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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

FRANCISCO ISRAEL MARTINS SOARES

Estudo do sistema de drenagem urbana de Fortaleza - Ce, Análise


do sistema micro drenagem aplicado em praças públicas.

Fortaleza
2016
FRANCISCO ISRAEL MARTINS SOARES

Estudo do sistema de drenagem urbana de Fortaleza - CE, Análise


do sistema micro drenagem aplicado em praças públicas.

Trabalho de conclusão de curso apresentada a


banca examinadora, como requisito parcial à
obtenção de título de graduado em engenharia
civil.
Área de concentração: Recursos hídricos

Orientador: D.Sc Mickaelon Belchior


Vasconcelos.

Fortaleza
2016
Estudo do sistema de drenagem urbana de Fortaleza - CE, Análise
do sistema micro drenagem aplicado em praças públicas.

Francisco Israel Martins Soares

PARECER _____________________

Data: ____/____/_________

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________
Mickaelon Belchior Vasconcelos, D.sc.
Orientador

___________________________________
Maria Andrea Viana. M.Sc
Examinador

___________________________________
Francisco de Assis Cavalcante Bezerra. M.Sc
Examinador
RESUMO

Devido ao grande crescimento urbano de Fortaleza, grande parte de sua área


tornou-se impermeável por conta de pavimentos e edificações, que por sua vez gera
transtornos por conta do aumento do escoamento superficial e diminuição da
absorção de água pelo solo. Foi analisado o sistema de drenagem de Fortaleza e
dado o diagnóstico atual da situação a qual se encontra, é apresentado como é feito
o dimensionamento de projeto de drenagem, e qual equação de chuva é usada atual
nos projetos da capital cearense. No estudo de caso é apresentado o projeto de
micro drenagem de três praças públicas de Fortaleza, e analisado a permeabilidade
de seus pavimentos, e tendo concluído que a simples alteração de um pavimento
Inter travado convencional por um pavimento Inter travado tipo solo grama gera um
melhoramento satisfatório na porcentagem de taxa de permeabilidade de praças
públicas.

Palavras-chave: Drenagem Urbana, Micro Drenagem, Fortaleza, Taxa de


Permeabilidade.
ABSTRACT

Due to the fast urban growth of Fortaleza, a great part of its area became
impermeable, greatly because of buildings and paving, which brings to the city a
great deal of hassle due to the increase of superficial drainage and the decrease of
water absorption by the soil. Fortaleza's drainage system was analyzed and given
the current diagnose of its situation, it's presented how the sizing is made for a
drainage project, in which the rain equation used in current projects in Fortaleza was
applied. In the case study is presented a project of micro-drainage in three public
square in Fortaleza, and analyzing the permeability of its paving, arriving to the the
conclusion that the simple substitution of a interlocked floor for a interlocked floor soil
grass creates a satisfactory improvement in the permeability rate in the public
squares.

Keywords: Words: Urban Drainage, Micro-Drainage, Fortaleza, Permeability Rate


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1.1 Objetivo geral ................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivos específicos ................................................................................. 13
1.2 Justificativa ...................................................................................................... 14
1.3 Metodologia ..................................................................................................... 14
1.4 Estrutura do trabalho........................................................................................ 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 17
2.1 Sobre Fortaleza................................................................................................ 17
2.1.1 Condições socioeconômicas ..................................................................... 18
2.1.2 Clima de Fortaleza ..................................................................................... 20
2.1.3 Geologia de Fortaleza................................................................................ 21
2.1.4 Vegetação de Fortaleza ............................................................................. 23
2.1.5 Hidrografia de Fortaleza ............................................................................ 23
2.1.6 Lagoas e praças de Fortaleza ................................................................... 25
2.2 Bacias hidrográficas de Fortaleza .................................................................... 27
2.2.1 Bacia de Vertente Marítima ....................................................................... 30
2.2.2 Bacia do Rio Pacoti.................................................................................... 31
2.2.3 Bacia do Rio Cocó ..................................................................................... 31
2.2.4 Bacia do Rio Maranguapinho ..................................................................... 32
2.2.5 O sistema de drenagem de Fortaleza ........................................................ 33
2.3 Tipos de enchentes .......................................................................................... 35
2.4 Principais causas de alagamentos em Fortaleza ............................................. 36
2.5 Situação atual do sistema de drenagem de Fortaleza ..................................... 37
2.6 Drenagem urbana ............................................................................................ 38
2.6.1 Sistema de micro drenagem ...................................................................... 38
2.6.2 Sistema de Macrodrenagem ...................................................................... 40
2.7 Dimensionamento de projeto de drenagem urbana ......................................... 41
2.7.1 Coeficiente de escoamento superficial ...................................................... 41
2.7.2 Tempo de concentração ............................................................................ 44
2.7.3 Tempo de recorrência ................................................................................ 45
2.7.4 Intensidade de chuva ................................................................................. 46
2.7.5 Vazão ou descargas .................................................................................. 48
3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 51
3.1 Lei de uso e ocupação do solo nos bairros das praças (Taxa de
permeabilidade) ..................................................................................................... 53
3.2 Apresentação das praças ................................................................................ 54
3.2.1 Praça Chico Mendes (Areninha do São Bernardo) .................................... 55
3.2.1.1 Topografia ........................................................................................... 56
3.2.1.2 Projeto de drenagem ........................................................................... 56
3.2.1.3 Trincheira drenante ............................................................................. 59
3.2.1.4 Galerias laterais ................................................................................... 60
3.2.2 Areninha campo do Remo ......................................................................... 61
3.2.2.1 Projeto de drenagem ........................................................................... 62
3.2.2.2 Topografia ........................................................................................... 64
3.2.2.3 Galeria laterais .................................................................................... 65
3.2.3 Praça Eudoro Correia (Praça das Flores) .................................................. 65
3.2.3.1 Projeto de drenagem ........................................................................... 66
3.2.3.2 Trincheira drenante ............................................................................. 68
3.3 Área de pavimentos das praças ....................................................................... 68
3.3.1 Areninha do São Bernardo ..................................................................... 68
3.3.2 Areninha campo do Remo ...................................................................... 68
3.3.3 Praça da Flores ...................................................................................... 68
3.4 Área de pavimentos das praças ....................................................................... 76
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 81
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Drenagem tipo espinha de peixe (SEINF, 2009)....................................13


FIGURA 2 - Divisão das secretarias executivas de Fortaleza
(Prefeitura de Fortaleza, 2016)..............................................................18
FIGURA 3 - Solos de Fortaleza (Atlas de Fortaleza 2010)........................................22
FIGURA 4 - Vegetação e Recursos hídricos de Fortaleza
(Atlas de Fortaleza, 2010)......................................................................24
FIGURA 5 - Vegetação e Recursos hídricos de Fortaleza
(Atlas de Fortaleza, 2010).....................................................................29
FIGURA 6 - Vista aérea de Fortaleza na década de 60
(CPRM, 1960).......................................................................................33
FIGURA 7 - Vista aérea de Fortaleza 2016 (Google Earth, 2015)............................34
FIGURA 8 - Assoreamento do sistema de drenagem (ASSIS, 2014)........................35
FIGURA 9 - Caracterização dos leitos de escoamento (TUCCI, 1997).....................36
FIGURA 10 - Meio fio, Sarjeta e boca de lobo (AUTOR, 2016).................................39
FIGURA 11 - Sarjetão Pré-moldado (AUTOR, 2016).................................................40
FIGURA 12 - Canal de macro drenagem (AUTOR, 2016).........................................41
FIGURA 13 - Localização da área de estudo
(Prefeitura de Fortaleza, 2016)............................................................52
FIGURA 14 - Vista aérea praça Chico Mendes (Google Earth, 2015).......................55
FIGURA 15 - Planialtimétrico Areninha São Bernardo (SEINF, 2016).......................56
FIGURA 16 - Projeto de drenagem Areninha São Bernardo
(SEINF, 2016)......................................................................................57
FIGURA 17 - Detalhe da trincheira drenante (SEINF, 2016).....................................59
FIGURA 18 - Detalhe da galeria lateral (SEINF, 2016)..............................................60
FIGURA 19 - Vista aérea praça Areninha Campo do Remo
(Google Earth, 2015)............................................................................62
FIGURA 20 - Projeto de drenagem Areninha Campo do Remo
(SEINF, 2016)......................................................................................63
FIGURA 21 - Planialtimétrico Areninha Campo do Remo (SEINF, 2016)..................64
FIGURA 22 - Vista aérea praça da Flores (Google Earth, 2015)...............................66
FIGURA 23 - Projeto de drenagem praça das Flores (SEINF, 2016)........................67
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Dados de temperaturas de Fortaleza- CE


(INMET, 1931 a 1990)...........................................................................20
TABELA 2 - Dados de precipitações de Fortaleza- CE
(FUNCEME, 1995 a 2015)....................................................................21
TABELA 3 - Quantidade de praças em Fortaleza (INPLANFOR, 2015)...................26
TABELA 4 - Lagoas de Fortaleza (INPLANFOR, 2015)............................................26
TABELA 5 - Áreas das bacias de Fortaleza–CE
(Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2012).............................................30
TABELA 6 - Áreas de drenagem das bacias de Fortaleza–CE
(SEUMA, 2013)......................................................................................37
TABELA 7 - Coeficiente de escoamento superficial de acordo
com área de drenagem (ASCE, 1995)..................................................43
TABELA 8 - Período de retorno para diferentes ocupações
(Tucci, 1995)..........................................................................................46
TABELA 9 - Valores do coeficiente C por tipo de ocupação (ASCE, 1995)..............49
TABELA 10 - Taxa de mínima de permeabilidade
(Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2009)..........................................53
TABELA 11 - Taxa de permeabilidade dos pavimentos
(Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2009)..........................................54
TABELA 12 - Áreas dos pavimentos e áreas permeáveis e impermeáveis
da Areninha São Bernardo (AUTOR, 2016)........................................69
TABELA 13 - Áreas dos pavimentos e áreas permeáveis e impermeáveis
da Areninha campo do Remo (AUTOR, 2016)....................................71
TABELA 14 - Áreas dos pavimentos e áreas permeáveis e impermeáveis
da praça da Flores (AUTOR, 2016)....................................................74
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Área dos pavimentos Areninha São Bernardo....................................70


GRÁFICO 2 - Percentual permeável e impermeável da praça
Areninha São bernardo ......................................................................70
GRÁFICO 3 - Área dos pavimentos Areninha Campo do Remo...............................72
GRÁFICO 4 - Percentual permeável e impermeável da praça
Areninha Campo do Remo..................................................................73
GRÁFICO 5 - Área dos pavimentos da praça das Flores..........................................75
GRÁFICO 6 - Percentual permeável e impermeável da praça
das Flores............................................................................................75
GRÁFICO 7 - Percentual permeável e impermeável Areninha campo do remo,
utilizando “Piso Grama”....................................................................76
GRÁFICO 8 - Percentual permeável e impermeável Areninha São Bernardo,
utilizando “Piso Grama”....................................................................77
GRÁFICO 9 - Percentual permeável e impermeável praça das Flores,
utilizando “Piso Grama”....................................................................78
1 INTRODUÇÃO

No processo de urbanização de uma sociedade, quando falamos em água, a


maioria das pessoas pensarão logo no abastecimento populacional, porém a água
em meio urbano, possui vários aspectos a serem considerados, como o escoamento
da água e recarga de aquíferos subterrâneos (TUCCI, 1997).

Fortaleza é uma capital litorânea, quente e úmida, com uma população


atualmente de 2.452.185 habitantes, na qual teve um aumento populacional de sua
área urbana em 138,52% entre 1996 e 2016, a capital do Ceará, é a cidade que
possui a maior densidade demográfica do país com 7786,52 habitantes/Km², em
2010 (IBGE, 2010).

Seu clima é semiárido, tropical chuvoso, segundo a classificação climática de


Koppen-Geiger, com temperatura anual média em 26,5 °C, tendo os meses de
janeiro e dezembro como os mais quentes, com temperaturas podendo ultrapassar
os 35 °C, (IMET, 2010.)

Apesar de ser uma das capitais brasileiras que menos chove, isso por que é uma
cidade localizada entre a linha do equador e o tropico de capricórnio, Fortaleza
possui, ainda que não bem definida, uma quadra chuvosa, que normalmente ocorre
entre os meses de janeiro e julho, com precipitação média de 211,48 mm, entre
esses meses, segundo dados colhidos da FUNCEME, que por sua vez acabam por
gerar transtornos ocasionados pela grande concentração de chuva em curtos
períodos de tempo.
12

Os principais impactos decorrentes das precipitações, são os alagamentos de


áreas urbanas, na maioria das vezes ocasionadas pela ocupação da população em
áreas inadequadas. (TUCCI, 1997).

À medida que uma cidade vai se urbanizando, ela acaba alterando o ciclo comum
de escoamento de água, através da infraestrutura implantada, com construção de
rodovias com seus taludes, redução de seções de escoamento através de poluição,
mas especificamente de condutos de lixos ou sedimentos, de canais ou canalização
de riachos, que pode obstruir o escoamento, mudando a rota natural da água, Isso
proporciona transtornos, que são enchentes em áreas urbanas.

Em áreas urbanas normalmente acontecem dois tipos de enchentes, em áreas


muito urbanizadas, pela ocupação do solo com superfícies impermeáveis que
impedem a infiltração do da água no solo, aumentando o escoamento superficial, e
durante o percurso da água ela pode encontrar obstruções impedindo que água
encontre condutos de assoreamento, fazendo com que em algum local se acumule
inadequadamente uma grande quantidade de água, não tendo como o solo do local
absorver ou redistribuir essa água. Também pode ocorrer enchentes em áreas
ribeirinhas, que são enchentes naturais, que causam transtorno por conta da
ocupação indevida do leito maior de um rio, que naturalmente tem seus momentos
de cheia, principalmente em períodos de grandes precipitações.

Para que a cidade não sofra com os transtornos ocasionados pela precipitação
elevada, consequentemente enchentes, são utilizados, além de questões sociais e
ambientais, as questões técnicas, que são os projetos de drenagem, que tentam ao
máximo extinguir os problemas de escoamento, esses projetos utilizam-se de
diferentes métodos e ferramentas, para que haja um resultado satisfatório na
extinção de enchentes e também na recarga de aquíferos subterrâneos.

A principal forma de recarga subterrânea é através da água da chuva que por


sua vez pode aliviar os problemas na drenagem urbana, grandes chuvas acabam
por causar alagamentos, que por sua vez a água acaba escoando para os oceanos,
13

entretanto se a água da chuva escoar e antes de chegar aos oceanos voltar para o
subterrâneo, através poços de injeção ou diretamente através de bacias ou caixas
de infiltração, haveria uma maior facilidade para o escoamento superficial em meio
urbano, diminuindo alagamentos nas cidades (NEGRÃO, 2012)

A urbanização, portanto, pode afetar quantitativa e qualitativamente a qualidade


das águas subterrâneas (FOSTER, 2001).

O macro sistema de drenagem da cidade de Fortaleza, é formado por quatro


bacias hidrográficas, que são: a bacia de vertente marítima, a bacia do rio Cocó, a
bacia do rio Maranguapinho e a bacia do rio Pacoti, totalizando uma área de 336,03
Km², e uma extensão de 223 Km de talvegue principal.

Figura 1: Drenagem tipo espinha de peixe

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2009

1.1 Objetivo geral

Caracterizar três diferentes tipos de sistema drenagem, seus projetos e


pavimentos utilizados e propor substituição dos pavimentos afim de melhor o índice
de permeabilidade em praças públicas de Fortaleza.
14

1.2 Justificativa

Em meio a muitas enchentes que vêm acontecendo na cidade do Fortaleza


durante o período de quadra chuvosa, é importante analisar diferentes tipos de
projetos, que tem o objetivo de aliviar, transtornos ocasionados pelas enchentes,
ocorridas em áreas urbanas, afim de que haja uma maior infiltração e um
escoamento mais natural possível da água, consequentemente aumentando a
recarga de aquíferos subterrâneos. Através dessa pesquisa será possível um maior
entendimento sobre a drenagem urbana, que se aplica a cidade de Fortaleza e como
são definidos os projetos de drenagem executados em praças públicas.

1.3 Metodologia

• Realização de análise bibliográfica sobre diferentes projetos e sistemas de


drenagem e materiais e ferramentas utilizados na cidade de Fortaleza;
• Coleta de dados meteorológicos e caracterização climática da cidade de
Fortaleza;
• Apresentação dos projetos de drenagem utilizados em 3 praças de Fortaleza
• Analise e integração dos dados coletados para elaboração da conclusão.

1.4 Estrutura do trabalho

O trabalho será composto por uma estrutura de quatro capítulos bem definidos,
sendo separado em elementos pré-textuais, o embasamento teórico, estudo de caso
e conclusões, os capítulos irão possuir a seguinte estrutura.
15

• Capítulo 1

O capítulo inicial do trabalho será composto pelas considerações iniciais,


estruturado pelo: 1. Resumo, que apresenta o trabalho; 2. Introdução, que é uma
curta apresentação das características geográficas da cidade de Fortaleza e do que
irá ser abordado no trabalho; 3.Objetivo Geral e Objetivos específicos, que mostra o
que se pretende alcançar com os estudos e pesquisas realizadas no trabalho;
4.Justificativa, que foi o que inspirou a fazer o trabalho, e o porquê de realizar as
pesquisas necessárias para a sua conclusão; 5. Metodologia, que define como o
trabalho e as pesquisas serão realizadas, definindo o processo de execução do
trabalho; e por último 6. Estrutura do trabalho, define o que será abordado em cada
capitulo.

• Capítulo 2

O segundo capitulo do trabalho, será composto do embasamento teórico


baseado nas pesquisas bibliográficas, trazendo o diagnóstico atual do sistema de
drenagem da cidade de Fortaleza, além de alguns tipos de projetos e materiais
utilizados em sistemas de macrodrenagem adotados na capital cearense.

• Capítulo 3

No capítulo 3, será apresentado a pesquisa e o estudo dos dados coletados


através do estudo de caso em três praças públicas de Fortaleza, apresentando os
seus devidos projetos de micro drenagem, além de experimentos feitos nos
pavimentos das praças como tempo de infiltração e escoamento.

• Capitulo 4
16

Nesse capitulo será apresentado a conclusão final do estudo, além de


recomendações a serem utilizadas em projetos de micro drenagem voltados a
cidade de Fortaleza, deixando também recomendações para novos trabalhos a
serem desenvolvidos no mesmo ramo da engenharia civil.
17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesse capitulo será apresentado através de pesquisas dados sobre a cidade de


Fortaleza, como vegetação, clima, divisão de bairros e dados referentes a
dimensionamento de projeto de drenagem urbana

2.1 Sobre Fortaleza

A cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, que se desenvolveu as


margens do rio Pajeú, fica no nordeste brasileiro, e é banhada pelo oceano atlântico,
a uma altitude média de 21 metros, sendo a cidade mais populosa do estado do
Ceará e a quinta mais populosa do Brasil, com uma população de 2.452.185
habitantes, com a uma densidade demográfica de 7786,52 habitantes/Km², segundo
o IBGE, 2010.

Fortaleza possui o 9º maior PIB entre as cidades Brasileiras, sendo o maior entre
as cidades nordestinas (segundo dados de 2010), é um dos grandes e importantes
centros industriais do país, tendo 7º maior poder de compra brasileiro.

No turismo a capital alencarina é conhecida por conta de suas belas praias e por
conta das altas temperaturas encontradas principalmente no segundo semestre do
ano, tendo, no ano de 2004, alcançado a marca de destino brasileiro mais
procurado.

Fortaleza possui 118 bairros e subdivide a cidade em sete secretarias executivas,


18

a Regional centro, que atende exclusivamente ao bairro do centro de Fortaleza, e


outras seis regionais, nomeadas de “SER” seguido dos números romanos I a VI, que
atendem os demais bairros de Fortaleza, tendo como a maior regional atendendo
cerca de 600 mil habitantes a SER VI, conforme a figura 2.

Figura 2: Divisão das secretarias executivas de Fortaleza

Fonte: Adaptado do site oficial da prefeitura municipal de Fortaleza

2.1.1 Condições socioeconômicas

Fundada em 13 de abril de 1726, por holandeses, Fortaleza chega aos seus 290
anos em 2016. A capital cearense possui maior densidade demográfica entre as
cidades brasileiras, a uma faixa de crescimento de 2,15% ao ano com uma taxa de
urbanização de 100%, de acordo com o censo demográfico de 2010 realizado pelo
IBGE. Ainda segundo o IBGE em 2010 a capital cearense possui um PIB de R$
37.106.309,00, o que lhe posiciona como 9º maior PIB nacional entre as cidades
19

brasileiras, sendo o maior do nordeste.

Segundo levantamento feito pela Organização da Nações Unidas (ONU), nos


anos de 2010 e 2011 o município de Fortaleza é considero a quinta cidade mais
desigual do planeta, ficando à frente apenas de três cidades africanas e uma cidade
brasileira (Goiânia –GO), isso por conta da má divisão financeira, por exemplo na
distorção entre os bairros administrados pela SER V, que possuem a menor renda
per capita, (R$ 471,00), quase metade de um salário mínimo, que em 2016 é de R$
880,00, e os bairros administrados pela SER II, que possuem renda per capita de R$
1,85mil, mais que o dobro de um salário mínimo. Seguindo da SER II que que possui
a renda per capita da capital, vem a SER IV com renda per capita de R$ 845,00, em
seguida com a terceira maior renda per capita vem a SER VI com renda per capita
de R$ 715,00, com a quarta maior renda vem a SER III com renda per capita de R$
658,00, com e segunda menor renda per capita vem a SER I com renda per capita
de R$ 587,00, seguida pela SER V, com a menor renda per capita.

Através desses dados verifica-se que 26% da renda do município de Fortaleza


está localizado nos 10 bairro mais ricos, que representam apenas 7% da população
fortalezense. (LEMOS, 2013)

Os setores que se destacam na economia de Fortaleza são os, secundário e


terciário, industrias e serviços, na qual se exalta os de infraestrutura básica e
turismo, o setor primário na capital cearense é muito tímido aparece somente na
pequena produção de para atender de forma parcial o consumo local.

Segundo o IBGE em 2010, 36,89% dos fortalezenses não possuem o ensino


fundamental completo, possuindo 16,28% de sua população com o ensino
fundamental completo ou médio incompleto, seguindo por 32,93 com o ensino médio
completo ou superior incompleto e 13,55% com superior completo.

Segundo a companhia de água e esgoto do estado do Ceará em 2010


(CAGECE), que é responsável pelo abastecimento de água tanto residencial como
comercial, da cidade de Fortaleza, o índice de cobertura da coleta de esgoto na
capital é de 60%. O abastecimento de água se dá através do açude Acarape do
20

Meio, do sistema Pacoti-Riachão-Gavião e do açude Pacajus.

2.1.2 Clima de Fortaleza

O clima da capital cearense se assemelha com clima de toda a região do


nordeste brasileiro, apesar de ser a única capital brasileira a ser inserido 100% de
seu território no clima semiárido. Sendo classificado como clima tropical chuvoso
“Macroclima de faixa costeira” do tipo AW’, segundo a classificação climática de
Koppen-Geiger, Localizada entre as linhas do equador e o trópico de capricórnio.
Fortaleza é uma cidade húmida devido está situado na faixa costeira banhada pelo
oceano atlântico, e seu clima é definido como quente, pelo fato de estar próximo a
linha do equador.

A temperatura da cidade de Fortaleza costuma ser elevada, facilmente as


máximas ultrapassam os 30°C, com a temperatura máxima absoluta podendo
chegar próximo dos 40°C, tendo média de temperatura anual de 26,5°C, média de
temperatura máxima absoluta de 34°C, uma temperatura máxima média de 31,1°C,
conforme dados colhidos de do INMET, no período de 1931 a 1990, conforme a
tabela a 1.
Tabela 1: Dados de temperaturas de Fortaleza- CE
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima
34 35 34 34 33 34 33 34 34 33 34 37 34
absoluta (°C)
Temperatura máxima
31 30 30 30 30 30 30 30 30 31 31 31 30,1
média (°C)
Temperatura média
27 27 26 26 26 26 26 26 26 27 27 27 26,5
(°C)
Temperatura mínima
24 24 24 23 23 23 22 23 23 24 24 25 23,6
média (°C)
Temperatura mínima
20 21 20 20 21 20 19 19 21 21 21 21 20,4
absoluta (°C)

Fonte: INMET, 1931 a 1990


21

Apesar de ser uma cidade que todo o seu território é semiárido, um clima
caracterizado por poucas chuvas, na capital cearense, por estar entre duas serras, a
de Maranguape e de Pacatuba, as precipitações ocorrem em no primeiro semestre,
as chuvas de verão. Fortaleza possui uma média anual de precipitação de 1426,88
mm, com um média mensal de 118,9 mm, e na quadra chuvosa, o primeiro semestre
do ano a média de precipitação é de 211,48 mm, segundo dados colhidos da
FUNCEME no período de 1995 a 2015, considerando 5 posto de coleta, em 5
bairros de Fortaleza.

Tabela 2: Dados de precipitações de Fortaleza- CE


MÉD. QUADRA
POSTO DE COLETA MÉDIA MENSAL CHUVOSA MÉDIA ANUAL
FUNCEME 130,56 236,43 1566,75
ÁGUA FRIA 119,77 221,55 1437,25
CASTELÃO 127,14 202,45 1402,61
PICI 115,73 211,28 1388,73
MESSEJANA 101,28 185,67 1339,07
MÉDIA GERAL 118,90 211,48 1426,88
Fonte: FUNCEME, 1995 a 2015

2.1.3 Geologia de Fortaleza

O solo da cidade de Fortaleza em sua maior parte é formado por rochas


cristalinas do pré-cambriano e por cobertura sedimentares cenozoicas. Em sua
maior parte o solo da capital cearense é formado por unidades sedimentares, e uma
pequena parte por unidades cristalinas. Nas regiões de planície litorânea e sobre
terrenos arenosos, Fortaleza apresenta solos arenosos do tipo neossolos
quartzarênicos, Os gleissolos se localizam nas planícies flúvio-marinhas dos rios
Maranguapinho, rio Cocó, rio Ceara e rio Pacoti e algumas planícies lacustres, já o
solo argiloso vermelho-amarelo distróficos são encontrados em tabuleiros argilosos e
nas faixas de transição de tabuleiros com a depressão sertaneja, Conforme figura
abaixo. (Atlas de Fortaleza, 2010)
Figura 3: Solos de Fortaleza

Fonte: Atlas de Fortaleza 2000, 2010.


22
23

2.1.4 Vegetação de Fortaleza

A vegetação litorânea cearense se fragmenta, praticamente, em manchas de


áreas de mangue e vegetação de restinga. Em Fortaleza as áreas de restinga
localizam-se ao sul da cidade, em direção as desembocaduras dos rios Ceará, Cocó
e Pacoti. O mangue acompanha as margens do rio. (ATLAS de Fortaleza, 2010).

A Síntese Diagnostica do município de Fortaleza em 2001, apud, TAJRA (2001),


a vegetação da capital cearense é classificada e caracterizada a parti da vegetação
litorânea que se fragmenta em vegetação pioneira, mata a retaguarda de dunas,
vegetação de tabuleiro litorâneo, vegetação de mangue, vegetação ribeirinha,
vegetação aquática e vegetação antrópica, conforme mostra a figura 4.

2.1.5 Hidrografia de Fortaleza

Apesar de possuir um elevado potencial hídrico, com inúmeras lagoas a capital


cearense sofre com problemas de insuficiência de água, em prolongados períodos
de seca, por conta de grande parte de seu potencial hídrico ter sido destruído por
conta do processo de urbanização do município. Pequenas lagoas da capital
alencarina foram aterradas, rios de pequenos porte foram canalizados ou
transformados em esgotos, então o abastecimento de água da capital, por sua vez
se tornou mais dificultoso e é feito através de açudes localizados a centenas de
quilômetros, provenientes de áreas sertanejas cuja as potencialidades hídricas são
diminutas, relativamente ao litoral. (ATLAS de Fortaleza 2000, 2010)
Figura 4: Vegetação e Recursos hídricos de Fortaleza
24

Fonte: Atlas de Fortaleza 2000, 2010


25

2.1.6 Lagoas e praças de Fortaleza

Apesar do acelerado processo de urbanização na capital cearense ainda é


possível encontrar, é possível encontrar praças com áreas de verdes e lagoas em
todas as regionais de Fortaleza, exceto a regional do centro que não possui lagoa,
que são equipamentos essenciais para o sistema de drenagem urbana de uma
metrópole.

Em 2013 a prefeitura municipal de Fortaleza, através de um projeto apresentado


pelo prefeito Roberto Claudio e aprovado pela câmara dos vereadores, lançou o
programa Adote o verde, que visa a reforma de praças públicas na capital cearense,
possuindo no ano de 2016, 163 praças em processo de reforma. Segundo dados de
2015, da prefeitura municipal de Fortaleza, através do Instituto de Planejamento de
Fortaleza - INPLANFOR, A capital do Ceará possui 615 praças distribuídas
contemplando todas as regionais, conforme a tabela 3.

Por conta da alta em especulação imobiliária devido ao crescimento urbano,


muitas lagoas de Fortaleza foram aterradas e outras tiveram o seu tamanho contido,
entra tanto segundo dados de 2015, da prefeitura municipal de Fortaleza, através do
Instituto de Planejamento de Fortaleza - INPLANFOR, A capital do Ceará possui 47
lagoas, distribuídas em todas suas regionais, excetuando a regional do centro,
conforme a tabela 4.
26

Tabela 3: Quantidade de praças em Fortaleza

PRAÇAS DE FORTALEZA
QUANTIDADE DE
REGIONAL PRAÇAS
I 28
II 122
III 86
IV 100
V 148
VI 99
CENTRO 32
TOTAL 615

Fonte: INPLANFOR, 2015

Tabela 4: Lagoas de Fortaleza

LAGOAS DE FORTALEZA

REGIONAL BAIRRO LAGOA


I Barra do Ceará Lagoa do Mel
I Alvaro Weyne Lagoa do Urubu
I Planalto Pici Açude João Lopes
II Papicu Lagoa do Papicu
II Dunas Lagoa do Gengibre
Eng. Luciano
II Cavalcante Lagoa Maricá
Açude Fernando
Macedo
III Henrique Jorge Lagoa da Unitex
IV Aeroporto Lagoa da Itaoca
IV Edson Queiroz Lagoa do Colosso
IV Itaperi Açude Itaperi
IV Parangaba Lagoa da Parangaba
IV Parque dois Irmãos Açude São Jorge
IV Pici Açude da Agronomia
Lagoa do
IV Rodolfo Teófilo Porangabussu
IV Serrinha Lagoa Itaperoaba
IV Vila União Lagoa do Opaia
27

V José Walter Lagoa do Amor


Lagoa da Aldeia Velha
Lagoa do Palmerim
Lagoa do Palmeira
V Manoel Sátiro Lagoa do Momdubim
V Maraponga Lagoa da Maraponga
V Mondubim Lagoa Cel. Germano
Açude Libânia
Lagoa Azul
Lagoa Catão
Lagoa do Sítio São
Jorge
Lagoa do Mingau
VI Ancuri Açude S. Jõao do Pariri
VI Barroso Açude Mozart
VI Boa Vista Lagoa Boa Vista
Cidade dos
VI Funcionários Lago Jacarey
VI Dendê Açude Dendê
VI Dias Macedo Açude Uirapuru
VI Jangurussu Lagoa da Pedra
Açude São Cristovão
Açude do Jangurussu
VI Lagoa Redonda Lagoa Redonda
VI Messejana Lagoa Seca
Açude Danilo
Lagoa do Soldado
Açude Coité
Lagoa da Messejana
VI Paupina Lagoa do Meio
Açude Guarani
VI Sapiranga/Coité Lagoa da Sapiranga

Fonte: INPLANFOR, 2015

2.2 Bacias hidrográficas de Fortaleza

A rede de drenagem do município de Fortaleza é formado por quatro bacias


hidrográficas principais, são: a bacia de vertente marítima, bacia do rio Cocó, do rio
Maranguapinho e do rio Pacoti. Em um contexto estadual a capital cearense se
28

insere na bacia denominada Metropolitana, entre as 12 bacias existentes no estado


do Ceará. (Plano municipal de saneamento básico 2013)

Ao longo do litoral entre os rios Cocó e Ceará se localiza a bacia de Vertente


Marítima, a bacia do Rio Cocó, a maior bacia do município atendendo a maior área
de Fortaleza, tem os seguintes principais mananciais: rio Cocó, Lagoas da
Messejana, Parangaba, Opaia e Porangabussu e Riacho do Tauápe. A bacia do rio
Pacoti atende a uma pequena área ao leste da cidade, na fronteira com as cidades
de Aquiraz e Eusébio. A bacia do rio Maranguapinho é a segunda maior bacia da
capital cearense se localiza a oeste da cidade e seus principais mananciais são: o
rio Maranguapinho, o açude da Agronomia, o riacho da lagoa do Modubim e o riacho
Correntes.
Figura 4: Vegetação e Recursos hídricos de Fortaleza
29

Fonte: Atlas de Fortaleza 2000, 2010


30

Tabela 5: Áreas das bacias de Fortaleza –CE

Extensão talvegue
Bacia Área [Km²]
principal [Km]
Vertente
Marítima 34,54 23
Rio Cocó 209,63 97
Rio
Maranguapinho 86,84 100
Rio Pacoti 5,02 3

Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza, 2012

2.2.1 Bacia de Vertente Marítima

Essa bacia está totalmente inserida na zona urbana de Fortaleza, localizada ao


norte da cidade. Foi a primeira bacia a ser atendida por sistema de abastecimento
de água e esgoto. Possui uma topografia favorável ao escoamento da água em
direção ao oceano Atlântico, facilitando o escoamento superficial, seja direto ou com
ajuda de riachos, sendo os principais riachos dessa bacia o Pajeú, Jacarecanga,
Maceio e Corrente (BENTO, 2011)

A bacia hídrica de vertente marítima é predominantemente residencial atendendo


aos bairros: Aldeota, Mucuripe, Meireles, Iracema, Moura Brasil, Farias Brito, centro,
e parte de alguns bairros como: Benfica, Joaquim Távora, Jacarecanga, Pirambu e
Cocó.

A rede de drenagem da bacia de Vertente Marítima vem sendo comprometida,


pelo fato dos bairros a qual a bacia atende possuírem uma grande especulação
imobiliária, responsáveis por aterramento de lagoas, além de ser uma área de
grande densidade populacional o que acaba ocorrendo ocupações em caminhos
preferenciais da água, além de disposições inadequadas nas margens dos rios e
lançamentos de esgotos na rede de drenagem, são esses, fatores que por sua vez
acabam por alterar o caminho natural das águas ou reduzindo a capacidade de
31

vazão, favorecendo a problemas devido ao escoamento insuficiente de água.


A bacia de Vertente Marítima é formada por sete sub-bacias cujo os principais
mananciais são: riacho jacarecanga, riacho Pajeú, riacho Maceió, riacho Papicu e a
lagoa do mel, que está em processo de extinção por conta do desenvolvimento
urbano e grande especulação imobiliária de região norte da cidade.

2.2.2 Bacia do Rio Pacoti

É a menor bacia hidrográfica da capital cearense, Localizada na região Oeste da


capital, com uma área de abrangência de apenas 5 km², entre tanto é a bacia de
maior extensão considerando a região metropolitana de Fortaleza com 120 km de
sua foz.

A bacia do rio Pacoti atende apenas os bairros da capital que fazem fronteira com
o município de Aquiraz, e parte do bairro da Sabiaguaba.

A região na qual se encontra a bacia é de pequena densidade populacional e


área ainda pouco ocupada por edificações, isso por ser uma área na maior parte
composto por dunas e de difícil acesso, pelo fato de ser uma área que ainda possui
bastante vegetação, é uma área que não apresenta muitos problemas com as
enchentes, exceto por famílias ribeirinhas que ocupam inadequadamente o leito
maior do rio Pacoti.

2.2.3 Bacia do Rio Cocó

A bacia hidrográfica do rio Cocó é a de maior extensão, possuindo 100 Km em


seu talvegue principal e área própria de 209,63 Km² e que a que contempla maior
parte de Fortaleza, atendendo mais da metade da capital cearense, é a única bacia
da capital que contempla todas as secretarias executivas regionais, ainda que
algumas com uma pequena área. A bacia do rio Cocó é sub dividida em três
32

menores bacias são elas, a do açude Gavião, a do rio Cocó e Lameirão e a referente
ao rio Coaçu.

A sub-bacia controlada pelo açude Gavião, que um açude situado da divisa das
cidades Pacatuba e Itaitinga e responsável pelo abastecimento de água potável de
Fortaleza, é a menor sub-bacia entre as três que compõe a bacia hidrográfica do rio
Cocó, possuindo uma área de abrangência de 91,36 Km².

A bacia do rio Coaçu é a segunda maior em área entre as três sub-bacias do rio
Cocó, situada na área de Fortaleza que faz divisa com Aquiraz, possuindo uma área
de abrangência de 195,7 Km².

A maior sub-bacia do rio Cocó é a exatamente a drenada pelo próprio rio Cocó e
também pelo rio Lameirão, é totalmente localizada dentro dos limites de Fortaleza,
abrangendo grande parte do município, com uma área de abrangência 230,2 Km².

2.2.4 Bacia do Rio Maranguapinho

Formada na serra de Maranguape, o rio Maranguapinho é o rio de maior


afluência do rio Ceará, localizada ente os municípios de Fortaleza, Maracanaú, e
Caucaia, principalmente, entre tanto abrange 9 municípios da região metropolitana
de Fortaleza.

A bacia do rio Maranguapinho é a segunda maior da capital cearense,


Abrangendo 36 bairros do município, principalmente os localizados entre as SER III
e VI, onde habitam cerca de 750 mil pessoas, ocupando cerca de 70 Km² de área
urbanizada, por ser a área de menor renda per capita de Fortaleza, na qual a maior
parte das habitações não coleta periódica de lixo e nem saneamento básico, os
esgotamento das casas são feitos através de fossas rudimentares, e o lixo
normalmente é despejado as margens dos rios.
33

2.2.5 O sistema de drenagem de Fortaleza

A ausência de um devido planejamento, entre os anos 70 e 2000, em que


Fortaleza cresceu mais de 100%, como é possível ver nas figuras 6 e 7, sem que as
obras de infraestrutura acompanhassem esse crescimento, fizeram com que as
consequências viessem a ser sentidas atualmente. A ocupação desordenada do
solo, regulada pelo comercio imobiliário, sem que a devida ligação com as obras de
saneamento e estações de tratamento de esgoto, a ocupação indevida de áreas
ribeirinhas, construções ou aterros em linhas preferencias de escoamento de água.
Entre outros fatores ligado ao desenvolvimento urbano desordenado, fizeram com
que problemas ligados ao sistema de drenagem viessem à tona no século atual.

Figura 6: Vista aérea de Fortaleza na década de 60

Fonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Acervo de aerolevantamento do município de


Fortaleza, Serviços Aerofotogramétricos Cruzeiro do Sul S.A, 1960
34

Figura 7: Vista aérea de Fortaleza em 2015

Fonte: GOOGLE. Google Earth. Version: 7.1.5, 2015

Na capital cearense o sistema de escoamento de águas pluviais é composto por


galerias e canais, além de áreas de preservação ambiental, para facilitar a infiltração
da água no solo, o que em anos passados era um escoamento natural passou a ser
feito através de ruas, avenidas e redes de condutos, formado por micros e
macrodrenagens, o sistema foi projetado para trabalhar de forma separada entre o
escoamento de água pluvial e esgotos, entre tanto alguns trechos, o escoamento
não acontece separadamente, tornando o sistema deficiente. A drenagem de
Fortaleza tem muitos projetos a serem executados e já possui algumas galeras e
sistemas de macros e macrodrenagens executados.

Para diminuir problemas voltado o escoamento de águas pluviais e também para


facilitar o processo de recarga natural dos aquíferos subterrâneos o plano diretor de
Fortaleza, define por bairro o taxa de permeabilidade do solo, que é relação entre a
parte do terreno que permite a infiltração de água, permanecendo totalmente livre de
qualquer edificação e a área total do lote ou gleba.
35

2.3 Tipos de enchentes

Em áreas urbanas as enchentes ocorrem devido basicamente a dois processos


distintos que ocorrem de maneira integrada, são eles:
• Enchentes devido ao alto índice de urbanização, que é são as enchentes
ocorridas devido a ocupação do solo com superfícies impermeáveis, o
desenvolvimento urbano pode produzir obstruções ao escoamento como aterros
pontes, drenagem inadequada ou mal executada, e obstruções de escoamento
devido ao assoreamento de rios e sistemas de drenagem executados. (TUCCI,
1997)

Figura 8: Assoreamento do sistema de drenagem, Conjunto Palmeiras, Fortaleza

Fonte: ASSIS. 2014


36

• Enchentes em áreas ribeirinhas, são naturais, atingem a edificações


localizadas no leito maior dos rios, normalmente ocupações irregulares, ocorrem
periodicamente 2 em dois anos em média, de acordo com eventos extremos, como
movimento das mares e grandes precipitações. (TUCCI, 1997)

Figura 9: Caracterização dos leitos de escoamento

Fonte: TUCCI, 1997

2.4 Principais causas de alagamentos em Fortaleza

Através de estudos hidrológicos e ambientais, realizados pela prefeitura


municipal de Fortaleza, foi possível se identificar as principais causas de inundações
ocorridas na capital, considerando todas as bacias hidrológicas do município, as
regiões (bairros), e precipitações localizadas. As principais fatores identificados para
o problema foram:

• Obstrução da rede por detritos, lixos e sedimentos, que se caracteriza por ser
a maior causa dos pontos de alagamento na cidade.
• Ocupação desordenada, inclusive nas áreas das margens de corpos hídricos,
que ocasionam inundações constantes;
37

• A topografia plana da cidade, que contribui para a existência de áreas sujeitas


a inundações nos períodos chuvosos;
• O processo de crescimento acelerado experimentado por Fortaleza entre
1970 e 2000, sem que a infraestrutura urbana fosse ampliada de tal forma a suportar
o adensamento da cidade, prejudicando especialmente as áreas onde vivem os mais
carentes;
• A modificação pela ação antrópica associada ao processo de urbanização do
curso natural do caminho das águas drenadas pela hidrografia citada, impondo a
necessidade de soluções de drenagem.

2.5 Situação atual do sistema de drenagem de Fortaleza

Segundo a prefeitura municipal de Fortaleza através da secretaria municipal de


urbanismo e meio ambiente (SEUMA, 2013), Fortaleza vem perdendo seu potencial
hídrico principalmente por conta de aterramento de lagoas, e especulação imobiliária
na área dessas lagoas. Com isso Fortaleza pode contar hoje apenas com 519,6 Km
de drenagem, conforme a tabela 4, que é uma quantidade deficiente para a
demanda na capital cearense.

Tabela 6: Áreas de drenagem das bacias de Fortaleza –CE

BACIA
HIDROGRÁFICA DRENAGEM (KM)
VERTENTE MARÍTIMA 203,51
COCÓ 108,2
MARANGUAPINHO 207,89
PACOTI 0
TOTAL 519,6

Fonte: Secretaria Municipal de urbanismo e Meio Ambiente, 2013


38

2.6 Drenagem urbana

O Conjunto de sistemas e equipamentos destinados a captar e distribuir águas


pluviais, de forma a não trazer transtorno a uma determinada região é o conceito de
drenagem urbana. A drenagem urbana deve tem como principal objetivo evitar ou
minimizar, problemas à população devido as inundações, proteger e preservar os
cursos naturais da água, controlar erosões devido ao escoamento superficial e
eliminar a proliferação de doenças, visando e possibilitando o desenvolvimento
urbano de forma sustentável e harmônica.
O sistema de drenagem de urbana tradicional é constituído de dois diferentes
sistemas que trabalham de forma integrada, o sistema de micro drenagem e
macrodrenagem.

2.6.1 Sistema de micro drenagem

É considerado um projeto de micro drenagem, quando definimos condutos


pluviais a nível de quadra ou lotes.

Projetos de micro drenagem coletam água das chuvas através dos pavimentos,
distribuindo-a para o sistema de macrodrenagem, através de equipamentos de
menor diâmetro, como boca de lobo, galerias, sarjetas e tubulações.

Elementos que compõe a micro drenagem:

• Meio-fio: São constituídos de pedra ou blocos de concreto pré-moldado,


localizada entre a sarjeta e o passeio, ficando no nível do passeio, tem a função de
impedir que a água vá para o passeio e siga seu caminho pela sarjeta.
• Sarjeta: São faixa que são localizadas entre o meio fio e a via pública, com
nível inferior ao eixo da rua, permitindo que a água escoe até encontrar seu destino,
normalmente bocas de lobo.
• Sarjetões: Localizados em cruzamentos de vias públicas, com o nível inferior
39

ao da via, pode ser formado pelo próprio pavimento que faz os devidos desníveis ou
pode ser de blocos de concreto pré-moldados.
• Boca de lobo: São os dispositivos responsáveis por captar à água escoada
pelas sarjetas, são caixas que são localizadas no ponto mais baixo da quadra, é
composta por diversos elementos, como tampa, fundo e tubo coletor, e podem ser
executadas in locu ou pré-moldadas.
• Galerias: São os condutos canalizados responsáveis por escoar as águas
receptadas por bocas de lobo, podem ser executadas com diferentes materiais,
como aduelas, tubos de PVC, tubos de concreto, tubos cerâmicos, entre outros.
• Poços de visita: Localizados em pontos estratégicos e convenientes,
permitem o acesso aos sistemas, e as galerias para limpeza e inspeção.

Figura 10: Meio fio, Sarjeta e boca de lobo

Fonte: Autor, 2016


40

Figura 11: Sarjetão Pré-moldado, Conjunto Palmeiras

Fonte: Autor 2016

2.6.2 Sistema de Macrodrenagem

Macrodrenagem é definido como um sistema responsável pela condução final


das águas captadas de sistemas de micro drenagem dando prosseguimento ao
escoamento dos deflúvios proveniente das ruas, sarjetas valas e galerias é
considerado apenas para áreas maior de 5 Km².

A macro drenagem é responsável por obras de retificação e ampliação de canais


naturais de escoamento de água, construção de canais artificiais, galerias de
grandes extensões, que são responsáveis por captar água de vários sistemas de
41

micro drenagem em uma região, além de estruturas auxiliares, tais como proteção
contra assoreamento e erosões causadas pelo escoamento superficial de águas
pluviais, travessias e estações de bombeamento, dissipação de energia e
amortecimento de picos.

Figura 12: Canal de macro drenagem, Av. Aguanambi

Fonte: Autor 2016

2.7 Dimensionamento de projeto de drenagem urbana

São necessários os seguintes critérios e informações para projetar um sistema de


drenagem, seja ele de micro drenagem ou macrodrenagem

2.7.1 Coeficiente de escoamento superficial

É o descolamento das águas pluviais através das superfícies e dos cursos


42

naturais da água, que tem sua origem através das precipitações. O Coeficiente de
escoamento superficial ou Runoff, depende do solo, cobertura do pavimento, tipo de
ocupação, tempo de retorno e intensidade da precipitação.

No método racional o valor do coeficiente de escoamento superficial da bacia é


determinado através da média ponderada dos coeficientes das áreas parciais.
Segundo a ASCE, o valor do coeficiente de escoamento superficial dependendo do
valor deve ser utilizado de acordo com a tabela 7.
43

Tabela 7: Coeficiente de escoamento superficial de acordo com área de drenagem


Coeficiente
Tipologia da área de drenagem de
escoamento
superficial
Áreas Comerciais
áreas centrais 0,70 – 0,95
áreas de bairros 0,50 – 0,70
Áreas Residenciais
residenciais isoladas 0,35 – 0,50
unidades múltiplas, separadas 0,40 – 0,60
unidades múltiplas, conjugadas 0,60 – 0,75
áreas com lotes de 2.000 m2 ou maiores 0,30 – 0,45
áreas suburbanas 0,25 – 0,40
áreas com prédios de apartamentos 0,50 – 0,70
Áreas Industriais
área com ocupação esparsa 0,50 – 0,80
área com ocupação densa 0,60 – 0,90
Superfícies
Asfalto 0,70 – 0,95
Concreto 0,80 – 0,95
Blocket 0,70 – 0,89
Paralelepípedo 0,58 - 0,81
Telhado 0,75 – 0,95
solo compactado 0,59 - 0,79
Áreas sem melhoramentos ou naturais
solo arenoso, declividade baixa < 2 % 0,05 – 0,10
solo arenoso, declividade média entre 2% e 7% 0,10 – 0,15
solo arenoso, declividade alta > 7 % 0,15 – 0,20
solo argiloso, declividade baixa < 2 % 0,15 – 0,20
solo argiloso, declividade média entre 2% e 7% 0,20 – 0,25
solo argiloso, declividade alta > 7 % 0,25 – 0,30
grama, em solo arenoso, declividade baixa < 2% 0,05 - 0,10
grama, em solo arenoso, declividade média
entre 2% e 7% 0,10 - 0,15
grama, em solo arenoso, declividade alta > 7% 0,15 - 0,20
grama, em solo argiloso, declividade baixa < 2% 0,13 - 0,17
grama, em solo argiloso, declividade média
2% < S < 7% 0,18 - 0,22
grama, em solo argiloso, declividade alta > 7% 0,25 - 0,35
florestas com declividade <5% 0,25 – 0,30
florestas com declividade média entre 5% e 10% 0,30 -0,35
florestas com declividade >10% 0,45 – 0,50
capoeira ou pasto com declividade <5% 0,25 – 0,30
capoeira ou pasto com declividade entre 5% e 10% 0,30 – 0,36
capoeira ou pasto com declividade > 10% 0,35 – 0,42

Fonte: ASCE, 1995


44

2.7.2 Tempo de concentração

Segundo Pinto et al. (1995) o tempo de concentração de uma bacia hidrográfica é


o tempo necessário para que, mantida uma precipitação constante e uniforme, com
capacidade superior a capacidade de infiltração, toda a área da bacia passe a
contribuir para seção de controle. Ou seja o tempo de concentração é o tempo
necessário para que por exemplo uma gota de água que precipitou no ponto mais
distante da foz principal chegue até o exutório.

Segundo Tucci em 2002, o tempo de concentração observando-se o intervalo


entre o fim da precipitação e o ponto do hidrograma na seção de controle,
correspondente ao fim do escoamento superficial. Considerando que para pequenas
bacias hidrográficas, na maioria dos casos, não se dispõe de dados simultâneos
pluviométrico e fluviométrico que permitam a determinação experimental do tempo
de concentração.

Para a determinação do tempo de concentração, a maioria das formulas


utilizadas são empíricas, como a fórmula de ventura que é em função da área e
declividade média da bacia, a formula de Passini que é me função do comprimento
da área e da declividade média, o método cinemático de Soil Conservation Service o
SCS, que é em função do comprimento e volocidade de escoamento no trecho
principal, e a mais utilizada em projetos executados em Fortaleza a fórmula de
Kirpich, que leva em consideração apenas o comprimento do talvegue principal e a
diferença de nível entre o ponto mais a montante e o exutório.

5.2.2.1. Fórmula de Kirpich:

0 , 385
 L3 
t c  57  (Eq. 1)
 H 
45

Sendo:
tc: tempo de concentração [min]
L: comprimento total da bacia, medido ao longo do talvegue principal até o divisor
de águas [km]
DH: diferença de nível entre o ponto mais a montante da bacia e seu exutório, em
[m].

5.2.2.2. Fórmula de Ventura

A
t c  76,3 (Eq. 2)
I

Sendo:
A: área da bacia hidrográfica [km2]
I: declividade média da bacia hidrográfica [%].

5.2.2.3. Fórmula de Passini

3
L. A
t c  64.8 (Eq. 3)
I

5.2.2.4. Método Cinemático do Soil Conservation Service (SCS)

n
Li
tc   (Eq. 4)
i 1 Vi

Sendo,
tc: tempo de concentração [s]
Li: comprimento de um trecho i do talvegue principal [m]
Vi: velocidade do escoamento no trecho i de comprimento Li [m/s].
46

2.7.3 Tempo de recorrência

Também chamado de período de retorno, o tempo médio que um determinado


evento hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez (Plínio TOMAZ,
2010)
O tempo de recorrência depende do tipo de projeto a ser executado e o local no
qual ele irá ser executado conforme a tabela 8.

Tabela 8: Período de retorno para diferentes ocupações

PERÍODO DE
OCUPAÇÃO DA ÁREA
RETORNO (ANOS)
MICRO DRENAGEM
Residencial 2
Comercial 5
Com edifícios de atendimento público (Hospital, posto de saúde,
5
Bancos etc.
Aeroportos 2a5
Áreas de grandes riscos e de intenso movimento de pedestres e
5 a 10
veículos (terminais rodoviários, avenidas, etc.)
MACRODRENAGEM
Áreas comerciais e residenciais 50-100
Áreas de importância especifica 500

Fonte: TUCCI, 1997

2.7.4 Intensidade de chuva

A intensidade de chuva é o dado fundamental para o dimensionamento de um


projeto de drenagem urbana. A intensidade de chuva vai variar de acordo com a
região em estudo, inclusive Zuffo em 2004 citou a necessidade de uma revisão
periódica das equações de chuva orientadas pelos projetos de drenagem pelo
menos uma vez a cada 10 anos. Em Fortaleza até o ano de 1978 para projetos de
drenagem urbana era utilizado o a equação geral da chuva que está disposta no
47

plano diretor do município no mesmo ano.

A equação de chuva do municio de Fortaleza foi elaborada pela empresa de


consultoria Aqua Plan, que foi contratada em 1976 pela Autarquia Municipal
Metropolitana de Fortaleza (AUMEF), na época não havia existia uma equação de
intensidade duração e frequência - IDF para que fossem utilizados nos projetos de
drenagem de obras hidráulicas da capital cearense. O dimensionamento era feito
através de um antigo método de desenvolvido por Otto Pafafstetter em 1957.

Através de dados cedidos pelo INMET entre os anos de 1928 e 1975, a empresa
de consultoria Aqua Plan desenvolveu a primeira equação da chuva de Fortaleza,
que ainda hoje é muito utilizada em alguns projetos de drenagem urbana para um
tempo de concentração menor que 2 horas.

A Superintendência de Desenvolvimento Urbano do Estado do Ceara – SEDURB


publicou a equação de chuva para Fortaleza desenvolvida pela consultoria Aqua
plan, para tempo de concentração menor que 2 horas e outra equação para o tempo
de concentração maior que 2 horas, essas equações até hoje ainda é muito utilizada
em alguns projetos de drenagem urbana, entre tanto já existe outra equação mais
atual para chuva de Fortaleza.

Em 2011 o engenheiro e professor da Universidade Federal do Ceará – UFC,


Francisco Osny Enéas da Silva, junto aos engenheiros Jose Nilson Campo e
Francisco Flavio Rocha Palácio Junior, analisaram precipitações com intervalos de
5, 10, 30, 45, 60 e 120 minutos no período de 1970 a 1999, e tendo elaborado 611
histogramas, desenvolveram a mais atual equação da chuva de Fortaleza até hoje, e
a equação utilizada pela Secretaria de Infraestrutura de Fortaleza – SEINF, para
projetos de drenagem urbana do Município de Fortaleza.

5.2.3.1. Equação de chuva de Fortaleza em 1976

Para tc ≤ 120 Min (Eq. 5)


48

Sendo,
i: Intensidade de chuva crítica [mm/h]
Tc: Tempo de concentração [min]
T: Tempo de retorno [ano]

5.2.3.2. Equação de chuva de Fortaleza publicada pela SEDURB

Para tc ≥ 120 Min (Eq. 6)

Sendo,
i: Intensidade de chuva crítica [mm/h]
Tc: Tempo de concentração [min]
T: Tempo de retorno [ano]

5.2.3.3. Equação de chuva de Fortaleza atual (Osny, 2011)

Para tc ≥ 120 Min (Eq. 7)

Sendo,
i: Intensidade de chuva crítica [mm/h]
Tc: Tempo de concentração [min]
T: Tempo de retorno [ano]

2.7.5 Vazão ou descargas

A descarga vai ser o passo final para dimensionamento do projeto de drenagem,


pois é para suporta a carga com as chuvas que críticas que dimensionamos os
sistemas de drenagem.
49

A descarga é determinada através do método racional que é o mais utilizado para


determinação de descarga, e o método utilizado pela Secretaria de Infraestrutura de
Fortaleza – SEINF, para os projetos de drenagem urbana da capital cearense.

5.2.4.1. Equação do método racional para de descarga

Q=C▪i▪A Para A < 50 ha (Eq. 8)

Sendo,
Q: Descarga
C: Coeficiente de escoamento superficial
i: Intensidade de chuva crítica
A: Área da bacia que contribui para a seção considerada

5.2.4.2. Equação do método racional para descarga em áreas maior que 50 há


Q=D▪C▪i▪A Para A > 50 ha

D é o coeficiente de dispersão da chuva e é dado pela expressão do tipo D = A-k,


sendo A, à área da bacia e K um coeficiente igual a 0,10. Para áreas maiores que 50
ha, será então utilizado o referido coeficiente, ressaltando-se que serão adotadas as
vazões calculadas para área até 50 ha sem o uso do coeficiente.

Enquanto os valores das vazões calculadas com o coeficiente de dispersão forem


inferiores a vazão calculada com área de 50 ha, o valor adotado será constante e
igual ao último.

Para determinar o coeficiente C é utilizado uma tabela da ASCE.


50

Tabela 9: Valores do coeficiente C por tipo de ocupação

Coeficiente
SUPERFICIE SUPERFICIE
C Coeficiente C
Pavimento Área residencial
Asfalto 0,70 - 0,95 Residencias isoladas 0,35 - 0,50
Unidades múltiplas
0,80 - 0,95 0,40 - 0,60
Concreto (separadas)
Unidades
0,75 - 0,85 0,60 - 0,75
Calçadas múltiplas(Conjugadas)
Telhado 0,75 - 0,95 Lotes com >2.000m² 0,30-0,45
Cobertura: grama, Áreas com
0,50 - 0,70
arenoso apartamentos
Plano 2% 0,05 - 0,1 Área industrial
Medio 2% a 7% 0,10 - 0,15 Industrias leve 0,50 - 0,80
Alta (maior que 7%) 0,15 - 0,20 Industrias pesadas 0,60 - 0,90
Grama, solo pesado Parques e cemitérios 0,10 - 0,25
Plano 2% 0,13 - 0,17 Playgounds 0,20 - 0,35
Medio 2% a 7% 0,18 - 0,22 Pátios ferroviários 0,20 - 0,40
Áreas sem
0,25 - 0,35 0,10 - 0,30
Alta (maior que 7%) melhoramento
Área comercial
Central 0,70 - 0,90
Bairros 0,50 - 0,70

Fonte: ASCE, 1995


51

3 ESTUDO DE CASO

Para esse trabalho foram escolhidas três praças públicas, bairros de Fortaleza, A
praça chico mendes, ou areninha do São Bernardo como é conhecida, localizada na
grande Messejana, a Areninha campo do Remo que fica no bairro barroso e a praça
Eudoro Correia, popularmente conhecida como praça das flores na aldeota, afim
analisar as áreas e de infiltração áreas impermeáveis, levando em conta as taxas de
infiltração dos pavimentos, seus projetos de drenagem e o escoamento superficial da
água em volta das praças.
Figura 4: Divisão dos bairros de Fortaleza, em destaque para área de estudo
52

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, 2016


53

3.1 Lei de uso e ocupação do solo nos bairros das praças (Taxa de
permeabilidade)

Para cada microzona de Fortaleza é definido uma diferente taxa minima de


permeabilidade, para as edificações, pelo plano de diretor da cidade, através da Lei
de Uso e Ocupação do Solo – LUOS, de Fortaleza. Para os bairro em estudos foram
definidos as seguintes taxas, conforme a tabela 10.

Tabela 10: Taxa de mínima de permeabilidade

Taxa de
Microzona
permeabilidade
Messejana 40%
Barroso 40%
Aldeota 20%

Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza, Plano diretor de Fortaleza, 2009

Para todo o Município, a Taxa de Permeabilidade poderá ser reduzida até o


mínimo de 20% (vinte por cento) da área do lote, desde que a área correspondente
à diferença entre este valor e a percentagem definida nesta Tabela seja substituída
por área equivalente de absorção, através da instalação de drenos horizontais, sob
as áreas edificadas ou pavimentadas e drenos verticais em qualquer ponto do
terreno. (Plano Diretor de Fortaleza, 2009)

Definido as taxas de permeabilidade solo por cada microzona de Fortaleza o


plano diretor de Fortaleza define o coeficiente de permeabilidade de cada tipo de
pavimento, levando em consideração quando infiltra e o quanto escoa para cada
tipo, conforme a tabela 11.
54

Tabela 11: Taxa de permeabilidade dos pavimentos

Coeficientes de permeabilidade de Fortaleza- CE


Pavimento Coeficiente
Pavimento asfáltico, betuminoso,
cimentado e/ou recoberto de
IMPERMEÁVEL
ladrilhos, pedras polidas ou
cerâmicas sem juntas
Piso industrial de concreto ou em
placas de
5%
concreto contínuo, apenas com
juntas de dilatação

Piso em tijolos cerâmicos 15%

Piso em pedra portuguesa ou


20%
similar, piso em paralelepípedo

Piso Inter travado de concreto ou


25%
similar
Piso em pedra tosca irregular 35%
Piso “verde” em blocos de
60%
concreto com vazaduras
Piso em grama natural, piso em
brita solta, cascalhos ou terra 100%
batida

Fonte: Prefeitura Municipal de Fortaleza, Plano diretor de Fortaleza, 2009

3.2 Apresentação das praças

Para análise das praças foi feito o estudo dos projeto de drenagem e analise da
permeabilidade dos pavimentos segundo a lei de uso e ocupação do solo de
Fortaleza
55

3.2.1 Praça Chico Mendes (Areninha do São Bernardo)

Localizada entre as ruas Nossa Senhora de Fátima e Cecilia Meireles, na


comunidade do São Bernardo em um dos maiores bairros de Fortaleza, Messejana,
oficialmente denominada Chico Mendes, a praça é voltada principalmente para
práticas esportivas, como o futebol, possuindo um campo de futebol com extensões
de 83,30x 50m, e uma área de convivência de aproximadamente 13 mil m²,
possuindo também, uma quadra poliesportiva coberta, uma capela e um centro de
inclusão tecnológico e social, do governo do estado do Ceará.

Atualmente em reforma a praça irá receber novos equipamentos voltado ao lazer,


saúde e inclusão social, como um novo campo de futebol com grama sintética e
equipamentos para prática de exercícios físicos, principalmente para idosos.

Figura 14: Vista aérea praça Chico Mendes (Areninha São Bernardo)

Fonte: GOOGLE. Google Earth. Version: 7.1.5, 2015


56

3.2.1.1 Topografia

De acordo com o estudo topográfico feito na praça, foi definido que a cota inicial
seria a cota 20,000, por conta dessa cota inicial no ponto mais alta do campo será
necessário um corte de 1,20 m, e no ponto mais baixo do campo será necessário
aterro de 0,65 m. Por conta desse corte e pôr está localizado a cerca de 30 m de um
riacho, para que em períodos de chuva o lençol freático não venha a subir e causar
transtornos no campo de futebol, foi projetado uma trincheira drenante maciça.

Figura 15: Planialtimétrico Areninha São Bernardo

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2016

3.2.1.2 Projeto de drenagem

Desenvolvido pela Secretaria de Infraestrutura de Fortaleza – SEINF, o projeto de


drenagem da Areninha do São Bernardo, na parte do campo, foi desenvolvido afim
de fazer com que em períodos chuvosos a água escoe naturalmente sobre o campo
de futebol evitando pontos de alagamentos, e devido à altura do lençol freático e
57

topografia da praça que prever corte no terreno, foi previsto uma trincheira drenante.
Nas outras áreas de convivência da praça, foi previsto apenas a inclinação dos
pavimentos afim de fazer com que aconteça o escoamento superficial naturalmente.

Através de dados apresentados na topografia da praça foi possível definir o


projeto. O campo de futebol é revestido com uma grama sintética totalmente
impermeável, então para que não ocorra um possível alagamento no campo a
terraplenagem é executada de tal forma que a grama sintética fica toda no mesmo
nível com um caimento de 1% do centro para as laterais, fazendo que água não
acumule no campo, escoando para as laterais aonde estão localizadas as galerias.
58

Figura 16: Projeto de drenagem Areninha São Bernardo

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2016


59

3.2.1.3 Trincheira drenante

Composta por manta geotêxtil, areia grossa e brita número 2, a trincheira


drenante tem o objetivo de impedir que o lençol freático venha a subir causando
alagamentos no campo de futebol.

Figura 17: Detalhe da trincheira drenante

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2016

Com um caimento de 1 % a trincheira drenante está localizada na área do campo


na qual irá receber o corte de terreno aonde se unirá com a galeria a jusante. Por ser
uma camada altamente permeável a trincheira drenante impede com que a água
suba até a área da grama sintética escoando ao seu decorrer até se encontrar com
a galeria e tomar seu destino, a manta geotêxtil é utilizada para impedir que
acontece um entupimento por conta do terreno do solo, na trincheira drenante.
60

3.2.1.4 Galerias laterais

Projetadas para receber toda água pluvial que precipita sobre o campo as
galerias laterais são, construídas com tijolos ou pré-moldadas, com 0,60 m de
largura e altura variável, isso porque ela possui um caimento de 1% até se encontrar
com uma boca de lobo a jusante, que irá dar o destino final para a água, que é um
córrego que passa a cerca de 30 m da praça.

Figura 18: Detalhe da galeria lateral

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2016

As galerias laterais ainda possuem a cada 4,00 m espaços compostos por brita
número 3, com isso a parte da água infiltra para solo, para evitar que água escoada
pela galeria chegue toda de uma vez e com muita força até a boca de lobo podendo
causar uma sobre carga e um colapso no sistema.
61

3.2.2 Areninha campo do Remo

Um das praças de Fortaleza a possuírem um campo de futebol com tamanho


oficial, a areninha do campo do remo está localizada entre as ruas, campo do remo,
Daura, Maria Perdigão e travessa Sagres, no bairro Barroso, com uma área de
aproximadamente 9 mil m²

Em fase de reforma a areninha do campo do remo possui como principal objetivo


a inclusão social, por estar localizada em uma das áreas com grande número de
homicídios ligados ao tráfico de drogas, segundo estatísticas produzidas pela
Secretária de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, a SSPDS-CE. Com a
reforma a praça irá possuir maior acessibilidade para deficientes e idosos, além de
uma academia a céu aberto e um campo de Futebol com grama sintética.

Figura 19: Vista aérea praça Areninha Campo do Remo

Fonte: GOOGLE. Google Earth. Version: 7.1.5, 2015, Fortaleza


62

3.2.2.1 Projeto de drenagem

Também desenvolvido pela secretaria de infraestrutura de Fortaleza – SEINF, o


projeto de drenagem do campo do remo, foi desenvolvido tal como o projeto da
areninha do São Bernado, entretanto com a topografia do campo não previu nenhum
corte ao terreno assim sendo necessário apenas as galerias laterais e o escoamento
superficial através de inclinação dos pavimentos.
63

Figura 20: Projeto de drenagem Areninha Campo do Remo

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2016


64

3.2.2.2 Topografia

Através do estudo topográfico da praça, foi percebido que havia uma diferença
de 2,19 m entre o ponto mais baixo e o ponto mais alto que tem a cota de 24,915,
então para o eixo do greide do campo foi escolhido a cota inicial de 24,915 m afim
de que não houvesse nenhum corte no terreno.

Figura 21: Planialtimétrico Areninha Campo do Remo

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2016


65

3.2.2.3 Galeria laterais

Para a drenagem de águas pluviais precipitadas do campo de futebol, foram


projetadas galerias idênticas as galerias do campo do São Bernardo, citadas no
capitulo 3.2.1.4, e com detalhe da figura 18, entre tanto a água das galerias na praça
do remo não vai até uma boca de lobo dando destino final a água a um córrego,
água vai direto para a sarjeta da rua Daura aonde irá ter destino final na bacia
hidrográfica do rio cocó.

3.2.3 Praça Eudoro Correia (Praça das Flores)

Umas das praças mais conhecidas de Fortaleza, popularmente conhecida como


praça das flores, por conta de uma feira popular voltada a venda de plantas, a praça
Eudoro Correia, estar localizada no cruzamento de duas grandes avenidas de
Fortaleza a Desembargador Moreira e a Avenida Padre Antônio Tomás no bairro
Aldeota, com uma área de aproximadamente 21 mil m². Apesar da grande
especulação imobiliária do local a praça possui uma grande área verde, contento
árvores de grandes portes e pequenos jardins.

A praça atualmente e processo de reforma, era frequentada principalmente para


pessoas interessadas ao comercio de vegetais e praticantes de caminhadas e
corridas de ruas. Com a reforma a praça possuíra novos equipamentos voltado ao
lazer e pratica de esporte além da ampliação da área verde além de maior
acessibilidade para deficientes e idosos.
66

Figura 22: Vista aérea praça da Flores

Fonte: GOOGLE. Google Earth. Version: 7.1.5, 2015, Fortaleza

3.2.3.1 Projeto de drenagem

O projeto de drenagem da praça das flores, tem objetivo além de fazer com que a
água oriunda precipitações não acumule sobre a praça, fazer com que a água não
chegue em grandes quantidades e nem com muita energia até a sarjeta que dá o
destino final a água, através de trincheiras drenates e tubos que interligam os
jardins.
67

Figura 23: Projeto de drenagem praça das Flores

Fonte: Prefeitura municipal de Fortaleza, SEINF, 2016


68

3.2.3.2 Trincheira drenante

A praça das flores por possuir uma grande área de jardim tem maior facilidade
em dispersar água fluviais isso por conta da alta taxa de permeabilidade e
capacidade de infiltração da praça. Entre tanto para evitar a subida do lençol freático
foram projetadas trincheiras drenantes com as mesma características da trincheira
utilizada na areninha do São Bernardo no capítulo 3.2.1.3 e detalhe na figura 17

3.3 Área de pavimentos das praças

As praças possuem uma diversidade em tipo de pavimentos sendo comum a


todas piso pré-moldado Inter travado. Sabemos que cada pavimento possui um
coeficiente de permeabilidade conforme o capitulo 3.1.

Através desses dados foram estudados os pavimentos das três praças e


analisado a área permeável e impermeável de cada uma das praças, levando em
consideração a área permeável equivalente de cada pavimento. Para isso foi
desenvolvida uma planilha que consiste em multiplicar a área real do pavimento pelo
seu coeficiente de permeabilidade, trazendo o como resultado a área permeável
equivalente.

3.3.1 Areninha do São Bernardo

A tabela 12 mostra os pavimentos da praça Areninha do São Bernardo e as áreas


que representadas por cada um deles e as taxas de permeabilidade dos pavimentos
de acordo com o plano diretor de Fortaleza, nas duas últimas linhas da tabela é
possível verificar a porcentagem de área dos pavimentos permeável e impermeável
da praça.
69

Tabela 12: Áreas dos pavimentos e áreas permeáveis e impermeáveis da Areninha São
Bernardo

ARENINHA DO SÃO BERNARDO

Coeficiente de Área permeável


ÁREAS M²
permeabilidade equivalente

PISO INTER TRAVADO 4038,69 25% 1009,67


PISO CIMENTADO 8,94 0% 0
GRAMA SINTÉTICA 4375,13 0% 0
ÁREA CONSTRUÍDA 2986,57 0% 0
MEIO FIO 235,66 100% 235,66
AREIA (PLAY GROUD/
58
GINÁSTICA) 58,00 100%
JARDIM 1260,53 100% 1260,53
TOTAL ÁREA
TOTAL ÁREA DA PRAÇA 12963,52 PERMEÁVEL 2563,86
EQUIVALENTE
% DE ÁREA 19,78
PERMEÁVEL
% DE ÁREA
80,22
IMPERMEÁVEL

Fonte: Autor, 2016

Através dos dados obtidos pela tabela 12, produziu-se um gráfico, mostrando a
porcentagem de cada pavimento em relação área total da praça, notando que o
pavimento de maior área é um pavimento totalmente impermeável, o que
impossibilita a absorção de água pelo solo.
70

Gráfico 1: Área dos pavimentos Areninha São Bernardo

Fonte: Autor, 2016

No gráfico 2 é notório a que área de permeabilidade da praça é insuficiente,


ficando abaixo do indica o plano diretor para o bairro da Messejana que é de 40%,
aonde está localizado a praça

Gráfico 2: Percentual permeável e impermeável da praça Areninha São Bernardo

Fonte: Autor, 2016


71

3.3.2 Areninha Capo do Remo

A tabela 13 apresenta as áreas de cada pavimento encontrado da areninha do


campo do Remo, assim como a taxa de permeabilidade de acordo com o plano
diretor de Fortaleza de cada um dos pavimentos, e nas duas últimas linhas mostra a
porcentagem de área permeável dos pavimentos.

Tabela 13: Áreas dos pavimentos e áreas permeáveis e impermeáveis da Areninha Campo do
Remo

CAMPO DO REMO
Coeficiente de Área permeável
ÁREAS M²
permeabilidade equivalente (m²)
PISO INTER TRAVADO 1682,04 25% 420,51
PISO CIMENTADO 106,93 0% 0
GRAMA SINTÉTICA 5452,00 0% 0
ÁREA
0
CONSTRUÍDA(VESTIÁRIO) 38,50 0%
AREIA (PLAY GROUD/
96,98
GINÁSTICA) 96,98 100%
JARDIM 1515,53 100% 1515,53
TOTAL ÁREA
TOTAL ÁREA DA PRAÇA 8891,98 PERMEÁVEL 2033,02
EQUIVALENTE
% DE ÁREA
22,86
PERMEÁVEL
% DE ÁREA
77,14
IMPERMEÁVEL

Fonte: Autor, 2016

O gráfico 3 foi produzido a parti dos dados de áreas dos pavimentos da tabela
13, na qual mais da metade da área da praça é revestido por apenas um pavimento,
e um pavimento totalmente impermeável, o que impede a absorção de água pelo
solo na maior parte da praça.
72

Gráfico 3: Área dos pavimentos Areninha Campo do Remo

Fonte: Autor, 2016

A apresentação de área permeável e área impermeável está da areninha do


Campo do Remo está presente no gráfico 4, e apresenta apenas 23% de áreas de
infiltração de água no solo, por sua vez aumentando o escoamento superficial.
73

Gráfico 4: Percentual permeável e impermeável da praça Areninha Campo do Remo

Fonte: Autor, 2016

3.3.3 Praça das Flores

A tabela 14 apresenta as áreas de cada pavimento encontrado na praça das


Flores, assim como a taxa de permeabilidade de acordo com o plano diretor de
Fortaleza de cada um dos pavimentos, e nas duas últimas linhas mostra a
porcentagem de área permeável dos pavimentos.
74

Tabela 14: Áreas dos pavimentos e áreas permeáveis e impermeáveis da praça das Flores

PRAÇA DAS FLORES

Coeficiente de Área permeável


ÁREAS M²
permeabilidade equivalente

PISO INTER
2453,28
TRAVADO 9813,10 25%
PISO CIMENTADO 2670,48 0% 0
PISO PERMEÁVEL 318,97 100% 318,97
ÁREA CONSTRUÍDA 505,59 0% 0
MEIO FIO 96,87 0% 0
JARDIM 7472,99 100% 7472,99
TOTAL ÁREA
TOTAL ÁREA DA
20878,00 PERMEÁVEL 10245,24
PRAÇA
EQUIVALENTE

49,07
% DE ÁREA PERMEÁVEL
% DE ÁREA
50,93
IMPERMEÁVEL

Fonte: Autor, 2016

No gráfico 5 é apresentado as áreas em porcentagem dos pavimentos


encontrados na praça das flores, e é possível notar uma quantidade satisfatória na
área de jardim, pois é um pavimento totalmente permeável que torna o escoamento
superficial da praça menor, causando menos transtornos.
75

Gráfico 5: Percentual permeável e impermeável da praça das Flores

Fonte: Autor, 2016

No gráfico 6, que mostra a porcentagem de área dos pavimentos permeável e


impermeável da praça das Flores, é notório que por conta dá grade área de jardim a
praça possui a maior parte área permeável, facilitando a infiltração de água no solo.

Gráfico 6: Percentual permeável e impermeável da praça das Flores

Fonte: Autor, 2016


76

4 CONCLUSÃO

O elevado índice de expansão urbana no município de Fortaleza fez com que


grande parte de sua área se tornasse impermeabilizada pelos pavimentos e
edificações, tornando o escoamento superficial cada vez maior na cidade e
consequentemente reduzindo a recarga de águas subterrâneas.

A equação de chuva de um município tende a se alterar conforme o passar das


décadas, equação de chuva de Fortaleza atualmente utilizada nos projetos de
drenagem urbana foi produzida em 2011, e por ser uma equação recente
desenvolvida atende de forma suficiente para a capital cearense.

Os projetos de ambientes públicos como as praças, se espera de seu uso um


mecanismo afim de reduzir alagamentos nas áreas urbanas, através de grande
áreas de jardins ou pavimentos com o alto índice de permeabilidade, que foi o que
não encontramos em duas de três praças estudadas.

A introdução de pavimentos com alto índice de permeabilidade, como concreto


permeável ou “piso grama”, podem ser uma solução simples e ao alcance, de torna
as praças públicas do município de Fortaleza verdadeiros locais de absorção de
água e recarga de águas subterrâneas, representando uma satisfatória contribuição
para reduzir transtornos ocasionados por conta do escoamento superficial.
Após analisados os gráficos do capitulo 3.3, é proposto uma alteração piso Inter
travado convencional, pelo piso Inter travado tipo “solo grama” que segundo o Plano
Diretor de Fortaleza, através da Lei de Uso e Ocupação do Solo, possui um
77

coeficiente de permeabilidade de 60%, uma simples alteração tornariam as praças


com o maior poder de absorção de água.

Através da alteração do pavimento Inter travado foram gerados gráficos


apresentando o percentual de área permeável e impermeável para cada praça, e
resultado foi satisfatório em todas as praças, que por sua vez aumentaram a área de
absorção de água, diminuindo o escoamento superficial.

Na Areninha do campo do remo, a área permeável equivalente referente a ao


piso Inter travado convencional é de 420,51 m², ao substituir esse pavimento pelo
piso Inter travado tipo “solo grama” essa área passaria para 1009,22 m²,
aumentando em mais de 230% e tornando a praça um espaço mais permeável,
como podemos ver comparando os gráficos 4 e 7

Gráfico 7: Percentual permeável e impermeável Areninha campo do remo, utilizando “Piso


Grama”

Fonte: Autor, 2016

A Areininha do São Bernardo também não possui um porcentagem satisfatória de


área permeável, e aplicando o mesmo método que aplicado na areninha do campo
do remo, apenas substituindo a piso Inter travado convencional pelo piso Inter
travado tipo solo grama, já possuiria uma taxa de permeabilidade maior que os 20%
mínimos exigidos pela Lei de Uso e Ocupação do solo de Fortaleza, fazendo com
78

que sua área permeável chegue a mais de 30%, conforme o gráfico 8.

Gráfico 8: Percentual permeável e impermeável Areninha do São Bernardo, utilizando “Piso


Grama”

Fonte: Autor, 2016

Diferente das outras duas praças em estudo a praça das Flores apresenta uma
satisfatória área permeável contribuindo de forma satisfatória para a recarga de
águas subterrâneas e diminuindo o escoamento superficial, entre tanto visando
melhorar ainda mais a absorção de água no solo local, foi feita a mesma
comparação das demais praças, alterando o pavimento Inter travado convencional
pelo Inter travado tipo “Solo Grama”, e o resultado foi ainda mais satisfatório como
podemos acompanhar no gráfico 9.
79

Gráfico 9: Percentual permeável e impermeável praça da Flores, utilizando “Piso Grama”

Fonte: Autor, 2016

Através da análise desses gráficos é possível concluir que em um projeto de


drenagem, devemos não atentar apenas a dados voltados a intensidade das chuvas,
mas também no usos dos pavimentos, pois como foi observado a simples alteração
de um dos pavimentos utilizados nas praças, o resultado voltado a absorção de
água feita pelo solo, diminuindo assim o escoamento superficial, foi satisfatório.

O pavimento Inter travado tipo solo grama quando aplicado no em substituição do


Inter travado convencional gera um aumento na taxa de permeabilidade do local de
0,35% maior a cada metro quadrado, ou seja em 100,00 m² de Inter travado comum
gera 25,00 m² de área permeável equivalente, enquanto o tipo “solo grama” gera 60
m², o aumento de permeabilidade é proporcional ao tamanho da área, logo quando
tratamos de grandes áreas como as das praças, o lucro em permeabilidade é muito
grande.

Para que o sistema de drenagem urbana do município de Fortaleza funcione de


forma aceitável não é necessário apenas mecanismos técnicos, mas também a
80

questão cultural e educacional dos habitantes da cidade, pois por mais que se
existam equipamentos e ferramentas desenvolvidas para evitar alagamentos e
enchentes, se a população não colaborar fazendo sua parte é impossível que o
sistema funcione de forma satisfatória.
81

REFERÊNCIAS

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de 13 de março de 2009. Lei de Uso e Ocpação do Solo de Fortaleza. LOUS
FORTALEZA, Fortaeza- ceCE, n. 1, p. 1-520, Março de 2009.

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PARA FORTALEZA-CE COM DADOS PLUVIÓGRAFO DA UFC. Fortaleza-CE, v.1,
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et al. CARACTERIZAÇÃO DA VULNERABILIDADE DOS AQUIFEROS LIVRES NA


ÁREA DOS CEMITÉRIOS BOM JARDIM E SÃO JOÃO BATISTA - FORTALEZA-
/CE. XVI Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas , São Luiz - MA, n.1, p.1-11,
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MUNICÍPIO DE FORTALEZA. Plano Municipal de Saneamento Básico, Fortaleza,
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LEMOS, E. C. L. ANALISE INTEGRADA DOS EFEITOS DA EXPANSÃO URBANA


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