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EFLORESCÊNCIA: CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS.

Pedro Henrique Coelho Santos¹


Antonio Freitas silva Filho²

RESUMO: Eflorescências são depósitos cristalinos de cor branca surgem na superfície do


revestimento, como piso (cerâmicos ou não), paredes e tetos, resultantes da migração e
posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas. Os depósitos acontecem quando os
sais solúveis nos componentes das alvenarias, nas argamassas de emboço, de fixação, de
rejuntamento ou nas placas cerâmicas são transportados pela água utilizada na construção,
na limpeza ou vinda de infiltrações, através dos poros dos componentes de revestimento.
Esses sais em contato com o ar se solidificam, causando depósitos.
Em situações com ambientes constantemente molhados e com algum tipo de sais de
difícil secagem, estes depósitos apresentam-se com uma “exsudação” na superfície,
aparentando então a cor branca nas áreas revestida, comprometendo os aspectos
relacionados à estética.
Vale ressaltar que as placas cerâmicas e a argamassa possuem vazios em seu
interior, como cavidades, bolhas, poros abertos e fechados e uma enorme rede de micro
canais. A água então pode passar para o seu interior por capilaridade ou mesmo por força
do gradiente hidráulico.
Este trabalho tem como finalidade evidenciar os mecanismos que causam a
eflorescência, suas causas e suas soluções, a partir de informações necessárias sobre o tipo
de cimento a ser aplicado e as características das cerâmicas usadas. Sendo assim, tem-se
como objetivo de evitar o aparecimento dessa patologia.

Palavras chaves: Eflorescência, cerâmicas e patologias.

¹ Pedro Henrique Coelho Santos é graduando em Engenharia Civil da UCSal – Universidade Católica do
Salvador; email: pedrohenrique7@gmail.com

² Antonio Freitas Silva Filho, é Mestre em Engenharia Civil; email: freitaseng@bol.com.br


1. INTRODUÇÃO

Existem muitas formas de revestir a fachada de um prédio, pois pode-se usar pinturas
acrílicas, texturas, placas cerâmicas, mármores, entre outros. No entanto, o que mais vem
sendo usado nas fachadas das edificações em todo Brasil, principalmente nas regiões
litorâneas, é o revestimento cerâmico. Este procedimento oferece ótima resistência à maresia
e às intempéries, além de proteger contra infiltrações, assegurar proteção mecânica, com fácil
limpeza e baixo custo de manutenção. Dessa forma, verifica-se às condições de proteção e
vedação das edificações contra a ação dos agentes externos.

Para que essas propriedades sejam alcançadas são necessários cuidados especiais em
relação ao sistema de produção das pastilhas, assentamento das peças e limpezas, afim de que
os requisitos de projeto sejam contemplados. Caso contrário, patologias diversas irão ocorrer,
prejudicando e causando graves problemas para a edificação.

As patologias surgem quando, em um determinado momento, a construção deixa de


apresentar desempenho previsto pelos construtores. Existem duas formas mais comuns dessas
patologias aparecerem, a primeira ainda na fase de projeto, quando o projetista não fez um
estudo completo de qual e como seria a melhor forma para a aplicação do revestimento e a
segunda, quando durante a execução os assentadores fazem o serviço sem o preparo
adequado, sem a devida importância e/ou os responsáveis pela obra não controlam
corretamente o processo de produção.

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2. REVESTIMENTOS CERÂMICOS

A cerâmica de revestimento é uma mistura de argila e outras matérias-primas inorgânicas,


queimadas em altas temperaturas Sua aplicação com fins decorativos teve início com as
civilizações do Oriente, na Ásia e cujo os chineses dominam essa tecnologia há milênios.

Na arquitetura européia, a cerâmica de revestimento se fez presente desde que os primeiros


edifícios de tijolo ou pedra foram erguidos. O seu uso na arquitetura foi dirigido tanto a um
apelo decorativo, quanto prático. Em razão de suas características, o azulejo torna as
residências mais frescas e reduz os custos de conservação e manutenção, já que é refratário à
ação do sol e impede a corrosão das paredes pela umidade.

As cerâmicas compreendem todos os materiais inorgânicos, não-metálicos, obtidos


geralmente após tratamento térmico em temperaturas elevadas.

A indústria de revestimentos cerâmicos constitui um segmento da indústria de transformação,


de capital intensivo, inserido no ramo de minerais não-metálicos, e tem como atividade a
produção de pisos e azulejos, representando, juntamente com a cerâmica estrutural vermelha
(tijolos, telhas e outros refratários), as louças e o vidro, uma cadeia produtiva que fazem parte
do complexo industrial de materiais de construção.

As placas cerâmicas são aplicadas em revestimento de pisos e paredes de ambientes


industriais, comerciais, residenciais e em locais públicos. São constituídas de uma grande
variedade de matérias-primas, que se apresentam em dois tipos principais, ou seja, os
materiais argilosos e os não-argilosos.

Os materiais argilosos apresentam grande variedade de tipos e composições utilizados na


produção da massa. São utilizadas misturas de diversos tipos e características distintas, que
resultam na composição desejada. Já os materiais não-argilosos são utilizados em mistura com
argilas, quando estas não os contêm. Servem para formar o esqueleto do corpo cerâmico ou
para promover a fusão da massa. Os compostos minerais normalmente utilizados são quartzo,
feldspato e calcário.

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Para a produção dos esmaltes (utilizados para o acabamento do revestimento) utilizam-se
também outros compostos minerais, que constituem seus três componentes básicos: elementos
fundentes (chumbo, magnésio, cálcio e sódio), elementos opacificadores e refratários, que
determinam as propriedades finais do vidro (estanho, zinco, zircônio e alumínio), e elementos
vítreos, que formam o corpo do esmalte (quartzo e feldspato).

As principais características técnicas dos revestimentos cerâmicos são: absorção de água,


abrasão superficial, resistência às manchas, resistência à ácidos, dureza e choque térmico.

A tonalidade é um fator importante no produto, pois devido às características das matérias-


primas naturais, corantes, queima e outros fatores que fazem parte do processo de fabricação
do revestimento cerâmico, podem ocorrer ligeiras variações no padrão de cor, de um lote para
outro ou até nas peças do mesmo lote de produção. Cada padrão de cor é, na verdade, uma
faixa estreita de tonalidades próximas, compostas entre elas quando examinadas em painel,
adequadamente misturadas e distribuídas.

Algumas empresas do setor investem no processo produtivo, visando a redução de variações


de tonalidades aos menores índices possíveis, objetivando uma variação nos padrões para 10 a
15 tons máximos para seus produtos. Para que tal objetivo seja atingido é solicitado junto à
fornecedores e a própria área técnica das empresas, rigoroso controle nos produtos fornecidos
tais como, matérias primas para esmaltes, telas, etc.

Os revestimentos cerâmicos esmaltados além de outras classificações também são


selecionados quanto às variações em suas dimensões, notadamente em relação ao tamanho,
esquadro, empenamento/curvaturas e a espessura. Atualmente, nas empresas que tem um auto
grau de automatização no processo de produção, toda a seleção quanto às variações de bitolas
(tamanho), empenamentos (de bordas) e curvaturas laterais, são feitas automaticamente, sem
nenhuma interferência por parte dos operadores dos equipamentos. E são cada vez mais
utilizados por suas características funcionais e estéticas, e principalmente por levarem uma
série de vantagens sobre outros produtos produzidos com outras matérias-primas.

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É importante citar que o porcelanato é atualmente a cerâmica de revestimentos que apresenta
as melhores características técnicas e estéticas, se comparada com as demais encontradas no
mercado, como pode ser visto na Tabela 1. Tal sucesso se deve a um longo processo de
desenvolvimento tecnológico, o qual permitiu a elaboração de um material constituído por
fases cristalinas de elevada dureza, muito denso. A absorção de água é de no máximo 0,5%%.

Tabela 1- Classificação das cerâmicas para revestimento


Porcelanatos Baixa absorção e resistência mecânica alta
Grês Baixa absorção e resistência mecânica alta
Semigrês Média absorção e resistência mecânica média
Semiporoso Alta absorção e resistência mecânica baixa
Poroso Alta absorção e resistência mecânica baixa
Porcelanatos Baixa absorção e resistência mecânica alta
Grês Baixa absorção e resistência mecânica alta
Fonte: Centro Cerâmico Brasileiro (CCB)

3. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PATOLOGIA DAS


EDIFICAÇÕES

O conhecimento sobre as patologias das edificações é indispensável em maior ou menor grau,


para todos que trabalham na construção (VERÇOZA, 1991).

Procura-se hoje construir cada vez mais com o máximo de economia, mas mantendo a
qualidade do produto a ser usado, para realmente saber até onde um determinado material é
confiável.

Os problemas patológicos podem estar distribuídos em relação à origem do processo


construtivo, de acordo com a Tabela 2.

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Tabela 2 – Principais causas de patologias (VERÇOZA, 1991)
Causas Porcentagens (%)

Projeto 40
Execução 28
Materiais 18
Mau uso 10
Mau planejamento 04

As patologias em edifícios têm causas específicas e podem ser classificadas segundo a Tabela
3.

Tabela 3 – Defeitos que causam patologias (VERÇOZA, 1991)


Defeitos Porcentagens (%)

Execução 52
Projeto 18
Uso 14
Materiais 06
Outros 16

Os problemas patológicos ocasionados por manutenção inadequada, ou mesmo por ausência


total de manutenção, têm sua origem no desconhecimento técnico, incompetência ou
desleixos dos responsáveis (SOUZA; RIPPER,1998).

Muitos edifícios usam para fim estético e também de proteção contra intempéries, pintura
sobre a fachada. As tintas criam uma película protetora, no entanto patologias acabam
surgindo e ocasionando muitas manutenções.

Em alguns casos podem-se encontrar danos causados por problemas de umidade e infiltrações
nas fachadas, ocorrendo o aparecimento de manchas e bolhas. A causa mais freqüente para o

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aparecimento desta patologia é a capilaridade, onde a umidade sobe pelo solo, pelo interior da
alvenaria, e atinge a pintura da fachada (VERÇOZA, 1991).

Quando se fala em danos em fachadas, existem manifestações que atinge vários prédios, são
as fissuras ou trincas, que podem indicar as seguintes situações:

- O aviso de um eventual estado perigoso da estrutura


- O comprometimento da obra em serviço
- O constrangimento psicológico que a fissura do edifício exerce sobre seus moradores
(THOMAZ, 1999).

3. AS EFLORESCÊNCIAS COMO PATOLOGIA

Os sais presentes no solo e/ou nos materiais utilizados na construção civil podem afetar as
alvenarias e concretos, pela sua deposição na região interior ou exterior das construções. A
formação de depósitos de sais em alvenarias e concretos ocorre pela cristalização dos sais das
soluções aquosas, cuja saturação foi atingida em conseqüência da evaporação do solvente.

A solução aquosa é formada no interior da peça cerâmica pelo contato entre a água e sais
solúveis presentes no material, ou é oriunda de fontes externas e movimenta-se de uma parte a
outra da estrutura através da rede capilar do material. Assim, as condições necessárias para
que ocorra a formação desses depósitos em alvenarias e concretos são a coexistência de: água,
sais solúveis em água e condições ambientais e de estrutura que proporcionem a percolação e
evaporação da água. Se um destes três itens deixarem de existir, não é possível a formação de
depósitos de sais.

A evaporação da solução aquosa de sais pode ocorrer na superfície ou em regiões próximas a


esta, apenas quando existe um gradiente de umidade entre a atmosfera ambiente e o material
que favoreça este fenômeno. Entretanto, em ambientes de elevada umidade como porões, ou
em presença de sais deliqüescentes (difícil secagem), os sais não chegarão a se cristalizar,
depositando-se como um "gel", cuja viscosidade depende da composição e concentração da
solução

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Florescências são depósitos salinos que se formam nas peças cerâmicas queimadas, sendo
também a água o agente mobilizador dos sais solúveis. As florescências são atividades
patológicas que se produzem nas peças cerâmicas mediante o estímulo de agentes externos

Segundo, MENEZES (2006), as florescências podem ser divididas em dois grandes grupos:
subflorescências (criptoflorescências) e eflorescências. As subflorescências são florescências
não visíveis, porque os depósitos salinos se formaram sob a superfície da peça, enquanto que
nas eflorescências os depósitos salinos se formam na superfície dos produtos cerâmicos,
paredes, pisos e tetos. A cristalização de sais na superfície das peças cerâmicas não produz
esforços mecânicos importantes. Ao contrário, quando a cristalização se dá no interior do
material, nos poros e rede capilar, podem ser produzidos esforços mecânicos consideráveis.
Assim, as eflorescências causam degradação microestrutural apenas nas zonas próximas a
superfície, bem como degradação estética no produto cerâmico, paredes pintadas, pisos e
tetos. Os danos na aparência das construções intensificam-se quando há um contraste de cor
entre os depósitos de sais e a alvenaria. Enquanto que as subflorescências podem causar sérios
danos a durabilidade e resistência das peças.

Além de fontes de sais e presença de água na construção, para que ocorra a formação dos
depósitos de sais, tal como já mencionado, são necessárias também condições ambientais que
proporcionem a percolação da água no material e sua evaporação. Regiões áridas e semi-
áridas, como grande parte do Nordeste do Brasil, apresentam condições climáticas que
favorecem uma elevada salinização do solo. Esta fonte "inesgotável" de sais solúveis, aliada
aos ventos contínuos, faz do Nordeste uma região com elevadas condições para o
desenvolvimento de eflorescências e subflorescências. Um outro agravante é a escassez de
água na região, que leva produtores a utilizarem no processo de fabricação de produtos
cerâmicos, águas com elevadas concentrações de sais, muitas vezes provenientes de poços. O
que se agrava durante o período de estiagem, quando a concentração de sais solúveis destes
poços é muitas vezes superior ao teor de sais da água do mar.

A formação de eflorescências em peças cerâmicas (geralmente tijolos, telhas ou ladrilhos) é


um fenômeno que por atuar sempre em detrimento à qualidade dos produtos cerâmicos,
preocupa em muito tanto os fabricantes como os construtores.

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Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de manchas e eflorescências,
como se pode ver na Figura 1. Para ocorrer o fenômeno tem que existir as seguintes
condições:

• infiltração de água através das falhas ou da porosidade do rejuntamento


• lavagem da fachada com solução de ácido muriático
• excesso de água de amassamento da argamassa
• presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos de ferro

Figura 1: Eflorescência em reservatório e fachadas revestidos com cerâmica.

Em algumas situações (ambientes constantemente molhados) e com alguns tipos de sais (de
difícil secagem), estes depósitos apresentam-se como uma exsudação na superfície. Não
haverá ocorrência deste problema, quando eliminado qualquer um desses fatores: sais
solúveis, presença de água ou porosidade do componente de revestimento

É considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde se deposita. Há casos em


que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação profunda atingindo as
armaduras. A modificação no aspecto visual pode ser intensa, onde há um contraste de cor
entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita, por exemplo, a formação branca do
carbonato de cálcio sobre granito escuro.

Quimicamente a eflorescência é constituída principalmente de sais de metais alcalinos (sódio


e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e magnésio, solúveis ou parcialmente solúveis em

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água). Pela ação da água de chuva ou do solo estes sais são dissolvidos e migram para a
superfície e a evaporação da água resulta na formação de depósitos salinos.

Fatores internos que, agindo em conjunto, contribuem para a formação de eflorescências:

• teor de sais solúveis


• pressão hidrostática para proporcionar a migração para a superfície
• presença de água

Fatores externos que contribuem:


• quantidade de água
• tempo de contato
• elevação da temperatura
• porosidade dos componentes

Segundo, BAUER, na Tabela 4, são os sais mais comuns em eflorescências, sua solubilidade
em água, bem como a fonte provável para seu aparecimento

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Tabela 4- Sais mais comuns em eflorescências

Composição Química Solubilidade Fonte provável


em água
Carbonato de Calcio Pouco Carbonatação do hidróxido de cálcio do cimento.
solúvel Cal não carbonatada
Cabornato de Magnesio Pouco Carbonatação do hidróxido de cálcio do cimento.
solúvel Cal não carbonatada
Carbonato de Potássio Muito solúvel Carbonatação do hidróxido alcalinos de cimento de
elevado teor de álcalis
Carbonato de Sódio Muito solúvel Carbonatação do hidróxido alcalinos de cimento de
elevado teor de álcalis
Hidróxio de Cálcio Solúvel Cal liberada na hidratação do cimento
Sulfato de Cálcio Parcialmente Hidratação do sulfato de cálcio do tijolo
desidratado solúvel
Sulfato de Magnésio Solúvel Tijolo
Água de Amassamento
Sulfato de Cálcio Parcialmente Tijolo
solúvel Água de Amassamento
Cloreto de Potássio Muito solúvel Tijolo
Água de Amassamento
Cimento
Sulfato de Sódio Muito solúvel Tijolo
Água de Amassamento
Cimento
Cloreto de Cálcio Muito solúvel Água de Amassamento

Cloreto de Magnésio Muito solúvel Água de Amassamento

Nitrato de Magnésio Muito solúvel Solo Adubado ou contaminado

Nitrato de Sódio Muito solúvel Solo Adubado ou contaminado

Fonte: BAUER (2001)

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Ainda segundo BAUER (2001), é freqüente a ocorrência de eflorescências em revestimentos
cerâmicos porosos ou no rejuntamento de revestimentos pouco ou não porosos de pisos e
paredes em contato com água de chuva, molhagem ou umidade. Este fato ocorre devido ao
elevado teor de hidróxidos, notadamente de cálcio, encontrados no tipo de cimento utilizado
na argamassa da execução da proteção mecânica da impermeabilização e no assentamento dos
próprios revestimentos. A água, ao permear pelos revestimentos e/ou seus rejuntes e trincas,
dissolve os hidróxidos do cimento, tornando-se alcalina. Ao encontrar condições de aflorar
por percolação ou evaporação, ocorre a formação das eflorescências.

4. ESCOLHA DO TIPO DE CIMENTO

O cimento recomendado para o assentamento de revestimentos em áreas molhadas é o CP-IV,


cuja atividade pozolânica consome o hidróxido de cálcio na fase de hidratação. Em algumas
regiões do Brasil existe dificuldade em se encontrar o CP IV; neste caso a alternativa é utilizar
o CP III, que possui baixo teor de hidróxido de cálcio.

5. EFLORESCÊNCIAS EM PISOS CERÂMICOS

O problema de eflorescências no piso pode ser resolvido com as seguintes providências:

Evitar empoçamentos de água sobre a camada de impermeabilização, já que essa água


promove a solubilização de sais presentes em argamassas de proteção, regularização ou
assentamento e o transporte da solução até a superfície, onde vai ocorrer a cristalização/
formação das eflorescências;
Na camada de regularização, para corrigir eventuais imperfeições de declividade,
empregar cimentos CPIII ou CPIV, que originam menor formação de cal hidratada;
promover cuidadosa cura úmida dessa argamassa, já que, se não houver umidade, escória
de alto-forno e materiais pozolânicos atuarão como finos inertes;
Após conformação da camada de regularização/camada de proteção da
impermeabilização, e antes do reassentamento do porcelanato, promover limpeza da base
e aplicar sobre a mesma duas ou três demãos de emulsão acrílica, as mesmas utilizadas
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para impermeabilização branca. Utilizar no reassentamento das peças argamassa colante
própria para porcelanato, na cor branca. Observar período máximo de 48 horas entre a
aplicação da emulsão acrílica e o reassentamento das placas. ( IPT, 2008)

Assim como mostra a Figura 2, boa parte dos casos de surgimento de eflorescência acontece
devido à passagem da água por fissuras na interface entre rejunte e bordas da placa. Aderência
à borda e capacidade de deformação são propriedades que devem ser exigidas da argamassa

Figura 2: Exemplo de eflorescência em pisos. Nesse caso ardosia

6. EFLORESCÊNCIA EM CONCRETO

A eflorescência pode aparecer na superfície de produtos de concreto após dias, semanas ou


mesmo meses após a conclusão do serviço de instalação dos produtos.

A substância branca, como mostra a Figura 3, dá a impressão de que a cor das peças está
desbotando e é mais fácil de se observar em produtos de cores escuras. Quando o produto está
molhado não se percebe o esbranquiçado, mas quando seca a eflorescência reaparece. Quando
a umidade evapora, o esbranquiçado da eflorescência aparece. Esta é uma condição de todos
os produtos de concreto e não afeta a integridade estrutural do produto. Há produtos de
limpeza para remoção da eflorescência. Entretanto o procedimento recomendado é deixá-lo
ser lavado e desaparecer o esbranquiçado ao longo do tempo.

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Figura 3: Eflorescência em concreto

7. PROCEDIMENTO DE RECUPERAÇÃO

Algumas precauções podem ser tomadas para evitar a eflorescência:

Para a remoção dos depósitos nas áreas já comprometidas com a ocorrência deste problema,
pode -se recorrer a uma simples lavagem da superfície do revestimento, o que geralmente já é
suficiente para a eliminação dos depósitos, mas eles podem voltar a ocorrer, principalmente se
as condições continuarem a serem propícias. Com o passar do tempo, porém, o problema
tende a diminuir, à medida em que os sais forem sendo eliminados.

Segundo a NBR 7200 /1982, quanto à limpeza do revestimento cerâmico, deve -se evitar o
uso de ácido muriático. Caso seja necessário seu uso, fazê -lo em concentrações baixas e em
pequena quantidade, enxaguando muito bem a superfície após seu uso. A norma cita ainda a
importância de:

• Reduzir o consumo de cimento Portland na argamassa de emboço ou usar cimento com


baixo teor de álcalis.

• Utilizar placas cerâmicas de boa qualidade, ou seja, queimadas em altas temperaturas (o que
elimina os sais solúveis de sua composição e a umidade residual).

• Garantir o tempo necessário para secagem de todas as camadas anteriores à execução


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de revestimento cerâmico.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A umidade nas construções sempre foi uma grande preocupação nas obras. E o fenômeno da
Eflorescência tem ocorrido em muitos empreendimentos, principalmente em cidades
litorâneas e com alto teor de salitre, como Salvador. Que visitando os bairros, como Pituba,
Jardim Armação e Amaralina, a eflorescência aparece em muitos prédios e casas.

Em vários casos o problema de origem inicialmente estético pode vim a afetar a estrutura,
bastando apenas que a umidade chegue as armaduras, com isso esse fenômeno tem sido
bastante estudado e divulgado, já que a imagem e a segurança do empreendimento estão em
jogo. Sendo a fachada, o principal fator de vendas. Com isso cabe ao corpo técnico da obra,
ter o pleno conhecimento dessa patologia, sabendo fazer o melhor uso dos materiais, evitando
assim o surgimentos dos sais brancos que afetam visualmente a construção.

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REFERÊNCIAS
http://www.abceram.org.br/asp/abc_5.asp - Acessado no dia 15 de setembro de 2008

http://www.ccb.org.br/ - Acessado no dia 20 de setembro de 2008

http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/137/ipt-responde-98613-1.asp - Acessado
no dia 20 de setembro de 2008

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimentos de Paredes


Externas com Placas Cerâmicas e com Utilização de Argamassa Colante - Procedimento.
NBR 13755 /1996.

BAUER, L. A. F. Materiais de Construção. Rio de Janeiro, Editora LTC, V. 1e 2,


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BAUER, R.J.F. Patologia em revestimento de argamassa inorgânica. In: II SIMPÓSIO


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DE SOUZA, V. C. M. e Ripper, T. (1998). Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas


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NBR 7200: Revestimentos de paredes e tetos com argamassas, materiais, preparo, aplicação e
manutenção. – Procedimento. Rio de Janeiro, 1982.

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eflorescência em blocos cerâmicos e outros materiais de construção – revisão,
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THOMAZ, Ercio. Trincas em Edifícios. Causas, Prevenções e


Recuperações. Editora Pini.1999

VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. Porto Alegre, Editora Sagra, 1991.

ULSAMER, Federico. Las humedades em la construccion. Barcelona.

16
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