Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Observações importantes
1. Origem........................................................................................................................................................................... 10
2. Conceitos de solos e rochas.......................................................................................................................................... 10
3. Horizontes.................................................................................................................................................................... 11
4. Classificação dos solos pela sua origem...................................................................................................................... 12
4.1 Solos residuais............................................................................................................................................................ 13
4.1.1 Solo residual maduro.................................................................................................................................................. 13
4.1.2 Solo residual jovem.................................................................................................................................................... 13
4.1.3 Solo saprolítico............................................................................................................................................................ 13
4.1.4 Rocha alterada............................................................................................................................................................. 13
4.2 Solos sedimentares...................................................................................................................................................... 14
4.2.1 Solos coluvionares...................................................................................................................................................... 14
4.2.2 Solos aluvionares........................................................................................................................................................ 14
4.2.3 Solos eólicos............................................................................................................................................................... 14
4.2.4 Solos drifts.................................................................................................................................................................. 15
4.3 Solos orgânicos........................................................................................................................................................... 15
5. Composição química e mineralógica.......................................................................................................................... 15
5.1 Argilo-minerais........................................................................................................................................................... 17
6. Solos lateríticos........................................................................................................................................................... 20
7. Solos colapsíveis......................................................................................................................................................... 20
8. Solos expansíveis........................................................................................................................................................ 22
1. Noções básicas............................................................................................................................................................... 54
2. Estados de consistência................................................................................................................................................. 54
3. Determinação dos limites de consistência..................................................................................................................... 54
3.1 Limite de liquidez.......................................................................................................................................................... 55
3.1.1 Determinação do limite de liquidez............................................................................................................................... 55
3.2 Limite de plasticidade.................................................................................................................................................... 56
3.2.1 Determinação do limite de plasticidade......................................................................................................................... 56
3.3 Limite de contração....................................................................................................................................................... 57
3.3.1 determinação do limite de contração............................................................................................................................. 57
4. Índices dos solos – IP – IC – IA................................................................................................................................... 58
4.1 Índice de plasticidade..................................................................................................................................................... 58
4.2 Índice de consistência.................................................................................................................................................... 58
4.3 Índice de atividade da argila.......................................................................................................................................... 60
5. Grau de contração.......................................................................................................................................................... 60
6. Gráfico da plasticidade.................................................................................................................................................. 61
1. Introdução...................................................................................................................................................................... 81
2. Objetivo da compactação ............................................................................................................................................... 83
3. Diferença entre compactação e adensamento................................................................................................................. 83
4. Ensaio de compactação................................................................................................................................................... 83
5. Curva de compactação.................................................................................................................................................... 86
6. Energia de compactação................................................................................................................................................. 89
7. Influência da compactação na estrutura dos solos......................................................................................................... 90
8. Influência do tipo de solo na compactação..................................................................................................................... 91
9. Justificativa da escolha do valor de umidade ótima na compactação ........................................................................... 91
10. Técnicas executivas de uma compactação...................................................................................................................... 92
10.1 Escolha dos equipamentos de compactação.................................................................................................................. 93
10.1.1 Soquetes......................................................................................................................................................................... 94
10.1.2 Rolos compactadores estáticos....................................................................................................................................... 95
10.1.2.1 Rolo compactador pé de carneiro................................................................................................................................... 95
10.1.2.2 Rolo compactador liso.................................................................................................................................................... 95
10.1.2.3 Rolo compactador pneumático........................................................................................................................................ 96
10.1.3 Rolos compactadores vibratórios.................................................................................................................................... 96
10.2 Umidade......................................................................................................................................................................... 97
10.3 Números de passadas..................................................................................................................................................... 98
10.4 Espessura das camadas................................................................................................................................................... 98
10.5 Homogeneidade das camadas...................................................................................................................................... 100
10.6 Especificação para a compactação............................................................................................................................... 101
10.7 Sequência construtiva.................................................................................................................................................... 102
11. Controle da compactação............................................................................................................................................... 103
11.1 Verificação da umidade em campo............................................................................................................................... 103
11.1.1 Método da frigideira...................................................................................................................................................... 104
11.1.2 Método do speedy......................................................................................................................................................... 104
11.2 Determinação do grau de compactação......................................................................................................................... 105
11.2.1 Método do frasco de areia............................................................................................................................................. 105
11.2.2 Método do amostrador.................................................................................................................................................. 106
11.3 Freqüência de ensaios................................................................................................................................................... 106
11.4 Planilha para controle de compactação......................................................................................................................... 107
12. Índice de suporte Califórnia – ISC............................................................................................................................... 108
12.1 Ensaio de compactação................................................................................................................................................. 109
12.2 Material constituinte do corpo de prova....................................................................................................................... 110
12.3 Ensaio de expansão....................................................................................................................................................... 110
12.4 Determinação do CBR ou ISC...................................................................................................................................... 110
I NT RO D U Ç ÃO
O solo é formado pelas forças da natureza, de uma forma muito desigual nas várias
regiões do planeta, para não dizer de uma mesma localidade, apresentando como
conseqüência uma ampla variação de suas propriedades físicas, sendo a maioria delas
variáveis em relação a determinadas condições.
Como elemento de uma construção, esta tendência dos solos de variarem nas suas
propriedades físicas é uma contradição se compararmos com as propriedades dos outros
2. GRANDES ACIDENTES
Uma série de numerosos acidentes ocorridos com grandes obras de engenharia, ao fim
do Século XIX e princípios do Século XX, veio mostrar a inadequada percepção dos
princípios até então admitidos e, por outro lado, a insuficiência de conhecimento para a
tomada de decisões.
Entre grandes acidentes ocorridos em quase todos os países e as providências tomadas
visando um esclarecimento da situação, citam-se como exemplos históricos, os que tiveram
lugar no Panamá, Estados Unidos, Suécia e Alemanha.
• Panamá: Durante a construção do Canal do Panamá, ocorreram sucessivos
escorregamentos de taludes de terra, destacando-se os celebres escorregamentos de
Cucaracha e Culebra;
4. GEOTECNIA
Figura 1.1 UHE Peixe Angelical - Rio Tocantins- Barragem do lado direito
O RI G EM E FO RM AÇ Ã O DO S O L O
1. ORIGEM
No linguajar popular a palavra solo está intimamente relacionada com a palavra terra,
a qual poderia ser definida como material solto, natural da crosta terrestre onde habitamos,
3. HORIZONTES
4.1 Solos residuais: São aqueles resultantes da decomposição das rochas que se
encontram no próprio local em que as rochas se formaram. Para que eles ocorram, é
necessário que a velocidade de decomposição da rocha seja maior do que a velocidade de
decomposição por agentes externos. A velocidade de decomposição depende de vários
fatores, entre os quais a temperatura, o regime de chuva e a vegetação. As condições
existentes nas regiões tropicais são favoráveis às degradações mais rápidas da rocha-mater,
razão pela qual as maiores ocorrências de solos residuais ocorrem nestas regiões, entre elas o
Brasil.
Os solos residuais se apresentam em horizontes com grau de intemperização
decrescente. Vargas (1981) identifica as seguintes camadas, cujas transições são gradativas,
conforme mostra o diagrama a seguir.
4.1.1 Solo residual maduro: Mais próximos à superfície, são mais homogêneos e não
apresentam semelhanças com a rocha original. De uma forma geral, há um aumento da
resistência ao cisalhamento, da textura (granulometria) e da heterogeneidade do solo com a
profundidade.
4.1.2 Solo residual jovem: O solo residual jovem apresenta boa quantidade de
material que pode ser classificado como pedregulho (Ø > 4,8 mm). Geralmente são bastante
irregulares quanto a resistência mecânica, coloração, permeabilidade e compressibilidade, já
que o processo de transformação não se dá em igual intensidade em todos os pontos,
comumente existindo blocos da rocha no seu interior. Pode-se dizer também que nos
horizontes de solo jovem e saprolítico as sondagens a percussão a serem realizadas devem ser
revestidas de muito cuidado, haja vista que a presença de material pedregulhoso pode vir a
danificar os “amostradores” utilizados, vindo a mascarar os resultados obtidos.
4.1.3 Solo saprolítico: Ainda guarda características da rocha-mater e tem
basicamente os mesmos minerais, porém sua resistência já se encontra bastante reduzida.
Este pode ser caracterizado como uma matriz de solo envolvendo grandes pedaços de rocha
altamente alterada. Visualmente pode confundir-se com uma rocha alterada, mas apresenta
pequena resistência ao manuseio. Nos horizontes saprolíticos é comum a ocorrência de
grandes blocos de rocha denominados matacões, responsáveis por muitos problemas quando
do projeto de fundações.
4.1.4 Rocha alterada: Horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas
ou zonas de menor resistência, deixando intactos grandes blocos da rocha original.
4.2 Solos sedimentares ou transportados: São aqueles que foram levados ao seu
local atual por algum agente de transporte. As características dos solos são função do agente
transportador.
4.2.1 Solos coluvionares: São solos formados por ação da gravidade. Entre eles
estão os escorregamentos das escarpas da Serra do Mar, formando os tálus nos pés do
talude, massas de materiais muito diversos e sujeitos a movimentações de rastejo. Têm sido
também classificados como “Coluviões”, solos superficiais do planalto brasileiro
depositados sobre solos residuais.
4.2.2 Solos aluvionares: São solos resultantes do carregamento pela água, também
denominados de “solos de aluviões”. Sua composição depende da velocidade das águas no
momento de deposição. Existem aluviões essencialmente arenosos, bem como aluviões muito
argilosos, comuns nas várzeas quaternárias dos córregos e rios. Registra-se também a
ocorrência de camadas sobrepostas de granulometrias distintas, devidas a diversas épocas e
regimes de deposição.
4.2.3 Solos eólicos: São os solos resultantes do carregamento pelo vento. O transporte
eólico provoca o arredondamento das partículas, em virtude do seu atrito constante. As areias
constituintes dos arenitos brasileiros são arredondadas, por ser esta uma rocha sedimentar
com partículas previamente transportadas pelo vento.
4.2.4 Solos drifts: São solos transportados por geleiras, muito freqüentes na Europa e
nos Estados Unidos, mas com pequena ocorrência no Brasil
4.3 Solos orgânicos: São chamados solos orgânicos àqueles que contém uma
quantidade apreciável de matéria decorrente de decomposição de origem vegetal ou animal,
em vários estágios de decomposição. Geralmente argilas ou areias finas, os solos orgânicos
são de fácil identificação, pela cor escura e pelo odor característico. A norma norte-
americana classifica como solo orgânico àquele que apresenta WL de uma amostra seca em
estufa menor do que 75% do WL de amostra natural sem secagem em estufa. O teor de
matéria orgânica pode ser determinado pela secagem em mufla a 540°C. Solos orgânicos
geralmente são problemáticos por serem muito compressíveis. Eles são encontrados no
Brasil principalmente nos depósitos litorâneos, em espessura de dezenas de metros, e nas
várzeas dos rios e córregos, em camadas de 3 a 10 m de espessura. O teor de matéria orgânica
em peso tem variado de 4 a 20%. Por sua característica orgânica, apresentam elevados
índices de vazios, e por serem de sedimentação recente e normalmente adensados, possuem
baixa capacidade de suporte e considerável compressibilidade. Em algumas formações,
ocorre uma importante concentração de folhas e caules em processo incipiente de
decomposição, formando as turfas. São materiais extremamente deformáveis, mas muito
permeáveis, permitindo que os recalques, devidos a carregamentos externos, ocorram
rapidamente.
5.1 Argilo-Minerais
(a) (b)
Figura 2.5 Estrutura de uma camada de caolinita – (a) representação atômica (b)
representação simbólica
As montmorilonitas [(OH)4Si8Al4O20nH2O] são estruturalmente formadas por uma
unidade de alumínio entre duas unidades de silício. As ligações entre essas unidades, não são
suficientemente firmes para impedir a passagem de moléculas de água. Os solos com grandes
Figura 2.6 Estrutura simbolica de minerais com camada 2:1; (a) montmorilonitas com
duas camadas de molecula de água; (b) ilita
6. SOLOS LATERÍTICOS
Define-se como solos colapsívies os solos que sofrem significativa redução de volume
quando umedecidos, com ou sem aplicação de carga adicional.
A estrutura do solo colapsível consiste de grãos não lixiviados, separados por espaços
vazios, com as menores distâncias entre os grãos sendo normalmente preenchidas por pontes de
argila floculada, que freqüentemente incluem pequenas partículas não lixiviadas. O colapso do
solo ocorre quando o solo sob carga é submetido a um aumento no conteúdo de água fazendo
com que a infiltração da água decomponha os cimentos naturais ou pontes de argila,
diminuindo a coesão entre os grãos. Desta maneira, a magnitude das tensões cisalhantes entre
os grãos excedem a resistência das pontes de argila.
• Inclinação de prédios;
• Desnivelamento acentuado entre estruturas e os terrenos adjacentes;
• Trincas no terreno, em pavimentos e em edificações
• Afundamentos e formação de cavidades
8. SOLOS EXPANSÍVEIS
Define-se como solos expansíveis, os solos coesivos que aumentam de volume quando
umedecidos e que se contraem quando ressecam.
Os solos expansíveis apresentam as seguintes características:
1.1.4 Areias: Solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas
de rochas. Classificamos como areia as partículas com dimensões entre 2,0 mm e 0,074
mm (DNER), 2,0mm e 0,05 mm (MIT) ou ainda 2,0 mm e 0,06 mm (ABNT).
Subdividem-se quanto ao diâmetro em:
• Areia fina: de 0,06 a 0,2 mm;
• Areia média: de 0,2 a 0,6 mm
• Areia grossa: de 0,6 a 2,0 mm
As areias se distinguem pelo formato dos grãos que pode ser angular, sub-angular
e arredondado, sendo este último uma característica das areias transportadas por rios ou
pelo vento. A forma dos grãos das areias está relacionada com a quantidade de transporte
sofrido pelos mesmos até o local de deposição. O transporte das partículas dos solos
tende a arredondar as suas arestas, de modo que quanto maior a distância de transporte,
mais esféricas serão as partículas resultantes.
Como foi visto, os grãos dos solos recebem designações segundo as dimensões
das partículas compreendidas entre determinados limites convencionais. Na tabela a
seguir, estão relacionadas as classificações adotadas pela ASTM ( American Society for
Testing and Materials); AASHTO ( American Association for State Highway and
Transportation Officials), MIT (Massachuttes Institute of Technology) e ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 6502:95)
Escalas granulometricas adotadas pela ASTM, AASHTO, MIT e ABNT NBR 6502:95
2.1 Tato: Esfrega-se uma porção do solo na mão. As areias são ásperas; as argilas
parecem com um pó quando secas e com sabão quando úmidas.
2.3 Resistência do solo seco: As argilas são resistentes a pressão dos dedos
enquanto os siltes e areias não são.
2.4 Dispersão em água: Misturar uma porção de solo seco com água em uma
proveta, agitando-a. As areias depositam-se rapidamente, enquanto que as argilas turvam
a suspensão e demoram para sedimentar.
TIPOS DE SOLOS
PROPRIEDADES ARENOSOS SILTOSOS ARGILOSOS TURFOSOS
Granulação Grossa (olho Fina (tato) Muito Fina Fibrosa
nu)
Plasticidade Nenhuma Pouca Grande Média a
Pouca
Compressibilidade Pouca Média Grande Muito Grande
(carga estática)
Compressibilidade Pouca Média Grande Muito Grande
(carga vibrada)
Coesão Nenhuma Média Grande Pouca
Resistência ao Solo Nenhuma Média Grande Média a
Seco Pouca
Resumo para Tato Tato Tato Pela cor
caracterização Visual Quando seco Se molhar escura (preta)
se esfarela torna-se bem Quando
Se imergir plástico Molhado, é
uma porção Se imergir na bem plástico.
seca na água água, mesmo Nota-se ser
desagrega depois de seca um material
não desagrega. fibroso
cheiro
das mãos e distribuído uniformemente sobre ela, de modo que não apareça uma lâmina
d’água. O teste se inicia com um movimento horizontal da mão, batendo vigorosamente
a sua lateral contra a lateral da outra mão, diversas vezes. Deve-se observar o
aparecimento de uma lâmina d’água na superfície do solo e o tempo para a ocorrência.
Em seguida, a palma da mão deve ser curvada, de forma a exercer uma leve compressão
na amostra, observando-se o que poderá ocorrer à lâmina d’ água, se existir, à superfície
da amostra. O aparecimento da lâmina d’água durante a fase de vibração, bem como o
seu desaparecimento durante a compressão e o tempo necessário para que isto aconteça
deve ser comparado aos dados da tabela a seguir, para a classificação do solo.
Peneiramento: utilizado para a fração grossa do solo (grãos com até 0,074 mm
de diâmetro equivalente), realiza-se pela passagem do solo por peneiras padronizadas e
pesagem das quantidades retidas em cada uma delas. Retira-se 50 a 100g da quantidade
que passa na peneira de #10 e prepara-se o material para a sedimentação.
Equação de Stoke:
µ
V= onde:
1800
! "%
; logo
"
! "%
onde γi será obtido, a cada instante, com o uso do densímetro. Calculados os pares de
valores D e ! "% tem-se condição de traçar a curva granulométrica.
A lei de Stokes é válida apenas para partículas menores que 0,2 mm de diâmetro e
maiores que 0,0002 mm (0,2 µ), tendo em vista que partículas menores que 0,2 µ não
sedimentam por causa da ação de forças repulsivas entre elas, o que origina o
movimento browniano de tratamento bastante complexo.
Este ensaio é normatizado pela NBR 7181 – Solo –Análise Granulométrica – Método
de ensaio. Peneiramento ou combinação de sedimentação com peneiramento.
Pelo DNER é normatizado pelo ME 51:64 – Análise granulométrica de solos.
Combinação de Sedimentação e Peneiramento.
• Mal graduado: caso ele possua uma curva granulométrica uniforme (curva
granulométrica “c”);
• Descontinuo: uma curva granulométrica que apresente ausência de uma faixa de
tamanhos de grãos (curva granulométrica “b”).
$
Coeficiente de uniformidade: Cu = $%&
'&
$(& "²
$%& $'&
Coeficiente de curvatura: Cc =
E S T R U TU R A D O S S O LO S
Conforme já foi falado os solos finos possuem o seu comportamento governado por
forças elétricas, enquanto os solos grossos têm na gravidade o seu principal fator de
influência, de modo que a estrutura dos solos finos ocorre em uma diversificação e
complexidade muito maior do que a estrutura dos solos grossos. De fato, sendo a gravidade
o fator principal agindo na formação da estrutura dos solos grossos, a estrutura destes solos
difere, de solo para solo, somente no que se refere ao seu grau de compacidade. No caso dos
solos finos, devido a presença das forças de superfície, arranjos estruturais bem mais
elaborados são possíveis. As figuras a seguir ilustram algumas estruturas típicas de solos
finos (fig.4.1) e solos grossos (fig. 4.2).
Figura 4.1 Exemplo de estrutura de solos sedimentares; a letra (a) apresenta uma
estrutura floculada em água salgada: a letra (b) floculada em água não salgada e a
letra (c) uma estrutura dispersa. Obs.: aumentadas 10.000
Quando duas partículas de argila estão muito próximas, na água, entre elas ocorrem
forças de atração e de repulsão. As forças de repulsão são devidas às cargas líquidas
negativas que elas possuem e que ocorrem desde que as camadas duplas estejam em
contato. As forças de atração decorrem de forças de Van der Waals e de ligações
secundárias que atraem materiais adjacentes. Da combinação das forças de atração e de
repulsão entre as partículas resulta a estrutura dos solos, que se refere à disposição das
partículas na massa de solo e as forças entre elas. Lambe (1969) identificou dois tipos
básicos de estrutura do solo, denominando-os de:
• Estrutura floculada, quando os contatos se fazem entre faces e arestas das partículas
sólidas, ainda que através da água adsorvida, e de;
• Estrutura dispersa quando as partículas se posicionam paralelamente, face a face.
Figura 4.3 Exemplo de estrutura de solo residual, mostrando os micro e macro poros
Por outro lado, observa-se que em solos evoluídos pedologicamente, principalmente
em climas quentes e úmidos (comportamento laterítico), aglomerações de partículas
minerais se apresentam envoltas por deposições de sais de ferro e de alumínio (agentes
cimentantes), sendo este aspecto determinante para seu comportamento.
2. AMOLGAMENTO
Amolgamento é a operação de destruição da estrutura original do solo sedimentar
argiloso, com conseqüente perda de sua resistência, mantido seu teor de umidade original.
A estrutura do solo sedimentar argiloso estabeleceu seu equilíbrio de forças ao longo
de um período de tempo muito elevado, e o efeito do amolgamento é o de destruir qualquer
aglutinação nos pontos de contato dos grãos e, portanto, a estrutura, de forma a transformar
o solo numa massa de grãos dispersos.
3. TIXOTROPIA
O termo tixotropia é usado, na prática da Mecânica dos Solos, para descrever o
restabelecimento da resistência num solo remoldado, embora em física-química coloidal ele
tenha um sentido pouco diferente. Esta recuperação de resistência será sempre menor do
que a resistência inicial do solo antes de se romper.
A explicação do fenômeno seria possível admitindo-se que a remoldagem, diminui
as distâncias entre as partículas, desequilibra o campo atrativo entre elas, levando-o a um
estado que não é estável. Quando o solo é deixado em repouso, ou sobre ele atuam pressões
de adensamento ou trocam-se as condições coloidais do meio, a distância entre as partículas
tende a um nível de energia de repouso que será maior que o anterior.
após o manuseio (amolgada) pode ser menor do que no estado natural (indeformado). Este
fenômeno, que ocorre de maneira diferente conforme a formação argilosa, foi chamado de
sensitividade da argila.
A sensitividade pode ser bem visualizada por meio de dois ensaios de compressão
simples. O primeiro com a amostra no seu estado natural. O segundo com um corpo de
prova feito com o mesmo solo após completo remoldamento, mas com o mesmo índice de
vazios. Exemplo de resultados destes dois ensaios está mostrado na Figura abaixo. A
relação entre a resistência no estado natural e a resistência no estado amolgado foi definida
como sensitividade da argila:
Classificação Sensitividade
Insensitiva 1
Baixa sensibilidade 1a2
Média sensibilidade 2a4
Sensitiva 4a8
Ultra sensitiva (quick Clay) > 8
6. 1 O estado da areia
O estado em que se encontra uma areia pode ser expresso pelo seu índice de vazios.
Este dado isolado, entretanto, fornece pouca informação sobre o comportamento da areia,
pois, com o mesmo índice de vazios, uma areia pode estar compactada e outra fofa. É
necessário analisar o índice de vazios natural de uma areia em confronto com os índices de
vazios máximo e mínimo em que ela pode se encontrar.
Se uma areia pura, no estado seco, for colocada cuidadosamente em um recipiente,
vertida através de um funil com pequena altura de queda, por exemplo, ficará no seu estado
mais fofo possível. Pode-se, então, determinar seu peso específico e dele calcular o índice
de vazios máximo – NBR 12004:90.
Vibrando-se uma areia dentro de um molde, ela ficará no seu estado mais compacto
possível. A ele corresponde o índice de vazios mínimo – NBR 12051:91.
Define-se compacidade como o estado de maior ou menor concentração de grãos ou
partículas de um solo não coesivo em um dado volume.
As areias se distinguem também pelo formato dos grãos. Embora as dimensões dos
grãos não sejam muito diferentes segundo três eixos perpendiculares, como ocorre com as
argilas, a rugosidade superficial é bem distinta. Formatos distintos são ilustrados na Figura
abaixo, que mostra projeções de grãos naturais de areias de diferentes procedências. Os
grãos da areia de Ottawa são bem esféricos (dimensões segundo os três eixos semelhantes)
e arredondados (cantos bem suaves), enquanto os grãos de areia do rio Tietê são menos
esféricos e muito angulares.
E – esfericidade A - arredondamento
Consideremos uma areia A com “e mínimo” igual a 0,6 e “e máximo” igual a 0,9 e uma
areia B com “e mínimo” igual a 0,4 e “e máximo” igual a 0,7 (ver figura 4.2). Se as duas
estiverem com e = 0,65, a areia A estará compacta e a areia B estará fofa.
O estado de uma areia, ou sua compacidade, pode ser expresso pelo índice de
compacidade relativa, que é uma função do índice de vazios em que ele se encontra, em
relação a estes valores extremos:
*78 *97:
*78 *;9
CR =
Classificação CR
A partir da definição de qual é a estrutura dos solos, tanto argilosos como granulares, a
tabela a seguir apresenta uma estimativa de capacidade de suporte dos solos.
O ESTADO DO SOLO
Num solo, só parte do volume total é ocupado pelas partículas sólidas, que se
acomodam formando uma estrutura. O volume restante costuma ser chamado de vazios,
embora esteja ocupado por água ou ar. Deve-se reconhecer, portanto, que o solo é constituído
de três fases: sólida, água e ar.
• Fase sólida: Caracterizada pelo tamanho, forma, distribuição e composição
mineralógica dos grãos, conforme já apresentado anteriormente.
• Fase fluida: composta em sua maior parte pela água, podendo conter solutos e outros
fluídos imiscíveis. Pode-se dizer que a água se apresenta de diferentes formas no solo
(água livre, água capilar, água adsorvida e água de constituição), sendo contudo,
extremamente difícil se isolar os estados em que a água se apresenta em seu interior;
• Fase gasosa: Fase composta geralmente pelo ar do solo em contato com a atmosfera,
podendo-se também apresentar na forma oclusa (bolhas de ar no interior da fase água).
A fase gasosa é importante em problemas de deformação de solos que é bem mais
compressível que a fase sólida e líquida.
O comportamento de um solo depende da quantidade relativa de cada uma das três fases
(sólida, água e ar).
Diversas relações são empregadas para expressar as proporções entre elas. Na figura
abaixo, pela letra (a) estão representadas, as três fases que normalmente ocorrem nos solos,
Figura 5.1 As fases do solo; (a) solo no estado natural: (b) separadas em volume.
Mecânica dos Solos I
Prof. Eduardo Rodrigues da Cunha Pág. 45
Capítulo V
ainda que, em alguns casos, todos os vazios possam estar ocupados pela água. Pela letra (b),
as três fases estão separadas proporcionalmente aos volumes que ocupam, facilitando a
definição e a determinação das relações entre elas. Os volumes de cada fase são apresentados
à esquerda e os pesos à direita.
Em princípio, as quantidades de água e ar podem variar. A evaporação pode fazer
diminuir a quantidade de água, substituindo-a por ar, e a compressão do solo pode provocar a
saída de água e ar, reduzindo o volume de vazios. O solo, no que se refere às partículas que o
constituem, permanece o mesmo, mas seu estado se altera. As diversas propriedades do solo
dependem do estado em que se encontra. Quando diminui o volume de vazios, por exemplo,
a resistência aumenta.
Para identificar o estado do solo, empregam-se índices que correlacionam os pesos e os
volumes das três fases. Estes índices são os seguintes:
• Umidade - w;
• Índice de vazios - e;
• Porosidade - n;
• Grau de saturação - Sr;
• Peso específico dos sólidos (ou dos grãos) – γS;
Toda simbologia adotada nesta apostila, a partir deste capitulo, é determinada pela NBR
13441:95, e tendo qualquer duvida a este respeito, a mesma deverá ser consultada.
<
w = <7 100
=
ocorrer com índices de vazios superiores a 3 (volume de vazios, no caso com água, superior a
3 vezes o volume de partículas sólidas), portanto não há um limite superior bem definido,
dependendo da estrutura do solo.
O índice de vazios será medido por um número natural e deverá ser, obrigatoriamente,
maior do que zero em seu limite inferior.
O volume de sólidos permanecendo constante ao longo do tempo, qualquer variação
volumétrica será medida por uma variação do índice de vazios, que assim poderá contar a
história das tensões e deformações ocorridas no solo.
e = >
=
>
100
:
n=
Sr = 7 100
>
Figura 5.2 Esquema para determinação do volume do peso específico dos grãos
<
<?@</"@ <" <?@<@</"
γs =
O peso específico dos grãos dos solos varia pouco de solo para solo e, por si, não
permite identificar o solo em questão, mas é necessário para cálculos de outros índices. Os
valores situam-se em torno de 27 kN/m³, sendo este valor adotado quando não se dispõe do
valor específico para o solo em estudo. Grãos de quartzo (areia) costumam apresentar pesos
específicos de 26,5 kN/m³ e argilas, em virtude da deposição de sais de ferro, valores até 30
kN/m³.
Embora varie um pouco com a temperatura, adota-se sempre como igual a 10 kN/m³,
a não ser em certos procedimentos de laboratório. É expresso pelo símbolo γw.
É a relação entre o peso total do solo e seu volume total. É expresso pelo símbolo γnat.
<+
+
γnat =
<
+
γd =
γsub = γsat – γw
3. FORMULAS DE CORRELAÇÃO
e = Q S 1
T
V
UT WX
; e= ;
R
3.2 Porosidade:
* R
n = 1 Z 1
@*
n = ; ;
Y
[ -
\) ]
* * -
sr = ; Sr = ;
97:
γd = @* ; γd = @ ; γd = (1 – n)γs
@"
; γ_`a γb 1 w" ;
@*
γnat = γnat = γd + n.γw
obs.: se o solo for saturado Sr =100%, então γnat = γsat
3.6 Peso especifico saturado:
@ * "
@*
γsat = ; γsat = γs-(γs-γw)n ;
4. Massas específicas
Relações entre pesos e volumes são denominados pesos específicos, como acima
definidos, e expressos geralmente em kN/m³.
Deve ser notado, por outro lado, que no Sistema Técnico de unidades, que vem sendo
paulatinamente substituído pelo Sistema Internacional, as unidades de peso tem denominação
semelhante às das unidades de massa no Sistema Internacional.
Por exemplo, um decímetro cúbico de água tem:
• Uma massa de um quilograma (1kg);
• Um peso de dez Newtons (10N) no Sistema Internacional e,
• Um peso de um quilograma força no Sistema Técnico (1kgf).
Assim, ainda é comum que se diga no meio técnico, por exemplo, que a “tensão”
admissível aplicada numa sapata é de 5 t/m² (não é correto, mas se omite o complemento
força). Na realidade, a pressão aplicada é de 50 kN/m², resultante da ação da massa de 5
toneladas por metro quadrado. A expressão densidade se refere à massa específica, e
densidade relativa é a relação entre a densidade do material e a densidade da água a 4°C.
Como esta é igual a 1 kg/dm³, resulta que a densidade relativa tem o mesmo valor que a
massa específica (expressa em g/cm³, kg/dm³ ou ton/m³), mas é adimensional. Como a
relação entre o peso específico de um material e o peso específico da água a 4°C é igual à
relação das massas específicas, é comum se estender o conceito de densidade relativa à
Mecânica dos Solos I
Prof. Eduardo Rodrigues da Cunha Pág. 52
Capítulo V
relação dos pesos e se adotar como peso específico a densidade relativa do material
multiplicada pelo peso específico da água.
.
.
.C O NS I S TÊ N CI A D O S S O L O S
1. NOÇÕES BÁSICAS
Quando tratamos com solos grossos (areias e pedregulhos com pequena quantidade ou
sem a presença de finos), o efeito da umidade nestes solos é freqüentemente negligenciado,
na medida em que a quantidade de água presente nos mesmos tem um efeito secundário em
seu comportamento. Pode-se dizer, conforme aliás será visto no capítulo de classificação dos
solos, que podemos classificar os solos grossos utilizando-se somente a sua curva
granulométrica, o seu grau de compacidade e a forma de suas partículas. Por outro lado, o
comportamento dos solos finos ou coesivos irá depender de sua composição mineralógica, da
sua umidade, de sua estrutura e do seu grau de saturação. Em particular, a umidade dos solos
finos tem sido considerada como uma importante indicação do seu comportamento desde o
início da mecânica dos solos.
Um solo argiloso pode se apresentar em um estado líquido, plástico, semi-sólido ou
sólido, a depender de sua umidade. A este estado físico do solo dá-se o nome de consistência.
Os limites inferiores e superiores de valor de umidade para cada estado do solo são
denominados de limites de consistência.
No estado plástico, o solo apresenta uma propriedade denominada de plasticidade,
caracterizada pela capacidade do solo se deformar sem apresentar ruptura ou trincas e sem
variação de volume. A manifestação desta propriedade em um solo dependerá
fundamentalmente dos seguintes fatores:
• Umidade: Existe uma faixa de umidade dentro da qual o solo se comporta de maneira
plástica. Valores de umidade inferiores aos valores contidos nesta faixa farão o solo se
comportar como semi-sólido ou sólido, enquanto que para maiores valores de umidade
o solo se comportará preferencialmente como líquido.
• Tipo de argilo-mineral: O tipo de argilo-mineral (sua forma, constituição
mineralógica, tamanho, superfície específica, etc.) influi na capacidade do solo de se
comportar de maneira plástica. Quanto menor o argilo-mineral (ou quanto maior sua
superfície específica), maior a plasticidade do solo. É importante salientar que o
conhecimento da plasticidade na caracterização dos solos finos é de fundamental
importância.
2. ESTADOS DE CONSISTÊNCIA
• Estado Sólido: Dizemos que um solo está em um estado de consistência sólido quando
o seu volume “não varia” por variações em sua umidade.
• Estado Semi-Sólido: O solo apresenta fraturas e se rompe ao ser trabalhado. O limite
de contração, WS, separa os estados de consistência sólido e semi-sólido.
• Estado Plástico: Dizemos que um solo está em um estado plástico quando podemos
moldá-lo sem que o mesmo apresente fissuras ou variações volumétricas. O limite de
plasticidade, WP, separa o estado de consistência semi-sólido e plástico.
• Estado Fluido-Denso (Líquido): Quando o solo possui propriedades e aparência de
uma suspensão, não apresentando resistência ao cisalhamento. O limite de liquidez,
WL, separa o estado plástico e fluido.
É o valor de umidade para o qual o solo passa do estado plástico para o estado fluido.
É definido como o teor de umidade do solo com o qual uma ranhura nele feita, requer
25 golpes para se fechar numa concha.
• Coloca-se na concha do aparelho de Casa Grande uma pasta de solo (passando #40)
com umidade próxima de seu limite de plasticidade.
• Faz-se um sulco na pasta com um cinzel padronizado.
• Aplicam-se golpes à massa de solo posta na concha do aparelho de Casa Grande,
girando-se uma manivela, a uma velocidade padrão de 2 golpes por segundo. Esta
manivela é solidária a um eixo, o qual por possuir um excêntrico, faz com que a concha
do aparelho de Casa Grande caia de uma altura padrão de aproximadamente 1cm.
• Conta-se o número de golpes necessário para que a ranhura de solo se feche em uma
extensão em torno de 1cm.
É o valor de umidade para o qual o solo passa do estado semi-sólido para o estado
plástico.
É definido como o menor teor de umidade com o qual se consegue moldar um
cilindro com 3mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma da mão.
• Prepara-se uma pasta com o solo que passa na #40, fazendo-a rolar com a palma da
mão sobre uma placa de vidro esmerilhado, formando um pequeno cilindro.
• Quando o cilindro de solo atingir o diâmetro de 3mm e apresentar fissuras, mede-se a
umidade do solo.
• Esta operação é repetida pelo menos 5 vezes, definido assim como limite de
plasticidade o valor médio dos teores de umidade determinados. A figura a seguir
É o valor de umidade para o qual o solo passa do estado sólido para o estado semi-
sólido, ou seja, é o teor de umidade a partir do qual o solo não mais se contrai embora
continue perdendo peso.
• Molda-se uma amostra de solo passando na #40, na forma de pastilha, em uma cápsula
metálica com teor de umidade entre 10 e 25 golpes no aparelho de Casa Grande.
• Seca-se a amostra à sombra e depois em estufa, pesando-a em seguida.
• Utiliza-se um recipiente adequado (cápsula de vidro) para medir o volume do solo seco,
através do deslocamento de mercúrio provocado pelo solo quando de sua imersão no
recipiente. O limite de contração é determinado pela equação apresentada a seguir (vide
NBR 7183).
WS = Q S 100 ; onde
< =
Uma vez conhecidos os limites de consistência de um solo, vários índices podem ser
definidos. A seguir, apresentaremos os mais utilizados.
IP = WL - WP
fm
n<
IC =
Quando o teor de umidade é igual ao LL, IC=0. À medida que o teor de umidade
diminui, o IC aumenta, ficando maior do que 1 quando a umidade fica menor do que o LP.
O índice de consistência é especialmente representativo do comportamento de solos
sedimentares. Quando estes solos se formam, o teor de umidade é muito elevado e a
resistência é muito reduzida. À medida que novas camadas se depositam sobre as primeiras, o
peso deste material provoca a expulsão da água dos vazios do solo, com a conseqüente
redução do índice de vazios e o ganho de resistência. Da mesma forma, quando uma amostra
de argila é seca lentamente, nota-se que ela ganha resistência progressivamente.
Tem sido proposto que a consistência das argilas seja estimada por meio do índice de
consistência, conforme a tabela abaixo. Esta tabela apresenta valores aproximados e é
aplicável a solos remoldados e saturados. Seu valor é primordialmente didático, no sentido de
realçar a dependência da resistência ao teor de umidade e, conseqüentemente, ao
adensamento que a argila sofre pela sobrecarga que ela suporta.
Segundo a NBR 6502:80 quanto à consistência, os solos podem ser subdivididos em:
muito moles (vazas), moles, médias, rijas e duras. Busca-se situar o teor de umidade do solo
no intervalo de interesse para utilização na prática, ou seja, entre os limites de liquidez e o de
plasticidade.
• As argilas muito moles situam-se no estado líquido;
• As argilas moles, médias e rijas situam-se no estado plástico;
• As argilas duras situam-se no estado semi-sólido
Classificação do solo quanto ao seu índice de consistência:
Deve ser notado que a passagem de um estado para outro ocorre de forma gradual,
com a variação da umidade. A definição dos limites acima descrita é arbitrária. Isto não
diminui seu valor, pois os resultados são índices comparativos. A padronização dos ensaios é
que é importante, sendo, de fato, praticamente universal.
5. GRAU DE CONTRAÇÃO
É a razão da diferença entre os volumes inicial (V0) e final (Vf) após a secagem da
amostra, para o volume inicial (V0), expressa em porcentagem:
2
6. GRÁFICO DE PLASTICIDADE
Quanto ao fato dos pontos que representam as argilas orgânicas estarem situados na
mesma região que os que correspondem aos siltes inorgânicos de alta compressibilidade; e, os
pontos que representam os siltes orgânicos na região dos siltes inorgânicos de mediana
C L AS S I FI C AÇ Ã O DO S S O LO S
uma grande quantidade de índices, deixando totalmente de ter aplicação prática. Entretanto,
eles ajudam a organizar as idéias e a orientar os estudos e o planejamento das investigações
para obtenção dos parâmetros mais importantes para cada projeto.
Implicitamente, nos capítulos anteriores, utilizou-se alguns sistemas de classificação
dos solos. Estes sistemas de classificação, por serem bastante simplificados, não são capazes
de fornecer, na maioria dos casos, uma resposta satisfatória do ponto de vista da engenharia,
devendo ser usados como informações adicionais aos sistemas de classificação mais
elaborados. São eles:
• Classificação genética dos solos: Classifica os solos, segundo suas origens em
residuais e sedimentares, podendo apresentar subdivisões (ex. solo residual jovem, solo
sedimentar eólico, etc.);
• Classificação pela NBR 6502: Conforme apresentado anteriormente, esta classificação
designa os solos de acordo com as suas frações granulométricas preponderantes,
utilizando a curva granulométrica;
• Classificação pela estrutura: Essa classificação consta de dois tipos fundamentais de
estruturas (agregada e isolada), que por sua vez, são subdivididas em vários outros
subtipos (floculada, dispersa, orientada, aleatória), conforme foi visto no capítulo
referente à estrutura dos solos. A estrutura do solo está interligada com propriedades
como coesão, peso específico, sensibilidade, expansividade, resistência, anisotropia,
permeabilidade, compressibilidade e outras mais.
A identificação pode ser feita através de testes visuais e tácteis, rápidos e específicos a
cada tipo de solo (conforme exposto no capitulo III a página 26).
• Para a fração grossa, pedregulhos e areias, informações quanto a composição
granulométrica, forma das partículas, existência ou não de finos são sempre
necessárias; estas partículas são ásperas ao tato, visíveis ao olho nu e se separam
quando secas.
• Para os solos finos, siltes e argilas, informações, quanto a plasticidade, resistência à
compressão do solo quando seco, comportamento do solo quando imerso em água e
cor, são importantes.
• Os siltes são invisíveis a olho nu, porém, ásperas ao tato, e os torrões secos quando
imersos em água desagregam rapidamente.
• As argilas quando molhadas apresentam-se saponáceas ao tato e torrões pouco úmidos
ou secos, apresentam uma superfície lisa e lustrosa e alta resistência à compressão.
• Para os solos orgânicos, a cor e a existência, às vezes, de matéria orgânica são
informações muito úteis. A resistência à compressão do solo seco é geralmente
pequena.
3. CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA
Este sistema de classificação foi elaborado originalmente pelo Prof. Casagrande para
obras em aeroportos, tendo seu emprego sido generalizado. Atualmente, é utilizado
principalmente pelos geotécnicos que trabalham em barragens de terra.
Terminologia do sistema unificado
G Gravel Pedregulho
S Sand Areia
M Silt Silte
C Clay Argila
O Organic Solo Orgânico
Pt Peat Turfas
Neste sistema, todos os solos são identificados pelo conjunto de duas letras, como
apresentados na tabela acima. As cinco letras superiores indicam o tipo principal do solo e as
quatro seguintes correspondem a dados complementares dos solos. Assim, SW corresponde a
areia bem graduada e CH a argila de alta compressibilidade.
Para a classificação, por este sistema, o primeiro aspecto a considerar é a porcentagem
de finos presentes no solo, considerando-se finos o material que passa na peneira nº 200
(0,075 mm).
• Se esta porcentagem for inferior a 50, o solo será considerado como solo de granulação
grosseira, G ou S.
• Se for superior a 50, o solo será considerado de granulação fina, M, C ou O.
$
CU = $%& onde:
'&
$(& "²
CC =
$'& $%&
Quando a fração fina do solo é predominante, ele será classificado como silte (M),
argila (C) ou solo orgânico (O), não em função da porcentagem das frações granulométricas
silte ou argila, pois como foi visto anteriormente, o que determina o comportamento argiloso
do solo não é só o teor de argila, mas também a sua atividade. São os índices de consistência
que melhor indicam o comportamento argiloso.
Quando da proposição inicial do sistema de classificação por Casagrande, foi
introduzido o gráfico de plasticidade, montado a partir dos limites de consistência dos solos
finos. Com a revisão do sistema foram introduzidas algumas modificações, resultando no
gráfico abaixo.
Nele, os grupos estão distribuídos em cinco regiões, sendo a linha “A” separadora dos
solos argilosos inorgânicos (CL, CH) dos siltosos inorgânicos (ML, MH). A linha vertical
WL = 50% separa os solos de alta plasticidade (MH, CH) dos de baixa plasticidade (ML,
CL). Os solos orgânicos podem se situar, tanto acima quanto abaixo da linha “A”; as argilas
orgânicas serão representadas por pontos situados sobre ou acima dessa linha, enquanto os
siltes orgânicos estarão abaixo. A quinta região é a hachurada, onde o solo deverá ter o
símbolo duplo – (CL-ML), representando solos com WL menor do que 50% e 4 ≤ IP ≤ 7.
O gráfico de plasticidade deverá ser usado na classificação, tanto dos solos finos
quanto da fração fina dos solos grossos.
iniciando-se na vertical para WL = 16% e a partir deste ponto tem a equação: IP = 0,9 (WL –
8)
Para a classificação destes solos, basta a localização do ponto correspondente ao par
de valores IP e LL na Carta de Plasticidade.
Como característica complementar dos solos finos, é indicada sua compressibilidade.
Como já visto, constatou-se que os solos costumam ser tanto mais compressíveis quanto
maior seu Limite de Liquidez. Assim, o sistema adjetiva secundariamente como de alta
compressibilidade (H) ou de baixa compressibilidade (L) os solos M, C ou O, em função do
WL ser superior ou inferior a 50, respectivamente, como se mostra na Carta. Quando se trata
de obter a característica secundária de areia e pedregulhos, este aspecto é desconsiderado.
Quando os índices indicam uma posição muito próxima às linhas A ou B (ou sobre a
faixa de IP 4 a 7), é considerado um caso intermediário e as duas classificações são
apresentadas. Exemplos: SC-SM, CL-CH, etc.
Embora a simbologia adotada só considere duas letras, correspondentes às
características principais e secundárias do solo, a descrição deverá ser a mais completa
possível. Por exemplo, um solo SW pode ser descrito como areia (predominantemente)
grossa e média, bem graduada, com grãos angulares, cinza.
O Sistema considera ainda a classificação de turfa (Pt), que são os solos muito
orgânicos onde a presença de fibras vegetais em decomposição parcial é preponderante.
Figura 7.4 Esquema para classificação pelo Sistema Unificado
• a = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 35%. Se o valor de “a” for
negativo adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor como limite máximo.
a = Pp #200 - 35% (0 - 40).
• b = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 15%. Se o valor de “b” for
negativo adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor como limite máximo.
b = Pp #200 - 15% (0 - 40)
• c = valor do limite de liquidez menos 40%. Se o valor de “c” for negativo adota-se zero, e
se for superior a 20, adota-se este valor como limite máximo.
c = WL - 40% (0 - 20)
• d = valor do índice de plasticidade menos 10%. Se o valor de “d” for negativo adota-se
zero, e se for superior a 20, adota-se este valor como limite máximo.
d = IP - 10% (0 - 20)
Mecânica dos Solos I
Prof. Eduardo Rodrigues da Cunha Pág. 74
Capítulo VII
São considerados solos de graduação grosseira os que têm menos de 35% passando
nesta peneira 200 (são 50% na Classificação Unificada). Estes são os solos dos grupos A-1,
A-2 e A-3.
4.2.1 Solos A-1: São compostos de misturas bem granuladas de fragmentos de rocha,
de pedregulhos e de areias, com ou sem material aglutinante (ligante), pouco plástico.
Quando utilizado como material de revestimento (capa ou cobertura) de solos siltosos,
comporta-se muito bem.
O grupo A-1 se sub-divide em dois grupos: A-1a e A-1b:
A-1a – Solos formados por fragmentos de rocha (pedra) ou pedregulho, com ou sem
material fino funcionando como aglutinante. São solos grossos com menos de 50% passando
na peneira nº 10 (2,0 mm), menos de 30% passando na peneira nº 40 (0,42 mm) e menos de
15%passando na peneira nº 200. O IP dos finos deve ser menor do que 6. Correspondem,
aproximadamente, aos pedregulhos bem graduados, GW, do Sistema Unificado.
A-1b – São solos formados por areia grossa com ou sem material aglutinante. Solos
grossos, com menos de 50% passando pela peneira nº 40 e menos de 25% na peneira nº200,
também com IP menor que 6. Corresponde à areia bem graduada, SW.
Resumo do grupo A-1: sub-grupo A-1a = pedra
sub-grupo A-1b = areia grossa
4.2.2 Solos A-2: Compreendem de uma grande variedade de material granular, com
graduação regular e pouco material aglutinante. São solos com características satisfatórias
para construção de aterros ou para serem utilizados como revestimento de solos plásticos ou
siltosos. Quando bem compactados são muito estáveis
São areias em que os finos presentes constituem a característica secundária. São
subdivididos em A-2-4, A-2-5, A-2-6 e A-2-7, em função dos índices de consistência,
conforme o gráfico da figura 8.6 a seguir.
Os Sub-Grupos A-2.6 e A-2.7. Os solos destes sub-grupos são semelhantes aos
anteriores, com diferença de que, a parte que passa na peneira #40 tem, respectivamente as
mesmas características dos A-6 e A-7.
4.2.3 Solos A-3: Compreendem às areias finas de praias ou desertos, sem material
siltoso ou argiloso e ás areias finas com pouco silte plástico, e também as areias provenientes
dos rios, porém com pouca quantidade de pedregulho e areia grossa. São solos que permitem
boa drenagem e quando confinados, constituem sub-bases de qualquer tipo de pavimento.
Areias finas, com mais de 50% passando na peneira nº 40 e menos de 10% passando
na peneira nº 200. São, portanto, areias finas mal graduadas, com IP nulo. Correspondem às
SP.
Tomando-se como parâmetro básico que se considera como solos finos quando mais
de 35% do material em peso possuem diâmetro inferior a 0,074 mm (Peneira – 200). ). Estes
são os solos dos grupos A-4, A-5, A-6 e A-7.
4.3.1 Solos A-4: São aqueles solos formados principalmente por siltes, pouco ou nada
plásticos. Podem ser também misturas de 64% de areia e pedregulho, e 36% de siltes.
Possuem baixa compressibilidade – WL 40. IGMáx. = 8
São pouco estáveis e impróprios ao uso como subleito de pavimentos rígidos.
4.3.2 Solos A-5: São semelhantes às do grupo A-4, porém contendo materiais
micáceos e diatomáceos, que possuem elevado limite de liquidez e elásticos – WL 40.
IGMax = 12
4.3.3 Solos A-6: O solo típico deste grupo, é a argila plástica,tendo, geralmente, 75%
ou mais passando na # 200, incluindo–se também as misturas silto arenosas, que deixam
menos de 64% na # 200. Os Solos deste grupo comumente sofrem elevada mudança de
volume entre estados seco e úmido. IGMáx = 16
4.3.4 Solos A-7: São semelhantes às do grupo “A-6”, porém mais elásticos e de
elevados limites de liquidez. IGMáx. = 20
Os solos finos, a exemplo do Sistema Unificado, são subdivididos só em função dos
índices, de acordo com a Figura 8.6 abaixo. O que distingue um solo A-4 de um solo A-2-4 é
só a porcentagem de finos.
C O M P AC T AÇ Ã O DO S S O LO S
1. INTRODUÇÃO
Entende-se por compactação o processo manual ou mecânico que visa reduzir o volume
de vazios do solo, melhorando as suas características de resistência, deformabilidade e
permeabilidade.
Muitas vezes, na prática da engenharia geotécnica, o solo de um determinado local não
apresenta as condições requeridas pela obra. Ele pode ser pouco resistente, muito
compressível ou apresentar características que deixam a desejar de um ponto de vista
econômico. Pareceria razoável em tais circunstâncias, simplesmente relocar obra. Deve-se
notar contudo, que considerações outras que não geotécnicas frequentemente impõem a
localização da estrutura e o engenheiro é forçado a realizar o projeto com o solo que ele tem
em mãos. Para resolver este problema, uma possibilidade é adaptar a fundação da obra às
condições geotécnicas do local. Outra possibilidade é tentar melhorar as propriedades de
engenharia do solo local. Dependendo das circunstâncias, a segunda opção pode ser o melhor
caminho a ser seguido.
Neste capítulo será apresentado um método de estabilização e melhoria do solo por vias
mecânicas, denominado de compactação. Deve-se ressaltar que existem diversos outros
métodos de estabilização dos solos, sendo alguns destes realizados pela mistura ou injeção de
substâncias químicas (misturas solo-cimento, "Jet-ground", misturas solo-cal), ou pela
incorporação no solo de elementos estruturais; os quais têm por função conferir ao mesmo as
características necessárias para a execução da obra, as quais o solo não possui ou deixa a
desejar. Ex: solo reforçado, solo envelopado, terra armada, etc.
Os fundamentos da compactação de solos são relativamente novos e foram
desenvolvidos por Ralph Proctor, que, na década de 30, postulou ser a compactação uma
função de quatro variáveis:
• Peso específico seco,
• Umidade,
• Energia de compactação e
• Tipo de solo (solos grossos, solos finos, etc.).
A compactação dos solos tem uma grande importância para as obras geotécnicas, já que
através do processo de compactação (diminuição dos vazios no solo) consegue-se promover
2. O OBJETIVO DA COMPACTAÇÃO
4. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
Foi o Eng. Norte Americano Ralph Proctor que, em 1933 pela primeira vez,
estabeleceu a correlação entre os parâmetros que influem decisivamente na relação índice de
vazios, ou seja, o aumento do peso específico. Neste ano Proctor publicou uma série de artigos
divulgando o seu método de controle de compactação, baseado num novo método de projeto e
construção de barragens de terra compactada que estava sendo empregado na Califórnia.
Nesses artigos é que pela primeira vez, se enuncia um dos mais importantes princípios da
Mecânica dos Solos. Isto é, de que a densidade com que um solo é compactado, sob uma
determinada energia de compactação, depende da umidade do solo no momento da
compactação.
Proctor verificou que na mistura de solo com maiores quantidades de água, quando
compactada, o peso específico aparente da mistura aumentava, porque a água de certa forma,
funcionava como lubrificante, aproximando as partículas, permitindo melhor entrosamento e,
por fim, ocasionando a redução do volume de vazios. Num determinado ponto, atingia-se um
peso específico máximo, a partir do qual, ainda que se adicionasse mais água, o volume de
vazios passava a aumentar. A explicação desse fato reside em que quantidades adicionais de
água, após o ponto citado, ao invés de facilitarem a aproximação dos grãos, fazem com estes se
afastem, aumentando novamente o volume de vazios e causando o decréscimo dos pesos
específicos correspondentes.
A técnica de compactação é relativamente recente e seu controle ainda mais recente.
Antes dela os aterros eram feitos simplesmente lançando-se o material pela sua ponta. Resulta
disso: uma compressibilidade exagerada do aterro devido aos grandes vazios que podiam
formar-se entre as camadas lançadas, a grande porosidade do próprio material que permanecia
em estado fofo, ocasionando a instabilidade do aterro, o qual poderia perder totalmente sua
resistência se, porventura, sofresse saturação por chuvas intensas. Tudo isso levava a que os
aterros necessitassem de certo período de consolidação, para que pudessem ser utilizados com
segurança.
A moderna técnica, baseada no lançamento de aterros em camadas horizontais e com
passagem de rolos compressores pesados, com a finalidade de evitar o solo fofo e a formação
de vazios entre torrões, recebe a denominação de compactação. Portanto, é um processo
mecânico, pelo qual se procura, por aplicação de peso ou apiloamento, aumentar a densidade
aparente do solo lançado e, como conseqüência, aumentar-lhe a resistência.
Após estes estudos, Ralph Proctor postulou os procedimentos básicos para a execução
do ensaio de compactação. A energia de compactação utilizada na realização destes ensaios é
hoje conhecida como energia de compactação "Proctor Normal". A seguir são listadas, de
modo resumido, as principais fases de execução de um ensaio de compactação.
• Ao se receber uma amostra de solo (no caso, deformada) para a realização de um ensaio de
compactação, o primeiro passo é colocá-la em bandejas de modo que a mesma adquira a
umidade higroscópica (secagem ao ar). O solo então é destorroado e passado na peneira #4,
após o que adiciona-se água na amostra para a obtenção do primeiro ponto da curva de
compactação do solo. Para que haja uma perfeita homogeneização de umidade em toda a
massa de solo, é recomendável que a mesma fique em repouso por um período de
aproximadamente 24 hs.
• Após preparada a amostra de solo, a mesma é colocada em um recipiente cilíndrico com
volume igual a 1000 ml e compactada com um soquete de 2500 g, caindo de uma altura de
aproximadamente 30 cm, em três camadas com 25 golpes do soquete por camada, como
demonstra figura apresentada adiante.
• Este processo é repetido para amostras de solo com diferentes valores de umidade,
utilizando-se em média 5 pontos para a obtenção da curva de compactação.
• De cada corpo de prova assim obtido, determina-se o peso específico do solo seco e o teor
de umidade de compactação.
• Após efetuados os cálculos dos pesos específicos secos e das umidades, plotam-se esses
valores (γd ; w) em um par de eixos cartesianos, tendo nas ordenadas os pesos específicos
do solo seco e nas abcissas os teores de umidade, como se demonstra na figura a seguir. No
Brasil, este ensaio está normatizado pela NBR 7182:86.
.
.
.
.
Figura 8.2 Ensaio de compactação – Proctor normal
5. CURVA DE COMPACTAÇÃO
A partir dos pontos experimentais obtidos conforme descritos anteriormente, traça-se
a curva de compactação do solo, apresentada na figura abaixo. Nota-se que na curva de
compactação o peso específico seco aumenta com o teor de umidade até atingir um valor
máximo, decrescendo com a umidade a partir de então. O teor de umidade para o qual se
obtém o maior valor de γd (γdmax) é denominado de teor de umidade ótimo (ou simplesmente
umidade ótima).
O ramo da curva de compactação anterior ao valor de umidade ótima é denominado
de "ramo seco" e o trecho posterior de "ramo úmido" da curva de compactação. No ramo
seco, a umidade é baixa, a água contida nos vazios do solo está sob o efeito capilar e exerce
uma função aglutinadora entre as partículas. À medida que se adiciona água ao solo ocorre a
destruição dos benefícios da capilaridade, tornando-se mais fácil o rearranjo estrutural das
partículas. No ramo úmido, a umidade é elevada e a água se encontra livre na estrutura do
solo, absorvendo grande parte da energia de compactação.
.
.
Mecânica dos Solos I
Prof. Eduardo Rodrigues da Cunha Pág. 88
Capítulo VII
6. ENERGIA DE COMPACTAÇÃO
Embora mantendo-se o procedimento de ensaio descrito no item 4, um ensaio de
compactação poderá ser realizado utilizando-se diferentes energias. A energia de
compactação empregada em um ensaio de laboratório pode ser facilmente calculada mediante
o uso da equação apresentada a seguir.
< . . -
E= onde;
Figura 8.4 Efeito da Energia de Compactação nas Curvas de Compactação obtidas para
um mesmo solo
• * Proctor normal;
• ** Proctor modificado;
• *** Energia correspondente aproximadamente à energia do Proctor
intermediário.
Pode-se fazer então a seguinte indagação: Porque os solos não são compactados em
campo em valores de umidade inferiores ao valor ótimo? A resposta a esta pergunta se
encontra na palavra estável. Não basta que o solo adquira boas propriedades de resistência e
deformação, elas devem permanecer durante todo o tempo de vida útil.
Conforme se pode notar da figura a seguir, caso o solo fosse compactado no teor de
umidade w1, ele iria apresentar uma resistência bastante superior- Rm - àquela obtida
quando da compactação no teor de umidade ótimo. Conforme também apresentado na figura,
contudo, este solo poderia vir a se saturar em campo (em virtude de um período de fortes
chuvas, por exemplo), vindo a alcançar o valor de umidade w2, para o qual o valor de
resistência apresentado pelo solo é praticamente nulo- r. No caso de o solo ser compactado na
umidade ótima, o valor de sua resistência cairia somente de Rm para Rx, estando o mesmo
ainda a apresentar características de resistência razoáveis.
Figura 8.7 Curva de variação da resistência dos solos e do seu índice de vazios conforme o
teor de umidade de compactação
• A vibração consiste numa força vertical aplicada de maneira repetida, com freqüências
elevadas, superiores a 500 golpes por minuto. Isto significa que à força vertical se soma
uma aceleração produzida por uma massa excêntrica que gira com determinada
freqüência. A compactação por vibração é obtida com os rolos vibratórios dos mais
diversos tipos, trabalhando na faixa de freqüência de 900 a 2000 golpes por minuto e
com determinada amplitude de oscilação do material constituinte do terreno e a
freqüência utilizada é dita freqüência de ressonância.
• O impacto resulta de uma ação semelhante à da vibração, diferenciando-se, apenas, pela
baixa freqüência da aplicação dos golpes. A compactação por impacto se faz
ocasionalmente, quando não se podem utilizar outros equipamentos, empregando-se a
energia proveniente da queda do aparelho de uma determinada altura, como, por
exemplo, o “sapo mecânico”. Grandes pesos (10 a 40 toneladas) levantados por
guindastes e deixados cair de uma altura de 10 a 20 m, são utilizados para compactar
aterros ou camadas naturais de grandes espessuras (5 a 15 m).
10.1.1 Soquetes
manuais ou mecânicos (sapos). A camada compactada deve ter 10 a 15cm para o caso dos
solos finos e em torno de 15cm para o caso dos solos grossos.
10.2 Umidade
Essas operações levadas a efeito para deslocar a umidade natural do solo às proximidades
da umidade ótima, são operações que retardam a compactação, reduzindo-lhe o rendimento e
aumentando o custo.
Entretanto, existe a possibilidade de se atingir a densidade máxima para um determinado
solo e para determinado equipamento utilizado, aumentando-se a energia de compactação com
maior número de passadas, como se explica no item a seguir.
ótimo, sendo difícil de se conseguir, pela aeração, a sua diminuição, devido à freqüência das
precipitações pluviais.
Nesse caso, insistindo-se na rolagem, isto é, aumentando-se o número de passadas do
equipamento, atingir-se-á a mesma densidade obtida com o número mínimo N, economizando-
se a operação demorada e, por vezes inútil, da aeração artificial com arado e grade.
Deste modo, a compactação dos solos em campo é definida para um determinado número
de passadas, normalmente inferior a 10
Em geral, 8 a 12 passadas do rolo em uma camada de solo a ser compactada é
suficiente. Caso com 15 passadas não se atinja o valor do peso específico seco determinado, é
recomendável que se modifique as condições antes fixadas para a compactação.
Por razões econômicas, é preferível que a espessura da camada seja a maior possível.
Entretanto, há outros fatores em jogo que determinam a altura da camada espalhada, tais como
as características do material e o tipo de equipamento empregado. O quadro de especificações
dos equipamentos fornece as espessuras máximas recomendadas para os diversos
compactadores. Todavia, a prática indica que, de modo geral, é preferível a fixação de valores
menores a fim de se garantir a compactação uniforme em toda a altura da camada.
No caso de materiais argilo-siltosos, usando-se o rolo pé de carneiro, recomenda-se que a
espessura solta da camada não ultrapasse 20% da altura da pata do rolo.
As especificações de compactação de solos, em obras rodoviárias, fixam em 30 cm a
espessura máxima final das camadas, após a rolagem, aconselhando-se espessuras normais em
torno de 20 cm, para se garantir a homogeneidade.
Para os materiais granulares recomenda-se que sejam usadas camadas de no máximo 20
cm compactadas.
Figura 8.13 Compactação da base de uma pista rodoviária com rolo compactador auto-propelido
Cabe observar, porém, que esses números são resultantes de recomendações genéricas,
sendo lícito modificá-los, aumentado-os ou diminuindo-os em função dos resultados oferecidos
pela pista experimental.
O que realmente importa é que a espessura adotada, em função do equipamento usado,
garanta a homogeneidade da camada, isto é, que se obtenha a mesma densidade em toda a sua
massa.
γdCampo = peso específico aparente seco “in situ” (no aterro executado).
γdMáx = peso específico aparente seco máximo obtido no ensaio de Proctor, no
laboratório, com a energia de compactação especificada.
A vista do que já foi exposto, chega-se à conclusão de que não é possível estabelecer-se
um esquema rígido nas prescrições para a execução da compactação. Ao contrário, a
experimentação e o método das tentativas são os processos mais indicados para se chegar à
execução rápida e econômica do adensamento mecânico (compactação) dos solos, excluindo-
se, definitivamente, a fixação arbitrária dos parâmetros como o número de passadas, a
espessura da camada, a velocidade do equipamento, etc.
A maneira correta de se enfrentar o problema consiste, em primeiro lugar, na seleção do
material a ser empregado no aterro, seguindo-se depois a escolha dos equipamentos supostos
como os mais apropriados para o caso.
Em seguida, passamos à fase de ajustagem, já no campo, executando a compactação em
trechos (pistas) experimentais, concluindo-se, por tentativa, qual o número de passadas,
espessuras, velocidade, teor de umidade, mais favoráveis para a obtenção do grau de
compactação desejável, dentro das condições vigentes naquela obra.
A seqüência construtiva da compactação de aterros seria, pois resumidamente:
• Lançamento e espalhamento do material com os “motorcrapers” ou unidades de
transporte, procurando-se obter, aproximadamente, a espessura solta adotada;
• Regularização da camada, utilizando-se a motoniveladora para o acerto da altura da
camada solta dentro dos limites impostos pelas especificações. Admite-se que a espessura
da camada solta seja de 20 a 25% maior do que a altura final da camada, após a
compactação.
• Homogeneização da camada (pulverização) pela remoção ou fragmentação de torrões
secos, material conglomerado, blocos ou matacões de rocha alterada, material orgânico,
etc., obtendo-se a pulverização do solo de forma homogênea.
• Determinação da umidade natural do solo (w), através de um método expedito
• Compactação da camada regularizada e homogeneizada.
• Tipo de solo;
• Espessura da camada;
• Entrosamento entre as camadas;
• Número de passadas;
• Tipo de equipamento;
• Umidade do solo;
• Grau de compactação alcançado.
.
.
11.1.1 Método da frigideira
É o processo expedito mais comum entre os laboratoristas. Normatizado pela norma
DNIT ME 86-64 – Determinação da umidade pelo método expedito da frigideira, consiste em
se utilizar de uma frigideira e um fogareiro, onde se faz uma secagem violenta e rápida, no
próprio campo, das amostras de solo. Este processo tem a desvantagem de queimar a matéria
orgânica e retirar água de cristalização da argila.
O aparelho Speedy é muito sensível, e sua aferição deve ser feita sempre em
curto espaço de tempo, para que os valores apresentados sejam confiáveis
Preenchendo-se este furo com uma areia fina, de densidade previamente conhecida, e
tomando-se a diferença de peso do frasco de areia antes e depois do furo preenchido com ela,
consegue-se determinar o volume do furo efetuado
1.2.2 Método do amostrador
Este ensaio é normatizado através da NBR 9813:87 – Determinação da massa
especifica aparente, in situ, com o emprego de cilindro de cravação.
O amostrador é um cilindro oco (Figura 9.15), com a parte inferior em bisel e cujas
dimensões internas são conhecidas, permitindo o cálculo do volume V. O amostrador é
cravado no solo por percussão, retirando-se a amostra cujo peso úmido é W. Conhecendo-se o
teor de umidade da amostra, calcula-se o peso seco da amostra e determina-se diretamente γd
campo.
Este processo tem a vantagem de trabalhar com a amostra não perturbada, o que daria
maior precisão ao método.
• Um ensaio para determinação de peso especifico “in situ”, para cada 1000 m³ de
material compactado, no corpo do aterro;
• Para as camadas finais (60 cm abaixo do greide final), uma determinação do peso
especifico “in situ”, para cada 100 m de extensão de camada, alternadamente no eixo e
bordos.
indicações da perda de resistência do solo com a saturação, para sua utilização em bases, sub-
bases e sub-leitos de pavimentos.
Apesar de ter um caráter empírico, o ensaio de CBR é mundialmente difundido e
serve de base para o dimensionamento de pavimentos flexíveis.
Para a realização do ensaio de ISC, são confeccionados corpos de prova no valor da
umidade ótima (wot), utilizando-se três diferentes energias de compactação (a maior energia
empregada sendo aproximadamente igual à energia do Proctor modificado). O ensaio ISC
visa determinar:
• Propriedades expansivas do material;
• Índice de suporte California.
Para a determinação do Índice de Suporte Califórnia teremos que passar por três fases
anteriores:
• A execução de um ensaio de compactação, na energia do Proctor Modificado,
• Ensaio de expansão, determinando as propriedades expansivas do material,
• Finalmente o ensaio de determinação do Índice de Suporte Califórnia ou CBR
(“California Bearing Ratio”), propriamente dito.
.
12.2 Material constituinte do corpo de prova
Figura 8.19 Visão do disco anelar de carga, corpo de prova montado para o ensaio de
expansão e diagrama do ensaio de expansão.
Com os valores obtidos dos três corpos de prova traça-se o gráfico apresentado na
figura a seguir. O valor do Índice de Suporte Califórnia é determinado como sendo igual ao
valor correspondente a 95% do γdmax determinado para a energia do Proctor Modificado. O
valor de Índice de Suporte Califórnia assim obtido é utilizado para avaliar as potencialidades
do solo para uso na construção de pavimentos flexíveis. A equação abaixo, por exemplo,
apresenta uma correlação empírica utilizada para se estimar, a partir do I.S.C., o módulo de
elasticidade do solo.
.
.
Mecânica dos Solos I
Prof. Eduardo Rodrigues da Cunha Pág. 112
Capítulo VII
.
.
E = 65 (ISC)0,65 (kgf/cm²)