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Ano 01, n. 4, p.

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Copyright © 2004, Entomologistas do Brasil

Fatores que Influenciam no Desenvolvimento dos Insetos


William Costa Rodrigues1

temperatura, através da própria atividade me-


Introdução tabólica, como é o caso de certas espécies de

O s insetos como todos os seres vivos estão lepidópteros da família Sphingidae (maripo-
sujeitos as forças da natureza, desse mo- sas) que durante o vôo são capazes de manter
do, tem uma influência relevante de tal forma a temperatura corpórea constante e acima da
que pode inibir ou favorecer o desenvolvi- ambiental (LAROCA, 1995).
mento de uma determinada espécie. São mui-
tos os fatores determinantes que favorecem ou A Temperatura é um dos fatores ambientais
desfavorecem uma ou várias espécies. Alguns que interferem diretamente no desenvolvi-
destes fatores são complexo, o que dificultam mento da população dos insetos, pois é um
seus estudos, pois são difíceis de serem avali- fator regulador da temperatura do inseto, já
ados pelos métodos matemáticos e técnicas que este não possui um sistema de termo re-
atuais, assim não a como mensurar a influên- gulação (pecilotérmicos).
cias destes fatores sobre a população de inse-
tos. Os insetos estão sujeitos a uma série de A temperatura ótima para o desenvolvimento
fatores ecológicos e genéticos (LARA, 1995). do inseto está próxima de 25 ºC e em geral
corresponde ao desenvolvimento mais rápido
Estudos destinados a esclarecer o papel que as e maior número de descendentes. A tempera-
forças da resistência ambiental desempenham tura de 38 ºC é considerada o limiar máximo e
sobre a população de insetos são de grande a temperatura 15º ºC o limiar mínimo. Desta
interesse, pois a nocividade dos insetos de- forma, a faixa entre 15 e 38 ºC, considera-se a
pende de sua abundância. Esta ação consiste faixa ótima de desenvolvimento da maioria
na maneira como os fatores ambientais condi- das espécies de insetos.
cionam a multiplicação dos insetos e impe-
dem que suas populações atinjam a expressão Na faixa entre 38 e 48º os insetos entram em
numérica que o seu potencial biótico pode estivação temporária ("torpor"), podendo
permitir (CARVALHO, 1996). readquirir as suas atividade normalmente
quando a temperatura voltar a "faixa ótima".
Um dos fatores que pode ser citado para e- De 48 a 52 ºC os insetos entram em estivação
xemplificar a distribuição e abundância é a permanente, não voltando as suas atividades
monocultura, que favorece o aumento da normais quando a temperatura volta ao nor-
nocividade dos insetos, elevando-o a classe de mal. Acima de 52 ºC o inseto é levado a mor-
praga, assim sua distribuição e abundância te.
serão maiores, pois havendo uma "fartura de
alimento", criando condições favoráveis para Quando a temperatura é reduzida abaixo dos
seu desenvolvimento e até mesmo a diminui- 15 ºC, temos a hibernação temporária dos
ção dos seus inimigos naturais. insetos (na maioria das espécies) e a tempera-
tura próxima de 0 ºC ou ligeiramente abaixo
ocorre o super resfriamento e congelamento
Temperatura
dos fluídos, respectivamente. Em temperatura
A temperatura é importante para os seres
vivos, tanto para seu metabolismo quan-
to para suas atividades gerais. Os animais
próxima de -4,5 ºC os fluídos estão comple-
tamente congelados num estado de anabiose
irreversível e atingindo a morte em tempera-
pecilotérmicos são aqueles, que variam sua tura abaixo de -20ºC.
temperatura em função da temperatura ambi-
ente. Entretanto alguns pecilotémicos são
capazes de realizar um relativo controle da

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Eng. Agrônomo, Doutor em Fitotecnia - Bolsista Pós-Doutorado-CNPq e wcrodrigues@hotmail.com
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A ação direta da temperatura nos insetos con- com temperatura do limiar de desenvolvimen-
siste na redução da taxa metabólica, interfe- to igual a 12 ºC, teremos as constantes térmi-
rindo no seu desenvolvimento e comporta- cas para cada temperatura da seguinte forma:
mento. Assim, quando a temperatura ambien- 20 º C → K = 28 (20 - 12 ) = 224 GD
tal é favorável, os insetos menores são dire-
25 º C → K = 15 (25 - 12) = 195 GD
tamente beneficiados pela fácil troca de calor
com o ambiente. Subseqüentemente, tem o
benefício, também, de uma atividade respira- Os insetos apresentam duas formas de repou-
tória e circulatória mais eficiente, de uma so: a interrupção do desenvolvimento através
atividade metabólica mais intensa e, normal- da diapausa e a interrupção da atividade qui-
mente, de uma maior capacidade de aprovei- netopausa. Podem ocorrer simultaneamente
tamento dos recursos alimentares. Nestas ou isoladamente. Por exemplo, os insetos
circunstancias, os insetos formam populações podem cessar suas atividades e durante o
que pela sua grandeza ficam em condições de período mais frio, cessar também o seu de-
compensar as perdas que se verificam quando senvolvimento, permitindo assim uma menor
a temperatura e outros fatores ambientais se perda de suas reservas.
tornam desfavoráveis (CARVALHO, 1996).
Um aspecto que deve ser levado em conside-
O ciclo evolutivo dos insetos sofre influência ração nos estudos da influência da temperatu-
da temperatura. Coccus hesperidium (Hom., ra sobre a população de insetos e a avaliação
Coccidae) têm seu ciclo evolutivo aumentado, das temperaturas mínimas e máximas isola-
quanto menor for a temperatura (Tabela 1) damente, pois poderá levar a uma interpreta-
(FONSECA, 1955). ção errônea dos dados. A avaliação conjunta
das temperaturas através da amplitude térmica
Tabela 1. Duração do ciclo evolutivo de Coc- permite uma melhor interpretação dos dados,
cus hesperidium (Hom., Coccidae). Adaptado pois uma amplitude térmica maior irá causar
de FONSECA (1955). maior desconforto metabólico ao inseto do
Temperatura ºC Duração do Ciclo (dias) que uma amplitude mínima, mesmo que as
30 24,7 temperaturas máxima e mínima estejam mais
25 35,0 próximas da faixa considerada desfavorável.
20 60,0
15 210 Assim, a amplitude tem fundamental impor-
tância nas populações de insetos, como pode
Além da ação sobre o metabolismo a tempe- ser constatado por GOUVEA et al., (1996),
ratura influencia em diversos fatores biológi- onde Chrysoperla sp. tem sua população sen-
cos dos insetos, tais como: fase de ovo, larva, sivelmente abalada pela amplitude térmica, ou
pupa. Desta forma os insetos apresentam es- seja, o aumento da amplitude leva a redução
tágios de desenvolvimento com exigências de da população.
temperaturas diferentes de acordo com uma
série de fatores, sendo inerente a própria es- Umidade

A
pécies e mesmo a dieta, entre outros. porção de água nos animais varia entre
70 a 90%. Nos insetos, a água contida
A velocidade de desenvolvimento e a tempe- em seu corpo pede está ligado ao tipo de ali-
ratura são explicadas por várias equações mento e o ambiente onde vive. Por exemplo,
matemáticas, dentre elas temos a constante larvas de Tenebrio molitor (Coleoptera, Te-
térmica (K), data pela equação (01) nebrionidae) tem cerca de 52,6% de água no
seu corpo. Entretanto náiades de libélula pos-
K = y (t - a ) (01) suem mais de 80% de água no seu corpo.
onde: K é a constante térmica expressa em
graus dias (GD); y, o tempo ambiente (ºC); a , A faixa favorável de umidade para os insetos
a temperatura do limiar do desenvolvimento fica ente 40 a 80%. Considera-se faixa favo-
(ºC); e t -a, a temperatura efetiva. rável àquela que proporciona uma maior ve-
locidade de desenvolvimento, maior longevi-
Pro exemplo se um inseto é criado a tempera- dade, maior fecundidade.
tura de 20 ºC em 28 dias e 25 ºC em 15 dias,
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A variação umidade está diretamente ligada a oryzae (Coleoptera, Curculionidae) em grão


variação da temperatura. Desta forma, os dois de trigo em várias temperaturas e umidades
fatores não podem ser avaliados separada- (Tabela 2). O autor conclui que a umidade
mente, exceto se um dos fatores for constante, relativa do ar ótima para espécie é de 14%,
que em geral em estudos mantém-se sempre a por tem proporcionado a espécies maior nú-
umidade constante (70 ou 75%). mero de descendentes independente da tem-
Em seus estudos COTTON (1963) citado por peratura.
SILVEIRA NETO (1976), estudou Sitophilus

Tabela 2. Populações de Sitophilus oryzae, originárias da infestação de 100 indivíduos em grãos


de trigo em diferentes umidades e temperaturas. Adaptado de COTTON (1963) citado por SIL-
VEIRA NETO (1976).
Temperatura Umidade Relativa (%)
(ºC) 8 9 10 11 12 13 14
15,5 0 0 0 40 58 514 951
21,1 0 0 0 87 4.827 8.692 10.745
23,8 0 0 0 0 4.262 10.244 12.444
26,6 0 0 326 885 9.681 10.267 13.551
29,4 0 0 0 0 5.090 6.436 5.983
32,2 0 12 413 984 2.233 3.230 3.934

Alguns insetos conseguem resistir dentro da Alimento


faixa desfavorável de umidade, como por um dos fatores cruciais para o desenvol-
exemplo, ovos de Mahanarva posticata (Ho-
moptera, Cercopidae). Entretanto solos com
É vimento de qualquer organismo. Fatores
ambientais irão também interferir direta ou
umidade abaixo ou acima da considerada indiretamente na fonte alimentar dos insetos.
ideal têm interferência importante em pupas Assim, existe um complexo infindável de
de moscas-das-frutas, causando a morte da fatores que regulam não só o desenvolvimen-
pupa por falta de umidade ou favorecendo o to dos insetos, mas a disponibilidade e abun-
desenvolvimento de fungos entomopatogéni- dância do alimento a ser utilizado pelo inseto
cos por excesso de umidade. e mesmo por outro organismos.

Fotoperíodo A disponibilidade da fonte alimentar pode

A importância do fotoperíodo está na inter-


ferência direta no ciclo biológico dos
insetos. Assim, alguns insetos necessitam, tal
esta ligada por exemplo ao número de plantas
de uma área, se está área possui uma floresta
ou um fragmento a disponibilidade desta
como as plantas, de um determinado número planta será menor para um determinado inse-
de horas de sol e de escuro para completar seu to, porém se a planta está sendo cultivada em
desenvolvimento. O fotoperíodo pode tam- monocultura, a disponibilidade do alimento
bém interferir na eclosão de ovos e mesmo aumenta consideravelmente, favorecendo o
determinar a diapausa nos insetos. desenvolvimento do inseto devido a abundân-
cia da fonte alimentar.
Um caso interessante é o aparecimento de
gerações sexuadas de pulgões, que possui Existem alguns insetos que necessitam de
influência do fotoperíodo, este fato somente alimentos especiais em determinada fase de
ocorre nas Américas, onde geralmente as sua alimentação, como acontece com crisopí-
gerações dos pulgões só existem fêmeas, re- deos que são carnívoros quando na fase de
produzindo-se por partenogênese. Desta for- larva e nectívoros e polinívoros na fase adul-
ma o aparecimento de gerações sexuadas está ta. Esta troca de dieta permite que o ciclo
ligada ao encurtamento dos dias. destes insetos possa ser completado. O mes-
mo ocorre com alguns himenópteros parasi-
O foto período também possui interferência tóides.
na biologia afetando a longevidade e fertili-
dade. A dieta diferenciada nas diversas fases do
inseto permite uma maior fecundidade, lon-

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gevidade, pois visa complementar a dieta da A informações obtidas hoje em dia ainda são
fase anterior com vitaminas, aminoácidos e deficitárias, mas de suma importância para os
açúcares não obtidos. estudos futuros, pois a pesquisa básica dá
suporte a estudos mais complexos, fornecen-
A qualidade do alimento influi, principalmen- do dados cabais para a implementação com
te no ciclo biológico do inseto, devido a sua sucesso de uma pesquisa mais avançada.
composição em carboidratos, proteínas e vi-
taminas, podendo influenciar na longevidade, Literatura Citada
velocidade de desenvolvimento e fecundidade CARVALHO, J.P. 1996. Introdução à Entomo-
dos insetos (SILVEIRA NETO, 1976). ligia Agrícola Lisboa: Fundação Calous-
te Gulbenkian, 361p.
Predação e Parasitismo FONSECA, J.C. 1955. Contribuição para o
Os predadores e parasitóides interferem dire- estudo de Coccus hesperidium L. (Ho-
tamente no ciclo biológico dos insetos, pois moptera, Coccidae). Brotéria, Série Ci-
utiliza-os como fonte alimentar. ências Naturais, v. 23, n. 1.
GOUVEA, A.; SAMPAIO, M.V.; LOPES,
A população dos insetos entre outros fatores é C.J.S. & CASSINO, P.C.R. 1996. Influ-
controlada pela ação direta da predação ou do ência da amplitude térmica sobre a flutu-
parasitismo de seus inimigos naturais. ação populacional de organismo bióticos
reguladores em tangerina no Campus de
Considerações Finais UFRRJ, Itaguaí-RJ. In: V Simpósio de
A complexidade de fatores que interferem no Controle Biológico, Foz do Iguaçu, A-
desenvolvimento e ciclo biológico dos insetos nais..., p. 27.
é infindável, demonstrando que ainda é ne- LARA, F.M. 1995. Princípios de Entomologia.
cessário muitos estudos neste campo, para São Paulo: Ed. Ícone, 3ª ed., 331p.
que se possa minimizar esta lacuna de infor- LAROCA, S.N. 1995. Ecologia: Princípios e
mações. O entendimento destes fatores poderá Métodos. Petrópolis: Vozes, 197p.
facilitar a tomada de decisão no controle e SILVEIRA NETO, S; NAKANO, O.; BARBIN,
mesmo na escolha de organismos potencial- D. & NOVA, N.A.V. 1976. Manual de
mente adequados para os programas de con- Ecologia de Insetos, São Paulo: Ed. A-
trole biológico. gronômica Ceres, 419p.

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Disponível em: www.entomologistasbrasil.cjb.net

Como citar este artigo:


RODRIGUES, W.C. 2004. Fatores que Influenciam no Desenvolvimento dos Insetos. Info Inse-
tos, v. 1, n. 4, p. 1-4. Disponível em: <www.entomologistasbrasil.cjb.net>.

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