
A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) já deixou clara qual será sua
prioridade no segundo mandato: reforma política. O tema voltou com
força ao debate político do País durante a campanha presidencial. Além
de Dilma, os candidatos derrotados Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva
(PSB) também apresentaram propostas sobre isso.
(Exame, 28.10.14. Disponível em: http://goo.gl/KvA2Wf. Adaptado)
Uma das principais pautas em discussão na proposta de reforma do
governo é
(A) o número de deputados e senadores no Congresso.
(B) a adoção do Parlamentarismo em substituição ao Presidencialismo.
(C) o financiamento público ou privado de campanha.
(D) a extinção do Senado e o aumento de cadeiras na Câmara.
(E) a ampliação dos requisitos para criação de novas siglas.

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05) (CONSULPLAN/PREFEITURA DE CASCAVEL/2014 – TÉCNICO EM


EDIFICAÇÕES) Nas manifestações que sacudiram o país em meados de
2013 surgiram muitos questionamentos nas ruas referentes a algumas
Propostas de Emenda à Constituição (PEC’s) que estavam para ser
votadas no Congresso, como as de números 33 e 37. Para se consolidar
como uma mudança ou emenda na Constituição brasileira, esta proposta
deverá
a) estar imbuída de constitucionalidade, ou seja, adequada aos
princípios expressos na Constituição em vigor.
b) passar pela Comissão de Constituição e Justiça integrada por
membros da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF).
c) receber inicialmente a aprovação da Advocacia Geral da União e da
Presidência da República para, em seguida, entrar em votação na
Câmara.
d) ser aprovada por ampla maioria em dois turnos de votação em cada
uma das Casas Legislativas, que são a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal.
e) ser levada a amplo debate popular, envolvendo a sociedade civil, com
a formação de grupos de discussões e ampla divulgação de seu teor,
promovendo debates públicos sobre o tema.

06) (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2013 – Escrivão) A Polícia Federal


deflagrou a primeira etapa da operação Violência Invisível para
desarticular um esquema de corrupção espalhado em mais de cem
cidades em onze estados. A fase inicial da investigação teve como foco
prefeituras de Minas Gerais e empresários do Espírito Santo, estes
apontados como mentores do esquema. Nove pessoas foram presas:
três ex-prefeitos mineiros, três empresários capixabas e três servidores
públicos do governo de Minas Gerais.
O Globo, 3/7/2013, p. 8.
Entre os crimes cometidos por gestores nos diversos níveis da
administração pública nacional, como os que foram alvo da investigação
mencionada no texto, são comuns as fraudes em licitações, a
manipulação de precatórios e o superfaturamento nos custos de obras.

07) (VUNESP/CMSC/2013 – RECEPCIONISTA) Leia a notícia.

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Renan Calheiros (PMDB-AL) assumiu interinamente a presidência da


República nesta sexta-feira (24). Ele chegou para despachos no Palácio
do Planalto por volta das 16h. Teve uma breve reunião com a ministra
Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Helena Chagas, da Comunicação Social,
e mais tarde deve receber o governador de Alagoas, Teotônio Vilela.
(http://g1.globo.com)
Tal fato aconteceu porque tanto a presidenta, o vice-presidente e o
presidente da Câmara dos Deputados estavam no exterior e o terceiro,
na lista sucessória, ser o presidente
a) da Câmara dos Deputados.
b) do Supremo Tribunal de Justiça.
c) do Supremo Tribunal Eleitoral.
d) da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados.
e) do Senado Federal.

08) (VUNESP/CRBIO-01/2017 – ANALISTA EM COMUNICAÇÃO) O


ministro Herman Benjamin, relator da ação que investiga, no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), a chapa presidencial de 2014, formada pela ex-
presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo presidente Michel Temer (PMDB),
decidiu incluir a delação da Odebrecht no processo e ouvir executivos
da empreiteira que firmaram o acordo de colaboração com o Ministério
Público Federal (MPF). A ação que tramita no TSE foi proposta pelo PSDB
e pode gerar a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade de
Dilma. Benjamin pretende ouvir delatores da empresa a partir do mês
de março.
(O Estado de S.Paulo, 22.02.2017. Disponível em:<https://goo.gl/W33IIy>. Adaptado)

Entre as acusações que recaem sobre a chapa que venceu as eleições de


2014, presentes na delação da Odebrecht, é correto identificar
(A) o favorecimento da empresa em ações que envolviam sonegação e
evasão fiscal em troca do financiamento da campanha governista.
(B) o superfaturamento de obras licitadas nos mandatos de Lula que
geraram recursos destinados à corrupção e à compra de votos.
(C) o repasse de dinheiro do caixa 2 da empresa para os partidos que
deram apoio à chapa Dilma-Temer, como o PRB, o PP e o próprio PMDB.
(D) o recebimento de propina em forma de pagamento não declarado
de despesas de campanha, como deslocamentos e impressão de
material gráfico.

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(E) a transferência de recursos não declarados da empresa para contas


pessoais de políticos governistas no exterior, tais como contas em
paraísos fiscais.
09) (VUNESP/CRBIO-01/2017 – TÉCNICO/AUXILIAR
ADMINISTRATIVO) O ministro (...) foi escolhido para ser o novo relator
dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal
Federal), em sorteio realizado nesta quinta-feira (02.02) por
determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com
o ministro Teori Zavaski, morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam
sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58 inquéritos
relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
(A) Alexandre de Moraes.
(B) Dias Toffoli.
(C) Edson Fachin.
(D) Gilmar Mendes.
(E) Luiz Fux

10) (VUNESP/CRBIO-01/2017 – TÉCNICO/AUXILIAR


ADMINISTRATIVO) Alvo de protestos de estudantes em todo o país, a
lei da reforma do ensino médio foi promulgada nesta quinta-feira
(16.02) pelo presidente da República, Michel Temer, em cerimônia no
Palácio do Planalto. A proposta, feita por meio de uma Medida
Provisória, foi aprovada na semana passada pelo Senado.
(Valor, https://goo.gl/Y3J7PW, 16.02.2017. Adaptado)
Essa reforma
(A) cria a base nacional curricular comum e proíbe a participação de
não docentes na sala de aula.
(B) estabelece a segmentação de disciplinas por áreas de conhecimento
e amplia a carga horária.
(C) transforma Artes e Educação Física em disciplinas facultativas e
organiza o ensino em módulos.
(D) extingue o turno integral nas escolas públicas e favorece a
formação profissional dos jovens.

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(E) universaliza os cursos à distância e permite ao aluno a escolha de


somente uma área de estudo.

11) (CESPE/TRT 10/2013 – Analista Judiciário) Primeiro vieram as


ONGs. Depois, as unidades de polícia pacificadora. Agora é a hora de as
agências de comunicação digital chegarem às favelas do Rio de Janeiro.
E a primeira delas está funcionando a pleno vapor no Complexo da Maré.
Fundada há dois anos, a agência emprega o conhecimento tecnológico
e social dos jovens dos morros e ajuda na formação profissional deles.
O Estado de S.Paulo, caderno Link, 7/1/2013, p. L6 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e
considerando a amplitude do tema por ele focalizado, julgue o item
subsequente.
Embora estejam disseminadas em áreas urbanas mais carentes, as
escolas públicas de tempo integral fracassaram no intento de atrair
jovens para o sistema regular de ensino. Sem maiores perspectivas
profissionais e pessoais, esses jovens tornam-se presa fácil para os
grupos criminosos, que os contratam a peso de ouro.

12) (CESPE/TJ RR/2012 – AUXILIAR ADMINISTRATIVO) O avanço da


educação dos trabalhadores brasileiros explica 60% da queda na
informalidade do mercado de trabalho entre 2002 e 2009. Para o
economista Barbosa Filho, “apesar da baixa qualidade da nossa
educação, diversos efeitos positivos que estão acontecendo na
economia estão atrelados ao processo de universalização da educação
no país”.
O Estado de S.Paulo, 8/7/2012, p. B7 (com adaptações).
Considerando as ideias do texto acima e tomando o tema nele abordado
como referência inicial no que se refere a aspectos da realidade
educacional brasileira atual, julgue o item seguinte.

O grande problema da educação básica brasileira é a falta de escolas na


maior parte do país.

(CESPE/INSS/2008 – ANALISTA DE SEGURO SOCIAL) Entre os 34


milhões de jovens de 18 a 29 anos de idade domiciliados nas cidades
brasileiras, 21,8% têm o curso fundamental incompleto e 2,4% são
formalmente analfabetos, o que faz pensar em quantos o serão de fato.

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A incidência do analfabetismo e da evasão escolar difere entre estados


e regiões. Esses jovens excluídos aparecem em maior proporção (35%)
no Nordeste e menor (18%) no Sudeste.
Esse quadro tem causas mais profundas do que as imaginadas pelo
senso comum. A necessidade de trabalhar e sustentar a família é o caso
de 17% do 1,7 milhão de jovens entre 15 e 17 anos de idade que
abandonaram os estudos; 44% dos que não estudam mais nessa faixa
de idade também não trabalham. Ao justificar a razão pela qual
abandonaram a escola, quatro em cada dez jovens disseram ter perdido
o interesse ou a convicção de que a escolaridade os ajudaria a
conquistar um bom emprego. Mesmo a gravidez entre adolescentes é
vista como um elemento que dificulta a volta à escola, e não
propriamente como a causa de abandono.
Folha de S.Paulo, 26/1/2008, p. A2 (com adaptações).
Com base nos dados apresentados no texto, julgue o item a seguir.

13) Para além das conhecidas assimetrias no campo econômico, o texto


indica que também na área educacional reproduz-se o quadro de
desigualdade que acompanha a experiência histórica brasileira,
inclusive, em termos regionais.

14) Os dados citados no texto comprovam ser a gravidez precoce o fator


determinante e essencial para que adolescentes brasileiras engrossem
as fileiras da evasão escolar, sobretudo no ensino médio.

15) Os números apresentados no texto reiteram a visão consensual de


que a necessidade de trabalhar, inclusive para auxiliar na manutenção
da família, é a razão preponderante para que os adolescentes e jovens
brasileiros não permaneçam na escola.

16) As razões para o baixo desempenho dos estudantes brasileiros nas


distintas etapas da educação básica podem incluir a inadequação entre
o que a escola oferece e aquilo que os alunos esperam receber ou que
imaginam importante para o seu cotidiano.

17) Nos dias atuais, bem mais do que no passado distante, generaliza-
se entre os analistas da sociedade contemporânea a convicção de que a
educação desempenha, no mínimo, um duplo e essencial papel, isto é, o

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de formar cidadãos e o de preparar profissionais para um mundo do


trabalho inovador, assentado no conhecimento científico-tecnológico.

18) No Brasil, apesar da sólida formação acadêmica dos professores -


que existem em número mais que suficiente em todas as áreas do
conhecimento e para o atendimento adequado do conjunto das
disciplinas da educação básica -, os baixos salários que recebem levam
ao desencanto profissional e ao baixo desempenho em sala de aula.

19) (CESPE/TRE AP/2007 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O fiasco da nossa


educação fundamental começa a ser percebido. Há cada vez mais
brasileiros sabendo que tiramos os últimos lugares no Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), uma prova
internacional de compreensão de leitura e de outras competências vitais
em uma economia moderna.
Cláudio Moura Castro. Autópsia de um fiasco. In: Veja, 10/1/2007, p. 16
(com adaptações).
Tomando-se o texto acima como referência inicial, é correto afirmar que
a) a educação nacional, em todos os níveis, alcança, progressivamente,
níveis internacionais adequados.
b) o mundo desenvolvido vem melhorando os níveis educacionais
globais em ritmo próximo ao do Brasil.
c) o esforço brasileiro de universalização do acesso ao ensino
fundamental ainda não mudou por completo o mapa da qualidade da
educação básica no país.
d) a situação do quadro educacional brasileiro vem piorando a cada ano.
e) o ensino fundamental no Brasil não carece de novos investimentos,
uma vez que todos os esforços necessários já foram feitos pelos
governos nacionais das últimas décadas.

20) (CESPE/TRE AP/2007 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Ainda tomando


como referência inicial o texto acima, assinale a opção correta.
a) A forma de avaliação na educação deve ter um caráter meramente
punitivo.
b) A educação tem como função primeira formar a pessoa para o
mercado de trabalho.

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c) Frequentar a escola e atender às tarefas básicas é suficiente para a


formação educacional e cidadã do indivíduo.
d) O entendimento pleno de um texto lido e a capacidade de crítica ao
texto são competências relevantes no processo educacional.
e) A avaliação das competências tem pouca relevância para a função da
educação na sociedade contemporânea.

01 – A 02 – B 03 - E 04 – C 05 – D

06 - C 07 - E 08 - C 09 - C 10 – B

11 - E 12 - E 13 - C 14 - E 15 - E

16 - C 17 - C 18 - E 19 – C 20 - D

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