Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
¹ Pedro Henrique Coelho Santos é graduando em Engenharia Civil da UCSal – Universidade Católica do
Salvador; email: pedrohenrique7@gmail.com
Existem muitas formas de revestir a fachada de um prédio, pois pode-se usar pinturas
acrílicas, texturas, placas cerâmicas, mármores, entre outros. No entanto, o que mais vem
sendo usado nas fachadas das edificações em todo Brasil, principalmente nas regiões
litorâneas, é o revestimento cerâmico. Este procedimento oferece ótima resistência à maresia
e às intempéries, além de proteger contra infiltrações, assegurar proteção mecânica, com fácil
limpeza e baixo custo de manutenção. Dessa forma, verifica-se às condições de proteção e
vedação das edificações contra a ação dos agentes externos.
Para que essas propriedades sejam alcançadas são necessários cuidados especiais em
relação ao sistema de produção das pastilhas, assentamento das peças e limpezas, afim de que
os requisitos de projeto sejam contemplados. Caso contrário, patologias diversas irão ocorrer,
prejudicando e causando graves problemas para a edificação.
2
2. REVESTIMENTOS CERÂMICOS
3
Para a produção dos esmaltes (utilizados para o acabamento do revestimento) utilizam-se
também outros compostos minerais, que constituem seus três componentes básicos: elementos
fundentes (chumbo, magnésio, cálcio e sódio), elementos opacificadores e refratários, que
determinam as propriedades finais do vidro (estanho, zinco, zircônio e alumínio), e elementos
vítreos, que formam o corpo do esmalte (quartzo e feldspato).
4
É importante citar que o porcelanato é atualmente a cerâmica de revestimentos que apresenta
as melhores características técnicas e estéticas, se comparada com as demais encontradas no
mercado, como pode ser visto na Tabela 1. Tal sucesso se deve a um longo processo de
desenvolvimento tecnológico, o qual permitiu a elaboração de um material constituído por
fases cristalinas de elevada dureza, muito denso. A absorção de água é de no máximo 0,5%%.
Procura-se hoje construir cada vez mais com o máximo de economia, mas mantendo a
qualidade do produto a ser usado, para realmente saber até onde um determinado material é
confiável.
5
Tabela 2 – Principais causas de patologias (VERÇOZA, 1991)
Causas Porcentagens (%)
Projeto 40
Execução 28
Materiais 18
Mau uso 10
Mau planejamento 04
As patologias em edifícios têm causas específicas e podem ser classificadas segundo a Tabela
3.
Execução 52
Projeto 18
Uso 14
Materiais 06
Outros 16
Muitos edifícios usam para fim estético e também de proteção contra intempéries, pintura
sobre a fachada. As tintas criam uma película protetora, no entanto patologias acabam
surgindo e ocasionando muitas manutenções.
Em alguns casos podem-se encontrar danos causados por problemas de umidade e infiltrações
nas fachadas, ocorrendo o aparecimento de manchas e bolhas. A causa mais freqüente para o
6
aparecimento desta patologia é a capilaridade, onde a umidade sobe pelo solo, pelo interior da
alvenaria, e atinge a pintura da fachada (VERÇOZA, 1991).
Quando se fala em danos em fachadas, existem manifestações que atinge vários prédios, são
as fissuras ou trincas, que podem indicar as seguintes situações:
Os sais presentes no solo e/ou nos materiais utilizados na construção civil podem afetar as
alvenarias e concretos, pela sua deposição na região interior ou exterior das construções. A
formação de depósitos de sais em alvenarias e concretos ocorre pela cristalização dos sais das
soluções aquosas, cuja saturação foi atingida em conseqüência da evaporação do solvente.
A solução aquosa é formada no interior da peça cerâmica pelo contato entre a água e sais
solúveis presentes no material, ou é oriunda de fontes externas e movimenta-se de uma parte a
outra da estrutura através da rede capilar do material. Assim, as condições necessárias para
que ocorra a formação desses depósitos em alvenarias e concretos são a coexistência de: água,
sais solúveis em água e condições ambientais e de estrutura que proporcionem a percolação e
evaporação da água. Se um destes três itens deixarem de existir, não é possível a formação de
depósitos de sais.
7
Florescências são depósitos salinos que se formam nas peças cerâmicas queimadas, sendo
também a água o agente mobilizador dos sais solúveis. As florescências são atividades
patológicas que se produzem nas peças cerâmicas mediante o estímulo de agentes externos
Segundo, MENEZES (2006), as florescências podem ser divididas em dois grandes grupos:
subflorescências (criptoflorescências) e eflorescências. As subflorescências são florescências
não visíveis, porque os depósitos salinos se formaram sob a superfície da peça, enquanto que
nas eflorescências os depósitos salinos se formam na superfície dos produtos cerâmicos,
paredes, pisos e tetos. A cristalização de sais na superfície das peças cerâmicas não produz
esforços mecânicos importantes. Ao contrário, quando a cristalização se dá no interior do
material, nos poros e rede capilar, podem ser produzidos esforços mecânicos consideráveis.
Assim, as eflorescências causam degradação microestrutural apenas nas zonas próximas a
superfície, bem como degradação estética no produto cerâmico, paredes pintadas, pisos e
tetos. Os danos na aparência das construções intensificam-se quando há um contraste de cor
entre os depósitos de sais e a alvenaria. Enquanto que as subflorescências podem causar sérios
danos a durabilidade e resistência das peças.
Além de fontes de sais e presença de água na construção, para que ocorra a formação dos
depósitos de sais, tal como já mencionado, são necessárias também condições ambientais que
proporcionem a percolação da água no material e sua evaporação. Regiões áridas e semi-
áridas, como grande parte do Nordeste do Brasil, apresentam condições climáticas que
favorecem uma elevada salinização do solo. Esta fonte "inesgotável" de sais solúveis, aliada
aos ventos contínuos, faz do Nordeste uma região com elevadas condições para o
desenvolvimento de eflorescências e subflorescências. Um outro agravante é a escassez de
água na região, que leva produtores a utilizarem no processo de fabricação de produtos
cerâmicos, águas com elevadas concentrações de sais, muitas vezes provenientes de poços. O
que se agrava durante o período de estiagem, quando a concentração de sais solúveis destes
poços é muitas vezes superior ao teor de sais da água do mar.
8
Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de manchas e eflorescências,
como se pode ver na Figura 1. Para ocorrer o fenômeno tem que existir as seguintes
condições:
Em algumas situações (ambientes constantemente molhados) e com alguns tipos de sais (de
difícil secagem), estes depósitos apresentam-se como uma exsudação na superfície. Não
haverá ocorrência deste problema, quando eliminado qualquer um desses fatores: sais
solúveis, presença de água ou porosidade do componente de revestimento
9
água). Pela ação da água de chuva ou do solo estes sais são dissolvidos e migram para a
superfície e a evaporação da água resulta na formação de depósitos salinos.
Segundo, BAUER, na Tabela 4, são os sais mais comuns em eflorescências, sua solubilidade
em água, bem como a fonte provável para seu aparecimento
10
Tabela 4- Sais mais comuns em eflorescências
11
Ainda segundo BAUER (2001), é freqüente a ocorrência de eflorescências em revestimentos
cerâmicos porosos ou no rejuntamento de revestimentos pouco ou não porosos de pisos e
paredes em contato com água de chuva, molhagem ou umidade. Este fato ocorre devido ao
elevado teor de hidróxidos, notadamente de cálcio, encontrados no tipo de cimento utilizado
na argamassa da execução da proteção mecânica da impermeabilização e no assentamento dos
próprios revestimentos. A água, ao permear pelos revestimentos e/ou seus rejuntes e trincas,
dissolve os hidróxidos do cimento, tornando-se alcalina. Ao encontrar condições de aflorar
por percolação ou evaporação, ocorre a formação das eflorescências.
Assim como mostra a Figura 2, boa parte dos casos de surgimento de eflorescência acontece
devido à passagem da água por fissuras na interface entre rejunte e bordas da placa. Aderência
à borda e capacidade de deformação são propriedades que devem ser exigidas da argamassa
6. EFLORESCÊNCIA EM CONCRETO
A substância branca, como mostra a Figura 3, dá a impressão de que a cor das peças está
desbotando e é mais fácil de se observar em produtos de cores escuras. Quando o produto está
molhado não se percebe o esbranquiçado, mas quando seca a eflorescência reaparece. Quando
a umidade evapora, o esbranquiçado da eflorescência aparece. Esta é uma condição de todos
os produtos de concreto e não afeta a integridade estrutural do produto. Há produtos de
limpeza para remoção da eflorescência. Entretanto o procedimento recomendado é deixá-lo
ser lavado e desaparecer o esbranquiçado ao longo do tempo.
13
Figura 3: Eflorescência em concreto
7. PROCEDIMENTO DE RECUPERAÇÃO
Para a remoção dos depósitos nas áreas já comprometidas com a ocorrência deste problema,
pode -se recorrer a uma simples lavagem da superfície do revestimento, o que geralmente já é
suficiente para a eliminação dos depósitos, mas eles podem voltar a ocorrer, principalmente se
as condições continuarem a serem propícias. Com o passar do tempo, porém, o problema
tende a diminuir, à medida em que os sais forem sendo eliminados.
Segundo a NBR 7200 /1982, quanto à limpeza do revestimento cerâmico, deve -se evitar o
uso de ácido muriático. Caso seja necessário seu uso, fazê -lo em concentrações baixas e em
pequena quantidade, enxaguando muito bem a superfície após seu uso. A norma cita ainda a
importância de:
• Utilizar placas cerâmicas de boa qualidade, ou seja, queimadas em altas temperaturas (o que
elimina os sais solúveis de sua composição e a umidade residual).
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A umidade nas construções sempre foi uma grande preocupação nas obras. E o fenômeno da
Eflorescência tem ocorrido em muitos empreendimentos, principalmente em cidades
litorâneas e com alto teor de salitre, como Salvador. Que visitando os bairros, como Pituba,
Jardim Armação e Amaralina, a eflorescência aparece em muitos prédios e casas.
Em vários casos o problema de origem inicialmente estético pode vim a afetar a estrutura,
bastando apenas que a umidade chegue as armaduras, com isso esse fenômeno tem sido
bastante estudado e divulgado, já que a imagem e a segurança do empreendimento estão em
jogo. Sendo a fachada, o principal fator de vendas. Com isso cabe ao corpo técnico da obra,
ter o pleno conhecimento dessa patologia, sabendo fazer o melhor uso dos materiais, evitando
assim o surgimentos dos sais brancos que afetam visualmente a construção.
15
REFERÊNCIAS
http://www.abceram.org.br/asp/abc_5.asp - Acessado no dia 15 de setembro de 2008
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/137/ipt-responde-98613-1.asp - Acessado
no dia 20 de setembro de 2008
.L Uemoto, “Patologia: Danos causados por Eflorescência”, PINI, S. Paulo (1988) p. 561
NBR 7200: Revestimentos de paredes e tetos com argamassas, materiais, preparo, aplicação e
manutenção. – Procedimento. Rio de Janeiro, 1982.
16
This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.
The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
This page will not be added after purchasing Win2PDF.