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Acesso ao ensino superior -

universitário ou politécnico
O sistema dual português no ensino superior,
dividido entre politécnico e universitário, gera muitas
dúvidas aos estudantes.
O ensino universitário, tradicionalmente ligado ao saber pensar e
atualmente, muito por influência anglo-saxónica, ligado à investigação
científica, é frequentado por 66% dos cerca dos atuais 356 mil
estudantes do ensino superior. O ensino politécnico, tradicionalmente
ligado ao saber-fazer e à aplicabilidade do conhecimento, é
frequentado pelos restantes 34%. Nos últimos dez anos, esta
proporção não teve variabilidade significativa.

Agora que se aproxima mais uma fase de candidaturas ao ensino


superior, tenho assistido enquanto professor, e também enquanto
diretor de uma instituição de ensino superior, às dúvidas dos
candidatos, quando confrontados com a decisão da escolha do tipo de
ensino superior a frequentar. Os estudantes têm muitas dúvidas sobre
as suas opções, uma vez que ambos os sistemas conferem graus
idênticos de licenciatura e de mestrado, estando (ainda) os
doutoramentos reservados às universidades. Para aumentar a confusão
dos candidatos, a oferta do tipo de cursos é muitas vezes idêntica. Por
exemplo, nas áreas das ciências económicas e empresariais, enquanto
Economia é um curso exclusivo das universidades, já Gestão existe no
ensino politécnico e universitário, na generalidade das vezes com
planos curriculares praticamente idênticos entre universidades e
politécnicos e conteúdos programáticos iguais. Por muito que os
defensores desta dualidade procurem justificar, a verdade é que não
existem pedagogias diferentes em ambos os sistemas de ensino.

A ideia inicial quando o ensino superior politécnico passar a atribuir o


grau de licenciado (em substituição anterior dos bacharelatos) tinha
por objetivo que os cursos ministrados fossem ao encontro das
necessidades das regiões onde estavam implementados, que fixassem
as populações jovens e que fossem cursos de vocação saber-fazer.
Nada disto acabou por acontecer.
Os cursos oferecidos na maior parte dos casos muito pouco têm que
ver com as necessidades das regiões, em especial no interior do país, e
a população jovem continua a optar por vir estudar para os grandes
centros no litoral. Quanto ao saber-fazer e saber pensar, não vejo
como dissociá-los.

Aconteceu posteriormente a equiparação das carreiras docentes do


universitário e do politécnico e a diferença real do ensino veio a
revelar-se praticamente nula. Aliás, existem universidades com oferta
de muita vocação politécnica (até pela natureza dos cursos) e muitos
politécnicos com oferta de clara vocação universitária. O mercado de
trabalho também não distingue a origem universitária ou politécnica
dos graus.

Toda esta realidade torna as dúvidas dos estudantes candidatos


perfeitamente legítimas e são causadas pelo próprio sistema
francamente mal desenhado. A A3ES deveria ter um papel
efetivamente regulador neste sentido, o que nunca aconteceu.

Director do ISG - Business& Economics School

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