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FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
Luanda, 2015.
1
FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
55.947
Luanda, 2015
2
EPIGRAFE
3
DEDICATÓRIA
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço, antes de tudo, a Deus, que por meio de sua graça capacitou-me e permitiu-me
cumprir mais um objectivo da minha vida.
Expresso aqui o meu sincero agradecimento ao professor Msc. Aziz Sajó Manuel pelo
companheirismo, pela atenção, pelo incentivo e principalmente por fazer real a proposta de
estudo. Acredito que, o reconhecimento não está em apenas alcançar o resultado, o caminho
percorrido precisa ter sido válido. Muito obrigado!
Aos meus pais pelo apoio incondicional, pela sabedoria, e amizade, sem eles não seria
possível a conclusão desta etapa da minha vida. Que jamais hesitaram em me proporcionar as
melhores condições para a realização deste sonho.
Os meus amigos, que foram meu refúgio nos momentos difíceis e sobretudo, cúmplices nos
momentos de alegria, resultado em uma miscelânea de sentimentos nessa caixinha de
surpresas que é a vida.
5
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE DE TABELA V
ÍNDICE DE FIGURAS V
ÍNDICE DE GRÁFICOS V
SIGLAS VI
RESUMO VIII
ABSTRACT IX
INTRODUÇÃO 1
CAPITULO Iº : O SECTOR BANCÁRIO E O BANCO REGIONAL KEVE 4
1.1 Evolução do Sector Bancário Angolano 4
1.2 Apresentação do Banco Regional Keve 10
1.2.1 Caracterização e Organização do Banco 10
1.2.2 Serviços Oferecido pelo Banco Keve 11
1.3 Distribuição Geográfica do Crédito Concedido pelo Banco Keve 17
1.4 Rentabilidade Financeira do Banco Keve 17
CAPÍTULO IIº : REVISÃO DE LITERATURA 18
2.1 O Mercado de Crédito e a Sua Importância Para Economia 18
2.1.1 Definição do Risco de Incumprimento 20
2.1.2 Breve Historial do Risco de Incumprimento 21
2.2 O Risco de Crédito e o Incumprimento 23
2.2.1 Definição do Risco de Crédito 23
2.2.2 O Risco de Crédito no Processo de Incumprimento 26
2.3 Métodos de Avaliação do Risco de Crédito 33
2.4 Factores que Influência o Risco de Incumprimento 36
CAPÍTULO IIIº : ESTUDO EMPÍRICO 39
3.1 Caracterização da Amostra 39
3.1.1 Caracterização e Definição das Variáveis 40
3.2 Método de Estimação dos Dados 47
6
3.2.1 Modelo de Estimação 48
3.2.2 Introdução de Variáveis 50
3.2.3 Avaliação do Ajuste Geral do Modelo 51
4 RESULTADOS 55
4.1 Apresentação dos Resultados 55
4.1.1 O Efeito do Número de Dependentes 56
4.1.2 O Efeito do Estatuto Residencial no Incumprimento 57
4.1.3 O Efeito do Estado Civil no Incumprimento
57
CONCLUSÕES
58
RECOMENDAÇÕES
59
BIBLIOGRAFIA
60
ÍNDICE DE TABELA
Tabela nº 1 – Mapa da distribuição geográfica 17
Tabela nº 2 – Rentabilidade Financeira 17
Tabela nº 3 – Classificação do Crédito da Amostra 40
Tabela nº 4 – Medidas Estatísticas das Variáveis Dependentes 41
Tabela nº 5 – Sexo dos Clientes 44
Tabela nº 6 – Clientes por Nível Académico 46
Tabela nº 7 – Clientes por Formação Contínua 46
Tabela nº 8 – Omnibus Tests of Model Coefficients 50
Tabela nº 9 – Modelo Sumário 51
Tabela nº 10 –Teste Hosmer and Lemeshow 52
Tabela nº 11 – De Classificação (N =300) 53
Tabela nº 12 – De Classificação (N =150) 54
55
Tabela nº13 – Resultados do Modelo de Decisão Final de Credit Scoring
7
ÍNDICE DE GRÁFICO
Gráfico 1 – Taxa de Juro dos Clientes Incumpridores e Cumpridores 42
Gráfico 2 – Estado Civil dos Clientes 45
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Estatuto Residencial dos Clientes 43
Figura 2 – Variável Dependente - Clientes Incumpridores 47
8
SIGLAS
BS ̶ Banco Sol
FB ̶ Finibanco de Angola
9
VTB ̶ Banco VTB ̶ África
BV ̶ Banco Valor
10
RESUMO
Os resultados foram obtidos a partir de análise estatística de regressão logística baseados nos
dados da instituição financeira (Banco Regional Keve). Os 300 clientes analisados constituem
o universo de clientes das operações realizadas na Agência Central em Luanda.
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ABSTRACT
This dissertation is the result of applying a set of theories and econometric study of the risk of
default of loans in the Angolan credit market, against the backdrop of major events in the
evolution of the Angolan banking system in the period between 2008 and 2011 tools.
The results are obtained from statistical data based on the financial institution Banco Regional
do Keve logistic regression analysis. The 300 customers are analyzed the universe of
transactions for clients in Central Agencies in Luanda.
By applying the statistical technique of logistic regression, an econometric model for the final
decision to credit scoring, composed of 3 variables, to evaluate and prevent the risk of default
of credit was obtained in the Angolan market. The hit rate estimated accuracy of the model
was high, with 88.7 % of the operations of correctly classified loans. Model validation was
performed using the Cross – validation method, ie dividing the original sample into two parts:
one for model definition and one for validation.
The results obtained in the estimation of Model Credit Rating to conclude that the greater the
number of dependents, marital status and residence, state higher the risk of default on loans in
the Angolan financial market. Rather, the business capital of the loan amount, loan term, the
customers age, education level, the dependent variable and time of operation of the enterprise
have the effect of reducing the risk.
Keywords: Failure of loans, credit scoring model, credit market and banking system Angolan.
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INTRODUÇÃO
O sector bancário angolano bem como internacional vem sofrendo inúmeras transformações
implicando não só uma maior operacionalidade do sistema, mas também maior diversidade de
operações a serem desenvolvidas pela actividade financeira procurando – se assim satisfazer
os desafios de uma economia em mutação permanente. É nesta ordem de ideias que surge o
seguinte tema: Determinantes do Risco de Incumprimento dos Empréstimos no Mercado
Financeiro Angolano – Um Estudo Aplicado ao Banco Regional Keve (BRK).
A mutação das economias, é acompanhada de riscos e estes podem ser controlados por
métodos de risco de crédito. O sector de crédito afigura – se como um sector importante na
economia, daí a importância capital de supervisão que implica controlo de riscos devido ao
seu elevado grau de complexidade (Almeida, 2011).
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Formulação do Problema
Por meio desta pesquisa, procurou – se responder a seguinte pergunta de partida: Quais os
factores determinantes que influência o risco de incumprimento dos empréstimos no Banco
Regional Keve.
Hipótese
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Procurar avaliar a relação entre o valor emprestado, a taxa de juro, o capital circulante
ou de giro, o prazo do empréstimo, o tempo de funcionamento da empresa, o número
de dependentes, o estatuto residencial e o incumprimento;
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Justificativa
A escolha do tema para a realização deste trabalho monográfico encontra sua justificativa na
série de transformação que o sector bancário está passando, surgindo a necessidade de
analisar o risco de crédito deste importante intermediário financeiro.
Além disso, é importante mencionar que a realização deste trabalho se justifica também pelas
possíveis contribuições que os seus resultados podem fornecer ao processo de concessão e
análise do crédito na respectiva instituição, bem como para outras instituições de crédito.
Metodologia
Esta pesquisa, de natureza exploratória e descritiva, pois para a caracterização deste estudo
adoptamos a metodologia seguinte;
No estudo empírico foi necessário estruturar, uma base de dados agregando os valores
numéricos referentes ao conjunto de variáveis independentes pré – seleccionadas para
construção do modelo. Neste sentido, foi utilizado o software estatístico Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS), versão 15.0, como suporte para as análises
estatísticas desenvolvidas no modelo. Em seguida foi aplicada a técnica de regressão
logística.
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Estrutura e Organização do Trabalho
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Capítulo I: O SECTOR BANCÁRIO E O BANCO REGIONAL KEVE
Neste capítulo iremos abordar um conjunto de aspectos relevantes que marcaram a evolução
do sector bancário angolano no período compreendido entre 2008 e 2011. O objectivo do
estudo consiste na análise dos principais acontecimentos.
De acordo com Almeida (2011), O sistema financeiro angolano teve a sua origem
praticamente em 1865, quando surgiu o primeiro estabelecimento bancário que começou a
funcionar em Agosto do mesmo ano, no entanto era apenas uma sucursal do Banco Nacional
Ultramarino, com o surgimento do mesmo teve iniciou a actividade bancária. A 14 de Agosto
de 1926 foi criado o Banco de Angola com sede em Lisboa. Até 1957 o banco de Angola
deteve o exclusivo comércio bancário em Angola, até ao surgimento do Banco Comercial de
Angola, que era somente de direito angolano.
Foi através da lei nº 67/76, pelo qual foi confiscado o activo e passivo do Banco de Angola,
tendo – se cessadas todas as funções relativas a sua actividade na República Popular de
Angola assim sendo, aos 10 de Novembro de 1976 foi criado o Banco Nacional de Angola
(BNA) em todos os seus compromissos internos e externos, nesta mesma lei foi igualmente
aprovada a lei orgânica do BNA (Almeida, 2011).
Nos termos da referida lei, o BNA tinha por funções fundamentais as do Banco Central e de
banco comercial, estando sob a supervisão do Ministério das Finanças, só através da lei 4/78
17
de 25 de Fevereiro é que a actividade bancária passou a ser exclusivamente exercida pelos
bancos do Estado. Na sequência das reformas políticas e económicas iniciadas no fim da
década de 80 e princípios de 90, a comissão permanente da Assembleia do Povo faz aprovar a
lei nº4/91 a 20 de Abril em que no seu preâmbulo dispõem: “o sistema financeiro que
vigorava até a publicação da presente lei, assentava, praticamente num único banco – o BNA
– no qual se fundiam o exercício das funções central, comercial e investimentos. (Almeida,
2011)
Foi aprovada a nova lei orgânica do BNA, a mesma surgiu em consequência da nova filosofia
económico – financeira nacional que estava reflectida na primeira lei quadro reguladora das
instituições financeiras a lei nº5/91 que foi aprovada a 20 de Abril.
18
Convém destacar que com base no quadro legal aprovado o BNA, passou a ser consagrado
como banco emissor e de reserva, banco dos bancos, banqueiro do estado, autoridade
monetária, coordenador, orientador, e controlador da política monetária e cambial dos
respectivos mercados tendo – lhe assim, consequentemente sido atribuído a função
fundamental de assegurar o equilíbrio monetário interno e a solvabilidade exterior da nossa
moeda como objecto basilar da sua actividade.
O sistema bancário nacional passou então a ser composto para além do BNA por dois bancos
comerciais angolanos constituídos sobre a forma de sociedades anónimas de capitais públicos,
o Banco de Poupança e Crédito (BPC, ex. BPA), e o Banco de Comércio e Indústria (BCI).
De 1998 – 2000 o governo situando – se no percurso das reformas estruturais para o alcance
da construção e estabilidade da economia, colocou mais uma vez a eficiência do mercado
financeiro nacional como elemento decisivo para alcançar esse objectivo, tendo deliberado na
sua 12ª sessão realizada em 26 de Outubro de 1999, que o BNA definisse uma estratégia para
evolução do sistema financeiro angolano, uma vez que a mesma se encontrava relativamente
desactualizada e dispersa. Esta desactualização decorria essencialmente de dois factores:
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Sociedades Financeiras: Sociedades de Investimento, de capital de risco, de factoring,
de gestoras de património imobiliário, de fundos de investimento, fundos de pensões,
financeiras de corretagem, sociedades imobiliárias, seguradoras e casas de câmbio;
No âmbito da evolução dos diversos mercados do sistema financeiro de Angola foi instituído
o sistema de pagamento de Angola (SPA), com o intuito de supervisionar e regular o sistema
de pagamentos interbancário.
É importante no entanto ressaltar que este panorama actual do sistema financeiro angolano
continua em mutação constante.
Os bancos são instituições que, fazem parte da intermediação financeira, ele pode actuar como
sujeito activo ou passivo nas operações realizadas. Se os Bancos estão na posição de devedor,
ou seja, se recebem recursos e, portanto, tem a obrigação de devolver no futuro o valor
recebido, acrescido de juros, tem – se uma operação passiva. Porém, se o banco concede
recurso a um tomador e passa ter direito de receber no futuro o valor emprestado acrescido de
juros, tem – se uma operação activa. Depósito e conta corrente são exemplo de operações
passivas, enquanto empréstimo, financiamento e desconto são exemplos de operações activas.
20
Nesse mesmo sentido, Covello1 afirma que as operações bancárias fundamentais ou típicas,
que são as que implicam intermediação do crédito, dividem – se em passivas (as que têm por
objecto a procura e provisão de fundos, sendo assim denominadas por importarem obrigações
para os bancos, que na relação jurídica, se torna devedor) e activas (as que visam à colocação
e ao emprego desses fundos; por meio dessas operações, o banco se torna credor do cliente).
Por assumir o risco da operação, os bancos cobram dos tomadores uma taxa de juros superior
à taxa contratada na captação de recursos, a fim de cobrir despesas e riscos assumidos, bem
como obter lucro. Spread2, margem bancária a taxa aplicada a um crédito, aumenta quando há
incertezas, risco de recebimento ou moratória alta, se a economia está fraca, neste cenário os
riscos são maiores e as instituições financeiras buscam maiores compensações.
Nos termos da lei das instituições financeiras, o sistema financeiro de Angola é administrado
pela lei 13/05 de 30 de Setembro de 2005, que contém disposições relativas ao
estabelecimento, exercício de actividade e supervisão de instituições financeiras
regulamentado pelo Ministério das Finanças.
2Spread é um termo em inglês que em sentido amplo significa, extensão, amplitude, envergadura, vão de ponte etc. Em
finanças, o termo spread bancário quer dizer a diferença entre a taxa de captação e de aplicação, que fica em poder das
instituições financeiras. Desta forma, quanto maior o spread, maior é o lucro dos bancos.
21
Para Almeida (2011), são considerados instituições especiais de crédito as cooperativas de
crédito, as caixas económicas, as instituições de poupança e de crédito imobiliário. A
constituição das instituições especiais de crédito depende da autorização do Ministério das
Finanças, atendondo ao parecer do Banco Central.
De acordo com Manuel A. Sajó (2010) e BNA (2011), o sistema bancário angolano para além
do BNA é composto por seguintes bancos3:
3
O Sistema financeiro conta actualmente com 23 (vinte e três) instituições financeiras
bancárias, das quais, estão em funcionamento 21 (vinte e um) Bancos, sendo que 2
(dois) ainda não iniciaram as suas actividades.
4 BDA é uma instituição pública com objectivo de apoiar o financiamento de projectos de investimentos dos agentes
privados nacionais.
5 Banco BVT-África é a primeira instituição bancária Russa, criada no continente africano com participação de capitais
Russos, tem como principal função promover os investimentos Russos em Angola, contribuindo para um aumento do fluxo
de capitais entre os dois países.
Além de financiar projectos em Angola, o banco concede também empréstimos a projectos de desenvolvimento económico a
nível do continente africano (Angop, 2007) e Manuel A.Saj (2010).
22
1.2. Apresentação do Banco Regional Keve
O Banco Regional do Keve, S.A é um banco de capitais privado com sede no Sumbe,
província do Kwanza Sul. Foi constituído em 19 de Setembro de 2003. A actividade
comercial foi iniciada no dia 1 de Outubro de 2003. Por escritura pública de Dezembro de
2007, o Banco adoptou a abreviatura comercial (Banco Keve). O Banco criou uma ampla
rede, que conta com 32 agências, 5 postos de atendimento e 303 colaboradores.
O objecto da sociedade é o exercício da actividade bancária nos termos permitidos por lei, que
inclui a obtenção de recursos de terceiros sobre a forma de depósitos ou outros, os quais
aplica, justamente com os seus recursos próprios, na concessão de empréstimos, depósito no
BNA, aplicações em instituições de crédito, aquisição de títulos e outros activos. Presta ainda
outros serviços bancários e realiza diversos tipos de operações em moeda estrangeira.
Na actividade comercial, o segmento das PME`s constitui uma das estratégias de crescimento
do Banco. Faz ainda parte da estratégia a prestação de serviço de seguros, através da Global –
Companhia de Seguros, da qual o Banco é o maior accionista.
A missão do Banco Regional Keve é de criar uma experiência bancária excepcional, na qual
os seus clientes percebam o banco como um parceiro indispensável na concretização dos seus
negócios; os seus colaboradores atinjam um elevado sucesso pessoal e profissional; os seus
23
accionistas sejam adequadamente remunerados; e as comunidades que se encontram inseridas
beneficiem dos seus envolvimentos. Os valores assentam na atitude, eficiência e integridade
Nos finais de Dezembro de 2011, o banco contou com 303 colaboradores, menos 2
comparativamente a 2010. Do total de colaboradores, 54% são do sexo masculino, e 46% são
do sexo feminino, da média etária 75% dos colaboradores situam – se no intervalo de 24 à 34
anos e 25% 35 à 50. Quanto á antiguidade na instituição, 84% dos colaboradores estão no
banco a menos de cinco anos. No que respeita aos colaboradores por habilitações literárias
revela que 12% dos colaboradores têm o ensino médio completo, 50% possuem o nível de
frequência universitária, 37% possui a licenciatura completa e 1% possui o mestrado.
24
2011. O índice de actividade dos TPAs do banco (medido pelo rácio TPAs activos sobre
TPAs matriculados) manteve – se acima a maior parte do ano.
Podemos salientar que em 2011 havia 2.776 contratos celebrados, dos quais 1.256 empresas e
1.520 particulares, representando um crescimento de 20% face a 2010 e uma taxa de adesão
global de 8%.
O serviço Keve SMS, lançado no início de 2009, registou 1.369 contratos activos em
Dezembro de 2011, representando um crescimento de 250% face a 2010. Através de simples
troca de mensagem com siglas enviada aos clientes é possível disponibilizar um acesso a
várias consultas.
Análise do rácio de cartões de débitos vivos sobre cartões válidos, revela que o banco
melhorou o desempenho em relação a rede de Junho a Novembro de 2011. Em 2011, os
cartões emitidos pelo banco aumentarão em 52%, tendo atingido 34.714 cartões em
Dezembro.
Keve Corporate
O ikeve corporate, é um serviço de internet banking que o banco oferece aos seus clientes
corporate. Com leque alargado de operações que permite as pequenas, médias e grandes
empresas, públicas e privadas, fazer a gestão das suas contas com segurança, rapidez e
confiabilidade. Um serviço que se encontra disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano.
A subscrição deste produto/ serviço é feita através de contrato de adesão ikeve corporate,
existente. Deve ser preenchido na íntegra, e assinado pelos representantes legais da conta,
junto do banco keve
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Controlo Interno
O banco tem assegurado ao mais alto nível presença activa nos grupos de trabalhos da
associação angolana de bancos para as materiais fiscais, de contabilidade e prudenciais. Esta
presença permite que as direcções dos bancos estejam permanentemente informadas sobre as
matérias em discussão e mais alertas sobre os impactos das alterações regulamentares.
A análise e controlo do risco de mercado e liquidez são feitos no comité diário de gestão do
risco de liquidez. São ainda feitas reuniões mensais e trimestrais para analisar os seguintes
relatórios:
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Relatório de Tesouraria;
Relatório dos Indicadores Financeiro em Angola.
Nesse sentido, foi reforçada a função de Auditoria Interna e criada a função de compliace,
dada a necessidade de dotar a área de recursos humanos qualificada. As competências destas
áreas incluem igualmente a prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do
terrorismo, por sua vez, as actividades de auditoria interna estiveram muito focalizada nas
agências, mas foram criadas condições para, poder se alargar o seu trabalho para áreas de
serviços centrais identificadas de maior risco.
Risco de mercado; resulta das variações no valor dos activos e passivos causadas pelas
incertezas das mudanças nos preços e taxas de mercado (taxas de juros, acções, taxas de
câmbios e preço de commodities).
Risco de Liquidez ocorre quando as reservas e disponibilidade de uma instituição não são
suficiente para honrar suas obrigações, ou seja, quando um descompasso no fluxo de caixa
provoca incapacidade momentânea de liquidar os compromissos.
O acompanhamento e análise do risco de liquidez são feitos pelo Comité de Gestão Diário de
Liquidez. Este comité inclui os responsáveis pela banca comercial, crédito, operações e
financeira, sendo por um administrador. As reuniões tem uma duração limitada, a informação
é pré – definida e distribuída antecipadamente, e as decisões são reflectidas uma acta que é
distribuída a nível central pelos membros e principais colaboradores e administração. Para
suporte de tomada de decisões, é previamente definida informação. A informação inclui, entre
27
outros, um relatório diário contendo todas as operações, posições de liquidez actuais e
projecções até cinco dias, o balanço e a demonstração diária do resultado do banco.
No que diz respeito aos riscos de segurança e dos activos tangíveis e pessoas, são realizadas
auditorias as unidades principais e implementar acções preventivas e correctivas dos riscos
identificados. Regularmente, é reavaliado a cobertura financeira dos riscos seguráveis.
Em 2011, o banco foi especialmente afectada por fraudes internas na área comercial, cujo
prejuízo foi reflectido nas contas. Em função destas, foram energeticamente reforçadas as
medidas de controlo interno, desde a gestão dos recursos humanos até à abordagem da
Auditoria Interna, tendo em vista a prevenção de futuras ocorrências, também verificou se a
ocorrência pontual de falhas de comunicações, pouco usual para o banco então, que não
tiveram impactos negativos significativos.
Responsabilidade Social
No mesmo ano, o Banco deu continuidade ao tema VIH/ SIDA, apoiando as 1º jornadas
científicas, realizada em Luanda, promovido pelo INLS com a participação de entidades
angolanas e estrangeiras. Neste âmbito, também foi promovido uma acção pelos
colaboradores do Banco com o objectivo de sensibilizar os clientes do Banco e toda a
população que passou pelos balcões do Banco em 1 de Dezembro de 2011 (dia internacional
da luta contra o VIH/ SIDA).
O banco aderiu ao programa de educação financeira levado a cabo pelo BNA, que promoveu
dois produtos essencialmente orientados para a população não bancarizada: “ Depósito
Bankita” e Poupança Bankita Crescer”.
28
Em cerca de 3 meses de actividade (a campanha foi lançada em Setembro), o Banco
conseguiu obter fortes resultados, uma vez que atingiu o 1º lugar no Ranking de abertura de
contas Bankita, com 8.500 clientes em 31 de Dezembro de 2011.
O banco também apoiou o Workshop pelo comité de especialidade dos bancários sobre o
tema da actualidade – “ o branqueamento de capitais.”
Patrocinou diversas actividades, entre as quais o apoio às festividades das cidades do Sumbe,
Porto Amboim e Calulo.
29
1.3. Distribuição Geográfica do Crédito Concedido pelo Banco Keve
Província Agências
Bengo Mazozo
Benguela Benguela; Lobito; Secil e Soba Catumbela
Huila Lubango e Alfandega Lubango
Huambo Huambo e Nocebo
Kwanza Sul Posto Repartição Fiscal do Libolo; Sumbe; Wako Kungo; Calulo; Posto Repartição Fiscal da Cela;
Porto Amboim e Posto Alfandega Porto Amboim
Luanda Central; Maculusso; Nocal; Cimangola; Cuca; Talatona; Porto de Luanda; Filda; Zagope ;
Aeroporto 4 de Fevereiro; Porto Seco; Sovinhos; Cacuaco; Serpa Pinto; Nova Vida; Correios de
Angola; Major Kanhagulo ; Posto Aeroporto 4 de Fevereiro e Kilamba Kiaxi
30
Capítulo II : REVISÃO DE LITERATURA
De acordo com Azenha (2010), nas economias modernas o crédito continua a ter um papel
fulcral, contribuindo, em parte, para o desenvolvimento e crescimento das sociedades. É
considerado como um motor fundamental para o desenvolvimento de qualquer economia,
disponibiliza recursos financeiros às famílias e empresas, para que possam financiar suas
necessidades de consumo e investimento. Melhorando as condições de vida, na medida em
que permite as famílias antecipar a acessibilidade a determinados bens que de outra forma não
o seria possível.
O crédito detém a força económica, hoje a maioria das transacções comerciais não têm nada a
ver com moeda e sim com crédito. O crédito determina os rumos da economia Stiglitz (1990),
prêmio Nobel de economia. A compreensão do funcionamento da economia monetária exige a
análise das forças determinantes da demanda e oferta de crédito e envolve o entendimento do
papel dos bancos.
6 A palavra “crédito” deriva do latim credere, que significa acreditar, confiar. definem crédito como a “disponibilização
imediata de rendimento que não se possui, permitindo antecipar a fruição de determinados bens, mas implica igualmente uma
penhora do rendimento futuro, impondo aos devedores um sacrifício financeiro por períodos de tempo mais ou menos
longos”. Marques, M. e Frade, C. (2003), “Uma sociedade aberta ao crédito”. Subjudice, n.º 24.
31
progresso de uma economia moderna e um sistema de crédito forte é a chave para o
desenvolvimento económico.
De acordo com Bonatto Alexandre (2003), essa transferência de fundos permitem que pessoas
com boas oportunidades de investimentos, mas com poucos recursos correntes, possam
expandir a produção de bens e serviços na economia. Da mesma forma, os consumidores
podem planear seu consumo, optando por consumir no presente mais do que sua renda, ou
postergar o consumo para um momento futuro, aumentando desta forma o nível de bem –
estar na sociedade.
32
actividade consiste em receber do público depósitos e outros fundos reembolsáveis para
efeitos de atribuição de empréstimos por sua própria conta, assim, as instituições de crédito
podem ser os bancos, as instituições especiais de crédito e outras qualificadas como tal, pela
lei. Brito, (2009) e Manuel A.Sajó (2010).
Segundo Freixas e J. Rochet (1997), numa visão redutora, o banco é uma instituição em que
as suas operações consistem em conceder empréstimos e receber depósitos do público.
De acordo com Carvalho7, torna – se difícil definir com precisão a expressão banco, mas o
sistema bancário o compreende como intermediário financeiro que capta recursos através de
depósitos à vista. Tem a função de criador de meios de pagamento, sendo que pode captar
recursos através de outros meios como depósitos à prazo, poupança, etc.
Para Manuel A. Sajó (2010), o incumprimento dos empréstimos pode ser definido como o não
pagamento dos compromissos financeiros por parte daquele que recorreu ao crédito e traduz
em primeira linha a violação do contrato de empréstimo (mútuo) pelo mutuário.
7
Carvalho, Fernando J. Cardim de. et al. Economia Monetária e Financeira. Rio de
Janeiro: Campus, 2000.
33
de renegociação do débito e se iniciou procedimentos judiciais de cobrança coerciva
(Fazenda, 2008; Manuel A. Sajó, 2010)
A CIRC é uma base de dados gerida pelo BNA, com a informação prestada pelas instituições
financeiras relativas as operações de créditos. São participantes da CIRC todas instituições
financeiras que operam no sistema financeiro angolano que exercem funções de crédito. A
informação enviada ao CIRC é da inteira responsabilidade da instituição financeira remetente
é de uso exclusivo da CIRC (BNA, 2011).
A CIRC vem possibilitar às instituições que dela participam, ter uma visão sobre
endividamento dos seus clientes no sistema financeiro e consequentemente mitigar o risco de
crédito das mesmas, ao passo que, para o gestor da CIRC ter uma visão mais abrangente sobre
o risco de crédito nas instituições em particular e do sistema financeiro em geral (BNA,
2011).
8
O Departamento de Supervisão de Instituições Financeiras – DSI – é o principal executor das
funções de supervisor do sistema financeiro angolano, atribuídas ao BNA pela Lei Nº 16/10, de 15
de Julho, em seu artigo nº 20. a este cabe, o acompanhamento inloco
e a distância (on-site e off-site), da situação patrimonial, liquidez, rentabilidade, adequação de
capital e solvência, bem como avaliar o cumprimento das normas e regulamentos por parte dos
bancos.
34
No âmbito do funcionamento da CIRC, foram realizados ao longo do primeiro trimestre de
2011 vários encontros com os Bancos Comercias no sentido de serem informados sobre a
necessidade do envio da informação para a base de dados da CIRC, ainda no decorrer do
mesmo período, procedeu – se a conclusão do cadastro dos nomes e perfis dos usuários das
instituições para o aplicativo, restando por concluir a criação dos certificados da Webservice e
a actualização da nova versão do aplicativo (BNA, 2011).
Em Julho de 1955, em Porto Alegre, foi fundado o SPC, o surgimento de empresas para a
exploração desse serviço, utilizando novas tecnologias deu origem a 54 empresas comerciais
voltadas para essa actividade económica. Dentre essas empresas destacam – se Centralização
de Serviços de Bancos S.A (SERASA) e a SCI, controlada por uma das três maiores empresas
norte americanas de protecção ao crédito (Bessa, 2003).
Para Bessa (2003), os bancos de dados de protecção ao crédito surgiram como fonte de
informações ao credor sobre o tomador de recursos, as informações dizem respeito ao
tomador e seus aspectos teoricamente úteis para permitir uma melhor avaliação dos riscos de
se conceder o crédito. É legítimo o direito do credor em possuir algumas informações do
tomador com a finalidade específica de avaliar os riscos dos negócios.
A realidade brasileira tem mostrado que os bancos de dados de protecção ao crédito não
funcionam como auxiliares na decisão de crédito e sim decisor. Há jurisprudência no
Supremo Tribunal Federal, para a não inclusão do nome do devedor em bancos de dados de
protecção ao crédito havendo discussão judicial a respeito do débito. Os agentes económicos
possuem tamanha confiança, que as informações contidas neles são assumidas como
verdadeiras, sem que haja qualquer verificação da veracidade do que consta em tais arquivos,
essa verificação poderia medir a importância do registo para se averiguar se o conteúdo
existente é impeditivo ou não para a decisão de crédito (Bessa, 2003).
Segundo Bessa (2003), divulgar, de qualquer modo, a notícia que alguém possui dívida
vencida e paga constitui – se em acto ilícito ofensivo a honra, ensejador de indemnização por
danos morais ou materiais. Deve sempre a instituição financeira verificar, com o máximo
cuidado, a inclusão de nomes nos bancos de dados para protecção ao crédito, pois trata – se,
teoricamente, de uma manifestação a honra, mesmo sendo verdadeiro o facto. O direito a
honra é afectado quando não se observa todo o procedimento que legitima as inscrições nos
arquivos de consumo.
35
2.2 O Risco de Crédito e o Incumprimento
Segundo Silva (1988), o risco de crédito diz respeito aos diversos factores que poderão
contribuir para que aquele que concedeu o crédito não receba do devedor o pagamento na
época acordada.
O risco como definido por simples termo por Gitman (1997), tem se o risco como a
possibilidade de perda, dividindo se em risco interno e externo. O interno é responsável pela
perda financeira nas concessões e pode ser, de acordo com alguma natureza administrativa,
como profissionais desqualificados, controlo de risco inadequado, ausência de modelos
estatísticos e de concentração de crédito de clientes de alto risco. Enquanto factores externos,
de natureza macroeconómica, podem ser relacionados com a liquidez de pessoas físicas ou
jurídicas.
Portanto, este risco é muito frequente e quase inevitável em qualquer sistema bancário, em
Angola esta situação torna se grave tende em conta que muitas pessoas furtam se para cumprir
36
com as suas responsabilidades com os bancos. Alegando que no momento não têm condições
para pagar, desta feita é importante que os bancos têm capacidade para investigarem os
negócios a quais eles se expõem e devem faze – lo cada vez mais, tendo em conta, que o
principal negócio dos bancos continua a ser a recolha de depósito e a concessão de
empréstimo (Almeida, 2011)
De acordo com Bonatto Alexandre (2003), Em toda e qualquer actividade que a instituição
financeira venha a actuar sempre haverá um componente maior ou menor de risco. Esse
componente de risco nasce da probabilidade de que um evento desejado venha a não ocorrer.
Assim, quando é concedida uma operação de crédito, espera – se receber, em uma data futura,
não só o principal como também seus rendimentos. Ou seja, o crédito, como a própria origem
da palavra expressa (credere = acreditar), é a crença de o devedor honrará os compromissos
para com a instituição. Julgamentos de crédito deficientes podem causar maior ou menor
perda potencial. O erro no julgamento de tal potencialidade pode ameaçar a liquidez da
instituição, prejudicando sua capacidade negocial. Portanto, a gestão eficiente dos riscos de
crédito assume papel fundamental dentro das instituições.
Na actividade bancária o risco de crédito apresenta – se de forma intensa, uma vez que as
instituições financeiras têm como principal actividade operacional a intermediação na
transferência de recursos entre poupadores e tomadores. A carteira de crédito é o maior activo
e fonte predominante de receita para a instituição financeira clássica (Bonatto Alexandre,
2003)
Cabe a gestão do risco de crédito identificar e mensurar os riscos a que o banco está exposto
durante o atendimento das necessidades de seus clientes. Desta forma, a importância da gestão
de risco de crédito pode ser caracterizada pela sobrevivência da instituição como prestadora
de serviços financeiros (Bonatto Alexandre, 2003).
Spence (1974), define com muita propriedade a actividade de emprestar como a compra de
uma lotaria, já que o banco não conhece, antecipadamente, a capacidade de pagamento dos
indivíduos que estão sendo atendidos através das operações de crédito. É exactamente este
desafio que a gestão do risco de crédito pretende enfrentar.
Nós podemos caracterizar o risco de crédito, como o faz Brito (2009), como a perda da
totalidade do principal emprestado acrescido dos juros contratuais. O risco de não
recebimento dá – se pelo não cumprimento da obrigação de pagar, por parte do devedor.
37
Ainda para Brito, o risco de crédito pode ser definido como prejuízo que o usuário final
sofrerá se a contraparte não liquidar seu vínculo financeiro no vencimento do contrato.
Segundo Blatt (1999), o risco de crédito é definido como a possibilidade de que aquele que
concedeu o crédito não o receba do devedor na época ou nas condições combinadas.
Ainda sobre risco de crédito, Saunders (2000), o conceitua como a probabilidade do devedor
não gerar fluxos de caixa suficientes para resgatar suas obrigações junto ao credor.
De acordo com Bonatto Alexandre (2003), A gestão eficiente de crédito é fundamental para a
segurança e a integridade de uma instituição. Ela deve buscar:
O risco de crédito, ou seja, a possibilidade de que um devedor não cumpra o combinado pode
ser minimizado ou aumentado pelas práticas de gestão de risco de crédito adoptadas pela
instituição financeira.
Os tomadores cuja performance seja fraca ou insignificante podem ser rapidamente atingidos
por problemas económicos externos ou pessoais. Desta forma, a gestão de risco de crédito
também cumpre importante papel depois de assinado o contrato de empréstimo para prevenir
comportamentos que vão de encontro com o considerado adequado pela instituição. (Bonatto
Alexandre, 2003).
38
2.2.2 O Risco de Crédito no Processo de Incumprimento
Segundo Lewis (1992), a história de credit scoring remonta de 1945, quando foi desenvolvido
o primeiro modelo estatístico de análise de crédito. Os primeiros modelos foram
desenvolvidos para análise do crédito ao consumidor, tanto por empresa de varejo quanto a
financeiras. A expansão de uso desses modelos está, segundo o autor, ligado a dois factores.
Primeiramente, a expansão do mercado de crédito massificado, que passou a demandar dos
analistas rapidez e homogeneidade na avaliação dos créditos, por outro lado, o
desenvolvimento de sistemas computacionais, possibilitou o tratamento estatístico adequado
dessas massas de dados.
39
do score. A decisão envolve a análise dos custos de desenvolvimento de diferentes sistemas e
dos benefícios decorrentes do maior acerto das decisões. É recomendado fortemente o
desenvolvimento de diferentes fórmulas quando operamos com produtos de crédito ou
mercados de características significativamente distintas: os benefícios serão muito maiores
que os custos de desenvolvimento.
40
ser codificado não dependa do analista que faz a codificação. Por exemplo, uma
variável normalmente sugerida para o caso de pessoas jurídicas é a “experiência” dos
sócios. Cabe por definir o que se entende por experiência, de que sócio, como
proceder quando há sócio por diferente “experiências” e, principalmente, verificar se
os dados estão disponíveis. No caso de pessoas físicas, uma das variáveis que requer
atenção é a “profissão” do solicitante. Além da variedade de profissões, muitas vezes
ela é confundida com cargo ou tipo de vínculo laboral.
Selecção da Amostra: É importante, mas nem sempre viável, trabalhar também com
clientes cujas solicitações de crédito foram negados durante o período de concessão.
Desta forma teríamos uma amostra representativa do mercado de clientes potenciais e
41
não apenas de clientes cujos créditos foram concedidos. Estes últimos são clientes que
foram considerados convenientes quando da aprovação do crédito, e portanto, já
sofreram um crivo inicial. Trabalhar somente com eles criará naturalmente um viés no
estudo.
IVº Etapa Determinação da fórmulade score: através de técnica de estatística, como por
exemplo, à análise discriminante ou regressão logística;
O primeiro passo na determinação da fórmula de score é a análise e tratamento das variáveis
potenciais escolhidas pelos analistas. Além dos aspectos técnicos, esta análise permite que os
analistas se familiarizem com os dados e ganhem maior sensibilidade para aprimorar o
desenvolvimento do sistema. Esta análise individual tem vários objectivos, entre os quais
destacamos:
Identificar Eventuais Inconsistências: Por exemplo, um indivíduo com 22 anos de idade
dificilmente poderá ter tempo de serviço igual a 10 anos.
Análise dos casos de Missing Values (informações não disponíveis). Para cada variável
poderá haver interpretação e tratamento diferente.
.
Vº Etapa Determinação do ponto de corte: é o ponto a partir do qual o cliente é classificado
como incumpridor ou bom pagador em outras palavras, é o ponto a partir do qual a instituição
financeira pode aprovar a liberação do crédito; De acordo com Santos (2000), o ponto de
corte é resultado do cálculo de um sistema de pontuação numérica que mostra o perfil de cada
cliente e o risco que ele representa. A medida que todos os pontos de uma carteira são
somados, chega – se a uma pontuação média que determina certo nível de risco.
Se sua pontuação for maior ou igual a um determinado ponto de corte significa que o crédito
pode ser aprovado, caso contrário será reprovado. (Sicsu 1998, Caouette, Altman e Narayanan
2000, Manuel. A. Sajó, 2010). Todavia Santos (2006), alerta para delimitação do ponto de
42
corte, se muito alto pode acarretar a perda de negócio com o cliente, porém se muito baixo,
pode considerar um cliente ruim em bom, o que levará a incumprimento junto à instituição.
Thomas (2000) e Manuel A. Sajó (2010), explicam as diferenças entre modelos de decisão
final de crédito e de score comportamental. Segundo estes autores, os modelos de credit
Scoring propriamente ditos, são ferramentas que dão suporte à tomada de decisão sobre a
concessão de crédito para novas aplicações ou novos clientes e os modelos Behavioural
Scoring auxiliam na administração de crédito já existentes, ou seja, aquelas clientes que
possuem uma relação creditícia com a instituição.
A principal diferença entre as duas categorias de modelos, é o facto de, nos modelos de score
comportamental a instituição, por já conhecer o cliente, possui condições de inserir
características que avaliem seu comportamento em operações anteriores, o que não ocorre nos
43
modelos de decisão final de crédito, quando o solicitante do crédito ainda não possui um
histórico com a instituição e esta última não o conhece.
Caouette, Altman, Narayanam, Parkinson e Ochs (1999), fazem seguintes resumos das
principais vantagens dos modelos credit Scoring:
44
necessário analisar também a qualidade e fidedignidade das informações disponíveis,
uma vez que elas representam o insumo principal dos modelos de credit scoring;
Tendo em vista os possíveis constrangimentos que podem ocorre por parte do tomador não
honrar com o compromisso assumido. Devido a este facto as instituições estão a utilizar
métodos de risco de crédito eficazes para poderem se precaver de incumprimento.De acordo
com Gonçalves (2010), partindo do princípio que as instituições financeiras necessitam fazer
uma boa análise para que possam fornecer crédito para seus clientes, definiu – se algumas
características que são conhecidas como os 5 C do crédito. Apesar de haver divergências entre
alguns autores sobre a quantidade e em alguns casos até de nomenclatura, serão especificadas
neste trabalho os seguintes:
Colateral : São as garantias que podem ser dadas com o intuito de viabilizar o crédito
e seu respectivo pagamento. Podem ser reais (bens) e ou fidejussórias (aval).
45
2.3 Métodos de Avaliação do Risco de Crédito
Segundo Francisco (2007), Trata – se de uma metodologia que avalia uma série de factores,
atribuindo uma nota a cada um deles e, posteriormente, uma nota final ao conjunto destes
factores analisados.
Com base nesta nota final é atribuído um risk rating, ou seja, uma classificação para o risco,
que determina o valor (risco de crédito) que a instituição financeira dará ao tomador do
crédito. São utilizados escalas de 1 à 10, de 1 à 4 e de A à E, combinações de letras, números,
etc. O ideal é que o sistema seja eficiente e permite prever quais serão os créditos com maior
probabilidade de não obterem o seu retorno (Francisco, 2007).
Este autor afirma que a grande vantagem deste tipo de análise é que dá acesso às decisões de
crédito por pessoas que não sejam especialistas na matéria de avaliação de riscos e créditos.
Além disso, permite a utilização por empresas que trabalham com produtos de crédito em
massa (por exemplo, empresas financeiras, empresas de cartão de crédito e bancos de
investimento, etc) e que precisam de velocidade para o procedimento de grandes quantidades
de propostas num intervalo mínimo de tempo.
Ratings, segundo Hansen Simone (2005), são opiniões sobre a capacidade futura dos
devedores de efectuarem, dentro do prazo, o pagamento do principal e dos juros e das suas
obrigações. Assim, reflectem o conjunto de observações e percepções de risco das agências
especializadas, e não devem em hipótese alguma, ser utilizada isoladamente como parâmetro
para justificar decisões de propostas de crédito, investimento em título de renda variável e
transacções financeiras estruturadas.
De acordo com Hansen Simone (2005), para pessoas física, ainda estabelece critérios para
classificação do risco de crédito. Porque se algo mais importante do que conceder um
empréstimo é acompanhar a capacidade do tomador de honrar com os seus compromissos,
46
prevenindo a saúde financeira das instituições com a possibilidade de adopção de medida
preventiva perante a insolvência.
Rating está directamente ligado a qualidade de crédito de cada cliente com linhas aprovada e
permite uma avaliação quantitativa do risco da carteira, portanto é mais uma ferramenta
gerencial de controlo que as instituições financeiras dispõem (Oliveira Natália, 2010)
De acordo com a Moody e Hansen Simone (2005), rating é uma opinião sobre risco relativa
(1) capacidade e vontade do emissor pagar completamente no prazo acordado, principal e
juros, durante o período de vigência do instrumento da dívida e, (2) severidade da perda, no
caso de incumprimento.
Para Austine Hansen Simone (2005), rating não constitui uma recomendação de investimento
para os efeitos, incorpora uma probabilidade de incumprimento das obrigações, sendo assim,
não existe garantia de default não ocorrer, pois o rating deve ser entendido como auxílio na
decisão investimento.
Em entrevista a Fundos de Pensão, o director geral da Moody no Brasil Luiz Tess, enfatiza
que o rating é uma opinião independente sobre a capacidade e a vontade de emissor cumprir
suas obrigações no prazo estipulado (Hansen Simone, 2005).
Esta afirmação não é somente da Austin e da Moody. De acordo com Invest New (2005), todas
as agências são unânimes em alertar que o ratings não são sugestão de investimento e o
problema de default podem ocorrer com qualquer rating.
47
Método do Credit Scoring
De acordo com estudos realizados por Lewis, (1992) e Manuel A. Sajó (2010), os modelos de
credit Scoring são sistemas que atribuem pontuações às variáveis de decisão de crédito de um
proponente, mediante a aplicação de técnicas estatísticas. Esses modelos visam a segregação
de características que permitem distinguir os bons dos maus créditos.
Segundo Francisco (2007) e Manuel A. Sajó (2010), é um tipo de análise utilizado para a
avaliação da qualidade de crédito de clientes, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Através da
ponderação de vários factores tais como:
Idade;
Profissão;
Renda do Proponente;
Actividade profissional;
Património;
Tipo de residência;
Nível Académico;
Sexo;
Taxa de Juro;
Telefone (Contacto);
Estado Civil;
E – mail;
Desta forma classifica os clientes em duas (2) categorias, bons Pagadores os que,
potencialmente, têm condições para honrar as obrigações, o empréstimo obtido; maus
pagadores os que, potencialmente, não reúnem as condições para cumprir as obrigações do
crédito.
48
Este tipo de análise é muito utilizado para a avaliação de crédito de compradores de bens
duráveis (por exemplo, automóveis), clientes de crédito pessoal e para atribuir limite de
crédito aos clientes (Francisco, 2007)
A maioria dos sistemas de credit score são únicos porque é baseada em experiências
individuais dos credores com seus consumidores. Para desenvolver um sistema o credor deve
escolher uma amostra aleatória de seus clientes e analisá – los estatisticamente para identificar
quais características podem ser usadas para demonstrar credibilidade.
A validade do credit score depende da actualização dos dados, para que se faça valer
estatisticamente avaliação de milhões de devedores que possuem características diferentes
entre si.
Pela análise de diversos estudos sobre a matéria, constata – se que o incumprimento pode
atingir com maior incidência determinadas franjas da sociedade. Podem estar na origem do
incumprimento factores económicos, sociais, pessoais ou intrínsecos às próprias operações de
crédito. Desta investigação, entre os factores considerados como determinantes no
incumprimento incluem – se, o valor do empréstimo, o capital, o prazo do empréstimo, o
número de dependentes de pessoa que pede o crédito, a taxa de juro, o estatuto residencial, o
número de funcionamento do empreendimento, a idade, o sexo, o estado civil, o nível de
49
instrução, etc. Estes factores podem, em maior ou menor número, indiciar potenciais situações
de risco de incumprimento Manuel A. Sajó (2010).
Deste modo, empréstimos com menores valores tendem a ser mais cumpridos, que
empréstimos maiores são natural, custam menos a pagar. Visto que, esse resultado está ligado
à metodologia de concessão de crédito adoptada em que os crédito são concedido com valores
médios, havendo aumento de valores dos empréstimos de acordo com a capacidade de
pagamento e pontualidade do cliente. Deste modo, a instituição concede créditos com
menores valores para aqueles clientes que ainda não possuem bons históricos (Araújoet al,
2006; Manuel A. Sajó, 2010)
Segundo estes autores, os clientes com maior rendimento líquido possuem maior tendência a
serem mais incumpridores. Esse resultado a princípio incoerente, possivelmente, tem como
causa o facto de os clientes declarem aos agentes de crédito rendimento superior àquele
realmente auferido. Uma vez que a maioria dos empreendimentos financiados pela instituição
é informais, não é exigida prova formal de rendimentos. O solicitante declara quais são suas
receitas provenientes do negócio e o agente de crédito faz uma avaliação do empreendimento
para verificar se as condições do negócio condizem com o rendimento declarado. Assim, o
coeficiente desta variável mostra que pode estar a haver uma distorção de informações dos
clientes, que declaram receitas maiores que os realmente auferidos apenas para conseguirem o
crédito.
No que diz respeito ao factor prazo de empréstimo, empréstimo com pagamentos divididos
em maior número de prestações tendem a ser mais incumpridos, uma vez que o coeficiente
desta variável possui sinal positivo. Isso, provavelmente, está ligado à finalidade do
empréstimo. Os empréstimos destinados a investimento em capital fixo possuem maiores
prazo de pagamento que aqueles destinados a capital circulante.
Neste contexto, os possíveis retornos para as pequenas empresas criados com o investimento
de capital fixo, acontecem de forma mais lenta. Portanto, há uma tendência de clientes com
empréstimos destinados a capital fixo possuírem maiores dificuldades para pagamento,
principalmente, nas primeiras prestações do empréstimo, sendo, assim, caracterizados como
mais arriscadas (Araújo et al, 2006; Manuel A,. Sajó, 2010).
No entanto Araújo et al (2006), afirma que os empréstimos com maior horizonte temporal são
mais cumpridos que aquele empréstimo concedido a novos empreendimentos. Geralmente,
50
quanto maior for o tempo de funcionamento do empreendimento é sinal de que o cliente
estará mais estabilizado financeiramente no mercado em que actua, o que é coerente com os
resultados obtidos.
Num estudo realizado por Crook et al (1992); Manuel A. Sajó (2010), concluiu – se que no
Vietname, tal como nos países industrializado a taxa de incumprimento aumenta
progressivamente com o número de dependentes que o devedor tem de sustentar. Por
exemplo, passar por zero para três (3), quadruplica o risco de incumprimento, de 1,1 para
4,3%. Note – se que as suas categorias de zero e mais do que três dependentes são um reflexo
do tamanho típico dos lares no Vietname. Em 2002, 57% de todos os lares possuíam quatro
ou menos membros (assim, três dependentes, além do devedor), os lares maiores possuem
geralmente cinco ou seis membros, ao passo que lares muito grandes são raros no Vietname
(menos de 10%) (Committee for population, family and childrem 2003 e Manuel A. (2010).
De acordo Zerbini, Rocha (2004), Fazenda (2008) e Manuel A. Sajó (2010), concluíram que
na análise ao comportamento de incumprimento, as características pessoais não são tão
importante quanto as características dos créditos concedidos. O valor das prestações é o
principal determinante na probabilidade de incumprimento, seguindo pelo número de
prestações, o que mostra que o aumento dos períodos de vencimento só terá contribuição
positiva no controle de casos de incumprimento quando os juros cobrados e, portanto, o valor
das prestações, forem significativamente reduzidos. Defendem estes autores que a idade, o
sexo, a casa própria, o número de anos no actual emprego não são estatisticamente
significativas. No entanto é possível traçar o perfil de bom pagador: Casado, trabalha no
sector público, isto é, não está de acordo com os nossos resultados.
51
Capitulo III : ESTUDO EMPÍRICO
Dada a importância que o risco de incumprimento tem merecido ao longo dos anos, o estudo
pretende – se indagar sobre os Determinantes do Risco Incumprimento dos Empréstimos do
Banco Regional Keve.
O presente capítulo tem como objectivo principal apresentar e analisar os dados obtidos na
pesquisa de campo. Analisa – se um conjunto de questões metodológicas, desde a
caracterização das variáveis, o método de estimação dos dados, o modelo de regressão
logística, o modelo a estimar, a avaliação do ajuste geral do modelo, a apresentação e os
efeitos dos resultados do modelo estimado e as recomendações.
O estudo abarca o período compreendido entre Janeiro de 2008 a Dezembro de 2011. Isto é,
corresponde a um conjunto de operações de crédito realizadas durante um período de 4 anos.
Os dados utilizados na análise foi gentilmente fornecido pelo Departamento de Operação de
Crédito do Banco. Trata – se de informações que constam de ficheiros e relatórios de dados
anuais relativos às operações realizada na instituição financeira.
Das 500 operações de crédito de clientes que inicialmente constavam dos ficheiros obtidos a
partir da instituição financeira acima citada, 150 observações foram utilizados como amostra
de treino para validar o modelo, e 50 observações foram eliminadas por não existir
informação suficiente para efeitos de análise. Isto é, apresentam (missing values). Isso ocorreu
devido à existência de algumas lacunas na base de dado da instituição financeira, omitindo
dados que, para este trabalho se revelam indispensáveis, o que motivou a exclusão desses
clientes do universo de estudo.
A amostra que serviu de base para estimação do modelo é constituída por 300 clientes, 76%
destes cumpriram o pagamento das suas dívidas e 24% não cumpriram o pagamento dos
contratos de crédito, conforme mostra a tabela nº 3.
52
Tabela nº 3: Classificação do Crédito da Amostra.
Nº de operações Percentagem
Total 300 1
Fonte : Tabela elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
De acordo com Boyle et al., (1992) e Manuel A. Sajó (2010), argumentam que as variáveis
podem ser codificadas com base na distribuição de empréstimos bons e maus na amostra:
Estado civil;
Sexo;
Taxa de juro;
Valor de empréstimo;
Estatuto residencial;
Número de dependentes;
Número de Prestações;
Idade do cliente;
Nível académico;
Capital Circulante;
53
Tabela nº 4: Medidas Estatísticas das Variáveis Dependentes e Independentes
Item Valor de Prazo Nº. Taxa Estat. Sexo Estado Idade Nível Tempo V.
Emprést. Emprést. Depend. J. Resid. Civil Acad. F. Depen.
Capital (%) Cliente Emp. Sim -
Não
Negócio
N 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300 300
Missing 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Média 18066,75 1770,39 35,99 0,75 17,57 0,38 0,52 0,59 33,35 1,65 3 0,24
Desvio 627,099 61,87 0,03 0,074 0,118 0,028 0,028 0,031 0,47 0,50 0,50 0,025
Padrão
Variância 10861,69 1071,55 0,058 1,28 2,50 0,49 0,50 0,54 8,12 0,86 0 0,43
Soma 5420025 531117 10799 224 5271 115 156 176 10125 495 900 72
Fonte : Tabela elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Valor de empréstimo
O valor de empréstimo é uma variável numérica escalar. Na nossa amostra, os valores dos
empréstimos variam entre o valor mínimo de USD 3.000,00 e o valor máximo de USD
50.000,00. Por sua vez, o desvio patrão dos empréstimos é igual a 627,099 %, conforme
mostra a Tabela nº 4.
Número de Prestações
O número de prestações é uma variável numérica escalar. Na nossa amostra, o tempo das
prestações variam são 36 meses, para todos empréstimos. Por sua vez, o desvio patrão das
prestações é igual 0,03%, conforme mostra a tabela nº 4.
54
Número de dependentes
A variável número de dependentes é uma variável numérica escalar. Na nossa amostra 76%
dos clientes que receberam empréstimos são cumpridores e têm agregados familiares que
variam entre 0 a 4 indivíduos, sendo que 24% dos clientes foram considerados incumpridores
e possuem agregados familiares com 5 a 6 indivíduos. O desvio patrão dos dois grupos é igual
a 0,074% dependentes. Os valores mínimos e máximo são 0 e 6, respectivamente, conforme
mostra a tabela nº 4.
Taxas de juro
No Gráfico nº 1 observa – se que a prevalência da taxa de juro dos clientes que receberam
empréstimos acentua – se nas seguintes frequências distribuídas respectivamente: 30 têm uma
taxa de juros de 13%; 173 dos empreendedores com uma taxa de 17% e 97 têm uma taxa de
juro de 20%.
Na tabela nº 4 nota – se que o desvio patrão desta variável é igual 0,118% os valores mínimos
13 e máximo 20.
173
180
160
140
120 97
100 Taxa de juro
80 Frequência
60
30
40 17 20
13
20
0
1 2 3
Fonte : Gráfico elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
55
Estatuto residencial
Podemos observar que o estatuto residencial é uma variável dicotómica. O estatuto residencial
divide – se em 2 categorias: habitação em casa própria e alugada. Na figura nº 1, observa – se
que 62% dos clientes vivem em casa própria e 38% em casa alugada.
Figura nº 1 - Estatuto Residencial dos Clientes
38
Casa Própria
62
Casa alugada
Fonte : Fígura elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Sexo
Podemos salientar que o sexo é uma variável nominal, dicotómica categórica, porque só
indica e não faz comparação. Relativamente a prevalência dos clientes em termos do sexo,
constata – se que dos 300 clientes que receberam empréstimos, 52% (156) são clientes do
sexo masculino e 48% (144) do sexo feminino, conforme mostra a tabela nº 5.
Scheiner (2004) e Manuel A. Sajó (2010), afirma que a menor taxa de incumprimento
encontra – se nos indivíduos do sexo feminino, porque optam com menos frequência por
recorrer a empréstimos.
56
Tabela nº: 5 - Sexo dos Clientes
Sexo n %
Fonte : Tabela elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Constatamos numa primeira análise que o tempo de funcionamento do negócio é uma variável
numérica escalar. Podemos observar na amostra que empréstimos para empreendimentos com
maior horizonte temporal (3 anos de funcionamento) tendem a ser mais cumpridos que
aqueles empréstimos concedidos a novos empreendimentos, com zero meses. Portanto quanto
maior for o tempo de funcionamento do empreendimento é sinal de que o cliente estará mais
estabilizado financeiramente no mercado em que actua.
Estado civil
57
Gráfico 2 – Estado Civil dos Clientes
180 163
160
131
140
120
Estado Civil
100
Frequências
80
60
40
20 5 1
0 Solteiro Casado Divorciado Viúvo
Fonte : Gráfico elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve
Idade do cliente
Na amostra, a idade varia entre 18 – 55 anos 37% dos clientes que receberam empréstimos
têm idade compreendida entre 18 – 30 anos e 63%corresponde a 31 – 55 anos.
Na tabela nº 4 verifica – se que a idade média dos empreendedores que receberam empréstimo
é de 33,35% da amostra.
Nível académico
Em termos de nível académico é uma variável ordinal. Porque indica a formação do indivíduo
e faz comparação. Na tabela nº 6 constata – se que a maioria dos clientes que receberam
empréstimos tem um nível de escolaridade compreendido entre ensino básico e médio, o que
representa cerca de 84% da amostra.
58
Tabela nº 6 - Clientes por Nível Académico
Nível Académico n %
Bacharelato 34 11.3%
Licenciatura 14 4.7%
Pós-graduação 0 0
Fonte : Tabela elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Formação Contínua n %
Não 60 20%
Fonte : Tabela elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
GSO (2002) e Manuel A. Sajó (2010), afirma que as pessoas mais instruídas têm um emprego
mais estável e rentável, e portanto, a probabilidade de incumprimento (PD) é menor.
59
Na figura nº 2, analisando os 300 clientes da nossa amostra, vemos que há uma clara
predominância de 76% de clientes que cumpriram o pagamento das suas dívidas e 24% que se
encontram em situação de incumprimento.
24%
Não
sim
76%
Fonte : Fígura elaborada apartir do excel com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Nesta parte do trabalho será necessário estruturar uma base de dados, agregando os valores
numéricos referentes ao conjunto de variáveis independentes pré – seleccionadas para
construção do modelo. Neste sentido, será utilizado o software estatístico Statistical Package
for the Social Sciences (SPSS), versão 15.0, como suporte para as análises estatísticas
desenvolvidas no modelo.
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3.2.1 Modelo à Estimar
Onde :
O procedimento estabelecido permite então o uso de dados da amostra para realizar uma
análise qualitativa e quantitativa dos indicadores com características dicotómicas do perfil do
cliente. A técnica de regressão logística permite a avaliação de incumprimento de
determinado grupo de cliente do Banco, em situação relativa à concessão de crédito,
assumindo que a probabilidade desse incumprimento é distribuida com resultado binomial 0
ou 1.
9
É importante lembrar que todo modelo é uma simplificação da realidade. Neste contexto, todos os modelos estatísticos ou
probabilísticos apresentam um componente de erro. Isto indica que, mesmo o modelo tendo um bom poder de explicação, ele
sempre incorrerá num erro que deve ser minimizado (Zanini, 2007) e Manuel A. Sajó (2010).
61
neste estudo, significa a probabilidade do cliente ser incumpridor. A probabilidade
condicional Zj de ser igual a 1, dados os valores das variáveis independentes do indivíduo, é
representado pela seguinte fórmula :
1
P (Z=1) = 1+𝑒 −𝐹 (𝑥) Eq.(2)
Onde:
1
Se W (X) =+ ∞ → =1 Eq. (4)
1+𝑒 −𝐹 (𝑥)
1
Se W(X) = − ∞ → =0 Eq. (5)
1+𝑒 −𝐹 (𝑥)
De acordo com Manuel A. (2010), há 2 valores entre os quais a P (Z) varia. No entanto, assim
teremos :
𝑃(Ԝ=1)
= Ɛᶠ ˣ Eq.(6)
𝑃(Ԝ=0)
𝑃(Ԝ=1)
Ln =Ln Ɛᶠ ˣ = F(Z)=W₀+W₁ x₁+W₂ x₂+…...+Wjxj + Ɛj Eq.(7)
𝑃(Ԝ=0)
Deste modo, a classificação dos clientes como cumpridores ou incumpridores, neste modelo,
foi realizada com base na probalidade de incumprimento, que é calculada de acordo com a
equação do modelo, que é por sua vez estimada com base nas informações de cada cliente
para as variáveis independentes.
O ponto de corte adoptado é de 0.5, valor padronizado para a técnica de regressão logística.
Esse valor de 0.5 representa a probabilidade de ocorrência do evento segundo o critério
aleatório. Ou chances iguais, de acordo com Hair Júnior et al. (2005) e Manuel A. Sajo
62
(2010), assim, aqueles clientes para os quais a probabilidade estimada de incumprimento é
inferior a 0.5, foram classificados como cumpridores. E aqueles para os quais a probabilidade
de incumprimento é superior a 0.5, foram classificados como incumpridores.
Nos passos seguintes vão ser introduzidas sequencialmente variáveis no modelo de forma a
obter – se o melhor modelo. A primeira variável a ser introduzida no modelo será aquela que
estiver a estatística de pontuação mais alta, estatística de Wald (Fazenda, 2008).
De acordo com o que podemos verificar que as variáveis foram seleccionadas em 3 etapas, ou
seja a estatística Wald utilizou 3 passos até obter o modelo final. Pela observação das
significâncias estatísticas do modelo, podemos constatar que o coeficiente é significativo em
cada passo.
Fonte : Tabela elaborada apartir do SPSS com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
63
3.2.3 Avaliação do Ajuste Geral do Modelo
Este ponto, apresenta três medidas para analisar o ajuste geral do modelo:
-2log Likelihood;
Cox & Snell (a qual está limitada visto que não obtém o valor 1);
Fonte : Tabela elaborada apartir do SPSS com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Pela análise, podemos verificar que, a medida que foram introduzidas variáveis no modelo,
houve uma redução no valor de - 2 log Likelihood, indicando uma melhoria no modelo.
O valor diminuiu de 166,050 no passo 1 para 136,223 no passo 3. Esta diminuição determina
que o modelo apresentado se encontra ajustado e o valor de 136,223 apresentado no último
passo (passo 3) corresponde à medida geral em como o modelo se ajusta. Cada um dos
valores de - 2LL, apresentados em cada um dos passos, traduz o ajuste que se verifica de uma
equação do modelo para outra com a introdução de mais variável.
Para Hair Júnior (2005), Fazenda (2008) e Manuel A. Sajó (2010), um modelo bem ajustado
possui um valor pequeno para - 2LL, sendo o seu valor mínimo zero.
64
Na tabela nº 9, podemos verificar que o valor R² de Cox & Snell varia de 0,284 para 0,377 e o
valor R² de Nagelkerke (que corrige a anterior para poder apresentar um domínio de 0 a 1),
varia de 0,424 para 0,563.
Assim, podemos verificar pela tabela nº 9,que à medida que foram introduzidas variáveis no
modelo, houve um aumento do valor nestas duas medidas, ou seja à medida que foram
introduzidas variáveis ao modelo, este foi – se ajustando melhor, de forma a apresentar
valores mais altos.
A última medida de ajuste do modelo é o valor de Hosmer and Lemeshow Test, na tabela nº
10, o qual mede a correspondência entre valores reais e os previstos da variável dependente.
Possui um modelo estatístico que indica se ocorreram diferenças estatisticamente
significativas entre as classificações observadas e previstas.
1 9,234 2 0,10
2 2,556 4 0,635
3 7,318 6 0,292
Fonte : Tabela elaborada apartir do SPSS com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Nesta medida, o melhor ajuste do modelo é indicado por uma diferença menor na
classificação observada e prevista. De acordo com Fazenda (2008) e Manuel A. Sajó (2010),
um bom ajuste do modelo é dado por um valor de Qui – quadrado não significante.
Estas medidas combinadas (-2LL e Hosmer and Lemeshow Test), sugerem a aceitação do
modelo do último passo como um modelo significante de regressão logística.Pelos resultados
apresentados podemos concluir que o modelo obtido no passo três se encontra ajustado.
Aceita – se este Modelo de Regressão Logística, como significativo.
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Tabela nº11 – de Classificação (N =300)
Previsto
Observado
Variável Dependente
Percentagem
Não Sim
(Cumpridos) (Incumpridos) (%) Correcta
Sim 28 44 61.1
Sim 31 41 57
Sim 24 48 66.7
Fonte : Tabela elaborada apartir do SPSS com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Verifica – se que o modelo apresenta uma melhor explicação no caso de operações cumpridas,
do que para as operações incumpridas. Explica correctamente 92.1.2% das operações
cumpridas e apenas 66,7% das operações incumpridas, ou seja explica correctamente 218 das
228 operações cumpridas e apenas explica correctamente 48 das 72 operações incumpridas.
Esta menor explicação no caso das operações incumpridas pode estar associada ao facto de
faltarem no modelo algumas variáveis, que podem ser consideradas de grande importância
para a ocorrência de incumprimento. Como referimos a amostra obtida esteve condicionada à
disponibilidade de dados existentes na população; como tal não foi possível incluir algumas
variáveis, que segundo a literatura são de grande importância na origem de incumprimento,
nomeadamente factores sociais, como situação perante o vínculo laboral e estado de saúde,
etc.
66
Na aplicação do modelo deve – se ainda salientar o aspecto da amostra não possuir o mesmo
número de observações para operações incumpridas e cumpridas, principalmente o facto do
número de operações incumpridas da amostra não representar a mesma proporção que a
população, ou a mesma proporção do mercado.
No entanto considerando todo o modelo, verificamos que a taxa de acerto geral é de 88,7% ou
seja, 88,7% das operações estão correctamente explicadas num dos dois grupos do modelo.
Julgamos que no seu todo o modelo apresenta um bom poder explicativo, embora seja mais
explicativo no caso das operações cumpridas.
Previsto
Observado
Variável Dependente
Percentagem
Não Sim
(Cumpridos) (Incumpridos) (%) Correcta
Sim 15 21 53.8
Sim 14 22 50.0
Sim 9 27 61.5
Fonte : Tabela elaborada apartir do SPSS com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Verifica – se que o modelo apresenta uma melhor explicação no caso de operações cumpridas,
do que para as operações incumpridas. Explica correctamente 87% das operações cumpridas e
apenas 61,5% das operações incumpridas, ou seja explica correctamente 107 das 114
operações cumpridas e apenas explica correctamente 27 das 39 operações incumpridas.
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4. RESULTADOS
Fonte : Tabela elaborada apartir do SPSS com base nos dados fornecido pelo Departamento de Crédito do Banco Keve.
Verifica – se, que o valor da estatística Wald, que identifica o quanto cada variável
independente participa individualmente para explicar o comportamento da variável
dependente (Z). Observa – se pelo texte Wald que a significância de todos parâmetros
foi aceitável.
68
68
aumenta a pressão exercida sobre o rendimento do devedor, devido a despesas mais
elevadas, tais como os encargos com a educação, saúde, etc.
Portanto, tomadores com maior número de dependentes tendem a ser mais incumpridos.
Esse é um resultado plausível, uma vez que um maior número de dependentes,
geralmente, significa que o cliente tomador de crédito compromete um maior percentual
da renda familiar com o provimento das necessidades dos seus dependentes, visto que a
família é mais numerosa. Além disso, como a renda familiar e do negócio são, na
maioria dos casos, associadas, as receitas provenientes do negócio costumam também
ser destinadas ao suprimento de necessidade da família do cliente.
Quanto à variável estatuto residencial, o seu coeficiente mostra que ela tem um efeito de
aumento, (Odds Ratio =3.530) sobre o risco de incumprimento de empréstimos no
Banco Keve. Este coeficiente exerce um efeito positivo e significativo no
incumprimento de crédito onde (β= -1231, S.E =0.443, Teste Wald =8.107,P <0.05)
De facto, estes resultados são consistentes com os obtidos por Crook et al. (1992). Este
coeficiente indica se os devedores possuem casa própria, então. A relação ex-ante (a
priori) entre o estatuto residencial e o incumprimento não é clara segundo Crook et al.
(1992) e Manuel A. Sajó (2010). O estatuto poderá indicar riqueza financeira,
particularmente no caso da posse de casa própria. Mas, de acordo com Crook et al.
(1992) e Manuel A. Sajó (2010), os devedores que vivem com os seus pais também têm
menos probabilidades de incorrer em incumprimento.
Quanto à variável estada civil, o seu coeficiente mostra que ela tem um efeito de
aumento, quer dizer aumenta 3 vezes (Odds Ratio = 0.146), o risco de incumprimento
de empréstimos no Banco Regional Keve.
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CONCLUSÕES
Com aplicação deste modelo obtivemos assim (de acordo com a nossa amostra) o
conjunto de variáveis explicativas da ocorrência de incumprimento e a probabilidade da
sua ocorrência para cada operação. Como exemplo de aplicabilidade desta metodologia
poderíamos sugerir à luz destes dados (não desenrando as limitações que existiram no
desenvolvimento do processo), que uma nova operação de empréstimos, de crédito,
pode ser avaliado com base nestas variáveis e calculada a probabilidade de poder vir a
ocorrer o incumprimento. Pensamos que esta metodologia pode, embora de forma
simplista, ajudar as instituições de crédito a aferirem as variáveis que devem usar nos
seus modelos de análise de risco de crédito.
70
RECOMENDAÇÕES
Inserir nas escolas uma disciplina que prepara desde cedo o cidadão para enfrentar o
mercado financeiro, pois isso consequentemente diminuirá seus riscos de crédito,
projectando para a prática de taxas mais amenas aos tomadores de crédito.
71
BIBLIOGRAFIA
Período de inflexão deve ser seguido de crescimento ( Invest News) Revista Invest
News. Disponível em http: // www.investnews.net/ últimas notícias acesso em 12 de
maio de 2005.
Livros
72
CAOUETTE, J. ALTMAN, E; NARAYANAM, Parkinson – Gestão do Risco de
Crédito: oPróximo Grande Desafio Financeiro.Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
HAIR J., Anderson, R., Tatham, R.; Black, W – (2005).Análise multivariada de dados.
5ª. ed.. Porto Alegre: Bookman.
73
16,p 149-172.2000.Caouette, J.Altman,E;Narayanam,p. Gestão de Risco de crédito: O
próximo grande desafio financeiro.
Monografia
74
GONÇALVES Adriano – A captação de capital de Giro por micro e pequenas
empresas.2010.76f.Tese. (Bacharelato de Ciências Contábeis). Universidade Federal
Santa Catarina.Florianópolis.2010.
MORAIS João, Manuel Gonçalo – Risco de crédito e o efeito dos colaterais, 2011.43f.
(Tese de Mestrado em Economia). Faculdade de Economia. Universidade de
Coimbra.2011.
Revistas
75
BORGES, Luiz Ferreira Xavier, Sebastião Bergamini – O risco legal na análise de
crédito. Revista do BNDES. V8, no 16, 2001, P 215 – 60.
Relatório
76