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X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

ANÁLISE COMPARATIVA DAS PLACENTAS DOS ANIMAIS


DOMÉSTICOS
Marcela Maria de Almeida Amorim 1, Cássia Regina Oliveira Santos2, Roger Rafael Cavalcanti Bandeira de Melo2,
Nadyne Lorrayne Farias Cardoso Rocha 2, Mariana Lumack do Monte Barreto3, Marleyne José Afonso Accioly Lins
Amorim4.

Introdução classificam-se em: epiteliocorial, sinoepiteliocorial,


sindesmocorial, endotéliocorial e hemocorial.
Durante a prenhez, os vertebrados vivíparos
Para entender os mecanismos da fisiologia
desenvolvem um sistema complexo de membranas
placentária é necessário um estudo anatômico e
nutricionais que envolvem o feto. No local de aposição
comparativo dos diversos tipos placentários. Os
ou de união das membranas fetais com a mucosa
modelos animais tem sido o tema central do estudo da
uterina é formada a placenta [1].
placenta desde os princípios, e muito do conhecimento
Placenta é um órgão transitório formado por tecidos
da anatomia e fisiologia placentária que se tem
maternos e fetais, com a função de transportar
atualmente continua sendo derivado de estudos
substâncias nutritivas do organismo materno para o
comparativos em animais [7].
feto, bem como promover "trocas metabólicas" e
O objetivo desta revisão é reforçar e incentivar o
desempenhar funções endócrinas quanto à produção de
conhecimento sobre os tipos anatômicos placentários,
hormônios na manutenção da gestação [1].
aprimorando assim o entendimento fisiológico sobre
A placentação consiste na forma com que as
os mecanismos de desenvolvimento fetal em diferentes
membranas fetais vêm a se desenvolver e a se
espécies.
associarem ao endométrio [2]. Neste processo de
desenvolvimento da placenta estão relacionadas quatro
estruturas membranosas: o corion, o âminio, o saco Material e métodos
vitelino e o alantóide [1]. Na execução deste trabalho foi utilizada metodologia
O cordão umbilical é o anexo fetal que une o feto à em pesquisa bibliográfica com artigos científicos e
placenta, apresentando no seu interior os vasos livros referentes ao assunto abordado.
umbilicais, que são responsáveis pelas trocas
sangüíneas entre os organismos fetal e materno [3]. Os Resultados e discussão
vasos umbilicais são representados por duas veias e
A placenta das diferentes espécies exibe uma grande
duas artérias (homem, equino e suíno ocorrem
diversidade em estruturas que incluem diferentes
obliteração e desintegração da veia umbilical direita).
organizações, quanto ao tipo celular, forma, e modelo
Pode conter ainda pedículos do saco vitelínico e do
de distribuição sobre o endométrio [8].
alantóide [4,5,6]. As placentas podem ser classificadas de acordo com
Os tipos placentários podem ser classificados em
as membransa, sendo: placenta coriônica, primeiro
níveis complementares que refletem diversas passo no desenvolvimento da placenta em todos os
características placentárias, tais como a origem e tipos mamíferos (presente até o final da gestação como uma
das membranas, forma, interdigitação materno-fetal, parte avascular e não especializada na placenta dos
interrelação do fluxo sanguíneo materno-fetal, primatas); placenta coriovitelínica, membrana
camadas teciduais da barreira materno-fetal, invasão coriônica conectada à circulação fetal pelos vasos
trofoblástica e reação de decidualização celular, vitelínicos (menor parte das placentas dos
formação de sinciotrofoblasto e separação placentária perissodactyla e carnívoros); placenta vitelínica,
ao nascimento [1]. epitélio do saco vitelínico com vasos vitelínicos
Assim, de acordo com as membranas fetais, conectados à circulação fetal (peixes, anfíbios e parte
classificam-se as placentas em: coriônicas, da placenta de roedores); placenta corioalantóica,
coriovitelínica, vitelínica e corioalantóica. membrana coriônica conectada à circulação fetal pelos
De acordo com sua relação materno fetal, vasos alantoideanos (placenta da maioria dos
classificam-se em: difusa, cotiledonária, zonária, mamíferos) [1]. Este tipo de placenta é considerada a
bidiscoidal e discoidal. mais eficiente. Como a placenta é um órgão dinâmico,
E baseado no número de camadas celulares que em constante alteração de forma numa mesma espécie,
separam as circulações sanguíneas materna e fetal, podem ocorrer diferentes tipos de placentação segundo

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1. Graduanda em Medicina Veterinária, Monitora de Anatomia, Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal (DMFA), Universidade Federal Rural
de Pernambuco (UFRPE). R. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171900. E-mail: marcelamaamorim@gmail.com
2. Graduanda em Medicina Veterinária, Monitora de Anatomia, DMFA - UFRPE.
3. Graduanda em Medicina Veterinária, UFRPE.
4. Professora Dra. Associada I do DMFA – UFRPE.
X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

o período de gestação considerado. Assim, por Diferente do ocorrido nos outros carnívoros, a
exemplo, na égua e carnívoros observamos no período placenta felina mostra uma placenta zonária
inicial da gestação uma placentação vitelínica devido incompleta devido a presença da fissura placentária.
ao maior desenvolvimento do saco vitelino e ao seu Pesquisa realizada mostra que de 32 casos, em 20, ou
contato com o endométrio. Com o evoluir da gestação seja, 62,5% havia presença de fissura placentária do
há um maior desenvolvimento da alantóide e a lado esquerdo da placenta em região distal ao funículo
placenta torna-se do tipo corioalantóide [9]. umbilical. Em dois casos sobre 20, ou seja, 10%, a
Todas as placentas dos mamíferos aumentam a área fissura placentária formava um anel incompleto do
de contato entre as superfícies materna e fetal através tecido anular zonário placentário, sendo suas bordas
da forma mais ou menos intensa das terdigitações dos interligadas através da vascularização dos ramos
tecidos. Quando esta distribuição se prolonga na maior arteriais e venosos placentários, sendo neste caso
parte da superfície coriônica [1] , ou seja, quando as verificado ausência de tecido trofoblástico sobre o
vilosidades distribuem-se regularmente pelo córion, útero [15].
temos a placenta difusa (suíno e equino). A placenta discoidal é encontrada na maioria
A placenta do equino é classificada como difusa tal dos roedores e no homem. Neste tipo de placenta há
qual a dos suínos. O arranjo das membranas fetais é do um grande desenvolvimento das vilosidades
tipo córion-alantóide, o córion apóia-se no endométrio coriônicas, mas agrupadas na região basal do
uterino com exceção de uma pequena área concepto. Tem a forma de um disco ou torta e está
denominada estrela cervical. Os microcotilédones relacionada com uma maior intimidade entre os
formam-se em toda a área de interação com o tecidos maternos e fetais. Na coelha a placenta é
endométrio caracterizando uma placentação difusa constituída por um disco e situada dorsalmente ao feto,
[10]. comum em outros roedores. Neste tipo de placenta
A placenta dos equinos apresentam estruturas única também encontra-se cotilédones que formam pequenas
como os cálices endometriais e cinta coriônica, à lobulações. Estes são formados pela penetração das
produção da Gonadotrofina Coriônica eqüina (eCG) e vilosidades do endométrio, com destruição deste pelo
às seis camadas de tecido entre os capilares materno e sinciciotrofoblasto [16].
fetal [11] . Na placenta bidiscoidal, o tecido de troca
No entanto, na maioria dos mamíferos, as concentra-se em dois discos placentários (macaco
interdigitações estão concentradas em áreas Rhesus, marmota e alguns roedores).
específicas, tendo, assim, a placenta cotiledonária, Mediante as camadas de tecido inter-hemal , sendo
típica nos ruminantes [1]. As vilosidades coriônicas teoricamente seis camadas teciduais que separam as
apresentam-se agrupadas em determinadas regiões e circulações materna e fetal (endotélio materno, tecido
denominam-se cotilédones. A cada cotilédone conjuntivo, epitélio maternal, trofoblasto, que é o
corresponde a uma região modificada do endométrio epitelio coriônico, tecido conjuntivo fetal e endotélio
uterino, denominada carúncula, que são projeções da fetal), as placentas classificam-se em: epiteliocorial,
mucosa uterina. O conjunto formado por um quando o epitélio coriônico e o endotélio estão
cotilédone e uma carúncula, recebe o nome de preservados, consequente a uma implantação
placentoma. Entre os placentomas o corión dos superficial (suíno e equino); sinoepiteliocorial,
ruminantes (com exceção da girafa ) não apresenta verificada nos ruminantes, é semelhante à placenta
vilosidades . Estas carúnculas são convexas na vaca e epiteliocorial, no entanto, algumas células
côncava na ovelha e cabra [12]. trofoblásticas (também chamadas binucleadas ou
A placenta definitiva dos bovinos é do tipo células gigantes) se fundem com as células epiteliais
corioalantoideana, na qual a membrana coriônica é uterinas; a sindesmocorial é um estágio transitório
conectada a circulação fetal pelos vasos alantoideanos inicial, anterior à hibridização (mistura) do epitélio
[1]. uterino e trofoblasto; a endoteliocorial, verificada em
Na placenta zonária a zona de contato das carnívoros e alguns morcegos, as células trofoblásticas
interdigitações formam um cinto ao redor do saco se insinuam profundamente até o endotélio materno
coriônico [1], ou seja, as vilosidades estão dispostas [1]; e na hemocorial, o epitélio do córion fica em
em forma de anel ou cinturão que envolve o feto no contato com o sangue materno, verificada nos
sentido transversal, determinando, assim, uma zona primatas e roedores [17].
placentária restrita. As vilosidades assemelham-se a Nos animais, principlamente nos mamíferos, a
um labirinto, fato que relaciona mais intimamente os placenta é um dos órgãos estruturalmente mais
tecidos maternos fetais. Nas bordas da placenta complexos. Essa complexidade é promovida, em parte,
zonária observa-se um hematoma que resulta de pela interação dos tecidos de origem materna e fetal,
hemorragia materna quando da invasão do trofoblasto além da presença de uma variedade de camadas
no endométrio uterino [13]. Estes hematomas intermediárias que se interpõem entre os leitos
desempenham papel importante na nutrição do feto, vasculares materno e fetal [18].
pois o sangue materno é decomposto propiciando uma
fonte importante de ferro [14]. Este tipo de placenta é
encontrado nos carnívoros.
X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

Agradecimentos [9] COLE, H.H. ; CUPPS, P.T. 1969. Reproduction in


domestic animals. New York, Academic Press, p.391-405.
Agradecemos a Professora Doutora Marleyne José [10] FILHO, J. M. 2009. Morfologia da placenta e interaçao materno-
Afonso Accioly Lins Amorim pela orientação fetal em jumentas (Equus asinus) da raça pêga. Dissertação de
Mestrado, Curso de Pós-Graduação em Cirurgia Veterinária,
prestada, bem como aos demais autores pela dedicação Unesp, São Paulo.
e compromisso com o trabalho realizado. [11] CAIXETAL, E. S., FAGUNDES, N. S.; CAIXETAL, M. S.;
PYLES, E. S. S. 2008. Desenvolvimento embrionário inicial
eqüino – revisão. Revista portuguesa de ciências veterinárias,
Referências 103: 25-34.
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[6] MOORE, K. L. & PERSAUD, T. V. N. 2008. Embriologia – placenta. Curso de Pós-Graduação em anatomia dos
animias domésticos, USP, São Paulo.
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[17] BJÖRKMAN, N. 1970. An atlas of placental fine structure.
[7] BARRON, D. H.Epilogue: Oxygen supply to the human fetus, a
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symposium, Oxyford: Blackwell,p. 350, 1959.
[18] SCHWARZE, E. 1970. Compêndio de anatomia veterinária:
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embriologia. Zaragoza: Acribia, 350 p.
funktionelle Aspekte des Placenta-Baues. Funkt. Biol. Med. 2:71-
79.
X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

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