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Gestão dos resíduos da construção e demolição (RCD) e análise de suas estimativas em obras de
João Pessoa. Julho/2017

Gestão dos resíduos da construção e demolição (RCD) e análise de


suas estimativas em obras de João Pessoa.
Cláudia Falcão de Oliveira Lima- falcao.claudia@hotmail.com
MBA Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
João Pessoa/PB, 01 de agosto de 2016

Resumo
O alto crescimento da construção civil impulsionado por incentivos governamentais,
facilidade de crédito e outros fatores acarretam diretamente em danos ao meio ambiente
proveniente dos resíduos gerados pelas atividades construtivas. Faz-se necessária análise da
geração destes resíduos, através de estimativas, bem como maneiras de minimizar os
impactos causados, através da implantação do Plano de Gerenciamento. Por meio de
pesquisas, entrevistas e visitas analisou-se a taxa da geração dos entulhos, as legislações
nacionais vigentes que tratam deste assunto como também as maneiras de acondicionamento
adequadas e mais eficientes. Os Estudos que estimam a quantidade de RCD vêm cada vez
mais sendo realizados a fim de se obter medidas precisas da produção dos resíduos para que
providências sejam tomadas, mas, ainda se tem grande dificuldade devido à falta de dados
ocasionada pela pouca exigência e cobrança das leis dificultando assim o acesso as
informações. Observa-se a simplicidade na execução deste plano que em sua maioria é
constituído de pequenas ações, como segregação do material, construção de baias para
armazenamento, que fazem toda a diferença.

Palavras-chave: RCD. Estimativa. Gestão

1.Introdução
A construção civil é um setor da economia formado por uma enorme quantidade de atividades
diferentes que se interligam com um objetivo de gerar consumos de bens e serviços como
também, do ponto de vista social, capacitação de mão de obra.
A indústria construtiva representa cerca 6,4% do PIB nacional (CBIC, 2015).De acordo com
Otávio Falcão, coordenador de avaliações da Caixa Econômica Federal, a maior agente
nacional de financiamento da casa própria e importante financiadora do desenvolvimento
urbano, o número de financiamentos aumentou aproximadamente 511% nos últimos 8 anos. O
valor dos financiamentos passou de R$12 bilhões 258 milhões em 2007 para 73 bilhões
378,41 milhões em 2015, comprovando o grande aumento provocado pelo incentivo
governamental através da criação de planos e programas visando a aceleração do crescimento
do país.
No âmbito estadual, a indústria construtiva representa uma fatia de 40% do total de sete mil
indústrias cadastradas na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP). Segundo
Otávio Falcão, na Paraíba foram registrados 5.659 contratos firmados em 2013, representando
um montante de 133,57 milhões e no ano de 2015 11.949 contratos assinados correspondendo
a 1bilhão 196,45 milhões.

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Porém, ao mesmo tempo em que a indústria da construção civil é considerada uma das
maiores do mundo, ela também é responsável pela geração de grande parte dos resíduos, que
chega a uma média anual de 500 kg/pessoa (Melo, 2006). As atividades construtivas também
afetam diretamente o meio ambiente através do uso desenfreado dos recursos naturais.
Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais – ABRELPE, em 2010 foram coletados, por empresas associadas na região
nordeste, 5.614 mil t/dia de resíduos da construção e demolição, enquanto que no ano de 2014
o número foi elevado para 8.784 mil t/dia representando um aumento de aproximadamente
56,5% na quantidade de resíduos coletados por dia.
Com todo o incentivo, o crescimento do setor afeta diretamente no crescimento dos resíduos
urbanos. Segundo dados da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Ambiental, órgão
integrante do Ministério das Cidades no Brasil, a cadeia produtiva da construção civil
consome entre 14 e 50% dos recursos naturais extraídos do planeta. No Brasil os RCD´s
atingem elevadas proporções da massa dos resíduos sólidos urbanos: variam de 51 a 70%.
Para cada tonelada de lixo urbano recolhido são coletadas 2 toneladas de entulhos oriundos da
atividade da construção civil (BIDONE, 2001 apud VIANA, 2009, p.16).
Com o mau gerenciamento dessa enorme quantidade de resíduos há uma degradação da
qualidade de vida urbana, acarretada por uma maximização no número de focos que atraem
insetos contribuindo para proliferação de doenças, o mau cheiro e a degradação do meio
ambiente. Essa falta de gerenciamento ocasiona também uma sobrecarga nos serviços
municipais de limpeza pública e impede que os recursos públicos que serão utilizados pagar a
conta da coleta, do transporte dos resíduos depositados irregularmente em áreas públicas, que
na realidade é de responsabilidade dos geradores, seja empregado em áreas mais deficitárias
como saúde, educação e segurança pública.
E por consequência do aumento cada vez mais significativo do setor também aumenta a
preocupação com soluções para minimização ou reaproveitamento dos resíduos gerados. Para
que os impactos sejam os menores possíveis é importante estimar a quantidade dos resíduos
que serão gerados para que a logística do canteiro e de suas atividades estejam voltadas para
menor desperdício, maior reaproveitando dos materiais, armazenamento e acondicionamento
adequados. Também se faz necessária criação de medidas e leis severas que possam defender
o meio ambiente fazendo com que as pessoas se sintam obrigadas de alguma maneira a
respeitá-lo. Para isso o poder público apresenta paulatinamente respostas para as questões
ambientais através da criação de órgãos competentes responsáveis por essas mudanças.
A Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA Nº 307/ 2002 classifica
os resíduos e estabelece a destinação adequada para cada um deles. Em 2011, a referida
Resolução foi modificada pela Nº 431, que classifica os resíduos oriundos do gesso como
Classe C.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Decreto Lei nº 12.305 /2010) reúne o conjunto de
princípios, metas, instrumentos e ações relacionadas à gestão integrada e ao gerenciamento
ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.
A lei municipal 11.176 que obriga os geradores a apresentarem um plano de gerenciamento
dos resíduos da construção e demolição. Apresentando estimativas, formas de armazenagem e
acondicionamento, bem como destinação final adequada.

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Desta forma faz-se necessário o cumprimento destas leis para que os resíduos gerados de
forma prioritária sejam reutilizados ou reciclados e quando esta alternativa não for possível
que sejam então dispostos em locais adequados.

2.Metodologia
A metodologia empregada foi dividida em duas partes distintas, a parte bibliográfica e a parte
técnica.
A parte bibliográfica aconteceu por meio de pesquisa a livros, artigos e publicações referentes
aos Resíduos da construção e demolição, conceitos, estimativa de sua geração e reutilização.
Foi utilizado como base de estudo a resolução CONAMA n° 307 datada de 05 de Maio de
2002 e a lei municipal n° 11.176 de 10 de outubro de 2007, ambas referentes ao manejo e
classificação do RCD.
A parte técnica foi realizada por meio de visitas, entrevistas e acompanhamento. Foram
visitados o órgão responsável pelo licenciamento das obras a serem construídas (SEMAN,
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano) a fim de se obter, através de
entrevista a um funcionário, dados referentes a quantificação de RCD declarada pelas
empresas construtoras, à obras localizadas na cidade de João Pessoa para recolhimento de
dados sobre a efetivação PGRCD.

3. Conceito de (RCD)

São considerados resíduos de construção civil os resíduos gerados nas construções,


reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes
da preparação e escavação de terrenos para obras civis, os quais são de
responsabilidade do gerador dos mesmos (POLÍTICA NACIONAL DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS, 2010).

“Os RCD são os que se apresentam em maior quantidade nos resíduos sólidos
representando 60% dos resíduos sólidos totais”. (TAM, 2007, p.1073 apud VIANA, 2009,
p.16).
De acordo com sua origem, os RCD podem ser classificados em:
- Material de escavação, podendo ser ainda classificados em contaminados e não
contaminados.
- Restos de materiais oriundos de construção de estradas.
- Restos de materiais provenientes de obras de construção de edifícios, os quais incluem todos
os materiais relativos às atividades de construção, renovação ou demolição de edifícios
(KARTAM et al., 2004).

Na composição dos RCD predomina a fração mineral, porém é importante ressaltar


que o entulho apresenta características bastante peculiares. Existe uma grande
diversidade de matérias-primas, técnicas e metodologias, empregadas na construção
civil, que afetam de modo significativo, as características dos resíduos gerados,
principalmente quanto à composição e à quantidade. Portanto, o nível de
desenvolvimento da construção local reflete-se nas características dos materiais
constituintes do entulho, ou seja, a caracterização desse resíduo está condicionada a
parâmetros da região de origem (CARNEIRO et al apud CARNEIRO, 2005, p.21).

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Para Pinto (1999, p.17) quando comparado aos outros tipos de resíduos, os resíduos de
construção e demolição possuem agravantes: ‘o profundo desconhecimento dos volumes
gerados, dos impactos que eles causam, dos custos sociais envolvidos e, inclusive, das
possibilidades de seu reaproveitamento fazem com que os gestores dos resíduos se apercebam
da gravidade da situação unicamente nos momentos em que, acuados, veem a ineficácia de
suas ações corretivas’.

3. Legislações Vigentes
3.1 Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) órgão consultivo e deliberativo
instituído em 1981 é aquele que através de Resoluções, Moções e Recomendações faz com
que as Políticas Nacionais do Meio Ambiente sejam postas em Prática. Relacionado à
construção de empreendimentos o Inciso III do Art. 8° da Resolução CONAMA N.° 237 de
19 de dezembro de 1997, dita que:
O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento
ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de
sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem
motivo determinante.
III- Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a
verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de
acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
Visando a minimização dos impactos o órgão ambiental competente, que para nosso Estado é
representado pela SUDEMA (Superintendência de Administração do Meio Ambiente) e
SEMAN (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano) para o município,
deverá cobrar as devidas licenças ‘de empreendimentos e atividades que utilizam os recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso’. (CONAMA)
Neste mesmo contexto, em 5 de julho de 2002, para enfrentar o problema do gerenciamento
dos resíduos da construção no Brasil, foi criado a Resolução Nº 307 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA). Esta resolução estabelece procedimentos para a gestão eficiente
dos resíduos da construção e demolição, classificando os resíduos, dando diretrizes acerca do
destino adequado para cada classificação bem como a elaboração de planos de
gerenciamentos destes resíduos especificando as etapas que deverão conter no mesmo.
A classificação dos resíduos de construção civil se dá em quatro classes:

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I. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:


a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras
obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III. Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação;
IV. Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais
como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos
de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e
outros.
A referida resolução ainda determina que os municípios deverão elaborar o Plano Municipal
de Gestão de Resíduos de Construção Civil. Algumas alterações foram feitas desde sua
publicação, a Resolução CONAMA n º 431 de 2011, alterando a classificação do gesso que
era inserido a classe C (resíduo para o qual não foi desenvolvida tecnologia que permita sua
reciclagem ou recuperação) para classe B (resíduo reciclável para finalidade diferente do
agregado) e a Resolução CONAMA n º 448 de 2012, altera a redação de uns artigos e revoga
outros.

3.2 Política Nacional dos Resíduos Sólidos


Instituída pela lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, a Política Nacional dos Resíduos
Sólidos, prioriza a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Estabelece ainda que os resíduos de construção civil (RCC) são os resíduos gerados nas
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os
resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis.

3.3 Lei municipal


A Lei Municipal nº11.176 de 10 de outubro de 2007, apresenta um sistema de gestão
sustentável dos resíduos da construção e demolição através da instituição do plano integrado
de gerenciamento dos RCDs que incorpora o programa municipal de gerenciamento dos
RCDs e os projetos de gerenciamento dos RCDS.
Esse projeto de gerenciamento dos RCDs deve ser elaborado pelos geradores e se trata de um
conjunto de medidas preparadas individualmente para cada empreendimento que deverá
apresentar a caracterização dos resíduos e procedimentos que deverão ser adotados para sua
minimização e para o manejo correto nas etapas de triagem, acondicionamento, transporte e
destinação final que deverá estar em consonância a Resolução CONAMA nº 307. O Plano de
Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição (PGRCD) deve ser elaborado por
pessoa capacitada para tal atividade, deve ser apresentado para retirada das licenças

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ambientais e para recebimento do habite-se, pois para a obtenção do referido documento é


necessário comprovação, por meio das Controle de transporte de Resíduos (CTR), do local de
despejo dos entulhos, que segundo a lei deverá ser transportado por empresa credenciada
junto a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (EMLUR) para a USIBEN, o aterro
metropolitano de João Pessoa ou algumas empresas privadas como a UBA E REBRIT.

4. Estimativa dos resíduos


A etapa de quantificação é fundamental no processo de gerenciamento pois é através dela que
se pode estabelecer por exemplo o tamanho dos recipientes, a frequência da coleta, a melhor
forma de transporte e essa quantificação deverá ser realizada antes mesmo do início da obra.
Para que haja um planejamento se faz necessário conhecimento antecipado da geração dos
resíduos que é dada através de estimativas, que podem ser baseadas em experiências
anteriores ou através de bibliografias.
Estudos que estimam a quantidade de resíduos de construção e demolição (RCD) gerados por
metro quadrado de área construída vêm sendo realizados cada vez mais por pesquisadores da
área com o intuito de se estimar a produção deste em cada obra individualizada, ou em um
conjunto de obras, possibilitando seu maior controle, o mapeamento de seu destino final e o
desenvolvimento de estratégias de redução de geração.
No mundo existem diversos estudos atualizados sobre as estimativas e quantificações de
geração desses resíduos, porém no Brasil esse tipo de estudo é muito escasso e conta com
poucas metodologias, dentre as quais destacaremos:

4.1 Pinto
Pinto, em 1999 elaborou uma metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da
construção urbana, onde foram desenvolvidos procedimentos adequados para a minimização e
a valorização dos resíduos, de forma que fosse aliada a eficiência de resultados aos baixos
custos, havendo compromisso com a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.
Para que fosse desenvolvido seu estudo, o autor definiu uma taxa de geração de resíduos de
150 kg/m².

4.2 Carneiro
Já, CARNEIRO (2005) estimou a geração de RCD na Cidade do Recife-PE utilizando como
base dados e informações obtidos com as empresas coletoras, verificando o total da área
licenciada para a construção e o percentual médio de perdas observado nos canteiros de obras.
Além disso, verificou os registros de disposição de RCD em um aterro local. Para fazer a
estimativa o autor toma como base o total de área licenciada para a construção e o chamado
“índice médio de geração de RCD” dado como 8,15% por m² construído. Valor utilizado para
a previsão de geração de RCD. Para a obtenção do índice médio de geração de RCD por m²
construído, foram analisados dados referentes ao volume de RCD gerados em três canteiros
de obras. A partir do volume de RCD removido dos canteiros, foi possível chegar a um valor
representativo para volumes de materiais que se tornam resíduos.

4.3 Andrade

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ANDRADE (1999) estimou a geração de RCD utilizando um indicador de 49,58 kg/m². O


estudo foi realizado em cerca de cem canteiros de obras em diferentes estados brasileiros e foi
considerada uma geração de 5% de resíduos da massa total prevista para a edificação. Neste
estudo não é levado em consideração a geração de resíduos a partir de reformas e demolições,
diferente dos outros autores citados anteriormente.

4.4 Viana
VIANA (2009) realizou na cidade de João Pessoa a estimativa anual da quantidade de
resíduos de construção. Para que fosse feita essa estimativa, foi necessário conhecer a taxa de
geração de RCD obtida de empreendimentos da cidade em questão. A taxa média resultante
foi de 209,03 kg/m². Para a obtenção dessa taxa foram utilizados dados fornecidos por
empresas construtoras relativos à área de construção em obras de cada empresa e sua geração
de volume anual.

4.5 Oliveira
Em uma pesquisa realizada na UFPB - Universidade Federal da Paraíba, OLIVEIRA (2011)
apresentou um índice de geração de RCD de 144,34 kg/m². Chegou-se a esse índice a partir
do estudo de caso das obras do Campus I da UFPB, onde foram feitos levantamentos para a
obtenção dos volumes descartados pela construtora. O total das áreas construídas foi
fornecido nos projetos de cada obra.
Os estudos na região quanto à taxa de geração de RCD utilizada nas estimativas de produção
das construções locais são poucos, e começaram a ser feitos recentemente.
O controle desses volumes de resíduos, na cidade, é feito quando a construtora dá entrada
com o pedido de licenciamento ambiental, que deve conter, classificado de acordo com o
CONAMA, os tipos de resíduos gerados na construção e o seu respectivo volume. No entanto,
não é dada devida atenção aos métodos de obtenção desses valores, nem feita uma avaliação
mais precisa quanto a sua validade.

5. Gestão de RCD
De acordo com as leis vigentes percebe-se que a prioridade é pela não geração do resíduo,
para que isso ocorra é necessário que se realize um bom gerenciamento.
Para gerir de maneira adequada os resíduos da construção e demolição deve-se estimar a
quantidade que será gerada para que assim se possa ter um bom planejamento e a destinação
dada aos resíduos seja a adequada.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição constitui parte de
extrema importância na gestão desses resíduos. É nele que indicará a segregação a ser feita
nos materiais e os locais onde deverão ser depositados no canteiro de obra até seu destino
final.
Os RCDs têm vários destinos possíveis:

 Reutilizáveis em boas condições e com efeito imediato: alguns componentes


arquitetônicos, madeira, aço e pedra.

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 Reutilização e aplicação proveitosa após processamento: entulho (alvenaria e


betão) e madeira. Considerar-se uma subdivisão em material inicialmente
contaminado e limpo.
 Incineração: papel, têxteis, madeira.
 Produção de novos materiais, após processamento: metais, madeira para pirólise,
vidro, plásticos.
 Materiais inúteis, materiais contaminados não reutilizáveis (amianto, resíduos
químicos), material não contaminado, mas não reutilizável (reboco, vidro, lixo
misturado). (TEODORO,2011)

5.1 Acondicionamento e Armazenamento

O acondicionamento do resíduo é o recipiente onde o mesmo está contido, já o


armazenamento é onde este recipiente permanece até seu destino final. Na tabela abaixo estão
indicadas algumas formas de acondicionamento e de armazenamento de diversos tipos de
resíduos

Resíduo Forma de acondicionamento Forma de armazenagem


Bloco de concreto, bloco Em pilhas montadas próximas aos Caçambas estacionárias
cerâmico, argamassa, concreto, locais de geração, nos respectivos
tijolo e assemelhados pavimentos.
Madeira Em bombonas sinalizadas e Baias Sinalizadas
revestidas de rafia, ou em pilhas
montadas nas proximidades da
própria bombona e dos dispositivos
para transporte vertical (Grandes
peças)
Serragem Em sacos de Ráfia próximo ao local Baia para montante de sacos ou
de geração bags
Metal (Ferro, aço, fiação Em bombonas sinalizadas e Baias sinalizadas ou caçambas
revestida, arame) revestidas internamente por sacos estacionárias exclusivas.
de rafia ou em fardos.
Tela de fachada e proteção Recolher após uso e dispor em local Baias Sinalizadas
adequado
Plástico (sacaria de embalagens, Em bombonas sinalizadas e Baias ou Bags Sinalizadas
aparas de tubulações, etc) revestidas internamente por saco de
ráfia
Resto de uniforma, bota, pano e Disposição em bags ou bombonas. Baias ou Bombonas (agrupados
trapo sem contaminação por por tipo de material)
produtos químicos
Gesso de revestimento, placa Em pilhas montadas próximas aos Caçambas estacionárias
acartonada e artefato locais de geração, nos respectivos (respeitando condição de
pavimentos. segregação em relação aos
resíduos de alvenaria.
Tabela 1: Acondicionamento e Armazenagem dos resíduos
Fonte: André Nagalli (2014)

Dispositivo Descrição Acessórios Utilizados

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Bombona Recipiente plástico com capacidade para 50L, Sacos de Ráfia


para armazenar substancias liquidas. Depois de Sacos de Lixo simples
corretamente lavado, pode ser usado como
dispositivos de coleta
Bag Saco de ráfia reforçado, de 4 alças e com Suportes de madeira ou
capacidade para armazenamento em torno de 1 metálico
m³ Plaquetas para fixação dos
adesivos de sinalização
Adesivos de sinalização
Baia Geralmente construída de madeira, com Adesivos de sinalização
dimensões diversas, adapta-se as necessidades de Plaquetas para fixação dos
armazenamento dos resíduos e ao espaço adesivos de sinalização
disponível na obra Impermeabilização de Base
Caçamba Recipiente metálico com capacidade volumétrica Cobertura e cadeado, quando
estacionária de 3m³, 4m³ ou 5m³ em via pública
Sinalização vertical de uso
Tabela 2: Dispositivos de Acondicionamento e Armazenagem dos resíduos
Fonte: André Nagalli (2014)

Figura 1- Bombonas
Fonte: http:// www.premium.com.br/veja-mais/sustentabilidade/

Figura 2- Bag
Fonte: http://www.ambclean.com.br/

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Figura 3- Baias de Separação


Fonte: http:// www.premium.com.br/veja-mais/sustentabilidade/

Figura 4- Caçamba Estacionária


Fonte: http://www.solucoesindustriais.com.br/

Após segregação desse material, ele deverá ter seu destino adequado de acordo com sua
classificação. Dentre as várias possibilidades, a reciclagem de RCD, ela pode ser aplicada
para diversos fins, tais como: camadas de base e sub-base para pavimentação, coberturas
primárias de vias, fabricação de argamassas de assentamentos e revestimento, fabricação de
concretos, fabricação de pré-moldados (blocos, meio-fio, dentre outros), camadas drenantes,
etc.

6. Resultados
Foram realizadas visitas e acompanhamentos a obras de empresas da capital a fim de se obter
informações sobre o conhecimento, elaboração e aplicação do plano de gerenciamento de
resíduos da construção e demolição (PGRCD).
As licenças ambientais são obrigatórias para construção de empreendimentos, sejam eles
muito ou pouco impactantes ao meio ambiente. Na nossa cidade percebemos que muitas vezes

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algumas dessas licenças, caso da LO- Licença de Operação, são apenas emitidas sem que haja
efetivamente uma fiscalização. Muitas vezes os empreendedores só se preocupam com essas
licenças porque os órgãos financiadores, como é o caso da Caixa Econômica Federal (CEF),
exigem que todas estas sejam apresentadas para que se possa utilizar o financiamento.
Em João Pessoa, o licenciamento ambiental além da importância básica de avaliar e
minimizar os impactos ambientais tem a importância de ser a primeira forma de estimativa
residual na capital, pois como já citado é através destas que as empresas fornecem de acordo
com qualquer método de estimativa o que deverá ser gerado em sua obra. Como requisito para
liberação das licenças, a SEMAN exige das empresas construtoras o Projeto de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Assim para obtenção das taxas de geração
de RCD declaradas pelas construtoras no desenvolvimento de seus empreendimentos, a
classificação dos resíduos segundo as classes definidas pelo CONAMA e os métodos de
obtenção dessas taxas utilizados pela construtora foi necessária análise em 21 Planos de
gerenciamento aos quais pertencem os dados das tabelas 3, 4 e 5.

Obra Massa de RCD por Classe (Kg) Área Taxa Método


A B C D Total (m²) (kg/m²)
1 388,92 14,23 71,17 0 474,32 4821,79 98,37 Carneiro
2 85,2 12,78 0 0 97,98 927,03 105,69 Carneiro
3 350,39 6,75 6,11 0,43 363,66 3665,41 99,21 Carneiro
4 276,9 7,1 11,08 0 295,08 2653,26 111,21 Carneiro
5 148,13 1,19 0 0 149,33 1320 113,13 Carneiro
6 152,65 3,49 5,96 0 162,11 1469,47 110,32 Carneiro
7 308,99 11,36 59,36 0,43 380,13 3776,98 100,64 Carneiro
8 370,53 4,1 0 0 374,64 3712,95 100,90 Carneiro
Tabela 3 – Taxas de geração de RCD das obras que utilizaram o método de Carneiro
Fonte: Planos de Gerenciamento fornecidos a SEMAM (Pesquisa Exploratória)

Obra Massa de RCD por Classe (Kg) Área Taxa Método


(m²) (kg/m²)
A B C D Total
9 34,65 19,17 9,51 0,43 63,76 6378 10,00 Andrade
10 35,93 20,59 11,93 0,57 69,01 6923,64 9,97 Andrade
Tabela 4 – Taxas de geração de RCD das obras que utilizaram o método de Andrade
Fonte: Planos de Gerenciamento fornecidos a SEMAM (Pesquisa Exploratória)

Obra Massa de RCD por Classe (Kg) Área Taxa Método


(m²) (kg/m²)
A B C D Total
11 105,15 9,44 2,84 0,07 117,51 2382,4 49,32 (Não Citado)
12* - - - - 3240 5787,21 559,86 (Não Citado)
13 74,29 37,15 0,78 0,78 113 185,5 609,16 (Não Citado)

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14 163,98 6,89 0,99 1,63 173,5 185,42 935,71 (Não Citado)


15 302,18 2,43 0 0 304,6 3736,48 81,52 (Não Citado)
16 511,78 4,17 0 0 515,96 7286,75 70,81 (Não Citado)
17 403,29 0 71,3 0 474,59 6604,45 71,86 (Não Citado)
18 520,15 3,41 0 0 523,55 6238,33 83,92 (Não Citado)
19 170,83 23,43 2,56 0,28 197,1 4008,59 49,17 (Não Citado)
20 306,72 24,42 4,97 0 336,11 5948,58 56,50 (Não Citado)
21 440,77 20,42 3,83 0 465,02 5670,34 82,01 (Não Citado)
Tabela 5 – Taxas de geração de RCD das obras não declararam o método utilizado
Fonte: Planos de Gerenciamento fornecidos a SEMAM (Pesquisa Exploratória)

*A empresa 12 não forneceu em seu plano a classificação dos resíduos gerados por ela.
Os principais métodos de abordagem, utilizados pelas construtoras solicitantes do
licenciamento, no cálculo da taxa de geração de RCD de seus empreendimentos foram os
apresentados por Carneiro e Andrade. Sendo 8 planos baseados no método de Carneiro e 2 no
de Andrade. No entanto um número ainda maior de empresas (11 no total) não declarou a
origem de suas fontes de dados.
A média de taxa local de geração de RCD encontrada foi de 167 kg/m2.
Nas Tabelas 3, 4 e 5 existe uma não homogeneização das taxas geradas pelas diferentes
construtoras. Essa variação nos valores deve-se principalmente ao fato da empresa construtora
tomar como referência diferentes autores que fornecem os subsídios para o cálculo na
previsão de geração de RCD. Isso é possível observar com mais clareza, se forem comparadas
as obras 3 e 10. Na primeira, que tomou como base estudos de CARNEIRO, em uma área de
3665,41 m² apresentou uma taxa de 99,21kg/m². Já a obra 10 que possui sua área de
construção maior, 6923,64 m², apresentou uma taxa de cerca de dez vezes menor, de
9,97kg/m².
A partir dos dados coletados na SEMAN sobre os referidos empreendimentos na cidade de
João Pessoa foi possível fazer uma comparação com os dados que são fornecidos pela
literatura.
A Tabela 6 apresenta valores comparativos entre esses autores e o obtido na cidade de João
Pessoa durante o período de estudo.

João Pessoa Autores Discrepância (%)


Pesquisados
TAXAS (kg/m²) 167 150,00¹ - 10,18
167 137,02² - 17,95
167 49,58³ - 70,31
167 209,034 25,16
167 144,345 - 13,57
Tabela 6 - Comparação entre taxas de geração de RCD
Fonte: Autor
1 PINTO(1999)
2 NETO e SCHALCH (2010)

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3 ANDRADE (1999)
4 VIANA (2009)
5 OLIVEIRA et al (2011)

Se compararmos os próprios dados dos diferentes autores, podemos ver que há variações entre
as taxas de geração de RCD em kg/m². Alguns valores mais próximos como Pinto, Neto e
Schalch e Oliveira e outros com maior variação como o caso de Viana e Andrade, sendo que o
último não considera em seu estudo reformas e demolições.
Com vistas nessa pesquisa, todos os empreendimentos estudados foram “Empreendimentos
Novos”, ou seja, construções que estavam começando e não reformas de edifícios já
existentes. No entanto, não foi feito um estudo mais aprofundado quanto à situação do terreno
em que essas obras se instalaram, se havia ou não construções anteriores a serem removidas
por meio de demolição.
Logo, tanto os dados produzidos por Pinto e Neto e Schalch, que levam em conta as
demolições, como os dados produzidos por Andrade, que não leva em conta as reformas são
pertinentes a esse estudo. Visto que foi feito um comparativo entre os dados obtidos por eles e
os obtidos na cidade de João Pessoa, como pode ser observado na tabela 6.
Nessa tabela, pode-se perceber que a diferença entre as taxas de geração de RCD produzidas
por Pinto e Neto e Schalch e as obtidas nos estudos realizados na cidade estiveram entre 10 e
20%, já entre as produzidas por Andrade estiveram na casa dos 70%.
Se comparado com estudos feitos na cidade de João Pessoa, as discrepâncias variam entre
13% e 25%. Essas variações podem ser explicadas pelo fato das empresas que apresentaram a
estimativa da geração de RCD utilizarem dados de autores que realizaram estudos em outras
regiões. Além disso, não é utilizada uma metodologia comum entre os autores e o tipo de
edificação também varia. Como é o caso de Oliveira que chegou a taxa de geração de RCD a
partir de dados obtidos em construção de blocos de salas de aula e laboratórios da UFPB e
Viana que utilizou dados em construções verticais.
Quanto ao Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Construção e Demolição, de acordo com
as visitas e acompanhamentos feitos a algumas obras da cidade percebemos que a grande
maioria possui de fato o plano de gerenciamento sendo este feito em conformidade com a lei
municipal 11.176 e a resolução 307 da CONAMA, porém, devido à falta de fiscalização
muitas vezes as construtoras apenas apresentam o PGRCD ( já que devido a lei torna-se
obrigatório sua apresentação para recebimento da licença ambiental) e não o colocam em
prática.
Notamos ainda que a grande dificuldade está na conscientização dos trabalhadores da
importância da execução do projeto de gerenciamento de resíduos, falta apresentar-lhes os
benefícios ocasionados pela aplicação correta e eficaz, tais como: canteiro mais organizado e
limpo com consequência na minimização dos acidentes de trabalho, diminuição gradativa da
quantidade de material desperdiçado, reaproveitamento dos insumos quando feito trabalho de
reciclagem, melhoria na imagem da empresa com maior valorização por parte de
funcionários, clientes e fornecedores, redução de custos, entre outros.
As construtoras dispõem de contrato para retirada de seus resíduos com empresas
devidamente cadastradas junto a EMLUR, porém não possuem informações sobre a
destinação final dos resíduos contradizendo a lei municipal 11.176 que cita que todo resíduo

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gerado deve ser encaminhando para a Usina de Beneficiamento de Resíduos da construção da


Prefeitura (USIBEN) ou as usinas particulares, que fornecem assim para seus usuários as
CTR (Controle de Transporte de Resíduos) que torna conhecido a destinação de cada resíduo
junto a seus contratantes.
Entretanto, percebe-se que quando se tem preocupação sobre a geração de resíduos o foco
principal é apenas sua destinação final, esquecendo-se da reciclagem que pode ser feita no
próprio canteiro para minimização da geração de resíduos ou do uso racional dos recursos,
com a diminuição dos desperdícios.
Em um comparativo feito com pesquisas anteriores percebemos que há um número bem mais
significativo de empresas que conhecem a lei municipal e a resolução CONAMA, em
pesquisa feita pela Emlur em 2007 constava que apenas 21% das empresas conheciam a lei,
enquanto que nesta pesquisa foi detectado que cerca de 90% das empresas tem esse
conhecimento, significando que há por parte das empresas e do governo uma maior
conscientização dos malefícios da geração de resíduos ocasionados pela construção civil tanto
para o meio ambiente, já que evita a aglomeração de resíduos em locais inapropriados bem
como a degradação do meio ambiente mas também para vida econômica da empresa e por
consequência para o próprio Estado.

7. Conclusão
A questão dos resíduos sólidos é uma das principais problemáticas econômicas, sociais e
ambientais enfrentadas por muitas cidades brasileiras, em caso especial em João Pessoa.
Percebe-se que todos os fatores utilizados para diminuir os impactos ambientais estão
interligados. Através do licenciamento ambiental, obrigatório na execução de
empreendimentos, é exigido o plano de gerenciamento onde nele estão contidas as
informações da previsão de geração dos resíduos e as CTR que pode verdadeiramente
quantificar o que foi gerado. Assim, identifica-se a importância do plano de gerenciamento
que quando elaborado de maneira correta e implantado de modo a satisfazer tudo o que nele
consta traz benefícios não só para o ambiente, com a diminuição dos impactos causados pelas
atividades construtivas, mas para o governo, com melhor aproveitamento do imposto
destinado ao recolhimento do lixo já que o mesmo também é empregado para retiradas de
resíduos dispostos em locais inadequados, e para o construtor, pois com a antecipação da
geração de entulhos poderá ser feito um melhor planejamento da obra evitando assim o
desperdício. Sem a cobrança das CTR por parte dos órgãos responsáveis fica difícil a
estimativa de geração dos resíduos, pois não haverá dados para serem analisados.
Ao ser feita a comparação entre as taxas de geração de RCD, calculadas com base na
estimativa apresentada pelas construtoras, observa-se que há uma notável diferença entre
esses valores, uma vez que a previsão de geração de RCD local é feita baseada em estudos
realizados em outras cidades do país. Essas variações se devem ao fato de existirem técnicas
construtivas distintas entre as localidades estudadas. Além disso, não há uniformidade no
método de cálculo dessas taxas. Dessa forma, a estimativa da geração de RCD local fica
sujeita a grandes discrepâncias, uma vez que não há uma padronização das taxas
Para que o volume de resíduos gerados seja minimizado é preciso que haja uma integração
entre todos os órgãos envolvidos no setor da construção civil e que um conjunto de ações seja

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definido, tais como: campanhas de conscientização, implantação e incentivo da coleta seletiva


nos canteiros de obras. Faz-se necessária obrigatoriedade dos planos de gerenciamento não só
em obras particulares, como é o que vem ocorrendo em nosso município, mas principalmente
em obras do governo ou aquelas financiadas por bancos federais.
O conhecimento da quantidade de RCD gerada, suas taxas por metro quadrado construído
podem oferecer informações para que se possa gerenciar de maneira adequada os possíveis
resíduos gerados. Desta forma têm-se a importância de pesquisas e uma melhor investigação
acerca dos resíduos.
Pode-se observar que a efetivação do projeto de gerenciamento é economicamente viável, que
não exige grandes mudanças, apenas conscientização por parte dos empreendedores da
importância e dos benefícios ocasionados com sua efetiva implantação. Se bem elaborado e
aplicado com eficiência, o projeto de gerenciamento pode ser de grande importância não só
para o meio ambiente, já que evita a aglomeração de resíduos em locais inapropriados bem
como a degradação do meio ambiente, mas também para vida econômica da empresa evitando
tanto os desperdícios quanto reaproveitando os rejeitos na própria obra. Quando a empresa, os
funcionários e todos que participam desta atividade têm interesse, organização e
principalmente consciência o reaproveitamento dos entulhos pode ser total fazendo assim com
que o mínimo prejuízo seja dado àquele que tanto nos oferece, o meio ambiente.

Referências
BRASIL, Resolução CONAMA n°. 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios
e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da União,
Brasília, 2002.

CÂMARA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA, Lei Municipal nº 11.176 de 10 de outubro de


2007. Institui o sistema de gestão sustentável de resíduos da construção civil e demolição e o
projeto integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil e demolição. Diário
Oficial, João Pessoa, 2007.

PINTO, T. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção


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