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Prova de Avaliação de Português - 8º ano – 09/02/2018

Nome: _________________________________________________ Nº: ____ Turma A


Duração da Prova: 90 minutos
Professora: _____________________ Encarregado de Educação: _________________________________

GRUPO I (20 pontos)


Lê o seguinte texto com atenção. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Mercearia Liberdade

A loja terá, no mínimo, um século, mas não se sabe ao certo a data da fundação. “O
alvará1 é verbal, a minha tia ainda o procurou na câmara, mas nunca encontrou. Quando as
coisas são antigas é assim, não existe documentação”, explica Fernando Coluna Gonçalves,
proprietário da Mercearia Liberdade.
5 Situada na mais emblemática artéria lisboeta, a loja mantém todo o “décor” centenário –
a faca do bacalhau e a bomba de azeite no balcão de atendimento, as medidas dos cereais
nos expositores dos postais ilustrados –, mas dedica-se essencialmente à venda de
artesanato. Nas prateleiras onde ao longo de sucessivas décadas se acomodaram pacotes de
açúcar, arroz e outros víveres, são hoje exibidos barros de Estremoz, cerâmicas de Valadares
10 ou azulejos de Sintra.
Foram os avós do atual proprietário que deram início ao negócio, ainda no século
passado. Na época, a loja era “uma mercearia a cem por cento” e Fernando Gonçalves ainda
conserva da infância as memórias de um espaço “com muitos marçanos2 e até um
encarregado”. A Avenida da Liberdade era então uma zona residencial nobre, “com bastante
15 vegetação, árvores frondosas e edifícios lindíssimos”, conforme recorda. “Era aqui que a
minha mãe colocava os anúncios para arranjar criadas, porque a zona era muito boa, as
casas eram de famílias antigas e conceituadas”. A Mercearia Liberdade usufruía dessa
clientela selecionada que habitava na avenida. […]
Da época dos avós, chegaram-lhe alguns relatos nebulosos. “Sei que em 1910, com a
20 implantação da República, houve aqui na avenida lutas enormes, e até soaram canhões no
Parque Eduardo VII. O meu avô era revolucionário e chegou a estar preso. Mas são histórias
que ouvi contar em miúdo, não sou desse tempo.”
Por morte dos avós, nos anos 50, foi uma tia de Fernando Coluna Gonçalves quem tomou
conta da loja. “Nessa altura, começou a notar-se uma alteração significativa na avenida”.
25 Paulatinamente3, os bancos foram tomando o lugar das casas de família. A nova proprietária,
que Fernando Gonçalves descreve como “uma mulher com uma visão extraordinária para o
comércio”, apercebeu-se das tendências que se desenhavam e começou a alterar a face da
velha mercearia, introduzindo a venda de peças de artesanato, como louças de Alcobaça,
bonecas da Nazaré e galos de Barcelos. Os marçanos, que no tempo dos avós carregavam
30 enormes cestas de víveres, desapareceram. “Este espaço mudou completamente com a
minha tia. É a ela que se deve a grande viragem da loja”, sublinha.

Conceição Antunes, “50 lojas com histórias”, Expresso, 2001


1. licença. 2. marçanos: aprendizes de caixeiro. 3. Paulatinamente: lentamente, pouco a
pouco.

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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. (8 pontos)

1. Para cada uma das afirmações que se seguem (1.1. a 1.8.), escreve a letra correspondente a
verdadeira (V) ou falsa (F), de acordo com o sentido do texto.
1.1. O proprietário acha que a loja foi fundada há menos de um século.

1.2. Os objetos colocados no balcão de atendimento remetem para a atividade atual


da loja.

1.3. O negócio alterou-se ao longo dos anos.

1.4. A loja mudou de local ao longo da sua existência.

1.5. O dono da loja relembra as lutas na Avenida, a que assistiu em criança.

1.6. A tia do atual proprietário encarregou-se da loja, devido à morte dos pais dela.

1.7. Devido ao aumento do número de turistas, a tia do proprietário começou a vender


artesanato.

1.8. O negócio decaiu, quando a tia do proprietário assumiu o negócio, o que levou ao
despedimento dos marçanos.

2. Seleciona, em cada item (2.1. a 2.5.), a opção correta relativamente ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. (10 pontos)

2.1. Atualmente, a Mercearia Liberdade vende essencialmente

(A) açúcar, arroz e outros víveres.


(B) bacalhau, azeite e cereais.
(C) artesanato e postais.
(D) árvores de fruto e outras plantas.

2.2. Com a expressão “uma mercearia a cem por cento” (linha 12), o dono da loja pretende

(A) referir os tipos de produtos vendidos.

(B) classificar a qualidade da mercearia.

(C) indicar que atualmente já só detém uma parte da loja.

(D) referir que era a loja preferida por toda a gente.

2.3. A palavra “nebulosos” (linha 19) pode ser substituída por


(A) esquecidos. (B) longínquos. (C) curiosos. (D) violentos.

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2.4. A “visão extraordinária” (linha 26) da tia do atual proprietário permitiu-lhe

(A) nunca precisar de utilizar óculos para ler e permanecer ativa.


(B) criar peças de artesanato e vendê-las na sua loja.
(C) conceber e desenvolver várias lojas e administrá-las com sucesso.
(D) prever as alterações da área e modificar o negócio em função disso.

2.5. A conjunção “Mas” (linha 21) pode ser substituída por


(A) Logo.

(B) Também.

(C) Porém.

(D) Portanto.

3. Indica a que se refere o pronome “o” (l.2). (2 pontos)

GRUPO II (30 pontos)

Lê atentamente o texto e responde ao questionário. Em caso de necessidade, consulta o


vocabulário apresentado.

Num arranha-céus de Lisboa, à Avenida João XXI, trabalhava certo escriturário1 que
primava em ser o primeiro a chegar à firma Rainbow&Sunshine, Jacob Benoliel, SARL, sedeada
no sexto andar. O escriturário chamava-se João Mendes, salvo erro, e era velho na casa. A sua
feição madrugadora trouxera-lhe a incumbência de abrir as portas do estabelecimento todas as
5 manhãs.
Quando Jacob Benoliel Júnior comparecia, invariavelmente, pelas nove e meia, já o João
Mendes se sentava à secretária, de calculadora na mão, a conferir faturas, ajudado de
ventoinha ou de escalfeta conforme se tratasse de Verão ou de Inverno.
Uma ocasião, João Mendes chegou invulgarmente cedo. Cumprimentou a porteira que, de
10 cigarro na boca e gestos convictos, baldeava o vestíbulo, abriu a caixa do correio, por essa
hora vazia, e entrou no elevador. Foi a porteira a última pessoa que o viu e que com ele trocou
palavra.
Como de ordinário, João Mendes premiu o botão do sexto andar e o elevador arrancou, com
um silvo ligeiro e um suave toque de ferragens. Entretanto, como de costume, foi pensando no
15 trabalho que havia a fazer nessa manhã: era a época do balanço, nem tudo corria bem, e o
João Mendes sentia-se preocupado e inquieto.
Ia nisto e não deu por que o elevador ultrapassava o sexto andar e continuava sempre para
cima. Só se sobressaltou quando, a uma velocidade que lhe pareceu excessiva, se apercebeu

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de que tinha passado a porta do 17.ºe último andar.
20 Era a ocasião de tocar o botão de paragem. Mas o elevador não parou. João Mendes premiu
com insistência o botão vermelho do alarme. E o elevador sempre a subir, numa velocidade
agora quase vertiginosa. Com surpresa e terror, receoso de qualquer impacte, o escriturário
via passarem rapidamente os grumos ásperos da tinta das paredes.
Em dado momento começou a fazer frio. O homem acocorou-se a um canto e puxou para
25 cima as bandas do casaco. Depois veio um período de calor, o escriturário resignou-se às
mangas de camisa e teve de limpar amiúde o suor com o lenço. Em trepidação regular e suave,
o elevador continuava a sua ascensão.
Neste comenos2, o escriturário perdia a compostura, rompia aos pontapés e aos murros nos
painéis e espelhos do elevador. Gritava. Uivava. Mas a marcha não se deteve e o elevador
30 subia sempre, em cadência acelerada. Pela porta passavam, cada vez mais rápidas, as
manchas de pintura, os vincos de paredes exteriores. Houve um momento em que as luzes
baixaram de intensidade. Outro em que se tornaram mais fortes. Prostrado, o escriturário viu-
-se iluminado sucessivamente por todas as cores do arco-íris. Depois vieram os ruídos: ou em
zumbido, muito leve, sibilante, ou em roncar pesado de turbina. Ter-se-iam passado anos ou
35 séculos. Passou-se um sem tempo. Aturdido, o escriturário, acocorado, cobria a cabeça com as
mãos. Lasso4, deixava-se cair, enrodilhado para ali, quase sem acordo. E o elevador prosseguia
em subida veloz.
Um dia, a marcha abrandou sensivelmente. O escriturário sobressaltou-se e levantou o
olhar. O elevador imobilizava-se. Então os painéis do elevador desapareceram, sumiu-se a
40 parede em frente e tudo ficou mergulhado numa luz opalina3, brilhante, quase compacta. Com
dificuldade, o escriturário soergueu-se, piscando os olhos e alisando desajeitadamente os
vincos do casaco.
E ouviu uma voz que dizia:
- São imprevisíveis os caminhos que a Mim conduzem.

Mário de Carvalho in A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho e Outras Histórias, Caminho
2004

Vocabulário
1. encarregado de fazer a escrituração, registo de despesas e outras tarefas, num escritório.
2. Instante, ocasião.
3. 1. que brilha como a opala; 2. que possui cor leitosa.
4. cansado; fatigado; esgotado

1. Caracteriza o desempenho profissional do escriturário. (4 pontos)

2. Que alteração aconteceu, numa certa ocasião, na rotina diária da personagem? (4 pontos)

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3. Identifica o estado de espírito do escriturário nessa manhã e a causa do mesmo. (5 pontos)

4. Organiza de 1 a 8 as afirmações que se seguem, de acordo com a sequência lógica das peripécias
que o escriturário vive no texto. (5 pontos)

Certo dia, o elevador parou, a parede desapareceu e o homem enfrentou com dificuldade a
luminosidade, quase opaca.
Em dado momento, as luzes ficaram mais fracas, depois, aumentaram de intensidade,
projetando todas as cores do arco-íris.
Posteriormente, ficou muito quente, o homem tirou o casaco, enquanto o elevador subia
regular e suavemente.
Por um tempo indeterminado, o elevador manteve-se em ascensão acelerada.
1 Quando João Mendes se apercebeu de que tinha passado o 17º andar, premiu o botão de
emergência do elevador que subia extremamente rápido.
Entretanto, o homem descontrolou-se e, aos gritos, pontapeava e esmurrava o elevador,
que continuava a subir em ritmo acelerado.
A certa altura, começou a ficar muito frio e o homem, agachado, procurou agasalhar-se com
o casaco.
De seguida, instalaram-se diversos ruídos no elevador.

5. Refere os vários sentimentos que o homem vai experimentando ao longo de todo o tempo que se
passou. (5 pontos)

6. Duas alunas, após a leitura do conto, teceram os comentários que se seguem.


Indica qual dos dois comentários é, na tua opinião, mais adequado ao sentido do texto,
justificando a tua opção. (7 pontos)

Bruna – Eu acho que os acontecimentos narrados fazem parte de um sonho de João Mendes, do qual
ele desperta no final.

Ana Sofia – Não concordo. A mim parece-me que João Mendes foi conduzido à presença divina pelo
seu bom comportamento ao longo da vida.

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GRUPO III (20 pontos)

1. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de
modo a identificares a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada em cada
frase.
Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma
vez. (6 pontos)

Coluna A Coluna B
(1) predicado
(a) Chegou a porteira. (2) complemento direto
(b) As luzes baixaram de intensidade. (3) complemento indireto
(4) modificador
(c) As faturas foram todas conferidas pelo escriturário.
(5) complemento oblíquo
(d) A sua feição madrugadora trouxera-lhe a incumbência
(6) sujeito
de abrir as portas do estabelecimento.
(7) predicativo do sujeito
(e) São imprevisíveis os caminhos que a Mim conduzem.
(8) complemento agente da
(f) Tudo ficou mergulhado numa luz opalina. passiva
(9) vocativo

2. Identifica todas as frases em que a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva
completiva.
Escreve o número do item e as letras que identificam as opções escolhidas. (3 pontos)
(A) A porteira pensou que ele estava doente.
(B) As luzes eram tão intensas que ele fechou os olhos.
(C) João Mendes pediu –lhe que lhe entregasse todas as faturas.
(D) Ela perguntou se ele precisava da chave.
(E) Não entre no elevador, que está avariado

3. Associa a palavra sublinhada nas frases da coluna A à classe e subclasse que lhe correspondem
na coluna B. (4 pontos)

Escreve os números e as letras correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA A COLUNA B
1- Todos perguntavam se ele estava ferido.
A- conjunção subordinativa temporal
2- Estava tudo sossegado, mas, de súbito, o B- conjunção subordinativa causal
elevador acelerou. C- conjunção subordinativa condicional
D- conjunção subordinativa completiva
3- Mal chegou ao escritório, cumprimentou a
E- conjunção coordenativa adversativa
porteira. F- conjunção coordenativa copulativa
4- Entra, que está frio.

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4. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de
modo a identificares o valor ou função do advérbio/locução adverbial sublinhado em cada frase.
Escreve os números e as letras correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.
(7 pontos)

COLUNA A COLUNA B

1- Onde pararia o elevador? A- locução adverbial de modo


2- A firma Rainbow&Sunshine ficava em frente do
metropolitano. B- advérbio de modo

3- O homem descontrolou-se, pontapeava e até esmurrava o C- advérbio interrogativo


elevador.
D- locução adverbial de lugar
4- Talvez o elevador estivesse descontrolado.
5- Em dado momento, as luzes ficaram mais fracas. E- advérbio de inclusão

6- Ele alisou desajeitadamente os vincos do casaco. F- advérbio de dúvida


7- E, de repente, o elevador aumentou a velocidade. G- advérbio de quantidade e grau

GRUPO IV (30 pontos)

Às vezes, no nosso quotidiano, deparamo-nos com situações imprevistas, curiosas, divertidas,


trágicas…
Partindo de uma experiência passada ou recorrendo à tua imaginação, cria um texto narrativo
bem estruturado, com um mínimo de 160 e um máximo de 220 palavras, relatando uma dessas
situações.
Na tua narrativa, deves descrever, pelo menos, um dos intervenientes e incluir um momento de
diálogo.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços
em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer
número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo:
/2018/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 160 e um máximo de
220 palavras –, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma
desvalorização parcial (até dois pontos); – um texto com extensão inferior a 60 palavras é classificado
com 0 (zero) pontos.

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