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ANÁLISE DO PROCESSO DE TORNEAMENTO CNC POR MEIO DE

RUGOSIDADE EM AÇOS INOXIDÁVEIS

Fernando Michelon Marques (1); Akio W. Yamakawa (2); Graciela Pelegrini (3).
(1) Professor; IFSC/ Chapecó; Chapecó, Santa Catarina; fernando.marques@ifsc.edu.br
(2) Aluno; IFSC/ Chapecó; Chapecó, Santa Catarina; akiowyamakawa@gmail.com
(3) Professor; IFSC/ Chapecó; Chapecó, Santa Catarina; graciela@ifsc.edu.br

Resumo: Os gestores industriais dos segmentos de usinagem, precisam conhecer a usinabilidade dos
materiais que estão sendo submetidos à um processo de corte, para que as estratégias de produção
alcancem as metas de produtividade e viabilidade econômica desejadas. Nesse contexto a usinabilidade
traduz a dificuldade de se remover cavado da estrutura do material a ser usinado. Os aços inoxidáveis se
caracterizam por serem materiais de difícil usinabilidade, então alguns métodos para contornar este
problema devem ser aplicados, como: desenvolvimentos de revestimentos especiais para as ferramentas de
corte, uso de refrigeração de corte lubrificados e, alteração da composição química dos aços inoxidáveis
com a adição de elementos de liga por exemplo o enxofre. Nesse estudo foram executados passes severos
de desbaste cilíndrico externo, em usinagem CNC sem refrigeração de corte dos aços AISI 304 e AISI 420.
A análise global dos resultados qualifica o aço AISI 304 como o material de menor usinabilidade, onde a
maior rugosidade média superficial (Ra) e a maior temperatura de corte evidenciaram o menor desempenho
do AISI 304, frente ao teste de usinagem proposto neste trabalho.

Palavras-chave: aços inoxidáveis, rugosidade, usinagem.

INTRODUÇÃO

Parte da estratégia industrial para conduzir a produção dentro das metas de produtividade
estipuladas pela gestão empresarial, está correlacionada com estudos de usinabilidade dos materiais.
Nesse contexto a usinabilidade pode ser definida como uma grandeza comparativa, entre as propriedades
de usinagem de um certo material. Na prática a usinabilidade expressa o grau de dificuldade que um
material oferece no momento da remoção de cavaco [1] [2].
Os aços inoxidáveis não apresentam uniformidade nos fatores de usinabilidade, esta característica
é observada devido a composição química que define cada tipo de aço inoxidável comercial, como os
austeníticos, martensíticos e ferríticos. Para melhorar esta característica normalmente é adicionado enxofre
na composição química, em teores controlados. O enxofre tem a função de formar sulfetos de manganês na
matriz microestrutural, melhorando o índice de deformidade desse novo material, o que facilita a quebra do
cavaco na zona de cisalhamento, bem como o escoamento do cavaco arrancado sobre a ferramenta. Esses
fatores contribuem para a maior usinabilidade e qualidade superficial (baixa rugosidade) dos aços
inoxidáveis. Isso se torna possível uma vez que a aresta de corte das ferramentas são preservadas por um
maior tempo, devido a diminuição do esforço de corte e acúmulo de cavado sobre a área da usinagem,
assim como a menor temperatura do gume da ferramenta de corte [1] [3] [4] [5] .
Empresas do ramo de cutelaria, biomedicina e ferramenteira por exemplo, possuem grande
interesse na usinabilidade dos aços inoxidáveis, uma vez que estes materiais atendem às normas
específicas de produtos de maior valor agregado, além de oferecem elevada resistência à corrosão e
características mecânicas melhoradas, quando comparados à outros tipos de aços [6] [7] [8].
Este trabalho foi elaborado com o intuito de investigar a usinabilidade dos aços AISI 304 e 420
(recozido), para tanto, parâmetros de corte severos foram selecionados intencionalmente para acelerar o
processo de desgaste de flanco da ferramenta de corte, e com isso tecer discussões sobre o
comportamento dos aços inoxidáveis conforme as medições de rugosidade da superfície usinada e
desgaste da ferramenta de corte a cada passe de usinagem, e medição de temperatura do esforço de corte
no momento da usinagem.
METODOLOGIA
Este capítulo apresenta o planejamento experimental, procedimentos experimentais e a descrição
dos equipamentos e recursos utilizados para a realização deste trabalho.
Os aços inoxidáveis foram usinados com parâmetros de corte fixos, pois o objetivo foi de avaliar a
usinabilidade por comparação dos mesmos e, por motivos de pouco tempo hábil para entrega foi determi-
nado um único parâmetro de velocidade de corte (Vc), avanço Fn e profundidade de corte (ap) representados
na tabela 1.
Tabela 1: parâmetros de corte utilizados nos ensaios

Material Vc [m/min] ap [mm] Fn [mm/rot]


AISI 304 200 0,5 0,1
AISI 420 200 0,5 0,1

Os insertos utilizados para análise de desgaste foram do fabricante ZCCT-CT, modelo


TNMG160404R-FM, classe de metal duro ISO M (indicado para aços inoxidáveis), figura 1a, no qual indica-
vam os parâmetros médios de velocidade de corte de 220 m/min, faixa de avanço media (fn) de 0,2 mm/rot e
profundidade de corte máxima de 3,0 mm.
Para realização das medições de rugosidade foi utilizado um rugosímetro modelo TR 100, figura 1c,
onde foi determinado o parâmetro de rugosidade Ra para análise comparativa do índice de usinabilidade
dos materiais.

a b c

Figura 1: (a) inserto montado no suporte, (b) material fixo na maquina, (c) rugosimentro utilizado

A escolha por uma profundidade de corte tão aquém dos valores determinados pelo fabricante foi
em virtude da pouca disponibilidade de material, porém, não poderia ser inferior ao raio de quina da ferra-
menta, que é de 0,4 mm.
O material utilizado para realização dos testes de usinagem foram barras trefiladas de aços inoxidá-
vel AISI 304 e AISI 420, com diâmetro de 50,8 mm (2”), comprimento de 550 mm.
Para a realização dos testes de usinagem foi utilizado um torno cnc modelo Centur 30D, fabricante
ROMI, com potência de motor de 3,7 kW, acionado por um comando modelo MACH 9. Os testes foram rea-
lizados entre placa e ponta, devido ao comprimento a ser usinado ultrapassar a relação comprimento pelo
diâmetro, maior que 3.
Com a necessidade de fixação na máquina por parte das barras, foi indexado 50 mm de compri-
mento de cada barra, para dentro da placa, afim de garantir uma boa fixação das mesmas na máquina,
fixação representada pela figura 1b, que mostra o material fixo na placa e contra ponta.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a medição de rugosidade foi determinado que seriam realizadas medições a cada passe da
ferramenta na peça, ou seja, a cada 500 mm de comprimento usinado. A figura 2 indica os valores de
rugosidade média, encontrados durante o teste.
Conforme valores indicados na figura 2, percebe-se valores de rugosidade Ra, menores para o
AISI 420, valores estes, inferiores em alguns pontos de medição, podendo ser justificado pela usinabilidade
melhorada em relação ao AISI 304, pois o baixo teor de Carbono origina cavacos mais longos, ocorrendo
durante a usinagem a fricção dos cavacos na superfície já usinada.
Como parâmetro de rugosidade para analisar a usinabilidade dos inoxidáveis em questão, estima-se
que o AISI 420 possui usinabilidade melhor que o AISI 304.

Figura 2: gráfico de valores de rugosidade durante os testes

CONCLUSÕES
O índice de usinabilidade de qualquer material deve ser analisado por um conjunto de fatores
isolados e posteriormente devem ser interligados por similaridades de resultados.
A manutenção do gume da ferramenta, analisada a partir do desgaste de flanco da ferramenta
VBmax, é um fator determinante para o índice de usinabilidade dos aços AISI 304 e 420, apesar de serem da
mesma família dos aços inoxidáveis, porem de classes diferentes, apresentaram valores distintos.
Em termos de rugosidade superficial media Ra, da superfície usinada, os valores de rugosidade
para o AISI 420 foram superiores, evidenciando que o AISI 304 possui usinabilidade melhor ao AISI 420.

REFERÊNCIAS
[1] CARBÓ, Héctor Mario. 2000. Aço Inoxidável, Aplicações e Especificação. S.l. : ACESITA, 2000.
[2] CARVALHO, José Antonio Nunes De. 2000. Aços Inox - Características e propriedades de uso. Seminário Inox
2000. ACESITA. 2000.
[3] CASTILLO, Willian Jefferson González. 2005. Furação profunda de ferro fundido cinzento gg25 com brocas de
metal-duro com canais retos. Florianopolis : universidade federal de santa catarina, 2005. Dissertação de mestrado.
[4] CAVALCANTE, Fabrício José Nóbrega. 2010. Análise de utilização de broca escalonada de canal reto no processo
de furação em uma liga de alumínio utilizada na indústria automotiva. Curitiba : universidade tecnológica federal do
paraná, 2010. Dissertação de mestrado.
[5] DINIZ, Anselmo Eduardo, Marcondes, Francisco Carlos e Coppini, Nivaldo Lemos. 2008. Tecnologia da
Usinagem dos Materiais. São Paulo : Artliber, 2008.
[6] FERRARESI, Dino. 1970. Fundamentos da Usinagem dos Metais. São Paulo : Edgard Blucher, 1970.
[7] KLOCKE, F. E Klöpper, C. 2006. Característica da usinagem do ferro fundido nodular. 2006, pp. 148-165.
[8] KONIG, wilfried e Klocke, Fritz. 1997. Fertigungsverfahren: drehen, fräsen, bohren. 5. Berlin : Springer, 1997.
[9] SECO, Tools. 2002. Novidades seco e opiniões ao redor do mundo. The New Edge. 2002, 4, pp. 18-21.
[10] TRENT, E. M. E Wright, P. K. 2000. “Metal Cutting”. 4th . S.l. : Butterworth Heinemann, 2000.
[11] VIEREGGE, G. 1970. Zerspannung der Eisenwerkstoffe. Gmbh : Editora Stahleisen, 1970.

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