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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

Curso de Direito
_________________________________________________________
Disciplina: Direito Processual Civil I
Profª. Linara Oeiras Assunção

Caderno de Exercícios:

TEMA: Jurisdição. Conceito. Características. Princípios Fundamentais. Distinção entre


Funções do Estado. Poderes Compreendidos na Jurisdição. Espécies de Tutela Jurisdicional.
Jurisdição Contenciosa e Voluntária. Substitutos da Jurisdição.

1ª Questão: Fernando, residente na comarca de Macapá, na Rua Benjamim Constant, n. 300,


promoveu ação de separação judicial em face de Flávia, sua mulher. O feito foi distribuído para a 1ª
Vara Cível da Comarca da Capital, tendo o juiz proferido decisão, decretando a separação do casal.

INDAGA-SE:

a) A decisão judicial afronta algum princípio da jurisdição? Por quê?


b) Havendo conversão da separação judicial em consensual, haveria diferença de função
jurisdicional? Por quê?

2ª Questão: A jurisdição é:

a) o poder atribuído às autoridades em geral;


b) a denominação dos poderes do chefe do cartório judicial;
c) a denominação dos poderes da autoridade policial;
d) a denominação dos poderes de chefe do cartório extrajudicial;
e) nenhuma das respostas acima.

TEMA: Estrutura Judiciária Brasileira. As Justiças Especiais. Justiça Federal. TRF e Juízes
Federais. Organização da Justiça Estadual. Órgãos da Justiça Estadual. Órgãos Especiais das
Justiças Estaduais. Câmaras Cíveis, Juízes de Direito. Juizados Especiais Cíveis Estaduais e
da Justiça Federal. Turmas Recursais.

3ª Questão: José Moreno, espanhol, residente em Madri, Espanha, veio a falecer deixando bens
imóveis, localizados no bairro das Laranjeiras em Madri, e herdeiros no Brasil. Promovem os
herdeiros inventário na comarca da capital de Macapá, onde residem.

INDAGA-SE:

a) A ação foi corretamente distribuída na Justiça Comum Estadual, ou seria da competência da


Justiça Comum Federal da Justiça Brasileira? Por quê?
b) Como se sabe quando a competência é da Justiça Federal ou de uma das Justiças Estaduais?
c) Em sendo da competência da Justiça Comum Estadual, como se sabe qual é o juízo
competente?

4ª Questão: Maria dos Santos pretende mover ação em face de Samuel para postular pagamento de
indenização por dano moral. As partes residem na cidade de Santana: a autora na Av. Sernambetiba,
n. 9.000, Bairro Hospitalidade, e o réu, na Av. Atlântica, n. 500, no Centro.

INDAGA-SE:

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a) Maria dos Santos deverá promover a ação em qual Justiça Comum? Qual a Comarca em que
deverá ser proposta a ação?
b) Não seria da competência da Justiça Comum Federal?

TEMA: Ação. Conceito. Condições de Legítimo Exercício da Ação. Condições Genéricas e


Específicas. Específicas Positivas e Negativas.

5ª Questão: Frederico, locatário de um imóvel, promove ação de consignação em pagamento em


face da Administradora Predial, alegando que esteve no seu escritório por várias vezes não
conseguindo, no entanto, pagar os aluguéis. Sustenta, na inicial, que a ré sempre alega ser o valor do
pagamento insuficiente, recusando-o indevidamente. Citada, a ré oferece contestação alegando não
ser parte legítima para figurar no pólo passivo da relação processual, além da improcedência do
pedido, diante da insuficiência do valor consignado.

INDAGA-SE:

a) A ilegitimidade de parte passiva é questão que se encontra no plano do processo ou do direito


material (mérito)? Por quê?
b) Acolhida a defesa do réu, o processo será extinto sem julgamento do mérito? Por quê?

6ª Questão: As condições genéricas para o legítimo exercício do direito de ação, tradicionalmente


reconhecidas pela doutrina são:

a) capacidade, legitimidade, adequação típica do pedido;


b) legitimidade, necessidade e capacidade;
c) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido;
d) personalidade, utilidade e possibilidade jurídica do pedido;
e) capacidade, interesse e conformidade típica do pedido.

TEMA: Ação. Classificação. Elementos de Individualização das Ações. Concurso e Cumulação


de Pedidos. Momento da Cumulação. Espécies de Cumulação. Requisitos da Cumulação.

7ª Questão: Joaquim de Souza promove ação de conhecimento em face de Juvenal da Conceição.


Na inicial postula a condenação do réu ao pagamento da importância de R$ 4.000,00 (quatro mil
reais), a título de dano material. Alega que o réu, de forma culposa, provocou o acidente de trânsito e
dele resultou estragos causados em seu veículo.

INDAGA-SE:

a) Quais são os elementos subjetivos, objetivos e causais da ação proposta?


b) O que é o princípio da individualização das ações?

8ª Questão: Gabriel promove ação de conhecimento em face de Casemiro para postular a entrega
do imóvel, não restituído no prazo avençado. Pede, ainda, a condenação em perdas e danos em
virtude do inadimplemento da obrigação de devolver a coisa, o que lhe impediu de fechar um negócio
de compra e venda envolvendo o dito imóvel.

INDAGA-SE:

a) O autor formulou que espécie de cumulação de pedidos? Por quê?

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b) Há distinção entre cumulação eventual e sucessiva? Por quê?

9ª Questão: A classificação tradicional das ações, segundo a espécie de tutela jurisdicional


reclamada pelo autor, é:

a) declaratória, constitutiva e condenatória;


b) conhecimento, execução e cautelar;
c) mandamental, executiva e de conhecimento;
d) executiva, cautelar e constitutiva;
e) declaratória, condenatória e mandamental.

TEMA: Processo. Conceito. Natureza Jurídica. Objeto. Relação Jurídica Processual.


Pressupostos Processuais de Existência e de Validade.

10ª Questão: Saulo promove ação de conhecimento em face de Daniel e Samantha, postulando a
declaração de inexistência de relação de comodato, ao contrário do que vêm apregoando os réus.
Alega que celebrou com os réus um contrato verbal de comodato, tendo por objeto imóvel de sua
propriedade, sendo os comodatários afilhados de casamento, contraído recentemente. Citados, os
réus, em contestação, postulam a extinção do feito sem julgamento do mérito, em conta que não se
faz presente à representação judicial do autor.

INDAGA-SE:

a) A falta de representação judicial do autor leva automaticamente à extinção do processo sem


julgamento do mérito? Por quê?
b) A questão jurídica encontra-se no plano do processo ou no de direito material? Por quê?

11ª Questão: Ricardo Arruda promove ação de conhecimento em face de Maria das Graças. Na
inicial postula a nulidade do casamento, celebrado pelas partes, sob fundamento de erro essencial
sobre a pessoa da ré. Citada, a ré alega, em preliminar, na contestação, que o advogado constituído
pelo autor da ação está suspenso do exercício profissional da advocacia, pelo que são nulos os seus
atos no processo, não podendo ser ratificados, o que leva a extinto do processo sem resolução do
mérito, consoante o disposto no art. 267, IV do CPC.

INDAGA-SE:

a) O advogado é o representante das partes? Há, no caso, falta de capacidade postulatória? Por
quê?
b) É vício sanável ou insanável? Por quê?

12ª Questão: São pressupostos processuais negativos:

a) petição inicial apta; interesse de agir, perempção e coisa julgada;


b) competência, legitimidade das partes; coisa julgada;
c) jurisdição; partes, citação válida;
d) jurisdição, competência, petição inicial inepta e coisa julgada;
e) perempção; litispendência e coisa julgada.

13ª Questão: Em processo civil, a capacidade postulatória é:

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a) a plena capacidade civil;


b) a plena capacidade de uma pessoa estar em juízo;
c) a capacidade deferida pela lei ao profissional do direito, ao advogado devidamente inscrito na
OAB, de poder agir e falar em nome das partes em juízo;
d) a capacidade que tem uma pessoa de pleitear em juízo o reconhecimento de seu direito.

TEMA: Competência. Conceito. Natureza Jurídica. Competência Internacional e Interna.


Competência das Justiças Especiais. Competência da Justiça Comum Federal e dos Estados.

14ª Questão: Jacinto Almeida, menor púbere, português, residente e domiciliado em Coimbra,
Portugal, assistido por sua mãe, promove na Justiça de seu país, ação de investigação de
paternidade em face de seu suposto pai, Antonio da Silva, português, residente e domiciliado no
Brasil, na Rua 15 de novembro, n. 50, Centro, da capital do Estado do Amapá.

INDAGA-SE:

A regra de competência aplicável é a prevista no art. 88 ou no art. 89 do CPC? Por quê?

15ª Questão: Hamilton Carvalho, residente e domiciliado na cidade de Macapá, pretende mover ação
de conhecimento em face da União, para postular a condenação da ré a pagar indenização por danos
materiais causados em sua propriedade por agente público federal, no exercício de suas funções
públicas.

INDAGA-SE:

a) Hamilton deverá promover a ação na Justiça Comum Federal ou Estadual? Por quê?
b) Trata-se de competência relativa ou absoluta? Por quê?

TEMA: Competência. Critérios de Fixação da Competência. Competência de Foro. Critério


Territorial. Competência de Juízo. Critério Objetivo e Funcional. Incompetência Relativa e
Absoluta.

16ª Questão: Gabriela, residente e domiciliada na cidade de Ferreira Gomes, promove ação de
divórcio direto na comarca onde reside, em face de seu marido, Geraldo, residente e domiciliado na
cidade de Macapá, onde passou a residir após a separação de fato do casal. Citado, o marido, além
de oferecer contestação, argüiu a exceção de incompetência do juízo, sob o fundamento de que tem
aplicação a regra do art. 94 e não a do art. 100, I, ambos do CPC.

INDAGA-SE:

a) A competência é de foro ou de juízo? Por quê?


b) Trata-se de ação real ou pessoal? O réu tem razão ao argüir, através de exceção, a
incompetência do juízo da comarca de Ferreira Gomes? Por quê?

17ª Questão: José Arruda, residente e domiciliado na cidade de Macapá, na Rua Carlos Quintanilha,
pretende promover ação de conhecimento em face de Aníbal de Araújo, residente na Rua Góes
Monteiro, Santana. A causa de pedir decorre de descumprimento de obrigação de pagar, prevista
contratualmente, no valor de R$ 34.000,00 (trinta e quatro mil reais), estabelecendo o contrato que a
obrigação deve ser cumprida no domicílio do contratante.

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INDAGA-SE:

a) A ação deverá ser proposta em que juízo? Por quê?


b) Trata-se de competência relativa ou absoluta? Por quê?

18ª Questão: A competência:

a) em razão do valor poderá modificar-se pela continência;


b) imóvel situado em mais de um Estado, tem o foro determinado pela prevenção, alcançando a
competência somente parte do imóvel;
c) a competência fixada pelo critério territorial, em ações conexas, é definida pela continência;
d) do juiz principal não se prorrogará para as causas que respeitam ao terceiro interveniente.

TEMA: Competência. Modificações da Competência. Prevenção. Conexão. Continência.


Prorrogação e Perpetuação. Controle da Competência e seus Instrumentos. Controle de Ofício.
Exceção de Incompetência e Conflito de Competência.

19ª Questão: Cláudio Martins, residente na cidade de Mazagão, promoveu ação de conhecimento
em face de Waldemar Noronha, residente na cidade de Santana, na Rua das Flores s/nº, para
postular a condenação do réu a cumprir obrigação assumida contratualmente. A ação foi distribuída
para a 1ª Vara Cível da comarca de Mazagão. Citado, o réu oferece contestação e, ainda, em peça
autônoma, argüiu a incompetência do juízo, sob o fundamento de que a ação é pessoal e o foro
competente é o de seu domicílio, conforme previsto no art. 94 do CPC.

INDAGA-SE:

a) Trata-se ou não de competência de foro, fixada pelo critério territorial? Por quê?
b) O réu tem ou não razão ao argüir a incompetência do juízo de Mazagão? Por quê?

20ª Questão: Claudinei Severo, residente e domiciliado na cidade de Santana, promove ação de
conhecimento, distribuída para a Vara de família dessa comarca, em face de Mariana Cardoso,
residente e domiciliada na cidade de Macapá, postulando a anulação do casamento com a ré. Citada,
a ré oferece contestação, argüindo, em preliminar, a incompetência do juízo, em conformidade com a
regra do art. 100, I do CPC. O juiz, entendendo tratar-se de incompetência absoluta, acolhe a
preliminar levantada pelo réu em sua contestação.

INDAGA-SE:

a) A decisão do juiz foi correta? Por quê?


b) A competência é relativa ou absoluta? Por quê?

21ª Questão: A modificação da competência pela prorrogação somente ocorre nos casos de:

a) conexão e continência;
b) conexão, continência e eleição de foro;
c) eleição de foro e inércia do réu em oferecer exceção de incompetência;
d) conexão, continência, eleição de foro e inércia em oferecer exceção de incompetência.

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TEMA: Partes. Sujeitos do Processo. Sujeitos da Lide (Distinção). Capacidade. Conceito.


Capacidade de ser Parte e Capacidade de estar em Juízo. Conseqüências da Falta de
Capacidade processual.

22ª Questão: O pressuposto processual de capacidade conhecida como ad processum:

a) significa capacidade de ser parte e de estar em juízo;


b) inexiste, por se tratar de parte incapaz;
c) torna-se prescindível quando ocorrer a substituição processual;
d) confunde-se com a capacidade de ser parte legítima.

23ª Questão: Em processo civil, capacidade de estar em juízo é:

a) de toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos;


b) a representação legal das partes em juízo;
c) a capacidade de ser parte;
d) a capacidade deferida pela lei ao advogado devidamente inscrito na OAB;
e) a capacidade que tem a pessoa de pleitear em juízo o reconhecimento de seu direito.

TEMA: Processo e Procedimentos. Espécies de Processo. Espécies de Procedimento.


Princípios Gerais do Processo e do Procedimento. Garantias Constitucionais Processuais.
Atos Atentatórios ao Exercício da Jurisdição.

24ª Questão: Artur da Mata promove ação de conhecimento em face de Diego da Costa. Pleiteia a
condenação do réu a pagar indenização a título de danos materiais causados em seu veículo, além
dos resultantes de lesões corporais. O autor requer a juntada da prova pericial realizada no processo
criminal que corre contra o réu, decorrente de denúncia oferecida pelo Ministério Público, e que foi
feita no local do acidente na presença. O juiz indeferiu a prova requerida sem qualquer motivação.

INDAGA-SE:

a) Agiu corretamente o magistrado ao indeferir a prova emprestada requerida? Por quê?


b) Quais os princípios constitucionais de direito processual não observados na decisão do juiz quando
do indeferimento de prova pericial emprestada de processo criminal?

25ª Questão: São características do procedimento ordinário:

a) sua adoção pelo autor da ação, havendo expressa previsão legal, segundo a matéria a ser
discutida em juízo;
b) a oralidade e concentração dos atos na audiência de conciliação instrução e julgado;
c) descabimento da reconvenção em peça autônoma;
d) rito completo com garantia plena do devido processo legal.

TEMA: Formação do Processo. Sujeitos do Processo: juiz e partes. Sucessão Processual.


Substituição Processual. Tratamento Especial ao Idoso.

26ª Questão: Albertina Mendes promove ação de conhecimento. Na inicial postula a negatória de
paternidade do filho Heleno Mendes dos Santos, menor impúbere, em face de William dos Santos. O
juiz, ao examinar a petição inicial, determina a citação do réu, que é feita na pessoa do réu pelo oficial
de justiça. O réu oferece contestação sustentando, em preliminar, a ilegitimidade ativa da autora, não

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estando autorizada pela lei promover ação negatória de paternidade em nome do seu filho. Passado
15 dias da contestação é noticiada a morte do réu.

INDAGA-SE:

a) Albertina pode figurar como autora da ação ou deve atuar nos autos com outra qualidade jurídica?
Por quê?
b) Existe alguma distinção entre parte da demanda e parte no processo?
c) De quantas formas se podem adquirir a qualidade de parte? Quais são elas?
d) Qual a conseqüência processual decorrente da morte do réu?

27ª Questão: Em processo civil, os sujeitos principais da relação jurídica processual são:

a) O promotor, o juiz e o advogado;


b) O juiz, O autor e o réu;
c) O juiz, O promotor e o escrevente;
d) O juiz, o perito e o serventuário;
e) O juiz e a parte autora.

28ª Questão: A morte de um dos cônjuges no curso da ação de divórcio direto acarreta:

a) a extinção do processo (art. 269, IX do CPC), por se tratar de ação que envolve direito
intransmissível;
b) a sucessão processual;
c) a substituição do falecido pelo seu espólio;
d) a extinção do processo apenas com a morte do autor da ação;
e) a extinção do processo, apenas com a morte do réu.

TEMA: Procedimentos e suas Estruturas. Procedimento Ordinário, Sumário e os Especiais. A


Conversão dos Procedimentos Especiais para o Ordinário. Procedimento da Lei n. 9099/95.

29ª Questão: Casemiro pretende promover ação visando à condenação de Vinicius a lhe pagar a
importância de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Prestou pequenos serviços de pintura e reforma de um
galpão na propriedade de Vinicius e este, apesar de firmar declaração de que os serviços foram bem
prestados, não cumpriu com a obrigação de pagar.

INDAGA-SE:

a) Casemiro poderá promover ação de cobrança pelo procedimento da Lei n. 9099/95? Por quê?
b) Quais as características do procedimento da Lei n. 9099/95 (JEC)?

30ª Questão: João Augusto pretende mover ação de conhecimento em face de Aníbal para cobrança
do valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), resultante de danos causados em seu imóvel localizado na
Av. Marabaixo, n. 500, na cidade de Macapá. O prejuízo resulta de derrubada de um muro divisório
da sua propriedade pelo seu vizinho, reconstruído, conforme comprovante de pagamento.

INDAGA-SE:

a) Qual o rito que deverá ser adotado para a ação de cobrança? Por quê?
b) A escolha do rito fica a critério do autor? Por quê?

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c) Quais as características do rito sumário?

TEMA: Litisconsórcio. Pluralidade de Partes. Classificação. Espécies de Litisconsórcio


necessário, facultativo, simples e unitário. Posição no Processo. Princípio da Autonomia dos
Litisconsortes.

31ª Questão: Paula, brasileira, casada, residente e domiciliada na cidade de Macapá, promove ação
de conhecimento em face de João, brasileiro, casado, residente na cidade de Santana.
Narra como causa de pedir, que o réu, juntamente com a sua mulher, na ausência da família,
por motivo de viagem, invadiu a sua propriedade e nela instalou a família. Postula a
reintegração da posse esbulhada do imóvel, juntando a prova da propriedade. Citado, o réu
contesta o pedido do autor, aduzindo, em preliminar, que, em ambos os pólos, ativo e
passivo, da relação processual, deverão ser integrados pelos cônjuges das partes, em conta
de se tratar de uma ação real e, ainda, por força do que determina o art. 10, § 2º do CPC,
sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito, por ilegitimidade ativa e
passiva, ou falta de pressuposto processual de existência (partes plúrimas).

INDAGA-SE:

a) O que a doutrina entende ser o litisconsórcio?


b) É obrigatória a formação de litisconsórcio necessário no pólo ativo e no pólo passivo, conforme
sustenta o réu?
c) Qual a relevância de se saber se ação de reintegração de posse é real ou pessoal? Por quê?
d) Neste processo há configuração de litisconsórcio multitudinário?

32ª Questão: Renato, locador de um determinado imóvel, promove ação de despejo, cumulada com
cobrança dos aluguéis atrasados, em face de Telmo. Alega que o réu, após ingressar em seu imóvel
por força de contrato de locação, assinado pelas partes, nunca pagou aluguéis, já passados quatro
meses. Citado, o réu postula o ingresso de Mário, seu fiador, na qualidade de litisconsórcio
necessário, no pólo passivo. Os autos foram conclusos ao juiz, que indeferiu a postulação.

INDAGA-SE:

a) No pólo passivo da ação proposta, com cumulação de pedidos, deve formar litisconsórcio
necessário entre o locatário e o fiador, como sustenta o réu? Por quê?
b) O ingresso do fiador, de forma voluntária, pode ser admitido pelo juiz? Por quê?

33ª Questão: No pólo ativo de um processo pode se formar:

a) litisconsórcio necessário e unitário;


b) litisconsórcio facultativo simples e unitário;
c) apenas litisconsórcio facultativo simples;
d) somente o litisconsórcio necessário simples;
e) somente o facultativo simples.

TEMA: Intervenção de Terceiros. Classificação das modalidades de intervenção de terceiros.


Assistência: simples, qualificada e Litisconsorcial. Oposição.

34ª Questão: Casemiro, brasileiro, solteiro, promove ação de reintegração de posse em face de
Armando. Narra, como causa de pedir, que o réu aproveitando-se de uma pequena viagem feita pelo

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autor, sorrateiramente, ingressou em seu apartamento, cometendo esbulho, impedindo o autor de


usar e gozar do seu direito de posse e propriedade. Nelson, por petição, pleiteia o seu ingresso como
terceiro, informando que adquiriu o imóvel de Casemiro, uma semana antes de sua viagem para a
Europa, pelo que não foi o autor esbulhado e, sim, o interveniente, requerendo que o pedido do autor
seja julgado improcedente, e o réu condenado a restituir a posse do imóvel que gozava. Foi feita a
comprovação da entrega das chaves por Casemiro, antes de iniciar a sua viagem. Postula, ainda, a
concessão de liminar, considerando que o esbulho é de menos de ano e dia.

INDAGA-SE:

a) O ingresso do terceiro, neste caso, se dá a que título? Por quê?


b) Trata-se de modalidade de intervenção de terceiro provocada ou voluntária? Por quê?

35ª Questão: Cristiano promoveu a interdição de seu pai, Luciano, pelo procedimento de jurisdição
voluntária, art. 1.177 e seguintes do CPC. O feito corre com tramitação regular, tendo, inclusive, o
Ministério Público se manifestado nos autos. A companheira do requerido, Selma, por petição,
informando ser também sua procuradora e, ainda, indicada como testamenteira e herdeira no
testamento do requerido, requer o ingresso no feito, tendo o juiz determinado as manifestações do
requerente e do Ministério Público. Ambos manifestaram entendimento desfavorável ao ingresso, sob
fundamento de que não se faz presente qualquer interesse jurídico de Selma, sendo o seu
meramente moral, prático ou econômico.

INDAGA-SE:

O juiz deve acolher as manifestações do requerente e do Ministério Público, não permitindo o


ingresso no feito da companheira do requerido? Por quê?

36ª Questão: Processualmente não integra o conceito de parte o:

a) opoente;
b) litisconsorte;
c) denunciado a lide;
d) adquirente de coisa litigiosa;
e) assistente.

37ª Questão: A assistência, como modalidade de intervenção de terceiros, deve ser deferida:

a) apenas quando o requerente tem interesse econômico ou jurídico de que a sentença seja favorável
ao assistido;
b) apenas quando o requerente tem interesse econômico de que a sentença seja favorável ao
assistido;
c) apenas quando o requerente tem interesse jurídico de que a sentença seja favorável ao assistido;
d) sempre que o requerente demonstrar qualquer interesse, seja jurídico, econômico, emocional ou
moral;
e) sempre que inviável o litisconsórcio.

TEMA: Intervenção de Terceiro. Nomeação à autoria. Denunciação da Lide. Chamamento ao


Processo. Outras formas de intervenção.

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38ª Questão: Ana Valéria promove ação de conhecimento em face de Frederico. Narra, como causa
de pedir, que adquiriu em hasta pública, por determinação judicial, o bem imóvel, descrito na inicial, e
que o executado não lhe entrega a coisa. Citado, o réu ingressa com petição aduzindo ser mero
detentor do imóvel, simples caseiro, sendo parte ilegítima para figurar no pólo passivo do processo,
indicando para integrar o feito, em seu lugar, o Sr. Júlio, seu patrão, que segundo tem conhecimento
é possuidor do imóvel, como usufrutuário.

INDAGA-SE:

a) Qual a modalidade de intervenção de terceiro cabível no caso? Por quê?


b) É modalidade de intervenção voluntária ou provocada? Por quê?

39ª Questão: É admissível o chamamento ao processo:

a) de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou


totalmente, a dívida comum;
b) do credor, na ação em que o fiador for réu;
c) de fiadores e devedores quando para a ação forem citados apenas os fiadores;
d) de outros credores, quando para a ação for citado apenas um deles.

40ª Questão: Assinale a alternativa CORRETA em relação à denunciação da lide:

a) o fato de a parte ter mencionado em sua petição, que estava deduzindo chamamento ao processo
em caso típico de denunciação da lide, não inibe o juiz de determinar o procedimento correto, pois o
co-réu pode denunciar a lide ao litisconsorte passivo;
b) diz o CPC, para os casos que menciona, ser obrigatória a denunciação da lide, mas se o juízo da
ação principal for absolutamente incompetente para julgar a ação de denunciação da lide, o processo
será deslocado para o juízo competente;
c) no procedimento sumário, a contestação deve ser deduzida na audiência, razão pela qual é nesse
momento que o demandado deve denunciar à lide o terceiro, impondo-se a suspensão do processo
para a citação do denunciado;
d) verificando-se, a teor da contestação, menção de fatos atribuídos a terceiro, e como denunciação à
lide é obrigatória nas hipóteses indicadas no CPC, sendo o caso, nada impede que a citação daquele,
como denunciado, seja determinada de ofício pelo juiz.

TEMA: Petição inicial. Elementos da petição inicial. Despacho de conteúdo positivo


(admissibilidade da ação). Decisão de Indeferimento da Petição (Sentença). Casos de
indeferimento. Inépcia da inicial. Recurso. Juízo de Retratação.

41ª Questão: Oswaldo, funcionário público estadual, promove ação de conhecimento em face do
Estado do Amapá. Postula o reconhecimento de direito cancelado por ato administrativo do Senhor
Governador do Estado. O feito correu regularmente, proferindo o juiz julgamento antecipado da lide,
por ser a matéria unicamente de direito. Na sentença, julgou procedente o pedido do autor,
revogando o ato administrativo, por estar contaminado de nulidade. O réu recorre da decisão,
sustentando que a decisão extrapolou os limites do pedido formulado pelo autor da ação, prestando
tutela jurisdicional além da requerida.

INDAGA-SE:

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a) Pode o juiz acolher um pedido sem formulação expressa do autor da ação, porém integrando a
lide? Por quê?
b) O pedido do autor foi certo e determinado, como dispõe o art. 286 do CPC, e a decisão judicial
observou ou não o que dispõe o artigo 128 do CPC? Por quê?

42ª Questão: Cristiano promove ação de investigação de paternidade, cumulada com pedido de
alimentos, em face de Jurandir, seu suposto pai, atribuindo à causa apenas o valor do pedido de
alimentos, correspondente a 12 (doze) mensalidades. O feito correu regularmente rumo à sentença.
Na decisão, o juiz julgou procedente o pedido de alimentos feito pelo autor, não apreciando o de
investigação de paternidade.

INDAGA-SE:
a) O autor, na inicial, formulou pedidos cumulados. A cumulação de pedidos é simples, sucessiva,
eventual ou alternativa? Por quê?
b) A decisão do juiz padece de algum vício? Qual? Por quê?

43ª Questão: Marque a alternativa INCORRETA:

a) indeferida a petição inicial por não preenchidos os requisitos legais, o autor poderá apelar, sendo
facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito horas), reformar sua decisão;
b) se a petição inicial não preencher os requisitos legais, será indeferida de plano pelo juiz;
c) contendo a petição inicial pedidos incompatíveis entre si, considera-se inepta.
d) o autor pode formular pedido genérico.

TEMA: Causa de Pedir. Compreensão. Teoria da substanciação. Causa de pedir ativa (remota e
próxima). Causa de pedir passiva. Alteração da causa de pedir.

44ª Questão: Sandro promove ação de conhecimento em face de Ricardo para postular a
condenação do réu ao pagamento de certa importância em dinheiro, a título de dano material, e a ser
mensurada pela prova pericial. Alega, na petição inicial, que o réu ingressou, sem autorização, na sua
propriedade e destruiu as plantações de café, causando-lhe prejuízos que deverão ser ressarcidos.
Citado, o réu contesta o pedido do autor, alegando, ainda, que a destruição não foi das plantações de
café e sim de cana de açúcar, praticadas por um outro vizinho. O feito correu regularmente, ficando
provado que a invasão da propriedade do autor foi praticada pelo réu e que foram destruídas as
plantações de cana de açúcar e não de café. A prova pericial constatou que a perda da plantação de
café se deu por força de violento temporal, reforçada pela praga avassaladora, de conhecimento
geral na região onde se encontra o imóvel.

INDAGA-SE:

a) Diante do que consta dos autos e da conclusão da perícia, o juiz poderá julgar procedente o pedido
do autor? Por quê?
b) O art. 264 do CPC trata da imutabilidade subjetiva das partes e da causa de pedir?

45ª Questão: Solange promove ação de separação judicial em face de Joaquim. Alega, na inicial,
que se casou com o réu, não mais desejando continuar o casamento por conduta incompatível de seu
marido. Citado, o réu contesta o pedido alegando que a autora da ação não cumpriu o que dispõe o
art. 282, III do CPC, não tendo como se defender, considerando inexistir na petição inicial narrativa
dos fatos geradores do direito da autora.

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INDAGA-SE:

A defesa do réu, à luz do que dispõe o art. 282, III, está correta? Por quê?

46ª Questão: Assinale a alternativa INCORRETA:

a) A causa de pedir é elemento subjetivo da ação;


b) A causa de pedir se constitui também dos fatos geradores do direito do autor;
c) o autor pode alterar a causa de pedir com o consentimento do réu, antes de saneado o processo;
d) o réu pode não concordar com o pedido de alteração subjetiva da parte.

TEMA: Do Pedido. Compreensão. Requisitos do Pedido. Pedido Imediato e Mediato. Pedido


Genérico. Cumulação de Pedidos: Simples, Sucessivo, Eventual e Alternativo. Espécies.
Interpretação. Aditamento. Modificação.

47ª Questão: Cláudia promove ação de conhecimento em face de Juvenal. Narra, como causa de
pedir, a existência entre as partes de união estável, rompida pelo réu ao abandonar o lar. Postula a
condenação do réu a pagar indenização pelos serviços prestados no lar conjugal, bem como meação
dos bens adquiridos na constância da união estável. Citado, o réu oferece contestação aduzindo que
a cumulação de pedidos não é juridicamente possível, porque um pedido excluiu o outro.

INDAGA-SE:

A alegação do réu tem consistência jurídica, devendo o juiz acolher a defesa?

48ª Questão: Foi proposta ação de conhecimento por Nair em face de Marcelo para postular a
condenação do réu a pagar certa importância em dinheiro, a título de indenização por danos
materiais. Narra, como causa de pedir, que o réu, por conduta imprudente, na direção de seu veículo,
foi o responsável pela colisão em seu veículo, vindo a sofrer lesões corporais e danos em seu
veículo, por culpa exclusiva do réu. Antes da citação, ingressa a autora com petição aditiva ao pedido
inicial, pleiteando incluir pedido de indenização por danos morais e estéticos. O juiz autua a petição
aditiva e determina a citação do réu.

INDAGA-SE:

Agiu corretamente o juiz ao deferir a petição aditiva do autor? Por quê?

49ª Questão: Foi proposta ação de conhecimento por Adriana em face de Felipe. Narra a autora,
como causa de pedir, que o réu lhe deve a importância correspondente ao valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), resultante de prestação de serviços ao réu. Citado, o réu contesta o pedido e alega
ter efetuado o pagamento, através de crédito bancário, conforme comprovante. Ouvida, a autora
alega que o depósito é insuficiente, pois incide a multa contratual pelo descumprimento da obrigação
assumida. Na própria réplica postula a cobrança de uma outra dívida contraída pelo réu, ainda não
paga, apesar do vencimento comprovado.

INDAGA-SE:

Pode o Juiz, neste caso, deferir de plano o aditamento da inicial, feito pela autora? Por quê?

50ª Questão: Com relação à antecipação da tutela:

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a) faz-se necessário o preenchimento de somente os requisitos do fundado receio de dano irreparável


e do abuso de direito de defesa, para sua concessão;
b) não pode ser concedida antes da resposta do réu;
c) é incabível sua aplicação nos procedimentos especiais previstos na legislação;
d) ela possui a característica da provisoriedade, só podendo ser antecipado o direito material,
eventualmente, a ser concedido na sentença.

51ª Questão: É CERTO dizer:

I - o autor poderá aditar o pedido, independentemente da aquiescência do réu, somente até a citação;
II - o autor poderá aditar o pedido, até o saneamento do processo, desde que tenha a concordância
do réu;
III – o autor poderá aditar o pedido, a qualquer tempo, desde que tenha a concordância do réu;
IV o autor poderá aditar o pedido, a qualquer tempo, desde que tenha a aquiescência da parte
contrária e a autorização do juiz;
V o autor poderá aditar o pedido, a qualquer tempo, independentemente da aquiescência do réu.

As proposições corretas são:

a) I e III são verdadeiras;


b) III e IV são verdadeiras;
c) IV e V são verdadeiras;
d) I e II são verdadeiras.

TEMA: Tutela Antecipada. Requisitos da Tutela Geral de Urgência. Requisitos da Tutela


Específica da Obrigação de Fazer. Revogação ou Modificação. Fungibilidade da Tutela
Antecipada em Cautelar e da Cautelar para Tutela Antecipada.

52ª Questão: Felipe Cardoso promove ação de conhecimento em face de sua ex-mulher, Bernadete
Silva. Postula a modificação de cláusula, em separação consensual, visando assegurar ao autor a
guarda semanal, nos finais de semana, com pernoite do filho do ex-casal, com 03 (três) anos de
idade, em substituição ao seu direito semanal de visitação. Na inicial requer a antecipação da tutela,
diante da justiça do pleito. O juiz determinou a citação da ré, deixando para apreciar o pedido de
tutela antecipada depois de estabelecido o contraditório. Citada, a ré oferece contestação alegando a
inconsistência do pleito do autor, certo que o menor seria forçado a modificar abruptamente o seu
estilo de vida, em período muito especial, face à extrema ligação com a mãe.

INDAGA-SE:

a) A conduta do magistrado, de só apreciar o pedido tutela antecipada depois de estabelecido o


contraditório, no caso, foi de justiça? Por quê?
b) É cabível, em geral, a concessão de tutela antecipada sem ouvir o réu? Por quê?

53ª Questão: Para concessão de tutela antecipada no processo de conhecimento, impõe-se a


observância dos requisitos de:

a) existência de prova inequívoca, verossimilhança da alegação, fundado receio de dano irreparável,


reversibilidade do provimento, requerimento da parte;

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b) existência de prova inequívoca, verossimilhança da alegação, abuso do direito de defesa e


reversibilidade do provimento;
c) existência de prova inequívoca, verossimilhança da alegação, fundado receio de dano de difícil
reparação, manifesto propósito protelatório do réu e irreversibilidade do provimento.
e) existência apenas da prova inequívoca e o perigo da demora da entrega da prestação jurisdicional.

TEMA: Comunicação dos Atos Processuais. Compreensão. Forma dos Atos de Comunicação
(Carta de Ordem, Rogatória e Precatória). Destinatários da Citação. Impedimentos. Modos de
Realizar a Citação (Correio, Oficial de Justiça e Edital). Citação por Hora Certa. Efeitos da
Citação. Intimação. Compreensão. Modalidades. Forma e Efeitos.

54ª Questão: Foi proposta ação de conhecimento por Verônica em face de Vera. Citada, a ré argüiu
a ilegitimidade ativa da autora, alegando não ser a autora sua credora, como revela o contrato de
mútuo, celebrado entre as partes. O juiz, ao examinar a defesa da ré, resolve, por sentença, extinguir
o processo sem resolução do mérito, decisão que transitou em julgado. Uma nova ação é proposta
por Andréia em face de Vera, com o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. Citada, a ré alega a
perda da exigibilidade da pretensão – prescrição -, já passados mais de cinco anos do vencimento da
dívida.

INDAGA-SE:

Assiste razão à ré, desconsiderando a citação válida no processo movida por Verônica em face da
mesma ré, com o mesmo pedido e mesma causa de pedir? Por quê?

55ª Questão: Zulmira promove ação de conhecimento em face de Theodoro, distribuída para a 1ª
Vara Cível da Capital, para postular a decretação do despejo do réu. Alega que foi ajustado contrato
de locação entre as partes e que o réu nunca pagou os aluguéis devidos, já passados três meses de
contrato em vigor, sendo devidos o valor de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais). O juiz proferiu
despacho determinando a citação no dia 16 de fevereiro do corrente ano, o que se deu de forma
válida no dia 21 do mesmo mês e ano. Citado, o réu contesta o pedido, alegando que vinha tentando
pagar os aluguéis, sempre havendo recusa da autora. Informa, juntando comprovação, que ajuizou
ação de consignação em pagamento em face da ora autora, com despacho de citação no dia 15 de
fevereiro do corrente ano e citação válida realizada no dia 22 do mesmo mês e ano, despacho
proferido pelo juízo da 15ª Vara Cível da Capital.

INDAGA-SE:

a) Qual o juízo prevento? Por quê?


b) A prevenção determina obrigatoriamente a reunião das ações no mesmo juízo? Por quê?

56ª Questão: Citação é:

a) o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado, a fim de se defender;


b) ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que se faça ou deixe de
fazer alguma coisa;
c) o período dentro do qual o ato processual deve ser praticado;
d) modalidade de ato do juiz.

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TEMA: Atos Processuais. Compreensão. Classificação. Eficácia dos atos. Atos das partes.
Atos do juiz. Preclusão. Atos do Juiz. Preclusão. Atos do escrivão. Atos processuais no tempo
e no espaço.

57ª Questão: Juvêncio promove ação de conhecimento em face de Coriolano, correndo o feito
regularmente. O juiz, na fase das providências preliminares, determina às partes a indicação das
provas. O autor, atendendo determinação judicial, postula a produção de prova pericial, e o réu
mantém-se inerte. O juiz defere a produção de prova, e o réu, por petição, recorre da decisão,
apresentando agravo retido. O juiz indefere o recurso interposto, por entender presente a
inadequação do ato praticado pela parte autora, com o que estabelece o ordenamento jurídico.

INDAGA-SE:

a) Agiu corretamente o juiz? Por quê?


b) Qual seria o prazo para a parte irresignada com a decisão recorrer de uma decisão interlocutória?

58ª Questão: Foi proposta ação de conhecimento por Juliana em face de Leonardo. A citação da ré
se deu no dia 1º de março do corrente ano, uma sexta-feira. A contestação foi oferecida no dia 19 do
mesmo mês e ano.

INDAGA-SE:

a) Como se conta o prazo para prática de atos processuais?


b) A contestação oferecida é tempestiva? Por quê?

59ª Questão: Foi proposta ação pelo procedimento sumário por Gabriel em face de Natalino. O juiz
proferiu, na audiência, sentença com resolução do mérito, com intimação das partes no dia 19 de
dezembro do corrente ano, uma segunda-feira. Entre o dia 21 de dezembro e 06 de janeiro do ano
novo, não houve expediente forense.

INDAGA-SE:

a) Qual o último dia de prazo para a parte vencida recorrer da decisão desfavorável?
b) O ato judicial é uma decisão interlocutória? Por quê?

TEMA: Prazos Processuais. Classificação. Natureza. Curso dos Prazos. Contagem. Preclusão.
Prazos para as Partes. Prazos para o Juiz e seus Auxiliares. Prazos para o MP. Prazos para a
Fazenda Pública e Defensoria Pública. Penalidades pela Inobservância pelas Partes e pelo
Juiz.

60ª Questão: Frederico promoveu ação de conhecimento em face de Carolino Mendes. O feito corre
regularmente. O juiz, no saneador, designou audiência de instrução e julgamento para o dia 15 de
março do corrente ano. As partes foram intimadas da designação da audiência. No dia designado,
comparece à audiência apenas o autor da ação, acompanhado de seu advogado, e o réu
desacompanhado de seu patrono. Indagado ao escrivão, este informa ao juiz que o advogado da
parte ré, por petição, noticiou a ocorrência de doença, que o impede de comparecer à audiência, sem
declinar qual a doença de que é portador, havendo simples juntado de atestado médico de conteúdo
genérico. Na petição requer a remarcação de nova data de realização da audiência. O juiz indeferiu,
no rosto da petição, a remarcação pretendida, considerando que o impedimento não ficou

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comprovado de forma plena e inequivocamente, através de documentos precisos, dando início à


audiência.

INDAGA-SE:

a) A decisão judicial merece alguma censura? Por quê?


b) A lei processual tem regra específica, reguladora da situação? Indique-as, se for o caso?

61ª Questão: Na ação proposta por Wilson em face de Jerônimo, o juiz determinou a citação do réu.
A citação foi realizada por oficial de justiça em uma quinta-feira, sendo o dia seguinte feriado
nacional, dia 1º de janeiro do corrente ano. O réu oferece contestação no dia 18 de janeiro do
corrente ano.

INDAGA-SE:

a) Como é feita a contagem do prazo para o réu oferecer contestação?


b) Trata-se de prazo dilatório ou peremptório? Por quê?

62ª Questão: Assinale a alternativa INCORRETA:

a) computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento;


b) considera-se prorrogado o prazo até o dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia que for
determinado o fechamento do fórum;
c) considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia
que o encerramento forense for encerrado antes da hora normal;
d) os prazos só começam a correr do 1º (primeiro) dia útil após a intimação;
e) não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 10 (dez) dias o prazo para a prática
de ato processual a cargo da parte.

TEMA: Vícios dos Atos Processuais. Compreensão. Espécies. Distinção da Nulidade do


Processo e da Nulidade do Ato. Sistema de Nulidade do CPC. Nulidade da Citação e da
Intimação. Efeitos. Argüição e seu Momento. Decretação da Nulidade e seus Efeitos.

63ª Questão: Claudemir promove ação em face de Weber. O feito correu regularmente, tendo o autor
juntado documento nos autos, sem que houvesse oportunidade do réu se manifestar sobre o mesmo.
O juiz, verificando que se trata de hipótese de julgamento antecipado da lide, determinou que os
autos viessem conclusos para sentença. Foi proferida a decisão, julgando-se procedente o pedido.

INDAGA-SE:

a) O autor tem interesse em alegar eventual afronta ao princípio do contraditório? Por quê?
b) Tratar-se-ia de nulidade relativa ou absoluta? Por quê?

64ª Questão: O sistema de nulidade do processo civil tem, por princípio, a instrumentalidade das
formas e, tendo-se por superável a nulidade processual sempre que o ato viciado atinja a sua
finalidade essencial, é licito afirmar que:

a) é incabível alegação de preclusão, em qualquer hipótese, porque as nulidades relativas podem ser
sanadas;
b) a nulidade relativa não alegada conduz à preclusão. A nulidade absoluta, não alegada, é

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desconsiderada, não podendo ser argüida nem mesmo em grau de recurso;


c) a nulidade relativa não alegada leva à preclusão e a nulidade absoluta, não alegada, aproveita à
parte e faz coisa julgada, imutável;
d) há preclusão da nulidade relativa, não alegada. A nulidade absoluta, não argüida, aproveita à parte,
se não causar prejuízo à defesa, e faz coisa julgada, afastável por ação própria.

TEMA: Formação do Processo. Início do Processo. Formação Gradual. Princípio da


Estabilização. Alteração do Pedido. Alterações Subjetivas.

65ª Questão: Maria do Carmo, solteira, brasileira, residente e domiciliada na cidade de Macapá, na
Rua do Russel, n. 22, Centro, promoveu ação de conhecimento (reivindicatória), em face de
Fernando, brasileiro, casado, residente e domiciliado na Rua Odilardo Silva, n. 345, no Muca. Na
inicial narra, como causa de pedir, que celebrou com o réu, em 15 de janeiro do corrente ano,
contrato de compra e venda de imóvel localizado na Rua 15 de novembro, n. 20, no Beirol, no valor
de R$ 100.000,00 (cem mil reais). O réu, apesar de regularmente notificado para entrega do imóvel,
continua resistindo, sem justificativa, a entregar a coisa, já ultrapassado em muito o prazo previsto na
escritura. O autor imprimiu o rito sumário, previsto no art. 275 do CPC. O juiz, em decisão
fundamentada, determinou a emenda da inicial para que a autora promova a citação do cônjuge do
réu, bem como adapte a exordial ao tipo correto de procedimento.

INDAGA-SE:

a) Agiu corretamente o juiz ao determinar a emenda na petição inicial? Por quê?


b) A falta de cumprimento da determinação do magistrado acarreta alguma conseqüência ao
andamento do processo? Por quê?

Questões de prova do exame de ordem (OAB):

1ª Questão: A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção CORRETA:

A) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de partes, objeto e causa de
pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas ações, a invocação de norma jurídica
diversa em cada uma delas, haverá pluralidade de causas de pedir.
B) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela intervenção do juiz, que
substitui a vontade das partes litigantes por meio de uma sentença de mérito, aplicando, no caso
concreto, a vontade da lei.
C) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve seguir até a sentença
final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo possível transformar o contencioso em
voluntário por ato subseqüente ou por manifestação de vontade de qualquer das partes.
D) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho de recebimento da
petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma delas durante o processo caracteriza a
carência superveniente, que enseja a extinção do processo sem resolução do mérito.

2ª Questão: Quanto às nulidades processuais, assinale a opção CORRETA:

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A) A nulidade relativa deve ser argüida pela parte interessada em sua decretação, na primeira
oportunidade em que lhe couber falar nos autos, depois do ato defeituoso, sob pena de preclusão,
isto é, de perda da faculdade processual de promover a anulação.
B) Anulado um ato processual, mesmo que se trate de um ato complexo, todos os atos subseqüentes
a ele serão também anulados, ainda que sejam independentes entre si e que a nulidade se refira a
apenas uma parte do ato.
C) O ato processual praticado em desconformidade com a norma que disciplina sua produção é
inválido, devendo o juiz, de ofício, decretar sua nulidade e determinar sua repetição, ainda que não
cause prejuízo à regularidade processual ou às partes.
D) Deve ser decretada a nulidade do processo em que se tenha constatado, afinal, a falta de outorga
uxória, ainda que se possa decidir o mérito a favor do cônjuge ausente, visto que todas as nulidades
processuais são insanáveis.

3ª Questão: Acerca da resposta do réu, assinale a opção CORRETA:

A) Caso o réu compareça em juízo para apontar a inexistência ou a invalidade da citação e esta não
seja acolhida, o juiz deve, no mesmo despacho, determinar nova citação do réu e a reabertura do
prazo para resposta, de modo que este deduza o restante da defesa.
B) Em obediência ao princípio da concentração das defesas, o réu deve alegar, na contestação, toda
a matéria de defesa, exceto aquelas que devem ser veiculadas através de exceção, ainda que uma
somente possa ser acolhida caso outra seja rejeitada.
C) No caso de a incompetência do juízo, absoluta ou relativa, não ser alegada como preliminar na
contestação, ocorrerá a chamada prorrogação de competência.
D) Ocorrendo a conexão de ações propostas em separado, o juiz pode, a pedido do réu como
preliminar da contestação e, não, de ofício, determinar a reunião das ações para que sejam decididas
na mesma sentença.

4ª Questão: A respeito da capacidade processual, assinale a opção CORRETA:

A) A sociedade sem personalidade jurídica será representada em juízo por qualquer dos sócios.
B) Atualmente, não existe hipótese em que um cônjuge precise de autorização do outro para propor
ação judicial.
C) Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
D) Se os interesses do incapaz colidirem com os do representante legal, será dispensável a
representação, a critério do juiz.

5ª Questão: Considere que Raimundo, citado para tomar conhecimento de ação ajuizada
contra si, tenha deixado de apresentar contestação, restando caracterizada a revelia. Em face
dessa situação hipotética, assinale a opção CORRETA:

A) Como a defesa é ato privativo do réu, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor,
ainda que, havendo pluralidade de réus e sendo litisconsórcio unitário, um deles conteste a ação.
B) Os prazos contra Raimundo correrão independentemente de intimação, salvo se ele tiver patrono
nos autos.
C) O autor da ação poderá alterar o pedido sem necessidade de citar Raimundo novamente.
D) Raimundo poderá intervir no processo apenas até o encerramento da fase de instrução.

6ª Questão: Assinale a opção CORRETA a respeito dos atos processuais:

A) O prazo estabelecido pelo juiz é interrompido nos feriados.

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B) O prazo para oferecimento da contestação, em comarca de fácil transporte, poderá ser prorrogado,
desde que autor e réu, de comum acordo, o requeiram, antes do vencimento do prazo.
C) Caso tenha sido realizada a citação do réu durante as férias forenses, o prazo para se contestar a
ação só começará a correr no primeiro dia útil seguinte às férias.
D) A citação somente pode ser realizada em dias úteis.

7ª Questão: Determinada ação foi ajuizada por um município contra uma empresa de
construção, estando o autor, no entanto, representado pelo secretário de obras, e não, pelo
prefeito ou procurador. A ação foi recebida, e a citação do réu, regularmente realizada. Em face
dessa situação hipotética, assinale a opção CORRETA:

A) Comprovada a regular nomeação do secretário de obras para o cargo que ocupa, o vício de
representação detectado constituirá mera irregularidade e, portanto, não acarretará qualquer
conseqüência para o processo.
B) O autor será excluído do processo caso não regularize a sua representação no prazo concedido
pelo juiz para tanto.
C) Caso o autor, após lhe ter sido conferida oportunidade para sanar o vício de representação
detectado, omita-se, deixando de tomar qualquer providência, serão anulados os atos do processo,
sendo este extinto, dada a ausência de pressuposto processual de validade.
D) Caberá à empresa ré, se assim o entender, apontar o defeito de representação do autor, visto que,
na situação descrita, o juiz não poderá atuar de ofício.

Jurisprudências do TJAP para discussão:

Tema: Incompetência Relativa

Número
1614/04
Processo:
Relator: Desembargador RAIMUNDO VALES
Origem: Laranjal do Jari
Secretária: Câmara Única
Votação: Unanime
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Número
6785
Acórdão:
Data do
11/05/2004
Julgamento:
Data de
21/05/2004
Registro:
Publicação: DOE 3290, página(s) 23 de 02/06/2004
Ementa
EMENTA CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA
RELATIVA IN RATIONE LOCI. EXIGÊNCIA DE OPOSIÇÃO POR VIA DE EXCEÇÃO. PRECLUSÃO.
PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA. SERVENTUÁRIA DA JUSTIÇA. SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO.
NECESSIDADE DE OPOSIÇÃO POR VIA DE EXCEÇÃO. PRECLUSÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA. VALOR.
AFERIÇÃO ADEQUADA DO BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. 1) Somente o próprio réu, mediante

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oposição de exceção na forma do artigo 112, do CPC, poderá insurgir-se contra o foro escolhido pelo autor; 2) A
falta de oposição de exceção de incompetência relativa no prazo de defesa (art. 114, do CPC), acarretou a
preclusão temporal e conseqüente prorrogação da competência do Juízo sentenciante; 3) Não há que se cogitar
em impedimento ou suspeição da auxiliar judiciária, irmã da RL do apelado, mormente se aquela apenas
executou tarefas inerentes ao seu cargo, não praticando qualquer ato processual que pudesse vir a interferir no
convencimento do juiz sentenciante, especialmente quanto ao mérito da demanda; 4) Conforme o regramento
do art. 138, § 1º, do CPC, a argüição de suspeição ou impedimento, deverá ser feita por meio de exceção, na
primeira oportunidade em que a parte tiver que falar nos autos, sob pena de preclusão; 5) É de se confirmar a
decisão que fixa alimentos com base nas necessidades da pessoa alimentada e possibilidades do alimentante.
Inteligência do art. 1.694, § 1º, do Novo Código Civil; 6) Apelo improvido.
Inteiro Teor
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.614/04
Origem: VARA ÚNICA DA COMARCA DE LARANJAL DO JARI
Apelante: JOSÉ FRANCISCO SANTOS
Advogado: JOSÉ MARIA TUMA HABER
Apelado: JOSÉ FRANCISCO SANTOS JÚNIOR
Advogado: DEFENSORIA PÚBLICA
Relator: Desembargador RAIMUNDO VALES

EMENTA

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA IN


RATIONE LOCI. EXIGÊNCIA DE OPOSIÇÃO POR VIA DE EXCEÇÃO. PRECLUSÃO. PRORROGAÇÃO DA
COMPETÊNCIA. SERVENTUÁRIA DA JUSTIÇA. SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO. NECESSIDADE DE
OPOSIÇÃO POR VIA DE EXCEÇÃO. PRECLUSÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA. VALOR. AFERIÇÃO ADEQUADA
DO BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE. 1) Somente o próprio réu, mediante oposição de exceção na
forma do artigo 112, do CPC, poderá insurgir-se contra o foro escolhido pelo autor; 2) A falta de oposição de
exceção de incompetência relativa no prazo de defesa (art. 114, do CPC), acarretou a preclusão temporal e
conseqüente prorrogação da competência do Juízo sentenciante; 3) Não há que se cogitar em impedimento ou
suspeição da auxiliar judiciária, irmã da RL do apelado, mormente se aquela apenas executou tarefas inerentes
ao seu cargo, não praticando qualquer ato processual que pudesse vir a interferir no convencimento do juiz
sentenciante, especialmente quanto ao mérito da demanda; 4) Conforme o regramento do art. 138, § 1º, do
CPC, a argüição de suspeição ou impedimento, deverá ser feita por meio de exceção, na primeira oportunidade
em que a parte tiver que falar nos autos, sob pena de preclusão; 5) É de se confirmar a decisão que fixa
alimentos com base nas necessidades da pessoa alimentada e possibilidades do alimentante. Inteligência do
art. 1.694, § 1º, do Novo Código Civil; 6) Apelo improvido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, a CÂMARA ÚNICA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO AMAPÁ, à unanimidade, conheceu do apelo. Também sem divergência foram rejeitadas as
preliminares de nulidade por incompetência do Juízo e por suspeição de um servidor. No mérito, pelo mesmo
quorum, negou-se provimento ao apelo. Tudo nos termos do voto proferido pelo Relator.

Participaram do julgamento os Excelentíssimos Senhores, Desembargadores MÁRIO GURTYEV (Presidente),


RAIMUNDO VALES (Relator), AGOSTINO SILVÉRIO (Revisor) e MELLO CASTRO (Vogal).

Macapá, 11 de maio de 2004.

Desembargador MÁRIO GURTYEV


Presidente

Desembargador RAIMUNDO VALES


Relator

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Profª. Linara Oeiras Assunção

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.614/04


Origem: VARA ÚNICA DA COMARCA DE LARANJAL DO JARI
Apelante: JOSÉ FRANCISCO SANTOS
Advogado: JOSÉ MARIA TUMA HABER
Apelado: JOSÉ FRANCISCO SANTOS JÚNIOR
Advogado: DEFENSORIA PÚBLICA
Relator: Desembargador RAIMUNDO VALES

R E LAT Ó R I O

JOSÉ FRANCISCO SANTOS, através de advogado habilitado, nos autos da Ação de Alimentos que JOSÉ
FRANCISCO SANTOS JÚNIOR, representado por sua genitora, MARIA DE LOURDES ROSAL, lhe move
perante o Juízo da Vara Única da Comarca de Laranjal do Jari, apelou da sentença que, julgando procedente o
pedido inicial, o condenou ao pagamento da pensão mensal de 02 (dois) salários mínimos, ex vi do art. 513 e
seguintes, do Código de Processo Civil.

Argüiu, em preliminar, incompetência ratione loci, em virtude do apelado residir na cidade de Monte Dourado
(PA), local onde deveria ter sido ajuizada a ação.

Ainda em preliminar, suscitou a suspeição e impedimento da auxiliar judiciária que digitou a carta precatória
citatória, com ensejo no art. 138, inciso II, do CPC, já que esta seria irmã da representante legal do apelado.

No mérito, aduziu que a verba alimentícia arbitrada pela instância singular no valor de 02 (dois) salários
mínimos é exorbitante e incompatível com a realidade do apelante, face à situação de penúria porque passa,
pois seu restaurante teria sido interditado pela Vigilância Sanitária.

Pediu, por isso, a cassação da sentença, para fins de se declarar a incompetência do Juízo da Vara Única da
Comarca de Laranjal do Jari, ou, alternativamente, ainda que de forma implícita, a reforma do decisum, para,
assim, excluir a condenação da pensão alimentícia ali fixada.

Em contra-razões (fls. 101/102), o apelado pugnou pela manutenção da sentença monocrática.

Oficiando nos autos à fls. 109/114, a Procuradoria de Justiça (Dra. Estela Maria Sá) opinou pelo conhecimento
do recurso, e, no mérito, pelo seu improvimento.

É o relatório.

VOTOS

ADMISSIBILIDADE

O Excelentíssimo Senhor Desembargador RAIMUNDO VALES (Relator) – Presentes todos os seus


pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador AGOSTINO SILVÉRIO (Revisor) – Conheço.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MELLO CASTRO (Vogal) – Conheço.

MÉRITO

O Excelentíssimo Senhor Desembargador RAIMUNDO VALES (Relator) – Cuida-se, conforme relatado, de


apelação interposta pelo réu, irresignado com a sentença que julgou parcialmente procedente o pedido de
alimentos, condenado-o ao pagamento da pensão mensal de 02 (dois) salários mínimos, conforme relatado.

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Não obstante as limitações formais do pleito recursal, ocupar-me-ei de todas as questões suscitadas nas
razões, que serão organizadas e examinadas em separado e destaque – direito processual e direito material –
segundo ordem lógico-jurídica, até pela prejudicialidade de umas em relação às outras.

Direito Processual

Incompetência Relativa do Juízo

Em sede de preliminar, suscitou o apelante a incompetência relativa in ratione loci, do Juízo da Vara Única da
Comarca de Laranjal do Jari. Residindo o apelado na cidade de Monte Dourado (PA), este seria o local onde a
ação deveria ter sido ajuizada.

Esta preliminar, todavia, não deve prosperar.

Em se tratando de competência territorial, portanto, relativa, não cabe ao juiz declará-la de oficio (Súmula 33, do
STJ). Somente o próprio réu, mediante oposição de exceção na forma do artigo 112, do CPC, poderá insurgir-se
contra o foro escolhido pelo autor.

Compulsando os autos, é fácil perceber que a alegada incompetência relativa do juízo a quo fora,
equivocadamente, apresentada como questão preliminar em sede de contestação (fls. 14/20).

Portanto, a falta de oposição de exceção de incompetência relativa, no prazo de defesa (art. 108, do CPC),
acarretou a preclusão temporal e conseqüente prorrogação da competência do Juízo da Vara Única da comarca
de Laranjal do Jari.

Por estas razões, rejeito a questão preliminar de incompetência relativa ratione loci.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador AGOSTINO SILVÉRIO (Revisor) – Acompanho.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MELLO CASTRO (Vogal) – Com o Relator.

Suspeição e Impedimento da Escrivã Judiciária

Ainda em sede de preliminar, argüiu o apelante, nulidade do processo, face ao impedimento e suspeição da
escrivã, auxiliar judiciária, que teria digitado a carta precatória citatória. Aquela seria irmã da representante legal
do apelado.

Também esta preliminar não merece acato.

É que o simples fato de se digitar uma carta precatória em nada influencia o deslinde da questão.

A auxiliar judiciária do juízo apenas executou tarefas inerentes ao seu cargo, não praticando qualquer ato
processual que pudesse vir a interferir no convencimento do juiz sentenciante, especialmente quanto ao mérito
da demanda.

De mais a mais, mostra-se inviável neste Grau, a argüição de impedimento ou suspeição da escrivã, ainda que
plausíveis, ante o fenômeno endoprocessual da preclusão, pois conforme o regramento do art. 138, § 1º, do
CPC, referido questionamento deveria ter sido feito por meio de exceção, na primeira oportunidade que lhe
coubesse falar nos autos.

Por estas razões, também rejeito esta questão preliminar, de suspeição e impedimento.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador AGOSTINO SILVÉRIO (Revisor) – Acompanho, Excelência.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MELLO CASTRO (Vogal) – Com o Relator.

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Direito Material

O Excelentíssimo Senhor Desembargador RAIMUNDO VALES (Relator) – Tangente ao merecimento


propriamente dito da causa, a irresignação do apelante cinge-se à fixação dos alimentos em 02 (dois) salários
mínimos, pois seria exorbitante e incompatível com sua realidade financeira.

Não entendo assim.

É que, em sede de alimentos, nosso ordenamento jurídico não possui uma metodologia legal para sua fixação,
ensejando ao juiz um certo poder discricionário, permitindo-lhe, desse modo, segundo seu convencimento,
decidir por equidade e de acordo com as circunstâncias do caso concreto.

Para este fim, deve ter como critério fundamental o binômio necessidade do alimentado e possibilidade do
alimentante, consoante determinação inserta no art. 1.694, § 1°, do Novo Código Civil (art. 400 do CC/1916),
fatores preponderantes na mensuração do quantum mais justo ao deslinde da questão.

A necessidade de quem pede não pode ultrapassar o limite daquele que tem obrigação de alimentar, pois este
também tem direito ao mínimo à sua sobrevivência.

In casu, não se pode olvidar que o autor-apelado, contando atualmente com 12 anos de idade, reclama um valor
que lhe supra as necessidades fundamentais, albergando em sua abrangência o quanto for indispensável ao
seu sustento, habitação, vestuário e, principalmente, saúde e educação.

Por outro lado, o apelante, não logrou provar que o quantum fixado na instância a quo lhe proporcionará uma
elevada diminuição em sua condição social, donde não se cogitar de sua reforma.

Isto é assim porque, de uma análise da documentação acostada aos autos, restou clara a sua condição de
empresário, especialmente na área da contabilidade, consultoria, informática, além de atuar no ramo de bares e
restaurantes (fls. 23/61).

Todavia, a ausência do apelante à audiência realizada no dia 29/01/2003, inviabilizou a aferição de sua atual
situação financeira, eis que os documentos acostados às fls. 23/42, que revelariam, em tese, a sua decadência
financeira, datam dos anos de 2001/2002.

Assim, é de se reconhecer que o juízo singular, nada mais fez do que obedecer às premissas que o julgador,
orientado – além de dispositivo legal – por pacífica doutrina e jurisprudência, deve-se ater, velando sempre pela
harmonia entre as necessidades do alimentando e os recursos do alimentante.

Essa, aliás, é a linha de entendimento adotada por nossa Egrégia Corte, conforme julgados que trago à colação:

“Na fixação do quantum referente à pensão alimentícia, o juiz possui amplo conhecimento sobre as
peculiaridades de cada caso in concreto. Assim, a verba alimentícia só deverá ser fixada de acordo com o
binômio necessidade do alimentado - possibilidade do alimentante.” (AC n.º 1.104/02 - CÂMARA ÚNICA - Rel.
Des. GILBERTO PINHEIRO - J. 21/05/2002 - DOE n.º 2967).

“Estando configurado o binômio necessidade-possibilidade, consoante a disposição do art. 400 do Código Civil,
surge para o alimentante a obrigação de pagar os alimentos, sobretudo, se não comprovar as despesas
pessoais que modificariam o quantum na obrigação alimentícia.” (AC n.º 1.179/02 - CÂMARA ÚNICA - Rel. Des.
LUIZ CARLOS - J. 05/11/2002 - DOE n.º 2926).

Vale, ainda, o esclarecimento que, uma vez alterada a situação econômica do apelante, este, através de via
própria, poderá pleitear a revisão dos alimentos, os quais mantenho pelos fundamentos lançados ao norte.

Pelo exposto, nego provimento ao recurso para confirmar a sentença em todos os seus termos.

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É como voto.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador AGOSTINO SILVÉRIO (Revisor) – Com o Relator.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MELLO CASTRO (Vogal) – Nego provimento, Senhor Presidente.

DECISÃO

“A Câmara Única do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, à unanimidade, conheceu do apelo.
Também sem divergência foram rejeitadas as preliminares de nulidade por incompetência do Juízo e por
suspeição de um servidor. No mérito, pelo mesmo quorum, negou-se provimento ao apelo. Tudo nos termos do
voto proferido pelo Relator”.

Tema: Litisconsórcio Necessário

Número
3512/08
Processo:
Relator: Desembargador EDINARDO SOUZA
Origem: Capital
Secretária: Câmara Única
Votação: Unanime
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Número
12881
Acórdão:
Data do
12/08/2008
Julgamento:
Data de
19/08/2008
Registro:
Publicação: DOE 4323, página(s) 22 de 25/08/2008
Ementa
EMENTA CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. SUSPENSÃO DE DESCONTOS EM FOLHA DE
PAGAMENTO. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. PRINCÍPIO DA DEMANDA.
1) Nos termos do que preleciona o princípio da demanda, cumpre à parte escolher contra quem pretende
demandar judicialmente, fixar o pedido e a causa de pedir, arcando, entretanto, com as conseqüências
processuais advindas do erro nessa escolha. 2) Forçar a parte a demandar em desfavor de quem não deseja,
ainda que se trate de litisconsórcio necessário, não se afeiçoa à ordem processual vigente. 3) Recurso não
provido
Inteiro Teor
APELAÇÃO CIVEL Nº 3512/2008
Origem: 5ª VARA CIVEL E FAZENDA PÚBLICA DE MACAPÁ
Apelante: SILVANDRO SOUZA DOS SANTOS
Advogado: TIAGO STAUDT WAGNER
Apelado: ESTADO DO AMAPÁ
Advogado: IDEUSANIRA DE VASCONCELOS SEPEDA
Relator: Desembargador EDINARDO SOUZA

EMENTA

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. SUSPENSÃO DE DESCONTOS EM FOLHA DE


PAGAMENTO. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. PRINCÍPIO DA DEMANDA.

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1) Nos termos do que preleciona o princípio da demanda, cumpre à parte escolher contra quem pretende
demandar judicialmente, fixar o pedido e a causa de pedir, arcando, entretanto, com as conseqüências
processuais advindas do erro nessa escolha. 2) Forçar a parte a demandar em desfavor de quem não deseja,
ainda que se trate de litisconsórcio necessário, não se afeiçoa à ordem processual vigente. 3) Recurso não
provido

ACÓRDÃO

Vistos e relatados os autos, a CÂMARA ÚNICA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO


AMAPÁ, à unanimidade, conheceu do recurso e, no mérito, negou-lhe provimento, nos termos do voto proferido
pelo Relator.

Participaram do julgamento os Excelentíssimos Senhores Desembargadores EDINARDO SOUZA (Relator),


DÔGLAS EVANGELISTA (Presidente em exercício e Revisor) e MÁRIO GURTYEV (Vogal).

Macapá (AP), 12 de agosto de 2008.

Desembargador DÔGLAS EVANGELISTA


Presidente em exercício

Desembargador EDINARDO SOUZA


Relator

APELAÇÃO CIVEL N. 3512/2008


Origem: 5ª VARA CIVEL E FAZENDA PÚBLICA DE MACAPÁ
Apelante: SILVANDRO SOUZA DOS SANTOS
Advogado: TIAGO STAUDT WAGNER
Apelado: ESTADO DO AMAPÁ
Advogado: IDEUSANIRA DE VASCONCELOS SEPEDA
Relator: Desembargador EDINARDO SOUZA

RELATÓRIO

SILVANDRO SOUZA DOS SANTOS interpôs apelação cível contra a sentença proferida pelo MM. Juiz de
Direito da 5º Vara Cível da Fazenda Pública da Comarca de Macapá, que, nos autos da ação ordinária ajuizada
contra ESTADO DO AMAPÁ julgou extinto o processo, sem exame do mérito, nos termos do art. 267, inciso IV,
do Código de Processo Civil.

Consta da petição inicial, que o autor possui várias consignações em sua folha de pagamento, advindas de
empréstimos contraídos perante diversas instituições financeiras, sob a modalidade de empréstimo consignado,
e que pretende a exclusão de algumas dessas consignações de modo adequar os descontos aos patamares
previstos em lei.

Nas razões recursais, o apelante alegou que o feito não deveria ser extinto porque desnecessária a inclusão
das instituições financeiras no pólo passivo da lide, conforme determinado pelo magistrado de primeiro grau,
tendo em vista que a pretensão alvo da demanda não visa questionar a existência ou não dos débitos
consignados, nem o seu montante, “mas, tão somente, o desrespeito à margem consignada estabelecida por lei
para as consignações em folha de pagamento do servidor público estadual”, e que “a procedência dos pedidos
constantes na inicial em nada afetará a existência dos débitos consignados, vez que nenhum pedido nesse
sentido foi formulado na inicial”. (f. 76).

Fundamentou o pedido invocando os princípios da razoabilidade e da dignidade da pessoa humana, e pugnou


pelo provimento do apelo para reformar a sentença fustigada e determinar a interrupção dos descontos
advindos das consignações facultativas realizadas em sua folha de pagamento, para adequá-los aos limites de
30% (trinta por cento) nos termos previstos na legislação.

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Nas contra-razões, ao apelado afirmou que a sentença deve ser mantida, porque imprescindível a participação
das instituições financeiras em litisconsórcio passivo necessário, sob pena de nulidade do processo, vez que “o
Apelante pugna pela supressão dos descontos de parcelas de consignação em folha de pagamento, que atinge
diretamente direitos dos consignatários com os quais o Apelante se obrigou mediante contrato de consignação”
(f. 86). Pugnou pelo não provimento do recurso.

Não há interesse público a justificar a remessa dos autos à Procuradoria de justiça.

É o relatório.

VOTOS

ADMISSIBILIDADE

O Excelentíssimo Senhor Desembargador EDINARDO SOUZA (Relator) — Presentes os pressupostos de


admissibilidade, conheço do recurso.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador DÔGLAS EVANGELISTA (Revisor) — Também conheço.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MÁRIO GURTYEV (Vogal) — Também.

MÉRITO

O Excelentíssimo Senhor Desembargador EDINARDO SOUZA (Relator) — A pretensão deduzida na exordial


consubstancia-se na suspensão dos descontos feitos no contracheque do apelante que ultrapassem o patamar
legal de 30% (trinta por cento), relativos a empréstimos livremente contraídos pelo mesmo com diversas
instituições bancárias.

Em assim sendo, indubitavelmente, eventual pronunciamento judicial que atinja diretamente às instituições
financeiras contratadas pelo autor e constantes dos contracheques cujos descontos se pretende interromper,
sem que as mesmas, em sua totalidade, tenham sido chamadas regularmente para integrar à lide, seria nulo de
pleno direito.
Trata-se, portanto, a teor do disposto no art. 47, do CPC, de litisconsórcio passivo necessário, haja vista não só
a necessidade de decisão uniforme para todas as partes envolvidas, mas também e, sobretudo, para não se
impor a terceiros, alheios à lide, os efeitos da sentença, proceder totalmente vedado em nosso ordenamento
jurídico.

Entretanto, insiste o apelante, até mesmo nas suas razões recursais, ser desnecessária a citação das
multicitadas instituições bancárias com as quais contraiu os empréstimos consignados em seu contracheque, ao
argumento de que não está discutindo a validade dos aludidos contratos mas, tão-somente, que o desconto em
sua folha de pagamento não pode ultrapassar o percentual de 30% (trinta por cento) de seus vencimentos,
descontados os compulsórios legais.

Pois muito bem.

Conquanto seja o magistrado o presidente do processo, a quem cabe conduzir e organizar devidamente o seu
trâmite e, ainda, tratando-se de litisconsórcio passivo necessário, em princípio, poder-se-ia pensar que o Juízo a
quo, independentemente da anuência do autor, deveria determinar a citação dos bancos mencionados nos
autos.

A obrigatoriedade da formação do litisconsórcio decorre da lei ou da relação jurídica existente. Como dito, cabe
ao juiz verificar a sua ocorrência, determinando que o autor promova a citação do pretenso réu. Saliente-se,

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contudo, que ninguém é obrigado a litigar contra quem não deseja. Assim, se o autor se posicionar contrário à
formação litisconsorcial, não há como constrangê-lo a tanto.

Isso porque, tendo em vista o princípio da demanda, cumpre à parte escolher contra quem pretende demandar
judicialmente, fixar o pedido e a causa de pedir. Arcará, entretanto, com as conseqüências processuais advindas
do erro nessa escolha.

Com efeito, enfatizo novamente, forçá-lo a demandar em desfavor de quem não deseja o que, claramente, seria
o caso dos autos, não se afeiçoa à ordem processual vigente.

A propósito do tema, assinala Nelson Nery Júnior, em nota ao artigo 47, do estatuto Processual Civil, no Código
de Processo Civil Comentado e Legislação Processual Civil extravagante em vigor, 5ª Edição, Editora Revista
dos Tribunais, pág. 447:

“...Citação determinada pelo juiz. Ninguém é obrigado a litigar contra quem não deseje. Como em nosso sistema
processual não mais existe a intervenção forçada no processo, determinada por obra do juiz (iussu iudicis),
como permitia o CPC/39 91, não pode o juiz agir de ofício a mandar citar o litisconsorte necessário. Deve
determinar ao autor que assim proceda. Pelo princípio da demanda, deve haver sempre manifestação
inequívoca do autor no sentido de querer a citação do litisconsorte necessário (Dinamarco, Litis., n.58.3, p. 224).
Caso este não providencie a citação do litisconsorte necessário, a lei lhe impõe a sanção de extinção do
processo sem julgamento de mérito, argumento suficiente para que se extraia a conclusão de que ao juiz não é
dado, ex officio, determinar a citação de litisconsorte necessário...
Pertinente, ainda, é a lição do eminente professor Ovídio A. Baptista da Silva:

“...Devemos, portanto, conceituar o litisconsórcio necessário como aquele obrigatoriamente formado, seja
porque alguma disposição de lei assim o imponha, seja porque a relação de direito material torne impossível o
tratamento da situação litigiosa sem a presença de todos os interessados no processo, formando o
litisconsórcio, caso em que ele se torna ‘indispensável’. (SILVA, Ovídio A. Baptista da. Curso de Processo Civil,
volume 1: processo de conhecimento. 7ª Ed. Rio de janeiro: Forense, 2005, p. 247)

Não bastasse, apenas para registrar, malgrado a pretensão veiculada na inicial não se encontre cumulada com
postulação revisional, pretendendo o demandante apenas a liberação do desconto em folha superior a 30%
(trinta por cento) de seus vencimentos, as instituições financeiras por ele contratadas são, evidentemente, as
principais interessadas, uma vez que o montante descontado no contracheque daquele pelo Estado é
repassado à financeira responsável pelo empréstimo.

Destarte, sem dúvidas, a prolação de eventual ordem judicial no sentido de determinar o cancelamento ou a
limitação dos descontos em folha de pagamento do autor surtiria efeitos diretos às instituições bancárias
concedentes, motivo pelo qual não se pode fazê-lo sem que as mesmas figurem no pólo passivo da lide.

Todavia, não é demais repetir, essa não é a vontade do demandante que, de par com o expresso nas razões
recursais, entende ser prescindível tal formação litisconsorcial. Deve, porém, arcar com as conseqüências
dessa renitência, exteriorizadas, no presente caso, na extinção sem resolução de mérito do processo, a teor do
disposto no art. 267, IV, do CPC.

Pelo exposto, sem maiores digressões, nego provimento ao recurso, mantendo a sentença em todos os seus
termos.

É como voto.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador DÔGLAS EVANGELISTA (Revisor) — Acompanho o Relator.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MÁRIO GURTYEV (Vogal) — Acompanho.

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DECISÃO

A CÂMARA ÚNICA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ, à unanimidade, conheceu


do recurso e, no mérito, negou-lhe provimento, nos termos do voto proferido pelo Relator.

Tema: Petição Inicial

Número
2880/06
Processo:
Relator: Desembargador DÔGLAS EVANGELISTA
Origem: Capital
Secretária: Câmara Única
Votação: Unanime
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Número
10669
Acórdão:
Data do
27/02/2007
Julgamento:
Data de
12/03/2007
Registro:
Publicação: DOE 3973, página(s) 21 de 27/03/2007
Ementa
EMENTA PROCESSO CIVIL - AÇÃO DE EXECUÇÃO - PLANILHA DE CÁLCULO - EMENDA À INICIAL -
FACULDADE - SILÊNCIO DA PARTE - INDEFERIMENTO DA INICIAL - EFETIVIDADE E CELERIDADE
PROCESSUAL - PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. 1) Se determinada a emenda à inicial, por duas vezes, e a
parte manteve-se silente, correto é o indeferimento da inicial. 2) O direito de defesa é inerente, uma vez que
efetivamente encontra-se disposta em norma cogente a obrigatoriedade de o credor instruir a petição inicial com
o demonstrativo do débito atualizado. 3) O Juiz não é um mero expectador na sistemática processual, pelo
contrário, deve conduzir o feito sempre tendo em mente a defesa dos princípios constitucionais. 4) Apelo a que
se nega provimento.
Inteiro Teor

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2.880/06

Origem: 3ª VARA CÍVEL E DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE MACAPÁ


Apelante: BANCO DA AMAZÔNIA S/A
Advogada: GISELE COUTINHO BESERRA
Apelada: TATIANA PELAES SUARES
Relator: DESEMBARGADOR DÔGLAS EVANGELISTA
Câmara Única

EMENTA

PROCESSO CIVIL - AÇÃO DE EXECUÇÃO - PLANILHA DE CÁLCULO - EMENDA À INICIAL - FACULDADE -


SILÊNCIO DA PARTE - INDEFERIMENTO DA INICIAL - EFETIVIDADE E CELERIDADE PROCESSUAL -
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. 1) Se determinada a emenda à inicial, por duas vezes, e a parte manteve-se
silente, correto é o indeferimento da inicial. 2) O direito de defesa é inerente, uma vez que efetivamente
encontra-se disposta em norma cogente a obrigatoriedade de o credor instruir a petição inicial com o
demonstrativo do débito atualizado. 3) O Juiz não é um mero expectador na sistemática processual, pelo
contrário, deve conduzir o feito sempre tendo em mente a defesa dos princípios constitucionais. 4) Apelo a que
se nega provimento.

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Disciplina: Direito Processual Civil I
Profª. Linara Oeiras Assunção

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, a CÂMARA ÚNICA do EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DO AMAPÁ, à unanimidade, conheceu do recurso e, no mérito, por maioria, lhe negou provimento,
nos termos dos votos proferidos, vencido o Desembargador Mello Castro.

Participaram do julgamento os Excelentíssimos Senhores Desembargadores DÔGLAS EVANGELISTA


(Presidente e Relator), MELLO CASTRO (Revisor) e MÁRIO GURTYEV (Vogal).

Macapá, 27 de fevereiro de 2.007.

Desembargador DÔGLAS EVANGELISTA Presidente e Relator


APELAÇÃO CÍVEL Nº 2.880/06

Origem: 3ª VARA CÍVEL E DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE MACAPÁ


Apelante: BANCO DA AMAZÔNIA S/A
Advogada: GISELE COUTINHO BESERRA
Apelada: TATIANA PELAES SUARES
Relator: DESEMBARGADOR DÔGLAS EVANGELISTA
Câmara Única

RELATÓRIO

BANCO DA AMAZÔNIA S/A apelou da r. sentença de fl. 35, do MM. Juiz de Direto da 3ª Vara Cível e Fazenda
Pública da Comarca de Macapá, Dr. Antônio Ernesto Amoras Collares, que, nos autos da Ação de Execução
(processo nº 8.689/2005), ajuizada contra Tatiana Pelaes Suares, indeferiu a petição inicial e declarou extinto o
processo sem julgamento do mérito, a teor do art. 267, I c/c art. 284, parágrafo único, do Código de Processo
Civil.
Em razões de fls. 49/53, o apelante aduziu que ingressou com Ação Monitória em desfavor da apelada, para
recuperar crédito nos termos pactuados na Cédula de Crédito Rural Pignoratícia, instruindo a inicial com
planilha atualizada até 15/04/2005.

Asseverou que o Juízo, ao facultar a emenda à inicial, determinou fosse retificada a planilha de cálculo, por
constar valores relativos ao período anterior ao vencimento do crédito. Ato contínuo, ao emendar a inicial,
pedindo a transformação do feito para ação executiva, requereu ao MM. Juiz que a determinação fosse tornada
sem efeito, posto que eventual extirpação de valores poderia sê-la em sede de embargos à execução, pelo
devedor.
Continuando, disse que o r. despacho ao acatar a emenda à inicial reconheceu ser o título extrajudicial líquido,
certo e exigível. Portanto, a r. sentença extinguiu o feito equivocadamente, bem como não apontou os
fundamentos legais para indeferir a petição inicial, violando o art. 458, II do CPC.
Sustentou que, admitida a emenda, não lhe foi cominada a pena de indeferimento da inicial, em caso de não
cumprimento da determinação, portanto, sem fundamento de fato e de direito. Disse, ainda, que a matéria
decidida de ofício pelo Juiz, ou seja, extirpação de juros e cláusula contratual, é de direito privado e não de
ordem pública.

Pediu, por fim, o conhecimento e provimento da apelação.


Em juízo de retratação, o douto Magistrado indeferiu o pedido de reforma e mandou subir os autos.

Sem contra-razões por não haver se firmado a relação triangular.


É o relatório.

VOTOS

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Disciplina: Direito Processual Civil I
Profª. Linara Oeiras Assunção

ADMISSIBILIDADE

O Excelentíssimo Senhor Desembargador DÔGLAS EVANGELISTA (Presidente e Relator) - Eminentes Pares.


Senhor Procurador de Justiça. Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do apelo.
O Excelentíssimo Senhor Desembargador MELLO CASTRO (Revisor) - Conheço.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MÁRIO GURTYEV (Vogal) - Conheço.

MÉRITO

O Excelentíssimo Senhor Desembargador DÔGLAS EVANGELISTA (Presidente e Relator) - A questão posta


nos autos comporta dois entendimentos. Um deles, por óbvio, por conter norma cogente suplantará o
entendimento que poderia prevalecer.

O primeiro, diz respeito ao princípio da economia processual onde, no mais das vezes, a garantia da tutela
jurisdicional, por excesso de formalismo, assume função exagerada frente à composição da lide, que deveria
ser a essência do processo moderno, cujo escopo seria buscar senão a celeridade do processo, mas sua
efetividade.

O segundo, no qual busco o fundamento para negar provimento ao apelo, diz respeito ao direito de defesa.

Asseverou o apelante que o Juízo, ao lhe facultar a emenda à inicial, determinou fosse retificada a planilha de
cálculo de fls. 16/26, por constar valores relativos ao período anterior ao vencimento do crédito, bem como
deveria aplicar multa contratual de 02% (dois por cento).

Ora, utilizando-se dessa faculdade, o apelante não emendou a inicial como deveria, mas, peticionou requerendo
a transformação da ação de Monitória para Execução por quantia certa. Por certo, o digno Magistrado admitiu a
emenda, transformando o feito em ação executiva, porém com a ressalva de que fosse cumprida a
determinação anterior, conforme se vê à fl. 29 dos autos.

É certo que o apelante requereu ao MM. Juiz que a determinação fosse tornada sem efeito, posto que eventual
extirpação de valores poderia ser argüida em sede de embargos à execução, pelo devedor. Contudo, esse não
foi o entendimento do Juízo, daí que oportunizou mais uma vez a correção da planilha de cálculo.

Recalcitrante, portanto, foi o recorrente, que preferiu utilizar-se do recurso de apelação quando poderia ter
cumprido o despacho quando facultado.
Quero ressaltar que a extinção do feito não foi equivocada, como crê o recorrente, tampouco se pode alegar
que não lhe foi cominada pena de indeferimento caso não cumprisse por inteiro o despacho de fl. 28, posto que
facultou a emenda da inicial, sob pena de indeferimento e o outro despacho, de fl. 29, fez a devida ressalva.

Nem mesmo pode alegar que o r. despacho que acatou a emenda reconheceu ser o título extrajudicial líquido,
certo e exigível, mesmo porque essa possibilidade não o isentaria de apresentar os cálculos.

De outro modo, equivoca-se o apelante ao afirmar que a matéria decidida de ofício pelo MM. Juiz, ou seja, a
extirpação dos juros e multa, considerados indevidos, é de direito privado e não de ordem pública. Com esse
entendimento, quer fazer crer que apenas o executado, se houvesse interesse em embargar, poderia argüir
excesso de execução. Não é assim.
O exemplo da hipótese, onde a planilha de cálculo do exeqüente fosse exorbitante e o executado, por questão
de prazo, por exemplo, não embargasse? A conseqüência seria desastrosa.

A nova sistemática processual exige lealdade das partes e cabe ao Juiz fiscalizá-la, porque o Poder Judiciário
não é uma casa de jogos de azar.
No caso, há explicação para que o apelante seja recalcitrante no cumprimento do despacho que determinou a
correção da planilha? Entendo que não, pois poderia tê-lo feito, e assim respeitados os princípios da economia
e efetividade processuais.

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Desta maneira, determinada a emenda da inicial, por duas vezes, a parte manteve-se silente. Em conseqüência,
correto foi o indeferimento da inicial.
Assim, o aspecto a que me referi acima, o do direito de defesa, passa a se sobrepor, uma vez que efetivamente
encontra-se disposta em norma cogente a obrigatoriedade de o credor instruir a petição inicial com o
demonstrativo do débito atualizado.

É o que diz o inciso II do art. 614 do Código de Processo Civil, verbis:

"Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial:

II - com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação, quando se tratar de execução
por quantia certa."

Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery , em relação à planilha de cálculo, asseveram:

"Planilha de cálculo. Foi instituído pelo inciso II novo regime na execução por quantia certa. O credor deverá
apresentar planilha demonstrativa do valor do débito, com todos os cálculos e critérios utilizados na elaboração
do cálculo, para que possa ser objeto de análise pelo devedor. A nova modificação se encontra em consonância
com a extinção, pela L 8898/94, da liquidação por cálculo do contador (CPC 604). A planilha pode vir no corpo
da petição inicial ou como documento que a acompanhe".

Por outro lado, nos precisos termos do art. 616 do CPC, ao juiz é conferido o poder de indeferir a inicial que não
está acompanhada dos documentos indispensáveis, ou incompleta, abrindo prazo ao credor para que a corrija.

De fato, o despacho de fl. 28 facultou ao apelante a emenda da inicial, sob pena de indeferimento. A pretexto de
emendá-la, o apelante requereu a conversão da ação monitória em executiva, sem a emenda necessária, fato
admitido pelo MM. Juiz, mas com a ressalva de ser cumprido o despacho anterior.
Devidamente publicado o despacho de fl. 29, cabia ao apelante cumpri-lo. Não o fazendo, coube-lhe o
indeferimento de sua petição inicial, a teor da r. sentença de fl. 35.

Assim, não assiste razão ao apelante quando sustenta que não houve cominação de indeferimento, em caso de
manter-se silente, pois o despacho de fl. 29 foi complementado pelos termos do que já se havia determinado no
outro despacho de fl. 28.

Quanto à assertiva de que a matéria decidida de ofício pelo Juiz, ou seja, a extirpação de juros e cláusula
contratual, é de direito privado e não de ordem pública, não se sustenta.

O MM. Juiz ao facultar a emenda à inicial, para que o apelante corrigisse a planilha de cálculo, certamente o fez
como medida que possibilitasse ao executado todos os meios de contestar os valores da execução, a fim de
atender ao princípio constitucional da ampla defesa.

O Juiz não é um mero expectador na sistemática processual, pelo contrário, deve conduzir o feito sempre tendo
em mente a defesa dos princípios constitucionais inerentes às partes, de modo que possa ainda se imprimir
celeridade e principalmente efetividade ao processo.

O objetivo da lei é permitir ao executado pagar parcela que considera incontroversa, mas também que possa
discutir em situação mais cômoda, eventual excesso ou abuso advindo do exeqüente.

Neste sentido é o entendimento da jurisprudência pátria: "O art. 586 do CPC estabelece que toda execução
exige título líquido, certo e exigível. A liquidez consiste em plus que se acrescenta à certeza da obrigação. Por
ela demonstra-se que não somente se sabe que se deve, mas também quanto se deve ou o que se deve"
(Apelação 100.709-0, Relator: JUIZ NEY PAOLINELLI, 4ª Câmara. do TA - MG, j. 12.12.90).
Por outro lado, embora ventile o recorrente que a matéria poderia ser argüida em sede de embargos, data vênia
das razões do nobre apelo, vejo apenas recalcitrância em se cumprir a determinação judicial e mais um recurso,

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ainda nesta fase, que poderia ter sido evitado e assim ajudar a desafogar o judiciário.

Pelo exposto, nego provimento ao recurso.

É como voto.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MELLO CASTRO (Revisor) - Analisadas as razões recursais,


entendo que assiste razão ao Banco apelante eis que, inobstante as parcas razões da sentença de f. 35, as
peculiaridades reinantes na hipótese sub examine demonstram que a decisão que optou pelo indeferimento da
petição inicial mostrou-se impertinente. Senão Vejamos.

Em se tratando de Ação de execução - eis que o M.M. Juiz admitiu o pedido de conversão da Ação Monitória em
Ação de Execução - os requisitos da petição inicial, além daqueles genéricos do art. 282 do Código de Processo
Civil, estão descritos no art. 614 do mesmo diploma legal, determinando que o autor instrua especificamente a
petição inicial com:
I - com o título executivo extrajudicial; II - com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da
ação, quando se tratar de execução por quantia certa, e, III - com a prova de que se verificou a condição, ou
ocorreu o termo (art. 572).

Não se ignora, por outro lado, as disposições do art. 616 do Código de Processo Civil no sentido de que:

"Verificando o juiz que a petição inicial está incompleta, ou não se acha acompanhada dos documentos
indispensáveis à propositura da execução, determinará que o credor a corrija, no prazo de 10 (dez) dias, sob
pena de ser indeferida."

Na hipótese sub examine, vislumbra-se que a Petição Inicial, além de preencher todos os requisitos do art. 282,
também, se amolda aos ditames da regra contida no art. 614, ambos do Código de Processo Civil, não havendo
razão para o seu indeferimento.

Com efeito, a análise de suposto equivoco na planilha de cálculo apresentada pelo autor ou, ainda, na aplicação
da multa pactuada entre as partes é questão que extrapola os limites da análise formal da petição inicial para o
seu deferimento alcançando mesmo o mérito da lide proposta, eis que, como bem ressaltou a parte apelante,
são questões que poderão ser sanadas em sede de embargos a execução propostos pela parte contrária, caso
vislumbrasse prejuízo ou excesso na execução.

É certo que tais matérias, não fogem a apreciação de oficio do magistrado, contudo, entendo que são motivos
para, quando muito, respaldar uma decisão de improcedência ao tempo da apreciação do mérito da causa, mas
não para justificar o indeferimento, de plano, da petição inicial, fulminado em seu nascedouro, a pretensão
deduzida pelo autor em juízo.

Assim, mostrando-se os documentos constantes nos autos, f. 08/26, suficientes para respaldar a Petição Inicial
eis que demonstra, com detalhes, o crédito que se pretende executar, tenho por impertinente a decisão de
indeferimento da petição inicial, o que faço em homenagem aos princípios da celeridade e da economia
processual que, em detrimento de formalismos exacerbados e sem razão jurídica, se mostram indispensáveis a
efetividade da prestação jurisdicional.

Com esses, dou provimento ao recurso para, cassando a decisão de primeiro grau, determinar o processamento
da ação de execução, julgando o pedido como lhe parecer de direito.

O Excelentíssimo Senhor Desembargador MÁRIO GURTYEV (Vogal) - Acompanho o eminente Relator.

DECISÃO

"A Câmara Única do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, à unanimidade, conheceu do recurso e,
no mérito, por maioria, lhe negou provimento, nos termos dos votos proferidos, vencido o Desembargador Mello

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Castro".

BOM ESTUDO!

Mecanismos de Avaliação:

Caderno de Exercícios: cada questão da n.1 a n. 65 vale 1,0 pt, totalizando 65,0 pts. A entrega das
respostas ocorrerá gradativamente conforme o combinado em sala de aula.
Debate em sala sobre as jurisprudências em anexo: vale 5,0 pts.
Prova Final: vale 30,0 pts.

Total: 65 + 5 + 30 = 100 pts.

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