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RESULTADOS
c
Fig. 1. Padrões de pigmentação epidérmica de exemplares de Macrobrachium rosenbergii,
vista dorsal. (A) Grupo controle; (B) grupo uniablado; (C) grupo biablado.
Tabela I. Parâmetros abióticos da água em cada tratamento (média ±desvio padrão), regis-
trados nos dois experimentos de ablação ocular de M. rosenbergii.
Experimento 1
Controle 28,0 ± 1,0 a 67,20 ± 3,40 a 8,31 ± 0,25 a 9,5± 4,3 a 28,8± 2,8 a
Unilateral 29 ,0 ± 1,4 a 70,20 ± 5,32 a 8,29± 0,16a 15,0± 11 ,Oa 17,4 ± 24,2 a
Bilateral 28 ,0 ± 2,0 a 78,38 ± 3,42 a 8,40 ± 0,25 a 10,0± 4,3 a 11 ,2± 2,8 a
Experimento 2
Controle 28,5 ± 0,7 a 42 ,24 ± 10,48 a 8,07 ± 0,35 a 14,0 ± 19,4 a 12,7± 20,5 a
Unilateral 29,0 ± 1,4 a 46,64 ± 6,47a 8,50 ± 0,43 a 15,0±19,2a 9,5± 14,9 a
Bilateral 28,5 ± 0,3 a 57,64 ± 9,96 a 7,98 ± 0,34 a 34,0 ± 21 ,2 b 33,0± 25,8 a
(*) As médias de um mesmo parâmetro abiótico seguidas por uma mesma letra não diferem
entre si (p>O,01).
Experimento 1
Controle 31 34 32,5± 2,1 b 40 40
Unilateral 4 12 22 18,7 ± 4.6 a 21 34 28,5 ±4,8 a 80 60
Bilateral 21 23 22,0± 1,4 b 40
Experimento 2
Controle 34 37 36,4 ± 2.5 b 36 38 37,0±0,7 b 100 100
Unilateral 3 4 15 36 27,7 ± 9,3 b 22 32 27,5 ± 2,6 a 80 60
Bilateral 2 1 17 21 20
(*) As médias na coluna , seguidas pela mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(p>O,01).
50
45 b b
40 b
C;;
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Q.
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Cotttro/. AblOFÓo AbIOFoo Controle AbloFão Ab/oFão
Un i /o"rol Bi/ot.rol l.kIi/ot.,ol Bilderol
TRATA ME N TOS
50
45 b
40 a
Cf)
35 a
"'Q 30
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Q.
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lU 15
.....
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5
O • • •
Control. AbloFÓo Ab~õo Control. Ablo~ão Ablo,:Õo
Uniloterol Bi/a"ral Unilateral Bilat.ral
TRATAME NTO 5
Fig. 2. Ocorrência da primeira desova (A) e interva lo entre desovas (B) das fêmeas de M.
rosenbergii, submetidas a cada tratamento , nos dois experimentos realizados . Barra: média,
lin ha : desvio padrão, letras associadas às barras: quando similares não mostram contraste
estatistico ao nivel de significância de 1%.
Pigmentação epidérmica
Os crustáceos decápodos apresentam adaptação de sua co loração ao ambi-
ente em que se encontram (BROWN 1935; ROBTSON & CHARL TON 1973), tornando
difícil a definição de um padrão específico. Apesar da capacidade de percepção de
estímu los visuais pelos animais subm etidos à ab lação unilateral , verificou-se certa
incapacidade de adaptação à cor da areia, apresentando uma tonalidade mais escura
do que aquela do grupo controle. Tal fato era esperado em virtude da dispersão dos
pigmentos vermelhos e amarelos, como mencionado para outros camarões por
RUPPERT & BARNES (1996), à exceção do que ocorre com Crangon spp. De acordo
com BROWN et aI. (1939), a ablação ocular na maioria das espécies de Palaemonidae
promove uma dispersão generalizada de pigmentos nos cromatóforos, com prejuízo
adaptativo à coloração do fundo, como constatado no presente estudo.
CONTROLE
e () 12 14 2 468 ~ ~ ~
SEMANAS SEMANA S
10 0~T~~~~~~~~~~~
4 6 e ~ e ~ 2 4 6 8 10 12 14
S E MANAS SEMANAS
A 8 L AF Ào 81 L A TE RAL
2 4 6 e 10 12 2 4 6 8 10 12 14
SEMANAS SEMANA S
Atividade alimentar
Um aumento na quantidade de alimento ingerido foi verificado em espécimes
ablados das lagostas Panulims homarus (Linnaeus, 1758) e P. orna/us (Fabricius,
1798), estudados por VIJA YAKUMARAN & RADHAKRISHN AN (1984) e JUINIO-
MENEZ & RUINATA (1996), respectivamente. O mcsmo foi registrado para os
camarões marinhos Penaeus monodon Fabricius, 1798 por PRIMAVERA (1988) e P.
nofialis Pérez Fartànte, 1967 por ROSAS ef aI. (1993).
Dc acordo com esses autores, a ablação ocular promove aceleração metabó-
lica, cujo déficit energético é compensado pelo aumento da quantidade de alim ento
ingerido. Além disso, existe a possibilidade de M. rosenbergii produzir em seu
pedúnculo ocular um fator inibidor da alimentação (FIA), como já registrado para
o crustácco Uca pugila/or (Bosc, 1802), responsável pelo aumento da sensibilidade
quimioreceptiva aos alimentos quando submetidos à ablação bilateral (SEARS et aI.
1991). Segundo resultados desses últimos autores, 97% dos caranguejos biablados
exibiram maior sensibilidade a baixas concentrações de glicose (0,0625 M), con-
trastando com os animais não ablados, 67% dos quais apresentaram comportamento
alimentar somente em concentração 16 vezes maior. Desta forma, a ablação bilateral
eliminaria os dois centros produtores do FIA, causando alterações no padrão de
alimentação e acentuando a percepção destes animais à presença do alimento.
Reprodução
A técnica de ab lação unilateral [oi o tratamento mais eficiente para M
rosenhergii, apresentando vantagens como: antecipação da primeira desova; au-
mento do número de desovas consecutivas; redução no período entre desovas; e
obtenção de alta taxa dc desova/sobrevivência ao final do experimento.
De acordo com PRIMAVERA (1978), a ablação em P. monodon promove a
maturação gonadal somente a partir de cinco meses de idade, demonstrando a
precocidade de M rosenbergii, cujos rcsultados foram satisfatórios em indivíduos
com apenas quatro meses. O registro das fêmeas ovígeras de M rosenbergii, nos
tanques experimentais do Setor de Carcinicultura do CAUNESP, tem ocorrido com
comprimento total superior a 95 mm, confirmando a eficiência da técnica de ablação
unilateral, haja visto que os animais de quatro meses apresentavam cerca de metade
desse tamanho . De forma simi lar, SAGI et aI. (1997) obtiveram uma antecipação da
primeira desova em fêmeas de Cherax quadricarinatlls Von Martens, 1868, com
sete meses de idade.
Os resultados reprodutivos obtidos no presente estudo corroboram outros,
realizados anteriormente, que mencionam a ablação unilateral como melhor forma
de promover a maturação gonadal por desequilíbrio endócrino (PANOUSE 1943;
NURJANA & Y ANG t 976; LA WRENCE et aI. 1980; LUMARE t 981; BROWDY &
SAMOCHA 1985 ; PRIMAVERA 1988; SAGI el aI. 1997).
A ablação unilateral de M rosenbergii permitiu a obtenção de larvas e
pós-larvas viáveis, corroborando os dados obtidos por NAGABHUSHANAM &
KULKARNI (1983), BROWDY & SAMOCHA (1985) e SAGI el aI. (1997), para
Parapeneopsis hardwickii (Miers, 1878), Penaeus semisulcatus De Haan, 1844 e
Cherax quadricarinatus, respectivamente.
No presente trabalho, apesar do grupo de ablação bilateral ter apresentado
melhores resultados que o controle, a mortalidade de todas as fêmeas, cerca de um
mês após a cirurgia, indica a inviabilidade de seu uso. Fato similar já foi registrado
para outros camarões marinhos biablados por SANTIAGO (1977) para Penaeus
monodon e CHU & CHOW (1992) para Penaeus chinensis (Osbeck, 1765). Tal
inferência é corroborada por JUTNIo-MENEZ & RUlNATA (1996) que verificaram
uma menor taxa de sobrevivência para exemplares da lagosta Panulirlls ornatlls
(Fabricius, 1798), submetidos à ablação bilateral. Por outro lado, GESTElRA et aI.
(1989) estabeleceram a ablação bilateral como melhor resposta à maturação gonadal
na lagosta Panulirus laevicauda (Latrei Ile, 1817), possivelmente devido a maior
resistência desta espécie ao processo cirúrgico.
Outro aspecto negativo, que inviabiliza a técnica de ablação bilateral para
M rosenbergii, foi a dificuldade de aderência dos ovos nas cerdas pleopodiais da
fêmea, com interrupção do desenvolvimento embrionário. Caso semelhante foi
descrito por CHOY (1987) para Penaeus canaliculatlls (Oliver, 1811) submetidos à
ablação unilateral, denotando a ocorrência de padrões interspecíficos resultantes da
aplicação desta técnica.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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