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BRASÍLIA – DF
MARÇO /2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
PUBLICAÇÃO: 23 /2006
BRASÍLIA – DF
MARÇO /2006
ii
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA E CATALOGAÇÃO
FICHA CATALOGRÁFICA
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
APROVADA POR:
__________________________________________________________________________
FLÁVIO BORGES BOTELHO FILHO, Dr. (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA)
(ORIENTADOR)
__________________________________________________________________________
JOSEMAR XAVIER DE MEDEIROS, Dr. (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA)
(EXAMINADOR INTERNO)
__________________________________________________________________________
JÚNIA PERES R. DA CONCEIÇÃO, Dra. (INSTITUTO DE PESQUISA
ECONÔMICA APLICADA – IPEA)
(EXAMINADOR EXTERNO)
iv
À Joana Ortega e Gotardo, pela gratidão e pela oportunidade de ser seu filho;
aos meus irmãos Silvia, Ricardo, Suzana e Renata e respectivos filhos;
aos companheiros e amigos a quem não pude dar maior atenção;
a minha eterna namorada, pelos 28 anos de convivência, respeito, amor e tolerância;
aos meus filhos Roberta, Rafaela e Rogério, frutos desse amor;
aos grandes amigos, Rolf e Carlos Augusto (in memoriam); e
a todos aqueles que, com dignidade, retiram da terra a esperança de dias melhores.
v
AGRADECIMENTOS
Ao Diretor da Conab, Senhor Silvio Isopo Porto, pela distinção e tratamento que vem
dispensando à construção de uma verdadeira agência de pesquisa em abastecimento,
financiamento e comercialização da produção agropecuária.
Ao meu orientador, Dr. Flávio Borges Botelho Filho, pela tolerância, pela confiança
e pelo apoio, e
A Deus, que de alguma maneira me deu forças para cumprir minhas tarefas.
vi
HEDGE PARA PRODUTORES DE SOJA (ESTUDO DE CASO DE
PRODUTORES DOS MUNICÍPIOS DE SINOP E LUCAS DO RIO
VERDE – MT)
RESUMO
vii
HEDGE FOR SOY PRODUCERS (A CASE STUDY OF PRODUCERS OF
THE COUNTYS OF SINOP AND LUCAS DO RIO VERDE – MT)
ABSTRACT
viii
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES............................................................................................. XI
LISTA DE QUADROS................................................................................................... XIII
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................XIV
LISTA DE SIGLAS.......................................................................................................... XV
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................1
1.1 A REGIÃO PESQUISADA 5
1.1.1 O espaço local 5
1.1.2 Os locais em análise 6
1.1.3 Problemas relacionados à produção e à comercialização 9
1.2 A PROBLEMÁTICA E A RELEVÂNCIA 12
1.3 OBJETO, OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA 13
1.3.1 Objetivo geral 14
1.3.2 Objetivos específicos 15
1.3.3 Estrutura do trabalho 15
1.3.4 Delimitação do estudo 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................18
2.1 O AGRONEGÓCIO E AS CADEIAS PRODUTIVAS 21
2.2 AS FORMAS DE FINANCIAMENTO, A COMERCIALIZAÇÃO E OS MERCADOS
FUTUROS 26
2.3 MERCADO FUTURO E AS BOLSAS 28
2.4 A FUNÇÃO ECONÔMICA DOS MERCADOS FUTUROS 30
2.4.1 Mercados futuros agropecuários 39
2.5 OS CUSTOS DE TRANSAÇÃO EM MERCADOS FUTUROS 42
2.5.1 Os custos de transação 46
3 CENÁRIO DO MERCADO DA SOJA .........................................................................50
3.1 O AGRONEGÓCIO DA SOJA 50
3.2 A SOJA NO BRASIL 53
3.3 A PRODUÇÃO 53
3.4 CAUSAS DA EXPANSÃO 56
3.5 IMPACTOS 58
ix
3.6 PERSPECTIVAS 59
3.7 A CADEIA PRODUTIVA DA SOJA E A REGIÃO 65
3.8 A COMERCIALIZAÇÃO 66
3.9 O CONCEITO DE HEDGE E A BASE NOS MERCADOS DE FUTUROS 68
3.9.1 Risco de base 71
3.9.2 O princípio da diversificação, o portfolio e a otimização 73
3.9.3 Os componentes do coeficiente de hedge ótimo 80
3.9.4 O componente especulativo 84
3.9.5 Outras opções de cálculo 85
4 COMO OS PRODUTORES PODEM GERENCIAR OS SEUS RISCOS.................88
4.1 CONTRATOS DE OPÇÕES DE FUTUROS 94
5 RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÕES.......................................................96
5.1 ANÁLISE SOBRE OS RISCOS DE BASE 96
5.2 DETERMINAÇÃO DO HEDGE ÓTIMO PARA OS PRODUTORES DA REGIÃO
EM ANÁLISE 103
5.3 ANÁLISE DO MERCADO FUTURO COMO INDICADOR DE PREÇOS 112
5.4 ANÁLISE DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO EM RELAÇÃO AOS PREÇOS
FUTUROS 114
5.5 OS RESULTADOS DA PESQUISA PRIMÁRIA 116
CONCLUSÕES.................................................................................................................140
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................148
ANEXOS ...........................................................................................................................158
ANEXO A..........................................................................................................................159
ANEXO B ..........................................................................................................................159
ANEXO C..........................................................................................................................161
ANEXO D..........................................................................................................................161
ANEXO E ..........................................................................................................................164
ANEXO F ..........................................................................................................................170
ANEXO G..........................................................................................................................171
GLOSSÁRIO ....................................................................................................................173
x
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
xi
Gráfico 5.15 – Faz-se Operações de Futuros para Insumos ................................................... 126
Gráfico 5.16 – Emissão de CD ou Warrant ........................................................................... 127
Gráfico 5.17 – Descrição de Serviços na Nota Fiscal ............................................................ 127
Gráfico 5.18 – Preços de Armazenagem ................................................................................ 127
Gráfico 5.19 – Produto Dentro das Especificações ................................................................128
Gráfico 5.20 – Compensa Carregar o Produto ....................................................................... 128
Gráfico 5.21 – Demanda por Armazenagem .......................................................................... 129
Gráfico 5.22 – Calcula a Taxa de Juros ou Custo de Carregamento ...................................... 129
Gráfico 5.23 – Considerações quanto ao Processo Decisório ................................................ 130
Gráfico 5.24 – Reduzida Presença de Instituições Públicas................................................... 131
Gráfico 5.25 – Reduzida Capacidade na Gestão da Comercialização.................................... 131
Gráfico 5.26 – Falta de Assistência Técnica .......................................................................... 132
Gráfico 5.27 – Limitada Oferta de Informações Educativa................................................... 132
Gráfico 5.28 – Incompletude da Informação.......................................................................... 133
Gráfico 5.29 – Intuição na Tomada de Decisão ..................................................................... 133
Gráfico 5.30 – O Produtor Tem Sobre os Impactos Ambientais da Cultura da Soja ............. 134
Gráfico 5.31 – Distinção entre Preço a Vista e Futuro........................................................... 135
Gráfico 5.32 – Manifestação sobre uma Agenda com Escassez de Energia ..........................135
Gráfico 5.33 – Cenários Apresentados aos Produtores .......................................................... 136
Gráfico 5.34 – Informações Estratégicas para o Agronegócio............................................... 137
Gráfico 5.35 – Fontes de Financiamento................................................................................ 137
Gráfico 5.36 – Inadimplência em Contratos...........................................................................138
Gráfico 5.37 – Percentual de Renegociação...........................................................................138
Gráfico 5.38 – Gerenciamento de Riscos por meio de Hedge ............................................... 139
xii
LISTA DE QUADROS
xiii
LISTA DE TABELAS
xiv
LISTA DE SIGLAS
xvi
1 INTRODUÇÃO
de processos que compõe os setores interno e externo da economia, além da dinâmica do seu
in time.
consumidor, as alianças estratégicas, a abertura comercial, entre outras, vêm causando forte
(OLIVEIRA, 2001)1.
Goldberg (1951, apud BRANDÃO & MEDEIROS, 1998, p. 15), deve ser entendido como
1
OLIVEIRA, Elis B. de. Uma contribuição para a busca de meios alternativos de comercialização para os
produtores de soja da Região Oeste do Paraná, Florianópolis, 2001. 149f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção). Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção, UFSC, 2001 p. 5.
operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e
distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles, pode ser entendido como
a cadeia produtiva que envolve desde a fabricação de insumos, a produção nas fazendas e a
É de se notar que a análise feita por Oliveira (2001) sobre as implicações decorrentes
Brandão & Medeiros (1998, p. 17) de que o modelo agrícola exportador brasileiro vem
produto; necessidade maior de integração das unidades de produção agropecuárias nas cadeias
Oliveira (2001) enfatiza que do empresário rural, pessoa física ou jurídica que se
dedica à atividade agrícola, passou-se a exigir muitos outros atributos além de empreendedor,
Agroindustrial – SAG.
apontam para aspectos importantes da dinâmica da demanda alimentar, as quais passam a ser
econômica. O setor alimentar, a jusante da produção agrícola, tem-se caracterizado como uma
embalagens, etc. Dessa forma, a direção das principais mudanças na base técnico-econômica
2
da indústria alimentar passou a depender, portanto, dos processos de inovação global no
interior da economia. Com isso, um novo comportamento é levado por critérios que denotam
qual o potencial radical das novas tecnologias pode desestruturar mercados estabelecidos,
gerenciamento de riscos.
trata-se, talvez, de algo que já superou o paradigma fordista e da revolução verde, pois não
primário de produção – a fazenda), mas de uma nova conduta pró-ativa de caráter harmônico,
desejos dos consumidores em níveis locais, nacional, regional e mundial. Na verdade, o perfil
das novas organizações que atuam no espaço do agronegócio passa pela própria dinâmica de
que se caracterizam os seus principais atores, seja a jusante ou a montante, de maneira vertical
(vide BATALHA).
3
Para que a comercialização se dê de forma eficiente, algumas questões são
essenciais:
• o que produzir e quais cuidados tomar para obter o máximo de receita na venda;
mercado;
mercado.
Sinp no Mato Grosso, pode-se aproveitar disposição de Souza (1994, p. 2, apud OLIVEIRA,
coordenam os fluxos dos produtos, entre eles estão as bolsas de futuros e o governo. Devido à
importância que a soja representa para o agronegócio brasileiro e para a região em estudo, no
presente trabalho será dada ênfase maior sobre o processo de gerenciamento de riscos na
4
1.1 A REGIÃO PESQUISADA
Sinop e do Alto Teles Pires, as quais congregam um cenário potencial extraordinário sob o
Oeste brasileiro, mais especificamente no Estado do Mato Grosso, na região do Alto Teles
Pires, nos municípios de Lucas do Rio Verde e Sinop, identificar os gargalos e óbices ao
um dos problemas que requer especial atenção ocorre na ausência de estudos e pesquisas que
fronteiras de produção agrícola, em especial por aquelas originadas pelo boom da soja nos
desenvolvimento sustentável.
5
-60 -58 -56 -54 -52
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R odov ia
B R 163
H idro via
U .F
de Geografia e Estatística, sobre os municípios, em 2002, alguns estimados para 2004, dão
6
conta de que Lucas do Rio Verde é formado por, aproximadamente, 367 mil hectares,
enquanto que o município de Sinop é formado por 320 mil, também de forma aproximada.
Enquanto Lucas se aproxima de uma população pouco superior a 24,5 mil habitantes, Sinop
está próximo de ultrapassar a casa dos 94 mil habitantes. Lucas possui uma das menores taxas
de densidades demográficas da região, 5,28 habitantes por Km²; Sinop encontra-se com
densidade superior a 23,4 por Km², todavia, possui aproximadamente 40% mais produtores de
soja do que Sinop, estimados em 550 produtores em Sinop e cerca de 900 em Lucas do Rio
capital de Mato Grosso – MT (Tab. 1.1). Com taxa de crescimento de 11,18% ao ano, o
dados da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento (2005), até o ano de 2002/3 (Tab.
2.2), o município de Lucas do Rio Verde produzia 180 mil hectares apenas de soja, contra 30
mil em Sinop, ambos com altas taxas de produtividade, talvez umas das melhores do País.
7
Atualmente, com o advento da tecnologia e o aumento de área plantada, os municípios que
plantam e colhem duas safras por ano, com grande estabilidade de produção, pela ausência de
mundial. A área de soja em Lucas passou para, aproximadamente, 216 mil hectares, enquanto
Sinop foi a 45 mil, mais 25 de arroz. Com relação ao milho, segunda safra, a expectativa é
que plante e colha algo em torno de 165 mil hectares em Lucas e 15 mil hectares em Sinop.
estação chuvosa superior a 2.000mm ano, e estão localizados no Médio Norte Mato-grossense
torno de 730 mil toneladas, sendo 20 armazéns convencionais, totalizando 90 mil toneladas,
Com referência à distância dos portos para exportação, Lucas encontra-se a 2.207Km
Paranaguá, Sinop encontra-se a 2.421Km. Já, com relação a Santarém (por estrada não
pavimentada), Lucas dista 1.398 Km, e Sinop 1.258 Km, pela BR 163. No entanto, se o
destino for o porto de Miritiba, Lucas dista 1.101 Km e Sinop 959 Km.
uma base mercantil que pudesse oferecer os instrumentos e mecanismos necessários ao seu
A história recente demonstrou que ao longo dos últimos 40 anos o Brasil passou por
notar, também, que, ao longo desses anos, as instituições e o mercado sofreram todo o tipo de
regime democrático, o Brasil se viu às voltas com a dinâmica dos arranjos supranacionais
9
Nesse contexto, a soja tornou-se um dos principais ativos do País, considerando que
essa commodity tornou-se protagonista dos interesses econômicos nacionais na aferição dos
Uma das questões que mais tem sido discutida no âmbito acadêmico e na sociedade
trata dos instrumentos e mecanismos de redução de risco para os produtores rurais e para a
contrato de futuro de soja, que pouco atraiu os atores do mercado. Até 2003, os contratos de
100 toneladas não foram objetos de procura nem pelos produtores e nem pelos especuladores,
transação que impediam aos produtores utilizar um valioso instrumento de redução de risco
de futuros de soja para 27 toneladas, ou cerca de 450 sacas, para melhor atender os interesses
de pequenos e médios produtores; todavia, não tem sido suficientemente comercializado, não
atraindo, portanto, os produtores e demais atores da cadeia nos municípios de Lucas do Rio
Verde e Sinop.
Chicago – CBOT, nos EUA. Por isso, ao analisar a estratégia para comercialização de alguns
mecanismo de redução de risco, dificilmente eles optam pela via do hedge por meio da venda
de contratos futuros que, possivelmente, seriam comprados no mercado por indústrias que
precisarão de soja no futuro. Portanto, o problema central é: Por que os produtores e demais
elos da cadeia produtiva da soja pouco negociam com contratos futuros da BM&F como meio
10
de redução de riscos na atividade de comercialização agrícola? Levanta-se a questão de como
Para que se possa analisar o mercado da soja a partir das localidades de Lucas do Rio
Verde e Sinop, no Estado do Mato Grosso, far-se-á uma breve análise do mercado da soja,
futuro, como instrumento de hedge, é de pouco interesse para o produtor rural, associações e
cooperativas, ainda que objetive a redução de risco nos negócios da commodity no âmbito da
partir de 1999, de modo a cumprir as exigências dos acordos da Basiléia I e II, poderá mudar
35% na conformação do spread bancário2. Ressalte-se que boa parte do crédito aos produtores
de soja configura-se na forma de hedge por parte das empresas que comercializam o grão, ou
que fornecem alguns insumos. De qualquer sorte, o spread e a taxa de juros praticadas nessas
2
O estudo produzido pelo Departamento de Pesquisa Econômica do Bacen, coordenado por A. Tombini,
demonstrou os elementos e fatores que influenciam na participação e formação do spread bancário no Brasil, em
1999. Todos os anos, relatórios de avaliação são realizados, de modo a identificar os resultados do
comportamento do mercado quanto ao spread bancário e também para disponibilizar a informação à sociedade.
11
operações chegam a níveis elevadíssimos, o que prejudica a competitividade da cadeia e o
Por sua vez, conforme afirma Jeffrey Wilams (1986), as indústrias demandam commodities,
risco de preços. Nessa situação, elas buscam gerenciar seus riscos financiando produtores via
nas bolsas de futuros. No caso das 4 grandes, ABCD-ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus, elas
devem efetuar o hedge, porém utilizando a Bolsa de Chicago – CBOT, ou outros ativos
utilizando contratos de futuros oferecidos pela BM&F, ou por outra bolsa que atenda à
de transação para o uso dos mercados futuros no Brasil, chegando a estimar 6,5% para o
commodity soja.
se usar instrumentos de mercado que neutralizem riscos e produzam a certeza de uma margem
Com relação à relevância, não se pode negar que o choque provocado pelo
interesse singular para a sociedade brasileira, haja vista tratar-se de uma commodity, cuja
(vide Anexo A). Pode-se até dizer que é um excelente combustível econômico e sua
relevância está produzindo a riqueza nas cidades do interior, em especial no Estado do Mato
Grosso.
de soja não passam pelos apuros de incertezas nos preços da commodity em função do
crescimento da demanda mundial, que vem mantendo os níveis de preços num patamar
positivo.
Como já foi mencionado, a produção industrial caminhou para o just in time como
forma de evitar problemas de volatilidade de preços de mercado. Por isso, ela buscou novos
composição de estoques, sem que isso pudesse representar aumentos de custos ou encargos,
inclusive na transação. Portanto, o novo modus faciendi gerencial em nível mundial tem, em
O estudo caracteriza-se pela busca dos fatores que compõem o processo decisório do
Dá-se importância à comercialização, que é a parte onde há dúvidas quanto a melhor decisão
a tomar diante da volatilidade dos preços da commodity em nível mundial e, por conseguinte,
rendimentos, diante das perspectivas que se apresentaram ao longo dos últimos 6 anos. Num
comportamento dos produtores acerca do assunto, sugerir medidas de ação visando a melhoria
14
1.3.2 Objetivos específicos
em que o produtor faz hedge. A decisão depende da taxa de juros, do custo de carregamento,
função de mudanças no sistema financeiro que poderá incluir o hedge como elemento
feita junto aos agentes da cadeia produtiva da soja na região em análise. No Capítulo 3
NEI, e da Teoria de Portfolio, buscou-se calcular os riscos de base e o heade ótimo das firmas
15
1.3.4 Delimitação do estudo
Na Tab. 1.3, os dados levam a se perguntar por que os produtores de soja não
utilizam os contratos de futuros da BM&F, ou outra bolsa, para operações de hedge desde o
que pode servir de base para a pesquisa primária na região é a assunção da premissa de que,
janeiro e fevereiro, os contratos futuros do mês de maio, na CBOT, podem ser uma solução
exeqüível para as operações de hedge pelas firmas, produtores ou agentes. Todavia, o restante
sobre o que vem acontecendo na órbita desses procedimentos, achou-se por bem seguir, a
que a produção brasileira de soja já ultrapassou a casa dos 52 milhões de toneladas em 2005,
podendo aumentar nos próximos anos, não se faz no Brasil hedge de 1% da produção nacional
16
Tabela 1.3 – Evolução dos Contratos de Futuros na BM&F no Período de 2000 a 2005
Contratos Contratos Tamanho dos Volume de Volume Financeiro
Período
em Aberto Negociados Contratos em t Produto Em R$/mil Em US$/mil
2000 42 306 100 30.600 176 89
2001 1 1 100 100 477 228
2002 75 624 100 62.400 6.744 1.895
2003 288 2.917 27 78.759 19.117 6.542
2004 2.771 5.087 27 137.349 13.089 4.814
2005 3.021 4.140 27 111.780 56.822 24.800
Fonte: BM&F.
A realização de pesquisa de campo na região pode identificar o arranjos de
observações que amparem possíveis sugestões que se possam advir das dimensões
justificadas.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A literatura sobre sistemas tem sua origem acadêmica no século 17, para designar a
como para a análise de seus próprios conjuntos. Ele substituiu, em muitos casos, a metáfora
astrologia (sistema solar) e na biologia (sistema nervoso). No início do século 20, Taylor
(1970, p. 14, apud DUARTE & CASTRO) utilizou o termo sistema para tratar das rotinas e
Duarte lembra que a noção de sistema ganha estatura científica com a Teoria Geral
dos Sistemas – TGS, criada por Bertalanffy (1950), que, ao tentar resolver problemas
biológicos, percebeu a relação da mesma com outras ciências. Ainda segundo Duarte &
Castro, Bertalanffy propõe uma análise integrativa, com princípios que seriam válidos para
todas as áreas do conhecimento, uma teoria para lidar com a totalidade, o que permite
18
Como o reducionismo busca compreender a natureza ou meio ambiente, apenas
propósito de conhecer como são feitas e funcionam, revela-se por uma construção cartesiana
um problema não contemplados pela análise de apenas uma de suas unidades. O pensamento
analítico, segundo o qual um processo deve ser dividido e estudado em partes menores para a
questões específicas, mas se adota a noção de que o relacionamento entre as partes permite a
complexas. No Quadro 2.1, apresenta-se uma síntese comparativa das abordagens analítica e
sistêmica.
19
Quadro 2.1 – As Abordagens Analítica e Sistêmica
Analítica Sistêmica
Desmembra o todo e isola um elemento
Concentra-se nas interações dos elementos
entre os demais para estudá-lo
Isola as partes de um contexto Usa o contexto mostrar para a função
Apóia-se nos detalhes das partes Apóia-se na percepção global
Trata de uma variável Trata de diversas variáveis simultaneamente
A validação é feita por experimentos a partir A validação é realizada na comparação
de uma teoria do modelo com a realidade
Os modelos são insuficientemente
Modelos precisos e detalhados, mas
na prática rigorosos, mas suficientemente
dificilmente utilizáveis
utilizáveis
Monodisciplinar Pluridisciplinar
Permite ação programada em todos
Permite uma ação segundo objetivos
os detalhes preestabelecidos
Atenção aos efeitos Atenção às causas
Reducionismo Contextualização
Foco nos detalhes Foco no conjunto
Fonte: Duarte & Castro, 2004, adaptado por Bertrand; Guillemet (1988) e Rosnay (1995).
Duarte & Castro (2004) lembram que a noção de sistema exige elementos inter-
determinado, mesmo que não seja percebido pelos integrantes do sistema. A noção obtida na
biologia pode ser aplicada a qualquer outro conjunto, inclusive social. Um sistema, dessa
maneira, pode prever subsistemas e, ele mesmo, estar articulado a sistemas mais amplos.
no caso, o sistema definido previamente. O que está fora do sistema, ou seja, além dos seus
quando efetua algum tipo de troca (fluxos) com o sistema. No presente trabalho, podem ser
identificados, por exemplo, os cartórios que registram as CPR – Cédula do Produtor Rural, de
A importância existente a partir das análises sistêmicas com forte interação entre os
20
segmento, seja em nível individual, seja na interação dos componentes do todo em relação aos
demais.
O assunto que talvez tenha a sua origem nos cânones do surgimento dos contratos a
somente teve sua atenção expressa a partir do trabalho publicado por Coase, em 1937.
Posteriormente, em 1957, o assunto voltou a ser objeto de análise por Davis & Golberg. Mas
foi na década de 80 e 90 que encontrou seguidores que se propuseram ao estudo das cadeias
de produção.
tratam dos estudos de determinado produto (e.g., soja, trigo, milho, carne bovina, etc.) a partir
no campo, até a distribuição no mercado consumidor. É uma abordagem que tem o propósito
A noção de cadeia produtiva parte do conceito de que o negócio agrícola deve ser
dos produtos agrícolas. A dinâmica da produção de alimentos, dessa forma, é percebida como
21
resultado do inter-relacionamento de atividades integradas – tecnologia, indústria, comércio,
Produtiva, foi introduzido no Brasil. Todavia, foi na década de 90 que o seu uso passou a ser
mais utilizado por instituições como a Abag – Associação Brasileira de Agribusines, Pensa-
Duarte & Castro (2004), lembrando Sousa (1997, p. 183), argumentam sobre o
núcleo dos estudos sobre as cadeias agropecuárias e observam a contribuição que pode ser
Sousa (1987), cada uma das quais pode ser conceitualmente distinta pela sua atenção a um
determinado produto, desde a sua criação até o seu ponto final de consumo. De qualquer
22
“enxergar” ou compreender os sistemas de abastecimento ou de suprimento de determinados
produtos.
especificamente um espaço unitário de produção (fazenda, por exemplo) para se tornar parte
Neste trabalho, dar-se-á uma visão ainda mais extensiva, uma vez que o uso de mercados
produtivas, por meio de seus atores, passam a exercer uma conduta estratégica no âmbito da
logística e do gerenciamento de risco. Por isso, ainda que a estratégia básica seja a definição
de uma matéria-prima (soja, carne, algodão, e.g.) a análise do conjunto de processos que
facilitar o retrato da realidade e expectativas. Talvez, além dos setores propostos por Silvia &
Batalha (2000), poder-se-ia dizer que passam a fazer parte do agribusiness a produção de
arranjos de logística.
maior valor ao cliente, possuir menor custo, conveniência na obtenção do valor e mostrar
quais impuseram nova formatação nas exigências do sistema financeiro, seja em operações de
gerenciamento de risco que passaram a fazer parte do elo – Sistema de produção primária ou
23
tradings, integradoras e vendedoras de insumos agrícolas a modificar seus contratos e suas
cenários futuros (CASTRO, LIMA & CRISTO, 2002, p. 6-7). Os estudos mostram que três
fluxos explícitos estão envolvidos em uma cadeia produtiva (CASTRO, LIMA &
c) Fluxo de informação.
Duarte & Castro ainda lembram que os estudos para a determinação das cadeias
organizacional que os envolvem. Esses ambientes são considerados, na análise das cadeias,
por sua influência e troca de fluxos com o sistema. Castro, Lima & Hoeflich (1999, p.92-93)
definem ambiente organizacional como o integrado pelas organizações que não participam
24
O agricultor (responsável pelo sistema primário de produção) é, geralmente,
considerado o ator principal na agricultura, mas há atores/elos que afetam diretamente suas
condições e capacidade de produzir e muitos não estão conectados diretamente a ele, e sim a
outros atores/elos. Ou seja, o agricultor está vinculado a um amplo sistema ao qual afeta e é
afetado. Cada integrante tem papel específico e oferece um tipo de contribuição para que o
sistema se mantenha e evolua. O agricultor, assim, depende de uma série de sistemas para
poder atuar e contribuir na manutenção da cadeia agropecuária. Na verdade, nem todos estão
precisa ir a uma agência financeira ou banco para aprovar o seu custeio ou o seu projeto de
foram tantos que a soja verde (contratos a termo ou de entrega futura) derivou para uma nova
denominação, a dos pacotes. Dessa forma, dependendo do pacote, a relação entre produtor e
outros atores a jusante ou a montante do processo produtivo da fazenda fica restrito a apenas
tecnológica.
Silva & Batalha (2000) mostram que a noção de cadeia produtiva comporta sua
25
Eles argumentam também que a cadeia produtiva agroindustrial pode ser vista como
sistema aberto, ou seja, passível de enfoque centrado nas relações entre organização e meio
ambiente. Tanto Batalha (2006) como Zilberztajn (2006) afirmam que há várias maneiras de
etc. Os autores mostram que é possível avaliar uma cadeia produtiva a partir de uma
evolução, tornando o estudo mais explicativo ou de uma maneira estática, como uma
grandes áreas planas, sejam cerrados ou florestas amazônicas, expõem as condições propícias
para o cultivo de arroz – como área de abertura, e posteriormente a soja na safra de verão e o
milho safrinha.
comercialização antecipada pela soja verde. Tais mecanismos passaram a orientar o modelo
ao longo dos últimos anos e pôde ser bem caracterizado a partir dos resultados da pesquisa de
26
Antecipando alguns resultados, necessários à explicação do que está acontecendo na
região, pôde-se descobrir a importância do tema para os sistemas de produção primária, qual
seja, na safra 2004/2005 todas as categorias de produtores que financiavam parte de suas
grande maioria, com exceção de alguns pequenos e mini produtores, com dívidas resultantes
mercado futuro, mas quando questionados sobre a utilização do hedge, apenas alguns
disseram saber do que se tratava, porém, não sabiam como, quando, onde, quanto custaria e
com quem fazer. As agências dos dois bancos que mais operam com produtores, o Sicredi –
futura (contratos a termo – geralmente expresso por contrato de compra e venda e uma Cédula
total da produção, enquanto que a diferença para óleo diesel e gastos com manutenção e mão-
futuros comercializados em bolsa, como a BM&F e a CBOT, eles não sabiam como
27
CPR com penhor de 1° grau, em grande parte cobrindo apenas 80% do custo de produção –
vide Anexo D) montaram uma estrutura de equivalência produto que o sistema financeiro não
mais consegue acompanhar. Ainda que muitos produtores, talvez a maioria, estejam
endividados junto aos bancos em função do prejuízo sofrido na safra atrasada, alguns ou parte
desses produtores já iniciaram suas renegociações de modo a não sofrerem penalidades por
conta da aplicação da legislação vigente, fazendo constar seus nomes junto ao Serviço de
Hieronymus (1977), é útil para identificar as funções delegadas aos agentes desses mercados,
determinar qual o objetivo das operações em futuros e formar opiniões sobre mudanças no
sistema que precisarão ser feitas ao longo do tempo. Segundo o autor, o mais importante em
estudar tais negociações por meio de uma percepção histórica, mesmo que seja com o
objetivo de possibilitar um uso mais efetivo desses mercados, a compreensão de sua evolução
é útil para entender o presente e, assim, obter sucesso nas operações futuras (preço a vista ou
Hull (1996) cita que a história desses mercados tem sua origem na Idade Média, em
organizados como conhecido atualmente surgiram com a Chicago Board of Trade – CBOT,
no ano de 1848. Inicialmente, essa bolsa era utilizada apenas como ponto de encontro entre
De acordo com Hieronymus (1977), os mercados futuros não foram uma invenção
imposta ao mercado vigente à época de seu surgimento, mas sim uma resposta às
28
necessidades de melhoria do desempenho de um sistema que não funcionava adequadamente,
ressalta que uma das formas dos mercados futuros demonstrarem sua importância econômica
é devido a sua longa existência, especialmente no lado dos ativos financeiros, como bem
estudado por Keynes em 1930 e por muitos outros autores na literatura; não fosse isso, de
alguma maneira, apesar de toda a oposição política, tal instrumento teria que sobreviver em
dos problemas sofridos por compradores de produtos agrícolas era não saber, com certeza,
quando suas mercadorias chegariam e com que qualidade, além do risco de preço. Isso fez
com que surgissem contratos denominados to arrive, que não estabeleciam precisamente o dia
da entrega, mas era especificado exatamente o preço e a qualidade do produto a ser entregue.
Esse contrato resolveu alguns dos problemas, sendo que os acertos adicionais entre as partes
eram feitos apenas se as especificações do produto não fossem as mesmas que as acordadas.
Houthakker (1959) ainda explica que a transição do contrato to arrive para contratos
futuros deu-se de maneira na qual o primeiro, gradualmente, foi tornando-se padronizado para
comprador ou vendedor. Todavia, ainda faltava definir um período para a entrega, pois cada
negócio era feito em datas distintas. Logo, alguns meses tornaram-se mais atrativos que
tornado tão flexíveis, a identidade dos compradores deixou de ser algo tão importante para os
vendedores, além de atrair uma gama considerável de especuladores que não estavam
29
mercado. Dessa forma, os contratos eram concebidos de forma cada vez mais impessoal e o
e vendedores acabou, por fim, desconfigurando os contratos to arrive por completo, surgindo,
mercados futuros: 1) são mercados que negociam preços e, estes, por sua vez, influem na
receita dos agentes; 2) agentes de mercado utilizam esse instrumento como estratégia de
compra e venda de seus produtos; 3) são de interesse acadêmico por tratarem de formas de
pois as bolsas possuem uma gama vasta de empregados, além de corretores, especuladores,
negociação; e 5) são de interesse público, pois várias pessoas negociam contratos futuros
Andrade (2004) lembra que Mulherin et al. (1991) argumentavam acerca dos
exercícios intelectuais, todavia que tais processos e suas análises respectivas tinham e têm
importância acadêmica, como também servem de guia para diretrizes, metas e ações políticas
das agências que regulam esse sistema ou de alguma maneira com ele interaja. Portanto,
conclui-se que o estudo de mercados futuros assume grande relevância nas mais distintas
30
Working (1953) alertou para inúmeros aspectos sobre a função econômica na área de
derivativos3, propondo a definição de que os mercados futuros são negociações feitas sob
custos de transação.
possuem diferentes significados para cada tipo de indivíduo. Cita, por exemplo, que para os
especuladores significam oscilações de preço com ganhos e perdas pelas vias dos spread e de
mercado, cabendo aos estudiosos decifrar tais visões, agregá-las e buscar definir as principais
Hieronymus (1977) expõe que cada economista tem sua lista de funções dos
mercados futuros. Para fins deste trabalho, será feita uma distinção de duas correntes básicas
de pensamento quanto a esse tema. Autores como Hieronymus (1977), Hirshleifer (1988),
Leuthold et al. (1989), Duffie (1989), Ennew et al. (1992), Harwood et al. (2002), entre
outros, defendem que mercados futuros que servem, primariamente, para reduzir risco de
preços. A seguir apresentar-se-á uma compilação das idéias principais desses autores quanto à
3
Segundo Hull (1996), derivativos podern ser definidos como títulos cujos valores dependem de outras variáveis
mais básicas, sendo que contratos futuros e de opções são exemplos de derivativos. Quando se tratar de contratos
futuros de uma commodity como, por exemplo, a soja, diz-se ser um derivativo, uma vez que seu valor depende
também do balanço de oferta e da demanda no mercado físico.
31
• permitir maior competitividade no mercado;
• possibilitar especulação;
• prover informações sobre preços futuros, auxiliando nas estratégias dos agentes;
(1989) chega a afirmar que contratos futuros são, essencialmente, contratos de seguro de
preço, provendo proteção contra as incertezas contratuais do mercado à vista para entrega
futura. Apesar de Leuthold et al. (1989) chamarem a atenção para o fato de que firmas não
ainda que as informações, traduzidas nos preços, fluam livremente, é preciso entendê-las e até
interposta ou que se levanta segundo, J. Williams, não pode ficar reduzida à transferência de
risco como razão principal dos agentes para operarem em tal mercado.
Andrade (2004) afirma que Hieronymus (1977) corrobora com essas opiniões,
citando que a visão suportada da função básica dos mercados futuros é a de transferência de
queriam tomar risco, e que seus bancos não estavam dispostos a financiá-los porque grandes
perdas poderiam acabar com o negócio. Sendo assim, cita que mercados futuros vieram
viabilizar e minimizar os problemas dessas transações. Cabe destacar que Hieronymus (1977)
32
alerta que o papel de administração de risco não impede que os agentes de mercado utilizem
lançando a semente para essa nova corrente de idéias, afirma que operar em bolsa é uma
forma de arbitragem, baseada na variação relativa dos preços físicos e futuros. O fato de que
os riscos são menores com ou sem essa operação seria, freqüentemente, um fator secundário.
Houthakker (1959) chega a argumentar que entender mercados futuros como apenas um
bolsa, na opinião de Working (1953), é desviar a atenção do que seria possivelmente o mais
desejável dos estoques de commodities, com conseqüente redução da flutuação dos preços.
Houthakker (1959) também expõe que a redução do risco de preço é condição necessária, mas
não suficiente, para o sucesso de uma operação em futuros. Explica que há outros fatores,
como diferenças de disponibilidade de crédito para ativos que são negociados ou não, além
dos custos envolvidos na operação em bolsa, que podem ser altos a ponto de inviabilizar a
negociação.
termos de entrega. Nota-se, portanto, que em uma visão mais abrangente, os mercados futuros
(1986) também criticou duramente a visão de que mercados futuros seriam apenas um seguro
33
do preço, pois havia algo muito mais eloqüente na idéia de uma função econômica dos
A visão discutida pelo autor é que estes spreads e as operações de hedging são os
isoladamente.
34
- Em geral, pelo menos ½ ( metade) e provavelmente ¾ (três quartos) do
mercado de juros – open interest – operam de maneira combinada ou casada
em todas as movimentações de mercado futuro (tradução do mestrando).
Williams (1986, p. 25) lembra que em uma operação de venda, para que se proceda
uma operação de hedging, deve-se fazer uma compra no mercado à vista, realizando
Williams (1986, p. 25) questiona sobre o que seria dito sobre hedging se o mercado
Segundo o autor:
Na verdade, o que Williams (1986) propôs foi explicar que as taxas de armazenagem
como custos de carregamento ou encargos. O autor afirma que armazenar é usar uma
35
armazém não se permitem nisso se assentar, o serviço fornecido por este segmento é um
positivamente e o custo de uso implica uma obrigação ou débitos (ou taxas de aluguel), que
entra negativamente.
pessoa que quer fazer uso da commodity pode se tratar de PE designado para empréstimo ou
onde:
PEI – PE = PEF (2 – 3)
onde:
Essa relação também poderia ser expressa em termos dos bens e serviços envolvidos:
36
EI – E = EF ( Entrega imediata – Empréstimo = Entrega futura) (2 - 4)
Williams (1986) lembra que sempre que o custo de uso para uma commodity for
financiamentos ou empréstimos. Williams (1986) diz que há uma variedade com diferentes
possibilidades de sistemas e dependendo de qual dos três mercados esteja implícito, há três
Williams (1986) afirma acerca da perspectiva de alguém querer vender para entrega futura.
– EF = – EI + E (2 – 5)
37
Portanto, pode-se comprar ações ou partes de estoque para entrega imediata e,
EF = EI – E (2 – 6)
Por isso Williams (1986) acrescenta que sempre que a taxa líquida for tal que o
comprador dos estoques ou títulos pague para estender a data de entrega, a quantia paga é
backwardation.
à vista é implícito. No entanto, a curva do contrato não é sobre o preço à vista local, mas
sobre o desconto concedido ou prêmio sobre os contratos futuros especificados nos principais
Williams (1986) afirma que a base combina várias taxas em um preço. A base de
uma commodity é a venda localmente no spread líquido que inclui quatro preços implícitos:
(2) o preço de transporte para ou de, como pode ser o caso; o ponto de entrega no
contrato de futuros;
outro local.
38
Numa concepção mais organicista, Andrade (2004) lembra Telser & Higinbotham
(1977), concluindo que os benefícios trazidos pelos mercados futuros organizados advêm da
facilidade com que estranhos realizam transações. Isso se consegue por meio de regulação
das bolsas, que oferecem garantias e padronização de contratos, diminuindo os custos de risco
moral4. Dessa forma, eles alegam que um contrato de longo prazo depende da integridade das
participantes e garantido por uma bolsa. Andrade (2004) ainda enfatiza a questão de escala
dos derivativos, pois o produto a ser transacionado em bolsa deve ter um quadro de
segmento econômico, mas também devido a sua origem estar diretamente relacionada com a
tempo e objeto de muitos estudos econômicos. Ele cita o exemplo de mudanças efetuadas
pelos governos do Canadá e dos Estados Unidos, que a algum tempo saíram de um papel
altamente regulador, passando a dar maior ênfase à administração de risco por parte dos
Leuthold et al. (1989), por sua vez, expuseram que, nos mercados futuros norte-
39
negociado no início dos anos 70 devido à elevação dos preços de commodities e energia.
fizeram crescer o interesse sobre contratos futuros de índices. Tais mudanças no início dos
anos 80 foram tão dramáticas que a participação das commodities agropecuárias, nos Estados
Tab. 2.3 mostra que o volume negociado de soja, em uma das principais bolsas do mundo (a
Tabela 2.1 – Volume Negociado do Complexo Soja Equivalente por Produto da CBOT
(2001 a 2004)
Volume negociado do Complexo Soja equivalente em produto da CBOT
Período 2001 a 2004
2001 2002 2003 2004
Equivalência Equivalência Equivalência Equivalência
Produto Número de Número de Número de Número de
em produtos em produtos em produtos em produtos
contratos contratos contratos contratos
(1000t) (1000t) (1000t) (1000t)
Grão 12.150.369 1.653.422 14.475.100 1.969.772 17.641.814 2.400,70 18.846.021 2.564.567
Óleo 6.034.325 164.227 6.816.483 185.514 7.469.756 203,293 7.593.314 206.656
Farelo 6.743.772 674.377 7.174.507 717,451 8.219.942 821.994 8.569.243 856.924
Fonte: CBOT
Fonte: CBOT.
Esse volume relativamente expressivo de negociações de algumas commodities, mais
especificamente no setor agropecuário pode, segundo Marques & Mello (1999), gerar
• Todos aqueles que têm interesse em uma determinada mercadoria física podem
40
• Por meio das expectativas de oferta e demanda, os mercados futuros são os
preço”.
Dessa forma, estes assumem os riscos e contribuem para uma maior liquidez do
mercado.
financeiras.
Entretanto, a função econômica dos mercados futuros vai muito mais além de
Williams (1986), há um espaço enorme para uma análise, cuja metodologia explique, por
o mercado de futuros. Essa é uma visão macro que aponta, entre outras coisas, para a
desses instrumentos gera gastos que desequilibram os tesouros, ainda que de forma reduzida;
públicas, cujos resultados vai muito além do que uma simples operação no mercado de
futuros.
41
Com relação ao Brasil, a história dos mercados futuros teve origem com a Bolsa de
Mercadorias de São Paulo – BMSP, criada em 1917, com operações a termo de diversas
commodities agropecuárias. Em 1985, surgiu a Bolsa Mercantil & de Futuros – BM&F. Seis
anos mais tarde, a BMSP e a BM&F fundiram-se utilizando a mesma sigla desta última,
todavia, com o nome de Bolsa de Mercadorias & Futuros. Em 1997, a BM&F uniu-se à Bolsa
Brasileira de Futuros – BBF, sediada no Rio de Janeiro, tornando-se a única bolsa de futuros
A BM&F possui contratos para diversos produtos agropecuários, tais como açúcar
cristal, álcool anidro, boi gordo, café, milho, soja, entre outros. Entretanto, esses contratos não
internacionais. Dos produtos citados, os que possuem maior liquidez na BM&F, ou seja,
maior volume de contratos negociados, são café arábica, boi gordo, açúcar e álcool anidro.
ou firmas que compõem uma cadeia produtiva ou que com ela se relacionam, renasce a cada
dia dentro da dinâmica das mudanças organizacionais e nas condicionantes dos sistemas que
governança, sendo que os dois custos são interdependentes. A argumentação do autor refere-
42
transação, pois a soma dos dois é que deve ser minimizada; o contexto social deve ser
também considerado (cultura, hábitos, etc.) quando difere no ambiente analisado, pois isso
Tanto Milgron & Roberts (1992) quanto Besanco (2003) também procuram
caracterizar custos de transação, argumentando que devem ser encarados como os custos de
O primeiro está associado com o problema de determinar detalhes da transação e fazer existir
associada a dois outros fatores, sendo um relativo aos custos derivados da informação
Ressalte-se que alguns fatores podem alterar os custos de transação de certos arranjos
ou formas organizacionais, alterando a essência dos termos vigentes nos contratos. Dois
mercados futuros parecem aprender que podem promover o uso de seus mercados e aumentar
sua liquidez apenas reduzindo barreiras à informação como, por exemplo, por meio da
Para dar uma demonstração de que a análise dos custos de transação interfere em
ótima de hedge em que argumentam que devido aos custos dessa operação, os agentes
escolheriam uma razão menor do que a ótima, geralmente usada, que ignorava os custos. Isso
configura, segundo os autores, que os benefícios do hedging tendem a ser menores, pois, em
geral, os trabalhos não consideram custos de transação e dão como resposta razões de hedge
43
sub-ótimas. Andrade (2004) lembra ainda que há uma evidente relação entre os custos de
transação e a realidade, e que ignorar algumas variáveis, entre elas os custos de se operar em
bolsa, pode resultar em análises pouco aderentes à realidade, segundo Lence (1995).
futuros muito baixos. Harwood et al. (2002), por exemplo, expõem que são modestos frente
(1992), aborda o caso dos agentes do mercado de batata na Inglaterra, onde um estudo
empírico relata que mesmo aqueles que já haviam utilizado mercados futuros, não percebiam
seus custos de transação como fator importante na decisão de se fazer ou não uma operação
de hedge.
Iorque (New York Stock Exchange), argumentava que a existência de poucas bolsas (com
altos volumes transacionados) ocorre devido à diminuição nos custos de transação obtidos por
especialistas, os quais são profissionais que operam e dão liquidez ao mercado, explicando
que o alto nível de conhecimento dessas pessoas é difícil (ou demorado) de reproduzir em
Andrade (2004) fez uma incursão no âmago da questão que vem dificultando o
considerava que além das taxas pagas às bolsas e corretoras, existiria um segundo custo de
entrada e saída dos mercados. Se esses fatores não fossem verificados, haveria um alto custo
44
relacionado ao baixo volume negociado, implicando em dificuldades de se entrar e sair desses
mercados. Aliás, esse é um dos grandes problemas da BM&F, segundo algumas opiniões do
mercado e da literatura.
analisar em que proporção os custos de transação eram afetados pela escala de negociação no
Para tratar do problema de liquidez, Demsetz (1968) utilizou o termo ask-bid spread,
que é definido pela diferença entre as ofertas de compra e venda feita pelos agentes que
operam diretamente no pregão e dão liquidez ao sistema. Andrade (2004) argumenta que
Demsetz (1968) constatou que esses agentes especializados aceitam comprar e vender
contratos a qualquer momento, desde que cobrando pelo serviço. Continua afirmando que o
ask-bid spread pode ser tratado como um custo de transação por considerar o problema do
spread, para hedgers, é o custo de se transacionar sem atraso. Thompson & Waller (1987),
por exemplo, consideram o conceito de ask-bid spread proposto por Demsetz (1968) um
em contratos futuros, e que essa habilidade é fator-chave para o sucesso da operação, uma vez
que a falta de habilidade ou o uso incorreto dos mercados futuros (em virtude do
gerenciamento de riscos), freqüentemente, é a principal causa de falhas das firmas. Uma boa
operação em mercados futuros, segundo o autor, requer um talento relativamente raro e difícil
atividade.
45
Além dos custos educacionais, que são talvez os mais significativos, há também os
estudos que apontam para a questão das margens, do uso de recursos para manutenção de
margens, custos de oportunidade e, também, os custos pelo tempo gasto para acompanhar e
futuros compõem-se dos custos de uso do capital, além dos custos operacionais de
participação do processo. Esses custos têm sua origem devido à tal instrumento de
mesmo ambiente físico, a fim de facilitar as transações. Para que isso aconteça de maneira
organizada, a bolsa incorre em custos que, por sua vez, são cobertos por taxas pagas pelos
clientes perante a bolsa. Segundo Houthakker (1959), essas taxas representam custos de
Conforme explicado por Marques & Mello (1999), em uma operação de mercados de
• Taxa Operacional Básica (TOB): é uma taxa definida pela bolsa e consiste em
aberto.
46
• Taxa de registro: é um pagamento proporcional ao número de contratos
TOB.
47
diminuição desses custos financeiros. Por exemplo, há algum tempo os agentes do mercado
de café possuem uma linha de crédito advindo do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira –
recolhimento da margem de garantia e ajustes diários, em até 100% dos seus valores, tendo o
de margem de garantia e ajustes diários. Isso implica uma redução do volume de capital
próprio para o produtor, mas não significa diminuição do custo de transação, pois, além do
ao invés de atenuar o risco de fluxos de caixa negativos para o produtor responsável pelo
sistema de produção primária objeto da pesquisa. Situações como está podem dar origem aos
ciclos de demanda por dinheiro a juros altos, levando os hedgers a optarem por sair do
mercado ao invés de continuarem com suas posições nos mercados futuros. Apesar disso, tal
fundo possibilita que o produtor pague seus débitos (em caso de ajustes negativos – contango
semelhante à oferecida pelo Funcafé, mas para todas as commodities negociadas em bolsa.
Esse dinheiro financiaria até 50% do hedging, no limite de até cem mil reais por agente. Os
fundo de renda fixa, que ofereceria remunerações diárias, diminuindo o custo de oportunidade
48
administração da posição. Esse recurso pode ser acessado no momento da contratação do
49
3 CENÁRIO DO MERCADO DA SOJA
o que faz pensar que o seu crescimento econômico pode sugerir a manutenção do crescimento
da demanda por soja, ainda que não seja tão significativo quanto nos últimos anos.
do mercado deve permanecer estável, se não houver nenhuma mudança tecnológica de novos
As origens da soja (Glycine max L. Merrill), que hoje é cultivada mundo afora, é
muito diferente dos ancestrais que lhe deram origem: eram uma espécies de plantas rasteiras
naturais, entre duas espécies de soja selvagem, que foram domesticadas e melhoradas por
cientistas da antiga China. Sua importância na dieta alimentar da antiga civilização chinesa
50
era tal que a soja, juntamente com o trigo, o arroz, o centeio e o milheto, era considerada um
reconhecida como uma das mais antigas plantas cultivadas no Planeta Terra), o Ocidente
ignorou o seu cultivo até a segunda década do século vinte, quando os Estados Unidos
iniciaram sua exploração comercial (primeiro como forrageira e, posteriormente, como grão).
Em 1940, no auge do seu cultivo como forrageira, foram cultivados, naquele país, cerca de
A partir de 1941, a área cultivada para grãos superou a cultivada para forragem, cujo
cultivo declinou rapidamente, até desaparecer em meados dos anos 60, enquanto a área
cultivada para a produção de grãos crescia de forma exponencial, não apenas nos EUA, como
também no Brasil e na Argentina, conforme o Graf. 3.1 disposto no site da Embrapa, o qual
aqui se produz.
Unidos como principais produtores, em uma área equivalente a 30 milhões de hectares, que
51
firmes e com o auxílio dos principais interessados no crescimento do plantio da soja
mundo, Bunge, Cargill, ADM, acrescidas de novos empreendimentos formados por parcerias
a partir das indústrias de defensivos, sementes e adubos, em conjunto com grandes tradings e
toneladas para uma demanda que vem crescendo ano após ano e, dependendo do consumo e
da renda dos países asiáticos, pode ultrapassar, dentro em breve, a casa dos 270 milhões de
toneladas. O Graf. 3.2 apresenta o crescimento de área colhida, produção, estoque inicial e
350
ESTOQUE INICIAL CONSUMO
325
ESTOQUE FINAL PRODUÇÃO
300
IMPORTAÇÃO SUPRIMENTO
275
EXPORTAÇÃO
250
225
200
Milhões/t
175
150
125
100
75
50
25
0
1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05
Período
Fonte: USDA
Em 2003, o Brasil figura como o segundo produtor mundial, responsável por 52, das
194 milhões de toneladas produzidas em nível global, ou 26,8% da safra mundial. Em 2005,
deve se manter na mesma posição, todavia com uma produção estimada de 60 milhões de
52
toneladas, em aproximadamente 23 milhões de hectares, correspondendo cerca de 26,66% da
produção mundial.
De acordo com a Embrapa, a soja chegou ao Brasil via Estados Unidos, em 1882.
Bahia, foram realizados no Instituto Agronômico de Campinas, Estado de São Paulo. Assim
como nos EUA, a soja no Brasil daquela época era estudada mais como cultura forrageira –
primeira distribuição de sementes de soja para produtores paulistas e, nessa mesma data, tem-
se registro do primeiro cultivo de soja no Estado do Rio Grande do Sul, no qual a cultura
do ecossistema de origem (sul dos EUA) dos materiais genéticos existentes no País, com as
meados dos anos 50, a cultura da soja foi igualmente incentivada por ser, desde o ponto de
3.3 A PRODUÇÃO
53
O primeiro registro de cultivo de soja no Brasil data de 1914, no município de Santa
Rosa, RS. Mas foi somente a partir dos anos 40 que ela adquiriu alguma importância
do RS: área cultivada de 640 ha, produção de 450t e rendimento de 700 kg/ha. Nesse mesmo
ano instalou-se a primeira indústria processadora de soja do País (Santa Rosa, RS) e, em
1949, com produção de 25.000t, o Brasil figurou pela primeira vez como produtor de soja nas
estatísticas internacionais.
importante para o Brasil. Naquela década, a sua produção multiplicou-se por cinco (passou de
206 mil toneladas, em 1960, para 1,056 milhão de toneladas, em 1969) e 98% desse volume
era produzido nos três Estados da Região Sul, onde prevaleceu a dobradinha, trigo no inverno
e soja no verão.
década seguinte que a soja se consolidou como a principal cultura do agronegócio brasileiro,
passando de 1,5 milhões de toneladas (1970) para mais de 15 milhões de toneladas (1979).
Esse crescimento se deveu não apenas devido ao aumento da área cultivada (1,3 para 8,8
produtores pela pesquisa brasileira. Mais de 80% do volume produzido na época ainda se
crescimento da produção ocorrido nas duas décadas anteriores na Região Sul. Em 1970,
percentual passou para 20%; em 1990 já era superior a 40% e em 2003 estava próximo dos
54
60%, com tendências a ocupar maior espaço a cada nova safra. Essa transformação promoveu
de soja, com boas perspectivas de consolidar-se nessa posição, conforme o Grã. 3.3.
Fonte: Embrapa
expressivo na sua área cultivada ao longo das últimas três décadas, conforme o Graf. 3.4.
Fonte: Embrapa.
55
3.4 CAUSAS DA EXPANSÃO
Muitos fatores contribuíram para que a soja se estabelecesse como uma importante
cultura, primeiro no Sul do País (anos 60 e 70) e, posteriormente, nos Cerrados do Brasil
Central (anos 80 e 90). Alguns desses fatores são comuns a ambas as regiões, outros não.
Entre aqueles que contribuíram para o seu rápido estabelecimento, na Região Sul, pode-se
destacar:
tecnologias de produção;
• substituição das gorduras animais (banha e manteiga) por óleos vegetais, mais
56
• estabelecimento de um importante parque industrial de processamento de soja, de
estabelecimento de agroindústrias;
soja, podem ser destacadas as seguintes causas para explicar o espetacular crescimento da sua
produção:
armazéns;
57
• estabelecimento de agroindústrias na região, estimuladas pelos mesmos
• baixo valor da terra na região, comparado ao da Região Sul, nas décadas de 60,
70 e 80;
hidrovias; e
em sua maioria, da Região Sul, onde cultivavam soja com sucesso previamente à
3.5 IMPACTOS
58
diferentes, comandou o comércio exterior do País. A soja responde desde 2003 por uma
receita cambial direta para o Brasil de mais de sete bilhões de dólares anuais (superior a 11%
do total das receitas cambias brasileiras) e, provavelmente, até cinco vezes esse valor, se
existentes em metrópoles, como é o caso de Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, as quais
Brasil, de quase 260 vezes no transcorrer de apenas quatro décadas, determinou conjunto de
mudanças sem precedentes na história do País. Foi a soja, inicialmente auxiliada pelo trigo, a
grande responsável pelo surgimento da agricultura comercial no Brasil. Essa oleaginosa foi a
3.6 PERSPECTIVAS
inovadores que se pode levar adiante na confecção de um aparato legal e das normas jurídicas
59
que organizam o espaço institucional da política agrícola brasileira. Seus reflexos podem, com
certeza, minimizar os impactos negativos da nova economia institucional, gerando meios para
que o uso de instrumentos, como os mercados de futuros brasileiros, possa, crescer com vigor.
soja, pôde-se contribuir com algumas adaptações sobre os possíveis cenários que se
vislumbram num futuro próximo. Segundo a Embrapa, embora as estimativas que se faz para
realizarão com a precisão prospectada. Suas indicações são úteis, mesmo quando os novos
cenários não apresentam aderência total com os projetados. Nos ensaios de prospectiva sobre
tomou-se emprestado, com algumas adaptações algumas previsões, que mais se correlacionam
a um futuro desejado para o agronegócio da soja. Portanto, parece pertinente afirmar que:
• crescerá o consumo direto e indireto de vez que a demanda por soja no mundo,
todavia, não solucionou até agora o acesso protéico da população humana que
continuará aumentando;
seus subprodutos;
frango, cuja alimentação é feita com rações à base de farelo de soja, cuja
• os usos industriais não tradicionais da soja, como biodiesel, tintas, vernizes, entre
60
• o consumo interno de soja deverá crescer, estimulado por políticas oficiais
61
das pequenas propriedades rurais no Vale do Rhone ou nos pés dos Alpes na
maior ênfase pelo Governo Federal (Conab e Embrapa), de maneira célere, a fim
produtores mundiais da oleaginosa, o Brasil figura como o país que apresenta as melhores
expoentes de consumo. O estudo feito sobre a correlação entre o comportamento dos preços
preços da Bolsa de Chicago, ainda que haja redução no crescimento do PIB chinês, haverá
aumento e distribuição de renda, cuja escala manterá forte pressão de demanda sobre a soja
mundial.
hectares de terras ainda virgens e aptas para a sua imediata incorporação ao processo
Nova Economia Institucional. Com exceção, talvez, da Argentina, que ainda poderá crescer
até um máximo de 6 milhões de hectares, a área cultivada com soja nos EUA, na China e na
Índia, que juntos com o Brasil produzem mais de 90% da soja mundial, só crescerá se
totalmente esgotadas.
62
Por fim, valem as advertências feitas pela Embrapa, sem, contudo, considerar os
Lucas do Rio Verde e Sinop. Nessa nova concepção, pôde se entender as razões que levam
isolada dos preceitos da firma. Em última análise, se há futuro para a soja brasileira, isso
cadeia produtiva da soja brasileira. Não foi objeto do estudo ou da pesquisa, mas para se ter
uma idéia, o maior problema para os produtores da região, sejam grandes ou pequenos (mini),
mais baratas vias de escoamento da produção. No entanto, é essencial que hajam iniciativas
obter, no curto prazo, resultados positivos no âmbito do negócio rural da produção de soja.
indispensável para que o País possa reduzir os custos de transporte, a importância da logística
na composição dos custos totais da tonelada de produto brasileiro, que chega aos mercados
63
internacionais, o custo médio do transporte rodoviário é muito mais alto do que o ferroviário,
e este mais alto do que o hidroviário. Apenas para ilustrar, 16% da soja americana é
transportada por rodovias, contra 67% da brasileira. Em contrapartida, 61% da soja americana
A Embrapa alega que, antes de terminar a presente década, o Brasil figurará como
livre comércio, enfaticamente condenadas por quem mais as pratica: os países ricos. Nesse
viabilizem a melhoria das relações existentes entre os elos da cadeia produtiva no Brasil e no
resto do mundo.
desenvolvimento de cultivares adaptadas às baixas latitudes dos climas tropicais. Até 1970, os
64
3.7 A CADEIA PRODUTIVA DA SOJA E A REGIÃO
em 2005, o câmbio, os juros e os preços do óleo diesel formam o conjunto responsável pelo
40
800,00
30
Variação %
Em R$/ha
600,00 20
10
400,00
200,00
-10
0,00 -20
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Período
Fonte: Conab, Bacen e IBGE
Elaboração: Mestrado em Agronegócio - UNB 12/2005
Dados adaptados para a região
Gráfico 3.5 – Evolução dos Custos Variáveis no Processo de Produção em Lucas e Sinop
– MT
65
No que se refere aos custos de carregamento ou armazenamento, o Anexo D traz o
período de 2000 a 2005. Na metodologia, optou-se por usar a taxa de juros oficial, TR, e o
sistema de cotação de frete desenvolvido pela Conab. De qualquer maneira, para que se possa
saber se foi vantajoso carregar a safra, pode-se utilizar as mencionadas tabelas do Anexo D.
Entretanto, sabe-se que o custo de armazenagem e o custo dos juros de mercado ao longo do
ano são bem superiores aos valores utilizados nas tabelas construídas para tal fim. Por
exemplo: a taxa de juros anual utilizada para o cálculo dos custos de produção em 2005 foi de
55,82% a.a., enquanto a taxa de juros utilizada no cálculo do custo de carregamento foi de
19,05% a.a. Essa diferença pode provocar mudanças de comportamento gerencial, inclusive
sobre o próprio custo de acesso ao dinheiro. Nesse sentido, ainda que a taxa de juros seja
menor, isso não invalida a necessidade de os produtores operarem com mercados de futuros,
de modo a melhor gerenciar os riscos do negócio rural ou dos sistemas primários de produção.
3.8 A COMERCIALIZAÇÃO
produtoras da oleaginosa no Brasil. A construção conhecida como soja verde deu origem,
juntamente com as Cédulas do Produtor Rural – CPR, ou CPRF, às soluções atuais que
combinam contratos a termo ou de entrega futura firmados por meio de CPR com penhor de
até a colheita.
Armazéns Gerais e, devido à necessidade de alguns atores da cadeia terem que modificar suas
66
posições tanto organizacionais quanto estratégicas, como forma de sobreviver à dinâmica
cadeia na região conseguiram atualizar-se aos novos tempos. Cabe aqui um destaque especial
depois da queda de preços provocada pela estabilidade da oferta no mundo, a partir do final
de 2004, combinando com a difícil tarefa de se moldarem aos acordos internacionais Basiléia
vendedores de insumos (sementes e defensivos, uma vez que 80% do adubo encontra-se
oligopolizado pelas 4 grandes firmas que atuam na região, de acordo com as informações
No que concerne aos preços ao produtor praticados na região em relação aos preços
de mercado cotados ou formados na CBOT (Graf. 3.6), pode-se verificar que até outubro de
2004 havia uma previsão de recuperação dos preços ao produtor em função da variação da
base e do comportamento estável na demanda pela commodity soja no mundo. Ainda assim, a
queda no câmbio ocorrida ao longo de 2005 exigiu e continuará exigindo uma nova
67
Gráfico Comparativo da Evolução dos Preços de Soja na CBOT e dos Preços ao Produtor em MT,
Comportamento da Média Móvel e do Dóllar no Período
70,00 4,000
Real Previsão
3,500
60,00
CBOT/Sc US$
3,000
50,00
2,500
Valores em R$/sc/60kg
40,00
2,000
1,500
30,00
1,000
20,00
0,500
10,00
0,000
- -0,500
19 01
19 04
19 07
19 10
19 01
19 04
19 07
19 10
19 01
19 04
19 07
19 10
19 01
19 04
19 07
19 10
19 01
19 04
19 07
20 10
20 01
20 04
20 07
20 10
20 01
20 04
20 07
20 10
20 01
20 04
20 07
20 10
20 01
20 04
20 07
20 10
20 01
20 04
20 07
10
95
95
95
95
96
96
96
96
97
97
97
97
98
98
98
98
99
99
99
99
00
00
00
00
01
01
01
01
02
02
02
02
03
03
03
03
04
04
04
04
19
Período
Fonte: Conab, Bacen e CBOT
Elaboração: Mestrado em Agronegócio - UNB
03/2005
Gráfico 3.6 – Comparativo da Evolução dos Preços de Soja na CBOT e dos Preços ao
Produtor em MT – Comportamento da Média Móvel e do Dólar no Período
Leuthold et. al. (1989) afirma que hedgear é mais uma ação de mercado do que uma
ação técnica de precisão. Segundo o autor não é possível definir hedge como uma ação
isolada. Hedegear significa coisas diferentes para pessoas distintas, por isso existem várias
definições.
hedging implica em tomar uma posição equivalente a uma posição oposta em ativos
5
HIERONYMUS, in Economics of Future Trading, p. 107.
68
Se for considerado um caso de uma operação de aquisição de grãos no mercado spot
no tempo t+0, no preço So e ao mesmo tempo vender um contrato de futuros no preço Fo, um
negociador estará comprado no mercado spot e vendido no mercado futuro, o que significa
uma posição hegeada. No tempo t+1, o negociador vende seu estoque em dinheiro pelo preço
representado pela mudança relativa dos dois preços, a vista e futuros, ou pela mudança na
base:
= B1- B0 = ∆B (4. 3)
base.
mercado futuro, pode assumir valores positivos e negativos. O valor da base pode ser
positivo, quando o preço spot da localidade estiver maior do que a cotação no mercado futuro.
De outra forma, a base pode assumir um valor negativo quando o preço a vista for menor do
que a cotação no mercado futuro. A variação que significa aumento na base, ou seja, a
contrato, chega-se ao ponto em que a diferença entre o preço à vista e o futuro reflete tão-
69
somente os custo de transporte entre as diferenças de localidades de origem da transação e os
Para que haja hedge perfeito, o valor da base deverá ser o mesmo da data de
contratação quando do seu encerramento. Vale mencionar que isso dificilmente ocorre porque
comercialização – de acordo com Jeffrey Williams, bem como elas são variáveis que
beneficiados.
movem em direções quase semelhantes. Na verdade, esse movimento, além de não ser
simultâneo, não ocorre com igual intensidade. Toda vez que os movimentos são imprevistos
com que nem sempre se movam na mesma direção e proporção. Segundo Marques & Mello
(1999), isso cria a possibilidade de perdas para especuladores, investidores e até hedgers.
Hull (1996) entende que quando uma operação de hedge se inicia no instante t1 e é
70
B2= p2- f2 (4. 5)
do mercado a vista, ou seja, p2, o lucro ou prejuízo da posição futura será dado pela diferença
entre f1 - f2. De acordo com Hull (1996), o preço efetivo que o contratante pagará ou receberá
p = p2 + f1 - f2 (4. 6)
p = f1+ b2 (4. 7)
base, uma vez que f1, é conhecido no instante t1, mas b2, não. Hull (1996) destaca que se b2
Portanto, não existe operação perfeita, com rara coincidência, em função do risco de
enfraquecimento da base, ou seja, a diferença entre o preço a vista e o preço futuro com
aumento, significa que os preços a vista estão declinando em função do alargamento da base.
Por isso, quanto menor for o risco de base, maior será a utilidade dos contratos futuros como
hedgers.
demais praças que se pretende comparar, adotar-se-á o critério a seguir: Como o valor da base
a ser considerado é obtido pela diferença entre o preço spot e o preço futuro, tem-se que:
71
BtT = Pst – FtT
dos anos de 2000 a 2005, levou em conta, para efeito de cálculo, a média mensal dos preços
O risco de base foi calculado tomando-se o desvio padrão das bases encontradas, de
0,5
RB = ∑(BtT – MB)²
i=1
n-1
Onde:
futuros normalmente convergem para uma base histórica. Nesse contexto, baseando-se na
hipótese de que os preços a vista e futuros tendem a encontrarem-se no período que antecede
72
seriam explicadas exclusivamente pelo risco de base. Mantidas as devidas proporções,
buscou–se na diferença das médias mensais do período o risco médio da base ou o risco de
contratos é de grande interesse para o mercado e para os seus usuários devido ao impacto que
o caso da soja. Numa outra linha, se os operadores ou agentes possuem conhecimento dos
valores históricos de base para as regiões e localidades (base geográfica), pode, em função das
desenvolvida por Harry Markowitz (1952) foi concebida por meio da seleção e combinação
considerado como um conjunto pode maximizar os ganhos, ainda que submetidos a um certo
nível de risco total. Conseqüentemente, esse mesmo conjunto também minimiza a totalidade
Segundo Leuthold et. al. (1989), para qualquer conjunto de investimentos, variando
num percentual, cada investimento individual no portfolio de 0 a 100 gera infinitos números
de resultados no âmbito dos portfolios. Esses portfolios podem e devem ser ranqueados pelos
resultados de seus retornos ou rendimentos médios e pelos riscos a que estão submetidos
(variância ou covariância). Para cada nível de risco, o portfolio com maior retorno controla as
73
demais classes de risco. Caso contrário, a classe de retornos com riscos baixos controlam
domínio gera uma curva conhecida como fronteira ativa ou fronteira – eficiência (E-V eficient
eficiência (E-V). A mencionada curva ocorre em função dos efeitos entre a multiplicidade de
ativos.
positiva para reduzir o risco do portfolio de modo a não sacrificar qualquer outro retorno da
carteira. Em geral, quanto maior ou menor a correlação dos ativos em um portfolio, maior ou
74
De modo a ilustrar melhor o princípio da diversificação, considera-se um portfolio de
dois ativos A e B com uma expectativa de retornos de E (MRA) e E(MRB) e o desvio padrão σA
e σB, respectivamente. A covariância da expectativa de retornos será designada como σAB. Por
proporção investida em um ativo. Logo, isso pode ser reescrito como: XB = 1 – XÁ.
O desvio padrão ou o risco de retornos neste portfolio pode ser escrito da seguinte
maneira:
σp = ( X²A σ²A + (1 – XA)² σ²B + 2 XA. (1 – XA) rAB σA σB)½ (4. 10)
duas situações, uma quando a correlação é perfeitamente positiva rAB = +1, e outra quando a
75
Assim, quando rAB = 1, essa é uma situação onde os preços a vista e os preços futuros
espaço de risco e retornos. Já no caso oposto, rAB = - 1, é caracterizada uma situação onde o
empreendedor está comprado (long) no mercado a vista e vendido (short) no mercado futuro,
seguinte hipótese: é sempre possível que a combinação de dois ativos tenha menor risco do
devem ser assumidos de modo que os riscos possam ser minimizados, conforme dispõe o
pode-se conhecer melhor como a variância da combinação desses ativos pode ser mínima para
maximizada para cada nível de variância. Os ativos cuja variância ficam abaixo da curva da
fronteira da eficiência são aqueles mais próximos de rAB = - 1. Aqueles que se encontram
sobre a curva da fronteira da eficiência, dadas as suas restrições, devem ser mais avaliados
função de utilidade do hedge, portanto o hedge ótimo, imagine-se que dois empreendedores
76
A discussão da função utilidade, preferência de riscos e portfolios expressadas pelas
à maximização de expectativa de retornos ajustados aos riscos (contando apenas com os dois
Isso significa que para minimizar o risco, o produtor deve utilizar contratos futuros
como forma de diversificar o seu portfolio de dois ativos (no mercado a vista e no mercado de
futuros).
Pode-se ainda escrever essa fórmula em termos mais comuns, tais como:
portfolio. Dessa forma, todos os ativos possuem um risco e retornos correspondentes. Aqueles
portfolios. Dados alguns valores para o coeficiente de aversão a risco, é possível achar-se a
77
Na verdade, segundo Leuthold et. ali., o hedge ótimo é o nível de posições futuras
relativamente à posição a vista, resultando na melhor utilidade relativa aos retornos e riscos
mercado de futuros, é:
Onde:
expressão seguinte:
Os quais dentro da estrutura dos dois ativos podem ser escritos da seguinte maneira:
XsE(MRs) + Xf E(MRf) - λ/2 (X²s σ²s + X²f σ²f + 2 Xs Xf σsf ) (4. 16)
78
Normalmente, diante da posição a vista deve-se buscar a determinação da medida
ótima de posição futura, Xf . A literatura assume que as posições a vista e futura são iguais
em tamanho, mas opostas no mercado. Posições iguais nos dois mercados são apropriadas
variâncias iguais, o que não é o caso de produtos agrícolas, como a soja, em função dos custos
Quando a posição a vista Xs é dada, a posição ótima futura, Xf , pode ser expressa
como:
λ/2 σ² f σ² f
A fórmula para o hedge ótimo pode ser encontrada tomando a primeira derivada da
expectativa da função utilidade em relação à posição futura Xf. Igualando a zero, a equação (4.
Max E(U) = XsE(MRs) + Xf E(MRf) - λ/2 (X²s σ²s + X²f σ²f + 2 Xs Xf σsf ) (4. 18)
Isso pode ser reescrito como (assumindo Max E(U) = Max Z):
Max Z= Xs(E(MS1) – S0) + Xf (E(MF1) – F0) - λ/2 (X²s σ²s + X²f σ²f + 2 Xs Xf σsf ) (3. 19)
Xf = E(MF1) – F0 – Xs σs f
λ/2 σ² f σ² f
Essa expressão foi estudada por R.W. Anderson e J.P. Danthine, em Hedging and
Joint Production, Journal of Finance (1980), de forma a que se pudesse melhor analisar os
79
seus componentes. Anderson & Danthine separaram a expressão demonstrando que se tratava
λ/2 σ² f
O segundo H1, também conhecido como hedge puro ou coeficiente de hedge, onde r
H2 = – Xs σs f = – Xs r σs f (4. 22)
σ² f σ² f
Dessa forma, a razão de hedge ótima pode ser entendida como uma proporção de
Portfolio.
relativa. O produtor deve contabilizar o volume da posição a vista e indicar a quantidade a ser
hedgeada. A forma relativa assume que uma posição a vista deve ser igual à unidade de valor
componente de hedge ótimo numa posição hedgeada consiste em tomar a posição oposta no
Xf = – Xs σs f
σ² f
Dessa forma, a segunda derivada, 2 σ² f, será positiva. O cálculo do nível ótimo é o
mínimo.
b* = σs f / σ² f (4. 24)
∆ St = α + β ∆ Ft (4. 25)
mudanças de preços a vista em relação aos preços futuros dá o componente de puro hedge,
Quanto mais elevada a correlação entre os dois preços, mais próximo de 1 estará o
minimização de risco é usualmente menor do que 1, mas pode ser maior. Normalmente, os
preços a vista e futuros não são perfeitamente correlacionados devido às mudanças de base
81
provenientes da localização geográfica, qualidade e tempo de maturidade do vencimento do
De acordo com Leuthold et. al., o conceito de coeficiente de hedge foi desenvolvido
Essa abordagem, normalmente usada na literatura, representa uma posição para quem deseja
risco e os rendimentos, como notado por meio do coeficiente de aversão a risco λ. Dessa
forma, o coeficiente de hedge ou componente de puro hedge pode ser determinado sem que se
regressão podem, também, mostrar o quanto efetivo é o hedge. Desde de que b* não seja
necessariamente igual a 1, a redução de risco alcançada pelo modelo do portfolio não será
mudanças dos preços a vista. Ao invés disso, a efetividade do hedge será medida pela
variância de retornos de uma posição hedgeada. Isso é, o mínimo risco obtido é a variância do
portfolio quando b = b*. A medida de efetividade do hedge, E*, é assim definida como um
82
Var (R*) = σ²s σ²s f (4. 27)
σ² f
Substituindo os campos da equação 27 dentro da equação 26, tem-se que:
E* = σ²s f ___
σ² s σ² f
regressão expressa na equação (25). Dessa forma, a efetividade no hedge refere-se à redução
83
3.9.4 O componente especulativo
preços futuros E(MF1) iguala-se aos preços futuros correntes F0, então H1, é nulo. Sem uma
antecipação de que os preços futuros mover-se-ão fora do nível de preços correntes, não
haverá ganho especulativo, então o componente de especulação será 0. Segundo, com alta
qualquer uma dessas circunstâncias, a posição ótima de hedge X*f será igual ao coeficiente de
especulativos esperados no mercado futuro, E(MF1) - F0, uma função inversa da volatilidade
dos preços futuros, Var (F), e, finalmente, a função inversa do coeficiente de aversão a risco
ganho especulativo, maior o valor de H1. Isso neutraliza a negatividade de H1, reduzindo o
volume ou o tamanho do hedge ótimo na posição vendida (short), como esperado. Contudo, o
sistemáticas de obtenção de boas previsões. Se os preços futuros são uma pura expectativa do
que serão os preços futuros e à vista, os preços futuros provavelmente não tenham um padrão
84
Finalmente, o componente especulativo é inversamente relacionado com o grau de
gerenciamento de aversão a risco. Assim, quando λ aumenta, refletindo mais aversão a risco,
componente de hedge, colocando mais peso em H2, para o hedge com aversão a risco. Ou
seja, quando a aversão de risco aumenta e desde que H1 e H2 se encontrem com sinais
Além disso, quanto menor o coeficiente de aversão a risco, mais distante fica o
componente especulativo carrega relativamente mais peso. Assim, o hedge ótimo será a soma
dos dois componentes H1 e H2. Eles podem trabalhar em direções semelhantes ou opostas.
destacar a contribuição dada por John Hull (1994). Esse autor propôs que a razão ótima de
hedge pode ser estimada por meio de uma regressão de Mínimos Quadrados Ordinários do
preço à vista contra o preço futuro no tempo. Hull (1994) afirma que a razão de hedging é a
objetivo do hedger for minimizar risco, não será necessariamente ideal estabelecer a razão de
hedging em 1,0.
hedge;
hedge;
85
σS : desvio padrão de ∆S;
σF : desvio padrão de ∆F;
ρ : coeficiente de correlação entre ∆S e ∆F;
h : razão de hedging.
∆S - h∆F
h∆F -∆S
De modo que:
∂v = 2hσ²F - 2ρσS σF
∂h
Tomando isso igual a zero e observando que a2v/ah2 é positivo, será visto que o
∆F pela razão entre o desvio padrão de ∆S e o desvio padrão de e ∆F. A variância do valor da
que, nesse caso, o preço futuro reflete o preço a vista com perfeição. Se p = 1 e σF = 2 σS, a
86
razão de hedging ótima, h, é 0,5, resultado também esperado, visto que, nesse caso, a variação
87
4 COMO OS PRODUTORES PODEM GERENCIAR OS SEUS RISCOS
presente trabalho, far-se-á uma incursão sobre algumas características dos contratos de futuros
passado, eram quase que exclusivamente comercializados por meio da equivalência de preços
contratos em outros ativos como as taxas de juros, taxa de câmbio, índices de preços e
resultados de safras.
Um primeiro uso de futuros envolve trocas de uma empresa que deseja minorar seus
riscos (o hedger) para uma parte que aceitará o risco em troca de um lucro esperado (o
suas carteiras de ativos e, de maneira oportuna, estabilizar correlações de interesses para suas
carteiras.
88
(ou no caso de determinada troca, uma equivalência em dinheiro). A comercialização agrícola
de Nova York, etc. No Brasil, a Bolsa Mercantil e de Futuros – BM&F, vem tentando sem
sucesso colocar no mercado o contrato futuro de soja, cujas características estão disponíveis
no site www.bmf.com.br.
janeiro, comercializado na Bolsa de Chicago, por exemplo, especifica lotes de 5,000 bushels
(aproximadamente 136t) e também os mini contratos de 2500 bushels, para soja no padrão e
no período de entrega, que, normalmente, opera-se para os meses de janeiro, março, maio,
junho, julho, agosto, setembro e novembro. No caso da BM&F, os contratos passaram para
450 sacas de 60kg ou 27 toneladas, em 2003. Anteriormente eram de 100 toneladas. Tanto em
uma bolsa como na outra, eventualmente, ocorre de se operar nos demais meses do ano em
função da demanda por tais papéis. Vale mencionar que desde março de 2005, a CBOT vem
operando via BM&F alguns contratos para a soja sul-americana. Em função dos problemas
com os portos do Golfo, devido ao “Catrina”, a soja brasileira vem obtendo um prêmio acima
da soja norte-americana (vide Graf. 4.1) propiciando, dessa forma, ganhos para os operadores
89
SOJA GRÃO
EVOLUÇÃO COTAÇÃO
18,00
17,00
16,00
15,00
US$/60Kg
14,00
13,00
12,00
11,00
23/5
28/5
2/6
7/6
12/6
17/6
22/6
27/6
2/7
7/7
12/7
17/7
22/7
27/7
1/8
6/8
11/8
16/8
21/8
26/8
31/8
5/9
10/9
15/9
20/9
25/9
30/9
5/10
10/10
15/10
20/10
25/10
30/10
4/11
9/11
14/11
19/11
24/11
29/11
4/12
9/12
FONTE: CBOT
ELAB: CONAB Sul-America CBOT
principais produtos tais como, soja, milho, trigo, algodão etc., animais em carcaças e vivos
(gado vivo, gado estabulado, porcos vivos, carne e miúdos de porco), açúcar e congelados
recentemente, na CBOT, também foram introduzidos os contratos de futuros para arroz, carne
de boi sem osso, uréia e nitratos, fosfatos (insumos) e derivados de leite, etc.
contratuais é uma função-chave das bolsas onde ocorrem a comercialização, e a garantia dos
vencimento ou tempo de entrega, com cada parte da transação vendendo (ou comprando) um
contrato de futuros de maneira oposta à transação inicial. Por exemplo, se um produtor (por
90
intermédio de uma corretora opera uma transação em uma Bolsa, BM&F ou Chicago) vende
um contrato de soja com vencimento em maio para entregar em dezembro, a sua posição pode
ser compensada comprando um contrato de soja de dezembro a qualquer tempo, antes do fim
(HIERONYMUS, 1977). Para a maioria dos hedgers, essas operações compensam porque
fazem ou tomam preços nos mercados de futuros uma vez que seria mais caro entregar o
entrega e o pagamento não são requeridos até a maturidade do contrato. Porém, exige-se
tanto dos compradores quanto dos vendedores fazerem os depósitos de margens, com os seus
Pelo fato de o depósito de margem ser pequeno (tipicamente 5 a10 por cento do valor
mercado. As Bolsas fixam margens mínimas por contrato, que podem ser elevadas por
corretores para proverem a proteção que eles julgam necessária. O exemplo da CBOT,
compromisso. Com 10 por cento de margem, o produtor tem que depositar algo em torno de
US$1,000 (atualmente a CBOT exige, inicialmente, US$ 850,00 para hedgers e US$ 1.114,00
91
contrato é de apenas 27t, conseqüentemente, a margem gira em torno de R$ 800,00
C o m p ra d o V e n d id o
F U T - S O J - S O JA N O V A m a r/0 6 8 0 8 ,7 8 8 0 8 ,7 8
F U T - S O J - S O JA N O V A a b r/0 6 7 8 4 ,9 1 7 8 4 ,9 1
F U T - S O J - S O JA N O V A m a i/ 0 6 7 8 1 ,9 3 7 8 1 ,9 3
F U T - S O J - S O JA N O V A ju n / 0 6 7 9 5 ,6 7 7 9 5 ,6 7
F U T - S O J - S O JA N O V A ju l/ 0 6 7 9 6 ,8 6 7 9 6 ,8 6
F U T - S O J - S O JA N O V A a g o /0 6 8 1 4 ,7 8 8 1 4 ,7 8
F U T - S O J - S O JA N O V A se t/0 6 8 1 7 ,7 3 8 1 7 ,7 3
comprador; por exemplo, baixou para US$5.90 por bushel. Quando acontece uma chamada de
margem, o produtor tem que depositar a diferença para recompor o valor da margem junto a
commodities nos ponto de entrega, o preço local, confrontado pelos produtores, normalmente
varia nas cotações dos contratos futuros, em um determinado local, no padrão estipulado, e
as variações nos preços das variáveis que influenciam a base ou o próprio valor da
92
Assim, hedgear ajuda a proteger o negócio de mudanças em níveis de preço. Os
produtores podem escolher as seguintes situações para efetuar uma operação de hedge:
vendida de hedge. Isso envolve a venda de contratos futuros, assim como a colheita ou a
armazenamento e resgatando-o quando o físico/ commodity for vendido. Perdas (ou ganhos)
por meio de ganhos (perdas) no valor da posição em futuros para o dono da commodity, com
esperadas por meio de venda de posições – short hedge. Isso geralmente envolve a venda de
até que o produto, objeto do negócio, esteja pronto para ser entregue ou comercializado,
momento em que se muda de posição no mercado comprando futuros, uma vez vendida a
tendem a ser compensadas por meio de ganhos (perdas) no valor da variação dos contratos
antecipar suas compras de insumos para o plantio ou para um rebanho para se protegerem de
aumentos de preço e por algum tempo fazerem hedge. Isso implica na aquisição de contratos
93
que respondam por variação semelhante nos preços dos insumos para a produção de soja, ou
proceder numa compra antecipada de insumos com vistas à próxima safra, antecipando-se à
contribuir para a elevação dos custos de produção. Portanto, aumentos (declínios) no custo de
em parte por ganhos (perdas) no valor das posições em futuros, deixando o produtor com,
confrontando-se com o risco de base, com o custo de carregamento, com risco cambial e com
Uma alternativa para se gerenciar riscos seria via contratos de opção. No entanto, a
uma posição de futuros em um preço especificado antes de uma data marcada. O valor de uma
opção reflete o retorno esperado de exercer esse direito antes que se expire o disposto na
opção, poder-se-á realizar lucro exercendo ou vendendo a opção a um preço mais alto que o
desfavorável, então a opção perderá o sentido de valor e expirar-se-á no tempo (vira pó, na
94
terminologia do mercado). As opções fornecem proteção contra movimentos de preço
preço à vista ou spot. Nesse senso, as opções fornecem proteção contra eventos
hedger em um contrato de opções tem que pagar um prêmio, como se estivesse pagando por
um seguro.
mercados futuros. As opções que dão o direito para se vender contratos futuros são
conhecidas como put, enquanto opções que dão o direito para comprar um contrato de futuros
O preço ao qual o contrato de futuro que se vincula à opção pode ser comprado (para
uma opção de call) ou vendido (para uma opção put) é chamado de preço de exercício ou
strike. Como exemplo, considerando uma operação com soja na CBOT, suponha-se que um
produtor de soja compre uma opção de venda put que tem um preço de strike de $6.00 por
bushel. Se os preços de futuros moverem-se para $5.80, a opção pode ser exercida para a
realização de lucro de $0.20 ($6.00-$5.80), menos o prêmio pago pela opção. Se o preço à
vista da safra colhida for de $5.70 por bushel, o retorno do produtor será de $5.90 por bushel
95
5 RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
aqueles vencíveis em maio e agosto durante o período em análise, janeiro de 2000 a dezembro
de 2005. De acordo com a literatura, a base possui uma função fundamental para o processo
decisório no âmbito dos operadores de mercado ou dos agentes, produtores e indústria, que
localidades no momento de entrar no mercado, ou fazer uma operação junto à bolsa de futuro
nessas operações de hedge, seja para a firma de produção agrícola, seja para a indústria.
das bases encontradas das diferenças dos 4 meses que antecederam o mês de vencimento de
cada contrato, para os contratos vencíveis em maio. No caso dos contratos vencíveis em
96
agosto, considerou-se o período de 7 meses que antecederam o mês de vencimento de cada
contrato, respectivamente.
Na Tab. 5.1, podem ser observados os valores das médias para os contratos futuros
de soja com vencimento em maio, na CBOT, de acordo com as localidades do Centro Norte
de Illinois – EUA, Paranaguá – PR, Lucas do Rio Verde e Sinop, no Mato Grosso,
considerando o período entre 2000 e 2005. O valor da base média do período em análise, de
acordo com cada localidade, foi negativo. Isso significa que, em média, os preços praticados
nessas localidades são menores do que aqueles cotados na CBOT (tomando-se a CBOT como
97
Tabela 5.1 – Valores da Base Média com Vencimento em Maio
Base Média - Maio
Período Illinois Paranaguá Lucas Sinop
Grãos US$/sc 60kg
2000 01 -0,37 0,47 -1,86 -1,96
2000 02 -0,41 -0,04 -2,55 -2,65
2000 03 -0,43 -0,89 -3,46 -3,56
2000 04 -0,89 -1,40 -3,98 -4,08
2000 05 -0,41 -1,32 -3,85 -3,95
2001 01 -0,07 -0,03 -2,05 -2,15
2001 02 -0,12 -0,81 -3,09 -3,19
2001 03 0,04 -1,48 -3,56 -3,66
2001 04 -0,01 -1,17 -3,19 -3,29
2001 05 0,02 -1,46 -3,30 -3,40
2002 01 -0,06 0,95 -0,93 -1,03
2002 02 -0,04 -0,09 -2,38 -2,48
2002 03 -0,24 -0,76 -3,08 -3,18
2002 04 -0,18 -0,68 -2,72 -2,82
2002 05 -0,10 -0,35 -2,09 -2,19
2003 01 -0,17 -0,98 -1,81 -1,91
2003 02 -0,06 -0,38 -2,94 -3,04
2003 03 0,02 -0,46 -3,13 -3,23
2003 04 -0,14 -0,22 -2,78 -2,88
2003 05 -0,42 -1,25 -3,59 -3,69
2004 01 -1,98 -2,07 -4,82 -4,92
2004 02 -0,54 -3,28 -6,76 -6,86
2004 03 -1,09 -3,96 -7,40 -7,50
2004 04 -0,84 -3,95 -6,65 -6,75
2004 05 -0,24 -4,63 -7,01 -7,11
2005 01 1,03 1,81 -1,50 -1,60
2005 02 0,51 0,46 -3,36 -3,46
2005 03 0,67 2,16 -2,04 -2,14
2005 04 -0,06 0,93 -3,35 -3,45
2005 05 -0,02 0,18 -3,93 -4,03
Base Média -0,22 -0,82 -3,44 -3,54
Risco de Base (σ) 0,54 1,58 1,63 1,63
nte: Resultado da Pesquisa
Na Tab. 5.2, observa-se uma situação semelhante sob o ponto de vista de se calcular
a média geral das bases, porém com horizontes temporais diferentes, 7 meses antes do
98
Tabela 5.2 – Base Média com Vencimento em Agosto
Base Média - Agosto
Período Illinois Paranaguá Lucas Sinop
Grãos US$/sc 60kg
2000 01 -0,37 0,47 -1,86 -1,96
2000 02 -0,41 -0,04 -2,55 -2,65
2000 03 -0,43 -0,89 -3,46 -3,56
2000 04 -0,89 -1,40 -3,98 -4,08
2000 05 -0,41 -1,32 -3,85 -3,95
2000 06 -0,24 -0,79 -3,34 -3,44
2000 07 0,08 -0,07 -2,61 -2,71
2000 08 -0,11 -0,09 -2,56 -2,66
2001 01 -0,07 -0,03 -2,05 -2,15
2001 02 -0,12 -0,81 -3,09 -3,19
2001 03 0,04 -1,48 -3,56 -3,66
2001 04 -0,01 -1,17 -3,19 -3,29
2001 05 0,02 -1,46 -3,30 -3,40
2001 06 -0,10 -0,45 -2,39 -2,49
2001 07 -0,37 -0,33 -2,25 -2,35
2001 08 -0,08 0,09 -1,79 -1,89
2002 01 -0,06 0,95 -0,93 -1,03
2002 02 -0,04 -0,09 -2,38 -2,48
2002 03 -0,24 -0,76 -3,08 -3,18
2002 04 -0,18 -0,68 -2,72 -2,82
2002 05 -0,10 -0,35 -2,09 -2,19
2002 06 -0,12 -0,72 -2,46 -2,56
2002 07 -0,40 -2,79 -4,35 -4,45
2002 08 0,14 -0,20 -2,01 -2,11
2003 01 -0,17 -0,98 -1,81 -1,91
2003 02 -0,06 -0,38 -2,94 -3,04
2003 03 0,02 -0,46 -3,13 -3,23
2003 04 -0,14 -0,22 -2,78 -2,88
2003 05 -0,42 -1,25 -3,59 -3,69
2003 06 -0,12 -0,70 -3,03 -3,13
2003 07 0,22 -0,58 -2,75 -2,85
2003 08 0,00 0,03 -2,23 -2,33
2004 01 -1,98 -2,07 -4,82 -4,92
2004 02 -0,54 -3,28 -6,76 -6,86
2004 03 -1,09 -3,96 -7,40 -7,50
2004 04 -0,84 -3,95 -6,65 -6,75
2004 05 -0,24 -4,63 -7,01 -7,11
2004 06 0,61 -4,51 -6,56 -6,66
2004 07 1,47 -3,40 -5,58 -5,68
2004 08 0,78 0,09 -2,61 -2,71
2005 01 1,03 1,81 -1,50 -1,60
2005 02 0,51 0,46 -3,36 -3,46
2005 03 0,67 2,16 -2,04 -2,14
2005 04 -0,06 0,93 -3,35 -3,45
2005 05 -0,02 0,18 -3,93 -4,03
2005 06 -0,51 0,04 -4,23 -4,33
2005 07 -0,34 -0,36 -4,62 -4,72
2005 08 0,14 1,06 -0,45 -0,55
Base Média -0,12 -0,80 -3,31 -3,41
Risco de Base (σ) 0,53 1,50 1,56 1,56
nte: Resultado de Pesquisa
Jeffrey Williams (1986) apresentados nas figuras 5.1 e 5.2 a partir da localidade de Sinop, no
Mato Grosso.
99
As Fig. 5.1 e 5.2. exibem dois exemplos de base para a formação do preço no
período de 2004 e 2005. Os componentes por trás das bases são estruturas hipotéticas de
preços para a soja a ser entregue em Sinop comparado à entrega futura de soja em Paranaguá6.
Figura 5.1 – Base para a soja em Sinop – R$/sc 60kg (spot janeiro /futuro maio de 2004)
6
O exemplo original de J.Williams propôs uma trajetória de Peoria para Chicago em “A função econômica dos
mercados futuros”, 1986.
100
Bases para a soja sc/60kg em Sinop (janeiro 2005)
R$15,32 abaixo do Contrato para Maio entrega em Paranaguá
- R$2,35
¾ PEI + (PT + PA) + PCC - PUC = PEF Encargos de uso
26,13 + ( 13,81+2,91) + 0,95 - 2,35 = 41,45
R$ 1,39
R$41,40 R$0,06 R$41,46 Taxas de armazenamento
X X
A caminho de Paranaguá Taxa de recepção p/ R$0,95 R$41,45
No Silo X
Certificado de Despesas de juros
Classificação
R$13,81 Frete p/ paranaguá da soja em Futuro
Paranaguá (Entrega em Maio)
R$ 26,13 R$27,59
X 0,78 R$26,91
X 0,68 X
Taxa de desembarque Diferença = 8,05
Limpeza e secagem
N.2 F.O.B.
Contrato N.3/maio Soja em em Sinop/MT
soja para entrega Sinop/MT
imediata (janeiro) Adaptado do exemplo dado por J.
em Sinop/MT, Williams em “ A Função
Brasil Econômica dos Mercados Futuros”
Figura 5.2 – Base para a soja em Sinop – R$/sc 60kg (spot janeiro /futuro maio de 2004)
Na verdade, o que está implícito é a diferença que se aplica em função dos gastos
Dessa forma, a base média para cada contrato no período analisado foi obtida
tomando-se a média total do período, conforme apresentado na Tab. 5.3 – Preços Spot no
especificidades dos contratos vencíveis em maio e agosto, mas serve para que se tenha um
referencial do papel da base em relação à formação dos preços futuros, de acordo com Hull
101
Tabela 5.3 – Participação do Risco de Base nos Preços Spot no Período 2000 a 2005
Preços Spot no Período de 2000 a 2005
Caracteristicas Illinois Paranaguá Lucas Sinop
Preço médio no
mercado físico 12,52 12,37 9,96 9,86
(U$/60 kg)(a)
Risco de Base (b) 0,56 1,50 1,65 1,65
Risco em relação
ao preço médio 4,46% 12,16% 16,59% 16,76%
(%) b/a
Fonte: Resultado da Pesquisa.
Já na Tab. 5.4, os cálculos foram procedidos tomando-se a média mensal das últimas
convergência entre preços spot e futuros, admitindo-se, portanto, que a base convirja para o
seu valor histórico, de acordo com cada localidade, em função dos custos de transporte da
soja, do custo de uso do dinheiro e das taxas de processamento (entrada e saída do armazém),
Tabela 5.4 – Participação do Risco de Base nos Preços Spot – C. F. Maio no Período
2000 a 2005
Preços Spot no Período de Maturidade - Maio
Caracteristicas Illinois Paranaguá Lucas Sinop
Preço médio no mercado físico (U$/60 kg)(a) 12,67 12,07 9,45 9,35
Risco em relação ao preço médio (%) b/a 4,23% 13,11% 17,24% 17,43%
tomando-se a média mensal das últimas 7 bases de cotações no mercado físico (spot) e futuros
procedimento anterior, admite-se, portanto, que a base convirja para o seu valor histórico, de
102
acordo com cada localidade, em função dos custos de transporte da soja, do custo de uso do
dinheiro e das taxas de processamento (entrada e saída do armazém), caso fosse necessária a
Tabela 5.5 – Participação do Risco de Base nos Preços Spot – C. F. Agosto no Período
2000 a 2005
Preços Spot no Período de Maturidade - Agosto
Caracteristicas Illinois Paranaguá Lucas Sinop
Preço médio no mercado físico (U$/60 kg)(a) 12,79 12,11 9,59 9,49
Risco em relação ao preço médio (%) b/a 4,14% 12,38% 16,29% 16,46%
portfolio, o hedger tenta minimizar o risco de suas posições à vista e futura, a partir de uma
minimizam o risco total, de acordo com o retorno esperado. A teoria do portfolio admite que
os mercados sejam formados por agentes que objetivam maximizar a riqueza, minimizando o
práticos, a proporção da posição à vista que deve ser assumida em posições opostas em
como as séries de preços spot nas diferentes localidades e de preços futuro da soja na CBOT,
Quando estão sofrendo mudanças, implica o processo denominado não estocástico, sendo
103
difícil o delineamento de seu comportamento. De outra forma, a série será estacionaria e
poderá ser modelada por uma equação de coeficientes fixos, estimados a partir de dados
passados.
A estacionariedade das séries pode ser disposta por meio do teste da raiz unitária da
série de tempo. Os testes de Dickey & Fuller (1979 e 1981) utilizam para uma série Yt,
Formalmente, tem-se:
a) Yt = ρ Yt-1 + Ut (6.2.1)
b) Yt = α + ρ Yt-1 + Vt (6.2.2)
c) Yt = β + δT + ρ Yt-1 + St (6.2.3)
Nessas equações, os termos Ut, Vt e St são ruídos brancos que têm, portanto, média
Yt = Ut (6.2.4)
Yt = α + Vt (6.2.5)
Yt = β + δT + St (6.2.6)
Isso significa que Yt segue um passeio aleatório e, como tal, não depende de nenhuma
104
Matos lembra que, desse modo, no modelo convencional do tipo Yt = β0 + β1X1t + β2
X2t + ... + βk Xkt + U t, pode-se formular a hipótese nula de que todos os parâmetros βi são
iguais a zero, isto é, β1 = β2=...= βk = 0. No entanto, para que isso ocorra, é preciso que a
série Yt não seja um passeio aleatório, pois, caso contrário, tal hipótese não pode se verdadeira
e os testes sobre ela não serão apropriados (GRANGER & NEWBOLD, 1979, p. 114, apud
MATOS, 2000).
Esses autores mostraram, por meio de simulações, que, se uma variável dependente
respectivas equações de regressão, variáveis que, de fato, não deveriam, por alguma razão, ser
incluídas, então será regra e não exceção que obterão relações espúrias. Assim, elevados
podem não ser indicações para a verdadeira relação. Nessas circunstâncias, a correção da
autocorrelação serial, qualquer que seja o método utilizado, suaviza o problema, mas a dúvida
Portanto, as séries de tempo não estacionárias geram resultados espúrios, mas podem
ser transformadas em estacionária por meio do uso de diferenças. Assim, uma série é não
estacionária se possui raiz unitária, ou seja, quando a hipótese de ρ = 1, nos modelos (6.2.1 a
6.2.3), for aceita. As hipóteses pertinentes podem ser formuladas como se segue:
desses modelos não se comportam segundo uma distribuição t, como ocorre normalmente em
análise de regressão. Dikey & Fuller tabularam, com base em simulações de Monte Carlo,
105
valores críticos de uma nova distribuição, denominada distribuição τ (tau) para as três
especificações alternativas.
(6.2.1 a 6.2.3) podem ser transformados mediante a subtração de Yt-1 de cada equação,
obtendo-se:
Onde:
∆Yt = Yt – Yt-1 e γ = ρ – 1.
Nesse caso, a partir da estimação, a hipótese a ser testada é γ = 0 contra 0 < γ < 0.
Como γ > 0 implica ρ > 1, e, portanto, significa crescimento explosivo da série, as hipóteses
A Tab. 5.6 apresenta o resultado do teste de raiz unitária para as séries de preços
106
Conforme os resultados da tabela acima, as séries temporais de preços são não
estacionárias, uma vez que não rejeita a hipótese nula de existência de raiz unitária. Essa
situação ocorre sempre que a estatística τ observada for menor (em módulo) do que a
A Tab. 5.7 apresenta o resultado do teste de raiz unitária para as séries de preços
mensais em primeira diferença futuro e spot no período entre janeiro de 2000 e dezembro de
2005.
preços, pode-se aplicar a primeira diferença uma ou mais vezes de modo a encontrar uma
nova série estacionária. Uma vez encontrada as séries estacionárias, pelo referido teste,
procede-se a estimação da razão ótima de hedge pelo método dos mínimos quadrados
hedge ótima. Dessa forma, a estimação da razão de hedge ótima para as regiões em análise e
ou estimação de uma regressão que contemple a primeira diferença dos preços spot, ou à
agosto (7 meses) dos anos de 2000 a 2005, buscou-se calcular o hedge ótimo para as praças da
107
região em análise, independentemente dos vencimentos dos contratos. Para efeito de cálculo,
considerou-se para os preços futuros da CBOT a média mensal para a primeira entrega, assim
como para a região em análise e para as praças de Centro Norte de Illinois, nos EUA; em
contrato futuro para maio como a cotação de fechamento mais próxima da data de colheita da
região, uma vez que os contratos de março não atenderiam àqueles que colhem até fevereiro.
mercado futuro também são cotados diariamente, a série mensal para o cálculo da razão de
hedge ótima foi obtida por meio da média aritmética das cotações observadas mensalmente.
agrícolas das regiões em análise devem buscar proteção contra riscos de preço, assumindo
108
região de Centro Norte de Illinois, EUA; 63% para Paranaguá, PR; e 58% para Lucas do Rio
Verde e Sinop, no Mato Grosso, de modo a obterem a mínima variância da carteira (portfolio)
quando cotejada com a carteira total, formada pelas posições de mercado físico e futuro.
proporção de utilização dos contratos de futuros ao longo do período. De acordo com a tabela
5.9, com exceção da região do Centro Norte de Illinois – EUA, cuja efetividade da razão de
mínima variância foi da ordem de 77%, as demais localidades de Paranaguá – PR, com 29%,
Lucas do Rio Verde e Sinop – Mato Grosso, com apenas 27%. Em termos de redução de
risco, essa efetividade é considerada baixa, o que demonstra o desinteresse pelo uso do
seria que a efetividade fosse no mínimo acima de 50%, de modo a que se possa melhor
formou, com exceção de 2001 e 2004, a situação comumente conhecida como contango, de
positivo dos preços ao longo do período em análise. Isso explica, em parte, a questão da
influência do risco de base sobre as operações de hedge no mercado de futuros. No Graf. 6.2 –
evolução dos preços futuros na CBOT com vencimentos em maio, pode-se perceber que o
dos preços futuros em função da base. Nesse caso, especificamente no âmbito das localidades
109
25,00
P re ç o F uturo na C B OT
P re ç o s S po t M é dia Illino is
P re ç o s S po t M é dia P a ra na guá
20,00
P re ç o s S po t M é dia Luc a s
P re ç o s S po t M é dia S ino p
15,00
10,00
5,00
0,00
P e río do
Fonte: Conab e CBOT
Gráfico 5.1 – Evolução dos Preços Futuros na CBOT com Vencimentos em Maio – 2000
a 2005
hedge na região Centro Norte de Illinois, para o período janeiro a maio de 2000 a 2005,
alcançou 76% com uma efetividade na ordem de 66% disposta pelo coeficiente R². Já no que
se refere às praças de Paranaguá, Lucas e Sinop, o coeficiente de hedge ótimo para o período
em análise foi de 98% e 94%, com efetividade de 47%, respectivamente, conforme a Tab. 5.9.
Tabela 5.9 – Coeficiente de Hedge Ótimo para os Contratos de Maio – 2000 a 2005
Coeficiente de hedge ótimo
Localidades R²
considerando o período Jan/maio
Centro Norte de Illinois 0,76 0,66
situações importantes diante dos resultados. Primeiro, vale mencionar que a safra norte-
armazéns de entrega dos contratos reserva aos seguidores dos preços futuros da CBOT a
possibilidade de um viés de base em função das diferenças sazonais e das diferenças de base.
110
Por isso, enquanto o risco de base em Illinois corresponde a 4,46% sobre preços médios no
médios do spot. Já em Lucas e Sinop, a participação do risco de base sobre os preços médios
mensal na CBOT e dos preços spot das praças analisadas ao longo do período de 2000 a 2005,
25,00
P re ç o F uturo na C B OT
20,00 P re ç o s S po t M é dia Illino is
P re ç o s S po t M é dia P a ra na guá
P re ç o s S po t M é dia Luc a s
P re ç o s S po t M é dia S ino p
15,00
10,00
5,00
0,00
P e río do
período de janeiro a agosto de 2000 a 2005. De qualquer forma, os resultados da Tab. 5.10
demonstram que o coeficiente de hedge ótimo para as séries expurgadas dos meses de
setembro a dezembro no período é da ordem de 85% para a região Centro Norte de Illinois –
111
EUA, com um alto percentual de efetividade, 81%, possivelmente, em função do
comportamento do risco de base, que foi de 4,14% no período e, principalmente, por conta
reduzido a 61%; no entanto, a efetividade do hedge medida por R² baixou para 32%. Em
relação a Lucas e Sinop, o coeficiente de hedge ótimo ficou em 58%; no entanto, sua
efetividade foi a mais baixa diante dos critérios adotados, 25%. Talvez seja este o verdadeiro
motivo que vem levando os agentes ou produtores a adotar um comportamento sem aversão a
Tabela 5.10 – Coeficiente de Hedge Ótimo para os Contratos de Agosto – 2000 a 2005
Coeficiente de hedge ótimo
Localidades R²
considerando o período jan./ago.
Centro Norte de Illinois 0,85 0,81
para tomar decisões estratégicas sobre o plantio das culturas. No caso da soja, o produtor pode
decidir se deve ou não plantar, quanto plantar e como, ou seja, qual o nível de tecnologia a ser
a formação de preços geradas pelas bolsas para programar suas aquisições e gerenciar os seus
preços à vista na época da colheita, de modo a que se possa medir a eficiência do preço futuro
112
para a tomada de decisão, revelou-se mais eficaz para os contratos com vencimento até 6
A mencionada avaliação pode ser medida por meio do coeficiente de correlação entre
presente trabalho, foram utilizados os preços spot em relação aos contratos de futuros da
CBOT do período.
agosto a novembro, cotejados com os preços spot de dezembro a março. Na correlação para 6
respectivamente.
Tabela 5.11 – Correlação de Preços Spot em Relação aos Preços Futuros – 2000 a 2005
Diferenças Paranaguá Lucas Sinop
diferentes localidades foram de 82%, para Paranaguá, e 74%, para Lucas e Sinop. Já no
período de 6 meses, Paranaguá alcançou apenas 71%, contra 91% para Lucas e 100% para
7
O coeficiente de correlação produto-momento de Pearson mede a força de uma possível correlação linear entre
as variáveis.
113
preços spot de Paranaguá na ordem de 76,50%; já em relação a Lucas do Rio Verde, foi na
A avaliação dos custos de produção em relação aos preços futuros da soja pode, de
período de comercialização.
dos custos de produção ao longo dos 6 anos, por tonelada em U$S, e medir essa participação
114
Tabela 5.14 – Participação do Custo de Produção no Preço Futuro de Janeiro em US$/t
Custo de Custo de Preço Médio da Região Preço Particip.
Período Produção Produção Agosto e Setembro - Fut. Jan do CP no
R$/3t/ha US$/t US$/R$/t US$/t PF
setembro na região de Lucas e Sinop, no Mato Grosso, no preço futuro de janeiro, porém
relação ao câmbio de janeiro. A análise que se pode fazer em função da comparação entre as
preço futuro, maior a expectativa de lucro do produtor ou da firma de produção agrícola. Isso
significa que deve haver uma conjunção entre elevação de preços e de taxas de câmbio entre o
Portanto, para o ano de 2000, o câmbio foi responsável por elevação de custos de
produção em 4%, ainda que a evolução no período tenha sido negativa em 7%. No ano de
2001, o câmbio foi responsável por uma redução de custos na ordem de 12%, apesar de o
câmbio ter sido valorizado em 15% no período. Em 2002, durante o período de plantio e
115
colheita, o câmbio desvalorizou-se 37%. Em compensação, a participação do custo de
sobe para 64%, reduzindo assim a área de lucro da firma de produção agrícola. Em 2003, o
sobre os preços futuros não passou de 10%, melhorando o indicador para 58%. Em 2004, o
câmbio valorizou 2% no período, porém não foram verificadas diferenças entre a participação
dos custos de produção nos preços futuros de janeiro, período da colheita, mantendo o
custo de produção sobre o preço futuro representou apenas 11%, ainda assim, foi de certa
maneira positivo para a formação do preço interno, uma vez que trouxe o indicador que, em
dólares, chegou a 87% para a casa dos 76%. Na verdade, isso pressupõe uma área de lucro na
ordem de 24%. O que se sabe é que no ano de 2006 essa relação deve ter superado os 80%,
A pesquisa primária teve como propósito colher dados para levantar as informações
Sinop e Lucas do Rio Verde e áreas de influência. Os atores da cadeia são os produtores,
teoria dos sistemas. No entanto, em função da questão de pesquisa, diante da dinâmica das
116
forças de mercado, levantou-se o problema de que há desorganização da firma e do mercado
físico acrescida da falta de regulação (normas, mecanismos e instrumentos de apoio, nos quais
Brasil.
contratos futuros ou outras formas de contrato, de modo a neutralizar riscos e garantir maior
A pesquisa primária foi do tipo Rapid Rural Apraisal – RRA, e teve por princípio
buscar dados e informações junto a lideranças dos atores objeto de análise do trabalho. No
caso dos produtores, procurou-se obter informações junto aos demais interlocutores da cadeia
117
mínimo proposto pelo projeto de pesquisa, destacando-se 19 mini produtores, 15 pequenos
No que concerne à amostra, essa se justifica de vez que, considerando o universo dos
95%, um erro padrão de 11%, com grau de liberdade igual a n-1 (COCHRAN,1963).
Nos Graf. 5.3 e 5.4, pode-se comprovar que 98,33% dos produtores da região
plantam duas safras no mesmo ano, sendo que 89,06% optam pelo milho safrinha, 4,69% pelo
algodão e 6,25% pelo milheto. Em função disso, pôde-se concluir que os sistemas de
produção primária da região, sob o ponto de vista econômico, tem reduzido a ociosidade da
Si m
2%
Não
98%
118
Gráfico 5.3 – Produção de Outras Culturas no Ano Safra
Fonte: Resultado da Pesquisa
6%
5%
89%
O Graf. 5.5 indica os problemas que mais afligem os produtores da região, o preço de
preços futuros, com 18,24%, e a ausência de preços mínimos com 15,20% que compõem os
principais problemas para os produtores. O crédito para custeio com 14,29% e a taxa de juros
produtor da região. Os números demonstram uma questão que foi prevista quando da decisão
de se realizar a pesquisa. Ou seja, mais de 50% dos problemas que preocupam os produtores
e, por conseguinte, a comunidade local refere-se à volatilidade de preços que muitas vezes
ou do tamanho do negócio.
119
20% 13%
16%
14%
18% 19%
Informação de Mercado
Conhecimento de Mercado
Ausência Institucional
Crédito de Custeio no mix para óleo e gastos
Desconhecem os Instrumentos
Câmbio
Fonte: Resultado da Pesquisa.
Gráfico 5.5 – São Problemas para os Produtores
destinadas à aquisição de óleo e demais despesas das propriedades ou das firmas de produção
Em relação ao Graf. 5.7, há duas questões sobre perdas que chamam a atenção para
perdas na colheita, totalizando 28,79%; a segunda revela que 26,70% dos produtores da
perdas para 20,42% dos produtores, enquanto o serviço de armazenagem representa perdas
para 16,23% dos entrevistados, ficando o transporte até o armazém representando apenas
6,81%.
120
20% 29%
28% 7%
16%
bons para 51% dos entrevistados, porém, mais de 41% revelaram um lado preocupante sobre
os resultados financeiros e econômicos dos negócios, ou seja, 23% regular e 18% ruim;
Ótimo
18% 8% Bom
Regular
Ruim
23%
51%
adubação intensiva ficou com 34,71%, seguida da correção do solo, com 35,30%, aumento da
carga de adubo folhar, com 18,24% e o uso de novas variedades, que ficou com 11,75%.
121
Correção de solo Adubação
35,30 intensiva 34,71
dinâmica da NEI/ECT no âmbito da cadeia produtiva da soja na região. A soja verde deu
Com o advento das CPR, com penhor de 1° grau e dos contratos de autorização para
financiamento de commodities, nos moldes previstos por J.Williams (1986). Diante disso,
comercializado referente aos 81,97% dos produtores refere-se a 60% da produção com penhor
de 1° grau. Sendo que dos 40% restantes, 47%, ou seja, quase a metade do que falta
comercializar é vendido em até 3 meses; 31% em até 6 meses e em até 9 meses o restante
(22%).
122
comercializado comercializado
depois da safra antes da safra
40% 60%
47%
31%
Até 3 meses (parte) Até 6 meses (parte)
Até 9 meses (o restante)
Fonte: Resultado da Pesquisa
Gráfico 5.10 – Período de Comercialização (pós colheita)
No Gráf. 5.11, a pesquisa pôde comprovar que dos produtores financiados na região,
42,10% não recorrem às instituições financeiras, ainda que muitos sejam devedores dessas
instituições. Na fórmula mix (a+b), como descrito no quadro-guia, é 31%. O montante que
coube às instituições financeiras, 19%, revela o quanto de mudança não vem ocorrendo nos
últimos anos, em especial nas regiões em análise. Há, também, 8% do mix com recursos
próprios.
42%
19%
8% 31%
a)Instituição Financeira
b)T rading, Integradoras e Firmas de Defensivos
c) (a+b) Mix
d) (a+b+c) Recursos próprios
Fonte: Resultado da Pesquisa.
Gráfico 5.11 – Distribuição dos Financiamentos por Instituição
O Graf. 5.12 apresenta a questão da seletividade do crédito, ou seja, separando a
123
domina o processo de financiamento com 31%, sendo que 19% para integradoras e
vendedoras de insumos e 22,08% para as tradings. A surpresa ficou por conta das instituições
Instituições
Financeiras
Mix 9%
31% T radings
22%
Integradora Vendedoras de
19% Insumos
19%
Fonte: Resultado da Pesquisa.
Gráfico 5.12 – Seletividade do Crédito
Já o gráfico 5.13 talvez revele um dos pontos mais importantes para o resultado da
dizem carregar o produto para vendê-lo somente após 6 meses, todavia, seus canais de
comercialização são os mesmos e, provavelmente, sua soja não esteja mais no armazém, o
que ele possui é um volume contábil que no final fica mais em conta usar os mencionados
124
Carrega o
produto Por terceiros
11% 7% Produtor
20%
Armazéns e
Cooperativa
27%
T rading
Integradoras ou
Firmas
35%
Fonte: Resultado da Pesquisa.
Gráfico 5.13 – Comercialização da Margem de Lucro
A tipificação dos produtores rurais no Estado do Mato Grosso, feita por Duarte &
Castro (2004), a partir da relação que mantêm com o Sistema de Informação Tecnológica –
SIT. pode ser aproveitada para o sistema de comercialização, em especial para os canais que
risco é uma tecnologia para o negócio rural que não está ao alcance de todos os produtores.
Por isso, buscou-se amparo no trabalho de Duarte & Castro (2004). No que concerne à região,
15%
4%
50%
31%
No Graf. 5.15, a seguir, pode-se constatar que não há uma cultura de prevenção
visando garantir resultados positivos para a firma agrícola ou para os sistemas de produção
125
primária. Esse é um ponto importante para o presente trabalho. Durante o ano safra, apenas
13,11% buscam fazer aplicações em mercados para se prevenir de uma possível alta nos
preços dos insumos. Na verdade, o que se sabe é que talvez muitos desses produtores não
operam nas bolsas, mas recorram a outros ativos e mecanismos que empiricamente
antecipadas de insumos. No entanto, o mais preocupante é que 86,89% nada fazem e revelam
Sim
13%
Não
87%
Nos Graf. a seguir 5.16 a 5.23, pode-se entender a composição do modus operandi
das tradings, integradoras e alguns armazéns gerais. 56% dos entrevistados afirmam que os
separadamente.
126
56% Não
44% Sim
44% Não
56% Sim
Dos produtores e entrevistados da cadeia, 64% acham que os preços dos serviços de
de produtores, 36%, que discordam e acham que os preços dos serviços estão muito elevados.
praticadas pela Conab na região ou proximidades. No quesito qualidade, apenas 11% dos
36% Não
compatíveis
64% Compatíveis
Fonte: Resultado da Pesquisa
Gráfico 5.18 – Preços de Armazenagem
127
11% Não
89% Sim
No decorrer dos últimos 5 anos, a maioria dos produtores e entrevistados, 52%, não
ficou satisfeita quanto a carregar o produto durante alguns meses visando a garantir melhores
preços. 48% acham que foi bom não vender tudo imediatamente.
48% Sim
52% Não
Fonte: Resultado da Pesquisa.
Gráfico 5.20 – Compensa Carregar o Produto
porque tem influência direta sobre o valor da base, pode ser detectado sobre essa questão.
Quando a soja e o milho passam pela conjunção de preços baixos no mercado físico ao
128
44% Não faltam
armazéns
56% Sim falta
armazéns
disposto na Tab. 2.23, 76,41% não fazem esse tipo de cálculo, 24,59% o fazem, mas a maioria
calcula empiricamente e apenas alguns buscam ajuda, que nem sempre é especializada. Esses
resultados refletem os problemas sobre a educação e a formação de técnicos para tal fim.
24% Sim
76% Não
O Graf. 5.23 traz uma conclusão que por si só explica os problemas que ocorrem no
necessárias para melhor decidir sobre o que produzir e por quê. 54,80% concordam que as
129
11%
12%
12%
55% 10%
Cadeia Produtiva da Soja em Mato Grosso”, os autores trouxeram como resultado da pesquisa
para a comercialização, que, nesse momento, também se reveste pelo caráter tecnológico
exigido ao bom comportamento da firma agrícola atual) gera em função das demandas, das
trazem a comprovação efetiva do trabalho de Duarte & Castro (2004) na região, uma vez que
congregam um conjunto de resultados da pesquisa que diz respeito à questão das ameaças ao
130
11% Não
89% Sim
16% Não
84% Sim
gestão tecnológica para melhorar as formas de comercialização. O resultado disso será visto
mais adiante, quando for avaliado em que nível de aversão a riscos os produtores da região
associada à reduzida informação educativa, 77%, demonstra as dificuldades por que passam
131
16% Não
84% Sim
23% Não
77% Sim
incompletude informacional, ou seja, muito do que se poderia fazer para gerenciar riscos no
incompletas. O Graf. 5.28, a seguir, demonstra que 90% das informações, segundo os
entrevistados, são acessadas ou repassadas de uma maneira cujo viés de compreensão implica
dificuldades para a adoção do processo decisório que, segundo 82% dos entrevistados, a
decisório.
132
10% Não
90% Sim
18% Não
82% Sim
cultura da soja. Nessa questão, é preciso mencionar que nas entrevistas os produtores e muitos
outros interlocutores da cadeia preferiam não comentar sobre o assunto. No entanto, após uma
longa explicação sobre a importância do tema para a firma de produção agrícola, todos
responderam. Dessa forma, 28% dos entrevistados acham que as informações que chegam aos
produtores são suficientes; 23% acham que há insuficiência de informações; 25% têm duvidas
sobre as posições adotadas pelas Organizações Não Governamentais – ONG, e 24% têm
dificuldades para entender sobre os impactos ambientais provocados pela cultura da soja na
região e acham que precisam de mais esclarecimentos sobre a questão. Na verdade, não existe
assunto.
133
25% 27%
25% 23%
entrevistados se o produtor saberia diferenciar o preço a vista do preço futuro. Essa é mais
uma questão que, à luz da estatística, parece que a maioria conhece ou sabe diferenciar tal
assunto, percebeu-se que os seus comentários referiam-se aos preços de entrega futura aos
termos do contrato ou à CPR firmada com uma das tradings, com uma integradora regional
ou com uma firma de comercialização de insumos local. De qualquer forma, 55,74% diziam
saber como diferenciar os preços futuros dos preços spot. 44,26% foram mais modestos e
disseram que não sabiam e gostariam de aprender para não serem enganados na contratação
com as firmas da cadeia. Na verdade, algo como 95% dos entrevistados não possuem
condições para avaliar e explicar tais diferenças. Quanto aos produtores em geral, há os que
possuem até internet, porém não sabem nem pesquisar e nem quais as fontes confiáveis sobre
preços. Muitos afirmam que é só ligar para a trading ou integradora que eles passam o preço
134
44% Não 56% Sim
No Graf. 5.32 questionou-se junto aos agentes e elos da cadeia se havia alguma
manifestação sobre uma agenda, cuja escassez de energia pudesse dificultar os planos de
desenvolvimento da região. 19% afirmaram que os agentes comentam, mas nada fazem. 31%
afirmaram que há insuficiência de informações e que ninguém comenta sobre o assunto. 26%
assunto. 24% não via solução por ninguém comentada e uma minoria não se manifestou sobre
o assunto.
24% 19%
26% 31%
O Graf. 5.33 aborda um tema proposto pela Diretoria da Conab quando da aprovação
do projeto de pesquisa. A questão sobre qual o cenário que se apresenta ao produtor e quem o
faz trouxe sempre duas respostas importantes para o conhecimento sobre o processo decisório
entrevistados, 5,96% dos cenários apresentados são dos agentes e elos e apenas 14,75% dos
135
entrevistados acreditam que são confiáveis; 16,56% são feitos por instituições financeiras e
40,98% dos entrevistados acham que são questionáveis; 20,53% dos cenários são feitos por
vendedores de insumos e 50,82% dos entrevistados acham que são em parte confiáveis;
31,13% acham que não há informações confiáveis e 77,05% desses alertam para uma
insegurança no que se refere aos preços; e 25,83% se utilizam das informações e do cenário
preparado pela mídia (TV, rádio e jornais); 63,93% deles acreditam que se trata de um
processo de repetição e que muitas vezes não conseguem compreender tal cenário, levando-os
6%
26% 17%
21%
30%
até mesmo para os demais agentes da cadeia produtiva. Levantada a questão aos produtores e
agentes da cadeia sobre quais informações eram consideradas estratégicas para o agronegócio,
45% disseram ser os cenários; 27% responderam que seriam as técnicas para a melhoria no
136
3%
26%
44%
27%
Recurs o s e créd ito s
Técnicas d e financiamento , p lantio e d e co mercialização
Cenário s
Taxa d e juro s
Font e : Re sult a do de P e squisa
No Graf. 5.35, pode-se concluir que as fontes de financiamento mais utilizadas vêm
mudando ao longo dos últimos anos, especialmente na região em análise, em função do alto
Alguns produtores fazem o mix com recursos próprios e apenas 4%, uma pequena minoria,
9% 4%
21% 66%
Paco t es
M ix co m Ins t it uição Financeira
Recurs o s Pró p rio s
So ment e Ins t . Financeira
Font e : Re sult a do de P e squisa
contratos, 96,55% disseram que acontecia, não era a regra. No entanto, 75% foram firmes em
137
dizer que eram renegociados em bases semelhantes e 25% afirmaram que a renegociação
dos fóros que se acordavam no âmbito dos contratos e das Cédulas do Produtor Rural – CPR,
3,45 Nã o
96,55 S im
25%
75%
R e ne go c ia do s R e ne g. M a io r ta xa de juro s
O Graf. 5.38 traduz, definitivamente, o resultado maior das razões que implicaram na
95,08% dos entrevistados responderam que não. Ao comentar as razões que os levaram a esse
liquidez na BM&F até a ausência de políticas públicas que contivessem mecanismos que
insistia sobre a cultura de gerenciamento de risco, pois podiam utilizar os contratos da CBOT
138
tanto aqueles que possuíam um conhecimento mínimo quanto os mais acanhados sobre o
tema, eles diziam que essa coisa é complicada e que o negócio deles era plantar e que apesar
de alguns saberem da importância de entender do tema de mercado futuro, não é uma coisa
fácil. Contam os produtores que em 2004 e 2005 houve encontros e cursos com técnicos da
5% Sim
95% Não
139
CONCLUSÕES
em um nível de risco calculado. Hedge para produtores de soja na região de Lucas do Rio
Verde e Sinop no Estado do Mato Grosso serviu como um desafio à compreensão das formas
Vale ressaltar que a soja tornou-se uma das principais commodities do comércio
demanda tem sido motivo de muitas discussões em função da dinâmica do mercado que
140
preço e no gerenciamento do risco daqueles que trabalham na importante tarefa de produção
dos grãos.
firma de produção agrícola ao fazer uso dos mercados de futuros, por meio de hedge, pode
de crescimento de receita ao longo de vários períodos de safra para aqueles produtores que
fazem hedge.
comercialização), de outro lado a firma de produção agrícola não faz uso de instrumentos de
atual concebida no universo da Nova Economia Institucional – NEI. Por isso, a gestão e a
sem exceção. Essa situação é agravada pela falta de conhecimento técnico sobre
como, quando e por que entrar ou sair do mercado. Em outras palavras, é preciso
141
ter conhecimento, técnicas e estratégias para acompanhar o mercado passo-a-
sabem como acessá-las e delas fazer uso. Portanto, há simetria de dados, todavia
com assimetria de informações. Isso pode estar gerando problemas que vão desde
agrícola.
8
O financiamento nº 2 são recursos emprestados pelo BB – Banco do Brasil, aos produtores, juntamente com os
custeios destinados a cobrir operações de hedge nas operações de contratos futuros. Os recursos são direcionados
a um fundo para depósitos e saques provenientes de chamadas de margem junto às clering houses.
142
• No que concerne aos produtores ou às firmas de produção agrícolas não
reduzir suas rendas ao longo dos anos e a aumentar seus riscos nos
cadeia produtiva da soja na região em análise, têm aversão a risco, porém como
problemas:
143
• a ausência do Estado regulador e de instituições de Governo que
No que concerne aos resultados da pesquisa com dados secundários e de acordo com
que 95% dos produtores não fazem hedge por meio de contratos de futuros negociados em
bolsa. Segundo, 98,33% diversificam suas aplicações por meio da produção de uma segunda
safra, sendo 89% de milho. Terceiro, o produtor comercializa aproximadamente 80% da safra
até 3 meses depois da colheita. Outros resultados os problemas vividos pela firma de
Capítulo 2.
mercado físico do qual os sistemas de produção primária são a parte mais importante da
Illinois, nos EUA, e ao Porto de Paranaguá – PR, que a partir de março de 2005 passou a ser
144
hedge ótimo, considerando as seguintes situações: geral, por meio da série de preços total e
por meio de contratos vencíveis em maio e agosto. Fez-se o cálculo da correlação entre os
preço futuro; e, também, o cálculo do impacto dos custos de produção nos preços futuros,
O risco de base considerando a série de preços geral em análise foi de 4,46% para o
Centro Norte de Illinois; 12,16% para Paranaguá; 16,59% em Lucas do Rio Verde e 16,79%
para Sinop. Apesar de ter calculado considerando diferentes períodos em relação aos
vencimentos de contratos futuros em maio e agosto, Lucas e Sinop alcançaram o maior risco
de base quando considerado o período de comercialização até maio, tomando como referência
Com relação aos cálculos do hedge ótimo (razão de hedge que neutralize o grau de
risco à exposição de variação de preços), foi efetuada sob a orientação da literatura de modo
futuros visando a neutralização dos riscos de preços), quando calculado pela série total, foi de
78% para a região Centro Norte de Illinois, 63% para Paranaguá e 58% para Lucas e Sinop.
Nos cálculos apurados para os contratos com vencimento em maio, obteve-se 76%, 98% e
Sinop. Quando considerados os contratos de agosto, 85% para Centro Norte de Illinois, 61%
145
Além do cálculo da razão de hedge de mínima variância, pôde-se também medir a
2000 a 2005, a efetividade para a região Centro Norte de Illinois foi 77%, porém, para
Paranaguá, ficou em 29%, enquanto que para Lucas e Sinop foi 27%. Isso não é tão
positivo das séries tanto no mercado de futuros quanto no mercado spot, estão reduzidos a
Sinop.
hedge vai 47% para as regiões de Paranaguá, Lucas e Sinop, tornando-se um instrumento
plantio com os preços a vista na época da colheita, de modo a que se possa medir a eficiência
do preço futuro para a tomada de decisão, foi calculado o coeficiente médio de correlação nos
Sinop 87%. Ou seja, os preços futuros são eficientes para as três praças, porém mais eficiente
para Sinop.
Finalmente, fez-se uma avaliação dos custos de produção em relação aos preços
futuros da soja, de modo a que se possam ser medidos os impactos do câmbio na contratação
comercializados entre agosto e setembro e maio do ano seguinte, o impacto do câmbio entre o
período de plantio e a colheita pode contribuir para redução ou crescimento da área de lucro.
rentável será a atividade. Nesse contexto, é preocupante o indicador de 76%, para 2005, pois a
146
queda do câmbio, combinada com a queda dos preços futuros na CBOT, levará o indicador
147
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157
ANEXOS
158
ANEXO A
ANEXO B
159
CUSTO DE PRODUÇÃO ESTIMADO
SOJA - PLANTIO DIRETO (80%)
SAFRA DE VERÃO - 2000 a 2005
LOCAL: Lucas e Sinop -MT
FAIXA DE PRODUTIVIDADE: 2.700 a 3.300kg/ha Média: 3.000kg/
A PREÇOS DEA PREÇOS DEA PREÇOS DEA PREÇOS DEA PREÇOS DEA PREÇOS DE
DISCRIMINAÇÃO 2000 2001 2002 2003 2004 2005
(R$/ha) (R$/ha) (R$/ha) (R$/ha) (R$/ha) (R$/ha)
I - DESPESAS DE CUSTEIO DA LAVOURA
1 - Operação com aviões 29,11 35,11 39,66 35,35 35,50 29,66
2 - Operação com máquinas 38,74 43,20 49,72 74,28 74,28 66,43
3 - Aluguel de máquinas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
4 - Mão-de-obra temporária 4,02 4,79 5,34 6,20 6,20 8,62
5 - Mão-de-obra fixa 9,08 10,80 12,00 14,40 14,40 18,00
6 - Sementes 23,10 35,20 41,80 82,39 82,39 104,50
7 - Fertilizantes 192,64 193,83 202,65 287,43 341,72 291,58
8 - Defensivos 152,22 158,18 169,95 214,08 249,31 238,98
TOTAL DE CUSTEIO (A) 448,91 481,11 521,12 714,13 803,80 757,77
II - DESPESAS PÓS-COLHEITA
1 - Transporte externo 35,29 29,54 32,49 49,29 49,29 49,29
2 - Recepção, limpeza, secagem, armazenagem 30-d
3 - PROAGRO 17,51 18,76 20,32 27,85 31,35 29,55
4 - Assistência Técnica 8,98 9,62 10,42 14,28 16,08 15,16
Total das Despesas Pós-Colheita (B) 61,78 57,92 63,23 91,42 96,72 94,00
III - DESPESAS FINANCEIRAS
Juros 31,65 30,31 36,56 50,52 52,00 55,82
Total das Despesas Financeiras (C) 31,65 30,31 36,56 50,52 52,00 55,82
CUSTO VARIÁVEL 542,34 569,34 620,91 856,07 952,52 907,59
IV - DEPRECIAÇÕES
1 - Depreciação de benfeitorias/instalações 54,27 59,31 70,12 99,93 131,28 99,95
2 - Depreciação de implementos 10,41 13,59 15,23 19,78 22,10 22,69
3 - Depreciação de máquinas 17,16 23,64 26,20 31,79 41,49 47,12
Total de Depreciações (E) 81,84 96,54 111,55 151,50 194,87 169,76
V - OUTROS CUSTOS FIXOS
1 - Manutenção periódica de máquinas 11,19 12,20 13,42 17,27 17,27 15,72
2 - Encargos sociais 5,36 6,37 7,08 8,50 8,50 10,62
3 - Seguro do capital fixo (E+F = G) 1,69 2,19 2,45 2,99 3,61 3,98
Total de Outros Custos Fixos (F) 18,24 20,76 22,95 28,76 29,38 30,32
CUSTO FIXO 100,08 117,30 134,50 180,26 224,25 200,08
CUSTO OPERACIONAL 642,42 686,64 755,41 1.036,33 1.176,77 1.107,67
RENDA DE FATORES
1 - Remuneração esperada sobre capital fixo 27,54 32,05 39,09 47,73 57,60 63,98
2 - Terra 16,68 16,68 20,21 28,30 28,30 28,30
Total de Renda de Fatores 44,22 48,73 59,30 76,03 85,90 92,28
CUSTO TOTAL 686,64 735,37 814,71 1.112,36 1.262,67 1.199,95
Fonte: CONAB/GEAME/CUSTOS
160
ANEXO C
Materiais e Informações
Fluxo de
AMBIENTE
Montante
Revenda de
Revenda de
Revenda de sementes, Revenda de
Pacotes
máquinas e
corretivos defensivos e combustíveis
equipamentos
coberturas
Pacotes
Propriedade
Unidade Produtiva
Grão Semente
INSTITUCIONAL
Unidade armazenadora
Jusante
Indústria
Atacado
Agente importador
Financeiros e Informações
Fluxo
Varejo
Consumidor
Agente
de
exportador
Consumo Interno
Recursos
Consumo
Externo
Animal Humano Industrial
ANEXO D
161
Custo de Armazenagem de 1000 kg de Soja no Estado MT (R$/Ton./mês) no ano de 2000
Tarifa CONAB janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro total média/mês
Recepção 0,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,78 0,07
Limpeza 0,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,95 0,08
Secagem 3,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,97 0,33
Armazenagem 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 21,36 1,78
Sobretaxa 0,80 0,80 0,69 0,70 0,74 0,70 0,67 0,68 0,74 0,74 0,74 0,91 8,91 0,74
Expedição 1,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,08 0,09
Total 9,36 2,58 2,47 2,48 2,52 2,48 2,45 2,46 2,52 2,52 2,52 2,69 37,05 3,09
Preço do produto 267,82 251,79 231,29 234,70 248,06 234,84 222,12 226,65 245,04 253,79 273,97 302,94 249,42
Variação % -13,61% -5,99% -13,64% -12,36% -7,38% -12,31% -17,06% -15,37% -8,50% -5,24% 2,30% 13,11% 1,24
Total ano 9,36 2,58 2,47 2,48 2,52 2,48 2,45 2,46 2,52 2,52 2,52 2,69 37,05
Expedição Mês 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 14,86
Total do Período 9,36 11,95 14,42 16,90 19,43 21,91 24,36 26,82 29,34 31,85 34,37 37,05
% do P. do Produto 3,50% 4,74% 6,23% 7,20% 7,83% 9,33% 10,97% 11,83% 11,97% 12,55% 12,54% 12,23% 0,15
Taxa de Juros % ac 101,46 102,93 104,42 105,77 107,35 108,85 110,27 111,82 113,19 114,64 116,04 117,43
TJ + Armazenagem 4,95 7,67 10,65 12,98 15,19 18,18 21,23 23,65 25,16 27,19 28,59 29,66
Taxa de Câmbio % 0,01 -0,02 -0,01 0,03 0,01 -0,01 -0,01 0,03 0,01 0,03 0,03 0,00 8,65%
Custo Transp. T/km 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55
Lucas e Sinop 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54
Tarifa CONAB Valor fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro total média/mês
Recepção 0,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,78 0,07
Limpeza 0,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,95 0,08
Secagem 3,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,97 0,33
Armazenagem 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 21,36 1,78
Sobretaxa 0,83 0,83 0,68 0,69 0,76 0,89 1,08 1,16 1,22 1,22 1,22 1,21 11,79 0,98
Expedição 1,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,08 2,16 0,18
Total 9,39 2,61 2,46 2,47 2,54 2,67 2,86 2,94 3,00 3,00 3,00 4,07 41,01 3,42
Preço do produto 276,75 236,03 225,32 228,61 254,92 298,10 360,52 385,60 406,63 431,84 429,72 402,34 328,03
Variação % -8,65% -14,71% -18,58% -17,39% -7,89% 7,71% 30,27% 39,33% 46,93% 56,04% 55,28% 45,38% 1,04
Total ano 9,39 2,61 2,46 2,47 2,54 2,67 2,86 2,94 3,00 6,00 3,00 4,07 41,01
Expedição Mês 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 12,50
Total do Período 9,39 12,00 14,46 16,92 19,47 22,14 25,00 27,94 30,94 36,94 39,94 44,01
% do P.do Produto 3,39% 4,34% 5,22% 7,51% 8,52% 8,69% 8,39% 7,75% 8,02% 9,08% 9,25% 10,24% 0,13
Taxa de Juros % ac 101,27 102,29 103,58 104,81 106,21 107,56 109,17 110,92 112,39 114,11 115,71 117,32
TJ + Armazenagem 4,66 6,63 8,80 12,32 14,73 16,25 17,56 18,67 20,41 23,20 24,95 27,56
Taxa de Câmbio % 0,01 0,04 0,05 0,01 0,07 0,02 -0,02 0,05 0,17 0,05 0,04 0,01 -7,06%
Custo Transp. T/km 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 108,55 124,83 124,83 124,83 124,83 124,83 124,83
Lucas e Sinop 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 115,54 132,87 132,87 132,87 132,87 132,87 132,87
162
Custo de Armazenagem de 1000 kg de Soja no Estado MT (R$/Ton./mês) no anos de 2002
Tarifa CONAB janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro total média/mês
Recepção 0,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,78 0,07
Limpeza 0,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,95 0,08
Secagem 3,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,97 0,33
Armazenagem 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,78 1,98 1,98 1,98 1,98 22,16 1,85
Sobretaxa 1,04 0,84 0,81 0,89 1,07 1,22 1,40 1,58 1,84 1,84 1,84 2,12 16,50 1,38
Expedição 1,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,08 0,09
Total 9,60 2,62 2,59 2,67 2,85 3,00 3,18 3,36 3,82 3,82 3,82 4,10 45,44 3,79
Preço do produto 347,48 281,05 270,75 295,83 355,32 408,13 465,56 525,75 614,60 711,59 721,79 707,18 475,42
Variação % -13,64% -19,12% -22,08% -14,86% 2,26% 17,46% 33,98% 51,31% 76,88% 104,79% 107,72% 103,52% 0,80
Total ano 9,60 2,62 2,59 2,67 2,85 3,00 3,18 3,36 3,82 3,82 3,82 4,10 45,44
Expedição Mês 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 1,08 9,56
Total do Período 9,60 12,23 14,82 17,49 20,33 23,34 26,51 29,87 33,69 37,52 41,34 45,44
% do P. do Produto 2,76% 4,35% 5,47% 5,91% 5,72% 5,72% 5,69% 5,68% 5,48% 5,27% 5,73% 6,43% 0,10
Taxa de Juros % ac 101,53 102,80 104,21 105,76 107,25 108,68 110,35 111,94 111,82 114,15 116,17 118,12
TJ + Armazenagem 4,30 7,15 9,68 11,67 12,98 14,40 16,04 17,62 17,30 19,42 21,90 24,55
Taxa de Câmbio % 0,04 -0,03 -0,01 0,02 0,06 0,11 0,17 -0,13 0,22 -0,07 0,00 -0,03 35,30%
Custo Transp. T/km 124,83 124,83 124,83 124,83 124,83 124,83 124,83 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65
Lucas e Sinop 132,87 132,87 132,87 132,87 132,87 132,87 132,87 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10
Tarifa CONAB Janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro total média/mês
Recepção 1,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,08 0,09
Limpeza 1,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,30 0,11
Secagem 4,49 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,49 0,37
Armazenagem 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 29,28 2,44
Sobretaxa 1,88 1,88 1,58 1,51 1,54 1,54 1,49 1,52 1,66 1,66 1,66 1,97 19,90 1,66
Expedição 1,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,48 0,12
Total 12,67 4,32 4,02 3,95 3,98 3,98 3,93 3,96 4,10 4,10 4,10 4,41 57,53 4,79
Preço do produto 626,55 569,37 527,54 504,40 513,02 512,54 496,90 505,36 554,72 663,11 702,02 657,70 569,44
Variação % -11,40% -9,13% -15,80% -19,49% -18,12% -18,20% -20,69% -19,34% -11,46% 5,84% 12,05% 4,97% 0,84
Total ano 12,67 4,32 4,02 3,95 3,98 3,98 3,93 3,96 4,10 4,10 4,10 4,41 57,53
Expedição Mês 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 10,10
Total do Período 12,67 16,99 21,01 24,97 28,94 32,92 36,85 40,81 44,91 49,02 53,12 57,53
% do P. do Produto 2,02% 2,98% 3,35% 4,73% 5,74% 6,42% 7,19% 8,21% 8,89% 8,84% 8,01% 8,20% 0,10
Taxa de Juros % ac 101,97 103,84 105,68 107,66 109,78 111,82 114,15 116,17 118,12 120,06 121,67 123,35
TJ + Armazenagem 3,99 6,82 9,04 12,39 15,52 18,23 21,34 24,38 27,01 28,90 29,69 31,54
Taxa de Câmbio % 0,00 0,01 -0,06 -0,16 0,03 -0,03 0,03 0,00 -0,01 -0,02 0,03 -0,02 -21,73%
Custo Transp. T/km 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65 146,65
Lucas e Sinop 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10 156,10
163
Custo de Armazenagem de 1000 kg de Soja no Estado MT (R$/Ton./mês) no ano de 2004
Tarifa CONAB janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro total média/mês
Recepção 1,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,08 0,09
Limpeza 1,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,30 0,11
Secagem 4,49 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,49 0,37
Armazenagem 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 29,28 2,44
Sobretaxa 1,94 1,77 2,06 2,22 2,16 1,97 1,72 1,60 1,58 1,58 1,58 1,44 21,61 1,80
Expedição 1,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,48 0,12
Total 12,73 4,21 4,50 4,66 4,60 4,41 4,16 4,04 4,02 4,02 4,02 3,88 59,24 4,94
Preço do produto 645,99 591,19 687,74 741,55 720,16 655,13 571,67 532,46 526,31 497,66 470,95 479,21 593,33
Variação % -1,78% -8,48% 6,46% 14,79% 11,48% 1,41% -11,51% -17,57% -10,97% -27,64% -36,49% -33,46% 0,83
Total ano 12,73 4,21 4,50 4,66 4,60 4,41 4,16 4,04 4,02 4,02 4,02 3,88 59,24
Expedição Mês 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 9,98
Total do Período 12,73 16,94 21,44 26,11 30,71 35,12 39,27 43,31 47,33 51,35 55,36 59,24
% do P. do Produto 1,97% 2,87% 3,32% 3,80% 4,14% 4,88% 5,99% 7,58% 8,89% 9,76% 11,12% 12,58% 0,10
Taxa de Juros % ac 101,27 102,37 103,78 105,00 106,29 107,60 108,99 110,40 111,78 113,13 114,55 116,25
TJ + Armazenagem 3,24 5,23 7,10 8,80 10,43 12,48 14,98 17,97 20,66 22,89 25,67 28,83
Taxa de Câmbio % 0,02 -0,01 0,00 0,01 0,06 -0,01 -0,03 -0,03 -0,03 0,00 -0,05 -0,03 -8,95%
Custo Transp. T/km 146,65 146,65 146,65 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27
Lucas e Sinop 156,10 156,10 156,10 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23
Tarifa CONAB janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro total média/mês
Recepção 1,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,08 0,09
Limpeza 1,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,30 0,11
Secagem 4,49 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,49 0,37
Armazenagem 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 2,44 29,28 2,44
Sobretaxa 1,30 1,06 1,40 1,29 1,17 1,28 1,27 1,54 1,18 1,18 1,18 1,18 15,02 1,25
Expedição 1,48 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,48 0,12
Total 12,09 3,50 3,84 3,73 3,61 3,72 3,71 3,98 3,62 3,62 3,62 3,62 52,65 4,39
Preço do produto 433,81 353,81 467,78 429,21 389,68 426,43 422,78 513,06 392,22 382,30 379,05 391,83 415,16
Variação % -9,47% -18,44% 7,83% -1,06% -10,17% -1,70% -2,54% 18,27% -9,59% -11,87% -12,62% -9,68% 1,06
Total ano 12,09 3,50 3,84 3,73 3,61 3,72 3,71 3,98 3,62 3,62 3,62 3,62 52,65
Expedição Mês 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 1,48 12,68
Total do Período 12,09 15,59 19,44 23,16 26,77 30,49 34,20 38,18 41,80 45,41 49,03 52,65
% do P. do Produto 2,79% 4,41% 4,48% 4,95% 6,24% 7,82% 8,02% 9,03% 8,15% 11,58% 12,82% 13,89% 0,13
Taxa de Juros % ac 101,38 102,62 104,19 105,66 107,25 108,95 110,59 112,43 114,12 115,72 117,32 119,05
TJ + Armazenagem 4,17 7,03 8,67 10,61 13,48 16,77 18,61 21,46 22,26 27,30 30,15 32,93
Taxa de Câmbio % -0,01 -0,01 0,03 -0,05 -0,05 -0,02 0,02 -0,01 -0,06 0,01 -0,02 0,06 -13,34%
Custo Transp. T/km 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27 216,27
Lucas e Sinop 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23 230,23
ANEXO E
164
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO NO
PERÍODO 2000 A 2005
GPS
Área (ha)
1. Região/Área
165
Boas transporte até o armazém
Volatilidade de preços
Ruins
100% Custos financeiros
Não sabe
100%
4. INSUMOS
SEMENTES
CORREÇÃO Comum
CALCÁRIO CALCÍTICO Fiscalizada Variedades
CALCÁRIO DOLOMÍTICO
Fiscalizada TRANSGÊNICA
Outras (3.1)
Fiscalizada: Híbrido Duplo
Não-Usada
Fiscalizada: Híbrido Triplo
100 %
100%
ADUBAÇÃO FERTILIZANTE
Uréia NPK
Sulfato de Amônia Outras (3.1)
Nitrocálcio 100%
Outras (3.1)
Outras (Especificar 1.2) O
Não-Usada
100%
166
A. instituição financeira para a emissão de CPR para o custeio e utilização das linhas de investimento do BNDES
ou FCO, finalizando com operação de EGF para a comercialização;
B. operação de custeio vinculada a uma integradora mantendo relação de dependência;
C. operação de custeio vinculada a vendedores de insumos, porém, mantendo independência sobre parcela não
comprometida fazendo uso de operações EGF;
D. operação de custeio vinculada a uma integradora, porém, mantendo independência sobre parcela não
comprometida fazendo uso de operações EGF;
E. outras (especificar).
COMENTÁRIOS:
7. De acordo com a classificação de Castro e Duarte como é visto o produtor no sistema?
a) não participa do sistema de integração e nem dos mecanismos e instrumentos organizados e disciplinados
pelas diferentes integradoras ou tradings; (isolados)
b) de maneira simples mantendo acertos e combinações dispostas em função da cultura (da palavra) no
cumprimento dos contratos, pois mantém forte independência dos canais de informação; (autônomos)
c) as transações ocorrem na maioria dos casos sob a supervisão de contratos, porém, prefere basear-se pelas
informações e processos ou experiências dos vizinhos ou produtores mais próximos; (dependentes)
d) as transações ocorrem sempre sob a orientação de contratos. (informados)
8. Para se prevenir dos riscos de elevação nos preços dos insumos FAZ-SE ALGUMA OPERAÇÃO DE
COBERTURA EM BOLSA OU EM CONTRATOS A TERMO (TAIS COMO HEDGE)? QUAIS E COMO?
Sim O Não O vendendo contratos futuros Hedge normal na BM&F O Hedge cruzado O Aquisição de
derivativos – opções O conforme a melhor opção que possibilite reduzir os riscos do negócio O
10. O produtor conhece ou calculou qual a taxa de juros ou custo de carregamento na comercialização, ainda que realizada
antecipadamente à produção?
Sim O Não O Faz os cálculos sem a técnica ( empiricamente) O Procura ajuda em instituições especializadas em
comercialização que nem sempre consegue explicar o processo O
11. O processo decisório sobre o que produzir e quanto, baseia-se em:
167
12. As ameaças que permeiam o sistema de
comercialização baseando-se no trabalho de
Castro e Duarte são:
Sim O Não O Não sabe responder O
• Pouca presença de instituições públicas Sim O Não O Não sabe responder O
• Pouco preparo em gestão da informação
tecnológica (inclusive na comercialização) Sim O Não O Não sabe responder O
• Falta de assistência técnica e fontes
independentes Sim O Não O Não sabe responder O
•Limitada oferta de informações adaptadas às
características das propriedades
Sim O Não O Não sabe responder O
• Pouca oferta de informação educativa
Sim O Não O Não sabe responder O
• Predominância de informação comercial
Sim O Não O Não sabe responder O
• Informação chega incompleta, diluída pela rede
de distribuidores
Sim O Não O Não sabe responder O
• Intuição na tomada de decisão
13. Qual o cenário do mercado que se apresenta ao produtor? Quem o faz? É confiável?
As informações de mercado para o futuro são repassadas pelos agentes e elos da cadeia e são confiáveis e há compreensão
dos fatos O
As informações de mercado para o futuro são repassadas pelos agentes financeiros da cadeia e são questionáveis O
As informações de mercado para o futuro são repassadas pelos agentes, especialmente, vendedores de insumos e são, em
parte, confiáveis O
Não há informação confiável sobre o mercado futuro, pois nem todos os agentes e elos da cadeia são confiáveis, além do que,
não há suficiente compreensão de como se comportar diante dos fatos O
Além dos agentes, as informações são veiculadas pela mídia (programas de TV, rádio, jornais e revistas além da internet),
porém, sem suficiente compreensão de como se portar diante dos fatos O
14. Sobre os impactos ambientais provocados pela cultura da soja na região, o produtor tem:
Informações suficientes passadas pelos agentes e elos da cadeia O Insuficiência de informações o que acarreta
dificuldades na compreensão do impacto ambiental O Dúvidas quanto as informações veiculadas por agências e ong ligadas
ao meio-ambiente O Dificuldade para entender as razões que se impõem nas relações com o meio-ambiente e o futuro O
Não soube responder O
15. O produtor conhece ou sabe diferenciar preço a vista de preço futuro?
Sim O Não O Faz os cálculos sem a técnica ( empiricamente) O Não consegue ajuda em instituições especializadas em
comercialização e muito menos em instituições públicas O
16. Enquanto produtor, como pensar uma agenda num futuro com escassez de energia, dependente de bases renováveis
como a lenha : (citar o caso dos secadores que são aquecidos a lenha em virtude dos problemas acarretados pelo uso de BTF)
Os agentes e elos da cadeia estão discutindo o assunto com os produtores O Ninguém comenta sobre o assunto e,
portanto, o produtor não sabe responder O Acha importante e pensa em iniciar um projeto de sustentabilidade em sua
propriedade O Não vê uma solução a curto e médio prazos mas espera que o assunto seja discutido no futuro O Não
soube responder O
17. Dentre as informações consideradas estratégicas ou mais importantes para o agronegócio estão:
a) Os recursos e créditos em geral para produção e investimentos (conhecidas as condições e
taxas de juros);
b) As técnicas de financiamento, plantio e de comercialização;
c) As técnicas de financiamento, plantio e de comercialização, inclusive os cenários de preços
futuros, considerando-se os custos de carregamento, e os instrumentos e mecanismos de
operações financeiras de mercado em bolsas;
d) Apenas a taxa de juros.
COMENTÁRIOS
18. No que concerne às fontes de recursos, quais as mais utilizadas para financiar o plantio e a comercialização?
Em quanto? Em que bases?
COMENTÁRIOS
19. Há inadimplência? Ou rompimento de contratos? Em quanto? É renegociado? Em que bases?
COMENTÁRIOS
20. Há operações casadas em bolsa ou em conjunto com operações a termo/contratos? Em quanto? Em que
bases? (procurar saber se tem alguma noção sobre hedge).
COMENTÁRIOS
169
ANEXO F
Despesas de Viagem
Características dos
Valor em R$ Total em R$
Gastos
Passagem aérea
2.382,50 2.382,50 4.765,00
BSB/Cuiabá/BSB
Diárias (13 dias) 1.610,00 1.610,00 3.220,00
Táxi 72,50 72,50 145,00
Combustível 715,73 751,00 1.466,73
Aluguel de automóvel 800,00 800,00 1.600,00
Total 5.580,73 5.616,00 11.196,73
170
ANEXO G
171
Dependent Variable: SPLUC
Method: Least Squares
Date: 03/21/06 Time: 10:10
Sample: 2000M01 2005M11
Included observations: 71
172
GLOSSÁRIO
Ex-Pit transactions – Transações ex-pit, também conhecido como Exchange of Ftures for
Physicals – EFP, ou transações feitas fora da bolsa.
173
para esse grupo de participantes que afeta os lucros e assim os ganhos de
rendimentos/lucros. A notável relação entre outros investidores são os sócios familiares –
os pais e irmãos, os quais têm um interesse na propriedade rural ou no negócio familiar,
mas não executam as funções de administrar do operador principal. Eles podem administrar
uma função particular (contabilidade, trabalho de campo, cuidar da lavoura, etc.). Eles
trabalham apenas em fases críticas da produção, ou trabalham fora da fazenda e contribuem
apenas com o seu próprio capital. A remuneração para as suas contribuições de terra,
capital e de trabalho será uma parte dos lucros (se houver) e isso não será conhecido até que
os processos de produção e comercialização sejam completados.
Short – Posição vendida em contratos de futuros.
Shortage – São as conseqüências econômicas da incapacidade externa ou interna para
encontrar a demanda dos estoques. Impactos externos podem incluir custos de aquisições de
matérias-primas, perda de lucro presente pela perda de vendas e perda de lucro futuro pela
perda ou redução da reputação/goodwill da firma. Impactos internos podem incluir a perda de
produção, o replanejamento da produção e atrasos nas datas de cumprimentos dos contratos.
Portfolio – Carteira de ativos ou de valores que, normalmente, deve ser gerenciada de modo
a evitar a elevação de riscos dos negócios ou das firmas.
Preço spot – Preço a vista.
Stakeholders – São indivíduos e instituições que contribuem com fatores de produção
(terra, trabalho e capital) para produzir operações com taxas de retorno fixadas
antecipadamente ao seu uso na produção. A terra tem um custo semelhante ao de um
aluguel: os trabalhadores são pagos com salários e os juros são liquidados em dinheiro
junto aos credores. Em cada caso, os ganhos são acordados com antecedência, e assim o
investidor não se expõe a riscos e incertezas inerentes aos processos de produção e
comercialização da safra.
Straddle – Compõe-se de posições vendidas ou compradas em opções ou futuros com a
mesma data de vencimento e negociado com o mesmo preço – normalmente, at the money,
no dinheiro. No straddle de compra, aposta-se na alta volatilidade; já no de venda em baixa
volatilidade.
174