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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE DIREITO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III
DOCENTE: GLEYDSON KLEBER LOPES DE OLIVEIRA

Henrique Eduardo Gonçalves de Farias Filho

DIREITO CIVIL III – EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

NATAL/RN
2015.1
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O contrato, em condições ideais, termina com o cumprimento de suas prestações.
A execução (solutio), por meio da quitação, apesar de ser a forma comum de extinção
contratual, não é a única; sabe-se que o contrato poderá ser extinto anteriormente ao seu
cumprimento, ou ainda no decurso deste. No caso de quitação, dever-se-á receber um
recibo, o qual não é nada menos que direito do devedor, como forma de provar que
aquela obrigação foi adimplida. A quitação é um direito do solvens, portanto, se esta não
lher for entregue, poderá reter o pagamento, sem que se configure mora, ou poderá
consignar a prestação devida.
Temos, também, as formas de extinção por fatos anteriores ou contemporâneos à
sua celebração, supervenientes à sua formação e a extinção por morte. O Código Civil de
2002, embora ainda com certas lacunas, versou acerca deste tema nos artigos 472 a 480,
com alguns casos específicos espalhados pela legislação. Maria Helena Diniz assevera
este é um tema nebuloso, em que falta sistematização, redações mais sintéticas e
conceitos, assim como classificações, mais claros.

2 EXTINÇÃO POR CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO


Exemplos de extinção pelo cumprimento é o pagamento do preço de obrigação
instantânea, ou todas as parcelas de obrigação de trato sucessivo; quando a obrigação de
não fazer é realizado; quando a coisa é entregue etc.
Existem, também, casos menos evidentes, como o fim de prazo previsto para o
negócio, desde que suas obrigações, pactuadas no período de vigência, tenham sido
cumpridas. A regra é que, diante da extinção do contrato, não se terá obrigações
referentes ao seu conteúdo. Ainda assim, diante dos princípios que passam a nortear o
Direito Contratual, e o Direito Privado como um todo, deve se ter a boa-fé ainda após a
celebração do contrato, em sua facete objetiva, podendo caracterizar a sua inexistência
em abuso de direito ou violação de um dever anexo.

3 EXTINÇÃO POR FATOS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEOS À SUA


CELEBRAÇÃO
No que concerne à extinção por questões anteriores à formação do contrato, tem -
se os casos de invalidade contratual (teoria das nulidades) e aqueles de anulabilidade dos
contratos. A denominada Teoria da Inexistência do Negócio, a qual é defendida por
parcela da doutrina, como Villaça Azevedo, não encontra espaço no ordenamento
jurídico pátrio, pois o Código Civil de 2002 (Lei nº 10.406) não a utiliza, di spondo
apenas do negócio nulo e anulável. Portanto, ainda que se falte parte de seus elementos
essenciais, não se considerará o negócio jurídico como inexistente. Parcela da doutrina
pátria tece outras críticas à teoria, como a privação dos interessados de boa-fé nos
resultados do negócio.
Além destes dois casos, embora de menor proporção, há-se também os casos de
previsão de cláusula de resolução expressa ou de arrependimento, os quais poderão
acarretar a extinção dos contratos diante de circunstâncias fáticas anteriores à sua
celebração. Estes não são decorrentes de uma teoria do negócio jurídico, mas sim da
privada autonomia privada que, com a constitucionalização do Direito Privado, tomou o
lugar da autonomia da vontade.

3.1 Nulidade dos contratos


Consideram-se nulos os contratos quando são celebrados por absolutamente
incapazes; quando sério problema acometer o seu objeto, qual seja, a ilicitude,
impossibilidade, ou se este for indeterminado ou indeterminável; caso a motivação de
ambas as partes seja ilícito; quando não for respeita a solenidade exigida em lei,
considerada essencial para sua validade; quando for de seu objetivo fraudar a lei
imperativa; e, por fim, quando a lei assim o declarar (nulidade textual) ou proibir o ato
sem cominar sanção (nulidade virtual) (Art. 166, CC).
O Código Civil em vigor também considera nulos aqueles negócios simulados.
Alguns doutrinadores, como Flávio Tartuce, defendem que a coação física gera a
nulidade contratual. Embora não seja expresso pelo Código Civil, o fato deste acarretar
em ausência completa do consentimento, pois uma das partes apenas aceitará a obrigação
por forças externas à sua vontade, sendo, portanto, nulo pela falta de requisito essencial
(vontade). A parcela de autores que defende a possibilidade de contratos inexistentes
acredita que este seria um exemplo típico.

3.2 Anulabilidade dos contratos


Ter-se-á a anulabilidade, conforme aduz o artigo 171 do Código Civil, quando o
contrato for celebrado por pessoa relativamente incapaz; e demais vícios do negócio
jurídico, como erro, dolo, coação moral, lesão subjetiva, estado de perigo e fraude contra
credores. Nestes casos, o prazo para propositura de ação anulatória é, em regra, de quatro
anos (art. 178). Como é comum, também se consideram anuláveis aqueles casos que a lei
assim o dispuser, por exemplo, o não cumprimento da outorga conjugal para celebração
de certos contratos.

3.3 Cláusula resolutiva expressa


A cláusula resolutiva expressa, caso prevista no contrato, poderá dispor acerca de
certo evento (futuro e incerto) com o condão de extinguir o contrato, ainda que este não
tenha sido cumprido. Embora seja por causa de um acontecimento futuro, a previsão é
feita anteriormente à celebração, sendo, portanto, um fato anterior que garante a extinção
contratual. Em caso de causa resolutiva tácita, esta necessitará de interpelação judicial, e,
ao contrário da expressa, os efeitos gerados são ex nunc.

3.4 Direito ao arrependimento


A inserção de cláusula de direito ao arrependimento aduz que, caso qualquer uma
das partes se arrepender, o contrato será extinto, em virtude de declaração unilateral de
vontade. Isto não deve ser confundido com o direito ao arrependimento de origem legal,
previsto no Código de Defesa do Consumidor.

4. EXTINÇÃO POR FATOS SUPERVERNIENTES À SUA FORMAÇÃO


Caso alguma das partes tenha sofrido prejuízo diante do fato superveniente que
extinguirá o contrato, estar-se diante de um caso de rescisão contratual. Rescisão, que é o
gênero, comporta as seguintes espécies: resolução (extinção pelo descumprimento) e
resilição (extinção decorrente de vontade bilateral, ou, quando a lei permitir, unilateral).

4.1 Hipóteses de resolução


A resolução, por sua vez, poderá existir nos casos de inexecução voluntária,
inexecução involuntária, cláusula resolutiva tácita ou por onerosidade excessiva. A
denominada resolução por inexecução voluntária surge diante da impossibilidade de
prestação por culpa ou dolo do devedor, que poderá ocorrer nas obrigações de fazer ou
não fazer. Como exemplo, cita-se o caso de venda de produto para terceiro, quando já se
havia sido vendido anteriormente. Não tendo mais a posse do produto, é um caso de
inexecução voluntária. Caso seja eivada de culpa, o inadimplemente se sujeitará ao
ressarcimento, somadas as perdas e danos.
A parte lesada poderá pedir a resolução do contrato ou exigir o seu cumprimento,
cabendo, qualquer que seja a hipótese, indenização por perdas e danos. O
inadimplemento substancial, aquele que decorre da inobservância da função social dos
contratos em sua eficácia interna, também pode ser utilizado nestes casos.
Em se tratando de fato alheio à vontade dos contratos, surge o caso de resolução
por inexecução involuntária, como a impossibilidade decorrente de caso fortuito ou força
maior. Como são fatos que não estão no controle das partes, não se poderão exigir as
perdas e danos, apenas haverá a devolução de tudo que foi pago, retornando à obrigação
ao cenário mais próximo daquele anterior à sua formação. Entretanto, existem exceções,
como aquela do devedor em mora ou a previsão no contrato para essa responsabilidade,
que poderá ser relativizada nos contratos de adesão.
A extinção resultante de cláusula resolutiva tácita, ou seja, aquela prevista em lei,
a qual gera a extinção diante de um evento futuro e incerto, normalmente é tida como
forma de defesa, pois, havendo descumprimento bilateral, o contrato reputar-se-á extinto.
Ela está subentendida em todos os contratos bilaterais ou sinalagmáticos, para caso um
dos contraentes não cumprir o que deveria, autoriza o outro a pedir rescisão contratual,
caso não prefira exigir o cumprimento, somadas a indenização das perdas e danos. O
pronunciamento, nesses casos, deverá ser judicial, pois não se rescinde de pleno direito,
como tratado anteriormente.
Nos casos em que evento superveniente, extraordinário e imprevisível dificulte
sobremaneira o adimplemento do contrato, será o caso de onerosidade excessiva, a qual
acarretará na extinção do contrato. Se nos casos de cláusula resolutiva expressa ou direito
ao arrependimento vale-se de fundamento a autonomia privada, aqui há uma mitigação
diante do dirigismo contratual, que invoca a supremacia do interesse público e o lucro
desarrazoado à outra parte. Os efeitos da sentença que a garantir, por prisão legal,
retroagirão à data da citação do processo (ex tunc).
Além desses, existem outras formas especiais, como a frustração do fim de
contrato, na qual se configura a perda da base em sentido objetivo, também acarretará na
extinção contratual.

4.2 Hipóteses de resilição


A resilição bilateral, também chamada de distrato, é realizada a partir da
celebração de novo negócio, no qual ambas as partes concordam, em comum acordo,
extinguir o contrato anterior. Este novo contrato deverá obedecer às normas e formas de
sua espécie, ressalvada a forma no caso de quitação. Em regra, produzirá efeitos ex nunc.
A resilição unilateral só é prevista em casos excepcionais, como na locação, no
mandato, na prestação de serviços, no depósito, na fiança... Esta ocorrerá mediante
denúncia notificada à outra parte. São casos de resilição unilateral, por exemplo, a
decorrente da perda de confiança nos pactos que são determinantes ao contrato
(revogação) e a exoneração por parte do fiador, na fiança por prazo indeterminado.
Em consonância com o princípio da função social dos contratos, há-se norma que
garante expressamente uma mitigação nas hipóteses de resilição unilateral, caso uma das
partes houver feito investimentos pesados à execução de negócio, caso em que esta
deverá esperar prazo compatível com a natureza e montante dos investimentos.

5 EXTINÇÃO POR MORTE DE CONTRATANTE


Caso a obrigação contraída seja personalíssima ou intuitu personae, como, por
exemplo, a contratação de um renomado pianista para fazer uma apresentação, a morte
gerará a extinção do contrato (cessação contratual). Em certas hipóteses, como na fiança,
os herdeiros não recebem o encargo de ser fiado, só respondendo pelas dívidas vencidas
durante a vida de seu genitor até os limites da herança.

REFERÊNCIAS

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro – Teoria das Obrigações
Contratuais e Extracontratuais. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

TARTUCE, Flávio. Direito Civil – Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie.
2. ed. São Paulo: Método, 2007.

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