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02/08/2017

Prova 11/10/2017
Professora: Dr.ª Juliana Justo

AULA 13
13.1 (quarta-feira)

ANÁLISE CRÍTICA DO RECURSO DE AGRAVO

PANORAMA GERAL:
1) Valorização dos precedentes dos Tribunais Superiores (não é
novidade)

NCPC parte do princípio de que há uma valorização dos precedentes. Essa


valorização já existia no CPC/73. No atual código chegamos ao momento de
efetiva vinculação dos precedentes.

2) Vinculação jurisprudencial e limitação recursal

Atualmente, a vinculação dos precedentes é ampliada para súmulas do STJ e


STF.

3) Restrição à jurisprudência defensiva (correção de vícios recursais) e


restrição à interposição de recursos

A vinculação jurisprudencial está muito ligada aos recursos.

A partir do momento em que a gente valoriza isso, a tendência é tentar reduzir


os recursos.

Quanto maior a uniformidade jurisprudencial. Eu irei diminuir recursos e irei


melhorar a qualidade. Irei acabar com a jurisprudência defensiva.
Se você propor o recurso antes do prazo, o NCPC admite.
4) Análise crítica do recurso de agravo de instrumento e do agravo
interno

1) Valorização da jurisprudência

Uma das maiores preocupações antes do CPC: Jurisprudência lotérica,


recorribilidade desenfreada e números alarmantes de processos será que
permanecerá?

Tínhamos números alarmantes de processos, jurisprudência divergente,


divergência entre ministros.

INSEGURANÇA E INCERTEZA NO PROCESSO CIVIL:

A resistência dos juízes em observar a jurisprudência, a divergência dos


julgados. Novos ministros e desembargadores que alteram entendimentos
consolidados implicam uma insistência na recorribilidade pelos
advogados sobre teses já consagradas.

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A mudança de entendimento consolidada faz com que os advogados insistem
em recorribilidade.

Dispersão e insegurança jurisprudencial = recursos interpostos com teses


vencidas, para beneficiar-se da loteria judiciária, em que a tutela
jurisdicional decorre da sorte na distribuição. Jurisprudência bandnews,
em 20 minutos, tudo pode mudar!

IGUALDADE SEGURANÇA

PILARES DA
VALORIZAÇÃO
JURISPRUDENCIA

RESPEITABILIDADE ECONOMIA

Os pilares do NCPC estão na igualdade, respeitabilidade segurança e


economia.

Se as pessoas forem tratadas com isonomia, irá gerar uma segurança, pois
você sabe exatamente como esperar o tratamento do seu cliente, já partindo
do pressuposto de que o precedente será aplicado. Você tem igualdade e
segurança que gera a respeitabilidade pelo sistema, o que gera a economia
processual, que é freada a interposição de recursos por teses vencidas.

“Sou declarado defensor de grande liberdade interpretativa do juiz, mas


essa liberdade não pode ser absoluta a ponto de julgar segundo seus
sentimentos pessoais e não como canal de comunicação entre os valores
da sociedade e o caso em que atua. O que está à base desse pensamento é
a regra da impessoalidade no exercício da jurisdição. Por outro lado,
interpretações conflitantes geram incertezas e inseguranças. Que os
juízes inovem, sim. Mas, é preciso que os próprios juízes, apreciando o
que vem sendo decidido, parem para refletir e nesse momento de reflexão
afastem interpretações que possam ser pessoais. [...] Daí a legitimidade
dos meios pelos quais se busca a uniformização dos modos de decidir.
(DINAMARCO, 2010, p. 238)

A inovação tem que ser institucionalizada e não pessoalizada.

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Art.926 CPC:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la
estável, íntegra e coerente.
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento
interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua
jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

- estável: dever de respeito vertical e horizontal (autorespeito)


Horizontal: o Ministro tem que seguir sua própria jurisprudência.
Vertical: o próprio Tribunal deve responder seu próprio precedente.

- íntegra ou consistente: construída levando-se em consideração o


histórico de decisões (romance em cadeia)
A jurisprudência tem que ser um romance em cadeia. Dworkin falava que
Direito é como uma grande literatura, não basta que o juiz respeite seu
próprio precedente, ele tem que construí-lo de uma forma fundamentada,
consistente, pois do contrário ele irá refutar-se a todo momento.

Cada capítulo deve se conectar com o anterior por questão de coesão e


coerência (com profundidade e consistência).

- coerente: aplicação isonômica


Tratar pessoas e situações iguais com a mesma igualdade e situações e
pessoais desiguais com a mesma desigualdade. Isso vale para juiz,
Desembargador e Ministros.

Quais são os precedentes vinculantes? Isso tem uma grande polêmica. O


professor Daniel defende a ideia que tudo vincula, até mesmo o que não está
previsto na CR/88.

Precedente vinculante está previsto no art.927 CPC:

Art.927 CPC

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos; (NOVIDADE NO CPC)
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional; (NOVIDADE NO CPC)
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados. (NOVIDADE NO CPC)
[...]

(crítica da constitucionalidade)- Professor Nery:

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Qual a diferença entre a súmula do STF que não é vinculante e a súmula
vinculante?

Se para criar uma súmula vinculante precisa de uma emenda constitucional,


por que para vincular todo o resto eu faço por...

A Súmula vinculante cabe reclamação e essa do art.297, IV não cabe


Reclamação.

Essa crítica do Nery não se aplica, porque não é legislação. O que se entendia
na época da emenda é que criar uma súmula vinculante interferiria na
separação de poderes. E para interferir na separação de poderes seria
necessário uma emenda constitucional.
(crítica que não aparenta ser procedente)

Juliana entendeu que não é criação de lei, mas uniformização de


entendimento de interpretação judicial. Ou seja, dar uma interpretação
uniformizada e não algo novo, o que de fato precisa da emenda constitucional.

Juliana entende que a crítica não se aplica porque não é legislação. Para criar
uma súmula vinculante interferiria na separação de poderes estaria
equiparando judiciário ao legislativo. E para interferir nessa dinâmica de
poderes seria necessária uma emenda constitucional.

Esse pensamento está superado, pois não queremos criar leis. Estamos
falando de uniformização de interpretação jurisprudencial.

- Art.927 §3º e §4º do CPC:


§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou
de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade
de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.

Para alterar o precedente vinculante é preciso fazer modulação temporal para


preservar a segurança jurídica.

Ex: se você não recorreu porque você confiava num precedente e depois esse
precedente é modificado, você vai tirar a estabilidade do sistema. A ideia da
modulação temporal é a mesma coisa que você tem no controle de
constitucionalidade, ou seja, é preservar aquela situação que se consolidou a
luz do precedente antigo e se adaptar ao novo precedente.

Ex: a decisão foi publicada à luz do CPC/73, mas ele interpôs o agravo interno
e no curso do processo surgiu o NCPC.
Obs: está interpondo agravo interno para prequestionamento, aí não irá pagar
a multa caso seja julgado unanimamente improcedente.

COMO A ESTABILIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA IMPACTA OS


RECURSOS?

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 Ampliar confiabilidade e respeitabilidade das decisões:

Acaba simplificando e reduzindo a recorribilidade.

 Simplificar a recorribilidade e reduzir a recorribilidade imediata,


reduzindo fenômeno da pirâmide invertida

 Desaparecimento do agravo retido

No NCPC desaparece o agravo retido. Você recebia uma decisão. E aí você


tinha que oralmente fazer o agravo retido para dizer “na apelação vou reiterar
esse agravo para poder rever os pontos controvertidos”. Quando chegava a
apelação se fazia uma preliminar suscitando o agravo retido.

O questionamento era: para que fazer o agravo retido? Bastava chegar na


apelação e dizer que aquela decisão estava equivocada.

Precisamos saber o que é agravo de instrumento e o que é decisão não


recorrível por agravo. Se a gente confundir e fizer agravo quando não era
cabível agravo, esquece a preliminar de apelação. Depois não posso usar o
certo- princípio da unirrecorribilidade de agravo.

Precisamos de saber o que cabe agravo de instrumento e o que não é recorrível


de imediato.

 Rol taxativo do agravo de instrumento


 Unificação dos prazos dos agravos (instrumento, interno, agravo em
RE e em RESP)

15 dias para tudo.

 Impugnação especificada da decisão recorrida

Ex: o juiz dá uma decisão monocrática. Antes você fazia um recurso de agravo
interno, o que era exatamente igual à apelação. O desembargador copiava a
decisão monocrática.

NCPC diz que no agravo interno você tem que impugnar especificamente os
pontos da decisão monocrática.

Se o advogado fez a impugnação específica e trouxe argumento por argumento,


o desembargador não pode apenas reproduzir os fundamentos da decisão
agravada, mas sim enfrentar cada argumento da decisão agravada.

STJ (entendimento desse mês): sempre que o juiz trouxer um fundamento


novo, ele precisa primeiro apresentar esses fundamentos para as partes, para
que elas possam se manifestar sobre eles, e depois ele julga, já considerando
os argumentos. O que ele não pode fazer é a parte alegar erro, o réu alegar
dolo e o juiz julgar como coação. Isso ele não poderia fazer no NCPC.

Ocorre que o Ministro disse o contrário. Asseverou que a interpretação que


tem que ser dada no art.9º e no art.10º é que o juiz poderá mudar todos os
argumentos sem conceder vista para as partes.

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Então quando ele vai abrir contraditório para as partes?

Ex: aleguei vício de consentimento. Qual o fundamento jurídico? Anulação do


contrato por vicio de consentimento. Aleguei que era erro. O juiz disse que iria
anular o contrato, que foi realizado por vicio de consentimento, mas apesar do
vício, ele constatou que era coação e não erro, conforme alegado.
O NCPC diz que qualquer fundamento deveria ser cientificado ao advogado.

 Ausência de efeito suspensivo automático

 Objetivo de reduzir recursos, mas ampliar a discussão de teses


jurídicas, evitando a jurisprudência defensiva

Vícios não corrigidos: intempestividade e fundamentação de impugnação


especificada.

Os vícios sanáveis são os vícios formais: esquecer a procuração, esquecer os


documentos, esquecer-se de assinar a peça. Esquecer-se de impugnar decisão
agravada, repetir apelação já era.

Prazo de 5 dias: admite-se correção de vícios formais.

Bastante simplificado foi o sistema recursal. Essa simplificação, todavia,


em momento algum significou restrição ao direito de defesa”

“Desapareceu o agravo retido, tendo, correlatamente, alterando-se o


regime das preclusões. Todas as decisões anteriores à sentença podem
ser impugnadas na apelação. [...] O agravo de instrumento ficou mantido
para as hipóteses de concessão, ou não, de tutela de urgência; para as
interlocutórias de mérito, para as interlocutórias proferidas na execução
(e no cumprimento de sentença) e para todos os demais casos a respeito
dos quais houver previsão legal expressa”.

“Significativas foram as alterações, no que tange aos recursos para o STJ


e para o STF. O Novo Código contém regra expressa, que leva ao
aproveitamento do processo, de forma plena, devendo ser decididas todas
as razões que podem levar ao provimento ou ao improvimento do
recurso.”

ALTERAÇÕES GERAIS (APLICÁVEIS AO AGRAVO E OUTROS RECURSOS)

 PREVENÇÃO DO RELATOR (SERVE PARA AGRAVO QUANTO PARA


APELAÇÃO): PRIMEIRO RECURSO PROTOCOLADO NO TRIBUNAL
FIRMA A PREVENÇÃO DO RELATOR PARA O MESMO PROCESSO
OU CONEXOS. TAMBÉM GERA PREVENÇÃO DO RELATOR
ANALISAR PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO DE RECURSO QUE
AINDA NÃO TENHA CHEGADO AO TRIBUNAL

 ART. 930 DO CPC – IMPORTANTE NA HIPÓTESE DE UM AGRAVO


SER PROTOCOLADO PRIMEIRO, MAS AINDA NÃO DISTRIBUÍDO.
UM SEGUNDO AGRAVO É PROTOCOLADO EM SEQUÊNCIA, MAS
DISTRIBUÍDO PRIMEIRO. NESSE CASO, A PREVENÇÃO

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Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do
tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento
o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo
ou em processo conexo.

Se a parte alega prevenção do desembargador, o que ele alega para acolher ou


afastar a referida prevenção? Eles vão citar o art.164 do Regimento Interno, o
qual prescreve o seguinte:

Art. 164 - A distribuição se fará por sorteio ou por dependência - se for o


caso, pelo Sistema Gerência de Processos Segunda Instância, na forma
estabelecida pela Resolução nº 15/92.
§ 1º - A distribuição de mandado de segurança, de habeas corpus e de
recurso cível ou criminal previne a competência da Câmara e do Relator, para
o processamento e julgamento de todos os recursos posteriores relativos ao
mesmo processo ou a processos funcionalmente ligados a ele, como os
cautelares, inclusive para habeas corpus e mandado de segurança.
§ 2º - Não será feita distribuição ao Desembargador nos noventa (90) dias que
antecederem à data prevista de sua aposentadoria compulsória ou voluntária,
esta desde que previamente comunicada por escrito.

O artigo diz que a primeira distribuição gera a prevenção, sendo que primeiro
gera a prevenção da Câmara e depois do desembargador. Então, se o
desembargador foi removido daquela Câmara, o processo fica na Câmara e é
distribuído para quem assumiu a vaga dele (regra antiga prevista no
Regimento Interno do TJ).

NCPC mudou essa ideia: para a prevenção do relator, será o primeiro recurso
protocolado no Tribunal.

É comum ter dois agravos em processo conexos: um é protocolado primeiro


que o outro. Quando eles saem do protocolo, eles não saem em ordem de
protocolo e vão para a distribuição. Logo, é possível que o segundo recurso
protocolado possa ser distribuído primeiro. O NCPC, exatamente para
uniformizar isso, afirma que é o primeiro desembargador do protocolo que vai
receber a prevenção.

Também gera prevenção analisar o pedido de efeito suspensivo do recurso que


ainda não tenha chegado no Tribunal.

No agravo de instrumento o relator poderá desprover o agravo se houver


SÚMULA, RECURSOS REPETITIVOS, IRDR OU IAC e também poderá dar
provimento monocraticamente, mas precisa abrir contraditório para o
agravado.

Se irá prover o agravo monocraticamente, primeiro deverá abrir o contraditório


(entendimento do NCPC).

Também deverá ter a impugnação específica.

 PODERES DO RELATOR: JULGAMENTO UNIPESSOAL DE MÉRITO SE


HOUVER SÚMULA, RECURSOS REPETITIVOS, IRDR OU IAC E NÃO

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CONHECIMENTO DO RECURSO INADMISSÍVEL E SEM IMPUGNAÇAO
ESPECIFICA – ART.932.

Art. 932. Incumbe ao relator:


I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção
de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das
partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de
competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao
recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando
este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do
tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício
ou complementada a documentação exigível.

 IMPORTANTE DESTACAR QUE É POSSÍVEL O JULGAMENTO


MONOCRÁTICO PARA DESPROVER E TAMBÉM PARA PROVER O
RECURSO, MAS, DESDE QUE, NESSE ÚLTIMO CASO SEJA
OPORTUNIZADO O CONTRADITÓRIO.

 SUSTENTAÇÃO ORAL (OMISSÃO INADMISSÍVEL NA DECISÃO DE


MÉRITO)

Temos sustentação oral no agravo? Sim. Na tutela provisória e na tutela de


evidência.

Possibilidade de julgamento parcial antecipado da lide:

Ex: tenho dois pedidos formulados- minha fazenda foi invadida e eu quero a
reintegração de posse e, além disso, quero indenização pela lavoura que foi
queimada. Quando o réu contesta, ele não contesta a reintegração, não
contesta a posse. Ele apenas alegou que não foi o causador do prejuízo da

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lavoura, portanto não deveria ser condenado. Quando ele faz essa contestação,
ele deixa a reintegração como sendo matéria incontroversa.

O NCPC autoriza, na hipótese de um dos pedidos restarem incontroversos, que


o juiz julgue antecipadamente o pedido e o processo continua tramitando
exclusivamente quanto ao pedido controvertido.

Isso tinha uma polêmica no CPC/73, pois eles chamavam de sentença parcial.
Para recorrer da sentença parcial tinha que usar apelação por instrumento.
Isso não passou no NCPC.

Essa sentença parcial é uma decisão interlocutória e para essa decisão não
cabe apelação, mas sim agravo de instrumento. Então se você tem 3 pedidos,
1 e incontroverso e 2 são controvertidos, quanto a esse primeiro julgado
antecipadamente, você fará agravo de instrumento quanto à ele, e quanto aos
demais apelação depois da instrução.

NCPC deveria ter tratado agravo igual tratava apelação. A decisão que for dada
agora ou que for dada depois tem a mesma natureza, ou seja, julga o mérito.

Se eu trato os recursos dessa decisão de maneira diferente, passa a ser


desvantajoso ao advogado o julgamento parcial, pois agravo de instrumento é
muito restrito.

Quando o NCPC resolveu chamar de decisão interlocutória recorrível por


agravo, eles tinham que pensar quais as semelhanças e diferenças entre
agravo e apelação.

Ex: só tenho sustentação oral no agravo de tutela provisória. Em


contrapartida, eu não tenho sustentação oral no agravo no julgamento do
pedido.

Se você tem uma apelação julgando a reintegração de posse, você pode fazer a
sustentação oral. Se você tem um agravo de instrumento julgando a
reintegração de posse, você não poderá ter a sustentação oral.

Eu tenho uma apelação cível, se eu recorro para agravo de instrumento ele


está no rol taxativo do art.1015. E as demais decisões interlocutórias que não
são recorríveis por agravo? Farei apelação cível. Vou abrir uma preliminar
impugnando uma decisão interlocutória não impugnável por agravo de
instrumento, por exemplo: multa por litigância de má-fé, incompetência,
negócio jurídico processual nulo, cláusula de eleição de foro, fixação de pontos
controvertidos, indeferimento de provas, etc...

Se eu tenho uma decisão interlocutória, eu posso fazer sustentação oral dela?


Sim, pois apelação.

Seu eu tenho agravo de instrumento e o pedido inteiro foi recorrido, eu posso


ter sustentação oral? não.

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo


relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao
recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério
Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a

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fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da
parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII - (VETADO);
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões
interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da
evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do
tribunal.

INADMISSÍVEL OMISSÃO DO CPC: Quando o CPC consagra as decisões


interlocutórias de mérito, recorríveis por Agravo de Instrumento, como
não se admitir a sustentação oral, em semelhança à Apelação Cível? Se
um dos pedidos cumulados é julgado antecipadamente, ele é recorrível
por Agravo e não há previsão de sustentação oral. Se esse mesmo pedido
é julgado, ao final, na sentença, ele é recorrível por Apelação, então há
sustentação oral. Dois pronunciamentos de mesma natureza, com
tratamentos diversos (MEDINA, ASSUNÇÃO, MARINONI, WAMBIER,
SCARPINELLA admitem interpretação extensiva para suprir essa
omissão).

 SE UMA MATÉRIA COGNOSCÍVEL DE OFÍCIO FOR ALEGADA


APENAS EM SUSTENTAÇÃO ORAL É PRECISO ATENTAR PARA O
ART.9º DO CPC

Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.

NESSE CASO, O RELATOR NÃO DEVE PROCEDER AO JULGAMENTO.


ISSO PORQUE A SUSTENTAÇÃO ORAL NORMALMENTE NÃO É REDUZIDA
A TERMO. NESSE CASO, DEVE PEDIR QUE A PARTE APRESENTE POR
ESCRITO A ALEGAÇÃO E SEJA ABERTO O CONTRADITÓRIO À PARTE
CONTRÁRIA, SOB PENA DE VIOLAÇÃO AO CONTRADITÓRIO. A MERA
INTIMAÇÃO DA PAUTA DO JULGAMENTO NÃO É CONSIDERADA
CONTRADITÓRIO EFETIVO.

O art.9 está sendo seguido no TJ/ES. Quando ele ia fazer sustentação oral e
suscitasse uma questão de ofício que não constava no recurso, o
desembargador via o voto e analisava que ele não tinha apreciado. Ninguém
está fazendo isso, pois se eles fizerem irá dar nulidade para o julgamento. Se o
advogado só alega questão de ofício na sustentação, isso não foi reduzido a
termo, não foi dado contraditório prévio do art.9 e art.10. Logo, ele não pode
julgar, ele irá para taquigrafia reduzir a termo ou ele vai pedir para o advogado
apresentar isso por escrito, abrir vista à parte contrária e depois colocar o

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processo novamente em julgamento. Para julgar inadmissível não precisa levar
para o colegiado.

 TEORIA DA CAUSA MADURA – POSSIBILIDADE DE NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO, POR EXEMPLO, DAR PROVIMENTO AO AGRAVO
PARA EXTINGUIR A DEMANDA PELA FALTA DE UMA CONDIÇÃO
DA AÇÃO, AINDA QUE ISSO NÃO TENHA SIDO PEDIDO NO
RECURSO. ISSO DECORRE DO EFEITO TRANSLATIVO DO
RECURSO. HÁ DECISÇOES NO TJ/ES QUE NÃO ADMITEM ISSO,
TODAVIA, TEMA CONTROVERTIDO.

Aplica-se na apelação cível.

Ex: recorre de uma tutela de urgência e não percebe que falta uma condição
da ação na ação e não no recurso (afastar a internação no hospital que foi
concedida), depois percebe que está faltando uma condição da ação no 1º grau
de jurisdição. Poderá fazer uma petição simples apontando ao desembargador
(não ao juiz) e falar que falta uma condição da ação em 1º grau e pedir para
excluir a demanda no agravo de instrumento? O desembargador pode julgar
improcedente a demanda?

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA –


[...]- TEORIA DA CAUSA MADURA - APLICABILIDADE AO RECURSO DE
AGRAVO DE INSTRUMENTO [...]

2) Contudo, urge salientar que é aplicável ao recurso de Agravo de


Instrumento a Teoria da Causa Madura, prevista no art. 1.013, § 3º,
inciso I, do NCPC, e em conformidade com a jurisprudência do STJ e os
princípios constitucionais da economia processual e da razoável duração
do processo (art. 5º, LXXVIII, CF), circunstância em que se faz mister o
julgamento do mérito recursal. 8) Prestigiando os princípios da economia
e da celeridade processual, tendo em vista o julgamento do mérito deste
agravo de instrumento, julga-se prejudicado o Agravo Interno interposto
contra a decisão que, ao apreciar a tutela recursal indeferiu a atribuição
de efeito ativo. 9) Recurso de agravo de instrumento parcialmente
provido. Agravo Interno prejudicado. (TJES, Classe: Agravo de
Instrumento, 24169005063, Relator : TELEMACO ANTUNES DE ABREU
FILHO, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento:
06/12/2016, Data de Publicação no Diário: 24/02/2017)

Quem discorda da teoria da causa madura, defende que haveria supressão de


instância, pois se a matéria não foi devolvida no recurso de agravo, cabe ao
juiz extinguir o processo, logo, deveria ser peticionado para o juiz do processo
e não para o desembargador do agravo.

Quem admite a teoria da causa madura, diz que é possível isso no agravo de
instrumento, por conta do efeito translativo do recurso, ou seja, as decisões
cognoscíveis de ofício.. se o juiz conhece essa questão cognoscível de ofício em
grau recursal isso é plenamente admissível.

IRRECORRIBILIDADE EM SEPARADO E IMEDIATA DAS DECISÕES


INTERLOCUTÓRIAS FOI SIGNIFICATIVAMENTE AMPLIADO, POIS
EXTINTO O AGRAVO RETIDO E PREVISTO O CABIMENTO DO AGRAVO

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DE INSTRUMENTO EM ROL TAXATIVO DE HIPÓTESES (ART. 1.009, §1º
DO CPC).

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu
respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente
interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

Acabou a recorribilidade imediata em decisões interlocutórias.

Decisão interlocutória- agravo NÃO EXISTE MAIS!!!!


Sentença – apelação

Agravo só hipótese do art.1015 do CPC e não para todas as decisões


interlocutórias. E apelação? É o recurso cabível para sentença e de decisões
interlocutórias não agraváveis.

As decisões não agraváveis tem preclusão elástica- não precluem até o prazo
da apelação e até o prazo das contrarrazões.

Se houver uma impugnação dessa decisão interlocutória na apelação, o juiz


vai intimar a parte contrária para ela contrarrazoar tanto a apelação quanto a
decisão interlocutória que consta na preliminar de apelação. A contrarrazão
ganha autonomia, pois por vezes pode não apelar, mas em preliminar de
contrarrazão impugnar uma decisão interlocutória que você não concorde.

Ex: ganhou na sentença, mas no curso do processo sofreu uma astreints. Você
não tem interesse em apelar, pois foi vitorioso. A parte contrária vai apelar e
você vai contrarrazoar a apelação. Mas em preliminar de contrarrazões, você
vai impugnar a decisão interlocutória que te imputou uma multa por litigância
de má-fé.

Então tenho apelação contra decisão interlocutória e uma contrarrazão de


caráter recursal.

Você pode apelar como vencedor? A sentença é totalmente favorável. Você


pode apelar? SIM, pois apelação não serve só para refutar sentença, mas sim
decisão interlocutória, decisão agravável.

Você faz a preliminar. Você pode deixar de apelar, mas em contrarrazões


recorrer de uma interlocutória desfavorável? Sim. Você pode fazer uma
contrarrazão só para impugnar uma decisão desfavorável.

AS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PRONUNCIDAS NA FASE DE


CONHECIMENTO, MAS NÃO IMPUGNÁVEIS PELO AGRAVO DE
INSTRUMENTO (ROL TAXATIVO DO 1015) DEVEM SER SUSCITADAS EM
PRELIMINAR DE APELAÇÃO OU EM CONTRARRAZÕES. ELAS NÃO
PRECLUEM ATÉ A APELAÇÃO OU AS CONTRARRAZÕES.

SE HOUVER IMPUGNAÇÃO DE UMA INTERLOCUTÓRIA EM PRELIMINAR


DE APELAÇÃO, O RECORRIDO É INTIMADO PARA CONTRARRAZOAR A
IMPUGNAÇÃO DA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, E DA SENTENÇA CASO

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SEJA A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA IMPUGNADA APENAS EM
CONTRARRAZÕES, O APELANTE É INTIMADO PARA APRESENTAR A
INÉDITA CONTRARRAZÕES DAS CONTRARRAZÕES.

VOCÊ PODE APELAR SENDO VENCEDOR NO PEDIDO PRINCIPAL, MAS


EM FACE DE UMA INTERLOCUTÓRIA DESFAVORÁVEL NO CURSO DO
PROCESSO???? SIM.

VOCÊ PODE DEIXAR DE APELAR, MAS EM CONTRARRAZÕES


IMPUGNANDO O APELO DA PARTE ADVERSA, RECORRER DE UMA
INTERLOCUTÓRIA DESFAVORÁVEL????? SIM.

APELAÇÃO PODE SER MANEJADA PARA IMPUGNAR INTERLOCUTÓRIA


APENAS.

E, AINDA, É POSSÍVEL CONTRARRAZÕES AUTÔNOMA, DE NATUREZA


HÍBRIDA: É CONTRARRAZÕES, MAS TAMBÉM POSSUI NATUREZA
RECURSAL. EVENTUAL INADMISSÃO DA APELAÇÃO, NÃO OBSTA O
CONHECIMENTO DAS CONTRARRAZÕES QUE IMPUGNA DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA (Ex. multa ou sanção processual aplicada no curso do
processo, que posteriormente consagrou-se vencedora no mérito).

(Art.1008, §1º) É admissível impugnar, na apelação, exclusivamente a


decisão interlocutória não agravável. (Grupo: Recursos (menos os
repetitivos).

(art.995; art.1009, §1º, art.1012) O efeito suspensivo ope legis do recurso


de apelação não obsta a eficácia das decisões interlocutórias nele
impugnadas. (Grupo: Recursos (menos os repetitivo) e reclamação) (Ex:
sanção processual)

Ex: sofreu uma multa no curso do processo. A multa é uma decisão


interlocutória. Depois recebeu uma sentença desfavorável. Dessa sentença irá
apelar. Qual a regra do recebimento do recurso de apelação? A regra é o efeito
suspensivo. Essa apelação com efeito suspensivo também suspende a multa?
Não. O efeito suspensivo é exclusivo da sentença. As decisões interlocutórias
anteriores que recorreu por apelação simples, continuam eficazes. Se você
quiser suspender o efeito dessas, você terá que pedir uma tutela antecipada
recursal na apelação.

(art.932, IV, V e VIII) Viola o disposto no art.932 a previsão em regimento


interno de tribunal que estabeleça a possibilidade de julgamento
monocrático de recurso ou ação de competência originária com base em
“jurisprudência dominante” ou “entendimento dominante”. (Grupo
Ordem do processo nos tribunais e regimentos internos).

A APELAÇÃO TORNA-SE O RECURSO CABÍVEL TAMBÉM PARA


INTERLOCUTÓRIAS NÃO INCLUÍDAS NO ROL DO 1.015 E NÃO APENAS
PARA SENTENÇA.

Se você vai agravar por instrumento, deverá ter certeza que o agravo está em
uma das hipóteses do art.1.015, pois, a preclusão irá ocorrer em 15 dias. Caso
isso não ocorra, irá precluir. Não poderá sustentar em preliminar de apelação
(que só valem para aquelas decisões excluídas do art.1.015 do CPC).

13
Os Tribunais não têm aceitado a fungibilidade entre agravo de instrumento e
apelação.

ADVERTE-SE ENTÃO QUE:

FIQUE MUITO ATENTO AO ROL DO 1.015, QUE VAMOS ABORDAR MAIS A


FRENTE, POIS SE ERA CABÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO E VOCÊ
NÃO RECORREU NESSA MODALIDADE, PRECLUIU! NÃO ADIANTA
SUSCITAR EM PRELIMINAR DE APELAÇÃO OU CONTRARRAZÕES DE
APELAÇÃO, POIS ESSA MODALIDADE SOMENTE SE APLICA ÀS
HIPÓTESES DE DECISÕES INTERLOCUTÓRIOS NÃO RECORRÍVEIS POR
INSTRUMENTO.

 NA TÉCNICA DO ART. 942, ESPÉCIE DE INFRINGENTES


AUTOMÁTICOS, FICA UMA DISTINÇÃO ENTRE APELAÇÃO E AGRAVO DE
INSTRUMENTO QUE NÃO MAIS SE SUSTENTA. PARA REVER O
JULGAMENTO DA APELAÇÃO, BASTA UMA VOTAÇÃO NÃO UNÂNIME
(2X1). PARA REVER O JULGAMENTO DE UM AGRAVO EM FACE DE UMA
DECISÃO DE MÉRITO, É PRECISO UMA VOTAÇÃO NÃO UNÂNIME (2X1),
BEM COMO REFORMA DA DECISÃO

 A APELAÇÃO TEM EM REGRA EFEITO SUSPENSIVO, O AGRAVO


NÃO.

 EM PRELIMINAR DE APELAÇÃO OU EM CONTRARRAZÕES DE


APELAÇÃO, O INTERESSADO PODE IMPUGNAR DECISÃO NÃO
AGRAVÁVEL. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO, NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL
DE IMPUGNAÇÃO PRELIMINAR PARA DECISÕES ANTERIORES NÃO
AGRAVÁVEIS. ESSE É UM GRAVE PROBLEMA NO TOCANTE AO
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO. ISSO PORQUE SE O
PEDIDO FOR JULGADO AO FINAL, VOCÊ PODERÁ APELAR, IMPUGNANDO
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO AGRAVÁVEIS. SE HOUVER O
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL, VOCÊ DEVERÁ AGRAVAR E COMO
SERÁ A IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES NÃO AGRAVÁVEIS ANTERIORES?

JÁ HÁ DOUTRINA PELA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. VEJA O QUE DIZ


O FPPC:

(arts. 1.015, II; 1.009, §§ 1º e 2º; 354, parágrafo único; 356, §5º ; 485;
487). Na hipótese de decisão parcial com fundamento no art. 485 ou no
art. 487, as questões exclusivamente a ela relacionadas e resolvidas
anteriormente, quando não recorríveis de imediato, devem ser
impugnadas em preliminar do agravo de instrumento ou nas
contrarrazões. (Grupo: Recursos (menos os repetitivos) e reclamação)

 UNIFICAÇÃO DOS PRAZOS EM 15 DIAS ÚTEIS


 RESSALVA DO AGRAVO CONTRA A SUSPENSÃO DA LIMINAR,
CONTRA A DECISÃO DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL, QUE
PERMANECE EM 5 DIAS.
 RESSALVA DO AGRAVO REGIMENTAL EM MATÉRIA CRIMINAL,
QUE PERMANECE EM 5 DIAS.

14
CABIMENTO

Em face de decisões interlocutórias na fase de conhecimento sobre:


I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido
de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e inventário.

A REDUÇÃO DA RECORRIBILIDADE, OBJETIVO PRETENDIDO COM A


LIMITAÇÃO, SOMENTE SERÁ ALCANÇADA SE A ALEGAÇÃO FOR
REJEITADA. DO CONTRÁRIO, SAÍREMOS DO CENÁRIO DA PIRÂMIDE
INVERTIDA PARA O CENÁRIO DA BOMBA RELÓGIO.

Ex. prova pericial foi indeferida, parte não pode agravar de imediato,
aguarda a sentença, apela e, na apelação, alega preliminarmente a
nulidade da sentença. Acolhida a alegação em Apelação, isso implicará a
anulação da sentença e prejuízo à economia processual.

 DÚVIDA E INSEGURANÇA: A CRIAÇÃO DE UM ROL EXAURIENTE


DE CABIMENTO TRAZ DÚVIDAS. AFINAL, AS DECISÕES QUE
FICARÃO DE FORA DA RECORRIBILIDADE IMEDIATA, ASSIM
FICARAM POR VONTADE MANIFESTA DO LEGISLADOR? OU POR
MERO ESQUECIMENTO OU LACUNA LEGISLATIVA? SE POR
LACUNA, ABRE-SE CAMINHO PARA O USO DO MANDADO DE
SEGURANÇA NOVAMENTE, INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA ETC.

 E, SE O CENÁRIO ACIMA SE CONFIRMAR, DE NADA ADIANTA


LIMITAR O AGRAVO DE INSTRUMENTO E ADMITIR O MANDADO
DE SEGURANÇA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL.

 ESSE PROBLEMA É BEM PRESENTE NA DECISÃO QUE


RECONHECE A INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. ELA NÃO É
RECORRÍVEL DE IMEDIATO, MAS TAMBÉM NÃO É FACTÍVEL
AGUARDAR A APELAÇÃO, POIS O PROCESSO JÁ TERÁ
TRANSCORRIDO INTEGRALMENTE JUNTO AO JUÍZO
INCOMPETENTE E, MAIS, OS ATOS PROFERIDOS PELO JUÍZO
INCOMPETENTE PODEM SER APROVEITADOS PELO JUIZ
COMPETENTE, TORNANDO IRRELEVANTE A ALEGAÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA APENAS NAQUELE MOMENTO.

15
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como
questão preliminar de contestação.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja
proferida, se for o caso, pelo juízo competente.

No NCPC tudo pode ser confirmado, basta que o juiz competente ratifique os
atos do juiz incompetente.

 TJES NÃO TEM ADMITIDO O AGRAVO DE INSTRUMENTO. Veja:


“.Sabendo que a norma processual em vigor no momento da publicação
da sentença em cartório é a que irá disciplinar as regras de cabimento
dos recursos, tal como já se posicionou a Corte Especial do c. STJ, no
julgamento do EDcl no AgRg no MS 21.883⁄DF, deve ser utilizado o Novo
Código de Processo Civil na situação dos autos. E, dada a taxatividade do
rol do art. 1.015 do NCPC, quanto às hipóteses de cabimento do agravo
de instrumento, por não estar contemplada a possibilidade do seu manejo
para combater a decisão que julga o incidente de incompetência, não
deve ser conhecido o presente recurso. Precedentes. II. Recurso não
conhecido.(TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 24179002845, Quarta
Câmara, Data da Publicação no Diário: 28/07/2017)

 ALÉM DA COMPETÊNCIA, OUTRAS DECISÕES RELEVANTES NÃO


CONTAM COM RECORRIBILIDADE IMEDIATA, COMO DECISÃO DE
EMENDA DA INICIAL; DECISÕES SOBRE PROVA, SALVO NA
EXIBIÇÃO DE COISA E DOCUMENTO; DECISÃO QUE INDEFERE
NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL; DECISÃO DE QUEBRA DE
SIGILO BANCÁRIO OU FISCAL.

 IMAGINEM QUE DETERMINADAS QUESTÕES POLÊMICAS DO NOVO


CPC COMO NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS, FIXAÇÃO DE
PONTOS CONTROVERTIDOS SÓ APARECERÃO NOS TRIBUNAIS
SUPERIORES DAQUI A VÁRIOS ANOS, POIS NÃO SÃO
RECORRÍVEIS DE IMEDIATO.

 RESTRINGE-SE O AGRAVO, MAS É POSSÍVEL A POPULARIZAÇÃO


DO MANDADO DE SEGURANÇA, A DEPENDER DO
COMPORTAMENTO DAS CORTES DE JUSTIÇA.

STJ não está admitindo o MS.

• SE ADMITIDO O WRIT PARA IMPUGNAR DECISÃO


INTERLOCUTÓRIA NÃO AGRAVÁVEL, RESTARÁ DESVIRTUADO A
RELEVANTE FUNÇÃO DESSE WRIT CONSTITUCIONAL. SE NÃO
ADMITIDO, SERÁ UMA OPÇÃO PROBLEMÁTICA, POIS HÁ
SITUAÇÕES EM QUE A RECORRIBILIDADE IMEDIATA É
NECESSÁRIA PARA CONFERIR EFETIVIDADE AO PROCESSO.

EVENTUAL REAÇÃO DOS TRIBUNAIS EM NÃO ADMITIR O MANDADO DE


SEGURANÇA PODE IMPLICAR INEFETIVIDADE DO PROCESSO,
MORMENTE NA HIPÓTESE DA DECISÃO DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO.
É PRECISO DESTACAR QUE: STJ NÃO TEM ADMITIDO MANDADO DE
SEGURANÇA PARA IMPUGNAR DECISÃO NÃO AGRAVÁVEL, NESSE
SENTIDO: “é impossível o manuseio do mandado de segurança, quando o

16
ato impugnado for passível de recurso próprio, conforme dispõe o artigo
5º, II, da Lei 12.016/2009. Nos termos do v. acórdão recorrido, "[...] a
decisão interlocutória proferida pelo juízo de primeiro grau é passível de
impugnação em sede de apelação, ou seja, de recurso com efeito
suspensivo. Logo, a impetrante dispõe de caminhos processuais próprios
para combater a decisão, incumbindo-lhe, portanto, valer-se deles para
exercitar sua pretensão." (fl. 178, e-STJ).

 SE, AO INVÉS DE ADMITIR O MANDADO DO SEGURANÇA, O


TRIBUNAL ENTENDER PELA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA POR
ANALOGIA, TAMBÉM SERÁ PROBLEMÁTICO, POR IMPORTAR EM
INSEGURANÇA JURÍDICA.

 ISSO PORQUE SE AMPLIADA A RECORRIBILIDADE PELO AGRAVO


DE INSTRUMENTO JURISPRUDENCIALMENTE, SEM
PREVISIBILIDADE ALGUMA, ISSO IMPLICARIA A PRECLUSÃO
IMEDIATA DA QUESTÃO CONTROVERTIDA.

 DESTACA-SE QUE A PRECLUSÃO ESTÁ VINCULADA À


RECORRIBILIDADE. APENAS AS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
NÃO AGRAVÁVEIS NÃO PRECLUEM ATÉ A APELAÇÃO OU AS
CONTRARRAZÕES DE APELO. SE ELAS SÃO AGRAVÁVEIS, ELAS
PRECLUEM SE NÃO INTERPOSTO O AGRAVO NO PRAZO DE 15
DIAS ÚTEIS. (ART. 1009, §1º DO CPC)

 SE O ADVOGADO CONFIA NA LITERALIDADE DO CPC, ELE NÃO


IRÁ AGRAVAR DA DECISÃO QUE ACOLHE A INCOMPETÊNCIA DO
JUÍZO, SUSCITANDO A QUESTÃO APENAS NA APELAÇÃO. AGORA,
SE POR OCASIÃO DA JULGAMENTO DA APELAÇÃO, O
DESEMBARGADOR ENTENDER QUE, POR ANALOGIA, ERA
CABÍVEL O AGRAVO DE INSTRUMENTO, A MATÉRIA ESTARÁ
PRECLUSA. O SISTEMA SE
TORNA PERVERSO! COMO SABER QUAL O RECURSO ADEQUADO
E, ASSIM, AFASTAR A PRECLUSÃO?

 DESTACA-SE QUE A PRECLUSÃO ESTÁ VINCULADA À


RECORRIBILIDADE. APENAS AS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
NÃO AGRAVÁVEIS NÃO PRECLUEM ATÉ A APELAÇÃO OU AS
CONTRARRAZÕES DE APELO. SE ELAS SÃO AGRAVÁVEIS, ELAS
PRECLUEM SE NÃO INTERPOSTO O AGRAVO NO PRAZO DE 15
DIAS ÚTEIS. (ART. 1009, §1º DO CPC

 SE O ADVOGADO CONFIA NA LITERALIDADE DO CPC, ELE NÃO


IRÁ AGRAVAR DA DECISÃO QUE ACOLHE A INCOMPETÊNCIA DO
JUÍZO, SUSCITANDO A QUESTÃO APENAS NA APELAÇÃO. AGORA,
SE POR OCASIÃO DA JULGAMENTO DA APELAÇÃO, O
DESEMBARGADOR ENTENDER QUE, POR ANALOGIA, ERA
CABÍVEL O AGRAVO DE INSTRUMENTO, A MATÉRIA ESTARÁ
PRECLUSA. O SISTEMA SE
TORNA PERVERSO! COMO SABER QUAL O RECURSO ADEQUADO
E, ASSIM, AFASTAR A PRECLUSÃO?

17
EM RESUMO:

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA = INSEGURANÇA JURÍDICA,


ADVOGADO NÃO SABERÁ COMO RECORRER PARA EVITAR A
PRECLUSÃO. E, SE ERRAR, OPTANDO PELO AGRAVO DE INSTRUMENTO
E ELE NÃO FOR CONHECIDO, NÃO PODERÁ REPETIR A ALEGAÇÃO EM
PRELIMINAR DE APELAÇÃO POR FORÇA DO PRINCÍPIO DA
UNIRRECORRIBILIDADE.

USO DO MANDADO DE SEGURANÇA = LEI E JURISPRUDÊNCIA VEDA


NÃO É CABÍVEL VALER-SE DO MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO
EXISTIR RECURSO COM EFEITO SUSPENSIVO, NO CASO, O RECURSO É
APELAÇÃO CÍVEL, DOTADA DE EFEITO SUSPENSIVO.

DUAS POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA ESCAPAR DA TAXATIVIDADE

1) INTERPRETAÇÃO AMPLIATIVA DO ROL COM BASE NA


ANALOGIA (ADEPTOS – LEONARDO CARNEIRO DA CUNHA E
DIDIER, RODRIGO DA CUNHA)

EX. REJEIÇÃO DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM TRATA EM ÚLTIMO


GRAU DE UMA DISCUSSÃO SOBRE A COMPETÊNCIA PARA
JULGAMENTO: SE JURISDICIONAL OU ARBITRAL. LOGO, É POSSÍVEL
AMPLIAR O RACIOCÍNIO, POR ANALOGIA, A QUALQUER DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA QUE TRATE DE COMPETÊNCIA (ARBITRAL OU NÃO). A
CONSEQUÊNCIA DESAGRADÁVEL É INSEGURANÇA JURÍDICA, COMO JÁ
MENCIONADO.

NÃO ADMITE INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA POR ANALOGIA NO


TOCANTE À COMPETÊNCIA

EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO – ART.


1.015 DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – HIPÓTESES DE
CABIMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO - ROL TAXATIVO -
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PREJUDICADOS - RECURSO DE AGRAVO
DE INSTRUMENTO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1- Em conformidade com
o Novo Código de Processo Civil, as decisões interlocutórias proferidas na
fase de conhecimento, não previstas no rol do art. 1.015 ou em legislação
extravagante, não são agraváveis. 2- A decisão judicial atacada cuida de
declinação de competência, matéria não impugnável por meio de agravo
de instrumento, nos termos do rol taxativo previsto no art. 1.015 do
CPC/15. 3- Embargos de declaração prejudicados. Agravo interno a que se
nega provimento. (TJES, Agravo AI, 30169001796, Relator: DES. WALACE
PANDOLPHO KIFFER, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:
15/05/2017, Data da Publicação no Diário: 26/05/2017).

 DEFENDEM OS ADEPTOS DESSE MÉTODO QUE UMA BOA


INTERPRETAÇÃO ANÁLOGICA É AQUELA QUE FAVORECE A
ISONOMIA, INDEPENDENTEMENTE DO CONTEÚDO DA DECISÃO.
GRATUIDADE

 Ex. O artigo 1.015, inc. V, prevê o cabimento de Agravo de


Instrumento em face da rejeição do pedido de gratuidade da justiça
ou acolhimento do pedido de sua revogação. Seria razoável

18
interpretar que o conteúdo oposto (concessão da gratuidade)
também seria recorrível, analogia com fundamento na isonomia.

ENUNCIADO DO FPPC: arts. 1.015, V; 98, §§5º e 6º) Cabe agravo de


instrumento contra decisão interlocutória que, apreciando pedido de
concessão integral da gratuidade da Justiça, defere a redução percentual
ou o parcelamento de despesas processuais.(Grupo: Recursos (menos os
repetitivos) e reclamação.

NÃO HÁ INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA NO TOCANTE À GRATUIDADE DA


JUSTIÇA

EMENTA: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PRONUNCIAMENTO JUDICIAL ATACADO. DECISÃO QUE, DEPOIS DE 18 DE
MARÇO DE 2016, REPUTOU PRECLUSA A PRODUÇÃO DA PROVA PERICIAL
EM VIRTUDE DA FALTA DE RECOLHIMENTO DOS HONORÁRIOS DO
EXPERT. HIPÓTESE NÃO CATALOGADA NO ROL TAXATIVO DO ARTIGO
1015 DO CPC/2015. RECURSO DESPROVIDO. No novo Código de Processo
Civil, as questões resolvidas em decisões interlocutórias que são passíveis de
impugnação através do recurso de agravo de instrumento são taxativas (art.
1015). II- Malgrado se faça menção ao inc. V do art. 1015 do CPC como o
possível embasamento legal para o cabimento do Agravo de Instrumento
manejado, revela-se nítido que a decisão agravada não se amolda à
hipótese descrita em lei, a qual abarca unicamente as decisões que
negam o benefício da gratuidade ou mesmo o revogam. [...](TJES, Agravo
AI, 16169000300, Relator: DES. JORGE DO NASCIMENTO VIANA, QUARTA
CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 08/05/2017, Data da Publicação no
Diário: 19/05/2017).

TUTELA PROVISÓRIA

Ex: você pede e a liminar e o juiz diz que só vai conceder com manifestação da
parte contrária. Você recorre dessa decisão? (CPC antigo).

Agrava- pois se ele fala que não vai apreciar sua liminar naquele momento, ele
está indeferindo sua liminar naquele momento.

Mas o NCPC diz que só é recorrível decisões que versem sobre tutela
provisória.

Ex. O artigo 1.015, inc. I, prevê o cabimento de Agravo de Instrumento


em face da decisão que verse sobre tutela provisória. Mas, e se a decisão
postergar a análise da tutela provisória para depois da contestação? É
razoável conjecturar que essa decisão, embora não verse expressamente
sobre a tutela provisória, indeferiu tacitamente e para aquele momento a
decisão liminar e, por isso, seria recorrível? Cremos que sim! Aliás, esta
implicitamente indeferindo já era adotado no CPC de 1973.

TENDÊNCIA ATUAL DO TJES A NÃO ADMITIR RECURSO DE AGRAVO


POR CONSIDERAR DESPACHO SEM CONTEÚDO DECISÓRIO.

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO DECLINATÓRIA DA


COMPETÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO. HIPÓTESE FORA DO ROL
TAXATIVO PREVISTO NO ARTIGO 1.015 DO CPC. 1. No regime

19
inaugurado pelo novo CPC somente é cabível agravo de instrumento nas
hipóteses preconizadas no art. 1.015 deste Codex. Assim, tratando-se
de agravo de instrumento interposto em face de decisão que declinou da
competência, hipótese não prevista no art. 1.015, do novo CPC, impõe-se
o não conhecimento do recurso. Precedentes deste Eg. Tribunal Regional
Federal da 2ª Região. 2. Recurso não conhecido.(TRF2
2017.00.00.000962-6, Relator LUIZ ANTONIO SOARES, Data de
disponibilização14/07/2017).

 Não admite Agravo de Instrumento sobre competência (AGRAVO


EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.110.241 - RN (2017/0123050-5)
RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO)

 Não admite Agravo de Instrumento em face de indeferimento de


prova, afastando analogia com o inc. XI do artigo 1.015 do CPC,
que trata da redistribuição do ônus da prova.

“Nem se cogite de aplicação analógica da regra prevista no inciso XI do


artigo 1.015 (redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §
1º), para inserir, nas hipóteses de cabimento de agravo de instrumento, a
decisão que indefere a produção de provas, porque o silêncio do legislador
aqui é eloquente e tem o claro propósito de inadmitir a interposição de
recurso contra decisão interlocutória desse teor e postergar a discussão
acerca de eventual cerceamento de defesa para a apelação, se houver.”
(AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.118.400
- RS (2017/0139782-9) RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO)

DE FORMA GERAL, STJ NÃO VEM ACEITANDO MANDADO DE


SEGURANÇA PARA IMPUGNAR DECISÃO NÃO AGRAVÁVEL, BEM COMO
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA POR ANALOGIA. NO MESMO SENTIDO,
TJES E TRF2. ESSE ENTENDIMENTO FAVORECE A SEGURANÇA
JURÍDICA E EVITA O DESGASTE DO SISTEMA PROCESSUAL.

VAMOS PARA A SEGUNDA POSSÍVEL SOLUÇÃO...

“E aí vem a questão: o que fazer para viabilizar a análise imediata da


questão pelo Tribunal competente?”

A recorribilidade das decisões interlocutórias não agraváveis é diferida


para a Apelação, dotada de efeito suspensivo. Mas, se há uma urgência
tamanha que não possa aguardar a Apelação, sob pena de perecimento do
direito ou inutilidade, o Código oferece o poder geral de
antecipação/cautela em caráter antecedente.

Essa posição é adotada pela autora Ana Beatriz Presgrave, que propõe “a
utilização do poder geral de cautela para a antecipação da decisão do
Tribunal com relação aos temas que, não abarcados pelas exceções do art.
1015 e dos demais dispositivos do CPC, não são passíveis de recurso
imediato, mas que demandam uma solução imediata para assegurar a
regular tramitação processual. Com a utilização do pedido antecipatório
antecedente recursal, não se ofenderia o sistema de recorribilidades
estabelecido pelo CPC/15 (com a restrição do rol de decisões passíveis de
ser objeto de agravo de instrumento), tampouco se faria necessária a
utilização de um remédio constitucional”.

20
Em 94 surgiu a tutela antecipada. Antes tínhamos a cautelar inominada. A
Ana Beatriz diz que tenho o recurso de apelação que tem efeito suspensivo
para decisão não agravável.

NCPC traz a tutela de urgência, na qual posso ter a Tutela antecipada


incidental ou antecedente. A tutela antecedente é utilizada para antes de
surgir a demanda principal eu adiantar apenas o pedido liminar.

Ana Beatriz pegou essa ideia e colocou no recurso. Tenho o recurso quando
tiver sentença. Eu preciso da tutela de urgência agora. Então, vou fazer um
pedido de tutela antecipada recursal antecedente para adiantar os efeitos
suspensivos da apelação que eu só vou interpor no futuro.

Problema: se todo mundo fizer isso na prática teremos agravo de instrumento


chamado de outro nome.

A SOLUÇÃO É ENGENHOSA E MENOS LESIVA AO SISTEMA.

• EVITA O USO DO WRIT, BEM COMO EVITA A INTERPRETAÇÃO


EXTENSIVA. LEMBRA EM MUITO A SITUAÇÃO DA CAUTELAR
INOMINADA ANTES DA REFORMA DE 94.

• MAS PODE PADECER DE PROBLEMAS SEMELHANTES, POIS A


IDEIA DO NCPC É A REDUÇÃO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
MEDIANTE ROL TAXATIVO. SE FOR POSSÍVEL A TUTELA
ANTECEDENTE RECURSAL, ISTO É, ANTECIPAR O EFEITO
SUSPENSIVO DO RECURSO DE FUTURA E EVENTUAL APELAÇÃO,
ISSO EQUIVALERIA, EM TERMOS PRÁTICOS, A VOLTA DA
RECORRIBILIDADE IMEDIATA POR VIAS TRANSVERSAS, O QUE
NÃO PARECE SER A MENS LEGIS.

• OBRIGATÓRIAS - cópias da petição inicial, da contestação, da


petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão
agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento
oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

OU

com declaração de inexistência de qualquer dos documentos


referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena
de sua responsabilidade pessoal;

• FACULTATIVAMENTE – com outras peças que reputar úteis.


• DISPENSA DE CÓPIAS NO PROCESSO ELETRÔNICO

PROTOCOLO
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.
VÍCIO PROCESSUAL, INCLUSIVE AUSÊNCIA DE CÓPIA

21
5 dias para sanar. Dentre os vícios, não se inclui, em regra, ausência de
impugnação especificada e intempestividade.
A) SE OS AUTOS FOREM ELETRÔNICOS, TRATA-SE DE MERA
FACULDADE DO AGRAVANTE REALIZAR A COMUNICAÇÃO, PARA
INSTAURAR EVENTUAL JUÍZO DE RETRATAÇÃO;

B) SE OS AUTOS FOREM FÍSICOS, É DEVER A COMUNICAÇÃO SOBRE


A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO NO PRAZO DE 3 DIAS,
ACOMPANHADO DA RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS. CASO NÃO
CUMPRIDO PELO AGRAVANTE E SE ESSE FATO VIER A SER
ARGUIDO PELO AGRAVADO, O RECURSO É INADMISSÍVEL.

 EM REGRA EFEITO DEVOLUTIVO, SALVO CONCESSÃO DE TUTELA


PROVISÓRIA.

Mas pode pedir o efeito suspensivo ativo na tutela de urgência recursal.

 PROCESSAMENTO – RECEBIMENTO DO RECURSO – POSSÍVEL


JULGAMENTO MONOCRÁTICO NAS HIPÓTESES DO ARTIGO 932
DO CPC – CASO NÃO CABÍVEL JULGAMENTO MONOCRÁTICO, O
RELATOR PODERÁ ATRIBUIR EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO
OU DEFERIR ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DA PRETENSÃO
RECURSAL, OFICIANDO AO MAGISTRADO – INTIMAÇÃO DO
AGRAVADO PARA CONTRARRAZÕES, PELO PROCURADOR E, SE
NÃO TIVER PROCURADOR CONSTITUÍDO, PESSOALMENTE –
INTIMAÇAÕ DO MINISTÉRIO PÚBLICO – APRESENTAÇÃO DE
RELATÓRIO E SOLICITAÇÃO DE DIA PARA JULGAMENTO, EM
PRAZO NÃO SUPERIOR A UM MÊS (ART. 1.019 DO CPC)

INTIMAÇÃO DO AGRAVADO NÃO CITADO

Quando o réu não tinha sido citado no primeiro grau de jurisdição e o autor
promovia AI, o desembargador julgava sem sequer citar o réu.

No NCPC, ainda que ele não tenha sido citado no primeiro grau de jurisdição,
ele tem direito de ser citado para apresentar contrarrazões em grau recursal.
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído
imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e
IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação
de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao
juiz sua decisão;
II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso
de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário
da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu
advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe
juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do
recurso;

 ENTENDIMENTO MAIS ATUAL APRONA PARA A FALTA


SUPERVENIENTE DO INTERESSE RECURSAL NO CASO DE AGRAVO
PENDENTE SOBRE DECISÃO DA TUETAL PROVISÓRIA.

22
AGRAVO INTERNO

- prazo: 15 dias
- exigência de impugnação especificada da decisão agravada
- contrarrazões em 15 dias
- juízo de retratação após oportunizar o contraditório
- é vedado ao relator apenas reproduzir os fundamentos da decisão
agravada para desprover o recurso
- inclusão em pauta para julgar
- cabível de qualquer decisão monocrática
- em tese, sempre haverá multa se for inadmissível ou negado de forma
unânime.

Cabimento e processamento

Nomenclatura: em regra, qualquer decisão unipessoal em órgãos


colegiados deve ser impugnada pelo Agravo Interno.
Cabimento do interno: admissível em face de decisões monocráticas,
desde que dotadas de caráter decisório. Não há mais restrição ao
cabimento de Agravo Interno contra decisão monocrática que recebe o
recurso de Agravo de Instrumento no efeito suspensivo ou ativo.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno
para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao
processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
Prazo – 15 DIAS. STJ, no entanto, mantém o prazo regimental de 5 dias
corridos para a seara criminal, em razão da ausência de derrogação da
previsão regimental.
Preparo – não há previsão no CPC, mas regimento interno pode prever.
(Ex. RITJES)
Decisão monocrática no Agravo Interno: Pode isso? Inadmissível- o
relator poderá julgá-lo monocraticamente.

AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.


CPC/2015.AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. ARTS. 932, INCISO III, E
1.021, § 1º, DO CPC/2015.PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE
RECURSAL. RECURSO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL. APLICAÇÃO
DE MULTA.
1. Positivação do princípio da dialeticidade no sistema recursal
brasileiro, conforme se depreende do art. 932, inciso III, do
CPC/2015. 2. Inadmissibilidade do agravo interno cujas razões não se
mostram suficientes para impugnar especificamente os fundamentos da
decisão agravada (cf. art. 1.021, § 1°, do CPC/2015). 3. Aplicação da
multa do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015 ao agravo interno
manifestamente inadmissível.
4. AGRAVO INTERNO NÃO CONHECIDO, COM APLICAÇÃO DE MULTA.
(AgInt no REsp 1440972/AM, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/06/2017, DJe
23/06/2017)

O DEVER DO RELATOR DE NÃO APENAS REPRODUZIR OS


FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA ESTÁ VINCULADO AO DEVER
DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO

23
NO RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. [...]1.
Ao dever de o relator não poder se limitar à reprodução dos
fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo
interno corresponde a obrigação de o recorrente impugnar
especificadamente os fundamentos da decisão agravada, motivo por que
não lhe é dado meramente reproduzir as razões deduzidas em seu
recurso anterior. Inteligência do art. 1.021, §§ 1.º e 3.º, do
CPC/2015.
2. Caracterizada essa hipótese, não se conhece do agravo interno.
3 (AgInt no REsp 1619973/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 19/12/2016)
O DEVER DO RELATOR DE NÃO APENAS REPRODUZIR OS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA ESTÁ VINCULADO AO DEVER
DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA.
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. [...]1. Ao dever de o relator
não poder se limitar à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno corresponde a obrigação
de o recorrente impugnar especificadamente os fundamentos da
decisão agravada, motivo por que não lhe é dado meramente
reproduzir as razões deduzidas em seu recurso anterior. Inteligência
do art. 1.021, §§ 1.º e 3.º, do CPC/2015.
2. Caracterizada essa hipótese, não se conhece do agravo interno.
3 (AgInt no REsp 1619973/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 19/12/2016)

MULTA

(art. 1.021, § 4º) A aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, exige
manifesta inadmissibilidade ou manifesta improcedência. (Grupo:
Recursos)
(art. 1.021, § 4º) A aplicação da multa prevista no art. 1.021,§ 4º, exige
que a manifesta inadmissibilidade seja declarada por unanimidade.
(Grupo: Recursos)

POLÊMICA – DEFENDE -SE A IMPOSIÇÃO DE MULTA EM DECORRÊNCIA


DE MERA UNANIMIDADE, INDEPENDENTEMENTE DE PROVA DO ABUSO
DO DIREITO DE RECORRER. ALGO COMO OCORRE NA CAUÇÃO PRÉVIA
NA AÇÃO RESCISÓRIA. POSIÇÃO CONTROVERTIDA.

 A INADMISSÃO DE RESP E RE COM FUNDAMENTO EM REGIME


REPERCUSSÃO GERAL OU REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS É
DESAFIADO POR AGRAVO INTERNO.

 SE A INADMISSÃO FOR DE RECURSO NÃO SUBMETIDO À


REPERCUSSÃO GERAL E À SISTEMÁTICA DOS REPETITIVOS OU A
CÂMARA TENHA SE RECUSADO AO JUÍZO DE RETRATAÇÃO (Art.
1.010, inc. V), A RECORRIBILIDADE SERÁ PELO RECURSO ORA
ESTUDADO.

24
03/08/2017

Correção Exercícios
Professor: Tiago Gonçalves
AULA 13
13.2 (quinta-feira)

Enunciado 611 /FPPC


(arts. 1.015, II;1.009, §§ 1º e 2º; 354, parágrafo único; 356, §5º ; 485; 487).
Na hipótese de decisão parcial com fundamento no art. 485 ou no art. 487, as
questões exclusivamente a ela relacionadas e resolvidas anteriormente,
quando não recorríveis de imediato, devem ser impugnadas em preliminar do
agravo de instrumento ou nas contrarrazões.
(Grupo: Recursos (menos os repetitivos) e reclamação)

Pela conclusão do enunciado é possível que esta decisão interlocutória seja


impugnada em preliminar de agravo de instrumento ou das contrarrazões do
agravo de instrumento interposto contra decisão que julga de maneira
antecipada, desde que a matéria que tenha sido objeto dessa interlocutória
anterior mantenha ligação com a questão de mérito decidida através do
julgamento antecipado parcial.

Ex: tenho uma decisão interlocutória, contra essa decisão interlocutória não
cabe o agravo de instrumento.

Tenho uma sentença – apelação contra a sentença – contrarrazões à apelação.

O art. 1.009 me permite que contra a decisão interlocutória eu interponha


apelação. Eu apelo contra a sentença e como preliminar eu também
interponho a apelação para atacar a decisão interlocutória. Como eu
interponho apelação nas contrarrazões para atacar a decisão interlocutória,
não tenho interesse de apelar contra a sentença, mas sim contra as
contrarrazões.

Ex: Tenho uma decisão interlocutória – esse pronunciamento do juiz é


impugnado por agravo de instrumento. Se contra essa decisão interlocutória o
recurso cabível é a apelação, já que ela tem objeto, ou seja, uma questão que
guarda relação direta que afeta o conteúdo da decisão, pelo fato de contra essa
decisão caber agravo de instrumento, eu preciso de interpor o agravo de
instrumento.
25
Ex: cabe agravo de instrumento contra essa decisão interlocutória nas
contrarrazões- o autor requereu benefício da assistência judiciária. O código
prevê agravo de instrumento contra decisão que rejeita. Contra decisão que
acolhe não cabe agravo de instrumento. O juiz proferiu uma decisão
interlocutória concedendo assistência judiciária ao autor. Proferiu uma
decisão parcial de julgamento de improcedência. Julgou improcedente. Quem
vai recorrer será o autor que teve assistência judiciária. Ele não vai recolher
custas nem preparo. O agravado, nas contrarrazões ao agravo de instrumento,
numa interpretação analógica do art.1009, §1º, poderia nessas contrarrazões
interpor agravo de instrumento contra decisão interlocutora que concedeu a
assistência judiciária, inclusive sob pena de preclusão. Pois houve a prática de
um ato (interposição do agravo) que está em consonância com a decisão
anterior que concedeu assistência. Se eu não impugnar agora isso não irá
precluir?

Ex: o autor propõe uma demanda e o réu argui sua ilegitimidade. O juiz rejeita
aquilo. Cabe agravo de instrumento contra essa decisão de acordo com o
Art.1.015 do CPC? Não. TJ/SP e TJ/RS dizem que não. Não interpus agravo
de instrumento teria que interpor como preliminar de apelação ou de
contrarrazões. Agora tenho uma decisão de julgamento antecipado parcial
acolhendo o pedido do autor. Eu réu irei recorrer contra essa decisão através
do agravo de instrumento.

O enunciado tira a conclusão através da interpretação do art.1.009, §1º do


CPC.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu
respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente
interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

Revista dos Tribunais online- art.1015 (TJ/RS E TJ/SP) – a decisão que afasta
a alegação de ilegitimidade não é impugnável por agravo.

- 120 dias: Não posso argumentar depois acerca da preclusão dos 15 dias,
pois a matéria não era agravável.

26
Essa decisão é decisão de tutela provisória. O legislador quis, com inciso X,
reforçar que nos embargos, por estar diante de ação de conhecimento, caberia
agravo de instrumento. Então cabe agravo de instrumento.
Art.1015- a hipótese do art.X, está no inciso I do referido artigo.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias


que versarem sobre:
[...]
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;

Estou diante de uma situação de indeferimento explícito de agravo de


instrumento, com base no inciso I da tutela provisória.

decisão que afasta a decadência é uma decisão de mérito. Não é apenas


decisão que acolhe a prescrição ou decadência. Quando o juiz rejeita é mérito,
então cabe agravo de instrumento.

27
Art.487- “decisão que analisa”..não diz se acolhe ou rejeita...
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou
prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na
reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a
decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes
oportunidade de manifestar-se.

Art.485- “reconhecer a existência de coisa julgada”.


Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
[...]
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa
julgada;

Nesta decisão ele está rejeitando, ou seja, afastando o reconhecimento de coisa


julgada.

Ex: réu alegou coisa julgada, o juiz deu uma decisão que rejeitou a coisa
julgada. Essa decisão não é de mérito, mas sim de conteúdo processual. O
ponto é: ela é impugnável por AI ou o AI somente é possível no art.485?

Agravo de instrumento do art.354 só é cabível quando “acolhe”, logo, neste


caso não é cabível agravo de instrumento.

O Tribunal entende que o certo seria apelação. Ocorre preclusão consumativa?


Sim. Principio da unirrecorribilidade.

Se o Tribunal simplesmente inadmitir o agravo, até por boa-fé, o correto é


afastar a preclusão consumativa e inadmitir a apelação.

Ele poderia aplicar a fungibilidade e receber o agravo de instrumento como


apelação retida condicionada?

28
Fredie Didier- deve haver o protesto para afastar o art.278.

Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em
que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz
deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo
impedimento.

Professor- a decisão tem uma nulidade, eu não posso interpor o agravo de


instrumento.

Art.278- a primeira oportunidade que eu tenho para falar nos autos é na


apelação.

Art. 932. Incumbe ao relator:


[...]
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício
ou complementada a documentação exigível.

A exigência do 2º diz respeito ao prazo.

E a comprovação está no caput.

04/08/2017
Professor: Leonardo José Carneiro da Cunha

AULA 13
13.3 (sexta-feira)

AULA PÉSSIMA FUI EMBORA!!

29
09/08/2017
Professor: Samuel Meira Brasil

AULA 14
14.1 (quarta-feira)

PRECEDENTES E JURISPRUDÊNCIA NO NOVO CPC

SEMINÁRIO: O PODER JUDICIÁRIO E O NOVO CPC

O CPC/2015 trouxe diversas inovações: prazos em dias úteis, negócio jurídico


processual, etc.

Um dos pontos mais importantes do NCPC é o tratamento do precedente


jurisprudencial. A técnica que disciplinou o art.489 do CPC.

Hoje o precedente tem força normativa.

Ex: o código de 1973 tinha a seguinte disposição normativa: o devedor de


prestação alimentícia deve ser condenado para constituir um capital que
assegure o cabal cumprimento da obrigação.

STJ: se se tratar de um devedor com reconhecida capacidade financeira, não é


necessário constituir capital para assegurar, pois ele tem condições de manter
o pagamento independente de qualquer capital.

No projeto de lei incluiu o entendimento do STJ: essa alteração do CPC teve


uma vacatio legis. Durante a vacatio legis, o STJ disse que realmente o
devedor de prestação alimentícia com notória capacidade financeira não
precisa garantir o capital.

O STJ voltou atrás e falou “nós não sabemos o que vai acontecer no futuro”
então independentemente da solidez econômica da empresa, tem que ser
garantido o capital .

O que será aplicado? O CPC ou STJ?

O CPC é a lei, eu preciso aplicá-lo?

Na hipótese de conflito entre precedente e a lei, o commom law aplica a lei, e


no Brasil aplica-se o precedente.

Então nós estamos no fenômeno jurídico muito interessante, pois no Brasil


temos é civil law.

No CPC/73 o julgamento monocrático podia ser feito pelo relator sem ser
levado para Câmara, na hipótese do precedente estar contrário ou adequado
ao precedente.

Pode julgar monocraticamente também quando for aplicar a lei? Não, neste
caso terá que ser julgado pelo Colegiado.

Consequências:

30
1) Existe uma responsabilidade enorme dos Tribunais para manter a
jurisprudência estável, íntegra e coerente. Coerente e estável.

2) Preciso dominar a matéria de precedente, pois caso contrário, não terei


mais como argumentar com os Tribunais.

Art.926 CPC

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la


estável, íntegra e coerente.

ESABILIDADE NÃO SIGNFIICA ENGESSAMENTO.

- Integridade: quis dizer a teoria de direito como integridade de Ronald


Dworkin. O fato de uma lei utilizar a teoria filosófica obriga o juiz a julgar de
acordo com aquela teoria ou não?

Íntegra não é no sentido de integridade formal. O que Lênio quis dizer é o


direito como integridade, que permite inclusive uma interação do direito como
integridade moral (valores pessoais na hora de construir precedente que vão
muito além de uma abordagem formal).

- Coerente:
Pode ser compreendida como consistência, o que queremos é evitar uma
contradição nos moldes da lógica jurídica e na teoria da argumentação.

Se nós realmente queremos valorizar a jurisprudência, nós precisamos ter a


responsabilidade de manter uma jurisprudência íntegra e coerente. Não se
admite mais hoje a jurisprudência lotérica.

Ex: hoje as Câmaras são compostas por 5 membros. Em determinada matéria


a Câmara tem o entendimento divergente.

Relator 1- conceder;
Desembargador 2- conceder;
Desembargador 3 - denegar;
Desembargador 4 – denegar; e
Desembargador 5 - conceder.

10ª da pauta:

1-C
2-C
3-D
4-D
5-C

Resultado julgamento por maioria de votos concedido.

11ª da pauta:

Relator é nº3

31
3- D
4-D
5-C

Não tem integridade de coerência, sendo algo que acontece recorrentemente.

Art.926, §1º
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento
interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua
jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Quem pode editar súmula vinculante? Tribunais estaduais podem, STJ? STF?

STF pode editar súmula vinculante, STJ não pode.

Existe uma hipótese em que os Tribunais Estaduais podem editar Súmula


Vinculante.

TJ/ES já criou 4/5 súmulas vinculantes.

A relevância é que a súmula vinculante tem uma eficácia normativa para as


partes é para o poder público.

Art.926, §2º:
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Quando eu fico preso à descrição de fatos, aí terei a essência a ratio decidendi,


para que eu possa compreender o verdadeiro alcance do precedente
jurisprudencial. Não posso editar com base em matéria fática de que não seja
daquele precedente.

Ex: Súmula do STF: competência para julgar determinada matéria que envolve
relação de trabalho é da justiça do trabalho e não da justiça estadual.
Precedente- o funcionário morava em uma casa que era da empresa pela qual
ele trabalhava. Depois que ele foi dispensado ele continuou morando nessa
casa. Quando ele foi dispensado, a medida cabível era imissão na posse ou
reintegração na posse?

Uma coisa não tem nada a ver com outra. Logo verifica que o STF editou uma
Súmula nesse sentido.

Ex: súmula do nepotismo- a reclamação foi para uma determinada relação. O


STF disciplinou aquela relação e incluiu várias.

O §2º diz que o enunciado da súmula precisa necessariamente “reproduzir as


condições fáticas dos precedentes”.

Se a súmula não reproduzir, eu posso me recusar a aplicá-la?

Posso trazer o precedente. Identificado a ratio, e identificando o distinguish


para não aplicar o precedente.

32
Art.927 do CPC:

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;

O que é assunção de competência? Quem julga? Quem o regimento indicar?


No nosso caso é o Tribunal Pleno.

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de


recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição em múltiplos processos.
[...]
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os
juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.

A apelação é julgada pela Câmara Cível com 5 membros. Na hipótese de


divergência jurisprudencial no Tribunal (podendo ter divergência interna e nas
Câmaras- art.926 CPC – a jurisprudência tem que ser coerente e íntegra).

A decisão do pleno vincula grupo, Câmara e Relator na hipótese de decisão


contrária.

A assunção de competência diz que identificada a divergência jurisprudencial,


deverá ser remetido o recurso para o órgão competente que irá pacificar o
entendimento e ao mesmo tempo irá julgar o recurso. Então ele assume a
competência que originariamente era da Câmara, e o Plenário julga o
incidente.

Historicamente não tínhamos efeito vinculante nas decisões judiciais.

CPC 2015 outorgou efeito vinculante a todo Tribunal que julgar incidente de
assunção de competência.

STJ- valorizar a eficácia normativa dos precedentes jurisprudenciais até


mesmo nos Tribunais locais.

Assunção de competência: é quando a matéria é devolvida para o Tribunal


Pleno e ele irá julgar também o recurso que originou a divergência.

IRDR: incidente de resolução de demandas repetitivas:

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:


I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica
questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo
tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo
Estado ou região;

33
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a
tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do
art. 986.
§ 1o Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.

É um incidente para resolver demandas repetitivas, pacificando entendimento


e evitando divergência jurisprudencial.

Cabe reclamação.

O precedente dos tribunais locais tem assunção de competência, tendo efeito


vinculante.

O RESP quando visa a uniformização da interpretação da lei federal, essa


competência sempre foi do STF no RE.

IRDR e assunção de competência tem como resultado precedentes


vinculantes.

A eficácia vinculante do precedente também tem que ser reconhecida.

Ex: X entra com uma reclamação no TJ, pois os demais juízes não estão
aplicando o entendimento da súmula Y. O desembargador indefere, pois
entende que não cabe reclamação contra súmula que não tenha efeito
vinculante.

O advogado repete a reclamação e muda “reclamação contra incidente de


assunção de competência”. Ai o relator admite a reclamação.

Art.985, §2º

§ 2o Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço


concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será
comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para
fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da
tese adotada.

Isso quer dizer que se um Tribunal qualquer julgar o IRDR que tem efeito
vinculante, ele vai comunicar aquela decisão ao órgão, ente ou agência
reguladora e administrativamente eles devem aplicar o entendimento do
Tribunal.

Isso significa que o órgão, ente ou agência reguladora deve aplicar o


entendimento do IRDR a casos futuros e não podem mais questionar.

Não precisa mais de uma litigiosidade desnecessária.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial

34
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, §
1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em
julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e
da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para
a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou
de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade
de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por
questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.

A emenda constitucional 3 de 93 já impunha..

Lei 9868 já exigie o cumprimento tanto das ações declaratórias quanto das
ações diretas de constitucionalidade.

O art.927 atribui efeito vinculante a todos os precedentes nele elencados.

II- emenda constitucional já aplica efeito vinculante;


III- novidade que não está na CR/88, mas que atribui efeito vinculante aos
precedentes dos Tribunais.
IV- outorgou efeito vinculante aos enunciados das súmulas do STF e STJ.

Obs: são súmulas ordinárias. Mas tribunais locais não têm efeito vinculante.

E se a súmula do Tribunal local repetir IRDR? Ai terá.

E se for editada uma súmula repetindo a tese do controle de


constitucionalidade? Também tem efeito vinculante.

Esses incisos estabelecem uma eficácia vinculante no âmbito dos Tribunais


locais.

Diferença dos efeitos II e IV.

Diferença dos efeitos I e IV

O efeito vinculante no controle concentrado de constitucionalidade: vincula os


demais órgãos do judiciário e da administração pública.

35
O que é efeito vinculante no controle concentrado? Vincula os demais órgãos
que não podem decidir contra o STF, mas também vincula a administração
pública.

E as demandas que já foram ajuizadas? Estão prejudicadas, desde que a


administração pública. Se não cumprir irá sofrer as sanções.

Efeito vinculante no CPC/15- não vincula a administração pública.

A súmula e o controle concentrado vinculam tribunais e administração


pública.

II e IV- vinculam os órgãos do poder judiciário.

Há uma exceção: §2º órgão, ente ou agência reguladora. Na assunção de


competência não.

Art.10 e art.489, §1º CPC:

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


[...]
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento
se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.

Ex: o advogado subiu na tribuna e fez a sustentação oral. O advogado


contrário fez o mesmo. O relator ia começar a votar, mas o primeiro advogado
pediu pela ordem e utilizou argumento que não consta nos autos “se essa
Corte acolher esse argumento na decisão, irá arguir a nulidade, por afronta do
art.10, pois houve uma decisão surpresa”.

Requeiro então a interrupção do julgamento e a concessão de prazo para que


eu me manifeste a respeito desse argumento. ISSO É PLENAMENTE
POSSÍVEL – aplicação do art.10.

Ex 2: os advogados fazem a sustentação oral. E o relator lê na integridade seu


voto. O presidente pergunta como vota o próximo desembargador. O advogado

36
diz que o relator trouxe argumento que não se encontra nos autos, e ele está
surpresado com esse argumento. Requeiro a interrupção do julgamento e a
concessão em dias úteis para se manifestar A respeito do referido argumento.
ISSO TAMBÉM É PLENAMENTO POSSÍVEL.

Isso também pode acontecer no julgamento estendido- 2 votAM por uma tese,
outro discorda e ai o julgamento é estendido. O quê o tribunal faz? Para ou
marca uma nova sessão? O CPC diz que se possível deverá ser feito na mesma
sessão. Mas o CPC diz que na hipótese de julgamento estendido o advogado
tem o direito de fazer sustentação oral para os demais membros. Julgado por
maioria ele pode fazer sustentação oral e refutar os argumentos aduzidos ate
então para convencer os votantes ou os novos que ainda não votaram.

Tem direito a sustentação oral nessa fase.

Isso e importante, pois podem ser aduzidos argumentos que não constavam
nos autos, e ele poderia fazer a sustentação e refutar aqueles argumentos.

Se o art.10 veda a decisão surpresa, se o Tribunal utiliza argumento que não


se encontra nos autos, esses argumentos formam a ratio decidendi e tem efeito
vinculante?
Art.489, §1º

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com
a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências
havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes
lhe submeterem.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento
se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.

Diferença de civil law X commom law:

Europa continental civil law.


Inglaterra e EUA commom law.

A teoria de precedente surgiu na Inglaterra, mas nunca foi adotada no âmbito


do civil law.

37
O direito brasileiro predominantemente vem da Europa continental.

Gilmar Mendes se inspirou no direito alemão, então a eficácia vinculante dos


precedentes no Brasil começou a partir do trabalho do Ministro Gilmar
Mendes, inspirado no direito alemão. Ele sempre sustentou a vinculação pelos
motivos determinantes.

A lei 9868, emenda 03 foi inspirada no modelo alemão.


Elementos essências do precedente jurisprudencial:

1) Ratio decidendi: (holding)

Art.489, v do CPC

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar


seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento
se ajusta àqueles fundamentos;

Fundamentos determinantes: o que vincula numa decisão é a tese jurídica


formada a partir de determinada circunstância fática da demanda. Isso é a
ratio decidendi ou “holding”.

É a tese jurídica que atribui uma consequência a uma circunstancia fática,


antecedente.

Não vincula o que não for ratio decidendi.

O estilo de sentença no Brasil: relatório, fundamentação e dispositivo.

O que vincula no Brasil é o dispositivo. Dispositivo é ratio decidendi? NÃO. O


dispositivo vincula por força da coisa julgada.

O STF reafirmou entendimento que fundamento não vincula. Se o fundamento


não vincula, data vênia, o Brasil não adota a teoria do precedente vinculante.

O que vincula?
É o fundamento que vincula.

Não se considera fundamentada nenhuma decisão judicial que invocar


precedente ou enunciado de súmula que não invocar o fundamento
determinante (ratio decidendi).

2) Obter dictum:

É a parte do julgado que não vincula, ou seja, a parte irrelevante.

Ex: sujeito respondeu ação penal por crime de roubo em que um jovem de 28
anos, munido com uma faca, com lâmina de 30 cm ameaçou a vida da vítima
e roubou a bolsa e o relógio da vítima. Respondeu a ação penal, foi condenado,
e a decisão judicial confirmada pelos Tribunais virou precedente judicial. Um
caso que a Corte teve que decidir foi que a ameaça foi feita com uma faca, com
lâmina de 15 cm.

Na ameaça a faca é “ratio decidendi” ou “obter dictum”? Ratio decidendi.

38
Ex: houve um terceiro caso, também com roubo de faca em que se ameaçava a
vítima. O criminoso era um morador de rua nos EUA, ele não conseguia se
alimentar direito, desnutrido, com 60 e poucos anos, ele desesperado puxou
uma faca e ameaça a vítima, exigindo dinheiro.

Ele deu azar de a vítima ser um brasileiro, que morava na Califórnia e era
professor de jiu jitsu.

Ex: RESP- a ratio decidendi do RESP é X. Mas ele não demonstrou que a ratio
decidendi se ajusta àquele caso. Então também não está fundamentada.

Impõe a forma de aplicação do precedente.

Eu sou obrigado a aplicar no precedente, em todos os casos? Não. Existem


situações que reclamam tratamento diferente.

A decisão e o primeiro precedente se aplica ao próximo caso? NÃO.

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente


invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.

3) Distinção (distinguishing):

Ex: RESP- a ratio decidendi do RESP é X. Mas ele não demonstrou que a ratio
decidendi se ajusta aquele caso. Então também não está fundamentada.

Vou identificar as circunstâncias fáticas que tornam aquele caso diferente dos
demais, e caso forem distintas, eu não preciso aplicar o precedente judicial.

Quem pode criar uma distinção?

Qualquer julgador, qualquer advogado, promotor, defensor, ou seja, qualquer


operador do direito.

Ex: antecipação de tutela contra fazenda pública a obrigar gratificação e


vantagem pessoal para servidor. O juiz pode conceder liminar? Não, por causa
da ação declaratória de constitucionalidade nº4, que declarou a
constitucionalidade das leis e disse que o juiz não pode conceder liminar ou
antecipação de tutela para determinar pagamento de gratificação ou vantagem
pessoal a servidor público.

Isso é o controle concentrado de constitucionalidade, o qual tem efeito


vinculante. Então sou obrigado a aplicar o precedente vinculante do STF.

Mas o próprio STF numa decisão em RE, que não tem efeito vinculante do
efeito concentrado, decidiu que a proibição de concessão de liminar feita pela
ADC 4 não aplica, se se tratar de matéria previdenciário.

Isso quer dizer que o juiz de primeiro grau pode deixar de aplicar o precedente
vinculante do STF quando for demonstrada a distinção de caso, ou seja, for
construído o distinguishing.

39
Ex: SV 13- está proibido nomear parentes. Teve um juiz em primeiro grau que
dizia que era parente. Ocorre que quem acusar o impedimento, que era um
promotor de justiça, passou no concurso e foi nomeado 5 anos depois que o
parente dele exercia o cargo comissionado.

SV 13- neste caso o juiz de primeiro grau criou uma distinção de caso. Esse
distiguishing não esta abrangido pela súmula vinculante 13, que não foi
aplicado naquele caso.

O distinguishing também segue os padrões da ratio decidendi. É preciso


diferenciar o dintinguishing concebido, de uma ratio decidend, em relação a
um obter dictum.

4) Superação (overruling, overriding, etc)

A superação é quando o próprio precedente é revogado.

Ex: STJ edita súmula e revoga.

V-

Fundamentos determinantes:
- ratio decidendi (holding)
- obter dictum

- tese da inversão de Wambaugh – insira palavra invertendo a proposição


e verifique se o resultado seria o mesmo, se afirmativo, é dictum, se
negativo é ratio.

Ex: legitima defesa. É ratio ou dictum?

Matar alguém pena de reclusão.

Matar em legítima defesa implica em não reclusão. Então legítima defesa é


ratio decidendi.

Ex; matar implica reclusão.

Matar com uma lâmina de 30 cm. Matar com uma lâmina de 15 cm, se mudar
o tamanho da lâmina não muda resultado, então é obter dictum.

- teste de Halsbury: são os fatos materiais


- teste de Goodhart: são os fatos materiais e a decisão judicial

- nossa proposta: força (strenght) do argumento (tese jurídica) com ou


sem os fatos materiais.

10/08/17
Professora: Juliana

40
AULA 14

14.2 (quinta-feira)

Relembrando a aula do Samuel- precedente é uma regra será extraída do caso


concreto e... você só sabe se o precedente se aplica não quando um caso é
julgado, mas no caso futuro, você pega esse caso similar do passado e por um
raciocínio analógico retroativo, você pega esse caso passado do futuro para
ficar no presente.

ANÁLISE DO CASO:

É uma situação de apropriação indébita. Tem uma pessoa que não recebeu as
verbas trabalhistas, ela deteve o carro e não devolveu. O problema não é entre
ela e a empresa. Mas entre a empresa e a seguradora. Essa empresa fez um
contrato de seguro que entre os tipos penais previstos tinha a prisão de
rouboe furto e não de não tinha previsão de apropriação indébita.

O relator, o Ministro Salomão, já começa o voto dele fazendo o distinguishing:


a Ministra Nancy da 3ª turma fez um voto em uma situação similar, que não
havia previsão de ilícito no contrato de seguro, mas naquele caso, havia uma
cláusula expressa afastando a previsão securitária por apropriação indébita.
Neste caso então, por ser diferente do que está julgando (previsão de roubo e
furto), mas não havia previsão expressa de apropriação indébita, ele diz que
esse precedente ele nem ai seguir. O ministro Salomão diz que no caso dele o o
contrato faz uma mera previsão legal de tipos penais. Isso por si só levaria o
consumidor a confusão, pois o homem médio não sabe distinguir os tipos
penais.

E ele diz mais: tenho um precedente da 4ª Turma que foi julgado e estende a
indenização securitária mesmo sem previsão contratual expressa. Então havia
a previsão de roubo simples, mas não estava previsto furto qualificado. Ele
entende que o homem médio não saberia distinguir furto simples de furto
qualificado. Naquele caso a 4ª Turma deu a cobertura securitária, pois o
consumidor não estava totalmente esclarecido acerca da distinção.

Ele diz que o caso em que está julgando não é furto simples nem furto
qualificado, mas a mesma razão, mesmo princípio jurídico se aplica, pois no
caso dele também não ficou claro quais tipos penais a seguradora..

Tanto há confusão que quando a empresa foi propor a ação de busca e


apreensão eles chegaram a uma conclusão se aquele devolvido era apropriação
indébita ou exercício arbitrário das próprias razoes, pois a pessoa ficou com o
carro por causa das verbas trabalhistas que não haviam sido quitadas.

Desde então que, em razão dessa confusão ter acontecido, sinal que o
consumidor não sabe. Por isso ele deu provimento ao recurso para dar a
indenização securitária. Ficou claro que ele fez o distinguishing da 3ª Turma.

Quando ele faz a aplicação do precedente da 4ª Turma ele disse que como no
outro caso houve a mera remissão penal a furto simples e roubo qualificado e
neste caso há a mera remissão a apropriação indébita e furto, como os dois
casos são semelhantes, pois ambos apenas fazem remissão ao tipo penal, nos
dois casos dois casos houve uma confusão do consumidor.

41
MINISTRO ANTÔNIO CARLOS: chega ao raciocínio diferente do Ministro
Salomão. Segundo a professora ele deu uma vacilada. Isso, pois ele volta ao
precedente do Ministro Salomão e diz que, aquele precedente da 3ª Turma
tinha cláusula expressa afastando a apropriação indébita. Ele entende que
esse precedente se aplica, e tem que seguir então precedente da 3ª Turma,
pois ele entende que neste caso não havia confusão do consumidor: 1) havia
um risco expresso (roubo e furto); 2) se ele quisesse contratar apropriação
indébita, haveria cláusula própria. Ele entende que o consumidor não poderia
ser enganado, ainda que não tivesse sido destacado. Isso, pois, o consumidor
pediu a busca e a apreensão em razão da apropriação indébita, que é diferente
de furto (uma coisa é você entregar e a outra é você ser subtraído). Que é
diferente de furto e roubo. No final ele termina o voto mantendo o acórdão,
dizendo que neste caso não é cabível a interpretação extensiva do contrato,
pois os tipos penais são diferentes e não houve confusão por parte do
consumidor.

Problema do voto: ele aplica o precedente (3ª turma). Mas naquele caso
concreto havia previsão expressa da apropriação indébita, mas no caso que ele
estava julgando não havia, e ele faz toda fundamentação sem mencionar que
os casos concretos eram diferentes.

Ele tratou a cláusula expressa como se fosse mero opter dictum (irrelevante).
Só que ainda que não tivesse previsão expressa, fato que ele entendeu que não
houve confusão para o consumidor. Mas ele não deixou claro a razão pela qual
ele estava aplicando o precedente da 3ª Turma.

O Ministro Luiz Felipe Salomão no voto havia feito o distinguishing. Então


caberia ao voto vencedor pelo menos afastar o distinguishing do voto vencido.
Não houve um embate argumentativo por discussão das razões de decidir.

MINISTRO RAUL ARAÚJO

Ele mantem as razões, mas sem reiterar, acrescenta que se for admitir
interpretação extensiva, isso poderia dar azo para fraude trabalhista. Pois,
primeiro você dá o carro para o seu empregado e depois cobra da seguradora.

Essa razão que o Ministro Araújo apresenta é importante para a conclusão?


Houve fraude trabalhista neste caso? Esse acréscimo que ele faz é ratio ou
opter dictum? Opter dictum.

MINISTRA MARIA ISABEL

Volta a dizer que não há risco coberto para apropriação indébita. Ela diz que
apropriação indébita é bastante diferente de furto e roubo, pois o núcleo do
tipo penal é diferente. Na apropriação indébita você entrega o bem com
confiança, no furto e roubo há subtração, sendo uma com violência e a outra
sem violência ou grave ameaça. Mas essa comparação clara do tipo penal se
encontra no voto do Ministro Antônio Carlos? NÃO.

Ele não se dá o trabalho de refutar o precedente que o Ministro Luiz Felipe


aplica (precedente que permite interpretação extensiva quando tem tipos
penais diferentes- furto qualificado e furto simples).

42
Tem um precedente da 4ª Turma que não está no caso e que diz que foi
contratado o roubo, mas não tinha sido contratado o furto. Os ministros da 4ª
Turma deram a cobertura securitária para risco não coberto e para furto. Isso,
pois roubo tinha sido previsto.

Então se você vai discordar e existe previsão anterior de precedentes


permitindo previsão extensiva do contrato mesmo quando há tipos penais
distintos, você tem que dá uma razão bem forte para não dar a interpretação
extensiva neste caso.

Se eu fiz a interpretação extensiva antes e eu não vou fazer a interpretação


extensiva aqui, pois lá era furto e roubo e aqui apropriação indébita, eu tenho
que dizer exatamente porque furto e roubo é diferente de apropriação indébita
e furto.

Ministro Salomão: disse que para ele a interpretação de furto e roubo não tem
diferença com a de apropriação indébita e furto.

Ministro Antônio Carlos que foi ao final o voto vencedor, ele nem se dá o
trabalho de diferenciar os dois e aplica o precedente da 3ª Turma.

Ministro Raul: concorda e diz que se permitir isso dará azo a fraude.

Ministra Isabel Galoti: concordo, mas no caso uma coisa é subtração e outra e
entregar o bem da vida. São coisas distintas.

A Ministra Isabel traz um argumento que ela consegue refutar o que o


Ministro Salomão falou, pois o Ministro Salomão estava tratando furto e roubo
e furto qualificado e simples como se fossem idênticos, permitindo a
interpretação extensiva, pois os dois tem subtração.

Então se eu prevejo um contrato civil para roubo (subtração com grave


ameaça ou violência), se meu segurado tem carro furtado sem grave ameaça
ou violência, poderei dizer que esse segurado queria se proteger contra uma
subtração?

Se eu estou me protegendo de uma subtração por grave ameaça, quem dirá de


uma subtração clandestina, sem uma violência direta.

Ministra Isabel: parece que começa a refutar o precedente que o Luiz havia
aplicado no voto vencido.

Marcos Guzzi: vai lá no precedente do Ministro Luiz Felipe e ataca.

Professora: O homem médio não tem facilidade de distinguir os tipos penais


próximos. Naquelas circunstâncias a 4ª Turma tinha razão de dar uma
interpretação extensiva. Em regra, embora tenha que ter apenas uma
interpretação restritiva, quando você envolve apenas tipo penal, confunde o
consumidor.

Uma coisa é subtrair, outra coisa diferente é o consumidor entregar. Ele não
pode pedir uma indenização securitária por um bem que foi entregue
voluntariamente. Ele deverá fazer uma busca e apreensão.

43
Isso é um precedente?
Se eu tiver uma próxima situação de furto e roubo e apropriação indébita, os
ministros da 4ª Turma vão tentar manter uma coerência e vão dizer que a
apropriação indébita não deverá ter a cobertura securitária.

Os 4 ministros concordam com uma tese jurídica que poderá ser


universalizada de forma íntegra e consistente?

Precedente é uma ratio decidendi (motivação jurídica que poderá ser


universalizada). O importante no precedente é que você tenha um acordo
sobre a razão. Ao que me parece cada um tem uma razão diferente, até que
chega no Ministro Garuzi e consegue vencer o Ministro Luiz Felipe Salomão.
Mas o ministro Luiz Felipe não foi vencido no último voto vencedor, mas sim
pelo vogal.

O problema é entre a empresa e a seguradora, pois a empresa fez contrato de


seguro, o qual só tinha previsão de roubo e furto e não de apropriação
indébita.

Ministro Salomão: já começa o voto falando do distinguishing: cláusula


expressa é peculiaridade muito relevante.

No meu caso essa cláusula limitativa deveria estar claro no contrato, ou seja...

Precedente 4ª turma que estende mesmo sem previsão contratual expressa-

Esse caso não e furto simples nem qualificado, mas a mesma razão se aplica,
pois no meu caso também não ficou claro para o consumidor, quais tipos
penais se referia. Tanto há confusão, pois quando a empresa foi propor uma
ação para pedir busca e apreensão do veiculo, houve uma divergência no
Tribunal, pois se aquele tipo era apropriação indébita ou exercício arbitrário
das próprias razões.

Ministro Salomão conclui que em razão dessa confusão que já aconteceu, isso
mostra que o consumidor não sabe muito bem o que estava se contratando.
Logo deu provimento.

44
Quando ele faz a aplicação do precedente da 4ª turma ele diz que como no
outro caso houve a mera remissão ao tipo penal e nesse caso há mera
remissão de apropriação indébita e furto, pois ambos os contratos apenas
fazem menção ao tipo penal, ambos os casos tem que ter o mesmo raciocínio
jurídico.

Ministro Antônio Carlos:

Usa o precedente do Salomão e entende que esse precedente se aplica, então


tem que seguir precedente da terceira turma, pois neste caso não havia
confusão do consumidor, mas sim risco expresso, se ele quisesse contratar a
apropriação indébita, haveria clausula própria. Ele entende que nesse caso o
consumidor não poderia ser engado ainda que não pudesse ter sido ....

Termina o voto mantendo o acórdão impugnado, dizendo que neste caso não
era cabível a ..os tipos penais eram diferentes e não houve confusão por parte
do consumidor.

O Ministro aplica o precedente da terceira turma, mas o problema é que havia


uma cláusula expressa da exclusão, e no caso concreto não havia. Logo, ele
não menciona que os casos são distintos. Ele tratou essa questão da cláusula
como opter dictum.

Ministro Raul Araújo: mantém as razões, mas sem reiterar e acrescenta que se
for admitir interpretação extensiva, isso poderia dar azo à fraude trabalhista.

Essa razão que o ministro Araújo acrescenta não é relevante para a conclusão,
pois não houve. Esse acréscimo que ele faz é opter dictum.

Ministra Maria Isabel:

Traz o argumento de que apropriação indébita é diferente de furto e roubo,


pois o núcleo do tipo penal é distinto.

Essa comparação clara do tipo penal não se encontra no voto do Ministro


Antônio Carlos.

O Ministro Luiz Felipe aplica precedente e permite a interpretação extensiva


quando você tem tipos penais distintos.

Isso é um precedente? Os 4 concordam com mesma tese jurídica que poderá


se propagar como uma ideia no futuro?

Precedente é uma ratio decideni, ou seja, uma motivação jurídica que pode ser
universalizada. O importante é que você tenha um acordo sobre a razão. Cada
um tem uma razão diferente.

Os ministros não se preocupam em fazer uma ratio decidendi que possa ser
clara para ser reprisada no futuro em casos similares.

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Duas técnicas:

1) Técnica de Wanbaugh: pega os fundamentos e faz a inversão dele, ou


você exclui. Se você consegue excluir e não faz diferença para o
resultado final. Isso será opter dictum. Caso contrário seria ratio
decidendi.

O que acontece quando tenho duas razões e ambas são adequadas para o
resultado final?

Ex: tenho o contrato de roubo e furto prevendo o risco. Sofri uma apropriação
indébita e além disso esse carro foi entregue pelo meu empregado e há
elementos que foi feito de fraude trabalhista (argumento do Raul Araújo- opter
dictum).

Vamos imaginar que a fraude não seja mero exemplo, ou seja, efetivamente
esteja provada a má-fé da empresa. Tenho duas razões para não dar o seguro
para ela: ela não contratou o seguro para apropriação indébita.

Essa razão é suficiente para não dar a cobertura securitária.

Oyra situação: ainda que tivesse precisão para apropriação indébita, está
provada nos autos que a empresa está tentando tirar. Se eu tiro a fraude, a
fraude se torna irrelevante? Se eu tiro o contrato ele se torna irrelevante? Não,
pois as duas razões são igualmente suficientes para me dar aquele resultado.

Se eu aplicar a primeira técnica (suprimir uma), essa supressão vai me dar


um falso resultado positivo, mas não, tem uma outra razão paralela que me
garante esse resultado.

Essa técnica não funciona quando você tem duas ratios igualmente
suficientes.

Aí foi criada a outra técnica. Não basta você inverter ou suprimir para saber o
que é relevante ou não, você também tem que comparar outros fatos
substanciais- aqueles que são suficientes para atrair a consequência jurídica.

2) Técnica de Goodhart:

Você tem que comprar os fatos substanciais, quais sejam, aqueles que são
suficientes para atrair a consequência jurídica.

Voto vencido é obter dictum.

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Quais são os vinculantes?
- art.927 CPC

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, §
1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em
julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e
da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para
a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou
de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade
de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por
questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.

No art.927 Temos precedentes que são mais vinculantes que os outros: posso
ir direto reclamar- controle concentrado, súmula vinculante, IRDR e IAC. Se
você tem um repetitivo inobservado, tem que recorrer; repercussão geral que
não foi observada tem que recorrer e se tiver Súmula do STJ e STF primeiro
exaurir a instância.

Isso é importante, pois o NCPC resolve o problema que o STF já estava


discutindo há muito tempo. Gilmar Mende e Eros Grau entendiam que o
recurso extraordinário teria eficácia vinculante sempre. Pois Gilmar mendes
adota a teoria de que o que vincula não é a conclusão, mas sim a ratio
decidendi. Então se eu pego um preso e ele tinha um pouco de maconha isso
terá que ser descriminalizado para todos que apresentam a mesma
quantidade.

Gilmar Mendes falou no caso da questão do crime hediondo (progressão da


pena): se eu estou fazendo isso para um caso, eu preciso fazer para todo

47
mundo. Até mesmo em Recurso extraordinário (que é um precedente), esse
precedente tem que vincular a todos.

STF: você diz que uma coisa é vinculante, você tem que estar apo a lidar com
a Reclamação.

Zavascki: criticou e disse que teria milhões de reclamações no STF. Ele


entende que o precedente é importante, mas nesse caso não vai adotar o
entendimento de que a ratio vincula, e dará uma resposta de ofício.

Quando o CPC pensou no art 927 ele diz que tudo vincula para gerar uma
cultura nos juízes para respeitarem a cultura dos precedentes.

Daniela Assumpção diz que 4 são magnético e os demais são vinculantes se


você quiser. Se você quiser vai ter que recorrer para alcançar o bem da vida.

Durante todo o código a gente usa o precedente. Se eu quiser uma tutela de


evidência (tenho prova documental e súmula vinculante) com um caso
repetitivo a meu favor, irei ganhar a tutela de evidência (eficácia autorizante).

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Não fez bem, pois caracterizou como opter dictum e sequer disse o porquê
estava decidindo de forma distinta.

Interpretação extensiva do contrato de seguro para fazer extorsão, mas não


aplica o precedente aqui. Se você for aplicar a ratio na extorsão, o risco não é
diferente, interpretação restritiva.

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Entende-se que tem uma ratio decidendi distinguindo e foi julgado pelo
plenário, logo será vinculante. Se não conseguiu achar uma razão, não faz
diferença, será julgada pela 4ª Turma e pelo Pleno, pois para ser precedente
vinculante tem que ser precedente.

11/08/17 (OUVIR AULA!!)


Professora: Drª Gisele Mazzoni Welsch
www.giselewelsch.com.br
gisele@giselewelsch.com.br

AULA 14
11.3 (sexta-feira)

PRECEDENTES JUDICIAIS NA SISTEMÁTICA DO CPC/15

Precedente Judicial
1) Origem: Países Commom Law: Inglaterra e EUA (diferenças
notáveis)

- Inglaterra: Séculos XI e XII: berço da common law – “Costumes da


Corte” catalogados nos statute books;

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- Século XIX: força vinculante do precedente judicial foi reconhecida:
caso Beamisch v. Beamisch, a House of Lords: obrigação de acatar as suas
próprias decisões já tomadas em casos análogos.

- EUA: Forma Federativa, cada Estado tem Poder Legislativo e Judiciário


próprios e cada Estado tem seu próprio sistema judicial e precedentes
independentes,

- Civil Law: precedentes Judicias (?) são persuasivos o obstativos de


revisão de decisões judiciais.

- BRASIL: Civil Law transformado com o passar do tempo e em


decorrência do Constitucionalismo, aproximando-se do sistema do
Commom Law: influência dos EUA: forma federativa de Estado,
modulação do Supremo Tribunal Fderal, sistema de jurisdição uma (sem
contencioso administrativo) e utilização de remédios constitucionais para
a defesa das liberdades (writs).

- 2) Conceito: Precedente Judicial é a decisão proferida por um órgão


jurisdicional sobre um caso concreto, cujo “núcleo essencial” tem o poder
de servir como paradigma (modelo) para posterior julgamento de casos
análogos.

3) diferenciações: não se confunde com costume (expressa-se por si


mesmo sem necessidade de mediação de órgão do Judiciário), decisão
judicial (nem toda decisão judicial forma um precedente, apesar de todo
precedente se originar de uma decisão judicial), jurisprudência (aplicação
recorrente de um precedente judicial), súmula (exprime a interpretação
de dada lei pelo Tribunal, resultado de diversos julgados reiteradamente
decididos da mesma forma), coisa julgada(garante segurança jurídica à
parte, tornando imodificável a decisão judicial proferida).
4) Elementos formadores: 1) “Ratio decidendi”; “Razão de Decidir”;
núcleo essencial da decisão com eficácia vinculante (tese jurídica que
transcende o caso concreto e pode ser utilizada em outras situações
análogas) – “Binding Effect”: parte do precedente dotada de efeito
vinculante (não se confunde com a fundamentação e com o dispositivo da
decisão); 2) “Obter dictum”: “razão secundária do precedente, não
determinantes para o deslinde da questão (caráter persuasivo).

5) Aplicação do Precedente Judicial: Método do “Distinguishing”:


verificação se o caso concreto se enquadra na “ratio decidendi” do
caso paradigma/precedente judicial (processo indutivo e empírico).

Processo indutivo do particular para o geral.

1) “Retrictive distinguishing”: interpretação da “ratio decidendi” de


forma restritiva, não a aplicando no caso atual e o julgando
livremente;

2) “Ampliative distinguishing”: Interpretação extensiva ao caso


concreto, mediante aplicação da decisão do precedente, em que pese
certas peculiaridade apresentadas.

56
6) Momento Criação Precedente: criação da tese/enunciado inovador
ou aplicação ao caso análogo posterior?
- José Rogério Cruz e Tucci: o precedente é criado quando a decisão
judicial inovadora é aplicada posteriormente a casos similares por um ou
mais julgadores;
- Luiz Guilherme Marinoni: “Ratio Decidendi” é criada pelo órgão que
elaborou o precedente judicial e ao julgador posterior compete somente a
oportunidade de interpretar e compreender o precedente. O qual já existe
desde o momento em que foi criado pelo órgão jurisdicional originário.

7) Vinculação Hierárquica dos Precedentes Judiciais:

- Commom Law: juízes têm o dever funcional de seguir os precedentes de


casos análogos, não bastando que s utilize como relevantes subsídios
persuasivos.
- Civil Law: precedentes judicais tem eficácia vinculante, a partir da
entrada em vigor do CPC/15: Arts: 926, 927 CPC/15 (rol de precedentes
formalmente vinculantes)
- Classificação: declarativos ou Criativos; Constitucionais (Brasil:
emanadas pelo STF) ou Comuns (questões infraconstitucionais); verticais
(oriundos de tribunais superiores) e horizontais (provêm de órgaõs
jurisdicionais situados no memso vível hierárquivo); commom law:
decisão vincula, em regra. O tribunal que a proferiu (“autorreferência”
jurisprudencial).

8) Formas de superação dos precedentes judiciais:


1) “overruling”: revogação total: o precedente judicial tem afastada toda a
sua eficácia vinculante, sendo substituído por outro;
- “express overruling”: revogação expressa e “implied overruling”:
“revogação implícita”;
- commom law: “jagged doctrines” – precedentes controversos que não
atendem aos padrões de “congruência social” e “consistência sistêmica”;
- “articipatory overruling”: dever funcional da corte de apelação de
decidir em consonância com a Suprema corte deixando de aplicar
precedente na iminência de revogação: técnica necessária no sistema
brasileiro.
- “prospective overruling”: modulação dos efeitos temporais da decisão
que altera um precedente judicial: regra: efeito “ex tunc”, mas,
considerando a razoabilidade e preservação da segurança jurídica, pode
ser atribuído efeito “ex nunc” para o futuro (aplicação análoga Controle
Concentrado de Constitucionalidade) – art.927, §3º CPC/15)
2) “Overriding”: Superação Parcial do precedente com a restrição da
extensão de sua incidência.
- Novo paradigma: Da Jurisprudência persuasiva aos precedentes
vinculantes;
- regra de julgamento: arts.926 (dever de estabilidade, integridade e
coerência) e 927 (rol de precedentes formalmente vinculantes – todos
obrigatórios???)
- função normativa da Jurisdição: necessidade de legitimação
democrática na formação do precedente judicial;
- necessária observância a critérios na formação da decisão/precedente
judicial: atuação e contribuição “AMICUS CURIAE”.
- art.927:
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

57
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, §
1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em
julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e
da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para
a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou
de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade
de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por
questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.

- precedentes/provimentos judiciais dos incisos I e II: qualidade


vinculativa apresenta origem constitucional (fontes primárias do Direito);
- precedentes/provimentos judiciais dos incisos III a V: força obrigatória
que os caracteriza advém do CPC/15 – uma lei ordinária federal, portanto
(fontes de segundo grau);
- os primeiros vinculam a todos indistintamente, Judiciário,
Administração Pública e cidadãos; os últimos detêm potencial vinculativo
capaz de obrigar apenas e tão somente juízes e tribunais e podem ser
afastados (não é “overrulling”), no caso concreto, em sede de controle
difuso de constitucionalidade, quando fundamentadamente (489, §1º
CPC/15) forem considerados contrários à Constituição Federal.
- “AMICUS CURIAE: art.138, 983 (IRDR), 1.038 (recursos especiais e
extraordinários repettitvos) CPC/15;
- Manifestação e Contribuição do “AMICUS CURIAE” é critério de
racionalidade na formação do precedente judicial: qualificação técnica
decisão, debate institucional e legitimação democra´tica, além de fator de
motivação/ fundamentação da decisão;
- terceiro interveniente, auxiliar do juízo e fator de legitimação da
produção normativo jurisdicional;
- faculdade (“poderá”) e não dever do juiz/relator: ???
- necessidade de ampliação da atuação do “AMICUS CURIAE” na
sistemática do CPC/15 (preservação CR/88).
- Arts. 976 a 987 do Novo CPC:
- Possibilidade de suspensão de casos análogos que versem sobre idêntica
questão de direito e que sejam capazes de gerar insegurança jurídica em

58
razão da coexistência de decisões conflitantes (risco à isonomia e
segurança jurídica – art.976, II).
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas quando houver, simultaneamente:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS


- o pedido de instauração do incidente será dirigido ao Presidente do
Tribunal pelo juiz ou relator, por ofício, pelas partes, pelo Ministério
Público ou pela Defensoria Pública (art.977, § único: documentos
necessários à demonstração dos requisitos para a instauração do
incidente).
Possibilidade da participação da sociedade civil no julgamento do
incidente: oitiva de interessados (pessoas, órgãos e entidades com
interesse na controvérsia), os quais poderão manifestar-se no prazo de 30
minutos, divididos entre todos, sendo exigida inscrição com dois dias de
antecedência (art.983, 984, II, “b”).
- havendo muitos interessados, o prazo poderá ser ampliado, a critério do
órgão julgador, (Art.984, II, § 1º). Naturalmente, O ministério ,,,
- julgamento no prazo de 1 ano com preferência sobre os demais feitos, a
exceção daqueles que envolvam o réu preso e habeas corpus (art.980).
Possibilidade de prorrogação do prazo por decisão fundamentada: §
único);
- não terá cabimento o reexame necessário em orientação adotada em
incidente de resolução de demandas repetitivas (art.496, §4º, III);
- Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos
que versem idêntica questão de direito e que tramitem na área de
jurisdição do respectivo tribunal (art.985, I);
- Aplicável a casos futuros que versem idêntica questão de direito e que
venham a tramitar no território de competência do respectivo tribunal,
até que mesmo tribunal a revise (art.985,II);
- da decisão que julgar o incidente caberá, conforme o caso, recurso
especial ou recurso extraordinário (art.987) - §1º O recurso tem efeito
suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional
eventualmente discutida.
- se houver recurso e a matéria for apreciada, em seu mérito, pelo STF ou
STJ...
- Não observada a tese adotada pela decisão proferida no incidente,
caberá reclamação para o tribunal competente e o processamento e
julgamento da reclamação (arts.988 a 993 CPC/15) serão regulados pelo
regimento interno do respectivo tribunal. (art.985, §1º)
- o Novo CPC ainda prevê a possibilidade do interessado requerer, durante
a suspensão, o pedido de tutela de urgência, que deverá ser dirigido ao
juízo onde tramita o processo suspenso (art.982, §2º).
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
- ART.947 cpc:
- Cabe em recurso, remessa necessária e processo de competência originária e
quando envolver questão de direito relevante, sem repetição em múltiplos
processos (IRDR);
- Legitimidade Ativa: Relator, MP, DP, Partes;
- Julgamento pelo órgão colegiado (Regimento Interno) e acórdão vincula todos
juízes e órgãos, exceto no caso de revisão: art.927, III- Precedente judicial

59
16/08/17
Professor: Rodrigo Klippel

AULA 15
15.1 (quarta-feira)

INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDA REPETITIVA

- O quê é IRDR?

Quando definimos o que é um IRDR, a primeira ideia que deve vir a nossa
mente é a de que se trata de um incidente processual. O incidente processual
é uma categoria interessante, pois o incidente significa que estou diante de um
procedimento iniciado por ato postulatório que não pôde ser enquadrado em
categoria mais específica, como ação, recurso. Surge no curso de um processo
já instaurado.

O IRDR não é uma ação, não é uma demanda, não é recurso, mas sim um
incidente processual, um procedimento que surge no curso de um processo já
instaurado.

Qual a razão de ser desse incidente processual? O IRDR apresenta uma


relação umbilical com a noção de precedente vinculante, de aplicação
obrigatória. A finalidade do IRDR é criar precedentes (análise contida dentro
do pronunciamento judicial apenas de questão de direito que se presta a
fundamentar a análises análogas em outros processos) vinculantes (temos
precedente de vinculação obrigatória).

O direito brasileiro é de matriz civil law- lei como principal das fontes do
direito. Mas o Brasil não poderia no estágio atual ser unicamente civil law.
Isso estava gerando problema seríssimo de decisões conflitantes sobre a
mesma questão.

Então, tivemos que importar do modelo Anglo Saxão do commom law no que
tange a ideia de precedentes, de que decisões judicias possam vincular
julgador, a fim de diminuir a sensação de injustiça diante de mesma situação
da vida e evitar interpretações distintas.

A gente importa o sistema de precedentes vinculantes e faz uma mescla de


commom law e civil law.

O que faz o precedente ser vinculante no modelo anglo saxão?


Primordialmente a sua qualidade. Ele não nasce vinculante, mas por conta do
respeito que a ele passa a existir, ele se torna vinculante.

Ex: caso Madison x Marbury (controle de constitucionalidade): quando esse


caso foi julgado, sendo proferido o voto, tendo em vista a qualidade da
informação, o precedente se tornou como aplicação obrigatória.

Já no Brasil ele vai nascer vinculante por força de norma legislativa, ou seja,
já iremos dizer que os precedentes são vinculantes, mesmo que a qualidade
tenha sido horrível.

60
Já que a gente vai dar vinculatividade por lei, vamos pelo menos criar
procedimentos que tenham a finalidade exclusiva de criar o precedente
vinculante, para que o Judiciário trabalhe melhor.

O IRDR é um dentre os procedimentos criados exclusivamente para que o


produto seja um precedente vinculante. Quando um desses procedimentos
está tramitando, já se sabe que aqui o produto será um precedente vinculante.

Em tese é possível que qualquer MS julgado pelo Pleno no TJ tenha como um


dos conteúdos um futuro precedente vinculante.

Ex: ajuizei MS requerendo que o Estado fornecesse a mim um remédio (à base


de maconha) para deter convulsões que tenho em excesso. Ele é caro, não se
encontra na lista de remédios fornecidos pelo SUS. Uma das respostas
possíveis é que, pelo exposto, concedo a segurança para fornecer o remédio X.
Na fundamentação ele vai dizer que como o Estado tem a obrigação de oferecer
a saúde aos cidadãos, e como Y tem que tomar o remédio X, ele terá direito ao
remédio.

MS impetrado no Pleno cria precedente vinculante. Orientações do Plenário


são vinculantes.

Faz muito sentido que nós tenhamos criado no NCPC o que a gente chama de
microssistema de formação concentrada de precedentes vinculantes.

- o Microssistema de formação concentrada de precedentes vinculantes

É um conjunto de procedimentos dentre os quais se destaca o IRDR, voltado a


constituir um precedente que vincule o Judiciário.

Quais os outros procedimentos que visam constituir precedentes vinculantes e


que fazem parte desse microssistema?

- IAC – incidente de assunção de competência;


- RE e RESP repetitivos;
- Súmulas vinculantes;

A palavra microssistema tem se tornado cada vez mais comum.


Quando a gente fala em processo civil coletivo, tem algum código? Não. O que
existem são várias leis que tratam de procedimentos coletivos (lei de ação civil
publica, MS coletivo, lei de ação popular, etc). Todas essas leis são leis
pequenas, e por isso, todas são incompletas. Às vezes o que falta em uma se
encontra previsto na outra.

Ex: tem uma ação civil pública tramitando, a qual foi ajuizada em face do
Estado. Acontece que vem a sentença e julga improcedente aquela. Cabe
remessa necessária? Primeiro lugar a se procurar é na lei de ação civil pública
(não há uma linha sobre remessa necessária).

Outra lei é o CDC, o qual também nada dispõe.

Isso significa que não cabe a remessa necessária? Aí que entra em destaque a
figura do microssistema. Antes de eu bater o martelo pela inexistência dessa
remessa, eu tenho que analisar as outras normas. Aí chego e leio a lei de ação

61
popular e lá tem uma regra que diz que se houver derrota do ente que defende
a coletividade em face do Estado, a remessa é diferente, cabendo remessa
necessária.

O MP está defendendo a coletividade em face do Estado.

1) Cabimento:

Art.976 do CPC
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas quando houver, simultaneamente:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
§ 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito
do incidente.
§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente
no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de
abandono.
§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por
ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede
que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.
§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um
dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver
afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou
processual repetitiva.
§ 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de
demandas repetitivas.

O que é efetiva repetição de processos?

O IRDR – existe uma quantidade expressiva de processos que discutem uma


mesma questão e temos um problema sério quando isso ocorre, ou seja, é
possível que o Judiciário decida a mesma questão de maneiras distintas.

Para que caiba o IRDR eu preciso que exista efetiva repetição de processos.
Precisa expor que em certo contexto já há a demonstração de que se tem uma
tese que irá se multiplicar.

Você vai escolher certo campo territorial (argumentar), ou seja, uma comarca,
um Estado como um todo, e irá demonstrar que já existem X processos que
estão se espalhando. Você precisa de demonstrar ao Judiciário, após escolher
a base territorial, que uma tese já começa a irradiar em vários processos.

PAREI 38:52

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas


repetitivas quando houver, simultaneamente:
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito;

Exemplo de uma demanda que se discute apenas questões de direito:

62
Ex: ICMS na conta de energia. Uma demanda como essa não há qualquer
discussão sobre os fatos, os quais são incontroversos.

Existem demandas em que você discute questões de fato e questões de direito.


Já existem outras demandas que você discute só questões de direito.

Você só pode se utilizar de IRDR para discutir questões exclusivamente de


direito, pois não existe precedente sobre fatos, que são discutidos por provas e
presunções.

É possível que o processo do qual o IRDR surja tenha questões de fato e de


direito, contudo ele só irá reger questões de direito.

II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

Quando eu observo esse conjunto de processos, devo perceber que do


julgamento deles em separado possa surgir um risco de isonomia e de ofensa
jurídica.

O que significa risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica?

Decisões em sentido contrário - se a gente tiver solidificado que há várias


decisões em contrário sobre a mesma questão, pois tenho o risco de que
pessoas em situações análogas tenho respostas distintas, isso gera
insegurança jurídica.

Ex: advogado do Banco- não quero o IRDR, por exemplo, em sentido favorável
ao contribuinte.

Uma decisão em contrário poderia caracterizar o risco de ofensa à isonomia?

Ex: tenho 50 liminares que versam sobre matéria cível. Um desses processos
chega como agravo de instrumento no TJ/ES. O desembargador profere uma
decisão cassando a liminar. Passa a existir um risco de ofensa, pois vários vão
seguir o desembargador? É uma argumentação que se pode tentar.

Está se desenhando na jurisprudência que eu preciso demonstrar a existência


de divergência.

O entendimento minoritário é que o IRDR fosse preventivo. Por exemplo, tenho


vários processos, mas ainda não existe a divergência. Mas se eu olhar em
outros Estados, eles estão decidindo de forma diferente. Para aplicar o
raciocínio do IRDR preventivo, seria interessante que se há outro
entendimento, pensemos que há um risco desse entendimento chegar aqui e,
portanto, aplicar-se-ia o IRDR logo.

O que vai vingar é que naquela certa estrutura jurisdicional já existem


decisões conflitantes.

Ex: vamos supor que chegue no TJ/ES uma apelação criminal. Ela ataca um
elemento em específico da sentença criminal, qual seja, a primeira fase da
dosimetria da pena. Quando você tem uma decisão que viola o dever de
fundamentação das decisões judiciais, ela é nula. O raciocínio normal seria
anular a sentença e pedir para ele fazer outra. Mas quando você faz isso, você

63
está ajudando o criminoso, permitindo que se demore mais e que gere, por
consequência, a prescrição.

Aplico ao processo penal o art.1013, §3º, IV do CPC, o qual diz que se a


decisão é nula, o TJ pode anulá-la e diretamente analisar o mérito. Essa é
uma regra do CPC e estamos querendo aplicar ao CPP.

Como vou usar o microssistema? Não é IRDR, pois não existe efetiva repetição
de processos. Isso é um incidente de assunção de competência.

Ex: advogo para um banco ou para um Estado. Apresento um ED da decisão.


Quando eu observo o conteúdo dela, verifico que é de agravo interno
(monocrática em apelação, e eu opus o chamado ED, apesar de ser um agravo
interno). O Judiciário vai fazer o quê? Está aplicando o princípio da
fungibilidade e vai receber pelo o que verdadeiramente é, ou seja, vai receber
como agravo interno aquilo que eu chamei de ED.

O judiciário usa a fungibilidade nas hipóteses que alguém utilizar o termo


IRDR.

É plenamente possível, pois o incidente de assunção de competência não


demanda muitos processos e nem de efetividade. Você poderá ter um processo
só, desde que ele apresente um relevo que extravase a importância daquele
processo.

Ex: tenho 200 processos que discutem a mesma questão de direito, mas
nenhum desses chegou ao Tribunal em agravo ou apelação. Alguns já têm
decisões conflitantes, mas não sentença, nem agravo ou apelação. O IRDR
pode ser suscitado nesse caso, ou é necessário que pelo menos algum desses
processos já tenham chegado ao Tribunal?

p.único do art.977:
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de
tribunal:
[...]
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar
a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária de onde se originou o incidente.

- consigo tirar duas interpretações desse parágrafo:

1) Necessariamente o procedimento que dá origem ao IRDR precisa ser um


recurso, remessa necessária ou processo de competência originária;

2) Se por algum acaso o processo que deu origem ao IRDR for recurso,
remessa necessário ou processo de competência do Tribunal, eu desloco a
competência do Pleno para julgá-lo, mas se for de origem do primeiro grau,
não.

TESE MAJORITÁRIA: O que provavelmente vai vingar? É que para que o IRDR
surja, é preciso que pelo menos um dos processos tenha chegado ao Tribunal
por recurso, remessa necessária ou processo de competência originária.

64
Ex: processos originários no Tribunal: mandado de segurança contra
governador, ação rescisória, HC (modelos de ação);
Processo no artigo significa só AÇÃO de competência originária no Tribunal?

Um dos procedimentos mais comuns de análise do TJ/ES que representa a


discussão de várias decisões em sentidos distintos que não é ação, é o conflito
de competência. Conflito de competência é reincidente.

- “processo” de competência originária, leia-se ação e reincidente.

O recurso que poderia dar ensejo ao IRDR poderia ser os embargos de


declaração?

IRDR visa criar um precedente vinculante de questão de direito. As questões


de direito precisam ser questões de direito material, ou podem também ser
questões de direito processual?

Existem questões de direito processuais bem relevantes que a gente discute


em ED? Sim.

Ex: ED tem efeito suspensivo? É uma questão de processo que só nasce


quando os ED nascerem.

É obvio que eu posso ter IRDR’s sobre questões processuais referentes aos ED.

Qual a hipótese mais comum de ED? Omissão.

A omissão que você alega em ED pode ser uma questão de ordem pública?
Sim.

Ex: tenho o processo X, que está correndo na 1ª Câmara Cível do TJ/ES.


Quando se observou a questão de direito que ele trata, verificou-se que os
requisitos do IRDR, em tese, estariam preenchidos. Uma das partes que
verificou. Uma das partes por meio de petição suscita o IRDR. A competência
do IRDR é do Pleno. Chega ao Pleno a discussão e um relator é escolhido para
dizer se o IRDR é admissível ou não. O relator do IRDR não é o relator da
causa piloto, da qual ele se desdobrou. O julgamento dessa causa já foi
iniciado e o IRDR ainda está na fase de admissão.

Nesse caso cabe alguma tutela de urgência dentro do IRDR para suspender a
tramitação daquela causa, ou quando o IRDR foi suscitado, a causa deveria
ter sido?

A tutela de urgência nesse caso se dá por plausibilidade, por uma questão de


grande plausibilidade eu já suspenderia o recurso?

A tramitação é errada? A partir do momento que o IRDR foi suscitado, deveria


redistribuir os autos para o relator do Pleno?

Hoje existe um voto dizendo que esse IRDR é incabível, pois não conseguirá
ser julgado antes de acabar o julgamento da causa.

Temos o particular se tornando mais importante que o público, sendo que a


lógica do IRDR e o contrário.

65
O IRDR foi pensando originariamente como sendo incidente de competência de
TJ’s e TRF’s. O IRDR poderia ser proposto no STJ?

O IRDR seria cabível lá também. Quando a gente observa uniformização dos


Tribunais Superiores, elas não têm o condão de criar precedente vinculante.

O IRDR tem uma grande vantagem, pois é possível que ele seja suscitado pelas
próprias partes.

Quando eu digo que certo instrumento é cabível, costumamos falar em


requisitos de admissibilidade positivo e negativo, por exemplo, pressupostos
processuais, recursos.

Em sede de IRDR também temos requisitos de cabimento negativo: §4º


Art.976, §4º
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas quando houver, simultaneamente:
[...]
§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um
dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver
afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou
processual repetitiva.

A ideia básica e que já houve a afetação, a escolha do recurso especial que


será o recurso modelo para que se utilize o procedimento dos recursos
repetitivos. STJ já escolheu dentre aquele processos qual será utilizado para
se criar o precedente vinculante pelo procedimento dos repetitivos.

Seria ótimo se os órgãos do Judiciário trabalhassem de forma integrada. É


possível que um IRDR tenha seu julgamento iniciado no ES e depois se afete
um especial para que ele seja a base do especial repetitivo?

Por que seria incabível o IRDR, se antes dele ser iniciado já houvesse afetação
do especial? Falta de interesse na modalidade especial. Para que eu vou criar
um precedente no TJ/ES se o STJ já vai criar um?

O IRDR foi admitido, estamos na tramitação para chegar no seu julgamento de


mérito. Depois disso, se afeta um recurso especial para que haja o
processamento dos repetitivos. Poderíamos considerar que há uma falta de
interesse/ necessidade superveniente?

O professor acha que é falta de interesse superveniente. De que adianta a


insistência da formulação do precedente estadual, sendo que terá o problema
do precedente estadual ser diferente do precedente nacional?

Não há qualquer hipótese narrado no CPC sobre isso, mas se for pensar por
lógica acerca do motivo do não cabimento, teríamos que defender uma
hipótese de carência de interesse superveniente.

Há outra hipótese da falta de interesse no IRDR, tirando essa expressamente


posta?

66
Para que terei IRDR se eu tenho precedente vinculante que nasceu da
assunção de competência?

Se eu propuser o IRDR ele será inútil, pois no ES a força do precedente


vinculante de assunção de competência tem força igual ao que tem um
precedente vinculante de IRDR.

Orientações do plenário são precedentes vinculantes- se já existir uma


orientação no plenário, torna-se desnecessário o IRDR.

Premissa 1: via de regra, a eficácia do precedente em IRDR abrange um certo


Tribunal. Se o IRDR é do TJ/ES, vincula os magistrados do ES.

A única diferença que existe entre forças vinculantes não é apenas quanto à
abrangência territorial.

Se alguns precedentes vinculantes forem descumpridos, posso buscar a


cumprimento por meio de reclamação.

O que é a reclamação?

Via de regra, chegamos ao STJ por meio de recurso especial, que é inadmitido
na origem.

2) Procedimento

No curso do IRDR pelo menos dois julgamentos serão realizados. Primeiro o


Pleno irá analisar se o IRDR é admissível, vai verificar se existe efetiva
repetição de processos que contenham controvérsias sobre questões de direito,
risco de ofensa à isonomia e segurança jurídica, ou qualquer hipótese de
ausência de interesse/necessidade.
Se o julgamento for positivo, existe uma fase de instrução e, ao final,
julgamento de mérito.

Quando ele for julgado, não iremos julgar só a questão que será objeto do
precedente vinculante, quando julgarmos o IRDR, o CPC diz que o Pleno irá
julgar todo o processo. É possível que o processo envolva uma grande baixaria
de família.

Deverá fazer julgamentos apartados ou um voto só? Apenas um voto.

Ex: apelação - analisa as questões de fato e depois as de direito. Quando


analisar as questões de direito, aquela questão que é objeto do incidente
deverá ser explicitada ela, e na hora do dispositivo, irá explicitar que a questão
é de voto do incidente.

Quem vai julgar o processo e todas as questões de fato e de direito é o


Colegiado.

Ex: Suponhamos que o IRDR tenha se dado no caso em que o ES seja uma
das partes numa demanda tributária. A União tentou acabar com a ação civil
pública por conta de questões tributárias. Hoje posso ter ACP por questões de
tutela homogênea tributária? NÃO.

67
Agora o IRDR poderá versar sobre questão tributária, o que fará as vezes, de
certa maneira, da ACP.

Ex: Tenho 500 ações tributárias correndo no ES com a mesma tese e tenho
60% dos juízes decidindo a tese de um jeito e os outros 40% de outro jeito.
Alguns desses processos já chegam ao TJ. Nesta hipótese será cabível IRDR.
Uma vez admitido, todos os processos são suspensos. Quando o IRDR julgar
aquela questão, teremos o precedente vinculante e o mesmo julgamento nos
500 processos. Caso não faça isso, caberá reclamação.

Quando a gente pensa nesse IRDR, seria possível que o Estado desistisse do
processo piloto? Sim.

Agora, se ele desistir o IRDR cai ou não? Não, ele continuará mantido.

Isso pode ser considerado, a depender do caso concreto, uma exceção àquela
ideia de que o IRDR nasce e tem que morrer um incidente.

Se o recurso que deu origem ao IRDR for um agravo de instrumento, não tem
um problema, pois ele continuará sendo um incidente, pois o processo no
primeiro grau continua correndo. Mas é possível desistir da apelação, coisa
julgada. Neste caso, eu posso considerar que por exceção expressa de lei,
mesmo que ele deixe de ser incidente ele será julgado, pois neste caso o
princípio que o legislador teve foi o de boa-fé.

Ex: recurso inadmitido, pois intempestivo, poderia julgar o IRDR ou falta


preparo? Pode julgar o IRDR? Você só descobre isso quando no final você
precisa de julgar o recurso. Por analogia poderá usar a regra que a desistência
não afeta a análise?

Qual efeito processual que a desistência do recurso gera? Quando alguém


desiste do recurso ele é inadmitido.

Diante de uma inadmissão por desistência, o IRDR tem que ser julgado
mesmo assim.

Intempestividade e falta de preparo geram inadmissibilidade.

Qualquer que seja o motivo de inadmissibilidade, a priori, que não soa


desistência, mesmo se o IRDR for suscitado, ele deverá ser julgado.

O que fundamenta você julgar o IRDR é a proteção da boa-fé e primazia do


interesse público sobre o privado. Nos outros dois casos não tem que julgar
isso intempestividade e falta de preparo.
Então, a razão de você admitir o IRDR ser julgado na hipótese de desistência,
não seria totalmente aplicada nas hipóteses de intempestividade e deserção.

O Professor defende que qualquer inadmissão não impediria o IRDR.

Talvez uma poderia impedir- irregularidade formal. A irregularidade formal


representa a inépcia do recurso. Quando apresenta deformidades quanto à
causa de pedir ou pedido.

Ex: não há causa de pedir.

68
Irregularidade formal é a inépcia que ataca pedido recursal, causa de pedir
recursal e também elementos relacionados à ausência de documentos que o
recurso tenha que trazer.

Quando penso em uma inadmissibilidade que poderia impedir o IRDR a


irregularidade vem à cabeça.

Já pensou se for analisar efetivamente a questão que será objeto do IRDR -


não impugnou aquela questão adequadamente. O IRDR precisa julgar uma
questão X (objeto do precedente), por exemplo, se o medicamento Y deve ou
não ser fornecido. Quando vamos ler as razões recursais observamos que a
impugnação é péssima. Isso significa que o Tribunal escolheu mal a causa
piloto. Ele olhou mais a decisão do que o recurso. Nessa hipótese, consigo
imaginar uma possibilidade de que seja inadmitido o recurso e não julgado o
IRDR.

Findo o juízo de admissibilidade, o qual foi mal feito, quando chega no mérito,
o relator diz que tinha hipótese de inadmissão que ele não havia visto. Existe
preclusão para isso? Em todo sistema recursal não temos preclusão para
análise de admissibilidade.

O professor não vê problemas quanto a isso.

Ex: tenho o processo X com recurso que bate na primeira câmara cível do TJ.
O relator olha para aquele recurso e num primeiro momento ele conclui que
existe uma questão que se repete em outros processos e está sendo julgado de
maneira distinta. Ele suscita o IRDR para a questão X e escolhe o relator no
Pleno. O relator vai ler o processo e quando está lendo percebe que além da
questão X tem uma outra muito mais interessante que é a questão Y.

É possível que o relator do IRDR de ofício alargue seu objeto e insira no objeto
de IRDR outra questão? O professor não vê qualquer impedimento, até mesmo
por uma questão de segurança jurídica.

Legitimidade

Art.977, p.único: Se para o IRDR seria necessário já existir um procedimento


no Tribunal? Há a posição pelo procedimento no Tribunal e a posição
contrária.

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de


tribunal:
[...]
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos
necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a
instauração do incidente.

Quando ele falou pelo relator ele diz desembargador e quando falou juiz mirou
juízes de Primeiro Grau.

O precedente vinculante que foi criado em IRDR terá uma importância social
muito grande, impedindo decisões conflitantes e poderá acelerar a prestação

69
da tutela jurisdicional nos casos com improcedência liminar, vários motivos de
ordem pública farão esse interesse social.

O MP tem legitimidade para propor qualquer IRDR, independente do assunto?

Ex: tenho uma discussão entre mim e o Bradesco. Mesma discussão que eu
tenho outras 300 pessoas tem. É um direito nitidamente patrimonial
disponível. Muitos vão dizer que o MP não poderia ajuizar uma ACP. É papel
dele buscar que haja uma incidência igualitária, é um papel social.

O MP tem a legitimidade para o IRDR análoga a da ACP, ou na verdade ele tem


legitimidade para qualquer IRDR exatamente por questão do caráter
publicístico do mesmo.

O MP só intervém em causa que tem interesse público, como custus legis: se o


MP não suscitar o IRDR será chamado para ser custus legis em todos eles,
pois existe interesse público.

- defensoria pública:

A razão de ser da defensoria pública é diferente- tutela de hipossuficientes.

Defensoria pública x processo coletivo: a defensoria deve assistir só os


economicamente hipossuficientes? Ou pode ter legitimidade um pouco mais
ampla?

Em ações coletivas tem legitimidade? Mas para qualquer ACP ou só para


aquela que ela substitui um grupo de pessoas pobres?

Os defensores públicos tem uma tese interessante, sustentam que tem


legitimidade para tutela dos hipossuficiente organizacionais.

Ex: não conseguimos nos organizar para resolver problema ambiental que
arregaça nossa saúde.

A Defensoria defende que teriam legitimidade para ações de hipossuficiência


econômica e organizacionais (consumidores e pessoas que fazem parte de
grupos que titularizem direito ambiental).

Problema para consumidores é que o STJ disse que defensoria só pode


substituir consumidor economicamente hipossuficiente.

17/08/17
Professor: Marcos

AULA 15
15.1 (quinta-feira)

70
1º equívoco: julgamento monocrático, pois ele tem que ser Colegiado.

Art.978, púnico.

Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento


interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do
tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar
a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária de onde se originou o incidente.

71
O julgamento deve ser colegiado e não monocrático.

2º equívoco: repetição de processos:

Art.87 do FPPC- A instauração do incidente de resolução de demandas


repetitivas não pressupõe a existência de grande quantidade de processos
versando sobre a mesma questão, mas preponderantemente o risco de quebra
da isonomia e de ofensa à segurança jurídica.

O instituto alemão demanda 51 processos para instaurar o IRDR alemão.

A discussão que temos é: para eu ter essa divergência eu preciso ter uma
repetição disseminada ou posso ter a potencialidade de decisões conflitantes?
Poderia ser fundamentado das duas formas.

Segundo o professor a função do instituto é pacificar decisões contraditórias


disseminadas em todo o Poder Judiciário.

E mais, a função do IAC seria atuar uma nova forma preventiva.

IAC e o IRDR são institutos irmãos- IAC (atuar de forma preventiva) IRDR
(atua de forma repressiva).

Os Tribunais têm sinalizado de que é preciso de fato uma disseminação dos


casos.

3º equívoco: Processos existentes no Tribunal:

Esses processos precisam estar no Tribunal?

Entendimento majoritário: pressupõe um processo no Tribunal. (fiquei em


dúvida)

Neste caso, a função preventiva antes de chegar ao Tribunal serve para o IAC e
não ao IRDR.

Leonardo Carneiro da Cunha e Eduardo Talamini: a questão deve estar


disseminada.

- Corrente majoritária: enunciado 344 do FPPC- a instauração do incidente


pressupõe a existência de processo pendente no respectivo Tribunal. Fredie
Didier e Leonardo Carneiro da Cunha. Parágrafo único do art.978 exige órgão
colegiado.

- Corrente minoritária: Sofia Temer e Aluísio Gonçalves de Castro Mendes:


burla ao processo legislativo, inconstitucionalidade do art. 978, § uni (inserido
como emenda de redação).

4ª equívoco: questões processuais:

Aparente consenso doutrinário: cabível IRDR em relação a questões


processuais.

72
Art.976, §4º.
§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um
dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver
afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou
processual repetitiva.

No tocante a repetitividade, posso afetar questões de direito material também.

- Momento de admissão:
Art.982, I
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam
no Estado ou na região, conforme o caso;

É imperativa a suspensão dos processos, inclusive os processos coletivos.

Então, no momento da admissão do incidente, ainda que eu tenho uma ação


coletiva, de repercussão em massa, ainda assim esse processo será suspenso.
Essa suspensão tem gerado muitos problemas práticos.

Há um dever de comunicação do IRDR. Os Tribunais tem um cadastro dos


IRDR’s admitidos.

- Após o julgamento:
Art.985
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:
I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica
questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo
tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo
Estado ou região;

Qual é o efeito da coisa julgada coletiva? Erga omnes. E a decisão do IRDR?


No tocante a ação coletiva os efeitos são erga omnes, inclusive para além do
território.
O legislador não pensou que por uma via obliqua eventualmente a extensão
dos efeitos da coisa julgada coletiva pode corresponder à tese firmada no
IRDR. Por essa via transversa Um Tribunal pode decidir uma questão em
âmbito nacional pelas regras de direito coletivo que estabelece uma coisa
julgada erga omnes.

- Ministério Público: é obrigado a assumir a causa?

Art.976, §1º e §2º

73
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas quando houver, simultaneamente:
§ 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito
do incidente.
§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente
no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de
abandono.

O termo “deverá” é norma cogente? O MP é obrigado? Obs: o CPC não previu


essa solução.

- art.28 do CPP
- art.9º da LACP
- art.5º, §3º da LACP

No processo coletivo se o autor coletivo desiste da ação, o MP é


necessariamente intimado para assumir a ação coletiva. Mas ele é obrigado a
assumir? Não, pois pode ser que a ação coletiva esteja mal instruída e o MP
poderia elaborar uma PI mais adequada à pretensão. O MP tem uma
autonomia funcional.

Então, para as ações coletivas se fala do principio da disponibilidade mitigada-


aqui caso alguém não assuma a ação coletiva (processo coletivo) isso está
dentro da seara das atribuições do MP, não o tornando obrigado a assumir.
Mas existem métodos para fazer com que ele assuma essa causa.

Ada Pelegrini:
- CPP: enviar para o procurador geral para ver se ele oferece a denúncia. E aí
temos uma lacuna normativa.

No caso do IRDR para resolver. Será aplicada a analogia? Art.28 do CPP? No


IRDR não tenho uma regra específica para dirimir esse problema. Aplico art.
28 do CPP ou art.9º da LACP?

Poderíamos imaginar tanto a aplicação do CPP quanto da LACP – o código não


previu a rejeição do MP em assumir o IRDR e também poderia imaginar que é
cogente a assunção do IRDR pelo MP.

-Art. 980:
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de
habeas corpus.
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos
processos prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em
sentido contrário.

74
-art.982, I:
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam
no Estado ou na região, conforme o caso;

Quem faz a admissibilidade do recurso especial no TJ/ES? Vice-Presidente. A


suspensão em todo território nacional vai nascer daquele órgão competente
para admissibilidade do recurso.

Então, se a gente fizer simplesmente uma aplicação literal do dispositivo, para


o órgão jurisdicional competente para admissibilidade do recurso especial,
como é do vice-presidente, ele poderá ter sim poderes para eventualmente
suspender as demandas individuais e coletivas em todo território nacional
(doutrina minoritária).

- suspensão nacional pelo Vice-presidente: quem faz a primeira


admissibilidade do recurso especial e extraordinário?

Art.982, §3
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
[...]
§ 3o Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado
mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal
competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão
de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional
que versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.

No tocante ao prazo máximo, é de um ano (na prática é sine die), salvo decisão
fundamentada do relator.

Interesse recursal: possibilidade do amicus curiae (não tem interesse jurídico


nem institucional- não é parte, mas sim terceiro) que não é parte tem
legitimidade para recorrer no IRDR.

Essa decisão não terá repercussão nacional, pois foi decidida pelo Tribunal
Local.

Se o MP quiser que essa decisão vincule todo o país constitui um interesse


recursal legítimo que faça com que ele interponha esse recurso e venha uma
decisão do STJ/STF que pacifique uma decisão em todo território nacional?
Ao MP é atribuído a função de custus iuris e não custus legis. Então por esse
aspecto ele tem interesse em recorrer.

Será que outros legitimados poderiam ter esse interesse? Defensoria Pública,
por exemplo.

75
- art.987, §2º

Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário


ou especial, conforme o caso.
[...]
§ 2o Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo
Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no
território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem
sobre idêntica questão de direito.

- art.138, §3º
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
[...]
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de
resolução de demandas repetitivas.

Obs: essa questão tem resposta aberta.

- superação
Art.489, §1º, VI
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
[...]
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
[...]
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.
O juiz em primeira instância poderia julgar contrariamente ao precedente
firmado em IRDR? Poderá sim julgar de forma contrária ao IRDR. A chave para
matar a questão é que o IRDR é necessariamente um ônus argumentativo que
está sobre a responsabilidade do juiz, o qual terá que embasar pela ratio
decidendi do IRDR...

(SAI MAIS CEDO- PEGAR O RESTANTE)

76
Art. 1037, §9º, 10º, 11º e 13º CPC (aplicação analógica)
Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior,
constatando a presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá
decisão de afetação, na qual:
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e
aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte
poderá requerer o prosseguimento do seu processo.
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9o será dirigido:
I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou
recurso extraordinário no tribunal de origem;
IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso
extraordinário cujo processamento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o
§ 9o, no prazo de 5 (cinco) dias.

Nenhuma ilegalidade. Não há necessidade de afinidade entre as decisões.

Art.982, §3º
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
[...]
§ 3o Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado
mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal
competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão
de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional
que versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.

a) Reclamação, embargos de declaração (comissão do julgador) Resp e RE.

b) Ação rescisória (art.966, §5º).

77
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida
quando:
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo,
contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em
julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de
distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe
deu fundamento. (Incluído pela Lei nº 13.256, de
2016) (Vigência)

18/08/17
Professor: Camilo
camilo@usp.br

AULA 15
15.3 (sexta-feira)

Indicação: Livro de coisa julgada coletiva-

IRDR é uma das formas de criação de precedente vinculante- art.926, art.927


e art.928 do CPC.

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la


estável, íntegra e coerente.
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento
interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua
jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, §
1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em
julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e
da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para
a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou

78
de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade
de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por
questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.

Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos


repetitivos a decisão proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de
direito material ou processual.

Precedente é o sentido exato da norma dado pelo Tribunal.


Nós adotamos a ideia de decisões que vinculam, sobretudo com uma função
muito clara- resolver problemas de massa. É a expressão literal do art.928 do
CPC (IRDR).

Boa parte da novidade dos precedentes dizem respeito a precedentes aplicados


a demandas repetitivas.

A grande linha inovadora do CPC/15 sobre precedentes vinculantes é usar a


ideia de uma decisão que vincula para resolver demandas de massa.

Eu não revogo o processo coletivo, mas aposto muito mais no precedente vindo
de um IRDR do que de uma ação coletiva. Isso, pois temos uma regra que diz
que a admissão do IRDR suspende, inclusive, o processo coletivo.

Na verdade o que o IRDR faz é uma coisa que já existia no sistema do CPC
anterior (código reformado a partir do recurso especial repetitivo). A ideia era
que a partir do momento que tenho demandas repetitivas, e o STJ afeta um
recurso, todas as outras demandas que tenham uma correlação também serão
suspensas. Quando o STJ decide o recurso especial repetitivo, a decisão se
aplica a todos os outros casos. É o julgamento por amostragem. Quando o
tribunal decide, seja um recurso especial ou um IRDR, ele está partindo do
pressuposto de que aqueles casos são repetitivos, logo, há uma semelhança
entre eles. Então, é nessa medida que o IRDR não é absolutamente novo.

Por que eu preciso aguardar que a questão repetitiva chegue até o STJ para só
então suspender todos esses processos? Aí que surge o IRDR.

A efetiva repetição não requer necessariamente que as decisões já sejam


contrárias, mas sim a mera potencialidade de ser.

O tema precedente brasileiro não tem nada a ver com o norte americano, ele
se aplica com grande força para temas repetitivos, que está inserido o IRDR, e
dentro dessa inserção, não há novidade da técnica utilizada por ele, mas sim
uma necessidade de se admitir o incidente aqui considerado (antes era o
recurso no STJ), para suspender esses processos para que a gente busque a
mesma decisão.

Por que não temos um IRDR diretamente no STJ ou no STF?

79
Quando eu digo que o órgão competente para o julgamento do IRDR são os
tribunais locais (TJ, TRF, TRT), em tese eu posso ter 27 IRDR tratando do
mesmo assunto. Uma matéria como essa de violação a uma lei federal, que
gera uma repercussão dessa natureza, é claro que ela também será em algum
momento recorrida ao STJ.

O STJ já tem um precedente em que ele suspende as ações a partir da


admissão de um IRDR no Brasil.

Questões fundamentais da conformação dessa figura, que é para resolver


demandas de massa, na verdade se projetam como ondas que produzem
efeitos em outros temas ainda no IRDR.

Críticas do professor: é claro que dentro dessas demandas repetitivas há uma


certa homogeneidade dos casos. Por mais que exista uma grande
homogeneidade entre os casos, estamos falando de precedentes. Portanto,
precisamos ter muito cuidado em caracterizar as características desse
precedente, seja para suspender (momento de admissão), seja para aplicar o
precedente.

Se partirmos dessa premissa que o IRDR surge na nossa realidade como uma
espécie de salvação da pátria no poder judiciário dos números que temos como
demandas repetitivas, o professor vê um risco desse instituto ser utilizado de
forma grosseira, simplesmente com a intenção de resolver em uma única
canetada, uma quantidade enorme de processos.

Ex: PI com cumulação de pedidos. Um dos pedidos é repetitivo e tem IRDR ou


RE..o que os juízes fazem? Suspendem o processo inteiro. Isso está errado. Os
outros pedidos nada tem a ver com esse para qual já existe IRDR admitido. Ele
tem que suspender o pedido e não o processo. Inclusive, o fatiamento do
julgamento de mérito. Se existe o IRDR sobre um pedido e os outros não, como
eu já julgo um dos pedidos e os outros não?

Art.926 a 928 é o momento de criação do precedente.

Duas figuras fundamentais do código que tem a ver com o IRDR-


improcedência liminar do pedido (art.332 CPC).

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,


independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o
pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do art. 241.
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo,

80
com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do
réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

O código diz quais os precedentes que o juiz utiliza para usar dessa maneira.
Umas dessas espécies é o IRDR.

Por que o réu nunca foi citado, não teve contraditório, por que isso não é
ilegal? Porque ele ganhou o processo.

Ex: entro com uma ação, digo ao juiz que tem o IRDR que trata do meu caso.
Existe o julgamento do IRDR e eu quero que julgue liminarmente meu pedido
sem citar. O juiz não pode fazer isso. Não existe procedência liminar do
pedido, mas sim uma tutela de evidência baseada no IRDR. Se eu tiver o IRDR
que diz que o autor tem direito, o juiz pode dar uma decisão favorável ao
autor, mas ela é provisória.
Ex: improcedência do pedido, pois o IRDR se aplica ao caso. Errado. A parte
ajuíza a ação, o juiz vê que tem um IRDR que se aplica ali, mas primeiro
manifesta-se o autor sobre a possível aplicação do IRDR tal.

Tem gente sustentando que se o autor disse que o IRDR diz isso mesmo, mas
que é um absurdo, o juiz que tem que mostrar no TJ isso. Tem gente que
sustenta litigância de má-fé por litigar contra texto expresso de lei. Com essa
ideia de IRDR geraria a litigância de má-fé litigar contra texto expresso de
precedente.

Ocorre que o autor pode ter trazido uma hipótese de extinção.

Ex: eu peço 10.000,00 nos danos morais porque fiquei sem água e digo que
não se aplica aquele precedente, pois os fatos são diferentes, ou no caso de
um tributo, demonstro que o fato gerador é diferente.

Às vezes parece que tem muito automatismo por trás do IRDR, mas se a gente
levar á sério os princípios constitucionais, isso não pode ser levado tão a serio
assim.

REQUISITOS IRDR

O código erra ao dizer que cabem IRDR para questões exclusivamente de


direito.

Nos processos civis sempre existe matéria de fato e de direito. A questão é que
a controvérsia recai sobre a questão de direito. Mas sempre terei a questão de
direito à luz de uma matéria fática.

Se o IRDR for julgado improcedente, as demandas que já estavam suspensas


ou que serão propostas deverão ser julgadas improcedentes.

E se o IRDR for julgado procedente? Por vezes podemos ter até mais demandas
que temos hoje.
Constitucionalidade dos precedentes: quem defende a constitucionalidade
questiona porque o IRDR é constitucional mesmo sem emenda? Pois a SV
vincula administração, o IRDR não vincula a administração pública, ele
orienta apenas.

81
Art.985 CPC

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:


I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica
questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo
tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo
Estado ou região;
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a
tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do
art. 986.

Não é tese jurídica, mas um precedente à luz do caso concreto.

A súmula como nós temos hoje é uma tese. Na verdade, ela tem a mesma
caraterística de um artigo de lei.

Art.926,§2º:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la
estável, íntegra e coerente.
[...]
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Boa parte das ações repetitivas é exatamente porque o Estado descumpre


direitos do administrado e depois descumpre decisões judiciais.

Então no fundo o que estamos tentando resolver é um problema que o próprio


Estado já poderia ter resolvido.

Risco de julgamentos contraditórios entre vários TJ’s ou TRF’s sobre a mesma


questão:

Art.976, §4
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas quando houver, simultaneamente:
[...]
§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um
dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver
afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou
processual repetitiva.

Art.982:
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:
I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam
no Estado ou na região, conforme o caso;
II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no
qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze)
dias;
III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de
15 (quinze) dias.
[...]
§ 3o Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado

82
mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tribunal
competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão
de todos os processos individuais ou coletivos em curso no território nacional
que versem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.
§ 4o Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no
processo em curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é
legitimada para requerer a providência prevista no § 3o deste artigo.

Mantém a competência da admissão para o Tribunal local, mas diz que é


possível que tanto a parte que já e parte no IRDR, quanto aqueles que podem
provocar (MO, relator, Tribunal), podem...

Relator: MINISTRO PRESIDENTE DA COMISSÃO GESTORA DE


PRECEDENTES
Requerente: União
(29170071428-1)

A primordial função do amicus curiae na formação de precedentes?

Existe alguma outra figura dentro do código que serviria também para unificar
a jurisprudência dentro do Tribunal que não fosse o incidente? Existe o
chamado incidente de assunção de competência (cabe quando a matéria não
for repetitiva).

O professor acha complicado uma matéria que tem julgamento divergente e


que não tenha caráter repetitivo.

O código está estimulando muito mais o IRDR do que o incidente de assunção


de competência. O incidente da divergência surge a partir de decisões
diferentes no mesmo assunto. Já o IRDR tenta resolver isso antes de surgir
essa divergência.

Portanto, se o IRDR funcionar como aposta o legislador, não irá sobrar espaço
para incidente de assunção de competência, pois as demandas serão
resolvidas de maneira uniforme pelo IRDR.

23/08/17
Professor: Thiago Ferreira Siqueira
e-mail: thiago_siqueira@hotmail.com

AULA 16
16.1 (quarta-feira)

TEORIA GERAL DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

1) Noções gerais

Para que o resultado do processo posa ser útil para as partes, é necessário que
vá além da simples prolação da decisão judicial e vá até o plano dos fatos.

83
Nos casos em que a execução se faz necessária a atividade executiva é parte
integrante da garantia do art.5º, XXXV da CR/88- inafastabilidade da
jurisdição.
Fundamenta na execução é satisfazer o interesse do credor.

Ex: ação condenatória em face de X. X é citado e quer desistir dessa ação. O


réu tem que anuir com a desistência? Depois da citação sim.

E na execução? Preciso da anuência do réu para desistir da ação? Não.


O resultado esperado é favorável ao exequente.

Súmula 240 STJ- exige que para extinção do processo de conhecimento por
abandono de causa pelo autor, é necessário requisição do réu.

A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de


requerimento do réu.

Tutela executiva: equilíbrio entre exigências opostas:


- Art.4º
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral
do mérito, incluída a atividade satisfativa.

- art.797
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o
concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que
adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada
exequente conservará o seu título de preferência.

- art.805, p.único:
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução,
o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais
gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob
pena de manutenção dos atos executivos já determinados.

Só posso falar em princípio da menor onerosidade possível quando eu tiver


mais de uma opção, caso contrário, será aquela única medida mesmo que será
aplicada.

(STJ, Resp 1417531/ SP, Rel Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 10/06/2014, DJe: 18/06/2014)

(STJ AnInt no AREsp 1047237/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL


MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/05/2017, DJe 05/05/2017)

- Art.835
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição
financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com
cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;

84
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de
alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais
hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias
do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança
bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do
débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa
dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também
será intimado da penhora.

Prevê uma ordem de bens a serem penhorados, a qual é pensada em colocar


em primeiro lugar a penhora de bem que vai servir de maneira mais fácil à
satisfação do bem do exequente, logo, temos o dinheiro.

No CPC/73 tínhamos uma ordem preferencial. No NCPC prevê que a ordem é


prioritária e não mais preferencial.

Só em hipótese do executado não ter dinheiro é que poderei pensar em mexer


na ordem do código.

Menor onerosidade possível: escolha dos bens a serem penhorados

CPC/73:
- Art.655, I

Súmula nº 417 STJ:


Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não
tem caráter absoluto.

2) Meios executivos

Atipicidade dos meios executivos: CPC 73 X CPC 2015


CPC 2015:
Art.139, IV
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
[...]
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

CPC 73:

85
Art.461, §5º

Para executar determinada ordem o juiz pode determinar uma medida. No


CPC/73 para a execução das obrigações de fazer, não fazer, entrega de coisa, o
juiz podia adotar a medida mais adequada ao caso concreto.

Vigia o princípio da atipicidade dos meios executivos.

O grande problema é que para as execuções de quantia certa o juiz não


poderia adotar medidas não previstas em lei- o devedor será instado a pagar,
caso contrário multa do art.475-J...

Na execução para pagamento de quantia o juiz não podia adotar outros meios,
quiçá medidas coercitivas.

Na execução por quantia certa era diferente. A execução se dava por meios
típicos.

O código peou essa ideia de atipicidade e jogou para qualquer tipo de


execução.

(TJSP, AI 204671-50.2017.8.26.0000; Ac: 10619009; São Paulo; Vigésima


Terceira Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Sérgio Shimura; Julg:
19/07/2017; DJESP 31/07/2017, pag.1767).

- Art.782, §3º
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos
executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
[...]
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do
executado em cadastros de inadimplentes.
§ 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento,
se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro
motivo.
§ 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial.

O juiz agora pode mandar inscrever o nome do devedor no SERASA.

Essa inscrição do devedor no cadastro de inadimplentes (SPC, SERASA, ETC),


é possível em execução de títulos extrajudiciais e execução de títulos judiciais
com uma condição, ou seja, desde que já se trate de sentença com trânsito em
julgado.

- Art.517:
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a
protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento
voluntário previsto no art. 523.

- Art.528:
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de
prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a
requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para,
em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a

86
impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento,
não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de
efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se,
no que couber, o disposto no art. 517.

Na execução comum, o protesto depende de requerimento do credor, mas na


execução de alimentos deve ser feito de ofício pelo juiz.

Se tudo isso causar danos ao executado, o executado tem direito de ser


ressarcido nos mesmos autos.

3) Título executivo

O título executivo como requisito para adequação da execução.

Ex: tenho determinado crédito para receber. Se eu não tiver titulo executivo
irei ajuizar uma ação condenatória e ai sim proceder a execução. Caso
contrário, eu posso proceder diretamente a execução.

A existência de titulo executivo é uma autorização para que o credor possa ter
acesso aos meios executivos.

- art.783:
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título
de obrigação certa, líquida e exigível.

- art.798:
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;

- Art.803:
Art. 803. É nula a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida
e exigível;

- Art.700:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz:

O juiz tem o dever de fiscalizar os requisitos de ofício. E se o juiz não o fizer


poderá o executado fazer uma exceção de pré-executividade.

Análise de ofício ou por meio de exceção de pré-executividade:

(STJ, REsp 1412997, Rel. ministro LUIZ FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 08/09/2015, DJe: 26/10/2015).

O princípio da tipicidade dos títulos executivos:

- art.515:

87
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de
acordo com os artigos previstos neste Título:

- art.784:
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

- Pode ser criado por meio de negócio jurídico processual?

Art.190
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é
lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento
para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus,
poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

Segundo o professor não pode.

- títulos executivos judiciais (art.515 do CPC + legislação extravagante):

Título decorrente de um processo de natureza jurisdicional.


Ex: sentença, sentença arbitral,

- títulos executivos extrajudiciais (art.784 do CPC + legislação extravagante):


Decorre por exclusão daqueles que não decorrem de título jurisdicional.
Portanto podem decorrer de negócios particulares, ou inclusive, de outras
manifestações do Estado que não tenham característica jurisdicional.

Ex: contrato firmado entre particulares, CDA (pois o processo executivo fiscal
não é cercado das mesmas características um processo jurisdicional).

Títulos judiciais: produzidos em processo jurisdicional, cercado das


garantias do contraditório e da ampla defesa.

- art.508:
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia
opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

- art.525, §1º
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
[...]
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à
sentença.

- Como executo um título judicial? Normalmente nos meus autos de onde foi
proferida aquela decisão que vou executar. Logo, se faz por cumprimento de
sentença.

88
As defesas são distintas: impugnação ao cumprimento de sentença: o rol que
eu posso arguir é restrito.

Não posso alegar nada daquilo que eu deveria ter alegado no processo de
conhecimento, pois eu já tive minha oportunidade. A cognição nela é restrita.

- Titulo executivo extrajudicial: executo por uma ação de execução de título


extrajudicial.

As defesas são distintas: apresento embargos do executado (ação autônoma):


não tenho restrição no rol.

Essa questão nunca foi levada ao processo judicial. Diz a CR/88 no art.5º,
XXXV- se eu nunca discuti em juízo a dívida, a lei não pode excluir que eu leve
isso ao Poder Judiciário.

Dívida de condomínio passou a titulo executivo extrajudicial.

- art.784, X:
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
[...]
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em
assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;

- CPC/73:
Art.275, II

- Lei 9.099, §3º

4) Defesa do executado
Impugnação (corpo de cumprimento de sentença) x embargos (ação de
conhecimento): natureza jurídica

- art.525:
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.

- art.914, §1º
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução,
poderá se opor à execução por meio de embargos.
§ 1o Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados
em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que
poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua
responsabilidade pessoal.

- art.1.015, X, p.único:
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias
que versarem sobre:
[...]
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à

89
execução;
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.

Quando estou diante de um processo de execução (cumprimento de sentença e


liquidação)- cabe agravo de todas as decisões proferidas nesses
procedimentos.
Isso, pois normalmente as decisões de execução em cumprimento causam um
gravame à parte e eu não terei uma apelação.

Ex: pedi juiz para deferir efeito suspensivo a minha impugnação. Cabe AI.

Ex: embargos de execução para deferir prova pericial para mostrar que os
cálculos do exequente estão equivocados. Juiz indeferiu minha pericia
contábil. Cabe AI?

Essa ideia vale para os embargos? NÃO. Embargos não é execução, mas sim
ação de conhecimento.

Impugnação ao cumprimento de sentença: prazo

CPC/73 dizia que depois de transitada em julgado a sentença, descia para o


primeiro grau. O juiz deveria de oficio intimar o devedor a pagar. E aí tinha o
prazo de 15 dias para pagar. Devedor não pagou em 15 dias- art.475-J, caput-
multa de 10%. Depois de passado o prazo e a multa aplicada, deveria dar
início ao cumprimento de sentença. O procedimento parava e aguardava-se o
requerimento do exequente (credor) para dar início ao cumprimento de
sentença, indicava os bens a serem penhorados, o juiz expedia o mandado de
penhora e avaliação (não intimava o executado). Depois da penhora, iniciava-
se o prazo de 15 dias para que o executado apresentasse a sua impugnação ao
cumprimento de sentença.

- art.523, §1º;
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em
liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento
definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de
dez por cento.

Ex: trânsito em julgado da sentença condenatória. Automaticamente no NCPC


nada acontecerá, à espera do exequente. Exequente faz o requerimento. O juiz
determina a intimação do executado para pagar, o qual terá o prazo de 15
dias. Caso não pague terá multa de 10% e + honorários de 10%.
E o prazo para impugnar, começa quando? (art.525).

- art.525:
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,

90
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.

No dia seguinte começa novo prazo de 15 dias e aí sim teremos a penhora.

E o prazo dos embargos?

- art.829
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três)
dias, contado da citação.
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a
avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não
pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do
executado.
§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se
outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante
demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não
trará prejuízo ao exequente.

Proposta a execução sou citado. E ai na citação tenho prazo de 3 dias,


contados da citação. Se eu pagar, as custas e honorários cai pela metade.

Na mesma data da citação eu começo o prazo de 15 dias para apresentador


embargos ao devedor ou embargos ao executado.

- art.915
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias,
contado, conforme o caso, na forma do art. 231.

- art.231 I a IV
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do
prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou
a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a
intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por
ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação
ou a intimação for por edital;

Garantia em juízo:
- art.525
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.

Não preciso de garantir juízo. Se eu quiser efeito suspensivo eu PRECISO


garantir o juízo.

- art.914

91
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução,
poderá se opor à execução por meio de embargos.

- Art.525, §1º, VII

Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento


voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
[...]
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à
sentença.

- art.917, VI
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento.

Exceção de pré-executividade: cabimento


Súmula nº 393/ STJ

A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente


às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

- a exceção de pré-executividade e admissível na execução fiscal


relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória.

Lei de execuções fiscais (nº 6.830/80):


- art.16, §1º

O juiz tem o dever de analisar os requisitos de ofício, portanto, não preciso de


embargos para ele analisar. Por que a parte não pode provocar ele? Logo, como
não e embargos, eu não preciso de garantia.

É daí que surge a ideia de exceção de pré-executividade

A exceção de pré-executividade no NCPC


- art.518:
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de
cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser
arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.

5) Responsabilidade patrimonial
Noções gerais:
- art.789
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros
para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em
lei.

- art.391

92
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando,
todavia, os litisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais
sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá
sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta
de bens.

- art.492
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida,
bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do
que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica
condicional.

O devedor no caso de inadimplemento de uma obrigação, ele irá responder


com seu patrimônio. Dessa ideia podemos extrair ideias interessantes.

Apenas o devedor responde com seus bens e não terceiros. E via de regra,
todos os bens estão sujeitos a responder por aquela dívida.

Exceções:

- art.789

1- responsabilidade patrimonial de terceiros (=responsabilidade secundária).


2- bens excluídos da responsabilidade patrimonial (= bens impenhoráveis).
Impenhorabilidade: novidade

- art.833, IV, §2º


Art. 833. São impenhoráveis:
[...]
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem
como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao
sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e
os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
[...]
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua
origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-
mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o,
e no art. 529, § 3o.

Responsabilidade de terceiros: desconsideração da personalidade jurídica


- art.790, VII
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
[...]
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.

- art.795, §4º
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da
sociedade, senão nos casos previstos em lei.
[...]

93
§ 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a
observância do incidente previsto neste Código.

- art.674, §2º III


Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça
de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou
possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
[...]
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração
da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;

24/08/17
Professor: Marcos

AULA 16
16.2 (quinta-feira)

TEORIA GERAL DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em


liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento
definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de
dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os
honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante.

94
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido,
desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de
expropriação.

Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de


prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a
requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para,
em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento,
não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de
efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se,
no que couber, o disposto no art. 517.
§ 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de
pagar justificará o inadimplemento.
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita,
o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1 o,
decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar
separado dos presos comuns.
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das
prestações vencidas e vincendas.
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem
de prisão.
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução
e as que se vencerem no curso do processo.
§ 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou
decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III,
caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora
em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que
o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode
promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento
de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.

Poderia optar. Eu tenho um regime de cumprimento de sentença que prevê


condenação em alimentos pelo regime do art.523 (antigo 475-J) e ai a pena é a
de multa, a medida que eu tenho para estimular o devedor a pagar [e a multa
de 10%. Enquanto no ouro dispositivo (alimentos) eu vou ter a possibilidade
de cumprimento de sentença de alimentos mediante prisão.

O devedor poderá escolher ou entre a pena de prisão ou a multa.

Se ele opta pela pena de multa, necessariamente ele vai abrir mão da prisão
(art.528, §8º).

Sim. Nos termos do art.1012, §1º, II do CPC e art.531, §1º.

95
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.

Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou


provisórios.
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados
em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos
apartados.

A sentença condenatória de pensão alimentícia é recebida só no efeito


devolutivo. Então tem a execução provisória como regra e imediatamente é
possível cumprir esse capítulo da sentença.

a) A defesa é intempestiva. Esse prazo do art.525 vai transcorrer


independentemente de intimação. Houve a intimação para pagamento,
não pagou, não ofereceu.. Recebida a intimação para pagamento, não
pagou, multa de 10%, mais honorários advocatícios e começa a fluir o
prazo para apresentação da defesa na execução.

b) Não preciso apresentar bens a penhora ou garantir a execução. Eu


posso diretamente impugnar. No novo CPC, a impugnação independe de
prévia garantia do juízo.

A defesa não merece ser conhecida, tendo em vista que ocorreu


preclusão.

Art.525.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.

96
c) Sim, em termos parciais. Quando houver o pagamento parcial os
honorários e multa a incidem sobre a parcela não paga no montante
total.

Art.523, §2º
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em
liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento
definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias,
acrescido de custas, se houver.
[...]
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os
honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante.

Art.139, IV

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,


incumbindo-lhe:
[...]
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

O art.139 prevê a responsabilidade do magistrado. Esse dispositivo é inovador


e marca a mudança de paradigma. A perspectiva do CPC sempre foi
individualista.

Hoje já se discute se o CPC faz parte do microssistema de tutela coletiva, cujo


o coração é formado pela CR/88, CDC e a Lei de Ação Civil Pública, dentro os
demais.

O novo Código de Processo Civil, em seu artigo 139, dá ao juiz poder para
determinar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais e sub-rogatórias
necessárias ao cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária.

Durante anos essas medidas ficaram atreladas ao tipo de obrigação de fazer


ou não fazer. Não se falava absolutamente nada sobre o emprego dessas
medidas para a obrigação de pagar quantia. Isso não era uma ação, exceto se

97
fossemos discutir a obrigação de alimentos e tinha a prisão como meio
coercitivo a compelir o devedor a pagar.

Com isso, surgiu um movimento muito grande e , segundo professor, não


perceberam que colocando isso sobre os poderes do juiz, haveria uma
repercussão na execução do pagamento de quantia e aí surgiu esse movimento
de boa parte da doutrina, dentre eles Marcelo Abelha e Didier, dizendo que os
meios coercitivos, mandamentais e sub-rogatórias se aplicam sim as
obrigações de pagar quantia e, para tanto, eu posso, por exemplo, se o devedor
ostenta um padrão alto de vida eu posso reter a CNH dele.

Ou se ele viaja para o exterior eu posso reter o passaporte.

De outro lado vem o movimento contrário que diz que essa cobrança é
desproporcional em relação a obrigação. Tenho uma obrigação de pagar
quantia e do outro lado uma pena restritiva de direito. Isso fez com que alguns
advogados em SP impetrassem HC pleiteando a concessão da segurança para
cassar as decisões.

Assim sendo, se o executado não tem como solver a presente dívida, também
não tem recursos para viagens internacionais e ostentação de alto padrão de
vida. Se, porém, mantiver tais atividades, poderá quitar a dívida, razão pela
qual a medida coercitiva poderá se mostrar efetiva.

Portanto, as medidas excepcionais terão lugar desde que tenha havido o


esgotamento dos meios tradicionais de satisfação do débito, havendo indícios
que o devedor usa a blindagem patrimonial para negar o direito de crédito ao
exequente.

Noutro viés, embora o art. 139, IV, dá poderes aos juízes, de forma
abrangente, garantido o uso de medidas de cunho indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias, não significa, que esses poderes sejam
ilimitados, e violem Princípios Constitucionais e Normas Estruturantes do
Estado Democrático de Direito, vez que na aplicação do direito, é dever do Juiz
observar os valores e normas fundamentais da Constituição Federal, nos
termos do art. 1º do NCPC.

O problema, é que não se pode fugir de garantias que englobam a


proporcionalidade e a razoabilidade, ainda mais, se considerarmos a natureza
da dívida.
Nesta linha de entendimento, é salutar não dar margens a interpretações
diversas, de que é dever do julgador ao decidir, motivar suas decisões nos
termos do art. 489, § 1º, do NCPC e art. 93, IX, da CF, bem como, especificar
detalhadamente quais as provas o levaram a conclusão para aquela decisão,
até mesmo para que a parte prejudicada possa se valer de recursos para
impugnar lhe.

Portanto, diante do princípio da dignidade humana, deverá haver uma


limitação que impede que medidas de cunho executivas, levem o devedor a
desmoralização moral, ao descrédito, humilhação e o desabrigo, dentre outras.
Além disso, deverá haver o respeito ao princípio da razoabilidade, visando
evitar atos imoderados e abusivos. O juiz deverá ponderar qual a medida
imposta ao devedor está em sintonia com a CF, e sobrepesar se a medida
executiva de fato é apropriada assegurar direito ao crédito.

98
Deve-se ter em mente sempre, que ao lado da efetividade da execução, deve se
buscar a maneira menos onerosa para o devedor.

(QUESTÃO ABERTA)

Não. Art.782, §3º:


Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos
executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
[...]
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do
executado em cadastros de inadimplentes.

A decisão dele não esta correta, pois de fato o juiz pode sim incluir o nome do
devedor executado no rol de algum cadastro de inadimplentes.

Sim, pois o protesto não se dá por ordem do juiz, mas por iniciativa do
exequente. A parte vai requerer no cartório a certidão e a partir desse
momento ela vai levar no cartório de protesto e protestará a dívida.

Só vai poder levantar o protesto caso o executado pague a dívida. Tem a


possibilidade também da rescisória, caso o executado venha promover uma
ação rescisória.

Art.517, §1º, §2º, §3º, §4º:

Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a


protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento
voluntário previsto no art. 523.
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de
teor da decisão.
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três)
dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o
número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para
pagamento voluntário.
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão
exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a
anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por
determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de
3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que
comprovada a satisfação integral da obrigação.

99
a) Art.833, §2º

Art. 833. São impenhoráveis:


[...]
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua
origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-
mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o,
e no art. 529, § 3o.
[...]

Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de


prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a
requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para,
em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de efetuá-lo.
[...]
§ 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou
decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III,
caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora
em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que
o exequente levante mensalmente a importância da prestação.

Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou


gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o
exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância
da prestação alimentícia.
[...]
§ 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de
execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de
forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à
parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.

O CPC/73 era um código pródigo em impenhorabilidade, que é uma escolha


política do legislador.

Ex: o bem de família é impenhorável. Agora, qual a explicação do bem de


família ofertado em garantia hipotecária é exceção á impenhorabilidade?
Professor não sabe.

Isso demonstra que é uma escolha do legislador.

O CPC/15 vem com alguns avanços. Para dívida de alimentos pouco importa
quanto ganha. O salário é penhorável para pagamento da verba alimentícia. A
ressalva é que poderá ser penhorado até o limite de 50%.

100
b) Eu posso sim penhorar o salário, desde que você ganhe 50 vezes mais
que o Salário Mínimo.

Art.833, IV, X §2º


Art. 833. São impenhoráveis:
[...]
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem
como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao
sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e
os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2
[...]
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua
origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-
mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o,
e no art. 529, § 3o.

O CPC/73 previa a alienação por iniciativa particular, apesar de não descrever


como isso se daria. Essa alienação ficaria a cargo de leiloeiros e oficiais

CPC/15 praticamente reproduz o texto do CPC/73 e veio com a parte final que
da margem para implementar essa regra.

Art.880, §4º:
Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a
alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro
público credenciado perante o órgão judiciário.
[...]
§ 4o Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público
credenciado nos termos do § 3o, a indicação será de livre escolha do
exequente.

Não tem cadastro de leiloeiro.


A parte pode dizer ao juiz que tem um leiloeiro ou um corretor de imóveis e irá
alienar por inciativa.

101
Art. 921. Suspende-se a execução:
[...]
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
§ 1o Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1
(um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
[...]
§ 4o Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem manifestação do exequente,
começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.

Prescrição intercorrente (art.921 do CPC/15).

Art.924,V:
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
V - ocorrer a prescrição intercorrente.

25/08/17
Professor: André Roque
e-mail: thiago_siqueira@hotmail.com

AULA 16
16.1 (sexta-feira)

PRINCÍPIO DA TUTELA EXECUTIVA

- Princípio da efetividade (art. 797)


Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o
concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que
adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada
exequente conservará o seu título de preferência.

Buscar a satisfação do direito do exequente, mas não pode ser perseguida a


todo custo.

O princípio da menor onerosidade trará a contra balança.


A execução tem-se a estruturar para satisfazer os direitos do exequente,
proporcionar meios executivos para tanto.

- Princípio da menor onerosidade (art. 805)


Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução,
o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais
gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob
pena de manutenção dos atos executivos já determinados.

Dentro os meios executivos irá optar por aquele menos oneroso, que causar
menos sacrifício ao executado.

Ex: tenho uma penhora online- o executado não pode alegar que a penhora
online tem uma maior onerosidade. Ele não pode dizer isso genericamente e o
art.850, p.único lhe atribui um ônus, qual seja, indicar qual a outra
alternativa que tem, tão efetiva quanto e menos gravosa ao executado.

102
Art. 836 (custos absorvem todo o produto)

Esse artigo mostra que a execução não pode ser utilizada como uma vingança
privada.

Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o
produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da execução.
§ 1o Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de
determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os
bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando
este for pessoa jurídica.
§ 2o Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado
depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz.

Ex: Professor entra com uma execução contra a Andréia, mas não acha nada e
aí acha uma Brasília de 1976 em péssimo estado de conservação. Foi avaliada
no valor de 200,00. Mas para eu levar essa Brasília para leilão eu vou deixar
500,00. Posso seguir com essa penhora? O art.836 diz que não “Art. 836. Não
se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução
dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas
da execução.”

Não tenho direito de tirar o bem do seu patrimônio se eu não vou ter nenhum
proveito com isso.

Art. 847 (substituição da penhora)


Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação
da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove
que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.

O executado pode substitui a substituição do bem penhorado.

Ex: penhorei um bem do Henrique. Ele poderá pedir a substituição desse bem,
desde que ele tenha outro bem para oferecer e que não irá me trazer prejuízo
na sequencia. Eu peguei um bem em Vitória e Henrique quer que o bem recaia
sobre um bem no Acre.

Neste caso não poderá pedir a substituição dessa penhora. Mas se tem um
imóvel com liquidez, que seja suficiente para cobrir a execução, isso é possível.
É claro que o exequente será ouvido para saber se há ou não prejuízo.

Art. 826 (remição da execução)

Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a


todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância
atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.

É o executado que se propõe a pagar a totalidade da execução, com vistas a


encerrar o processo executivo. Essa remição pode ocorrer até o momento em
que se aperfeiçoa a expropriação, por exemplo até o momento em que se

103
assina o ato de adjudicação ou quando assina ato de arrematação. Antes que
isso aconteça o executado pode a qualquer tempo remir a execução.

Por que isso é uma prerrogativa do executado? Pois do ponto de vista do


exequente é a máxima efetividade e o executado pode remir a execução, pois
não quer, por exemplo, perder o bem dele em leilão.

- Princípio da tipicidade x atipicidade


Princípio da tipicidade: a execução somente irá se dar somente naqueles
previstos pelo legislador.
Por esse princípio você não pode pedir a suspensão da CNH e nem reter o
passaporte.

Muito antes do CPC essa tipicidade não era absoluta, exatamente pela
obrigação de fazer, não fazer e dar coisa. A gente já tinha no CPC/73 o famoso
art.461 que dizia que o juiz poderia para efetivar o cumprimento de uma
obrigação de fazer ou não fazer, dentre outras medidas (rol exemplificativo),
multa diária, apreensão de coisas, etc...

O art.461-A diz que se aplica as obrigações de dar coisa.

O art.536, §1º
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de
obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento,
para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do
exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras
medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e
coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva,
podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.

Para as obrigações de fazer, não-fazer ou dar coisa valia o princípio da


atipicidade, ou seja, o legislador não enumerava todos os meios executivos
possíveis. Como ele escolhe? Pelo princípio da efetividade e menor
onerosidade.

Poderia tanto ser um meio executivo sub rogatório que é aquele que não
depende da colaboração do executado: busca e apreensão do bem,
expropriação da quantia certa.
Então poderá utilizar os bens coercitivos que visam constranger o executado,
por livre e espontânea pressão: astreints, prisão civil (dívida alimentícia).

Mas para obrigações pecuniárias no COC/73 prevalecia o princípio da


tipicidade, ou seja, o juiz não poderia adotar meios coercitivos que não aqueles
que estavam previstos no rol.

O art.139, IV está causando uma confusão enorme:

Limites para o art. 139, IV

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,


incumbindo-lhe:
[...]

104
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

Ao determinar “inclusive nas ações que tenham por objeto prestação


pecuniária” houve uma extensão explícita da atipicidade para as obrigações
pecuniárias.

Quais são os limites disso? Juiz mandando suspender CNH, passaporte, CPF,
cortar órgão que não dava posse a candidato aprovado, etc..

Até aonde o juiz pode ir nessa atipicidade da tutela executiva?

A doutrina tem começado a estabelecer alguns limites, mas ainda estamos


muito longes para ter uma pacificação disso no STJ.

Quais os limites que podemos estabelecer ao art.139?

Ex: X executa Y e Y não paga. X está com dificuldades de achar os bens. O


Juiz poderia determinar que Y pagasse em 15 dias, sob pena de prisão civil?
Não. A prisão civil é voltada apenas a dívida alimentícia.

Essa atipicidade não deve atingir terceiros.

1) Respeito aos direitos fundamentais

Ex: eu te executo, você não me paga, eu não acho bens. Será que o juiz
poderia determinar que o executado pagasse em 15 dias, sob pena de prisão
civil? Não, pois a própria CR/88 vai dizer que a prisão civil é voltada a dívida
alimentícia. Como a obrigação não tem esse caráter, não seria possível essa
divisão.

Outro limite é que essa atipicidade não pode atingir terceiros.

Ex: teve um candidato aprovado no concurso público, mas a Administração


não deu a posse a este candidato. É razoável o juiz mandar cortar a luz da
faculdade?

A polêmica que criou em torno disso é: será que seria razoável o juiz andar
suspendendo serviço de whatsapp no Brasil inteiro pelo descumprimento de
uma decisão judicial?

Quando houve a suspensão do serviço, tiveram pessoas no Chile, na


Argentina, no Uruguai que ficaram sem esse serviço.

2) Subsidiariedade (Enunciado 12, FPPC)

12. (arts. 139, IV, 523, 536 e 771) A aplicação das medidas atípicas sub-
rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer obrigação no cumprimento de
sentença ou execução de título executivo extrajudicial. Essas medidas,
contudo, serão aplicadas de forma subsidiária às medidas tipificadas, com
observação do contraditório, ainda que diferido, e por meio de decisão à luz
do art. 489, § 1º, I e II. (Grupo: Execução)

105
Só vai se utilizar a tutela atípica na execução de pagar dinheiro em último
caso.

Quando analisa o código é muito diferente a disciplina de fazer, não fazer ou


dar coisa, quando comparado com a obrigação pecuniária.
No art.536: “o juiz pode dentre outras medidas fazer..”fica clara a atipicidade.

Quando as medidas típicas não se revelaram efetivas, nessas situações irá


recorrer às medidas atípicas.

3) Proporcionalidade

Quando a gente fala em adequação, significa que esses métodos atípicos tem
que ser em tese pelo menos efetivo.

Os procedimentos atípicos não têm como ser aplicado a um devedor que não
tem aonde cair morto ou a um executado que não paga porque não tem
dinheiro mesmo.

O juiz ao lançar mão das medidas atípicas, ele não deve aplica-las todas as
mesmo tempo. Por outro lado, o juiz não pode, por exemplo, inviabilizar o
princípio da proteção ao executado.

Ex: o juiz pode suspender a CNH? Em tese sim. Mas a situações se torna
diferente quando, por exemplo, o executado é um motorista profissional o que
poderá tirar o sustento do executado.

Em termos de proporcionalidade em sentido estrito, o juiz tem que analisar se


o benefício trazido por essa medida típica compensa à luz do prejuízo que será
trazido para a vida do executado.

Contraditório e fundamentação

- Contraditório: as partes devem ter a oportunidade de se manifestarem sobre


a execução desses meios atípicos. Não pode ser um contraditório levado a ferro
e fogo.

Ex: uma vez o exequente estava com dificuldades ema char o patrimônio do
executado e ele soube que o executado guardava determinada quantidade de
dinheiro no cofre. Ele queria penhorar o dinheiro que estava no cofre. É claro
que o contraditório neste caso não deverá existir, pois o dinheiro irá sumir.

- Fundamentação: a decisão precisa estar devidamente fundamentada, até


para que você possa observar se o juiz respeitou os princípios anteriores.

Princípio da realidade

A execução irá recair sobre o patrimônio do executado.

Princípio da tutela específica ou do resultado

A execução deve satisfazer a obrigação exatamente da mesma forma que


ocorreria se ela tivesse sido espontaneamente adimplida. A conversão em

106
perdas e danos, pensando numa obrigação de fazer/ não fazer, ela só vai
ocorrer na forma do art.499 em duas situações:

1) Ou quando o exequente abrir mão da tutela específica (prefere receber


perdas e danos).
2) Quando a obrigação se torna impossível.
ex: obrigações de fazer infungíveis. o executado se nega a cumprir
aquela obrigação de fazer e ai só resta pagar em perdas e danos.

Arts. 497 e 499 (visão geral e exceções)


Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer,
o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará
providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a
prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa
ou dolo.

Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor


o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente.

Art. 876 (na execução de pagar quantia certa)


Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação,
requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria
Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos;
III - por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1o do art. 246, não tiver
procurador constituído nos autos.
§ 2o Considera-se realizada a intimação quando o executado houver mudado
de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no art.
274, parágrafo único.
§ 3o Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído nos
autos, é dispensável a intimação prevista no § 1o.
§ 4o Se o valor do crédito for:
I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de imediato a
diferença, que ficará à disposição do executado;
II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.
§ 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889,
incisos II a VIII, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo
bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos
ascendentes do executado.
§ 6o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles,
tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro,
o descendente ou o ascendente, nessa ordem.
§ 7o No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima
fechada realizada em favor de exequente alheio à sociedade, esta será
intimada, ficando responsável por informar aos sócios a ocorrência da
penhora, assegurando-se a estes a preferência.

Princípio do desfecho único

107
A execução se estrutura para um fim específico. Existe um encerramento
normal da execução que é a satisfação do crédito do exequente. É claro que
nem toda execução termina assim, por exemplo, não se localizaram bens
penhorados, prescrição, ou você executa o cheque e o executado demonstra
que a assinatura daquele cheque era falsa, etc...

Princípio da disponibilidade da execução

O exequente tem a prerrogativa de desistir de toda a execução ou de algum


dos membros executados.

Art. 775 (desistência da execução)

Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de


apenas alguma medida executiva.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre
questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os
honorários advocatícios;
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante
ou do embargante.

Via de regra, a desistência na execução não depende da concordância do


executado, ao contrário do que ocorre no procedido de conhecimento, pois
uma vez citado o réu, você só pode desistir do processo com a anuência do
mesmo.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

- JUIZ
Competente (arts. 516 e 781)

Temos regras especiais de competência.


- Art.516: cumprimento de sentença
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão
proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar
pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se
encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser
executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos
autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

- art.781: execução fundada em titulo executivo extrajudicial.


Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante
o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de
eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro

108
de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução
poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do
exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será
proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato
ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais
resida o executado.

Imparcial (= processo de conhecimento)

- PARTES
Capacidade de ser parte (= processo conhecimento)
Capacidade de estar em juízo (= processo conhecimento)
Capacidade postulatória (= processo de conhecimento)

- DEMANDA
Petição inicial (art. 319 + 798 a 800)
- fundada em titulo executivo extrajudicial
Essa PI tem que observar o art.798 a 800, mas o art.319 (processo de
conhecimento) também é aplicado subsidiariamente.

Na execução e título extrajudicial cabe a citação postal? Não tem regras


dizendo se cabe ou não cabe. Está permitida a citação postal.

Normalmente citação postal é melhor ou quando você tem o executado que


você não tem razões para achar que ele vai fugir da citação ou, sobretudo,
naqueles casos em que temos a famigerada carta precatória.

Se você tem um executado de que não acha de forma nenhuma, que foge do
oficial de justiça, a citação postal tem um problema, ou seja, a depender da
situação do caso.

Então se eu não consigo fazer a citação desse indivíduo, eu não consigo


configurar fraude à execução, no máximo uma fraude contra credores.

Simples requerimento (cumprimento de sentença)

Mas nós temos alguns casos em que o próprio cumprimento de sentença se


inicia com uma PI.

Sempre que eu tiver o cumprimento de sentença que se ampare em um titulo


executivo que não foi formado no juízo cível brasileiro, eu terei um
cumprimento de sentença que começa com uma PI.

Ex: sentença arbitral- foi formada fora do poder judiciário e eu começo uma PI
pois não tinha processo no judiciário (teremos cumprimento de sentença, pois
não é um título judicial).

Ex: sentença estrangeira tem que passar por homologação no STJ e depois
começará cumprimento de sentença na justiça federal de 1ª grau.

109
Art.515, §1º
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de
acordo com os artigos previstos neste Título:
[...]
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado (PROCESSO NOVO)
no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo
de 15 (quinze) dias.

CONDIÇÕES DA AÇÃO

- Interesse processual – afirmação do inadimplemento

Não estou preocupado se houve ou não o inadimplemento (mérito), mas para


que haja o interesse processual, é preciso pelo menos que o exequente afirme
que houve uma execução inadimplida.

É o que a gente chama de teoria da asserção.

Obrigação certa, líquida e exigível (art. 786)

Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a
obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar
o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.

- Certeza: obrigação expressa o título executivo, cuja documentação demonstre


uma razoabilidade na existência.

- Liquidez: determinável em sua qualidade e quantidade


Art.786, púnico que a necessidade de “simples operações aritméticas para
apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação”.

- Exigibilidade: livre de condição ou termo


Obrigação que não esta sujeita a uma condição o termo. Se você tem uma
condição suspensiva ela não é exigível. Ou se tem uma obrigação sujeita a
termo, ou seja, aquela que ainda não se venceu, você não tem uma obrigação
vencida.

Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo,
o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a
condição ou de que ocorreu o termo.

- Legitimidade ativa (art. 778)


Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere
título executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao
exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte

110
deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for
transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado.

- aquele que se afirma credor: participou da execução e figura no título


executivo como credor.

Ex: ação civil ex delito- ação civil que decorre da prática de um crime. Ocorreu
um ilícito, esse ilícito foi punido na esfera criminal e a pessoa quer executar
essa sentença penal condenatória. Quem é o legitimado? Art.63 CPP (vítima
/sucessores ou ofendido).

Ex: honorários de sucumbência - o advogado, pelo art.23 do estatuto da OAB


tem legitimidade para promover a execução dos seus honorários de
sucumbência. Mesmo que o nome do advogado não apareça, o simples fato de
ter uma guerra sucumbencial, significa que esse advogado pode, portanto,
executar.

Ex: ações coletivas. Nós temos a previsão no CDC no art.95 da sentença


genérica de condenação na ação de direito individuais homogêneos. O banco
resolveu fazer uma cobrança indevida de tarifa. O MP ingressou com a ação
questionando essa tarifa. O pedido foi acolhida e determinou que o banco
restituísse em dobro os valores cobrados por aquela tarifa. Quem vai poder
executar? Todos os consumidores que foram cobrados por aquela tarifa.

Ministério Público
Em que situações o MP pode promover a execução?
- ações coletivas:
ex: a sentença na ação civil pública pediu para o réu fazer recomposição do
meio ambiente. O MP pode promover a execução dessas sentenças.

Ex: art.68 do CPP- ação civil ex delito que diz que a legitimidade era da vítima
e de seus sucessores. Mas o art.68 vai dizer que quando a vítima for pobre o
MP poderá promover a execução dessa sentença.

Não deveria ser a Defensoria Pública para fazer isso? O CPP é muito antigo e
não existia ainda a defensoria.

Será que esse art.68 ainda se mantém na CR/88 ou ele foi revogado?

STF: decidiu que há inconstitucionalidade progressiva- a ideia desse julgado é


que nos locais onde já existe uma Defensoria estruturada com cargos já
providos, o MP não tem mais essa legitimidade. Mas o Brasil é muito grande e
nos locais onde ainda não há a defensoria, ainda será preservada a
legitimidade do MP nestes casos.

Quem se afirma sucessor causa mortis


Se o credor falece, seus sucessores são legitimados. O dispositivo foi pensado
pelo exequente como pessoa física. Caso seja pessoa jurídica, aí é óbvio que a
incorporadora também vai ter legitimidade para executar no lugar da PJ
incorporada.

111
Quem se afirma sucessor inter vivos
Aqui temos 2 institutos:
- cessão de crédito: o cessionário adquire o crédito e ele terá legitimidade no
lugar do cedente.
- endosso: relativo à transmissão de títulos de crédito, onde o endossatário
(quem recebe o titulo anterior) terá legitimidade para executar o título no lugar
do endossante. Tem que ter cuidado, pois existe o endosso mandato, ou seja,
você só transfere as cobranças para um terceiro (mandatário). O endossante
permanece sendo titular do crédito. Nesta situação de endosso-mandato a
legitimidade continua sendo do endossante...

Sub-rogado
Sub-rogação:
- chamamento ao processo: você tem uma dívida solidária e o credor ingressa
contra o devedor, esse devedor chama ao processo os outros devedores
solidários. Você terá uma sentença que irá condenar todos eles. Aquele
devedor que pagar a dívida por completo, irá se sub-rogar em relação aos
direitos do credor para cobrar dos demais a quota-parte dele.

Ex: executa o fiador que paga a dívida do devedor principal, também irá se
sub-rogar, ele vai poder inclusive executar o afiançado nos autos próprio
processo.

Art.794, §2º
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro
sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e
desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.
[...]
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do
mesmo processo.

§2º fala da sucessão processual dispensa anuência do executado

O parágrafo §2º fala da sucessão por ato inter vivos no curso da execução.
Esse parágrafo estipula uma regra diferente do processo de conhecimento.

O art.109 diz que a alienação do bem litigioso em regra não altera a


litigiosidade das partes e só haverá a sucessão se a parte contrária consentir.

Essa regra não vale para a execução por causa do art.778, §2º. Se há uma
cessão de crédito no início da execução, o cessionário poderá ingressar na
execução no lugar do exequente originário.

- Legitimidade passiva (art. 779)

Art. 779. A execução pode ser promovida contra:


I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação
resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do
débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.

112
- II- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
Sucessão causa mortis do devedor.
Os herdeiros so respondem até a força da herança (art.796 CPC)
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha,
cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção
da parte que lhe coube.

O mesmo raciocínio se aplica às pessoas jurídicas. A incorporadora será


sucessora da incorporada e será legitimada

- III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a


obrigação resultante do título executivo;

Assunção de dívida- quem assina a dívida também terá legitimidade para


figurar no polo passivo da execução.

- IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;

A gente pensa logo em contrato de locação. O fiador de título judicial não pode
ser executado? O inciso menciona “título extrajudicial”.

Ex: tenho uma ação de cobrança contra o devedor principal e o fiador. Ambos
são condenados. Neste caso, ele é devedor do título executivo judicial. (fiador
incluído desde o início do processo).

Ex: ingressei com um ação contra Tatiana e depois que transitou em julgado
verifiquei que ela não te patrimônio, mas a Raquel assinou o contrato como
fiadora e eu quero condenar ambas. A sentença só condenou Tatiana e Raquel
é fiadora da Tatiana. Eu posso executar as duas?

No CPC/73 tinha a Sumula 268 STJ que dizia que o fiador que não integrou a
relação consensual na relação de despejo não responde pela execução do
julgado.

No CPC não pode, pois o título executivo judicial não pode ser utilizado contra
terceiro.

O NCPC no art.513 amplia ainda mais a Súmula 268 STJ. O art.513 diz que:

Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste


Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o
disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
[...]
§ 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador,
do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de
conhecimento.

Ou o fiador tem que fazer parte desde o início do processo ou não podemos
executá-lo depois.

V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do


débito;

113
Vamos supor que ingressei com uma execução contra X. Bárbara deu imóvel
dela em hipoteca para garantir o pagamento da dívida de X. o meu garantidor
é a Barbra, ela não é devedora. Ela tem que ser incluída na execução? Sim,
pois eu vou em cima de um bem dela.

Bárbara só vai sofrer constrição daquele bem que ela deu em hipoteca.

Ela é legitimada passiva dessa execução.

VI - o responsável tributário, assim definido em lei.

Nós temos no direito tributário o contribuinte, cujo nome estará lançado na


CDA. O responsável tributário de quem não é contribuinte pode ser notado
nos art.134 e art.135 CTN (redirecionamento da execução fiscal).

Ex: a empresa fecha as portas por uma situação irregular. Admite-se com base
no art.135 o redirecionamento aos administradores e vão fazer parte desse
polo passivo da execução fiscal.

RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
- Conceito: que bens responderão pela execução?
- Responsabilidade primária (“schuld” e “haftung”)

Refere-se aqueles sujeitos que contraíram dívida e tem a obrigação de


responder por ela.

Responsabilidade secundária (“haftung”)


São sujeitos que não contraíram a obrigação, mas a legitimação estabelece que
eles ainda assim devem responder por ela.

É por exemplo, o caso daquele atingido pela desconsideração da personalidade


jurídica.

- Regra geral: responsabilidade do devedor (art. 789)


Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros
para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em
lei.

Bens presentes: bens que apresentam quando é instaurada a execução.

Ex: se eu ingresso com uma execução, e o executado adquire o imóvel no


decorrer dessa execução, eu poderei penhorar o imóvel.

(FUI EMBORA NO SEGUNDO HORÁRIO)

Bens presentes e futuros


Exceção: impenhorabilidades (art. 833, Lei 8009)
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à
execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a
residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo

114
se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem
como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao
sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e
os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou
outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do
executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40
(quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político,
nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime
de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao
próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua
origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-
mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o,
e no art. 529, § 3o.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os
equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a
pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais
bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a
negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar,
trabalhista ou previdenciária.

CASOS ESPECIAIS
- Sucessor a título singular
Direito real/obrigação reipersecutória
- Sócio
Não se refere à desconsideração
Determinados tipos societários
Sociedade comum (art. 990, CC)/ Simples, se o contrato social prevê (art.
1023, CC)/ Comandita simples (art. 1045, CC)/ De advogados,
relativamente a danos causados aos clientes (art. 17, Estatuto OAB)

Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas


obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024,
aquele que contratou pela sociedade.

Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas


categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados

115
somente pelo valor de sua quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os
comanditários.

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de


advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos
clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da
responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.

- Bens do devedor em poder de terceiros


Respeito ao direito de terceiros
Denúncia da locação (art. 8º, lei 8245/1991)

Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá


denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo
se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de
vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário,
em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado
junto à matrícula do mesmo.
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do
registro da venda ou do compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a
concordância na manutenção da locação.

- Cônjuge ou companheiro
Observar o regime de bens
Arts. 1643 e 1644, CC: aquisição de bens para a “economia doméstica”

Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do


outro:
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa
exigir.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam
solidariamente ambos os cônjuges.

- Ônus da prova do devedor


Em se tratando de dívida destinada a financiar atividade agrícola do
marido, presume-se que tenha sido em beneficio da família, cabendo à
esposa provar o contrário (STJ)
- Se cônjuge é avalista da empresa devedora em que o outro é sócio
- Contudo, se o outro cônjuge não for sócio, a presunção se inverte
- Súmula 251 STJ (execução fiscal e ilícito – ônus da prova do credor)

Súmula 251/STJ - 11/07/2017. Execução fiscal. Tributário. Meação.


Ilícito do devedor. Necessidade de prova pelo credor de que o
enriquecimento aproveitou o casal. CTN, art. 135, III.
«A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal,
provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal.»

- Bens do responsável na desconsideração

116
Benefício de ordem (art. 795)?
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da
sociedade, senão nos casos previstos em lei.
§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade,
tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da
sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para
pagar o débito.
§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do
mesmo processo.
§ 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a
observância do incidente previsto neste Código.

Não: Medina, Thiago Siqueira


Sim: Araken de Assis

- Fiador
- Espólio e herdeiros (art. 796)
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha,
cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção
da parte que lhe coube.

FRAUDE CONTRA CREDIRES X FRAUDE À EXECUÇÃO


Fraude contra credores – já existe a obrigação (art. 158, §2º, CC), mas não
processo. Meio processual: ação pauliana. Consciência do dano pelo
terceiro, salvo NJ gratuito.

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida,


se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência,
ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários,
como lesivos dos seus direitos.
[...]
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a
anulação deles.

Fraude à execução – já existe o processo. Meio processual: simples


petição. Conhecimento da situação de litispendência pelo terceiro.
Súmula 375 STJ.

STJ Súmula nº 375 - DJe 30/03/2009 - O reconhecimento da fraude à


execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de
má-fé do terceiro adquirente.

Alienação de bem penhorado – já existe processo e penhora. Meio


processual: simples petição. Conhecimento da constrição pelo terceiro.
Súmula 375 STJ.

Fraude contra credores – anulabilidade? (art. 790, VI, CPC e 165, CC)
Ineficácia? (REsp 971.884)

117
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
[...]
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão
do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá


em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.

Fraude à execução – Ineficácia (art. 792, §1º, CPC)


Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
[...]
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.

Alienação de bem penhorado – ineficácia

Fraude contra credores: já existe a obrigação constituída, mas não


processo. Tutela direito do credor.

Meio processual: ação pauliana (art. 161 CC).


Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o
devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada
fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.

Requisitos objetivos: induzimento/agravamento da insolvência do


devedor (eventos damni).

Requisitos subjetivos: consciência do dano pelo terceiro (consilium


fraudis), salvo NJ gratuito.

Efeito jurídico do reconhecimento do instituto: anulabilidade? (art. 790,


VI, CPC e 165, CC); ineficácia? (Resp 971.884).
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
[...]
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão
do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá


em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.

Observações sobre fraude à execução


- Contraditório na petição incidental (art. 792, §4º)

Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:


[...]

118
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro
adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15
(quinze) dias.

- Marco temporal para a fraude à execução cometida pelo atingido na


desconsideração (art. 792, §3º)
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à
execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se
pretende desconsiderar.

- Ato atentatório à dignidade da justiça (art. 774, I)


Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta
comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;

- Tipo penal (art. 179, CP)

TÍTULO EXECUTIVO
- Pressuposto processual (“nulla executio sine titulo”)
- Teorias
Liebman: sanção estatal
Carnellutti: prova legal de uma obrigação
- Conceito moderno
Documento
Atribui dever de prestação (obrigação)
Efeito legal de autorizar a atividade executiva

- Princípio da taxatividade
Pode criar título por NJ processual?
Sim: Fredie
Não: Gajardoni e outros
- Princípio da tipicidade
Tipos fechados (títulos de crédito em geral)
Tipos abertos (instrumento particular)

AULA 17
30/08/17
Professora: Juliana

AULA 17
17.1 (quarta-feira)

DIREITO PROCESSUAL COLETIVO


Há uma valorização da tutela processual coletiva
Ex: caso Jurong-
DUALIDADE DA TUTELA COLETIVA
VALORIZAÇÃO X AUTORITARISMO (Cadeiras universitárias, concursos
públicos, MP’s, NCPC, precedentes...)

119
Ao mesmo tempo em que temos uma valorização, temos um autoritarismo das
entidades privadas e do Poder Público se não permitir que o processo coletivo
avance.
Existem medidas provisórias e o lobe empresarial que impeça que o processo
coletivo vá adiante.
Para o empresariado e para a fazenda pública a ação coletiva não é positiva.
Ex: compra de medicamentos- você propõe uma demanda e o Estado tem que
fornecer para todo mundo.

- Novos direitos transindividuais


O processo clássico já não dava conta desse direito, por uma série de razões:
temos direitos que escapam da esfera transindividual, bem como uma
conflituosidade. A nossa legitimidade é pensada sobre a titularidade: tenho
um comprador e um vendedor, os quais são legítimos para estarem nos polos
da demanda individual.
A partir do momento em que eu tenho direito material e a titularidade é
difusa, terei um problema de legitimidade. Se é de todo mundo, todo mundo
pode defender.
Mas nosso processualista não pensou dessa forma: o raciocínio utilizado foi-
se é de todo mundo não é de ninguém e com isso preciso de criar um ente
coletivo (MP, Defensoria Pública, Autarquia, etc) para que eles façam a defesa
do interesse coletivo. A partir dessa ideia terei vários problemas no processo
individual, que a minha legitimidade é individualista, minha coisa julgada é
individualista, minha competência não é formada para dano plurilocal, mas
sim para dano localizado, portanto, terei problemas que ainda não foram
resolvidos como coletivização obrigatória, etc.
Ex: tenho uma ação popular e uma ação civil pública e uma improbidade que
tratam da mesma matéria. Terá litispendência? Embora os procedimentos
sejam completamente diferentes? Eu tenho várias ações e eu não tenho um
procedimento comum para litigar como se fosse uma ação coletiva unitária e
aí a gente chama isso de microssistema. Tenho o CDC, a lei de ação civil
pública, lei de ação civil popular terei que fazer uma análise sistemática,
retirar regras e aí construir o procedimento.
Tem magistrado que entende que se eu tenho uma ação popular e uma ação
civil pública, eu terei litispendência. Mas tem posicionamento contrário
também.

- conflituosidade dos grupos;


- legitimidade para agir;
- coisa julgada
- execução obrigatória – problemas não resolvidos pela legislação
(coletivização obrigatória) certificação coletiva ? procedimento comum?
- medidas estruturais e controle de políticas públicas –desenvolvimento
dialógico da atividade jurisdicional.
Interesses públicos (estado x individual)  interesse privado.

- CATEGORIA INTERMEDIÁRIA DOS INTERESSES COLETIVOS QUE NÃO


PERTENCEM NEM EXCLUSIVAMENTE AO INDIVÍDUO OU AO ESTADO;
- INSUFICIÊNCIA DO PROCESSO COLETIVO CLÁSSICO;

(i) DUALIDADE DE JURISDIÇÃO ADMINISTRATIVA E PRIVADA


ONDE ESTARIAM OS INTERESSES COMPARTILHADOS ENTRE
INDIVÍDUOS;

120
(ii) A QUEM PERTENCEM ESSES INTERESSES PARA FINS DE
TUTELA?
(iii) QUEM SERÁ ATINGIDO POR ESSA DECISÃO?
(iv) SE TODOS PUDEREM TUTELAR, HAVERÁ COISA JULGADA COM
CONTRATAÇÃO PRÁTICA?

Capeleti elucida que temos dois tipos de interesses: interesse público x


interesse privado. Embora no interesse público já tivesse a ideia do interesse
primário (bem público) e o secundário (erário), teria dois interesses.
Mas Capeleti na dec.70 discute que tem uma terceira categoria que é a
intermediária – titularidade transindividual, ou seja, interesse compartilhado
entre os indivíduos que não é exclusivamente do individuo nem do estado
como pessoa jurídica de interesse publico.
Esse interesse estava pairando na Itália. Eu posso ter demanda de interesse
administrativo julgada pelo juiz de direito privado? Não. Na Itália tenho a
jurisdição estatal e a jurisdição privada.
Se o interesse não é nem público nem privado, mas compartilhado por todo o
povo, começaram a entender que isso não era um direito. Quem irá julgar
isso? A quem pertencem os interesses? Quem será atingido?
Ainda que alguém admita essa demanda eu ganho o direito de acabar com o
pó preto em Vitória. Um terceiro pode ajuizar outra demanda?

E A AÇÃO POPULAR? NÃO É COLETIVA, NÃO EXISTE DESDE O IMPÉRIO


ROMANO?
Ação popular, que hoje é uma ação coletiva, existia no império romano? Em
Roma a gente não tinha a concepção de estado como pessoa jurídica como
temos hoje.
Naquele momento qualquer cidadão poderia ajuizar a demanda, pois o cidadão
era como se fosse o governo, não havia essa noção de que Estado era uma
pessoa e cidadão era outra pessoa. O estado era o povo e o povo o Estado.
Quando o indivíduo ajuizava uma ação popular, ele estava ali como povo,
como Estado.
Aquela divisão entre publica e privada continuava. A ação popular defende o
patrimônio público, substituindo o Estado e a gente tem o privado que é o
indivíduo x indivíduo.
Na ação popular ela representava o próprio poder público, embora hoje
tenhamos a tutela coletiva.

INSPIRAÇÃO ITALIANA BRASILEIRA


- Class action
MODELO VERBANDSLAGE MODELO DA CLASS ACTION
Origem ítalo-francesa-alemã Origem estadunidense- modelo
individual
Modelo das ações associativas, Legitimidade individual
propostas entre representativo do
grupo
Deficitário Vinculação como regra
Legitimidade coletiva Adequada representação e
notificação
Ausência de vinculatividade – Amplos poderes do juiz
tutela coletiva é plus?

121
Ação coletiva nos EUA: nos EUA o cliente não paga para ajuizar a demanda, o
advogado tira do bolso dele. Ou ele ganha muito dinheiro ou ele vai falir- vai
apostar tudo em uma demanda milionária. Quem paga honorários para a
parte contrária é o advogado.
Modelos dos EUA é um modelo perigoso. Ele uma o individualismo em seu
favor- a demanda de massa em um bom negócio para o advogado.
Eles que procuram o cliente. O modelo da class action você confia no indivíduo
para propor a demanda. O advogado vai escolher o melhor cliente dele e ele
será o representante da class, atrás dele teremos vários outros clientes. Ele irá
propor essa demanda. Se o cliente dele ganhar, ganha ele e os demais
membros da coletividade. Se o cliente perder, perde o cliente e todos os
membros da coletividade.
A coisa julgada nos EUA afeta o indivíduo que está ausente da demanda
coletiva. Ele pode sair? Pode, mas só em uma ação coletiva que o cliente pode
fazer o opt out- é quando tem indenização pecuniária (pegar a indenização
sozinha com outro advogado). A legitimidade é individual, o indivíduo não
participou da demanda, apenas fica vinculado e o juiz poderá selecionar quem
irá representar essa classe coletiva dentro do Poder judiciário. A representação
tem que ser adequada, pois a partir do momento que você não está dando
contraditório aos membros ausentes da classe, você tem que garantir que o
indivíduo que está presente na classe passe um bom contraditório e ampla
defesa.
O outro modelo é o ítalo-francês-alemã – você escolhe um ente representativo,
MP, autarquia, defensoria, fazenda pública e esses são os únicos legitimados a
defender os interesses de direitos coletivos. Se ganhar, ótimo, você indivíduo
irá na ação coletiva e irá executar e liquidar.
E se o MP perder? A tutela coletiva nesse modelo não prejudica o indivíduo,
ela será sempre um “plus” – se o coletivo ganhar eu irei ganhar, se perder, eu
posso ir lá e propor minha ação individual, tendo chance de ganhar pela
segunda vez.

MICROSSISTEMAS COLETIVOS
- Estatuto do Portador de Necessidades Especiais
- Estatuto do Idoso
- ECRIAD
- CDC
- Lei de Improbidade
- LACP- Lei de Ação civil Pública
- LAP- Lei de Ação Popular
- MS COLETIVO
Competência: CDC
(PAREI 32:38)!!!!
Lei 9.494:
- inclui art.16 na LACP
- Coisa julgada nos limites da competência territorial do órgão prolator

MP 2180-35 de 2001:
- vedado discutir questões de tributos, previdência, FGTS, outros fundos
institucionais;
- constitucionalidade

PROJETO 5039 e NCPC:


- código de processo coletivo engavetado e NCPC silente no lugar, IRDR e
IAC.

122
Se eles fizerem o 5º acento e ele estiver proibido, está apenas adstrito ao
âmbito de SP.
- INCONSTTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL
- INVIABILIDADE DA RESTRIÇÃO PARA DIREITOS DIFUSOS E
COLETIVOS STRICTO SENSU
- ATECNIA E CONFUSÃO ENTRE COMPETÊNCIA E COISA JULGADA
(AgInt no REsp 1628619/PR, Rel Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 20/06/2017, DJe 26/06/2017)

SISTEMA ESTADUNIDENSE REVOGADO


- Ações coletivas puras (true class actions); (Genuina, interesse uno)
OBRIGATÓRIA
- Ações coletivas híbridas (hybrid class actions); (interesses diversos
relacionados a um bem jurídico) (OBRIGATÓRIA)
- Ações coletivas espúrias (spurious class action) Coexistem interesses
diversos, mas que decorrem de uma questão comum. (OPT IN)

A VIDA NÃO CABE EM UMA CAIXINHA PROCESSUAL


Se pleiteia uma tutela inibitória para afastar uma empresa de uma
localidade ou para que ela pare de despejar lixo, fazer barulho etc.
De qual direito está se tratando?
Eu posso sozinha pedir para a Vale fechar? Sim, só não irá ganhar (direito
individual).
Agora quero tutelar o ar, posso? Não, não tenho ilegitimidade, só o MP (pois o
ar é indivisível).
Qbs: posso pedir o que eu quiser, desde que o direito seja individual.

FEDERAL RULE 23-1966


Numerosidade (IMPRATICABILIDADEDO LITISCONSÓRCIO);
Questões comuns à classe
Tipicidade
representatividade

FEDERAL RULE 23- 1966/ COM ALTERAÇÕES POSTERIORES


Class actios:
 Mandatory (SEM EXCLUSÃO):
- Possiblidade de decisões contraditórias (incompatíveis na
prática);
- Prejuízos aos interesses do grupo em relação ao bem comum
(falência);
- conduta ilícita e uniforme do réu (civil rights)

 For damages (COM EXCLUSÃO):


- questões de direito ou de fato comuns à classe
INCOMPATIBLE STANDRS CLASS ACTION
PREJUDICE CLASS ACTION OR LIMITED FUND CLSS ATION
INJUNCTIVE OR DECLARATORY CLASS ACTON
DAMAGE CLASS ACTION
ASPECTOS PROCESSUAIS
- legitimidade individual (é um investimento privado- cena de civil
action, cena de goodwife;
- certificação (filme terra fria);
- caso não certificado – prossegue como individual
Filmes:

123
1) North Country;
2) A Civil Action;
3) Goodwife

ASPECTOS PROCEDIMENTAIS
- Representatividade adequada (cena de goodwife) – boa-fé, interesse
jurídico, competência técnica, capacidade financeira, ausência de
conflitos internos), notificações e OPT OUT nas ações de danos;
- FAIR REPRESENTATION, COISA JULGADA E COLLATERAÇ ATACK
(CASO DOS TAXISTAS DO TEXAS), um membro ausente por questionar
sua representação;
Caso Gonzales X Cassidy
PROBLEMAS NO MODELO
- DE FACTIO CLASS ACTION (NÃO SE BUSCA A CERTIFICAÇÃO DA
CLASSE- NÃO HÁ OBRIGATORIEDADE) (EX: cada indivíduo busca tutela
inibitória em razão do assédio moral no trabalho, o assédio decorre de
uma política discriminatória da empresa? O efeito será unitário, mas a
ação não será necessariamente coletiva).
- SITUAÇÕES PARTICULARIZADAS QUE ALCANCEM BEM COMUM OU
GRUPO COMUM (a exclusão pode ser admitida para afastar um
antagonismo grave oposto por um indivíduo. Como a divergência é
relativa à apenas um indivíduo e não há numerosidade para formar uma
subclasse na ação coletiva, é possível admitir a sua exclusão, afastando
esse antagonismo prejudicial ao desenvolvimento da ação de classe.
Ex: direito de vizinhança, alergia a medicamento- artrite reumatoide.
IRDR tem eficácia gravitacional? Você pensa se irá aplica-lo ou não? Como
julgo o caso?
No IRDR você já tem milhares de demandas repetitivas. Você faz um
precedente cujo único propósito é aplicar aquelas demandas individuais.
Raciocínio analógico anterior.

QUAL O DIREITO
- propaganda de batom: direito difuso
Você quer defender a classe sifudamente de toads as crianças – público é
indeterminado, e elas são ligadas por relações fáticas e não jurídicas.
- baía de Guanabara: direito
Querem despouluir o rio, então querem defender uma classe determinada,
mas o objeto é indivisível e tem uma associação jurídica por tras (com
interesse coletivo).
- propaganda do Mac Donald’s (brinquedo do mac lanche feliz)
Propaganda enganosa- o fato de você comprar o brinquedo porque ele
quer comprar o brinquedo e não o lanche.
Se há uma ação do procon proibindo essa venda casada, que tipo de
direito é esse? Difudo (proibidr para todo mundo sme relação fática).
Se quero recber de volta o valro que gastei com a venda casada( direito
indivudla0< com o rigem comum – direito individual homogêo.
Nós partimos de uma classificação quem tem por parâmetro o próprio
direito material: divisível, com relação divisível que liga, ou se e um
direito com origem comum.
[PEGAR COM LARA]
REALIDADE QUE ESCAPA
DEMANDAS PSEUDOINDIVIDUAIS – mencionada por Kazuo Wantanabe,
um interesse ou direito individual pode ser individual na sua titularidade,
mas o conteúdo objetivo da relação de direito substancial deduzida em

124
juízo e o bem controvertido são de amplitude coletiva (CASO DOS
DELEGADOS)
DEMANDAS PSEUDOCLETIVAS – mencionada por Luiz Paulo da Silva
Araújo, nada mais é do que a mera soma de demandas individuais. As
particularidades são tantas que a ação coletiva dispersa-se em liquidações
individuais idênticas a uma demanda cognitiva (CASO DO TABACO).
- tipo de direito material? (Meio ambiente, consumidor? Brasil)
Fechar a Vale do Rio Doce, pois a poluição gera um dano a minha saúde
(estou tutelando minha própria saúde - direito individual.
Não é o direito que define, mas a forma como você expõe.

- Tipo de pedido? (condenatório em danos, declaratório? EUA)

- Análise da pretensão substancial, narrada na PI?

Ex: mensalidade (combater cobranças ilegais nos contratos de adesão de


alunos de uma escola particular (coletivo), repetição de indébito dos
valores pagos a maior (coletivo); proibição de alimentos futuros.

Ex: SANTANDER FREE (contrato de adesão e anuidade)


Ex: ADVOGADA SEM CASO EM SUSTENTAÇÃO ORAL (combater
Tem falar o pedido e a razão pela qual se quer o pedido). (combater
desrespeito à própria advogada, classe dos advogados repudia à atitude
em razão da dignidade da função, comportamento misógino e intolerante
que merece ser combatido).
PL 8.059 e Art.333 do NCPC VETADO.

Se o direito é difuso a coisa julgada é erga omnes.


COISA JULGADA
DIREITOS PROCEDÊNCI IMPROCEDÊNCI
IMPROCEDÊNCI
ESSENCIALMENT A A POR FALTA DE
A OUTROS
E COLETIVOS PROVA MOTIVOS
DIFUSOS ERGA OMNES SEM EFICÁCIA,
ERGA OMNES,
ADMITE NOVA
NÃO PREJUDICA
PROPOSITURA
INDIVÍDUO EM
REGRA
COLETIVOS ULTRA SEM EFICÁCIA, ULTRA PARTES,
PARTES ADMITE NOVA NÃO PREJUDICA
PROPOSITURA INDIVÍDUO EM
REGRA

§ NÃO PREJUDICA OU INDUZ LITISPENDÊNCIA À DEMANDAS


INDIVIDUAIS (EXCEÇÃO- §4º CDC- ASSISTENTE LITISCONSORCIAL)
§ PODE BENEFICIAR TRANSPORTE IN UTILIBUS DA COISA JULGADA E
LIQUIDAÇÃO IMPRÓPRIA, INDIVÍDUOS PODEM LIQUIDAR E EXECUTAR O
COMANDO NORMATIVO DA SENTENÇA

INDIVIDUAIS PARA ERGA OMNES ERGA OMNES


HOMOGÊNEOS BENEFICIAR (STJ 1.302 596
INDIVÍDUOS DJ 2015)

O QUE É BENEFICIAR? (CASO DA MICOBACTÉRIA)


PONTOS POLÊMICOS

125
- Posição doutrinária para extensão da coisa julgada secundum
probationem aos direitos individuais homogêneos (GIDI, DIDIER)
- AÇÕES INDIVIDUAIS CONCOMITANTES – SUSPENSÃO CATULTATIVA, A
PARTIR DA CIÊNCIA DA AÇÃO COLETIVA (LITERALIDADE DO ART.104
CDC)
- STJ, TODAVIA DETERMINA A SUSPENSÃO OBRIGATÓRIA E DE OFÍCIO
AO SE TRATAR DE LITÍGIO MULTITUDINÁRIO (RESP..1110.549-RS,
julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos.

AULA 17
31/08/17
Professora: Juliana Provedel.

AULA 17
17.2 (quinta-feira)

PEGAR CADERNO LARA!

QUESTÃO 1

A função primordial do Poder Judiciário é efetivar as garantias do Estado


Democrático de Direito. O CPC/2015 deixa a desejar em relação ao processo
coletivo.

CPC/15 trouxe o art.1º que diz que a interpretação deste código se dará de
acordo com os valores da Constituição. Esse artigo faz toda a homogeneização
do ordenamento.

1965- Lei da Ação popular. Em 1985 tivemos a Lei da Ação Civil Pública,
depois a ADCT, depois CDC e nesse meio termo o Código de Processo Civil de
1973.

Art.139, X NCPC:
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar
o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros
legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985,
e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso,
promover a propositura da ação coletiva respectiva.

Portanto, no caso em que tiver várias ações repetitivas, só o legitimado coletivo


para propor a ação coletiva.

O CPC está integrado nessa ideia de processo coletivo.

QUESTÃO 2

A primazia do julgamento de mérito está acoplado com o significado do


processo civil hoje. Significa superar vícios formais quando possíveis para
enfrentar o mérito. É o “fim” das preliminares infundadas.

Processo hoje não é mais um fim em si mesmo. Ele visa tutelar direitos, dando
a satisfação ao direito (procedência x improcedência). Então a primazia do
julgamento de mérito vem nesse sentido.

126
O legitimado no processo coletivo, em regra, é o instituto processual.

No processo coletivo pode ser ajuizamento por MS coletivo e receber como..não


justificando a extinção.

QUESTÃO 3

Pode, pois se a parte quiser aproveitar o julgamento da ação civil coletiva, ele
poderá, devendo pedir a suspensão da ação, pois a ação individual não tem
litispendência com a ação civil coletiva.

A situação jurídica de uma ação é totalmente diferente da outra.

(FALTA O RESTO DA AULA)

AULA 17
01/09/17
Professora: Susana Henriques da Costa

AULA 17
17.3 (sexta-feira)

TEORIA GERAL DO PROCESSO COLETIVO


Abordagem histórica:
- sociedade de massa e Estado Social de Direito
O que é a sociedade de massa?
Começa a se multiplicar e começam a perder a particularidade.
Ex: armário Casas Bahia- vou pedir para fazer 2.000 armários iguais. O
fabricante ao formular esse armário ele quer agradar a quem? Para a massa
de consumidor, que perde a sua característica individualizada.
A compra e venda de hoje é muito mais massificada.
Eu continuo tendo as relações particulares, mas eu somei a ela essa outra
relação.
Como regra, nas relações de massa eu tenho uma desigualdade.
Normalmente o consumidor tem menos informações que o fornecedor.
Tenho perda de titularidade?

- Existência de microssistema de processo coletivo


Ex: dever do estado de ofertar medicamento- eu acho que ele tem que me
oferecer e ele, portanto, deverá oferecer a várias pessoas.
Qual foi o primeiro tipo de relação jurídica que se trabalhou essa questão da
disparidade? Direito do trabalho.
Revolução industrial- filme do Charles Chaplin.
Ex: uma indústria poluiu um rio. Esse rio servia de fonte de água para um
bairro. Houve um prejuízo a uma massa de pessoas.
As relações de massa se multiplicam e podem vir a gerar conflitos de massa.
Ex: comprei uma bolsa de X e estou na época pré romana. O conflito gera
prejuízo social. O Direito serve, dentre outros, para regularizar esse conflito. O
direito vai regular a compra e venda.
Quando começa a surgir a sociedade de massas começo a ter esses conflitos,
pela falta de lei para regular. O próprio direito do trabalho vem no início do
séc.XX.

127
Acontece que, não é porque tem direito que as pessoas cumprem. E aí tenho
conflitos derivados de relações de massa, e terei direitos respeitados por
indivíduos com o maior poder de barganha.
Caso o direito não seja respeitado, irei buscar a saída jurídica (tutela) ou a
autotutela).
Esses conflitos de massa, quando entram no judiciário, a depender da
característica deles, possuem a nota da indivisibilidade.
A solução dada ao caso tem que ser invariavelmente a mesma para todas as
pessoas.
Ex: poluição do meio ambiente (água). Eu moro lá e quero propor ação voltada
para despoluir a minha água. Eu posso entrar com uma ação para despoluir a
minha água? Não. É um bem jurídico indivisível, terá que despoluir o rio
inteiro.
X foi lesada pela poluição do rio, e quer ajuizar a demanda para condenar a
empresa em uma obrigação de fazer consistente em despoluir o rio. Posso
ajuizar essa demanda? Não.
Por que o CPC me impede?
Como o CPC lida com os direitos indivisíveis? Se eu ganhar todo mundo
ganha, se eu perder todo mundo perde.
CPC- se a relação é indivisível tem que estar todo mundo no polo da demanda
(litisconsórcio unitário).
Por que o CPC faz isso? Pois existe uma questão de legitimidade política, que
se eu sofrer os efeitos de uma decisão judicial, eu tenho que ter o direito de
participar da relação.
Tenho de um lado que a constatação do legitimado X equacionamento de
valores que se eu abrir a porta para qualquer um falar e trazer esse interesse
para o Judiciário eu posso violar o sistema, criando um sistema
inconstitucional.
Grande dilema do final da década de 70.
As sociedades ocidentais organizavam conflitos em massas.
Ação popular desde a dec.70. Ninguém utilizava, pois estava na ditadura
militar.
O grande marco é nossa ação civil pública editada em 1985. Um projeto de lei
do MP/SP que atropelou o projeto da Ada Pelegrini, o qual foi buscar solução
do ordenamento jurídico no direito americano (class action), mas que adaptou
sobremaneira as soluções do commom law ao do civil law. O modelo brasileiro
é exportado para o mundo inteiro (Portugal, Japão).
Tem ume série de leis que tem algum capítulo voltado ao processo coletivo.

Legislação:
- Lei da Ação Popular (Lei n.417/65)
- Lei de Ação Civil Pública (Lei n.7347/85)
- Constituição Federal de1988
- lei nº 7.913/89, que trata da responsabilidade por danos causados a
investidores no mercado imobiliário
- estatuto da criança e do adolescente (lei nº8069/90)
- Código de Defesa do Consumidor (Lei n.8078/90)
- Lei de Improbidade Administrativa (lei nº 8.429/92)
- Lei nº 8884/94, que busca a prevenção e a repressão às infrações contra
a ordem econômica.
- estatuto do idoso
Temos no processo coletivo duas ou três normas que são a coluna dorsal.
Terei regras específicas que vão orbitar ao toro da coluna dorsal e você
procura em cada uma dessas normas.

128
(Coluna dorsal)
CR/880
LACP
CDC

ECA
EI- Estatuto Idoso
LIA
FC
(NORMAS ESPECIFICAS)
Obs: Normas específicas derrogam normal geral
Interdependência entre a LACP e o CDC
- Art.21, LACP:
- Art.90 CDC:

Hoje os conflitos de massa tem pleno acesso.


A todo e qualquer processo coletivo se aplica o CDC.
Eu não tenho um código de processo coletivo.

CDC positivou o conceito dos interesses transindividuais. A partir do momento


que eu positivo eu não permito que a doutrina diminua a abrangência.

Interesses coletivos lato sensu (art.81, § único do CDC)

- difusos: transindividuais de natureza indivisível, de que sejam titulares


pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
- coletivos: transindividuais de natureza indivisível, de que seja titular
grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica.
- individuais homogêneos: decorrentes de origem comum

Existe uma diferenciação intrínseca entre direitos difusos e direitos coletivos.

Tenho 3 espécies de interesses metaindividuais ou transindividuais, ou


coletivo lato sensu.

 Difusos: interesse essencialmente coletivos (ele não consegue entrar no


Judiciário, pois esta fechado pela regra do litisconsórcio. Pois não da
para dividir de um jeito para um e de um jeito para outro.
Eu tenho uma coletividade composta por inúmeras pessoas, mas eu não tenho
a menor condição de determinar quem são essas pessoas. Isso é impossível.
Eu estar dentro ou estar fora depende de circunstâncias fáticas.
Ex: o rio foi poluído por determinada empresa, existe uma coletividade de
pessoas que foi lesada por essa poluição. Henrique mora nessa comunidade.
Ele está dentro e eu estou fora. Não tem relação jurídica preexistente. Agora,
se o Henrique se mudar, ele sai daquele grupo (mudança fática).
Ex: ar poluído de Vitória- prejudica uma quantidade de pessoas. Eu não
consigo definir quais as pessoas são vítimas do ar poluído de Vitória. Dá para
o morador pedir para despoluir só parcela do ar? Não. Se essa ação for julgada
procedente todos irão se beneficiar e, caso contrário, todos irão ser
prejudicados.
Se eu me mudo para SP, eu sou legitimado? Não.

129
O legitimado é o fato de eu respirar o ar poluído de Vitória. É impossível
determinar exatamente quem são os prejudicados, pois como é fato, muda o
tempo inteiro.
Se eu for ajuizar uma ação voltada para despoluir o ar de Vitória, estou
tutelando o interesse difuso.
 Coletivo: interesse essencialmente coletivos (ele não consegue entrar no
Judiciário, pois está fechado pela regra do litisconsórcio). Pois não dá
para dividir de um jeito para um e de um jeito para outro.
Coletivo de pessoas indivisíveis. A diferença é que os membros dos direitos
coletivos são mais próximos. O que une os membros dessa coletividade entre
si não é o mero fato, mas a existência de uma relação jurídica prévia. São
interesses corporativos.
Grupo, categoria ou classe- coletivo de pessoas que compõe algo mais coeso.
Essa coletividade é mais fechada.
Eu tenho um dissídio coletivo de determinado Sindicato, eu estarei
trabalhando com coletivo strictu senso, que irá beneficiar os sindicalizados ou
não.
Ex: o Darwin irá reajustar sua mensalidade e lá atrás existia um índice
inflacionário e a grande discussão jurídica era se esse índice era ou não
vinculante. O MP ajuizou uma demanda a condenar essa escola para observar
o índice anual do conselho de educação.
Eu não estou buscando uma vinculação agora. Irei beneficiar os alunos atuais
e futuros. Essas demandas são voltadas para o futuro.
Uma coletividade indeterminável, mas determinável com o decorrer do tempo.
O que faz com que una essa coletividade? Relação contratual- ela é mais
identificável do que a relação anterior.
Uma relação jurídica prévia- o contrato existia antes.

 Individuais homogêneos: acidentalmente coletivos. É o interesse de Caio


x Tício.
Não são transindividuais de natureza indivisível. São interesses divisíveis na
modalidade Caio x Tício que o ordenamento jurídico permite que sejam
tratados como se indivisíveis fossem.
É um interesse individual de massa. A homogeneidade permite o tratamento
coletivo.
Ex: Walita colocou um liquidificador com defeito no mercado. Ele explode na
cozinha, existe uma série de pessoas que serão lesada por esse produto. Cada
uma dessas pessoas poderá ir no juizado buscar indenização. Mas existe uma
certa homogeneidade (decorrem de uma origem comum)- colocação de um
produto com defeito no mercado.
Eu ganho isonomia e economia processual, pois resolveria tudo em um só em
vez de ter centenas de demandas.
A demanda coletiva não impede a demanda individual.
Os interesses são tão dispersos que eles não justificam demandas individuais.
Ex: INMETRO pesando várias marcas de pacotes de macarrão. Não será feito
isso por uma pessoa apenas, pois o dano é irrisório (dano individual tão
disperso).
Eu tenho uma forma de coibir esse tipo de conduta.
Se o dano individual é muito pequeno, o prejuízo social é imenso.
*Liquidação e execução desses danos:
INTERESSES INDIVISÍVEIS
GRAU DE DIFUSÃO
Difusos Coletivos
- titulares indeterminados (subjetivo) - indeterminados, mas determináveis

130
- ligados por circunstâncias de fato, (subjetivo)
aleatórias e mutáveis (objetivo) - unidos entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica
objetiva

INTERESSES DIVISÍVEIS
Interesses individuais homogêneos
- titulares determinados
- origem comum: do qual derive o traço da homogeneidade;

O QUE DEFINE O INTERESSE TRATADO NA DEMANDA É O PEDIDO QUE


VOCÊ FAZ.
(PEGAR CADERNO LARA SEGUNDO HORÁRIO)

AULA 18
13/09/17
Professor: Diego Pimenta Moraes

AULA 18
18.1 (quarta-feira)

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – ASPECTOS MATERIAIS


INTRODUÇÃO
 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
- Histórico Constitucional
- Todas as Constituições brasileiras trataram do tema
- crimes de responsabilidade do alto escalão
- enriquecimento ilícito dos agentes públicos
- CRFB /1988
- tratamento mais denso
- ilícito de natureza extrapenal
Art.37, §4º divisor de águas, pois caracterizou a improbidade
administrativa como um ilícito extra penal.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA –
- histórico infraconstitucional
- decreto n.º 30 de 1982
- extenso rol de condutas proibidas
- Lei nº 1.079 de 1950
- lei de crimes de responsabilidade
- Lei nº 3.052 de 1958
- lei de enriquecimento ilícito

A defesa da probidade é objeto do nosso ordenamento há algum tempo,


embora nosso foco seja a legislação atual, é importante saber que isso vem de
todos os nossos textos constitucionais.
No primeiro momento o legislador queria proteger o enriquecimento sem causa
dos cargos de alta gestão. Isso foi melhorando até chegar no texto
constitucional de 1988, que é o que interessa.
A CR/88 falou expressamente de probidade, o que até então não tinha.
Art.37, §4º da CR/88:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

131
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Esse dispositivo foi um divisor de águas, pois caracterizou a improbidade


administrativa como um ilício extra penal.
Crime de improbidade é (incorreto usar essa expressão): NÃO É CRIME.
Se falar crime, automaticamente, atrai características do processo penal, foro
de prerrogativa, etc..
Isso foi crucial historicamente para que o instituto fosse caracterizado como
“não penal”.
Modernamente se discute a improbidade como um direito sancionador. É
muito mais que o direito penal. Direito sancionador é o ramo do direito que se
preocupa com todas as sanções, sendo elas penais, políticas, ética,
administrativa, etc.
Antes tínhamos um ato infraconstitucional histórico.
A primeira menção estava em 1982 quando um decreto (norma
infraconstitucional) fixou um rol de condutas proibitivas para servidores
públicos. Esse decreto subsidiou muito depois a Lei de Crimes de
Responsabilidade e a Lei de Enriquecimento ilícito.
Com relação a lei de improbidade administrativa (LIA) legislação curta e sobre
o ponto de vista da punição faz grande estrago.
Ex: bem de família pode ser objeto de alguma constrição? Regra geral não. É
STJ: indisponibilidade de bens atinge o bem de família.

CONCEITOS:
Dano ao Erário, violação ao princípio do soldado de reserva e recentemente
concessão ou aplicação indevida de recurso financeiro...
5 aspectos:
- elementos que formam a improbidade
- sujeitos: passivo do ato de improbidade e do sujeito ativo
- tipos de improbidade
- sanções cominadas na legislação
- prescrição?

- improbidade – improbitate- desonestidade


“impunidade é o ato de má-administração narrado pela desonestidade de
quem o pratica”
- a má-fé é premissa do ato de improbidade
Logo, desse conceito podemos extrair que falar em improbidade,
necessariamente precisa partir da má-fé.
Sem má-fé estaremos diante de mera irregularidade.

 Ilegalidade qualificada ..e que ..atinge alguns dos tipos da LIA (bens
jurídicos protegidos)
- enriquecimento ilícito
- dano ao erário
- concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou
tributário
- violação aos princípios

132
Má-fé é você agir em determinada seara não se preocupando com o que
deveria fazer. É a má gestão causada pela desonestidade.
Ex: determinado prefeito adotou um comportamento amparado num parecer
aparentemente mal feito. Ainda que o parecer tivesse sido mal feito, você não
tem como sustentar que ele se descuidou e agiu com má-fé.
Não posso afirmar que toda ilegalidade é uma conduta improba.

 Não alcança a mera ilegalidade


PAREI 32.51- áudio 13/09

SUJEITOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE


- SUJEITOS PASSIVOS:
- Vítimas do ato desonesto // titular do bem jurídico protegido
Para firmar o conceito legal de improbidade ela traz o que entende como vítima
do ato desonesto.
Obs: improbidade é diferente de corrupção
PRINCÍPIOS DA TUTELA REPRESSIVA DA IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
1. Princípio da vedação de proteção deficiente da probidade
administrativa
2. Princípio da máxima efetividade da tutela repressiva da
improbidade administrativa
3. Princípio da vedação de retrocesso social em matéria de probidade
administrativa
Toda vez que se tutela as questões metaindividuais trabalhamos com a
máxima efetividade da tutela difusa.
Não se admite no campo da probidade o retrocesso social.
Posso chamar concessionária de serviço público.

FUNDAMENTOS
1. Bem jurídico tutelado – administração pública proba e eficiente
2. Direito fundamental à boa administração pública: direito difuso,
indeterminável.
3. Probidade como direito difuso (caráter metaindividual)

MÉTODO DO DIÁLOGO DAS FONTES E TÉCNICA DE APLICAÇÃO DO


MICROSSISTEMA
1. LEI 8.429/92 (LIA)
2. LEI 7.347/85 (LACP)
3. LEI 8.078/90 (CDC)
4. LEI 12.846/2013 (LEI ANTICORRUPÇÃO)
5. OUTROS DIPLOMAS DA JURISDIÇÃO CIVIL COLETIVA (EX: LAP,
ECA, ETC.)
6. CPC
7. REGRAS DO PROCESSO PENAL (?)
- Técnica de aplicação do microssistema
- consequências do microssistema
As regras do CPC fora pensadas no modelo individualista, por isso sempre
vamos trabalhar com as regras da jurisdição civil coletiva.
Hoje excepcionalmente poderá ser aplicada a quebra do sigilo bancário.

DO CARÁTER SANCIONADOR DA LIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS (MODELO


DE DIREITO DE INTERVENÇÃO – HASSEMER)

133
A improbidade se insere dentro desse modelo de intervenção. É uma figura
híbrida entre o direito administrativo e civil. Hssemer é um penalista e diz que
os direitos difusos (financeiros, consumidor) são resistentes a esfera penal.
Então temos que criar uma esfera híbrida dessas contaminações como
inversão do ônus da prova.

INCIDÊNCIA DOS PRINCÍPIOS TÍPICOS DO DIREITO E DO PROCESSO


PENAL?
- LEGALIDADE (EX: art.12 da Lei 12.813/2013) – técnica de tipificação
- PROPORCIONALIDADE
- CULPABLIDADE
- NON BIS IN IDEM (?)
- DEVIDO PROCESSO LEGAL
- PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (EX: art.20 da lia x hc 126.292 pleno do
STF)
- CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
- CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO E SENTENÇA (CONGRUÊNCIA)
O juiz em sede de improbidade ele vai aplicar a logica do processo penal- no
sentido de que foi narrado e eu como juiz posso modificar o pedido.

FASE PRÉ-PROCESSUAL DA INVESTIGAÇÃO NOS CASOS DE


IMPROBIDADE ADMINSITRATIVA – O INQUÉRITO CIVIL
QUESTÕES IMPORTANTES-1
1. INQUÉRITO CIVIL E LEGITIMIDADE DO MP (CF, ART.129, III, LACP,
Art.8º)
2. REGULAMENTAÇÃO: RESOLUÇÃO N.23/2007 DO CNMP E
RESOLUÇÃO 006/2014 DO CS,PES
3. INSTAURAÇÃO – OBJETO DEFINIDO
4. NATUREZAE FINAIDADES
5. PROCEDIMENTO DO IC
 CONRADITÓRIO (?)
Hoje o MP tem a obrigação de notificar o investigado. O Contraditório é
assegurado também pelas próprias resolução.
 OITIVA DO INVESTIGADO – OBROGATORIEDADE (?)
 SIGILO (SÚMULA VINCULANTE 14 DO STF)
MP pode abrir mão do inquérito civil se chega uma questão disciplina rou algo
do tribunal de contas aonde já esta cristalizado um ato de improbidade.
Ocorre que os processos do tribunal de contas não conseguem delimitar o ato
de improbidade, será sempre necessário algo a mais.
Se no inquérito policial.
PAUSA: DA PUBLICIDADE:
- CF, Art.37, caput
- art.7 da Resolução
QUESTÕES IMPORTANTES -2
1. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E AMBIENTAL (?)
É muito comum que da Lei de improbidade, nas sanções, decorre a reparação
do dano. Por isso eu se faz a analogia do direito ambiental (principio do
poluidor pagador), aqui se fala que é do ímprobo pagador.
2. DA PROVA EMPRESTADA
3. QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO (LC 105/2000)
4. LAVAGEM DE CAPITAIS (LEI 9.613/98) – COOPERAÇÃO JURÍDICA
INTERNACIONAL?
5. COLABORAÇÇÃO PREMIADA
PAUSA: DA COLABORAÇÃO PREMIADA EM SEDE DE IMPROBIDADE

134
- FUNDAMENTO:
1. Art. 13 da Lei 9.807/98 e arts 4ª a 7ª da lei 12.850/2013 (analogia)
2. forma de estímulo à confissão extraprocessual
3. falta de justa causa/ interesse
37 min. Dica de mono
4. ACPRPS DE LENIÊNCIA – INTERAÇÃOCOM A LEI ANTICORRUPÇÃO
(ART.16 DA EI 12.846/2013)
5.
NOTAS FINAIS SOBRE O IC
1. VALOR PROBATÓRIO DO IC X PROVAS PRODUZIDAS NA INSTRUÇÃO
(PRECEDENTES DO STJ – V, RE 476660/MG)
- ATENÇÃO:
A) PROVAS REPITÍVEIS
PROVAS IRREPETÍVEIS
EX: (ESTUDOS TÉCNICOS ART.472 CPC) prazo para conclusão LAC C
SOLUÇÕES DO MP (PAUSA: DEMORA RAZOÁVEL)
3. TRANCAMENTO DO IC?
Sim, se a investigação é teratológica. Eu vou utilizar o MS para
trancar esse Inquérito civil.
PROVIDÊNCIAS DO MP DIANTE DO IC
2. ARQUIVAMENTO (ART.9, LACP)
PAUSA: não trivialiação da LIA
MOTIVOS DE ARQUIVAMENTO
- PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA?
- A PROBLEMÁTICA DO ELEMENTO SUBJETIVO (ESTRATÉGIAS
UTILIZADAS PELO MP PARA CARCATERIZAÇÃO DO DOLO)
PAUSA: ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART.9º, VII, DA LIA X CF)
- PRESCRIÇÃO (ART.23 DA LIA)

AULA 18
14/09/17
Professor: Gustavo Senna

AULA 18
18.2 (quinta-feira)

TUTELA DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA


PROFº GUSTAVO SENNA MIRANDA

CORRUPÇÃO: PANDEMIA NACIONAL


 Preocupação mundial
1. Convenção interamericana contra a corrupção (Dec. Legislativo 152/2002)
2. Convenção das nações unidas contra a corrupção (Dec.

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PRINCÍPIOS DA TUTELA REPRESSIVA DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


1. PRINCÍPIO DA VEDAÇAO DE PROTEÇÃO DEFICIENTE DA PROBIDADE
ADMINISTRATIVA
Não é possível que se tenha ataques em relação ao esvaziamento da lei de
improbidade, que vão desde a mudança do rito à tentativa de foro por
prerrogativa. Ataques legislativos, jurisprudenciais e doutrinários. Qualquer
iniciativa viola esse princípio.

135
2. PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE DA TUTELA REPRESSIVA DA
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Insiro a improbidade dentro da tutela difusa, então trabalhamos a ideia da
máxima efetividade das ações de improbidade administrativa, razão pela qual
não se admite retrocesso social no campo das ações de improbidade.

3. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE RETROCESSO SOCIAL EM MATÉRIA DE


PROBIDADE ADMINISTRATIVA

CONSEQUÊNCIAS
1. Ilegitimidade dos ataques legislativos, jurisprudenciais, doutrinários
2. Microssistema repressivo da tutela de probidade adm

FUNDAMENTOS
1. Bem jurídico tutelado – administração pública proba e eficiente
2. Direito fundamental à boa administração pública
3. Probidade como direito difuso (caráter metaindividual) – posições.

STJ – Resp – A CF criou um microssistema de tutela de interesses difusos


referentes à probidade administrativa pública.

MÉTODO DO DIÁLOGO DAS FONTES E TÉCNICA DE APLICAÇÃO DO


MICROSSISTEMA
1. LEI 8429 (LIA)
2. LEI 7347 (LACP)
3. LEI 8078 (CDC)
4. LEI 12846 (ANTICORRUPÇÃO)
5. OUTROS DIPLOMAS DA JURISDIÇÃO CIVIL COLETIVA (EX: LAP, ECA,
ETC)
6. CPC (último caso, pois as regras do CPC foram pensadas numa
concepção individualista, devemos trabalhar com as regras da jurisdição civil
coletiva)
7. REGRAS DO PROCESSO PENAL (?)
- TÉCNICA DE APLICAÇÃO DO MICROSSISTEMA
- CONSEQUÊNCIAS DO MICROSSISTEMA

TEMA MONOGRAFIA: CARGA DINÂMICA PROVA, SE APLICA A


IMPROBIDADE ADM????
TEMA: COLABORAÇÃO PREMIADA NAS AÇOES DE IMPROBIDADE ADM -
ACORDO NA FASE PROCESSUAL POR NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL
Colaboração premiada e acordo de leniência – instrumentos de investigação
O acordo de leniência traz benefícios para o investigado, então também pode
retroagir, inclusive para tratar das ações em curso, por atos ilícitos praticados
antes da entrada em vigor da lei anticorrupção.
Art. 17, §1º LIA derrogado pela lei anticorrupção, pois pode haver sim
transação, no mínimo às sanções que podem ser aplicadas às pessoas
jurídicas.

PAUSA:
DO CARÁTER SANCIONADOR DA LIA E SUAS CONSEQUENCIAS (MODELO
DE DIREITO DE INTERVENÇÃO – HASSEMER)

136
INCIDÊNCIA DOS PRINCÍPIOS TÍPICOS DO DIREITO E DO PROCESSO
PENAL?
- Legalidade (Ex: art. 12 da lei 12813) – técnica da tipificação)
- Proporcionalidade
- Culpabilidade
- Non bis in idem (?)
- Devido processo legal
- Presunção de inocência (Ex: art. 20 da LIA x HC 126.292 Pleno STF)
- Contraditório e ampla defesa
- Correlação entre acusação e sentença (congruência)

FASE PRÉ-PROCESSUAL: DA NIVESTIGAÇÃO NOS CASOS DE


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – O INQUÉRITO CIVIL
ACORDO NA FASE PROCESSUAL POR NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL

QUESTÕES IMPORTANTES - 1
1. INQUÉRITO CIVIL E LEGITIMIDADE DO MP (CF, ART. 129, III; LACP,
ART. 8º)
2. REGULAMENTAÇÃO: RESOLUÇÃO N. 23/2007 DO CNMP E
RESOLUÇÃO 006/2014 DO CSMPES
3. INSTAURAÇÃO – OBJETO DEFINIDO
4. NATUREZA E FINALIDADES
5. PROCEDIMENTO DO IC
CONTRADITÓRIO - assegurado
OITIVA DO INVESTIGADO – OBRIGATORIEDADE ? Obrigação de notificar
investigado
SIGILO (SÚMULA VINCULANTE 14 DO STF?)

QUESTÕES IMPORTANTES – 2
1. INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA E AMBIENTAL
2. DA PROVA EMPRESTADA
3. QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO (LC 105/2000)
4. LAVAGEM DE CAPITAIS (LEI 9613/98) – COOPERAÇÃO JURÍDICA
INTERNACIONAL?
5. COLABORAÇÃO PREMIADA?

COLABORAÇÃO PREMIADA EM SEDE DE IMPROBIDADE


FUNDAMENTOS
1. ART. 13 LEI 9807 E ART. 4 A 7 LEI 12850
2. FORMA DE ESTIMULO À CONFISSAO EXTRAPROCESSUAL
3. FALTA DE JUSTA CAUSA/INTERESSE
4. ACORDO DE LENIENCIA – INTERAÇÃO COM A LEI ANTICORRUPÇAO
(ART. 16 LEI 12846)

NOTAS FINAIS SOBRE O IC


1. VALOR PROBATÓRIO DO IC X PROVAS PRODUZIDAS NA INSTRUÇÃO
(PRECEDENTES DO STJ – V. RE 476660/MG)
ATENÇÃO
A) PROVAS REPETÍVEIS
B) PROVAS IRREPETÍVEIS
(E: ESTUDOS TÉCNICOS ART. 472 CPC)
2. PRAZO PARA CONCLUSÃO LACP X RESOLUÇÕES DO MP (PAUSA:
DEMORA IRRAZOÁVEL)

137
3. TRANCAMENTO DO IC?

PROVIDÊNCIAS DO MP DIANTE DO IC
2. ARQUIVAMENTO (ART. 9 LACP)
PAUSA: NÃO TRIVIALIZAÇÃO DA LIA
- MOTIVOS DE ARQUIVAMENTO
- PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA?
- A PROBLEMÁTICA DO ELEMENTO SUBJETIVO (ESTRATÉGIAS UTILIZADAS
PELO MP PARA CARACTERIZAÇÃO DO DOLO)
PAUSA: ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART. 9º, VII, DA LIA X CF)
- PRESCRIÇÃO

PEGAR SLIDES

DO RITO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


Artigo 17

DA AÇÃO DE IMPROBIDADE
- TERMINOLOGIA – ACP? – POSIÇÕES
- LEGITIMADOS (ART. 17 DA LIA)
1. MP (V. §4º) – LITISCONSÓRCIO ENTRE MP
2. PESSOA JURÍDICA INTERESSADA
OBS1: NÃO SENDO AUTORA (V. §3º) – FORMA DE ATUAÇÃO:
“INTERVENÇÃO MÓVEL” (MOMENTO PARA TOMAR POSIÇÃO? RETRATAÇÃO
DA OPÇÃO ELEITA: PRECLUSÃO LÓGICA?)
OBS2: PERTINÊNCIA TEMÁTICA
ASSOCIAÇÕES E CIDADÃO COMUM?
LITISPENDÊNCIA (EX: AP COM PEDIDO DE APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DA
LIA – DIMINUIÇÃO SUBJETIVA DA DEMANDA)
DEF. PÚBLICA?

DA COMPETÊNCIA – 1
1. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO?
TENDÊNCIAS:
- LEI 10628/02 – ADIN 2797 (JUG. STF 15/09/05) – CONFERIR
INFORMATIVOS 401 E 572 STF
- EC ESTADUAL 85, DE 09/07/2012
- PDC 385/05 (ART. 2º) – ART. 97-A CF
- STF: QO NA PET 3221-0, DJ 27/06/2008 (V. TAMBÉM STJ: RCL 2790/SC,
CORTE ESPECIAL, DJ 4-3-2010)
- CRÍTICAS AO FORO PRIVILEGIADO

15/09/17

138
Professor: Marcelo Zenkner
AULA 18
18.3 (sexta-feira)
CORREÇÃO EXERCÍCIO

139
CONTEXTUALIZAÇÃO:

Juízo de prelibação:

Ex: é muito comum diante de uma PI por ato de improbidade pública ao invés
de apresentarem uma notificação para defesa preliminar, fazem a citação, vem
o advogado apresenta contestação, vem o promotor e apresenta réplica (volta
par ao juiz), que faz saneamento...Em determinado momento verificam que
não teve o juízo de prelibação, o que acarreta nulidade absoluta, por violação
de ampla defesa.

STJ está cheio de decisões acerca da inobservância do procedimento específico


da improbidade administrativa.

140
No início o STJ anulava o processo inteiro para que fosse feito o juízo de
prelibação. Se não houver demonstração que houve prejuízo, não haverá
nulidade (encontraram uma saída política absurda para isso).

Ação por ato de improbidade administrativa é uma ação coletiva: é espécie do


gênero ações coletiva. Há quem entenda que é uma ação de cunho individual,
pois o caput do art.17 da Lei 8.429 diz que a ação será pelo rito ordinário.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias
da efetivação da medida cautelar.

Ela é uma ação coletiva especial, pois é de cunho sancionatório, que tem por
objetivo a tutela do direito difuso (agentes púbicos probos). O direito indivisível
é de titularidade indeterminada, por isso é reconhecidamente uma ação
coletiva e segue as regras do processo coletivo. Salvo um ponto: regime da
coisa julgada.

o processo chega ao seu final e o pedido é julgado improcedente por falta de


prova. Lá no processo coletivo, caso isso acontece, teremos a coisa julgada
secundum eventum probationis, que permite a repropositura da ação com base
em novas provas. Isso é inadmissível em se tratando de processo coletivo de
natureza sancionatória. Senão iriamos expor o réu a uma situação infinita, o
que violaria uma série de princípios.

Essa ação não é uma ação civil pública, pois ação civil pública é espécie do
gênero ação civil coletiva (procedimento, regime da coisa julgada e legitimação
são distintos).

2013- Entrou em vigor a Lei 12.843/13- veio na verdade suprir uma lacuna
que existia em relação a tutela da probidade administrativa. A lei 8.429/1942
ela foi construída pensando sempre nas pessoas físicas, a saber: agentes
públicos e sócios de pessoas jurídicas, ou representantes de pessoas jurídicas.

Lei da ação de improbidade art 12, III:- Uma sanção específica e destinada ao
particular:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada
pela Lei nº 12.120, de 2009).
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco
anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de três anos.

A sanção que faz menção especifica ao sócio, pois se você aplica essa sanção a
pessoa jurídica, o que o sócio faz? Fecha a empresa e abre outra. Por isso que
essa sanção incide na pessoa física.

141
- Pessoa física envolvida no ilícito: regime da lei de improbidade
administrativa. - Pessoa jurídica envolvida no ilícito: regime da lei de
corrupção empresarial

Qual o regime de responsabilização da improbidade administrativa?


Tenho que necessariamente provar dolo e culpa, o que necessariamente
demonstra desde logo que a lei de improbidade não poderia ser aplicado a PJ,
pois não age com dolo e culpa.

O Regime da lei de corrupção empresarial utiliza a responsabilidade objetiva,


ou seja, eu não preciso demonstrar dolo ou culpa para responsabilizar a PJ.

Ex: funcionário de uma empresa do MT fornecia câmeras de vídeo


monitoramento para o Estado e ofereceu propina para o secretário de
estado..foi preso em flagrante. O dono da empresa foi procurar o professor e
disse que a empresa não tem nada a ver com isso. A responsabilidade é
objetiva, não vou usar a lei de improbidade.

Inspeção na Corregedoria nacional: O PROFESSOR QUESTIONOU- ao se


deparar com um ilícito que se enquadra na lei de improbidade e te
envolvimento de pessoa jurídica, como faz isso? Ao final ajuíza uma ação de
improbidade administrativa para as pessoas físicas e para as pessoas jurídicas
uma ação de responsabilização.

Professor: depois que ajuizar essas duas ações, teremos conexão, já que os
fatos são os mesmos? SIM. A consequência da conexão é que os processos
serão reunidos e teremos unificação do procedimento, ou seja, o que vai gerar
maior amplitude de defesa.

Para que isso não ocorra, a fim de ajuizar apenas uma ação, basta
fundamentar nas leis corretas. As vezes tinha prova da PJ mas não tinha da
PF e o STJ tem jurisprudência torrencial que você só pode condenar OJ ou
particular se você condenar o agente público. Pois não existe ato de
improbidade se você não tiver ao mesmo tempo o envolvimento do agente
público.

Nós estamos tratando de dois sistemas que são umbilicalmente interligados


dentro daquilo que chamamos de microssistema brasileiro de combate a
corrupção.

Acordo de leniência (previsto na lei de anticorrupção empresarial): é a


colaboração premiada das PJ. Tanto em relação ao acordo de leniência quanto
a colaboração premiada, a doutrina é unanime no sentido de que a natureza
jurídica e de instrumento de investigação.

As autoridades que estão a frente da investigação possuem uma margem de


discricionariedade em relação a celebração do acordo de leniência.

Agora, também é verdade que o acordo de leniência traz benefícios para o


destinado, haja vista que pode haver uma mitigação das sanções.

Se pode trazer benefícios para o investigado ele pode também retroagir,


inclusive ao tratar das ações de ato de improbidade administrativa que estão

142
em curso por atos ilícitos praticados antes da entrada em vigor da lei de
combate a corrupção empresarial.

Ex: tem uma ação de improbidade em 2011. A empresa chega para o promotor
e propõe o acordo de leniência, afirmando que tem provas e quer confessar. O
promotor nega e diz que só se aplica depois de 2014 (isso não faz o maior
sentido). Segundo o professor, tem que retroagir.

Art.17, §1º da Lei de improbidade:

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias
da efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o
caput.

Esse parágrafo foi derrogado pela lei anticorrupção empresarial.

SUJEITOS DA IMPROBIDADE
Sujeito ativo – agente público, seja ele servidor ou não
A lei e bastante clara nesse sentido.

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,


servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão
punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Sujeito passivo – entes da Administração Pública Direta, Indireta e


Fundacional e Terceiro Setor.

MODALIDADES DOS ATOS DE IMPROBIDADE

1) Atos que importam enriquecimento ilícito – Art. 9 (punições menos


graves)

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida
em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou

143
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de
serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de
mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio,
de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras
públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou
aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta
lei.

2) Atos que importam dano ao erário – Art. 10 (punição intermediária)

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada

144
utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à
espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou
serviço por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo
para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-
los indevidamente; (Redação dada pela Lei nº 13.019, de
2014) (Vigência)
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei
ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como
no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça
ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na
lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao
patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
2014) (Vigência)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

145
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das
prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação
dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei
nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei
nº 13.019, de 2014) (Vigência)

3) Atos que importam violação de princípios – Art. 11 (punições mais


graves)

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições,
e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso
daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das
atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e
aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de
2014) (Vigência)
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na
legislação.

Ex: sou responsável pela guarda e preservação de serviços públicos e embolso


uma determinada quantia que estava sob minha responsabilidade (art.9).

Ex: servidor faltou 3 vezes ao trabalho. Não é improbidade administrativa.

Obs: nem tudo que é irregular dentro da Administração é Improbidade


Administrativa.

CARACTERÍSTICAS COMUNS DOS ATOS DE IMPROBIDADE


- Tipificação aberta (art.9, 10 e 11)

146
Tipificação aberta significa que trazem uma conduta genérica no caput e
meros exemplos nos incisos, o que significa que se você não enquadrar nos
incisos enquadra no caput.

Na lei de anticorrupção empresarial o rol é taxativo.


Na lei de improbidade a ultima expressão de cada um desses artigos é
“notadamente” (o que significa por exemplo). Já na lei de anticorrupção
empresarial essa palavra não é utilizada.

- Rol exemplificativo
- Exigência de vínculo subjetivo

O vínculo subjetivo tem que existir na improbidade.


Art.9 e art.11 (só conduta dolosa) art.10 (admite conduta culposa).

A culpa é apenas para atos que causam prejuízo ao Erário.

- ARTIGO 9
Ato comissivo e doloso

- ARTIGO 10
Atos comissivos ou omissivos, dolosos ou culposos

- ARTIGO 11
Atos comissivos ou omissivos e dolosos

LEI 8429 LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


- Integridade e probidade na administração pública (objeto da lei)
- Foco na responsabilização dos agentes públicos (pessoas físicas)
- Responsabilização subjetiva/judicial (dolo ou culpa
necessariamente tem que estar presente)
- Territorialidade: só ato praticado no Brasil

LEI 12846 LEI ANTICORRUPÇÃO EMPRESARIAL


- Integridade e probidade no ambiente negocial (objeto da lei)
Tornar o ambiente negocial hígido.
- Foco na responsabilização de pessoas jurídicas
- Responsabilidade objetiva/administrativa e judicial

- Territorialidade e extraterritorialidade
Ato praticado no Brasil ou no exterior.

RESPOSTA EXERCÍCIO

Se não houve dano ao Erário, o enquadramento na inicial foi correto?

O magistrado pode condenar como base em tipificação diversa da inicial? O


Promotor coloca no art.9, 10 e o magistrado condena no 11?

As sócias da empresa respondem por improbidade?

147
A lei de improbidade incide sobre as PJ? Sim. Até 29/01/2014 Sim. Depois
dessa data não.

Primeira questão: elemento subjetivo do ato de improbidade:

O que nós estamos tratando é da chamada emergência fabricada (super


comum na Administração).

Em janeiro foi aberto um processo administrativo dentro da SEJUS para uma


nova solicitação de fornecimento para os presídios. Qual a fundamentação da
pergunta do processo? O contrato em vigor venceria em dezembro. E eles
abriram o processo em Janeiro.

O processo caminhou a passos de tartaruga. Num determinado momento ficou


na mesa do secretário 4 meses sem andamento. Ai quando chegou em
novembro ele “percebeu” que não daria tempo de fazer a licitação, então optou
por fazer a contratação emergencial.

O contrato estava abaixo do preço do mercado- o objetivo era apenas favorecer


a empresa, de modo a estender o tempo de prestação daquele serviço, mas não
havia superfaturamento.

Se não fosse aquele secretário e sim outro, que foi nomeado em dezembro,
qual seria a atitude a ser tomada pelo novo secretário de justiça? Contratar
emergencialmente. O vício foi antes, apesar de ele ter “fabricado a situação”.

Não houve dano ao erário. Posso enquadrar essa criatura no art.10 da Lei de
Improbidade sem prova de dano ao erário? Isso tem que fazer parte da
investigação do promotor no inquérito civil. É a primeira coisa que ele vai
verificar.

Todos os incisos do art.10, para que haja o enquadramento no ato de


improbidade, tem que trazer dano ao erário.

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

Não existe a possibilidade de fazer o enquadramento em perspectiva: “teve


dano ao erário, pois se tivesse havido a licitação a Administração Pública
poderia contratar por um preço menor, pois não teria havido competição.”

E qual o preço então? Ah, não sei, mas teve dano ao erário...

Não podemos trabalhar com isso em abstrato. O Promotor tem que colocar
qual o valor do dano ao erário na Petição inicial.

Art.9- enriquecimento ilícito de agente público


Art.10 – dano ao erário
Art.11 – caso típico de improbidade administrativa que viola princípios da
Administração Pública: violou os princípios da legalidade, impessoalidade,
eficiência...

148
Se o juiz enquadrar a conduta em um artigo e o MP quer que seja enquadrado
em outro? O juiz pode enquadrar no art.11 se o promotor pediu no art10? Vai
configurar julgamento extra petita?

Art.386- O réu se defende dos fatos e não da capitulação. Segundo o professor


tem que aplicar o art.10.

Princípio iura novit curia: o réu se defende dos fatos.

Se o promotor enquadrar no art.9 e o juiz acha que é mais grave ele poderá
também ir do mais grave para o menos grave e vice-versa.

- Maiara a Maraisa respondem por improbidade? São agentes públicos? Elas


respondem na forma do art.3º da Lei de Improbidade (8.429).

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Os terceiros do art.3º respondem por improbidade se tiverem concorrido, se


tiverem instigado ou se beneficiado do ato de improbidade. A atitude tem que
ser dolosa e comissiva. Tem que provar o dolo do terceiro. Não existe
responsabilidade do terceiro por culpa.

Elas se beneficiaram do ato, pois o contrato foi homologado.

Ainda que por intermédio da pessoa jurídica pela qual seja sócio minoritário, a
redação é clara de que essa sanção é direcionada a pessoa física.

A pessoa jurídica foi talhada pensando no sócio e não na pessoa jurídica.

A lei de improbidade era mal utilizada, sendo aplicada também a PJ.

- a eventual incidência da Lei 8.429/92 sobre pessoas jurídicas a partir da


entrada em vigor da Lei nº 12.846/2013:

Isso acontece para atos ilícitos ocorridos até 29/01/2014 (lei de anticorrupção
empresarial). Aí você pode aplicar promiscuamente a lei de improbidade das
PJ’s. se o ato tiver sendo praticado a partir de 29/01/2014.

Neste caso qual seria o enquadramento da empresa Filé de Gato na lei de


Anticorrupção empresarial?

Artigo 5º lei 12846, inciso IV, alínea “d” – fraudar licitação pública ou contrato
dela decorrente.
Art. 5o Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou
estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas
jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1o, que atentem contra o
patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da
administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos
pelo Brasil, assim definidos:
[...]
IV - no tocante a licitações e contratos:

149
[...]
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

Frauda licitação: faz uma contratação direta, o que na hipótese era de


licitação. Você usa a dispensa ou inexigibilidade de forma forçada e a licitação
que deveria ocorrer não ocorre.

CORREÇÃO

 Ciência prévia das irregularidades – opção pela não regularização dos


editais – opção pela não realização de licitação – má-fé = conduta
dolosa.
 Artigo 11 da LIA = soldado de reserva.
 Art. 3º LIA – terceiros – necessidade da prova do dolo para aplicação das
sanções.
 Artigo 12, III LIA – sanção sócio – proibição de contratar com poder
público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
 Incidência da lei 8429 sobre pessoas jurídicas – só até 29 de janeiro de
2014 é aplicado às pessoas jurídicas.
 Artigo 5º lei 12846, inciso IV, alínea “d” – fraudar licitação pública ou
contrato dela decorrente.

20/09/17
Professor: Rodrigo Klipel

AULA 19

19.1 (quarta-feira)

Livro: teoria do fato jurídico plano da existência. Marcos Bernardes de


Mello.
Ações locatícias
- Questões polêmicas
- Metodologia da aula
Foram selecionadas diversas dúvidas práticas analisadas pelos tribunais,
que são objeto de discussão e resolução.
 Dúvidas práticas:

a) O art.58, I da lei 8.245 prescreve que ações de despejo tramitam


durante as “férias formais” e não se suspendem por sua superveniência.
Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas
ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da
locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar - se - á o
seguinte:
I - os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela
superveniência delas;

A Lei é de 91. Já que não cabe mais falar de férias forenses, essa regra poderia
ser aplicada por analogia ao recesso?

150
A questão do despejo traz uma urgência em si: ou precisa daquele lugar para
residir ou precisa de fazer dinheiro com aquilo.

Via de regra, poderia aplicar essa regra de continuidade dos prazos ao fim de
ano? Sim.

Essa regra se aplica ao recurso de fim de ano? Sim.

Caso se aplique, mantém-se a contagem dos prazos se a demanda de


despejo for acumulada com cobrança de aluguéis? (dúvida do STJ)

A maioria do despejo é pela falta de pagamento. Na maioria das vezes, quando


que você ajuizar uma ação de despejo, você irá acumular a ação com os
pagamentos atrasados.

Se além do despejo eu juntar outro pedido (cobrança de aluguéis atrasados) eu


terei também a fluência dos prazos?

Não se aplica a regra de manutenção da contagem. A ratio decidendi do STJ ao


dizer que se você acumulou ao despejo o pedido de pagamento das prestações
foi que a regra de manutenção da contagem era excepcional, e toda regra
excepcional merece interpretação restritiva. Logo, a demanda que se requer
despejo, eu não aplicaria.

Você só manteve a contagem dos prazos para poder residir, fazer dinheiro....o
despejo quando é acumulado com valores anteriores ele não perde nada
dessas características.

Como isso pode ser usado na advocacia? Caso desconheçamos esse


entendimento, alega que o adversário perdeu o prazo para contestar, pois já
que havia despejo ele deveria haver contestado.

b) O proprietário possui legitimidade passiva para responder por


eventuais danos relativos ao uso de sua propriedade decorrente do
descumprimento dos deveres condominiais pelo locatário.

José é titular do imóvel (locador). Ele loca para Luiz Inácio o imóvel (prédio).
Luiz enquanto reside no prédio gera diversos danos. Qual o fato gerador do
dano? Conduta do Luiz Inácio.

Mas a dúvida levada ao judiciário foi a seguinte: condomínio do edifício Brasil,


representada pelo síndico Sérgio Moro, ajuíza a demanda em face de José e
não de Luiz.

STJ: a legitimidade é tanto de Luiz Inácio quanto de José. Quais foram os dois
fundamentos pelas quais José (proprietário do imóvel) é sim legítimo para ser
réu nessa demanda?

Contrato de locação - transferência patrimonial.

Qual direito que esse negócio jurídico faz nascer? Posse direta. A posse
indireta é mantida para o locador.

151
Primeiro fundamento: se o locador tem posse indireta, ele mantem os deveres
inerentes a posse (resguardar o patrimônio, responsabilizar-se pelos danos).

Segundo fundamento: essa obrigação seria daquelas classificadas propter rem:


obrigação atrelada a um certo bem.

Nesses casos podemos sim ter como legitimado passivo tanto o locador quanto
o locatário.

c) O fiador responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual


não anuiu?
Vamos supor que X tenha resolvido ser fiador de alguém. E aí você foi fiador
de um contrato sobre condições Y. Faz-se um aditamento desse contrato. Você
responde por obrigações desse aditamento?

Tenho um contrato de locação – contrato é um negócio jurídico (espécie do


gênero fato jurídico). Todo direito e todo dever decorre de um fato jurídico.
Neste caso a espécie é o negócio jurídico. Desse fato jurídico nasce uma
relação jurídica. Dentro desse vínculo existe um dever (dever do fiador de
arcar com o pagamento caso o devedor principal não arque).

Quando há um aditamento de contrato eu continuo tendo o mesmo contrato


ou um contrato novo? Mesmo negócio jurídico ou negócio jurídico novo? O
aditamento traz um novo negócio jurídico do qual o fiador não participou. Com
isso, eu não posso atrelar direitos e deveres a ele. Ele continua atrelado ao
negócio jurídico anterior.

d) Nos contratos de locação é válida a cláusula de renúncia à


indenização das benfeitorias e ao direito de retenção?

Qual a diferença em dizer que um fato jurídico é inexistente, inválido e


ineficaz?
- inexistente:
- nulo:
- ineficaz:

Fato jurídico: é um fato da vida ou um complexo de fatos da vida que


corresponde a uma prescrição normativa abstrata, e já que corresponde a isso,
quando um fato na vida acontece, nasce o fato jurídico. A norma abstrata diz
que: “é proibido que mediante ameaça retire bens de determinada pessoa, sob
pena de 1 a 4 anos.”

Chega um dia que alguém te ameaça e subtrai algo- complexo de fatos da vida
que extraímos do art.157.

Ex: X chegou, olhou para o celular de Ângela e perguntou se queria vender.


Fez a proposta e vendeu. Praticaram um fato jurídico de compra e venda. Esse
negócio foi verbal, mas poderia ter sido escrito em contrato particular ou
escritura pública.

A forma do contrato (verbal, escrito por contrato particular ou público) teria


alguma chance de alterar o contrato de compra e venda? Das 3 formas
continuaria sendo contrato de compra e venda.

152
Quando a gente olha um conjunto de fatos da vida e a gente tenta ligá-lo a
uma norma, será que todos os elementos de fato da vida são essenciais para
caracterizá-los como jurídicos ou só apenas um desses?

Quando a gente observa o conjunto de fatos da vida que se liga a norma, esse
conjunto de fatos é chamado de suporte fático.

Acontece que esse conjunto de fatos é formado por vários elementos. Via de
regra, quando isso acontece, eu consigo pegar aqueles fatos obtidos e chamar
alguns deles de nucleares.

Os elementos nucleares são elementos de fato que são imprescindíveis para


que eu diga que o fato é jurídico.

Qual desses fatos são essenciais para eu dizer que o fato jurídico nasceu? Os
elementos nucleares formam o primeiro plano do fato jurídico, chamado plano
da resistência. Se todos aqueles fatos nucleares existiram, posso dizer que
existe juridicamente fato jurídico.

Ex: abro os autos do processo e está escrito lá “sentença”. Observo que ela tem
um dispositivo que mandou João pagar R$ 1.000,00 a Maria, mas não tem
fundamentação nenhuma. O que seria o mínimo de elementos fáticos?

Fundamentação é elemento nuclear do suporte fático da sentença?


O mínimo de suporte fático de uma sentença é a decisão e quem decide.
Fundamentação está em outro plano, ou seja, plano da validade.

Ex: X será contratado para fazer uma querela nulitatis.


1) Qual suporte fático.
2) Quais os elementos nucleares?
3) Está faltando algum elemento nuclear? Se não existe não pode produzir
efeitos, sendo que um dos efeitos é a coisa julgada.

Além dos elementos nucleares temos outra ordem de elementos, que são os
elementos completantes.

Os elementos completantes só existem nos fatos jurídicos em que a vontade


seja relevante no mesmo.

Grande parte dos fatos jurídicos partem de condutas de pessoas. Todos os


fatos jurídicos que tenham condutas de pessoas terão elementos completantes
(dizem respeito à perfeição do fato jurídico). Não são essenciais para o ato
jurídico existir. Todos os fatos que existem condutas com vontade relevante,
terei elementos relacionados à perfeição.

Ex: compra e venda com um menor: Existe juridicamente, mas tem um


problema relacionado à perfeição.

Os elementos perfeitantes dizem respeito ao segundo plano do fato jurídico


que é o plano da validade.

Toda vez que falarmos de nulidade e anulabilidade. É um erro referente ao


plano da validade do fato jurídico.

153
Quais são os elementos completantes do suporte fático?
a) Relacionados a você verificar se a vontade que você já sabe que existiu;-
Se eu tenho vontade livre e consciente
b) Objeto: lícito
c) Forma prescrita ou não defesa em lei.
Depois que a gente passa do plano da validade (fatos jurídicos em que a
vontade é relevante- negócios jurídicos e ato jurídico strictu senso).

Atos de vontade: sentença, decisão interlocutória, citação (todas elas podem


ser nulas).

Vontade livre e consciente: coação, erro, dolo (vontade não livre); incapacidade
(situação de inconsciência).

Pergunta: se eu estou falando de contrato de locação é um negocio jurídico,


então posso falar da validade. NJ de locação- elementos nucleares do suporte
fático: eu querer locar, você precisar da locação, objeto de locação e um preço.
Eu tenho uma cláusula dele que diz que “você não terá qualquer direito a se
indenizar por benfeitorias e o direito de retenção”.

Quem assinou o contrato- assinou dizendo que abre mão a todo direito de
indenização e retenção.

A vontade é livre e consciente? Sim.

Existe qualquer proibição legal de você abrir mão de direito patrimonial


disponível?

É ilícito você abrir mão de um direito patrimonial disponível em locação? Não.


Em sede cível, via de regra, os direitos são disponíveis.

Processo é um conjunto de atos processuais. Processo é um procedimento.


Então, quando a gente analisa o processo à luz da teoria do fato jurídico, ele é
conceituado como ato complexo de formação sucessiva.

É possível que eu foque minha análise em um desses atos, por exemplo, na


sentença.
Temos duas análises sobre existência e validade- de cada ato ou da cadeia
toda.
Ex: quero saber se só a sentença existe ou se a cadeia como um todo.

Ex: tenho um processo perfeito, mas quando chego na sentença ela não tem
dispositivo.

Eu tenho uma inexistência do processo como ato complexo ou tenho a


inexistência de um ato dele?

Ex: vamos imaginar que esse processo tenha iniciado de ofício. Qual o
primeiro ato da cadeia procedimental? Petição inicial. Quando eu falo em uma
cadeia, só posso iniciá-la quando ela tiver o primeiro ato. Processo iniciado de
ofício sem autorização legal (falta o primeiro ato da cadeia e ela se desdobra
através dele, posso dizer inexistência do processo como um todo).

154
Ex: sentença- pelo exposto, confiro à pessoa X os pontos da questão Y. Depois
de ter escrito isso, o juiz escreveu que está dispensada a remessa necessária,
com base nos §2º e §3º do art.275- um dos parágrafos dizia que você
dispensava remessa necessária se tivesse uma demanda cujo valor fosse
inferior a 60 SM.

Uma demanda como essa você tem como estipular o valor da causa?

Se a decisão fosse fundada em um precedente do plenário do supremo, você


dispensava...

O juiz disse que não cabia remessa necessária numa hipótese que não cabia.

Não sei o que aconteceu, mas sei que essa decisão fez coisa julgada em tese
porque o derrotado não recorreu.

A coisa julgada é um fato jurídico ou efeito jurídico? Efeito (desdobramento de


algo). Decorrente da sentença irrecorrível/ impugnável.

e) Fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo


responde pela execução do julgado?

Tenho um negócio jurídico de locação e esse NJ dizia que havia dois


responsáveis. Houve uma ação de despejo e também houve condenação dos
pagamentos atrasados. Neste caso, ele poderá ser executado?
Contrato
x- locador
y- locatário
z- fiador

Y para de pagar por 2 meses. X ajuizou ação pugnando despejo e pagamento


dos aluguéis. Vem a sentença com procedência. Quando começa cumprimento
de sentença, X vai e...

A execução é uma atividade de buscar o cumprimento dos efeitos de um ato


jurídico.

Quando a gente tem a execução de um título judicial qual ato jurídico que
queremos os efeitos realizados? Título jurídico (ato jurídico). Todo ato jurídico
dele nasce uma relação jurídica.

Quem são os elementos listados no ato jurídico? X e Y.

Z que é o fiador faz parte da relação jurídica? Não.

f) É penhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja


locado a terceiros? (PERDI)

g) O não cumprimento do requisito de exercício mínimo de 3 anos no


mesmo ramo de atividade, para a renovatória, é hipótese de carência de
ação (sem interesse processual na renovatória) ou de improcedência?

Uma das demandas mais interessantes é a demanda renovatória (pedido


dirigido ao Estado-Juiz) para que haja uma locação não comercial..Sujeito

155
tinha um imóvel parado, alguém locou dele por um valor barato, locou por um
preço bom e o dono ficou com olho gordo.

Art.51- requisitos para que o direito a renovação sejam existentes.

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá


direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo
determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos
dos contratos escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo
mínimo e ininterrupto de três anos.

Há 5 anos eu loco o imóvel e há 3 anos tenho um estúdio de ensaio musicais.


Antes tinha um pet shop.

É condição da ação ou improcedência?

Ex: a citação era de Luiz Inácio em face de Vinicius pleiteando 2 SM por mês
de pensão, 2) indenização por danos morais de 300.000,00, pois matou Luiz
Inácio. O Carro de Vinicius foi responsável pelo acidente que vitimou Luiz
Inácio.

Vinicius vendeu o carro há 3 anos e ele não deu baixa no Detran.

É problema de ilegitimidade ou improcedência?

A hipótese é de carência da ação ou improcedência?

Por que temos tanta dúvida diante do caso concreto? Tanto quando analisa
condição da ação quanto no mérito, você tem em ambas as hipóteses a análise
da relação de direito material.Quando a análise da relação de direito material é
feita nos dois casos é a mesma qualidade de análise? Não pode ser.

Teoria da asserção: critério adotado com muita frequência pelo STJ. Quando
você analisa as condições da ação, você verifica a relação de direito material
com base exclusivamente nas relações do autor.

Quando a gente leu a PI do espólio de Luiz Inácio:


- Luiz Inácio foi morto pelo carro placa xxx;
- Esse carro no
-Detran pertence a Vinícius;

Logo, se ele e proprietário do veículo ele é responsável.

Se a gente vê a PI, vê que as alegações são essas, só pela leitura da PI não se


acha nada absurdo.

Vinícius contesta e mostra que aquele carro não era dele há 3 anos.
Essas informações foram juntadas aos autos depois da PI.

156
A informação só surgiu depois e não é a alegação. Se você só consegue
demonstrar que não existe pertinência subjetiva por conta de informação que
veio depois na contestação, você vai resolver isso no mérito.
Teoria da asserção significa teoria da afirmação.

Ex: MS alegando uma nulidade numa prova de concurso de agente


penitenciário – aparentemente alguma criança, no dia da prova física, foi com
o apito igual do fiscal, confundindo os participantes.

Técnica da asserção para resolver o problema da letra g.


Resposta: varia.

É possível que você consiga extrair apenas da PI os documentos que vieram


com ela e que o prazo de 3 anos não está preenchido.

Quando chega na contestação, o réu mostra que nesse ramo de atividade só se


encontra 2 anos. Nessa hipótese seria juízo de improcedência.
Onde se encontra a afirmação que demonstrou a inviabilidade da ação.

A teoria da asserção tem um grande problema. Quando é usada nestes casos,


parece que ela separa o inseparável.

Alternativa à teoria da asserção- uma hipótese como essa só pode ser carência
ou só pode ser improcedência.
Condição da ação é requisito de viabilidade da demanda. Quando eu analiso
se uma demanda e viável ou não, eu não posso fazer uma análise se o direito
exige ou não.

Se você está analisando um requisito processual você não analisa se o


indivíduo tem direito ou não.

Análise de condição da ação não pode te levar à conclusão de que X não tinha
direito (análise de mérito).

Considerar que falta condição da ação significa considerar com base em uma
análise em abstrato de um direito material que o requisito não está
preenchido.
Vou analisar simplesmente em abstrato a relação de direito material.

Ex: vamos supor que eu sou um velho de 72 anos. Não tenho problema de
doença, mas fico inventando doença para conseguir remédio do Estado e
vender no mercado negro.

Eu preciso daquele remédio? Não.

O membro do MP sensibilizado consulta a CF. MP tem legitimidade para a


tutela de direitos individuais indisponíveis (idosos que tem direito a
manutenção da sua vida e saúde). MPES ajuíza ação em face do MPES
pedindo o medicamento ao velhinho. O ES irá dizer que o MP é ilegítimo.

Quando o juiz for analisar a ilegitimidade, ele juiz precisa se perguntar se


Joaquim Teixeira tem direito ao medicamento?

157
Toda análise de carência da ação o juiz não conhece a relação de direito
material. Ele usa como se fosse uma hipótese lançada. Problema é que ele está
verificando uma característica dela.

O juiz chegou, olhou a prova, e concluiu que não tem 3 anos de atividade –
isso é mérito que você já analisou ali na inicial.

Se ele não tem direito vou julgar improcedente. Aqui eu estaria dizendo que se
o direito existe ou não é direito processual.

Direito de renovação decorre de qual fato jurídico?


1)
Saber usar teoria da asserção;
2) A teoria da asserção
em alguns casos chama de carência o que é um juízo de improcedência de
mérito, para ser carência você apenas analisa a hipótese em abstrato. Se você
analisa o mérito não irá ocorrer.
Ex: X permitiu que a Oi realizasse o débito automático. Todo mês o débito
automático era 100,00 e em determinado mês veio 2.500,00. O que o
indivíduo fez? Ajuizou ação em face da OI e do BB.

O ilícito é da OI e não do BB. Usando a teoria da asserção o BB alegou


ilegitimidade. Se você utilizar teoria da asserção da para aceitar a tese? Sim.
O juiz quando ele leu a PI ele já concluiu que não existia direito em face do
BB? SIM.

Você é advogado e a técnica é usar teria da asserção, alegar ilegitimidade (não


faz coisa julgada) e depois alegar improcedência.

21/09/17
Professor: Marcelo Rosado

AULA 19

19.1 (quinta-feira)

QUESTÃO 1
a) Pode ser alegado- direito de retenção em contestação e reconvenção, sob
pena de preclusão. (art.538, § 2º CPC).

Art.538, §2º:
Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo
estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de
imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou
imóvel.
§ 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na
contestação, na fase de conhecimento.
Tem que alegar na contestação sob pena de preclusão.
O art.35 da Lei do Inquilinato: se você não exercer o direito de retenção, esse é
o único direito que você perde.

Nas ações gerais do CPC de execução de titulo judicial para entrega de coisa,
você tem o título executivo extrajudicial e não tem contestação. Neste caso que

158
não tem a ação de conhecimento de alegar o direito de retenção, aí você
entrará com embargos à execução (art.917, IV).
(PEGAR COM NÁDIA)

QUESTÃO 2
É possível com base no art.190 CPC, que é o art. que prevê a possibilidade de
negócio jurídico processual.
No CPC 73 já havia negócio jurídico processual que era a cláusula de eleição
de foro.
A novidade no CPC são os negócios jurídicos atípicos.
P.único art190
Não precisaria do juiz, ele só atua pra controlar validade.
b) Art.200 CPC.

QUESTÃO 3
Seja qual for o fundamento o locador tem que mover ação de despejo. Se a
causa de pedir tem relação com o vinculo contratual que foi extinto, tem que
seguir a lei de locação.
Há dois caminhos: 1) juízo de identificação e deixar de lado o nome iuris.
Ex: a parte entra com apelação contra uma sentença pedindo que o juiz se
manifeste sobre o ponto que foi omitido. O juiz irá rejeitar porque o recurso foi
indevido? O ideal e o juiz receber como ED.
2) Se a peça está toda fundamentada na possessória, o juiz não irá
extinguir e sim intimar a parte, indicar qual o vício, e emendar a inicial.
Art.317 CPC

QUESTÃO 4
a) Não é necessário no caso de pagamento que a pessoa se sub-roga, essa
subrogação e automática. Não precisa de ação de conhecimento para
isso.

b) O fiador pode executar nos mesmos autos.

c) Prazo prescricional- STJ no caso de sub-rogação não há extinção de


nova relação jurídica. Só há troca- a pessoa que pagou entra no lugar
do credor, mas mantém a mesma situação jurídica. O prazo é de 3 anos
e não de 10 anos.

a)
Lembrando que A impugnação não forma nova relação jurídica (resistência
dentro da mesma ação.
A impugnação é o caso para os cumprimentos de sentença. Para esses casos a
peça adequada é a impugnação. Mas, para os casos Com titulo extrajudicial,
entra com Embargos.
No caso a resposta são os embargos a execução.
Os embargos independem de caução (art.914).
b) O fiador pode executar nos mesmos autos;
c) Prazo prescricional de 3 anos STJ contado a partir de 2008.
d) Via processual adequada: embargos à execução
- impugnação: cumprimento de sentença
- embargos à execução: execução por título executivo extrajudicial
e) necessidade de prévia garantia de juízo: não- art.916.

159
A questão da fungibilidade: a impugnação n]ao precisa vir instruída, mas os
embargos à execução precisam de instruir. Ou o juiz manda desentranhar a
impugnação ou ele manda o exequente (impugnante) fazer isso.

Pergunta avulsa- Se o executado não precisa fazer o depósito para embargar


para quê ele faria o depósito? Art.919, §1º.

QUESTÃO 5
a) Não precisaria de notificar. Descumpriu já está em mora.
b) Art.267 e art.275
Não tem problema com a sentença por não ter sido integrado a lide o outro
irmão. Ele poderia impugnar? Ele não teria interesse.
c) Não, isso se dá por conta do art.73, §1º - litisconsórcio necessário.
Ainda que não fosse imagine dois locatários. Seria possível você
rescindir apenas em relação a um e ao outro não? Até pela questão de
direito material, os dois deveriam ser alinhados no polo passivo.
O art.115 do CPC prevê isso como hipótese de nulidade.
O juiz de ofício deveria mandar o locador emendar a inicial (art.115, púnico).
Ordem de despejo o que a esposa poderá fazer? Querela nulitatis. Embargos
de terceiro.
d) E quanto ao Joaquim que é o fiador? Único efeito processual é que a
sentença é ineficaz em relação a ele. Sumula 268 STJ.

e)
QUESTÃO 6
Art.784. VIII
Não teria interesse de agir, pois já teria o título executivo.
Art.785 CPC-
Pode ação monitória.

QUESTÃO 7
Não tem mais interesse no contrato de aluguel
Denuncia vazia: não esta motivando / denúncia cheia: motivada para aquelas
hipóteses previstas em lei.
STJ- essa regra limita o direito do locador- apenas os imóveis em que são
prestados os serviços da atividade fim.
Então neste caso e possível sim fazer a denuncia e depois a ação de despejo.
Art.1º da lei.

QUESTÃO 8
a) Ex: CAIXA. O entendimento é que se aplica a lei de locação.
b) O entendimento é de que o que determina o tipo de locação é a
destinação.
c) A lei não se aplica nos casos de garagem. Mas nesse caso se aplica
normalmente a lei de locações.

QUESTÃO 9
As ações locatícias tramitam normalmente no recesso.
E numa situação em que você cumula uma ação locatícia com outra não
locatícia? A regra é suspender no recesso. Então nesse caso de cumulação
você suspende todos os prazos e atinge também a demanda em que há a ação
locatícia.

QUESTÃO 10

160
Natureza constitutiva- (pode ser executada).

QUESTÃO 11
Art.67, III.
Apenas até a sentença, pois tem efeito liberatório. A jurisprudência tem dado
uma leitura mais maleável- pode até o transito em julgado.
Se depois do transito em julgado ele continuar recebendo terá que entrar com
nova ação.

QUESTÃO 12
a) Não.
b) Ação renovatória é aquela em que serve para imóvel não comercial para
renovar o aluguel. Ideia de você proteger fundo de comércio criado pela
pessoa jurídica. O objeto principal pode repercutir no valor. O locador
pode pedir que seja estipulado novo valor de aluguel. A pessoa física
que alugou, mas a PJ que se instalou no imóvel (art.52, §2º lei do
inquilinato).
c) STJ- neste caso ele pode, pois é um novo aluguel. Se o contrato fosse
extinto elas se incorporam ao imóvel. Passa a ser propriedade do
locador, do proprietário. Como o contrato foi extinto, irá considerar toda
propriedade. Fará em pedido contraposto.

22/09/17
Professor: Rogério Licastro Torres de Melo

AULA 19

19.3 (sexta-feira)

Rogério Licastro Torres de Melo


Doutor e mestre em direito processual civil pela PUC/SP
Facebook: Rogerio Licastro

AÇÕES LOCATÍCIAS
Nós temos 3 ações locatícias puras:
1) Despejo: por falta de
pagamento;
2) Ação renovatória;
3) Ação revisional;
A ação consignatória-
Art.58 lei 8245/1991
- disposições processuais específicas aplicáveis às ações locatícias
- ações locatícias: despejo, consignatória, renovatória, revisional de
aluguel.
A lei de locações tem suas apelações guiadas apenas pelo efeito devolutivo.
O efeito suspensivo automático da apelação é o convite para apelar.
O art.58 da Lei contém as regras específicas processuais da lei de locações.
Quando estivermos diante de ações locatícias, temos que ter em mente que há
uma escala de aplicação. As ações se guiam primeiramente pelas disposições
especiais constantes do art.58 e o que não houver conflito, buscamos o CPC.
I- Os processos
tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela
superveniência delas;
Temos férias forenses?

161
02-31 de janeiro e 02-31 de julho (antes era assim).
As ações locatícias escapavam das férias forenses. Acontece que em 2004
tivemos a emenda constitucional 45/2004 que estabeleceu a reforma do
judiciário. Ela criou o princípio da ininterruptibilidade da jurisdição.
As férias forenses foram extintas em 2004.
Recesso forense, seja o recesso decorrente do provimento dos Tribunais, seja o
recesso do código de processo são figuras comparadas a férias forenses? Não.
Quando falamos em férias forenses é interrupção da atividade jurisdicional.
Após a emenda de 45 há recesso forense (haverá atividade jurisdicional), o que
não há são publicações de atos processuais que envolvam as partes.
Não pode fechar o Fórum, pois seria violador da Emenda 45.
- os acessos determinados pelo Poder Judiciário não se confundem com
férias forenses;
- recesso: interrupção
- 20/12 a 20/01 (NCPC) ; art.230 NCPC
- de conformidade com o conteúdo de predito provimento, os prazos
processuais que estavam em fluência quando do advento do período de
recesso ficam suspensos e voltam a fluir, no que sobejou, no dia seguinte
ao encerramento de recesso em referência.
II- É competente para
conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo
se outro houver sido eleito no contrato.
Qual a regra de competência territorial nas ações locatícias?
O foro de eleição é o prioritário.
Só será competente o foro de local de locação do imóvel, caso não exista foro
de eleição.
Se as partes convencionaram o foro, o interesse da parte tem que preponderar
sobre o foro da situação do imóvel.
Ex: locatário e locador não habitam a comarca em que o imóvel se situa.
É muito comum que na locação por temporada não seja do imóvel locado ou
de locação comercial.
A competência definida prioritariamente conforme oro de eleição. O
art.58, inc.II da Lei de Locações é claro ao atribuir primazia ao foro de
eleição, ficando em segundo plano a competência terrotiral definida em
razão do local da situação da coisa.
- subsiriariamente, não existindo foro de eleição no contrato vigora a
regra do foro da situação da coisa.
- a regra do foro da situação do bem locado não se aplica a hipóteses de
execução ou cobrança de alugueis.
III-
As ações locatícias tem o valor da causa própria.
- observe-se que o aluguel a ser tomado como base para o cÔmputo do
valor da causa é aquelevigente à data da propositura da ação, ou seja,
acrescido de correções contratuais, caso existam.
- em hipóteses de pedidos cumulados (verbi gratia, ações de despejo
cumulado com cobrança de alugueis e encargos da locação), tem-se
entendido pela manutenção da regra dos doze alugueis como parâmetro
para fixação do valor da causa, especialmente porque a lei especial
prevalece sobre a legislação geral.
Se a locação for vinculada ao contrato de trabalho, a ação locatícia decorrente
dessa relação terá o valor de 12 salários do locatário (duvida??)
Segundo o professor esse inciso é um absurdo.
Ex: ação de despejo por dois alugueis atrasados- terá que atribuir 12 salários?
Tamanha incongruência.

162
A Lei do Inquilinato contem uma inconsistência, pois mais fácil seria atribuir o
valor da causa a expressão econômica da causa.
E se houver cumulação de pedidos (despejo + cobrança de aluguel?)? uso CPC
ou prepondera a lei de locações?
A jurisprudência entende que prepondera a lei de locações.
Isso por conta da hermenêutica (CPC é regra geral).
IV-
A lei de locação: à época de sua entrada e vigor introduziu alterações
legislativas bastante progressivas e prenunciadoras das doversas reformas
pelas quais viria a passar o direito processual ciil a partir do início dos
anos 1990.
- com efeito, ainda não vigora no regime geral do CPC, o regramento da
citação postal, o que somente veio a ocorrer em 1993, quando se viu
alterado o conteúdo do art.222 do CPC/73.
- hoje, por ser regra geral no CPC, é desnecessária a permissão contratual
para tanto.
Sedo pessoa física tem que exarar o AR de próprio punho.
Ainda que a citação postal não tenha sido recebida de próprio punho pela
parte, cabe a esta provar, pois nunca recebe.
“desde que prevista em contrato”: caiu por terra- em 94 tornou regra geral.
V- os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente
devolutivo
- há, entretanto, uma importante observação a ser registrada: a apelação será
recebida somente no efeito devolutivo relativamente às sentenças que tenham
apreciado pedidos de natureza puramente locatícia, vale dizer, de pretensões
previstas na Lei 8.245/91 (despejo, renovação de aluguel, revisional de aluguel
e consignação de alugueres).
- na hipótese de a ação contar pedidos cumulados (um dos pedidos derivando
da Lei 8.245/91, o outro não), os efeitos da apelação da sentença que julgá-los
variarão conforme a parte da sentença que for recorrida.
Na medida em que temos o efeito suspensivo automático de uma apelação,
permitimos que todo um trabalho de partes, advogados e juízes, durante uma
tramitação de primeiro grau, seja jogado a trevas. Atribui-se a apelação um
poder de parar tudo e jogar no limbo a parte e seu direito por meia década.
O agravo tem efeito devolutivo e também tem efeito suspensivo especial.
Na apelação há o efeito suspensivo ope legis (automático), pois joga no lixo a
atividade de cognição.
Isso é um estímulo à recorribilidade.
A lei do Inquilinato é o reduto de evolução. Não conta com efeito suspensivo.
Lei do inquilinato- O efeito é ope judice (inserido na apelação por ato do juízo
se ele quiser- valaiando risco de dano, inviabilidade da apelação).
CPC- efeito suspensivo ope legis
Lei do Inquilinato: ope judice
Qualquer apelação locatícia terá só efeito devolutivo: a sentena comorta
cumprimento provisório desde já.
Como se atribui efeito suspensivo à apelação locatícia? Espécie de tutela de
urgência em grau recursal, seja cautelar seja antecipatória.
Requer-se por petição em separado demonstrando o periculum in mora e a
fumaça do bom direito.
A apelação nas ações locatícias tem só efeito devolutivo, mas se nós
tivéssemos despejo (pedido locatício) + cobrança (pedido comum) e a sentença
for de despejo e condenatória de cobrança> só terá efeito devolutivo em relação
ao pedido locatício. Mas terá duplo efeito em relação ao pedido não locatício.

163
AÇÕES DE DESPEJO
Esse conjunto é composto por duas espécies:
1) Ações de despejo de
rito comum; (antigo ordinário)
2) Ações de despejo de
rito especial; (falta de pagamento)
O que é despejar? Liberar de pessoas e coisas
O imóvel é despojado
Esvaziamento do imóvel porque essa posse se tornou indevida.
O despejo é uma consequência da ação:
Quando nós falamos em ação de despejo, apesar de ser um nome técnico da
ação, na essência é uma ação de rescisão do contrato.
Por que se rescinde um contrato? Pois houve lesão ao contrato.
Qualquer outra infração contratual que não o pagamento tem o despejo de rito
comum.
A ação não é de rito comum. a ação de rito especial é a locatícia – despejo por
falta de pagamento.
As ações de despejo: considerações preliminares
O caminho processual adequado à retomada da posse do imóvel locado é
o da ação de despejo qualquer...
Art.59-
EM 1991 NÃO HAVIA LIMINAR: existia apenas em MS, cautelar e embargos de
terceiro.
Rito ordinário na época tinha que esperar sentença. A Lei do Inquilinato
também já previa lá atrás uma tendência (liminares de despejo). Na ação de
despejo é possível a concessão de liminares. Qual a grande marca? Elas não
são liminares que exigem periculum in mora.
Liminar de despejo não tem urgência. O legislador criou um mecanismo para
que o locador retomar o imóvel sem periculum in mora e sem oitiva da parte
contrária.
O objetivo é punir o mal locatário, o mal inquilino.
Essa liminar tem como caução de três aluguéis e a caracterização de algumas
hipóteses do p.único do art.1009.
I- Ação de despejo
fundada no descumprimento de mútuo acordo>
Locatário e locador celebram por escrito um acordo de desocupação e é
assinado por duas testemunhas, sendo prevista a desocupação em 6 meses.
Passam os 6 meses e o inquilino não sai. Antes dessa lei do inquilinato tinha
que propor ação de despejo, mas não tinha liminar.
O legislador cria uma punição para o locatário- não tem que provar a
emergência, ela tem apenas caráter punitivo.
II- Locação vinculada a
contrato de trabalho:
A locação só fazia sentido pois estava conectada a um contrato de trabalho.
III- O termino do prazo
da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até
trinta dias após o vencimento do contrato;
A única condição que o legislador estabelece é que proponha a ação em até 30
dias do vencimento do contrato.
Se você faz o pedido numa ação de despejo de tutela provisória com base no
CPC. Você traz para si uma incumbência a mais: viabilidade do direito e
periculum in mora.
A liminar exige basicamente o fato (temporário, acordo descumprido).
O juiz quando pede uma liminar de despejo ele não tem discricionariedade.

164
IV- Morte do locatário
sem deixar sucessor legítimo
Antes de 1991 para que você desocupasse o imóvel não cabia liminar. Era só
após a sentença. Atento a essa hipótese o legislador cria o INCISO iv- O
despejo é liminar. pois não há vinculo jurídico entre quem esta morando e
quem sucedeu.
A jurisprudência entende que sucessor legítimo pode ser o herdeiro, o cônjuge,
o companheiro (inclusive em união homoafetiva) ou pode ser uma pessoa que
não tenha vinculo e comprovadamente era uma pessoa dependente do
falecido.
V- A permanência do
sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatario
Extinguindo-se a locação principal exintgue-se a sublocação.
VI-
Poder publico intimou o proprietário, pois esta desabando.
Essa reparação urgente por despejo tem que ser determinada pelo Poder
Público.
Qual o drama das locações? Expiração da garantia.
Inquilino não tem fiador o que você faz?
Seguro-fiança: ela é cara e também por ano. Na prática expira o primeiro ano,
expira a garantia. Você pena como proprietária para garantir.
Antes, se você não tivesse a renovação da garantia deveria propor a ação de
despejo pelo rito comum sem liminar. E quando terminava ela estava
desprovida de garantia.
Atento a essa realidade, o legislador criou uma nova possibilidade- liminar de
despejo.
VII-
Venceu a garantia e não renovou, caberá despejo com liminar.
VIII-
Expirado o prazo do contrato – retomada do imóvel (deverá entregar
liminarmente).
Ex: locação de 30 meses. Deu 29º mês você recebe notificação de expiração-
não tem direito de renovatória, pois não preenche os requisitos. Ele fica
forçando o aumento do aluguel.
Esse inciso cria um desequilíbrio entre locador e locatário.
Na prática tem sido utilizado para aumentar valor de aluguel de uma hora
para outra.
IX-
Cabe liminar de despejo quando não houver pagamento de aluguel de
acessórios e a locação não for garantida.
O inciso IX cria uma figura interessante- retoma rápido o imóvel e facilita a
locação, pois não exige garantia.

AÇÕES DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO –RITO ESPECIAL


Art.62-
PETIÇÃO INICIAL da ação de despejo tem requisitos adicionais.
Na ação de despejo por falta de pagamento cumulada com cobrança, para que
você possa cobrar do fiador ele tem que ter participado da ação de
conhecimento.
Outro requisito da inicial é a memória da cálculo, pois o inquilino pode querer
purgar a mora.
PURGAÇÃO DA MORA: o inquilino citado para purgação ele tem que resistir
ou pagar.

165
Antigamente o prazo para purgar a mora era no prazo de defesa. Em 2009 foi
modificada a lei de locações- o inquilino pode purgar a mora em 15 dias da
citação.
Em 2009 os 15 dias para purgar a mora são 15 dias da citação. Citado por
despejo 15 dias da citação para purgar a mora.
Os honorários advocatícios são pré-fixados em 10%.
Posso purgar a mora várias vezes? Não.
EFETIVAÇÃO DO DESPEJO
Art.53, §1º ,a,b:
Não tem cumprimento de sentença em ação de despejo. A sentença de despejo
por falta de pagamento é executiva lato senso. A decisão judicial é a um só
tempo condenatória e auto executável.
Proferida a sentença de despejo, o juiz determina a expedição do mandado de
despejo.
Qual o prazo para desocupar o imóvel? Regra de 30 dias.
CAUÇÃO: a apelação da sentença do despejo não tem efeito suspensivo em
regra, toda sentença locatícia é passível de execução provisória.
Tem que dar os 6-12 aluguéis? Você pode dar em garantia o próprio crédito de
aluguéis.
CAUÇÃO PARA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DO DESPEJO
Art.63
Art.64

AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL

FINALIDADE
- Revisão do aluguel, de modo a adaptá-lo ao mercado
- razão de ser:
 Recompor aluguel
defasado em termos de mercado
 Reduzir aluguel
excessivo
 Evitar
enriquecimento sem causa de lado a lado
Quem é legitimado ativo para ação de locação? Tanto o locador quanto o
locatário.
A cláusula de pedir é evitar o enriquecimento sem causa do locador e do
locatário.
PETIÇÃO INICIAL
- requisitos gerais de toda e qualquer petição inicial (art.319 NCPC)
- expressa indicação do valor do aluguel pretendido a título de revisão
- Tem que conter sua proposta de aluguel
Art.68- Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário:
I
OBS: rito sumário foi extinto pelo NCPC.
II-
Como se processa o rito comum?
É uma audiência de conciliação diferente
Na audiência de conciliação o juiz fixará o aluguel provisório com base nos
elementos que a parte produziu. Esse aluguel provisório é balizado.
Qual o grande perigo?
Ainda não teve contestação- irá apresentar a contestação na audiência de
conciliação. O juiz irá ter olhos apenas para a INICIAL, caso você não protocole
antes.

166
ALUGUEL PROVISÓRIO- PEDIDO DE REVISÃO
Art.68
Essa decisão de aluguel provisório não é de urgência. Há quem diga que a
decisão é recorrível, não está no rol do art.1015.
V- a ei de locação diz que cabe o recurso, além de ser norma específica, a
decisão que fixa aluguel provisório é recorrível pois a lei de locações diz.
O problema é que o inciso V do art.68.

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E CONTESTAÇÃO


IV
A conciliação na ação revisional é tentada depois da contestação.
Para ter contraproposta tem que ter um laudo particular.
Não havendo acordo aí designo a perícia.
Os laudos particulares servem basicamente para o aluguel provisório.
Esse aluguel provisório vai vigorado ate a sentença
Se a perícia chegar a um aluguel menor que o provisório-
Se chegar a um aluguel maior que o provisório terá que pagar a diferença.
Essa ação tem um caráter dúplice.
O aluguel que for fixado na perícia retroage a data da citação.

AÇÃO RENOVATÓRIA
Pacta sunt servanda é relativizado. O pacto é regido pela autonomia das
vontades.
O Poder Judiciário passando por cima da vontade do locador.
Essa ação renovatória tem por finalidade renovar a ação locatícia contra
vontade do locador.
Só cabe renovatória em ações não residenciais, pois tem como estímulo
atividade empresarial.

CONDIÇÕES PARA RENOVAÇÃO


Art.51, §4
Incisos:
Forma mais comum de impedir o direito a renovação-
Prazo para propositura- decadência
Art.51, §5º
Petição inicial
Art.71
IV, V, VI e VII

Contestação

167
AULA 20

27/09/17
Professor: Thiago Ferreira Siqueira
Thiago_siqueira@hotmail.com

AULA 20
20.1 (quarta-feira)

QUESTÕES POLÊMICAS DO MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E


COLETIVO
1) Previsão constitucional e legislativa:

Art.5º, LXIX
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX, a, b
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;

É uma ação com procedimento diferenciado, que tem como característica forte
a celeridade.

É uma ação que não admite dilação probatória. Julga-se com base em
documentos.

É um instrumento colocado nas mãos dos indivíduos, visando


afastar/proteger de atos de ilegalidade ou abuso de poder praticados pelo
Poder Público ou por quem exerça funções inerentes ao Poder Público.

Em 2009 foi promulgada a lei 12.016/2009 para regulamentar o procedimento


do mandado de segurança.

Essa lei nova do mandado de segurança basicamente consagrou


entendimentos jurisprudenciais sobre o assunto.

Art.1º da Lei 12.016/2009:


Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

168
(parei 8:55)

Tanto o art.5º LXIX quanto o art.1º da lei, preveem que o MS tem cabimento
residual. Ele será utilizado contra atos abusivos, desde que não tenha uma
ação constitucional específica para aquela situação.

Sempre que não couber Habeas corpus (evitar violação da liberdade de


locomoção ou abuso de autoridade) ou habeas data (informação) aí caberá MS.

É muito comum MS em matéria tributária.

MS é uma alternativa. Por ser um procedimento especial, ele é simplesmente


uma alternativa que se coloca na mão do cidadão.

Todos esses dispositivos colocam como requisito do MS o “direito líquido e


certo”- nada mais é do que a necessidade de que os fatos da causa (meu
direito) possam ser provados por meio de provas pré-constituídas. Juntar na
minha inicial do MS basicamente documentos aptos a provar aquilo que eu
estou pleiteando.

MS em matéria tributária, envolvendo ICMS, por exemplo, mas os fatos da


causa estão todos provados. Então controvérsia sobre a matéria jurídica, não
impede a concessão do MS.

2) O direito “líquido e certo”

Denega-se a segurança por ausência de direito líquido e certo.

Art.485 e art.487- situações em que o processo é extinto sem resolução do


mérito ou se é extinto com resolução do mérito.

Se eu não consigo provar o que eu quero e o juiz rejeita, sujeita à coisa julgada
material.

Agora no MS- caso de medicamento de internação- X pede que o governo


custeie o tratamento, mas não prova o direito. O tribunal denega a segurança
por ausência de direito líquido e certo. É uma decisão de mérito ou que
extingue o processo sem resolução de mérito?

Essa decisão está me dizendo que como você não tem prova pré-constituída, a
via do MS é inadequada para a via da tutela desse direito- art.485, VI:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


[...]
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

Condições da ação: interesse necessidade x interesse adequação

Na medida em que eu impetro o MS, mas não tenho prova pré constituída, a
via que me utilizei é inadequada, então falta interesse processual na
adequação para interpor MS.

Art.19 da Lei 12.016/2009:

169
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem
decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os
seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.

Contra decisão do Tribunal que denega segurança cabe recurso ordinário.

MS é extinto quando falta a prova e quando não tem o direito.

4) Objeto do mandado de segurança

Quais as características que o ato atacado pelo MS precisa ter?

Tanto a CR/88 quanto o art.1º da Lei 12.016 – é uma ação usada pelo
particular contra o ato do Estado. Ato praticado por autoridade pública.

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e


certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

“Qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de


sofrê-la por parte da autoridade”- justo receio de ato que venha a ser
praticado.

A lei 12.016 consagra o cabimento do MS preventivo.

Ex: sujeito não preenche requisito do edital e para não ser eliminado ele
impetra MS.

Ex: caso Lucas- prova objetiva- prova discursiva- sentença – inscrição


definitiva (apresenta documentação, títulos e prova de que tem 3 anos de
atividade jurídica). Uma vez aprovado, iria para prova oral.

STF tinha interpretação divergente quanto a isso. Foi impetrado MS dizendo


que a CR/88 exige os 3 anos não para fazer a prova oral, mas sim para exercer
a magistratura. O pedido do advogado era para comprovar os 3 anos quando
ele fosse nomeado. Ele entrou com MS visando evitar a reprovação.

Isso decorre do art.5, XXV- quando eu tiver justo receio de sofrer uma
violação:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;

– demonstrar por meio de atos concretos ou se estou prestes a sofrer dano de


uma lei...

170
Entendimento do STJ- está consagrado na sumula 266 do STF- não cabe MS
contra lei em tese.

É um conceito muito confuso. Não posso impetrar MS querendo atacar uma


norma geral e abstrata.

Ex: sou uma empresa sujeita a ICMS. Governo do estado promulga novo
regulamento de ICMS, aumentando uma alíquota que a atividade daquela
empresa estará sujeita. Esse regulamento irá incidir sobre a minha empresa.
Essa sumula do STF quer vedar que eu empresa vise atacar o regulamento.
Por outro lado, se a fazenda publicar esse regulamento e disser que ele entrará
em vigor em 01/01/2018, eu não preciso esperar ser autuado pelo fisco,
poderei entrar com MS preventivo e direi que a empresa se enquadra no
regulamento e busco evitar que me cause um dano. Eu provo o justo receio,
pois a minha situação se enquadra naquele caso concreto.

Ex: a Secretaria da Fazenda publica o regulamento. Caberia ao gerente da


administração fiscal aplicar esse regulamento. Com isso, a empresa entrou
com MS preventivo querendo atacar o regulamento e não evitar que o
regulamento fosse aplicado a ela. O STJ disse que neste caso entrou com MS
contra lei em tese, utilizando- se como argumento que o impetrante se voltou
contra quem expediu o regulamento e não contra quem deveria aplicar, você
está querendo atacar o próprio regulamento e não a aplicação concreta dele.

O Governo do Estado do Espírito santo aprovou uma lei dizendo que todos os
hospitais filantrópicos (Santa Casa) seriam obrigados a disponibilizar para
recém-nascidos pulseirinhas de identificação eletrônica, para evitar que o
recém-nascido seja tirado da maternidade. A dificuldade era diferenciar o que
era MS contra lei em tese ou não.

A associação dos hospitais filantrópicos, por meio de MS coletivo, disse que a


a Lei X seria inconstitucional, pois só obrigou os hospitais filantrópicos e não
os demais hospitais, ferindo a isonomia, e pediu como liminar e depois no
mérito, que o estado abstivesse de aplicar as penalidades prevista na lei para
quem não adotasse as referidas condutas. As consequências eram os repasses
do Governo. O Estado quando foi citado disse que é MS contra lei em tese.

A princípio não parecia ser contra lei em tese, mas ao determinar que o Estado
se abstivesse de aplicar essas penalidades, a lei perderia o sentido. É como se
eu usasse o MS coletivo no lugar de ADIN.

Cabimento de MS contra omissões do Poder Público: sujeito foi na repartição


pública e pediu certidão de uma situação pessoal dele. MS omissivo é muito
frequente na prática.

Ex: sou servidor público e entendo que tenho direito a receber adicional de
insalubridade que não está sendo pago. Entro com MS e alego que a
ausência..então tenho direito a passar a receber isso.

Ex: concurso público- fui aprovado dentro dos números de vagas e encerrou-
se o prazo de validade (omissão do Poder Público em me nomear).

- vedações ao cabimento do MS: art.5º da Lei 12.016


Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:

171
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.
Parágrafo único. (VETADO)

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,


independentemente de caução;

Ex: sou um servidor público e sofri uma penalidade. O Tribunal me aplicou


uma sanção por um ato que pratiquei. Se eu ingressar com recurso
administrativo terei os efeitos suspensivos. Não cabe MS, pois faltaria neste
caso interesse de agir na modalidade necessidade. Se eu ainda tenho como
resolver na via administrativa e o meio já consegue por si só evitar aquele
dano que eu quero evitar por MS, eu devo ir pela via administrativa.

Agora, se contra o ato administrativo, por exemplo, se tiver decisão no PAD me


demitindo e lá na frente couber recurso...agora, se o recurso administrativo
tiver efeito suspensivo, só quando julgar o recurso, caberá MS.

MS contra ato judicial- cabe MS contra decisão do juiz? Juiz é agente público,
o ato (decisão judicial) é de poder.

A lei veda suas situações para MS contra ato de juiz:

Art.5, II da Lei 12.016/2009:

II- decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo

Ex: juiz deferiu liminar contra meu cliente em juizado especial cível. Caberia
MS, pois não cabe recurso imediatamente.

MS teve muita força na vigência do código de 1939- contra sentença cabia


apelação ou agravo de petição. Não eram todas as decisões que eram
agraváveis.

NCPC- nem todas as decisões interlocutórias são agraváveis. Se olhar o rol do


art.1015 diz que apenas as decisões interlocutórias é que são imediatamente
agraváveis. Cabe MS contra ato judicial? É uma via importante para as
situações em que o código não dá um recurso de imediato.

Vai caber sempre MS contra decisão interlocutória? Não.

Ex: uma parte tinha uma audiência marcada numa data e a parte pediu
adiamento da audiência, pois tinha compromisso. O juiz indeferiu. Cabe AI?
Não.

Neste caso não faz sentido eu analisar o pedido em apelação, pois a audiência
já terá ocorrido. As interlocutórias não são agraváveis, mas são recorríveis.
Segundo o professor caberia MS (ato ilegal, de autoridade, para o qual o código
não me dá recurso imediato).

172
Ex: decisão que declina de competência não cabe agravo.

Ex: decisão judicial que deveria estar tramitando em segredo de justiça. Peço o
segredo de justiça se o juiz não decreta. Neste caso cabe MS. É uma questão
que tem que ser argumentada na inicial para demonstrar meu interesse, já
que que tenho uma apelação no futuro.

III- de decisão judicial transitada em julgado

Não cabe MS contra decisão judicial transitada em julgado. MS não é


sucedâneo de ação rescisória. Se eu tenho ação rescisória em determinada
situação é ela que eu tenho que ajuizar.

Tem alguns julgados do STJ que dizem que o prazo de MS contra ato judicial é
de 5 dias.

No CPC/73: cabia contra agravo de instrumento em que o relator determinava


a conversão em agravo retido ou... e ai vinha o sujeito e entrava com MS
nessas situações. O STJ passou a falar que essa decisão que defere efeito
suspensivo no código anterior, contra ela não cabe agravo interno. Mas essas
duas decisões são recorríveis pela via dos ED, cujo prazo são de 5 dias.

Se não embargada em 5 dias ela transita em julgado. Se transitar em julgado


não cabe mais MS.

Quando a lei 12.016 fala que não cabe MS contra decisão transitada em
julgado queria dizer que MS não é sucedâneo de rescisória- não cabe sobre a
qual tenha recaído coisa julgada material.

Súmula 269 STF:


O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

MS não produz efeitos patrimoniais pretéritos.

Não posso utilizar o MS como uma ação de cobrança- algo como o Estado me
deve, quero que ele me pague, não posso.

Ex: sou um servidor público e entendo que tenho direito a receber um


adicional de insalubridade desde o ano de 2010, pois foi quando foi publicada
determinada lei e previa pagamento de adicional para minha categoria. E 2012
resolvo impetrar MS para dizer que a administração pública está praticando
uma ilegalidade por omissão, pois não está pagando o adicional a que eu
tenho direito.

Eu tenho como obter o pagamento de adicional de insalubridade por meio de


MS? Sim. Poderei fazer cessar as omissões que ocorrem periodicamente, mês a
mês, quanto ao meu adicional.

Imagine que eu não obtenha a liminar e lá na sentença é concedida a


segurança. Eu tenho direito a obter esses adicionais? Sim. As parcelas desde a
impetração eu consigo. O que não posso obter são períodos pretéritos.

173
Primeiro posso tentar administrativamente a receber, e se ele não pagar,
ingresso com uma ação ordinária e vou utilizar como questão prejudicial já
decidida a sentença... vou obter isso por meio da ação ordinária. Agora, esses
valores anteriores, via de regra, não consigo obter pelo MS.

Ex: a administração verifica que o salário do servidor estava sendo pago a


maior. Em determinado momento a administração pública verifica que aquele
servidor recebeu 10.000,00 a mais que ele haveria recebido e a administração
começa a fazer a reposição estatutária. Começa a cortar mil reais por mês.

Nestes casos a jurisprudência disse que eu preciso dar o contraditório


primeiro na via administrativa ao servidor.

Ele consegue uma liminar para que os cortes parem de ocorrer. Quanto aos
cortes anteriores ele não consegue receber.

Isso acontece em relação a aposentadoria.

Ex: um sujeito era suplente de Deputado Estadual. O deputado foi afastado do


cargo e o suplente quer assumir o cargo. Esse MS demorou muito a ser
processado e neste caso acabou a legislatura. O STJ extinguiu o MS, pois os
valores pretéritos não caberiam o recebimento.
Hoje em dia tem julgado no seguinte sentido- quando os valores pretéritos são
consequência da anulação do ato aí sim eu posso obter esses valores no MS.

Ex: X teve direito a férias, não gozou, pediu a conversão em pecúnia, foi
negada a conversão e ele impetrou MS para anular o ato. Anulado o ato, se a
consequência da anulação do ato for... (perdi).

5) Prazo decadencial

MS em relação a pedido de nomeação em concurso público- durante o prazo


de validade do concurso eu não tenho direito a ser nomeado.

Encerrado o prazo de validade, neste caso se configura a lesão e partir de


então se inicia o prazo de 120 dias.

6) legitimidade ativa

Qualquer pessoa que tenha sofrido um ato ilegal e abusivo.

Art.1º da Lei 12.016/2009.

Ex: mesa diretora da Câmara dos deputados contra ato que esteja violando
prerrogativa da Câmara dos Deputados.

Entende-se que ela tem personalidade judiciária.

(PERDI O FINAL DA AULA)

174
28/09/17
Professor: ?

AULA 20
20.1 (quinta-feira)

Legitimação extraordinária por substituição processual que ocorre a partir do


direito derivado.
Art. 3º e p.u 12.016/2009
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer
delas poderá requerer o mandado de segurança.
[...]
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo
submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.

Viabilidade de impetrar MS contra faculdade privada - Art. 1º, §1º da Lei


12.016/2009 – competência da Justiça Federal.
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de
entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as
pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no
que disser respeito a essas atribuições.

Se fosse universidade estadual a autoridade coatora estaria vinculada ao ente


e então seria competência da justiça estadual.

175
Art. 14, §1º da Lei 12.016/2009 (? Dúvida)
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao
duplo grau de jurisdição.

Art. 485, §4º e 5º CPC


Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
[...]
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do
réu, desistir da ação.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.

STF, RE 550258 AgR – é possível desistir-se do MS após a sentença de mérito,


ainda que seja favorável ao impetrante, sem anuência do impetrado.

Recurso ordinário constitucional


Art. 18 LMS
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única
instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos
legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.

Art. 102, II CF
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
[...]
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
b) o crime político;

Art. 105, II CF
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e

176
Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País;

a) Art. 81, p.u, inciso I

O MS coletivo chega no ordenamento brasileiro com a CF/88 e a antiga lei do


MS não previa o MS coletivo, então havia previsão constitucional e não havia a
regulamentação desse instituto, então o MS coletivo não tinha regulamentação
como tem na lei 12016 e na própria CF temos.
A lei do MS veio trazendo algumas questões polêmicas. O MS coletivo, se é
verdadeiramente uma ação coletiva, deveria ser impetrado para toda crise de
direito coletivo: difusos, coletivos estrito senso e individuais homogêneos.
Só que se formos na lei do MS, o artigo 22 traz que o objeto é “direitos
coletivos e individuais homogêneos”, faltando os direitos difusos. Emerge na
doutrina se cabe MS para tutela dos direitos difusos. A maioria da doutrina
diz que cabe sim MS para direitos difusos, com base no microssistema de
tutela coletiva, pois se o MS coletivo é verdadeiramente uma ação coletiva,
recai sobre ele todo o arcabouço normativo das ações coletivas.

b) Art. 21, incisos I e II.


Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo
podem ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de

177
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas
entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

c) Art. 21: A lei do MS não previu a possibilidade de impetração do mandamus


por parte do MP. Mas também com base no microssistema de tutela coletiva,
valendo-se do CDC e LACP, teríamos possibilidade de defender ser possível
impetração do MS por parte do MP, que é legitimado para propor as diversas
ações coletivas existentes no sistema.
d) Art. 1º lei 9096/1995:
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição Federal.
Parágrafo único. O partido político não se equipara às entidades paraestatais.
(incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

O partido politico não teria legitimidade, pois o MS impetrado por partido


politico historicamente é para o direito dos filiados. Mas a lei do MS diz que
serve também para a finalidade do partido e isso dá margem para falar sobre a
representatividade adequada. A coisa julgada coletiva nunca prejudica o
individuo, sendo que aqui envolve a questão da pertinência temática.
A finalidade do partido politico pode ser pensada de forma restrita ou ampla.
Tem gente que defende ser ampla, tendo em vista a necessidade de defesa de
direitos fundamentais.

a) Art. 22, §1º da lei 12016/2009


Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo
impetrante.
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a
título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da
segurança coletiva.

178
Art. 22 – ou categoria de substituídos pelo impetrante
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo
impetrante.

Duas correntes:
– 1ª C: omissão legislativa e coisa julgada só para beneficiar.
- 2ª C: art. 22 e não houve omissão, podendo fazer coisa julgada ainda que a
denegação da segurança gere prejuízo ao substituído.
06/10/17
Professor: Alexandre Câmara

AULA 20
20.3 (sexta-feira)

FALTEI!

179

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