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Ambiente, Segurança, Higiene e

Saúde no Trabalho - conceitos


básicos
(06_0349)

Mário Neves, Dr.

Duração: 25h

2012

UF06.02
0349 - ASHST

Ficha Técnica

Titulo: Ambiente, segurança, higiene e saúde no trabalho - conceitos básicos

Manual Elaborado por: Mário Neves

Enquadramento

Destinatários
Activos, empregados e desempregados, com idade igual ou superior a 18 anos e
escolaridade mínima à data de nascimento

Objectivos Globais

 Reconhecer e aplicar a legislação de segurança, higiene e saúde no trabalho;


 Utilizar protecção individual e colectiva, seleccionando os equipamentos e
soluções de protecção adequados;
 Reconhecer e aplicar legislação ambiental: ruído, efluentes, atmosfera de
trabalho;
 Decidir sobre medidas de prevenção tendo em consideração as exigências do
processo produtivo, no âmbito da higiene, segurança e ambiente;
 Reconhecer a importância da segurança e higiene no trabalho como factor de
promoção de qualidade de vida;
 Interpretar sinalização de segurança e de emergência e aplicar medidas
preventivas / correctivas.

Pré – requisitos
(Exp. Escolaridade, idade, etc.)

Conteúdos Temáticos

Boas práticas para o meio ambiente, legislação específica e principais problemas


ambientais da actualidade.
Gestão de resíduos, efluentes líquidos, emissões gasosas e estratégias de
actuação: reduzir, reutilizar, reciclar, recuperar e racionalizar.

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Conceito de acidente de trabalho, génese dos acidentes, prevenção de acidentes


e doenças profissionais, saúde, doença e trabalho.
Organização da Segurança e Saúde no Trabalho e enquadramento legal dos
serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

Requisitos/Condições de Utilização

Este suporte pedagógico foi pensado e constituído como um instrumento de


trabalho, pelo que poderá e deverá ser enriquecido com notas e reflexões do
utilizador, a partir da sua própria prática.

Este suporte pedagógico não dispensa a consulta de normas técnicas aplicáveis,


bem como outros recursos pedagógicos no domínio dos equipamentos protecção
individual e equipamentos de trabalho.

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Índice

1. Introdução ....................................................................................................................................... 5
Eliminar os perigos. ............................................................................................................................. 5
Combater o risco na origem. ............................................................................................................... 5
Adaptar o trabalho ao Homem. .......................................................................................................... 5
Atender ao estado de evolução da técnica. ........................................................................................ 5
Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso. ................................... 5
Privilegiar a adopção de medidas de protecção colectiva em relação às de protecção individual. ... 6
2. Sinalização de Segurança ................................................................................................................ 6
2.1 – Decreto-lei n.º 141/95 ................................................................................................................ 6
2.1.1 Obrigações do empregador .................................................................................................... 6
2.1.2 Sinalização permanente ......................................................................................................... 6
2.1.3 Eficiência da sinalização ......................................................................................................... 7
2.1.4 Informação, formação e consulta dos trabalhadores ............................................................ 7
2.2 – Portaria n.º 1456-A/95 ............................................................................................................... 7
2.2.1 Intermutabilidade e complementaridade da sinalização ....................................................... 7
2.2.2 Meios e dispositivos de sinalização ........................................................................................ 8
2.2.3 Caracterização da sinalização ................................................................................................. 8
2.2.5 Condições de utilização dos sinais ....................................................................................... 13
2.2.6 Equipamento de combate a incêndios ................................................................................. 13
2.2.7 Sinalização de obstáculos e locais perigosos........................................................................ 13
2.2.8 Marcação das vias de circulação .......................................................................................... 13
2.2.9 Sinais Luminosos .................................................................................................................. 14
2.2.10 Sinais acústicos ................................................................................................................... 14
2.2.11 Sinais gestuais..................................................................................................................... 14
3. Riscos ............................................................................................................................................. 16
4. EPI e EPC ........................................................................................................................................ 20
4.1 Protecção da cabeça.................................................................................................................... 21
4.2 Protecção dos olhos e do rosto ................................................................................................... 22
4.3 Protecção das Vias Respiratórias ................................................................................................ 23

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4.4 Protecção dos ouvidos ................................................................................................................ 26


4.5 Protecção dos pés e membros inferiores .................................................................................... 27
4.6 Protecção das mãos e dos membros superiores......................................................................... 29
4.7 – Protecção contra quedas em altura ......................................................................................... 31
4.8 Protecção do tronco. Vestuário de trabalho. .............................................................................. 33
4.9 Equipamentos de Protecção Colectiva .................................................................................. 36
5. Acidentes ....................................................................................................................................... 39
6. Segurança e Saúde ........................................................................................................................ 44
Relação Homem / Ambiente ................................................................................................................. 48
Classificação dos Agentes Biológicos .................................................................................................... 53
7. Segurança Contra Incêndios .......................................................................................................... 60
FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO ..................................................................................................... 60
Conceitos básicos .............................................................................................................................. 60
Combustão ........................................................................................................................................ 60
Energia de activação.......................................................................................................................... 60
Fontes de Energia de Activação ........................................................................................................ 61
TRIÂNGULO DO FOGO ....................................................................................................................... 65
TETRAEDRO DO FOGO ....................................................................................................................... 66
CLASSES DE FOGOS............................................................................................................................ 67
RESULTADO DA COMBUSTÃO ........................................................................................................... 68
MÉTODOS DE EXTINÇÃO ................................................................................................................... 68
FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO ........................................................................................ 69
EXTINTOR........................................................................................................................................... 70
Classificação dos extintores .............................................................................................................. 70
Distribuição dos extintores ............................................................................................................... 75
Inspecção, manutenção e recarga dos extintores............................................................................. 76
8. Ambiente ....................................................................................................................................... 85
8.1. Ruído (DL 182/2006) .................................................................................................................. 85
8.2 Vibrações (DL 46/2006) ............................................................................................................... 87
8.3 Qualidade do ar ........................................................................................................................... 88
8.4 Iluminação ................................................................................................................................... 89

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1. Introdução

Eliminar os perigos.

A primeira atitude preventiva deve ser a de identificar os perigos e proceder à sua


eliminação. Este princípio traduz-se fundamentalmente nas seguintes acções:
- Ao nível do projecto: previsão do risco e a sua supressão definitiva através de
adequadas soluções de concepção;
- Ao nível da segurança intrínseca: selecção de equipamentos, materiais, matérias-
primas e produtos isentos de riscos;
- Ao nível dos métodos e processos de trabalho: organização do trabalho e
estabelecimento de layout, de que resulte ausência de risco.

Combater o risco na origem.

Este princípio geral, relaciona-se com o critério geral da eficácia que deve presidir na
prevenção.
Exemplo: colocação do sinal “piso escorregadio” quando é possível a sua reparação ou
substituição.

Adaptar o trabalho ao Homem.

Este principio tem aplicações na concepção dos locais de trabalho e dos postos de
trabalho, da organização do trabalho com a finalidade de respeitar as capacidades físicas e
mentais dos trabalhadores e, em especial, ter em conta os grupos mais vulneráveis.

Atender ao estado de evolução da técnica.

A profunda e permanente evolução tecnológica que caracteriza a modernidade produz


efeitos em toda a actividade produtiva. A prevenção terá de equacionar, de forma constante, o
impacto dessa inovação nos seguintes níveis:
- componentes físicos do trabalho;
- componentes organizacionais e humanos do trabalho;
- técnicas de avaliação e controlo de riscos;
- metodologias de gestão da segurança, higiene e saúde no trabalho.

Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos


perigoso.

Este princípio relaciona-se com os anteriores (eliminar os perigos, combater os riscos


na origem, atender ao estado de evolução da técnica) mas pretende chamar a atenção para

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melhores soluções e acima de tudo para um esforço permanente de conhecimento dos riscos e
de melhoria das condições de trabalho.

Privilegiar a adopção de medidas de protecção colectiva em relação


às de protecção individual.

Este princípio faz a transição de prevenção para protecção. A sua aplicação só deverá
ocorrer quando a prevenção não tiver eliminado o risco ou reduzido o mesmo a níveis
aceitáveis.

2. Sinalização de Segurança

Entende-se por sinalização de segurança e saúde, a sinalização relacionada com um


objecto, uma actividade ou uma situação determinada, que fornece uma indicação ou uma
prescrição relativa a segurança ou saúde no trabalho, ou a ambas, por intermédio de uma
placa, uma cor, um sinal luminoso ou acústico, uma comunicação verbal ou sinal gestual.
A sinalização de segurança serve para alertar rapidamente os ocupantes de
determinado local ou edifício para:
- Objectos perigosos;
- Situações perigosas;
- Ajudar a ultrapassar perigos;
- Prestar informações relacionadas com a segurança.
A forma como deve ser feita a sinalização de segurança está definida em dois
diplomas legais:
- Decreto-lei n.º 141/95, que apresenta mínimas para a sinalização de segurança
e saúde no trabalho;
- Portaria n.º 1456-A/95, que regulamenta as prescrições mínimas de colocação
e utilização da sinalização de segurança e de saúde no trabalho.

2.1 – Decreto-lei n.º 141/95

2.1.1 Obrigações do empregador

O empregador deve garantir a existência de sinalização de segurança e de saúde no


trabalho adequada, sempre que os riscos não possam ser evitados ou suficientemente
diminuídos com meios técnicos de protecção colectiva ou com medidas, métodos ou
processos de organização do trabalho.

2.1.2 Sinalização permanente

Têm carácter permanente:


a) As placas de proibição, aviso e obrigação;
b) As placas de localização e identificação dos meios de salvamento e socorro;

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c) As placas e cores de segurança destinadas a localizar e a identificar o


material e equipamentos de combate a incêndios;
d) As placas e cores de segurança destinadas a indicar o risco de choque contra
obstáculos e a queda de pessoas;
e) As placas e rotulagens de recipientes e tubagens;
f) A marcação, com uma cor de segurança, de vias de circulação.

2.1.3 Eficiência da sinalização

O empregador deve garantir que a acessibilidade e a clareza da mensagem da


sinalização de segurança e de saúde no trabalho não sejam afectadas pela sua má concepção,
pelo número insuficiente, pela localização inadequada, pelo mau estado de conservação ou
deficiente funcionamento dos seus dispositivos, ou pela presença de outra sinalização ou de
uma fonte emissora.
A colocação e utilização da sinalização de segurança e de saúde implica,
nomeadamente:
- Evitar a afixação de um número excessivo de placas na proximidade uma das
outras;
- Não utilizar simultaneamente dois sinais luminosos que possam ser
confundidos;
- Não utilizar um sinal luminoso na proximidade de outra fonte luminosa;
- Não utilizar dois sinais sonoros ao mesmo tempo;
- Não utilizar um sinal sonoro, quando um ruído ambiente for demasiado forte.

2.1.4 Informação, formação e consulta dos trabalhadores

Os trabalhadores e os seus representantes para a segurança, higiene e saúde no


trabalho devem ser informados e consultados sobre as medidas relativas à sinalização de
segurança e de saúde no trabalho utilizadas.
Além disso, os trabalhadores devem receber formação sobre a sinalização de
segurança e de saúde adequada às características dos locais de trabalho, em especial sobre o
seu significado e sobre os comportamentos gerais e específicos a adoptar.

2.2 – Portaria n.º 1456-A/95


2.2.1 Intermutabilidade e complementaridade da sinalização

Na sinalização de segurança e saúde no trabalho, desde que seja garantido o mesmo


grau de eficiência, pode-se optar entre:
a) Sinais luminosos, acústicos e comunicação verbal;
b) Sinais gestuais e comunicação verbal;
c) Cor de segurança e placa, quando se trata de assinalar riscos de
tropeçamento ou quedas em altura.
Sempre que seja necessário, podem ser utilizados simultaneamente:
- Sinais luminosos e acústicos;
- Sinais luminosos e comunicação verbal;
- Sinais gestuais e comunicação verbal.

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2.2.2 Meios e dispositivos de sinalização

Os meios e dispositivos de sinalização devem ser regularmente limpos, conservados e


verificados e, se necessário, reparados ou substituídos.
Da mesma forma, o bom funcionamento e a eficiência dos sinais luminosos e acústicos
devem ser verificados antes da sua entrada em serviço e, posteriormente, de forma repetida.
O número e localização dos meios ou dispositivos de sinalização dependem da
importância dos riscos, dos perigos e da extensão da zona a cobrir.
No caso de dispositivos de sinalização que funcionem mediante uma fonte de energia,
deve ser assegurada uma alimentação alternativa de emergência, excepto se o risco sinalizado
desaparecer com o corte daquela energia.

2.2.3 Caracterização da sinalização

Os sinais de proibição, aviso, obrigação, salvamento ou de socorro, bem como os


relativos ao material de combate a incêndios, devem obedecer às características de forma e
aos pictogramas indicados nos quadros seguintes.
Sinais de Proibição:
Os sinais de proibição visam impedir que um determinado comportamento,
susceptível de colocar em risco a segurança de um indivíduo, ocorra.
Os sinais de proibição devem possuir as seguintes características:
• Forma circular;
• Pictograma negro sobre fundo branco, margem e faixa (diagonal descendente
da esquerda para a direita, ao longo do pictograma, a 45º em relação à horizontal) vermelhas
(a cor vermelha deve cobrir pelo menos 35% da superfície da placa).

Sinais de Proibição:

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Sinais de Aviso:
Os sinais de perigo visam advertir para uma situação, objecto ou acção susceptível de
originar dano ou lesão pessoal e/ou nas instalações.

Os sinais de Perigo devem possuir as seguintes características:


• Forma triangular;
• Pictograma negro sobre fundo amarelo, margem negra (a cor amarela
deve cobrir pelo menos 50% da superfície da placa).
Alguns destes sinais podem estar presentes em rótulos de substâncias e/ou produtos,
alertando para características destes produtos que possam constituir perigo.

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Sinais de Obrigação:
Os sinais incluídos nesta categoria visam prescrever um determinado comportamento.

Os sinais de obrigação devem possuir as seguintes características:


• Forma circular;
• Pictograma branco sobre fundo azul, (a cor azul deve cobrir pelo
menos 50% da superfície da placa).

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Sinais de Salvamento ou Socorro:

Os sinais incluídos nesta categoria visam indicar, em caso de perigo, as saídas da


emergência, o caminho para o posto de socorro ou local onde existem dispositivos de
salvação.
Os sinais de salvamento ou de emergência devem possuir as seguintes características:
• Forma rectangular ou quadrada;
• Pictograma branco sobre fundo verde (a cor verde deve cobrir pelo menos
50% da superfície da placa).

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Sinais de Combate a Incêndio:

Os sinais inseridos nesta categoria visam indicar, em caso de incêndio, a localização


dos equipamentos de combate a incêndio à disposição do utilizador.
Os sinais relativos ao material de combate a incêndios devem possuir as seguintes
características:

• Forma rectangular ou quadrada;


• Pictograma branco sobre fundo vermelho, (a cor vermelha deve cobrir pelo menos
50% da superfície da placa).

Sinais de Rotulagem:

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Os pictogramas utilizados na sinalização podem variar ligeiramente em relação às


figuras previstas nos quadros anteriores, desde que o seu significado seja equivalente e
nenhuma diferença ou adaptação os torne incompreensíveis.
As placas de sinalização devem ser de materiais que ofereçam a maior resistência
possível a choques, intempéries e agressões do meio ambiente.
As dimensões e as características calorimétricas e fotométricas da sinalização devem
garantir boa visibilidade e a compreensão do seu significado.

2.2.5 Condições de utilização dos sinais

Os sinais devem ser instalados em local bem iluminado, a altura e em posição


apropriadas, tendo em conta os impedimentos à sua visibilidade.
Os sinais devem ser retirados sempre que a situação que os justificava deixar de se
verificar.

2.2.6 Equipamento de combate a incêndios

Os extintores de combate a incêndios devem ser de cor vermelha, devendo o restante


equipamento ser identificado pela cor vermelha dos locais onde se encontra ou dos acessos a
estes mesmos locais.
A superfície vermelha associada ao equipamento de combate a incêndios deve ter uma
área suficiente para permitir a sua fácil identificação.

2.2.7 Sinalização de obstáculos e locais perigosos

A sinalização dos riscos de choque contra obstáculos, bem como queda de objectos ou
de pessoas no interior das zonas da empresa ou do estabelecimento a que o trabalhador tenha
acesso no âmbito do seu trabalho, é feita com as cores amarela e negra alternadas, ou com as
cores vermelha e branca alternadas.
Esta sinalização deve ter em conta as dimensões do obstáculo ou do local perigoso a
assinalar, e ser constituída por bandas de duas cores alternadas com superfícies sensivelmente
iguais, sob a forma de faixas com uma inclinação de cerca de 45º, tal como mostra a figura
seguinte:

2.2.8 Marcação das vias de circulação

Quando a protecção dos trabalhadores o exija, as vias de circulação de veículos devem


ser identificadas com faixas contínuas, indissociáveis do pavimento, as quais, para assegurar o
contraste bem visível com a cor do pavimento, podem ser brancas ou amarelas.
A localização das faixas deve ter em conta as distâncias de segurança necessárias, quer
entre veículos e trabalhadores, quer entre ambos e os objectos ou instalações que possam
encontrar-se na sua vizinhança.

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2.2.9 Sinais Luminosos

A luz emitida por um sinal luminoso de segurança deve garantir um contraste não
excessivo nem insuficiente, tendo em vista as condições de utilização.
Deve utilizar-se um sinal luminoso intermitente, em vez de um sinal luminoso
contínuo, para indicar um mais elevado grau de perigo ou de urgência.

2.2.10 Sinais acústicos

Os sinais acústicos de segurança devem ter um nível sonoro nitidamente superior ao


do ruído ambiente, sem ser excessivo ou doloroso. Além disso, devem ser facilmente
reconhecíveis, nomeadamente através da duração, da separação de impulsos, e diferenciáveis
de outros sinais acústicos e ruídos ambientais.
Um sinal acústico com frequência variável deve indicar um perigo mais elevado ou
uma maior urgência, em relação a um sinal emitido com frequência estável.

2.2.11 Sinais gestuais

Os sinais gestuais devem ser precisos, simples, largos, fáceis de executar e de


compreender e com diferenças significativas que os diferenciem facilmente uns dos outros.
Os sinais gestuais feitos simultaneamente com os dois braços, devem ser executados
mantendo os mesmos em posição simétrica.
Os sinais gestuais devem obedecer aos códigos indicados nas figuras seguintes,
podendo ter variações ligeiras que garantam uma idêntica compreensão do seu significado.

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3. Riscos

Metodologias de avaliação dos riscos

A avaliação de riscos deve ser efectuada, preferencialmente, na fase de projecto, no


momento do licenciamento industrial ou da selecção de matérias-primas, substâncias,
equipamentos ou processos de trabalho.
A antecipação do risco é feita primordialmente nos seguintes momentos:
- Projecto;
- Introdução de novos equipamentos ou alteração dos existentes;
- Introdução de novas tecnologias;
- Alterações nas condições de trabalho;
- Alteração nos produtos químicos;
- Introdução de novos produtos, …

 Perigo:

Fonte ou situação com potencial para o dano, em termos de lesões ou


ferimentos para o corpo humano ou danos para a saúde, perdas para o património, para o
ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes.

 Risco:

Combinação da probabilidade e da (s) consequência (s) da ocorrência de um


determinado acontecimento perigoso. O risco é, por definição, o produto da probabilidade de
uma ocorrência pela gravidade das suas consequências.

 Risco aceitável:

Risco que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela organização,
tomando em atenção as suas obrigações legais e a própria política de Higiene e Segurança.

 Conceitos e definições:

◦ Trabalhadores: incluem-se todas as pessoas que ocupam um emprego,


permanente ou temporário, ao serviço do empregador, bem assim como o
tirocinante, o estagiário e o aprendiz e os que estejam na dependência
económica do empregador, em resultado dos meios de trabalho e do resultado
da sua actividade, embora não titulares de uma relação jurídica de emprego.

◦ Acidente de Trabalho – todo o acontecimento inesperado e imprevisto,


incluindo actos de violência, derivado do trabalho ou com ele relacionado, do
qual resulta uma lesão corporal ou mental, ou a morte, de um ou vários
trabalhadores.

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◦ Doença profissional – doença contraída em consequência de uma exposição,


durante um período de tempo, a factores de risco decorrentes de uma
actividade profissional.

◦ Acidente de trajecto – acidente do qual resulta a morte ou lesões corporais, e


que ocorre no trajecto habitualmente efectuado pelo trabalhador, qualquer que
seja a direcção em que se desloca entre o seu local de trabalho e:

 O local de formação ligada à sua actividade profissional;

 A sua residência principal ou secundária;

 O local onde toma normalmente as suas refeições;

 O local onde recebe normalmente o seu salário.

◦ Evento perigoso – acontecimento facilmente identificável e ligado ao trabalho


que pode ser causa de lesão corporal.

◦ Incidente – acontecimento derivado do trabalho ou ocorrido durante o


trabalho, que não provocou lesão corporal apenas danos materiais.

◦ Lesão profissional – lesão corporal, doença ou morte provocadas por um


acidente de trabalho; a lesão é distinta da doença profissional.

◦ Incapacidade para trabalhar – incapacidade da pessoa lesionada, devido a


lesão profissional de que foi vítima, para executar as tarefas normais
correspondentes, no emprego ou posto de trabalho que ocupava no momento
em que se produziu o acidente de trabalho.

Métodos de Avaliação de Riscos:

 Métodos pró – activos, à priori, equacionam a acção preventiva antes de acontecer o


acidente.

 Métodos reactivos, à posteriori, utilizados após a ocorrência.

O conhecimento adquirido com a análise de acidentes e incidentes é um elemento de


enriquecimento dos métodos pró activos e uma referência para a estimativa e a valorização.
 A caracterização da exposição a factores de risco respeita as situações de trabalho
simples e aquelas em que os riscos podem originar catástrofes.

 Da mesma forma, a multiplicidade de riscos é proporcional à diversidade de métodos


vocacionados para a sua detecção e caracterização.

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Análise de riscos

ANÁLISE ANÁLISE
a priori a posteriori

Análise das Análise


Análise
condições clínica do
epidemiológica
de trabalho acidente

 Métodos à posteriori

O estudo estatístico da sinistralidade laboral permite uma visão global das


áreas problemáticas, a detecção de riscos particulares e a evidenciação de factos menos óbvios
de produção de acidentes.

Objectivos preventivos decorrentes:


 Determinar magnitude dos problemas de acidente, extensão e
gravidade;

 Determinar alterações na distribuição e na incidência das lesões (onde é


mais frequente e em que trabalhadores);

 Identificar eventualmente novos riscos.

 Estabelecer necessidades de medidas preventivas e estabelecer


prioridades;

 Monitorizar e avaliar a eficácia das acções;

 Supervisionar os riscos, advertir e levar a cabo campanhas de


sensibilização;

 Estimar consequências de lesões profissionais, em dias perdidos ou em


custos.

 Proporcionar dados estatísticos a empregadores e empregados;

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 Os resultados da recolha e tratamento de dados estatísticos não


permitem observar a complexidade da situação acidental, nem a
interacção de causas subjacentes, pelo que se torna relevante a análise
clínica do acidente, para classificar os antecedentes e a sua relação
cronológica.

Recolha, tratamento e comunicação dos resultados é um método de análise que


permite estudos epidemiológicos, testando hipóteses de correlações entre variáveis
seleccionados;
O âmbito da recolha deve abranger acidentes de trabalho, doenças profissionais,
acidentes de trajecto, incidentes e eventos perigosos, o que permite conhecer melhor a
realidade a analisar.
A avaliação de riscos deve ser elaborada tendo em conta os seguintes
parâmetros:
- Sector de Actividade;
- Tipo de Risco;
- Profissão;
- Operação;
- Componente material do trabalho.

 Os métodos de controlo e verificação englobam também as inspecções de segurança,


que se perspectivam em torno de três campos:

1- Exame aos tipos de riscos mais comuns (6 grupos):


 Riscos de incêndio – demarcação de zonas perigosas, sectores vulneráveis, tipos de
fogos possíveis;

 Riscos eléctricos – identificação de materiais e dispositivos que necessitam de


medidas de prevenção específicas;

 Riscos associados à circulação de pessoas e máquinas – implantação dos postos de


trabalho, obstruções, estado dos pavimentos, iluminação;

 Riscos ligados às actividades de manutenção – intervenções em condutas de


produtos inflamáveis, operações de soldadura e corte;

 Riscos ligados à armazenagem – produtos e substâncias químicas, movimentação


manual de cargas (posturas ergonómicas incorrectas);

 Riscos do ambiente de trabalho – ruído, contaminantes, desconforto térmico,


vibrações e iluminação.

2- Identificação de zonas que carecem de estudo mais aprofundado;

3 - Reflexão sobre a capacidade da empresa no que diz respeito à segurança e saúde


do trabalho.

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4. EPI e EPC

Os EPC´s devem ser instalados o mais próximo possível da fonte de risco, de forma a
aumentar a protecção do trabalhador. A sua utilização e instalação deve ter em conta as
circunstâncias do trabalho e atender a factores de resistência dos materiais e de estabilidade de
estruturas.

Os EPI´s são a última escolha na protecção dos trabalhadores. Face à protecção colectiva,
a protecção individual só deverá ter lugar quando e se a aquela não for tecnicamente ou se for
considerada insuficiente, pelo que se assume os EPI´s como suplementares.
Quando utilizados os EPI´s devem ter em conta:
- Adequação ao trabalhador;
- Adequação ao risco;
- Adequação ao trabalho.

Existem EPI´s fundamentalmente para protecção da:


- cabeça;
- olhos e rosto;
- das vias respiratórias;
- dos pés e membros inferiores;
- das mãos e membros superiores;
- contra quedas;
- do tronco.

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A escolha de um EPI requer, em qualquer dos casos, um conhecimento profundo do


posto de trabalho e do seu ambiente. Por isso a escolha deve ser realizada por pessoal
capacitado, e neste processo de escolha a participação e colaboração do trabalhador é de
extrema importância.
Ao escolher o EPI, é conveniente ter em conta o folheto informativo do fabricante.
Este folheto deve estar escrito em português e contém todos os dados úteis referentes a :
armazenamento, uso, limpeza, manutenção, desinfecção, acessórios, peças de reposição,
classes de protecção, prazo de caducidade, etc.

4.1 Protecção da cabeça

A cabeça deve ser protegida perante risco de:


- queda de objectos pesados;
- pancadas violentas;
- projecção de partículas.
Para conseguir esta capacidade de protecção e reduzir as consequências destrutivas
dos golpes da cabeça, deve ser utilizado um capacete cujo funcionamento conjunto dos
diferentes componentes seja capaz de cumprir as seguintes condições:
- Limitar a pressão aplicada ao crânio, distribuindo a força de impacto sobre a maior
superfície possível;
- Desviar os objectos que caiam, por meio de uma força adequadamente lisa e
arredondada;
- Dissipar e dispersar a energia do impacto, de modo que não se transmita na sua
totalidade à cabeça e ao pescoço.
Os capacetes utilizados em trabalhos especiais devem cumprir outros requisitos
adicionais, como a protecção relativamente a salpicos de metal fundido (industrias do ferro e
do aço), protecção relativamente a contactos eléctricos etc.
Segundo a NP EN 397:1997, o capacete é constituído pelo casco e pelo arnês, em que:
- o casco é a parte exterior e resistente do capacete, com bordos livres e arredondados,
sendo constituído pelo calote, aba e viseira;
- o arnês é o conjunto de elementos destinados a absorver energia cinética transmitida
pelo choque e a manter uma posição correcta do capacete sobre a cabeça do utilizador, sendo
constituída por cinta de amortecimento, banda de cabeça e precinta de nuca.

Além da marcação “CE”, o capacete pode estar marcado com os seguintes elementos:
1. Número da norma europeia (EN 397);
2. Nome ou marca de identificação do fabricante;
3. Modelo (fabricante);
4. Ano e trimestre de fabrico;
5. Tamanho em cm.

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Os capacetes de protecção podem ser construídos nos seguintes materiais:

- Plásticos termoendurecíveis: resistem ao calor, ao frio, aos produtos químicos e ao


envelhecimento. São aplicáveis em actividades como a soldadura e trabalhos de calor;
- Liga de alumínio: permite uma boa irradiação de calor, não é suportável durante
longo período de tempo devido à transmissão de calor, apresenta resistência limitada à
fractura e às baixas temperaturas e fraca resistência aos produtos químicos. São aplicáveis em
pedreiras e em combate a incêndios devido ao seu baixo peso;
- Termoplástico: apresentam fraca resistência a elevadas temperaturas e às radiações
ultravioleta, sendo muito resistentes às baixas temperaturas e os que apresentam melhor
resistência à perfuração. São aplicáveis a oficinas, construção civil, câmaras frigoríficas, etc.
Para manter o capacete em bom estado, este deverá ter manutenção cuidada, sendo
apresentadas de seguida algumas recomendações de interesse:
- Os capacetes de polietileno, polipropileno ou ABS tendem a perder resistência
mecânica por efeito do calor, do frio e da exposição ao sol ou fontes intensas de UV. Este tipo
de capacetes devem ser substituídos no mínimo a cada 3 anos;
- Em qualquer caso, o capacete deve ser substituído se se verificar que o mesmo está a
descolar, a gretar, a desprender fibras ou a perder resistência. Também deve ser substituído se
sofrer um golpe forte, ainda que não apresente sinais de danos;
- A limpeza e desinfecção são particularmente importantes se o utilizador sua muito ou
se o capacete for compartilhado por vários trabalhadores. A desinfecção pode ser realizada
submergindo o capacete numa solução de formol a 5% ou hipoclorito de sódio;
- Os materiais que adiram ao capacete, tais como gesso, cimento, cola ou resinas,
podem ser eliminados por meios mecânicos ou com um solvente adequado que não ataque o
material de que é feita a armação exterior;
- Os capacetes de segurança que não se utilizem deverão ser guardadas
horizontalmente em estantes ou colocados em ganchos em locais não expostos à luz solar
directa nem a uma temperatura ou humidade elevadas.

4.2 Protecção dos olhos e do rosto

Os olhos constituem uma das partes mais sensíveis do corpo e onde os acidentes
podem atingir uma maior gravidade.
As lesões nos olhos, ocasionadas por acidentes de trabalho, podem ser devidas a
diferentes causas:
- Acções mecânicas: através de poeiras, partículas ou aparas;
- Acções ópticas: através de luz visível (natural ou artificial), radiação UV ou
infravermelha ou raios laser;
- Acções químicas: através de produtos corrosivos (ácidos e bases) no estado sólido,
líquido ou gasoso;
- Acções térmicas: devido a temperaturas extremas.
Na altura de considerar a protecção ocular e facial, costumam-se subdividir os
protectores existentes em dois grandes grupos em função da zona protegida.
Se o protector só protege os olhos, fala-se de Óculos de Protecção.
Se além dos olhos, o protector protege parte ou totalidade da cara ou outras zonas da
cabeça, fala-se de Viseiras.

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Os vidros dos óculos e das viseiras de protecção deverão resistir ao choque, à corrosão
e às radiações.
Estes vidros podem ser de dois tipos:
- Vidros de Segurança: são transparentes e actuam contra acções mecânicas e
químicas. Utiliza-se vidro temperado ou plástico (termoplásticos ou plástico
termoendurecível). São utilizados em trabalhos de rebarbagem.
- Vidros Coloridos: possuem efeito filtrante e actuam contra acções ópticas. Podem
utilizar-se os materiais acima referidos ou ainda vidro normal (sempre que não é previsível
qualquer acção mecânica). São usados, por exemplo, na soldadura.
A falta ou a deterioração de visibilidade através dos óculos ou viseiras é uma origem
de risco na maioria dos casos. Por este motivo, conseguir que este tipo de protectores se
mantenha em bom estado é fundamental.
Para isso, deverão ser seguidas uma série de recomendações referentes à manutenção
do mesmo, que se apresentam de seguida:
- Os óculos ou viseiras devem ser limpos diariamente procedendo sempre de acordo
com as instruções do fabricante;
- Com o fim de impedir doenças de pele, os protectores devem ser desinfectados
periodicamente e sempre que mudem de utilizador;
- Antes de usar os protectores deve-se proceder a um exame visual dos mesmos,
comprovando que estejam em bom estado. No caso de ter algum elemento modificado ou
deteriorado, este deve ser substituído e, no caso de não ser possível, colocar fora de uso o
equipamento;
- Para conseguir uma boa conservação, os equipamentos deverão ser guardados,
quando não estejam em uso, limpos e secos nos seus estojos;
- No caso de utilizadores que usem óculos correctivos, deve ser tido em consideração
se os óculos de protecção possuem graduação que aumente a probabilidade de ocorrência de
acidentes.
No local de trabalho, os olhos e a cara do trabalhador podem estar expostos a riscos de
diferente natureza, os quais podem agrupar-se em três grupos, segundo a sua forma de
actuação:
1) Lesões nos olhos e na cara por acções externas;
2) Riscos para as pessoas por acção sobre os olhos e a cara;
3) Riscos para a saúde ou limitações devidos ao uso de equipamentos de
protecção ocular ou facial.

4.3 Protecção das Vias Respiratórias

A atmosfera dos locais de trabalho encontra-se, muitas vezes, contaminada em virtude


da existência de agentes químicos agressivos, tais como gases, vapores, neblinas, fibras e

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poeiras. Para proteger os trabalhadores destes agentes poderão ser utilizados aparelhos de
protecção respiratória.
Os aparelhos de protecção respiratória são EPI´s das vias respiratórias, em que a
protecção contra os contaminantes é obtida reduzindo a concentração destes na zona de
inalação para valores abaixo dos níveis de exposição recomendados.
Existem, essencialmente, os seguintes tipos de protectores:
A) Dependentes do meio ambiente (Equipamentos Filtrantes)

Nestes casos, o ar inalado passa através de um filtro onde são retidos os


contaminantes.
Estes por sua vez subdividem-se em:
A1 – Equipamentos filtrantes contra partículas:
- Filtro contra partículas + Adaptador facial;
- Mascarilha filtrante contra partículas;
- Equipamentos filtrantes ventilados (capacetes).

A2 – Equipamentos filtrantes contra gases e vapores:


- Filtro para gases + Adaptador facial;
- Mascarilha filtrante contra gases e vapores.

A3 – Equipamentos filtrantes contra partículas, gases e vapores:


- Filtro combinado + Adaptador facial
- Mascarilha filtrante contra partículas, gases e vapores.
B) Independentes do meio ambiente (equipamentos isolantes)

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Proporcionam protecção tanto para atmosferas contaminadas como para a deficiência


de oxigénio. Fundamentam-se no fornecimento de um gás não contaminado respirável (ar ou
oxigénio).
Os principais tipos existentes são indicados de seguida:
B1 – Não autónomos
- Aparelhos de tomada de ar à distância:
- não assistidos;
- de assistência manual;
- de assistência motorizada.
- Aparelhos de ar comprimido:
- de débito contínuo;
- de débito comandado;
- de débito comandado, de pressão positiva.
B2 – Autónomos
- De circuito aberto:
- de ar comprimido com débito comandado;
- de ar comprimido comandado, de pressão positiva.
- De circuito fechado:
- de gerador de oxigénio;
- de oxigénio liquefeito;
- de oxigénio comprimido.

Em qualquer dos casos, o parâmetro que define a eficiência do equipamento é o denominado


“Factor de Protecção”.
FP = Ce / Ci
Em que:
Ce – concentração do contaminante no exterior do respirador;
Ci – concentração existente entre o respirador e a cara.
Segundo a EN 143, os filtros de partículas podem ser divididos em 3 classes:
Classe P1 – filtros de eficácia fraca
Classe P2 – filtros de eficácia média
Classe P3 – filtros de eficácia alta
Dentro das classes P2 e P3, os filtros são subdivididos em função das suas
possibilidades de eliminar aerossóis sólidos (eventualmente aquosos)(notação “S”), ou sólidos
e líquidos (notação SL).
P1 – Máscaras Completas; FFP1 – Semi-máscaras
Resumindo, os riscos podem-se dividir em três grupos:
1) Riscos para as vias respiratórias, devidos a acções externas;
2) Riscos para o trabalhador, devidos a acções ocorridas através das vias
respiratórias;
3) Riscos para a saúde, devidos à utilização de equipamentos de protecção
respiratória.
Os aparelhos de protecção respiratória, como os restantes EPI´s, devem ser
conservados de forma a evitar a sua deterioração pela acção de produtos químicos, humidade,
gorduras, ácidos, etc.
Ao escolher um equipamento de protecção respiratória é necessário considerar dois
factores:

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a) Aspecto técnico: deve-se escolher o equipamento adequado aos riscos


existentes, observados nas análises de riscos;
b) Aspecto ergonómico: entre os equipamentos que satisfazem o aspecto
técnico deve escolher-se o que melhor se adapte às características pessoais do utilizador. O
utilizador deve participar nesta decisão.

As características mais importantes que devem reunir os aparelhos, a este respeito,


são:
- perda reduzida da capacidade visual e auditiva;
- menor peso possível;
- arnês de cabeça com sistema de ajuste cómodo para condições de trabalho normais;
- as partes do adaptador facial que estejam em contacto com a cara do utilizador
devem ser de material macio;
- inodoro;
- o equipamento deverá dificultar o menos possível a respiração do utilizador.
Antes de utilizar um filtro, é necessário verificar a data de caducidade e o seu perfeito
estado de conservação, respeitando a informação do fabricante e, sendo possível comparar o
tipo de filtro e o âmbito de aplicação.
Deve-se controlar especialmente o estado das válvulas de inalação e exalação do
adaptador facial, o estado das garrafas dos equipamentos de respiração autónomos e de todos
os elementos de estanquicidade e de união entre as diferentes partes do aparelho.

4.4 Protecção dos ouvidos

Os protectores auriculares são equipamentos de protecção individual que, devido às


suas propriedades para atenuação de som, reduzem os efeitos de ruído na audição, evitando
assim danos no ouvido.
Quando o nível sonoro a que o trabalhador está exposto ultrapassa os valores
admissíveis (85dB(A)) não é viável, técnica ou economicamente, a aplicação de medidas
organizacionais ou construtivas, ou o controlo efectuado não se revele eficaz, ter-se-á então
que recorrer à protecção individual. (Dec. Lei 182/2006)
Os protectores auriculares devem ser seleccionados de acordo com critérios técnicos
adequados, bem como no respeito pela legislação em vigor.
Estes protectores auriculares podem ser de dois tipos: de inserção no canal auditivo
(auriculares e tampões) e de cobertura do pavilhão auditivo (auscultadores).
No quadro seguinte, são indicadas as vantagens e desvantagens de cada um deles.

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A exposição ao ruído pode provocar alterações na saúde, em particular perdas


auditivas e riscos de acidente. Além disso, existe uma série de riscos derivados do
equipamento e da utilização do mesmo.
Devemos ter em consideração algumas indicações práticas de interesse nos aspectos
de utilização e manutenção do protector, como sejam:
- os protectores auditivos deverão ser utilizados enquanto dure a exposição ao ruído.
Retirar o protector, nem que seja durante um curto espaço de tempo, reduz seriamente a
protecção;
- alguns tampões auditivos são de uso único. Outros podem utilizar-se durante um
determinado número de dias ou de anos se a sua manutenção se efectuar de modo correcto.
- os tampões auditivos (simples ou unidos por uma banda) são estritamente pessoais.
Os demais protectores (capacetes anti-ruído, auscultadores) podem ser utilizados por outras
pessoas após desinfecção.

4.5 Protecção dos pés e membros inferiores

Por calçado de uso profissional entende-se qualquer tipo de calçado destinado a


oferecer uma certa protecção contra os riscos derivados da realização de uma actividade
profissional.
Segundo o nível de protecção oferecido, o calçado de uso profissional pode classificar-se nas
seguintes categorias:
- Calçado de Trabalho: é um calçado de uso profissional que não proporciona
protecção na parte dos dedos (não é utilizada biqueira de aço);
- Calçado de Protecção: é um calçado de uso profissional que proporciona protecção
na parte dos dedos (biqueira de aço);
- Calçado de Segurança: calçado de uso profissional que confere protecção nos dedos
e na sola pé;
- Calçado Condutor: calçado de uso profissional, para quando for necessário
minimizar a acumulação de electricidade electrostática (manuseamento de explosivos),
resistência até 100kΩ;
- Calçado Anti-estático: calçado de uso profissional para quando for necessário
minimizar a acumulação de electricidade electrostática (manuseamento de substâncias
inflamáveis), resistência de 100kΩ até 1000kΩ.

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O calçado pode ser classificado como de tipo I e tipo II, em função do tipo de material
e do processo de fabrico:
- Tipo I: constituídos por materiais que não sejam de borracha natural ou de polímeros;
- Tipo II: todo o tipo de calçado constituído pelos restantes materiais.
Destacam-se como componentes do calçado de segurança, os seguintes elementos:
Biqueira de protecção: Peça incorporada no calçado para garantir protecção
mecânica da zona dos dedos;
Contraforte: Reforço interior na zona do calcanhar;
Gáspea: Peça dianteira do corte (parte do calçado acima da sola) que cobre a
parte dorsal do pé;
Sola ou solado: Conjunto de peças que constituem a parte inferior do calçado e
que se interpõe entre o pé e o solo;
Palmilha de protecção: evita os elementos perfurantes;
Rasto anti-derrapante: Possui aderência especial ao solo;
Talão ou cano: parte adjacente à gáspea;
Tacão: Peça saliente da zona do calcanhar.

A simbologia normalmente utilizada para a descrição do calçado de segurança é a seguinte:

Nos equipamentos para protecção individual dos pés e membros inferiores deverão
estar presentes as seguintes marcações:
- Marca CE;
- Número da Norma Europeia;
- Marca ou identificação do fabricante;
- Nome ou referência do modelo;
- Data de fabrico;
- Símbolos adicionais.
A protecção dos pés deve ser considerada quando há possibilidade de lesões a partir de
riscos mecânicos, térmicos, químicos, biológicos ou eléctricos.

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No local de trabalho, os pés do trabalhador, e através dos pés o corpo inteiro, podem
encontrar-se expostos a riscos de natureza diversa, os quais podem agrupar-se em três grupos
segundo a sua forma de actuação:
1) Lesões nos pés produzidas por acções externas (poeiras, calor,
esmagamento, salpicos);
2) Riscos para as pessoas por uma acção sobre o pé (queda em piso
escorregadio);
3) Riscos para a saúde ou doenças devido ao uso do calçado (humidade,
alergias, formação de germes).

Cuidados a ter com o calçado de uso profissional:


- ter em conta o estado de conservação do calçado, se apresenta sinais de
desgaste;
- devido à transpiração recomenda-se a troca de palmilhas dos calçado e a
lavagem dos pés diariamente;
- limpar e arejar o calçado de forma a prolongar o seu tempo de vida útil.

4.6 Protecção das mãos e dos membros superiores

Os ferimentos das mãos constituem o tipo de lesão mais frequente que ocorre na
indústria, daí a necessidade de se providenciar uma correcta protecção das mãos.
As agressões às mãos podem ser lentas (provocando dermatoses) ou rápidas (cortes,
picadas, queimaduras).
O braço e o antebraço estão, geralmente, menos expostos do que as mãos, não se
devendo no entanto subestimar a sua protecção.
Entre os diferentes dispositivos de protecção individual para as mãos e membros
superiores, os mais utilizados são:
- luvas;
- dedeiras;
- mangas;
- braçadeiras.
Essencialmente, os diferentes tipo de riscos para as mãos que se podem manifestar são
os que se indicam de seguida:
- Riscos mecânicos;
- Riscos térmicos;
- Riscos químicos e biológicos;
- Riscos eléctricos;
- Vibrações;
- Radiações ionizantes.
Em função dos riscos enumerados têm-se os diferentes tipos de luvas de protecção,
quer seja para proteger contra um risco concreto ou para uma combinação deles.
Quanto às classes existentes para cada tipo de luvas, estas determinam-se em função
do “nível de protecção”. Este níveis de protecção consistem em números que indicam
categorias ou gamas de prestações, mediante os quais se podem classificar os resultados dos
ensaios contidos nas normas técnicas destinadas à avaliação da conformidade das luvas.
Os diferentes níveis de prestação para os diferentes tipos de luvas são indicados de
seguida:
Luvas contra Riscos Mecânicos – existem 4 níveis de protecção (1 a 4) para cada um
dos parâmetros que se indicam de seguida:

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- resistência à abrasão;
- resistência ao corte por lâmina (neste caso existem 5 níveis);
- resistência ao rasgão;
- resistência à perfuração.
Luvas contra Riscos Térmicos (calor ou frio) – estão definidos 4 níveis de protecção
(1 a 4) para cada um dos parâmetros indicados de seguida:
- comportamento à chama (inflamabilidade);
- resistência ao calor de contacto;
- resistência ao calor por convecção;
- resistência ao calor radiante;
- resistência a pequenas projecções de metal fundido;
- resistência a grandes massas de metal fundido.

Luvas contra Produtos Químicos – para cada conjunto material constituinte da luva /
produto químico define-se uma escala com 6 índices de protecção (1 a 6).
Estes índices de protecção determinam-se em função de um parâmetro de ensaio
denominado “tempo de ruptura” (BT – Breakthrought Time) o qual indica o tempo que o
produto químico demora a permear a luva.
Além da obrigatória marcação “CE”, a luva pode estar marcada com os seguintes
elementos:
1. Nome, marca registada ou outro meio de identificação do fabricante;
2. Denominação da luva (nome, código);
3. Tamanho;
4. Data de caducidade;
5. Número da Norma Europeia;
6. Símbolos com o nível de desempenho definido na Norma Europeia.
De seguida, indicam-se os diferentes pictogramas existentes para os diferentes tipos de riscos.

O tipo de material utilizado na construção dos equipamentos de protecção individual,


para as mãos e membros superiores, depende do agente agressor, sendo os mais utilizados
apresentados de seguida:

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- Couro: tem boa resistência mecânica e razoável resistência térmica. É utilizado em


trabalhos com exposição a calor radiante, desde que impregnado com película reflectora que
permite a respiração cutânea em virtude da sua porosidade.
- Borracha natural (latex): utilizada em trabalhos húmidos e em presença de ácidos
ou bases. É contra-indicada para óleos, gorduras ou solventes. As luvas de protecção contra a
corrente eléctrica são deste material, tendo gravados o nome da entidade que as testou e a
voltagem de ensaio.
- Plástico: são de vários tipos e são utilizadas, em geral, para substâncias como óleos,
solventes, gorduras, etc. Não podem ser utilizadas em trabalhos de calor, mas são bastantes
resistentes ao corte, aos líquidos e em certos casos a substâncias radioactivas.

- Tecidos: são utilizados em trabalhos secos que não exijam grande resistência térmica
ou mecânica.
- Malha metálica: é utilizada contra o risco de corte ou ferimentos graves nas mãos,
em trabalhos com lâminas afiadas (em talhos e matadouros). A luva de malha metálica pode
ser combinada com uma luva de couro ou de tecido para maior comodidade de utilização.
As mãos do trabalhador podem estar expostas a riscos de natureza diversa, os quais se
podem classificar em três grupos, segundo a sua forma de actuação:
1) Lesões nas mãos devidas a acções externas (cortes, calor, metal fundido);
2) Riscos para as pessoas por acções sobre as mãos (vibrações, contactos
eléctricos);
3) Riscos para a saúde devidas à utilização de luvas de protecção (transpiração,
aprisionamento).
No que diz respeito à manutenção das luvas, são apresentadas de seguida algumas
recomendações:
- Há que verificar periodicamente se as luvas apresentam rupturas, buracos ou
dilatações;
- No que diz respeito às luvas de protecção contra produtos químicos, estas
requerem uma especial atenção, sendo conveniente ressaltar os seguintes pontos:
- deverá estabelecer-se um calendário para a substituição periódica das
luvas a fim de garantir que sejam trocadas antes de serem permeadas pelos produtos
químicos;
- a utilização de luvas contaminadas pode ser mais perigosa que a falta
de utilização, devido ao contaminante ir-se acumulando no material componente da luva;
- As luvas de couro, algodão ou similares, deverão conservar-se limpas e secas
no lado em que estão em contacto com a pele.

4.7 – Protecção contra quedas em altura

Um sistema de protecção individual contra quedas em altura (sistema anti


quedas) garante a paragem segura de uma queda, de forma que:
- a distância de queda do corpo seja mínima;
- a força de travagem não provoque lesões corporais;
- a posição do utilizador, uma vez produzida a travagem da queda, seja tal que
lhe permita esperar por auxilio.
A protecção contra quedas em altura deve ser feita com um arnês ligado a um sistema
pára-quedas (pode ser retráctil ou amortecedor de quedas).

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Na posição do trabalho o operador pode, eventualmente, ficar preso a uma


corda de amarração que lhe permite ficar com as mãos livres para a execução da tarefa.
Para escadas fixas, existe um equipamento contra quedas baseado num cabo
(linha de vida) e num mecanismo capaz de parar o movimento do utilizador no sentido da
queda, através do accionamento automático do sistema de bloqueio. Este pára-quedas é
designado como deslizante.

Para utilizar correctamente este tipo de equipamento e prevenir acidentes, resultantes


de queda livre do trabalhador, é necessário ter em atenção algumas regras:
- utilizar sempre e permanentemente o equipamento de protecção durante a
duração do trabalho;
- nunca modificar o equipamento e a sua instalação, este procedimento deve ser
efectuado por um funcionário qualificado;
- respeitar as regras de utilização próprias do equipamento a empregar;
- evitar, durante a utilização, que o equipamento se enrede ou se misture com
os outros obstáculos, para que o desempenho do equipamento não seja afectado;
- evitar contacto do equipamento com:
- arestas vivas;
- superfícies rugosas;
- pontos quentes;
- matérias corrosivas.
- assinalar todas as anomalias ou defeitos do equipamento à pessoa responsável
pelo material;
- nunca reutilizar um equipamento que tenha sofrido uma queda;
- o sistema de pára-quedas como EPI só pode ser utilizado por um único
trabalhador.
Os sistemas de protecção individual contra quedas em altura devem ser instalados e
mantidos de acordo com regra precisas, pois só assim permitem a realização dos trabalhos em
segurança:
- Pontos de ancoragem: local onde é fixo o equipamento, devem ser seguros e
acessíveis;
- Componentes: deve ser feito um exame a estas peças antes da sua utilização
(exemplos: arneses pára-quedas, sistemas pára-quedas móveis sistemas de pára-quedas de
encravamento automático).
- Instalação: antes da instalação de um sistema deve ser verificado se existe
algum obstáculo susceptível de ser adverso para o trabalhador.

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O componente principal é o cinto de trabalho que envolve o corpo e liga o corpo do


trabalhador à estrutura. Compreende outros elementos que combinados e ligados, suportam o
utilizador durante o trabalho em altura.
As principais exigências para estes equipamentos de protecção são as
seguintes:
- o tecido e os fios empregues devem ser feitos em fibras sintéticas (poliéster);
- os fios que são cozidos ao tecido deverão ser compatíveis e de qualidade
semelhante a este e ainda ser de cor contrastante de modo a facilitar a inspecção visual;
- o cinto de trabalho pode ser equipado com correias ajustáveis quer para os
ombros quer para formar um assento;
- o cinto de trabalho deve ser construído de modo a que não possa ser
desmanchado à mão;
- a fivela do cinto deve ser construída de maneira a que quando estiver
correctamente afivelado, não se possa abrir involuntariamente.

Relativamente à utilização e manutenção, devem ser fornecidas indicações claras na


língua nacional sobre o ajuste de cada um dos cintos e amarrações, bem como da seguinte
informação:
- nome do fabricante;
- aviso de que o equipamento não é indicado para sistemas pára-quedas;
- instruções de posicionamento da amarração à estrutura ou ancoragem, para
que uma eventual queda seja limitada a 0,5m no máximo;
- aviso de não utilização de diferentes combinações de componentes;
- instruções de armazenamento e manutenção.
No local de trabalho, o corpo do trabalhador pode estar exposto a riscos de diferente
natureza, os quais se podem dividir em dois grupos, segundo a sua forma de actuação:
1) Lesões do corpo por queda em altura (risco de impacto);
2) Riscos para a saúde devido ao uso de EPI´s contra quedas em altura (posição
ergonómica inadequada, oscilação com choque, limitação da liberdade de movimentos).
Entre as influências que podem atenuar a eficácia do equipamento de protecção, as
mais importantes são:
- frio;
- calor;
- humidade;
- radiações solares;
- desgaste;
- sujidade;
- óleos;
- ácidos.

4.8 Protecção do tronco. Vestuário de trabalho.

A roupa de protecção é definida como sendo aquela roupa que substitui ou cobre a
roupa pessoal, e que está desenhada para proporcionar protecção contra um ou mais perigos.
Normalmente, a roupa de protecção é classificada em função do risco para cuja protecção está
destinada. Assim, e de um modo genérico, podem-se considerar os seguintes tipos de roupa de
protecção:
- Roupa de protecção contra riscos do tipo mecânico;
- Roupa de protecção contra o calor e o fogo;

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- Roupa de protecção contra riscos químicos;


- Roupa de protecção contra intempéries;
- Roupa de protecção contra riscos biológicos;
- Roupa de protecção contra radiações (ionizantes e não ionizantes);
- Roupa de protecção de alta visibilidade;
- Roupa de protecção contra riscos eléctricos;
- Roupa de protecção anti estática.

Roupa contra riscos mecânicos: as agressões mecânicas contra as quais está


concebida este tipo de roupa consiste essencialmente em roçadelas, furos, cortes e impactos.
Como exemplo de operações nas quais se apresentam estes tipos de riscos temos abate de
árvores, corte de carne com machado, manipulação de vidro.

Roupa de protecção contra calor e/ou fogo: este tipo de vestuário está desenhado
para proteger contra agressões térmicas nas suas diversas variantes, como podem ser:
- chamas,
- transmissão e calor (convectivo, radiante e por condução);
- projecções de materiais quentes e/ou em fusão.
No que se refere às características de protecção das peças de vestuário, para a
sua especificação estão estabelecidos os seguintes parâmetros e seus correspondentes níveis
de prestação:
- propagação limitada da chama (0 ou 1);
- resistência ao calor por convecção (1 a 5);
- resistência ao calor radiante (1 a 4);
- resistência a salpicos de alumínio fundido (1 a 3);
- resistência a salpicos de ferro fundido (1 a 3).

Roupa de protecção contra riscos químicos: os materiais constituintes das peças são
específicos para o composto químico contra o qual se procura protecção.
Assim, para cada conjunto, constituído por material constituinte da peça /
produto químico é preciso fixar os níveis de protecção. Os ditos níveis definem-se através de
uma escala com 6 índices de protecção (1 menos protecção; 6 máxima protecção).

Roupa de protecção contra o frio e a intempérie: além dos trabalhos desenvolvidos


no exterior em condições invernosas, os riscos por baixas temperaturas, podem apresentar-se
também em indústrias alimentares, instalações criogénicas, etc.
Os materiais constituintes deste tipo de roupa habitualmente consistem em têxteis
naturais ou sintéticos, recobertos por uma capa de material impermeável (PVC, poliuretanos)
ou então submetidos a algum tratamento para conseguir uma protecção específica.

Roupa de protecção contra riscos biológicos: os campos de actividade onde se


costumam apresentar os riscos de tipo biológico são, fundamentalmente, a medicina, a
indústria alimentar e o tratamento de resíduos.
Esta é uma área em fase de estudo e na confecção destas peças avançou-se em
2 direcções. Por um lado desenvolveram-se produtos que tomam como base materiais não-
tecidos, que actuam como barreiras efectivas, e por outro lado os tecidos anti bacterianos,
obtidos por aplicação de um agente bactericida sobre a superfície da tela.

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Roupa de protecção contra radiações: as soluções adoptadas no terreno das


radiações não-ionizantes passam pelas blindagens electromagnéticas e tecidos com elevada
condutividade eléctrica e dissipação estática, existindo diversos produtos comerciais que
contem essas características.
Por outro lado, para as radiações ionizantes costumam utilizar-se peças impermeáveis
conjuntamente com materiais que actuam como blindagem (Pb).

Roupa de protecção de alta visibilidade (EN 471): a protecção pode ser conseguida
pelo próprio material constituinte da peça ou pela adição à peça confeccionada de materiais
fluorescentes ou com características de rectroreflexão adequadas.
Existem 3 classes para este tipo de roupa (1,2 e 3), sendo a classe 3 a que oferece
maiores características de visibilidade e a 1 as menores.

Roupa de protecção contra riscos eléctricos e anti estática: Em baixa tensão


utilizam-se fundamentalmente o algodão ou misturas poliéster/algodão, enquanto que em alta
tensão se utiliza roupa não condutora.

As condições que podem afectar a eficácia das roupas de protecção são:


- Calor e Frio;
- Armazenamento e Limpeza inadequados;
- Utilização errada;
- Humidade;
- Produtos químicos (óleos, ácidos).

Além da obrigatória marcação CE, o vestuário de trabalho pode estar marcado com os
seguintes elementos:
- Nome, marca registada ou outro meio de identificação do fabricante;
- Tamanho, denominação do tipo de produto, nome comercial ou código;
- Número da norma EN específica;
- Pictogramas;
- Etiquetas com cuidados a ter;
- Período de vida útil.
De seguida indicam-se os diferentes pictogramas existentes para os diferentes tipos de
risco.

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4.9 Equipamentos de Protecção Colectiva

As medidas de protecção colectiva, que protegem o conjunto de trabalhadores,


afastando-os do risco, interpondo barreiras entre estes e o risco.
Como exemplos deste tipo de medidas, podemos ter:
- Equipamentos de protecção contra quedas em altura:
- Guarda-corpos;
- Redes de segurança;
- Equipamentos de protecção contra soterramento:
- Entivações;
- Ventilação adequada em espaços confinados para evitar o risco de
intoxicação;
- Encapsulamento de máquinas e utilização de painéis absorventes sonoros;
- Sistema de detecção de incêndios;
- Extintores de incêndio;
- Lava-olhos;
- Chuveiros de segurança, …

Guarda-corpos

Os guarda-corpos são entendidos como protecções colectivas verticais e devem ser


concebidos com o objectivo de impedir a queda de corpos, podendo ser rígidos ou flexíveis
em função dos materiais que os constituem.

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Guarda-corpos rígidos e rodapés: os guarda - corpos rígidos são normalmente


constituídos por dois elementos horizontais montantes e elementos de fixação ao plano de
trabalho.
Sempre que exista risco de queda de materiais ou ferramentas a partir do plano de
trabalho, deve prevenir-se esse risco com a instalação de um rodapé, assente naquele plano e
com a altura não inferior a 0,15m, solidamente fixado aos montantes do guarda-corpos.
Dos dois elementos horizontais referidos anteriormente o mais elevado deve ficar com
a parte superior situada à altura mínima de 0,90 metros acima do plano de trabalho e o outro
com a parte superior à altura mínima de 0,45 m.

Guarda-corpos flexíveis: Os guarda-corpos flexíveis diferem dos rígidos


essencialmente por os elementos horizontais serem substituídos por redes e ainda pelos
dispositivos de fixação da rede aos montantes.
Guarda-corpos / Resguardos inclinados: As plataformas de trabalho fixas devem
dispor de um sistema de protecção colectiva contra quedas em altura e uma estrutura de
suporte solidamente fixada em elementos rígidos e resistentes da edificação intervencionada.
O resguardo deve formar com a horizontal um ângulo de 45º e atingir a altura mínima
de 0,90m acima do plano do pavimento de trabalho, podendo incorporar painéis de rede se
não houver que precaver a queda de materiais ou objecto de dimensão inferior è malha de
rede.
Protecção colectiva em aberturas no pavimento ou paredes: As aberturas em
pavimentos ou plataformas de trabalho devem dispor do guarda-corpos e rodapé, salvo se
tiverem instalados outros dispositivos de protecção com eficácia e resistência pelo menos
equivalentes às daqueles equipamentos, ou se estiverem obturadas com um tampa de
protecção temporária ou um estado provisório convenientemente fixado.

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Redes de segurança

As redes são elementos que devem impedir ou limitar com segurança a queda de
pessoas ou objectos, fazendo parte de um conjunto com suportes, ancoragens e acessórios,
necessitando de dimensionamento prévio.

Devem ter-se em conta cuidados relativos a:


a) armazenagem em lugares secos e protegidos da luz;
b) prevenção de danos durante o manuseamento;
c) substituição quando existam malhas com sinais de degradação ou após a
queda de um corpo nas condições consideradas;
d) utilização apenas durante o período de vida útil garantido pelo fabricante e
na condição de serem verificadas as exigências relativas aos cuidados de armazenagem e
manuseamento.

Existem vários tipos de redes:


- redes tipo ténis;
- redes verticais;
- redes tipo forca;
- redes de colocação horizontal.

Entivações

As escavações em vala de paredes verticais ou quase verticais, com uma profundidade


superior a 1,20m e uma largura igual ou inferior a dois terços da profundidade devem ser
objecto da entivação.

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A entivação deve ser definida e calculada para suportar os impulsos do terreno tendo
em conta eventuais sobrecargas de construções, depósitos de quaisquer materiais,
equipamento de trabalho e circulação de veículos em vias próximas, com inerentes vibrações.
Os painéis de entivação são um tipo de protecção normalmente utilizado nas valas ou
trincheiras.

Protecção colocadas em máquinas: Deve-se sempre optar por equipamento que proteja
todos os trabalhadores e não apenas um.

5. Acidentes

Acidente de Trabalho – Acidente que se verifique no local e no tempo de trabalho e


produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença
profissional de que resulte redução na capacidade de trabalho ou morte.

- No trajecto de ida e regresso para o local normalmente utilizado e durante o


período de tempo ininterrupto habitualmente gasto pelo trabalhador e ainda, nas
interrupções ou nos desvios para a satisfação de necessidades do trabalhador.
- Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar
proveito económico para a entidade empregadora.

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- No local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de


actividades de representantes dos trabalhadores.
- No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional
ou, fora do local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade
empregadora para tal frequência.
- Em actividade de procura de emprego, tratando-se de um trabalhador com
processo de cessação de contrato de trabalho em curso.
- Fora do local ou tempo de trabalho, quando verificado na execução de
serviços determinados pela entidade empregadora ou por ela consentidos.

Doença Profissional – Lesão, perturbação funcional ou doença que seja consequência


necessária e directa da actividade exercida pelos trabalhadores e não representem normal
desgaste no organismo.

Condições de Trabalho – qualquer característica do trabalho que possa ter influência


significativa no surgimento de riscos para a segurança e saúde do trabalhador.

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A 10ª Conferência Internacional de Estaticistas do trabalho, promovida pelo BIT (Bureau


International du Travail), em 1962, adoptou o seguinte critério para a classificação de
acidentes:

A. De acordo com as respectivas consequências:

Morte: acidentes mortais.


Incapacidade Permanente: acidentes de que resulte para a vítima, com carácter
permanente, deficiência física ou mental ou diminuição da capacidade de trabalho.
Incapacidade Temporária: acidentes de que resulte para a vítima incapacidade de,
pelo menos, um dia completo além do dia em que ocorreu o acidente, quer se trate de dias
durante os quais a vítima teria trabalhado, quer não. Neste último caso temos o que,
vulgarmente, se designa por baixa ou Incapacidade Temporária Absoluta (ITA).
Outros casos: acidentes de que resulte incapacidade para o trabalho por tempo
inferior ao considerado no ponto anterior, sem incapacidade permanente. Estes acidentes são,
habitualmente, designados por acidentes Sem Incapacidade (SI).

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B. Segundo a Forma de Acidente:

 Queda de pessoas;
 Queda de objectos;
 Marcha sobre, choque contra ou pancadas por objectos (com exclusão de quedas
de objectos);
 Esforços excessivos ou movimentos em falso;
 Exposição a/ou contacto com temperaturas extremas;
 Exposição ou contacto com a corrente eléctrica;
 Exposição ou contacto com substâncias nocivas ou radiações;
 Outras formas de acidentes não classificados noutra parte, incluindo os acidentes não
classificados por falta de dados insuficientes.

C. Segundo o Agente Material:

 Máquinas;
 Meios de transporte e de manutenção (aparelhos elevatórios, meios de transporte
por carris, meios de transporte rolantes, etc.);
 Outros materiais (recipientes sobre pressão, fornos, fornalhas, ferramentas, escadas,
andaimes, etc.);
 Ambiente de trabalho;
 Outros agentes não classificados noutra parte;
 Agentes não classificados por falta de dados suficientes.

D. Segundo a Natureza da Lesão:

 Fracturas
 Luxações;
 Entorses e distensões;
 Comoções e outros traumatismos internos;
 Amputações;
 Traumatismos superficiais;
 Contusões e esmagamentos;
 Queimaduras;
 Envenenamentos agudos e intoxicações agudas;
 Efeitos das intempéries e de outros factores exteriores;
 Asfixias;
 Efeitos nocivos da electricidade;
 Efeitos nocivos das radiações;

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 Lesões múltiplas de natureza diferente;


 Outros traumatismos ou traumatismos mal definidos.

E. Segundo a Localização da Lesão:

 Cabeça (excepto olhos);


 Olhos;
 Pescoço (incluindo garganta e vértebras cervicais);
 Membros superiores (excepto mãos);
 Mãos;
 Tronco;
 Membros inferiores (excepto pés);
 Pés;
 Localizações múltiplas;
 Lesões gerais.

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6. Segurança e Saúde

Transporte / Levantamento de Cargas

Os estudos biomecânicos assumem particular importância nas tarefas de Transporte e


Levantamento de Cargas, comuns a um grande número de actividades, nas quais se inclui a
Indústria Metalomecânica, responsáveis por várias lesões, por vezes irreversíveis ou de
difícil tratamento, sobretudo ao nível de coluna.
A Coluna Vertebral, devido à sua estrutura em discos, é pouco resistente a forças
contrárias ao seu eixo.

Quando se levanta a carga na posição o mais erecta possível, o esforça de compressão


distribui-se uniformemente sobre a superfície total de vértebras e discos. Nesta posição
consegue-se reduzir cerca de 20% a compressão nos discos, em relação ao levantamento na
posição curvada.
Existem dois tipos de levantamento de cargas de trabalho:
Levantamento Esporádico: relacionado com a capacidade muscular.
Levantamento Repetitivo: onde acresce a capacidade enérgica do trabalhador e a fadiga
física.

Movimentação Manual de Cargas: Qualquer operação de transporte e sustentação de


uma carga, por um ou mais trabalhadores, incluindo levantar, colocar, empurrar, puxar,
transportar e deslocar, que devido às suas características, ou condições ergonómicas
desfavoráveis comporte riscos ara os mesmos, nomeadamente na região dorso – lombar.

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 Limites de Carga:

- Carga pesada Homem: ≤ 30 Kg ocasionais


≤ 20 Kg frequentes

- Mulheres: ≤ 27 Kg ocasionais
≤ 15 Kg frequentes
≤ 10 Kg grávidas

O objectivo da limitação dos pesos transportáveis pelo trabalhador é diminuir o


número de lesões musculo esqueléticas e no caso dos movimentos repetitivos as tendinites.

Máquinas e Equipamentos de Trabalho (DL 103/2008 e DL 50/2005)

As máquinas devem ser concebidas e construídas de forma a cumprirem a função a que se


destinam e a poderem ser postas em funcionamento, reguladas e objecto de manutenção sem
expor as pessoas a riscos quando tais operações sejam efectuadas nas condições previstas,
mas tendo também em conta a sua má utilização razoavelmente previsível.
As medidas tomadas devem ter por objectivo eliminar os riscos durante o tempo
previsível de vida da máquina, incluindo as fases de transporte, montagem, desmontagem,
desmantelamento e posta de parte.
Ao escolher as soluções mais adequadas, o fabricante, ou o seu mandatário, deve aplicar
os seguintes princípios, pela ordem indicada:
— Eliminar ou reduzir os riscos, na medida do possível (integração da segurança na
concepção e no fabrico da máquina);
— Tomar as medidas de protecção necessárias em relação aos riscos que não possam ser
eliminados;
— Informar os utilizadores dos riscos residuais devidos à não completa eficácia das
medidas de protecção adoptadas, indicar se é exigida uma formação específica e assinalar se é
necessário disponibilizar equipamento de protecção individual;
Aquando da concepção e do fabrico da máquina e da redacção do manual de instruções, o
fabricante, ou o seu mandatário, deve ponderar não só a utilização prevista da máquina mas
também a sua má utilização razoavelmente previsível.
A máquina deve ser concebida e fabricada de modo a evitar a sua utilização anómala nos
casos em que esta constitua fonte de risco. Se necessário, o manual de instruções deve chamar
a atenção do utilizador para o modo como a máquina não deve ser utilizada sempre que a
experiência demonstrar que esse modo de utilização poderá ocorrer na prática.
A máquina deve ser concebida e fabricada de modo a ter em conta as limitações impostas
ao operador pela utilização necessária ou previsível de um equipamento de protecção
individual.
A máquina deve ser fornecida com todos os equipamentos e acessórios especiais
imprescindíveis para poder ser regulada, sujeita a manutenção e utilizada com segurança.

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Soldadura

As operações de soldadura, oxicorte e outros trabalhos semelhantes com risco de


incêndio podem dar origem à ignição de materiais de natureza combustível, através da
projecção de partículas metálicas quentes num raio de pelo menos 10 metros do local de
trabalho.
As partículas de metal incandescente de grandes dimensões caem de forma quase
vertical, podendo provocar a ignição de materiais até 20 metros por debaixo do local de
trabalho.

Existe perigo especial nas situações envolvendo:

 Materiais termo isolantes, isolamentos, materiais de decoração, embalagens de cartão,


fibras sintéticas e plásticos expandidos.
 Recipientes abertos ou não estanques, com líquidos ou gases combustíveis. Estes
recipientes muitas vezes aparentam encontrar-se vazios mas podem conter vapores ou
gases combustíveis que podem originar uma explosão em presença de uma fonte de
ignição.
 Resíduos de óleos em tabuleiros de recolha, ou no solo.
 Trapos de limpeza com resíduos oleosos, desperdícios e aparar de madeira e serradura.
 Poeiras de natureza combustível sedimentadas e outras matérias finamente divididas.

Temperatura Mínima de Ignição (ºC)

Madeira ≥280
Placas de aglomerado ≥250
Papel de jornal ≥185
Poeira de cereais ≥265

Têxteis:
Juta ≥240
Algodão em rama ≥320
Tecido de algodão ≥400

Plásticos:
Polietileno ≥340
Poliestireno ≥360
Poliamida ≥425
Tabela – Materiais cuja temperatura mínima de ignição é inferior a 450 ºC

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Produtos Químicos

Nos nossos dias os produtos químicos têm aplicações muito diversificadas, pelo que a
sua utilização se estende a múltiplas actividades. Por este facto, a produção e utilização de
produtos químicos constitui um importante factor de desenvolvimento económico da
sociedade actual.
A utilização de alguns produtos químicos, designados por «produtos químicos
perigosos», podem comportar riscos graves para o homem e/ou ambiente. Estes riscos podem
tomar diversas formas que resultam das características físicas, químicas, toxicológicas e
ecotoxicológicas das substâncias em causa.

As substâncias classificadas como perigosas agrupam-se nas seguintes categorias:


 Explosivas;
 Comburentes;
 Extremamente inflamáveis;
 Facilmente inflamáveis;
 Inflamáveis;
 Muito tóxicas;
 Tóxicas;
 Nocivas;
 Corrosivas;
 Irritantes;
 Sensibilizantes;
 Cancerígenas;
 Mutagénicas;
 Tóxicas para a reprodução;
 Perigosas para o ambiente.

Cabe aos fabricantes, importadores ou distribuidores proceder à avaliação prévia dos


perigos que os produtos químicos que colocam no mercado podem apresentar. Também é da
sua responsabilidade a classificação do produto químico, numa das categorias referidas. A
cada uma destas categorias corresponde um símbolo e um conjunto de indicações.

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Produtos Biológicos

Decreto-Lei n.º 84/97, de 16 de Abril – estabelece as regras de protecção dos


trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes biológicos durante o trabalho;
Portaria n.º 1036/98, de 15 de Dezembro – altera a lista dos agentes biológicos
classificados para efeitos da prevenção de riscos profissionais, aprovada pela Portaria
nº405/98 de 11 de Julho.

Relação Homem / Ambiente

O nosso organismo está continuamente sujeito à acção de agentes patológicos,


nomeadamente vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes parasitas. Estes agentes são
capazes de invadir o organismo, multiplicando-se nas células e tecidos do hospedeiro, com as
consequentes infecções e alteração na função de órgãos vitais.
Esta situação ocorre quando o organismo não consegue mobilizar as suas defesas de uma
forma rápida e eficaz, de modo a impedir a actividade daqueles agentes.

Parasitismo: Diz-se quando um organismo se associa a outro organismo diferente,


resultando por parte deste benefício em detrimento do outro.
Mutualismo: Traduz-se em benefício para ambos.
Comensalismo: Quando apenas o organismo comensal tira vantagens da associação não
se verificando qualquer benefício ou desvantagens para o hospedeiro.
Ex.: Entamoeba coli no intestino humano

Conceito de Flora

A pele e as mucosas possuem uma grande variedade de microrganismos, os quais se podem


se podem classificar em 2 grupos:
Flora Normal
Flora Transitória

A Flora Normal começa a instalar-se nas primeiras horas de vida como consequência da
diferença de ambiente entre o interior do útero e o meio ambiente externo.
Constituída principalmente por bactérias, alguns fungos (leveduras) e protozoários.

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Flora Transitória
Constituída por microrganismos não patogénicos ou potencialmente patogénicos.
Encontra-se na pele e mucosas.
Sempre que haja qualquer alteração ao nível da flora normal, a flora transitória pode
proliferar e produzir doença.
Por vezes a flora normal podem causar doença (Ex. Streptococcus viridans T.R.S.)
Patogénicos Oportunistas – São microrganismos que residindo num determinado local,
passam a outro local do organismo e podem aí causar doença.

Patogénicos Estritos – Microrganismos que apresentam a capacidade intrínseca de causar


doença.

Factores de Influência na Lesão

 Local de exposição (tecidos ou mucosas);

 Dimensão do inoculo;

 Tecido afectado;

 Capacidade de reacção ao “intruso” – sistema imunitário;

 Virulência do microrganismo.

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Infecciosidade: possibilidade de se instalarem no indivíduo;


Invasibilidade: capacidade de invadir as células vizinhas a partir do local onde se
encontram;
Patogenicidade: capacidade de produzirem doença, resulta da combinação das anteriores e
da aptidão em elaborarem substâncias tóxicas no hospedeiro.

A virulência de um microrganismo é a sua capacidade intrínseca de causar doença.


A virulência ou o poder patogénico de um microrganismos pode ser devido à:
- Produção de Toxinas
- Produção de Enzimas
- Capacidade de vencer os mecanismos de defesa do hospedeiro.

Conceito de Infecção

Quando um microrganismo capaz de causar doença se instala num hospedeiro.


Doença Infecciosa – quando a infecção produz sintomas;
Infecção Assintomática – quando não existe sintomatologia clínica, apesar do
microrganismo se ter instalado.

Causas:
Agentes Patogénicos Estritos;
Agentes Patogénicos Oportunistas.

Agentes Patogénicos Estritos são organismos que estão sempre associados a doença.
Exemplos:
Mycobacterium tuberculosis (tuberculose)
Neisseria gonorrhoeae (gonorreia)
Plasmodium (malária)
Vírus da Raiva (raiva)

Agentes Patogénicos Oportunistas são organismos


responsáveis pela maioria das infecções.
Estes organismos são tipicamente membros da flora normal que não produzem doença no seu
ambiente normal, mas apenas em determinadas circunstâncias, como por exemplo:
- Situações em que há um desequilíbrio da flora microbiana local (como resultado da
utilização de antibióticos e imunodepressores);
- Quando são introduzidos em locais estéreis (corrente sanguínea, tecidos e
órgãos) ou em pacientes com o sistema imunitário comprometido.
Ex.: Staphylococcus aureus, E. coli, Candida albicans.
Na maioria das situações, o mesmo microrganismo pode causar muitas manifestações
de doença (ex.: S. aureus – intoxicação alimentar ou pneumonia) e uma determinada doença
pode ser causada por muitos microrganismos (ex.: a meningite pode ser provocada por vírus,
parasitas, bactérias ou fungos).

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Infecção e Lesão Celular

- Interferência com as células do hospedeiro causando directamente morte celular;


- Libertação de endotoxinas ou exotoxinas que destroem as células à distância, e de
enzimas que destroem os tecidos;
- Indução de respostas celulares do hospedeiro que podem causar lesão tecidular.

Mecanismos de Defesa do Hospedeiro contra a Infecção

O indivíduo saudável é capaz de proteger-se dos agentes biológicos potencialmente


nocivos pela intervenção de um certo número de mecanismos eficazes que dispõe desde o
nascimento e que não dependem do contacto prévio com o microrganismo.

As defesas do organismo podem ser agrupadas em:


- Mecanismos de Defesa Inata;
- Mecanismos de Defesa Adquirida.

Mecanismos de Defesa Inata


Os mecanismos de defesa inata não são específicos, na medida em que são
eficazes contra uma vasta gama de agentes potencialmente infecciosos.
Estes mecanismos são influenciados pela idade, sexo, factores nutricionais e
equilíbrio hormonal.
Como exemplos de mecanismos de defesa inata temos a pele e as mucosas.
A pele reveste a zona mais externa e através do pH e da presença de lisozima
protegem o indivíduo.
As mucosas revestem o interior do organismo (aparelho respiratório, digestivo,
genito-urinário e conjuntiva).

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No caso de haver um comprometimento destas barreiras, ou o agente patogénico entrar


de qualquer modo, o organismo dispõe de mecanismos de defesa inespecíficos como a
resposta inflamatória e a fagocitose – Imunidade Natural – que rapidamente respondem ao
desafio microbiano e tentam impedir a disseminação pelo organismo.

Mecanismos de Defesa Adquirida

Quando estas respostas se mostram ineficientes no controlo da infecção, ocorre a


intervenção de mecanismos de defesa especificamente dirigidos contra o agente agressor, com
a componente humoral (anticorpos) e a componente celular (macrófagos e linfócitos), de
forma a contrariar a instalação do microrganismo e a sua multiplicação.

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Vias de Entrada de Agentes

 Pele

 Aparelho Respiratório

 Aparelho Gastrointestinal

 Aparelho Urogenital

 Conjuntiva

Principais Agentes da Doença

 Vírus

 Bactérias

 Fungos

 Parasitas

 Artrópodes

Classificação dos Agentes Biológicos

De acordo com o Decreto-Lei n.º 84/97, de 16 de Abril, os agentes biológicos são


classificados conforme a sua perigosidade ou índice de risco de infecção, conforme consta da
Tabela 1.

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Vírus

Os vírus são partículas infecciosas de reduzidas dimensões, cujo diâmetro situa-se na


gama dos 10 µm aos 30 µm.
Consistem em ADN e ARN e proteínas necessárias para a sua replicação e
patogenicidade; estes componentes estão envolvidos por uma cápsula proteica (capsídeo) e
alguns vírus têm ainda uma cobertura de natureza lipídica.
São parasitas intracelulares obrigatórios, pois dependem do metabolismo celular do
hospedeiro para a sua replicação.
Existem vírus que são causa frequente de doença aguda (ex. vírus que provocam gripes e
constipações), outros, são capazes de latência por toda a vida e reactivação temporal (ex: vírus
herpes) e, alguns, podem originar doença crónica (ex.: vírus da hepatite B).
Estes agentes biológicos são os principais responsáveis pela ocorrência de infecções
humanas.

Tabela 2 – Exemplos de alguns vírus e respectiva classificação.

 Vírus da Hepatite B: Contacto com produtos biológicos contaminados;

 Vírus da Raiva: Mordedura de animais contaminados.

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Bactérias

As bactérias sintetizam o seu próprio ADN, ARN e proteínas, mas dependem do


hospedeiro para a obtenção de condições favoráveis de crescimento.
As suas dimensões variam entre 1 e 20 µm.
São seres unicelulares procariótas.

Tabela 3 – Exemplos de bactérias que provocam processos infecciosos no homem.

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 Antrax: Contacto directo com animais infectados ou os seus produtos. Ingestão ou


Inalação de esporos.

 Brucela: Manifestação de animais ou produtos contaminados; tosquias e cardação de


lã; manipulação ou ingestão de alimentos contaminados.

Fungos

Dividem-se me bolores e leveduras;


Seres unicelulares e pluricelulares eucariótas, com estrutura celular complexa;
Produzem esporos;
Formas filamentosas (bolores).

As infecções por fungos são classificadas de acordo com as camadas tecidulares infectadas:
– Micoses superficiais, infecções limitadas às camadas mais superficiais da pele e do
cabelo;
– Micoses cutâneas, infecções que atingem a epiderme e infecções invasivas do cabelo
e unhas;
– Micoses subcutâneas, infecções que envolvem a derme, tecidos subcutâneos
(hipoderme) e músculo;

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– Micoses sistémicas, infecções que se originam primariamente no pulmão mas que


podem disseminar-se a muitos órgãos.

Tabela 4 – Exemplos de infecções causadas por fungos.

 Dermatofitos (Trichophytum rubrum): Contacto com animais infectados;

 Histoplasmose: Inalação dos elementos de reprodução do fungo (aviários, construção


civil).

Aspergilose:

Histoplasmose:

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Parasitas

Os parasitas são organismos muito complexos e podem ser unicelulares (protozoários) ou


pluricelulares (helmintas).
O seu tamanho é muito variável, em que os protozoários podem possuir um diâmetro
situado entre 1 – 2 µm enquanto as helmintas podem medir até 10 m de comprimento.
As vias mais comuns de penetração no organismo são a ingestão oral, a cutânea e
outras superfícies.

Protozoários:

Helmintas:

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Tabela 5 – Exemplos de infecções causadas por parasitas e classificação dos agentes.

Artrópodes

As doenças transmitidas por artrópodes foram responsáveis por numerosas epidemias


devastadoras (peste, tifo, malária, febre amarela e dengue) ao longo da história.
Transmissão de doenças através de meios mecânicos (moscas que contaminam
alimentos);
Fontes lesões cutâneas (picadas e mordidas);
Parasitas como os piolhos, pulgas, carrapatos e ácaros.

Exemplos de infecções causadas por artrópodes:


- Doença das chagas;
- Doença do sono (mosca tsé-tsé);
- Malária (fêmea do mosquito anopheles);
- Febre da carraça (carraça);
- Alergias (ácaros).

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7. Segurança Contra Incêndios

FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO

Conceitos básicos

O conhecimento dos mecanismos básicos da combustão é essencial para a


interpretação dos fenómenos físicos e químicos que estão na origem de um incêndio.
É objectivo deste capítulo, possibilitar o conhecimento dos conceitos básicos e dos
aspectos genéricos por que se rege a combustão.
Assim, serão abordados os conceitos de combustão, poder calorífico, energia de
activação, entre outros, tendo em vista uma melhor compreensão dos mecanismos de ignição
de um incêndio, da sua propagação e das medidas para o evitar e combater.

Combustão

Uma combustão é uma reacção química exotérmica, normalmente auto-sustentada,


entre uma matéria combustível e um comburente.
Esta reacção não é mais do que uma oxidação, isto é, uma combinação da matéria
redutora (combustível) com um oxidante (comburente). Na maioria dos casos, o comburente é
o oxigénio existente na atmosfera que rodeia o combustível.
Uma combustão em que a libertação de energia de reacção se manifesta apenas sob a
forma de calor é, designada por combustão lenta.
Uma combustão em que a libertação de energia de reacção se manifesta sob a forma
de calor e radiação luminosa é designada por combustão viva ou, mais vulgarmente por fogo.

Energia de activação

O facto de coexistirem combustíveis e oxidantes não significa, que eles entrem em


combustão. Com efeito a existência dentro de certas proporções de uma matéria combustível
na presença de um comburente, é uma condição necessária, mas não suficiente ao
desencadeamento da reacção de combustão.
Assim, para que se inicie a combustão de um combustível na presença de um
comburente, em proporções adequadas, é necessário propiciar essa reacção de combustão
através do fornecimento de energia.
Essa energia que faz desencadear a oxidação designa-se por energia de activação.
Esta pode ser fornecida ao conjunto combustível/comburente de várias formas, mas a
mais usual é sob a forma de uma fonte de calor.

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Fontes de Energia de Activação

A energia de activação, também designado por fonte de calor, necessária para o início da
combustão pode ter várias origens, de que são exemplos os seguintes:

 Térmica;

 Eléctrica;

 Mecânica;

 Química.

De que são exemplos:

Origem Térmica:

 Meios de ignição (mechas, fósforos, isqueiros, pontas de cigarros);

 Instalações geradoras de calor (fornos, caldeiras);

 Radiação solar (libertação de vapores combustíveis pela madeira por exposição


intensa e continuada do sol);

 Superfícies quentes (placa de um fogão eléctrico).

Origem Eléctrica:

 Resistência (aquecedor eléctrico);

 Arco voltaico (cabo de alta tensão quebrado em contacto com o solo);

 Electricidade estática;

 Descarga eléctrica atmosférica.

Origem Mecânica:

 Chispas provocadas por ferramentas;

 Atrito (contacto não lubrificado entre duas peças metálicas de um motor em


movimento).

Origem Química:

 Reacção química (limalha de ferro + óleo).

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Características das Temperaturas

O contacto de uma substância combustível com uma qualquer fonte de calor pode
levá-la a passar por um conjunto diverso de temperaturas características de cada combustível.

No caso concreto dos combustíveis líquidos, estabeleceram-se três temperaturas


características e que definimos como:

 Temperatura de inflamação: É a temperatura mínima que permite a uma substância,


emitir vapores combustíveis em quantidade suficiente para formar, com o comburente,
uma mistura que, por acção de uma fonte de calor, se pode inflamar, extinguindo-se a
combustão logo que a libertação de vapores seja em quantidade insuficiente.

 Temperatura de combustão: É a temperatura mínima que permite uma substância


emitir vapores combustíveis em quantidade suficiente para que, em contacto com o
comburente, se possa inflamar, por acção de uma fonte exterior, ardendo
continuamente.

 Temperatura de ignição: É a temperatura mínima em função da qual os vapores


libertados por um combustível se auto-inflamam (combustão espontânea), sem a
presença de uma fonte de calor exterior.

Combustíveis

São substâncias que sendo pouco condutoras de calor, como por exemplo, a madeira,
ardem mais facilmente que as boas condutoras (ferro, cobre, etc).
Tal situação deriva do facto de a acumulação de calor se centrar numa pequena zona,
fazendo com que a temperatura local se eleve de tal forma, libertando vapores combustíveis,
que na presença de mais calor (energia de activação), se inflamam provocando chama e, ou,
calor.
No caso contrário de bons condutores, o calor distribui-se por toda a massa fazendo
com que a temperatura se eleve lentamente.
Podemos considerar corpos bons condutores do calor em geral, os metais, o mármore,
o granito, etc, dado serem frios ao tacto. Como maus condutores podemos considerar a lã, a
cortiça, o papel, plásticos, etc, dado serem também designados como corpos quentes.

Divisão de Combustível:

A divisão de um determinado combustível influencia fortemente a capacidade de que


um corpo tem de se incendiar. Como exemplo podemos verificar que se chegarmos uma
chama à superfície do petróleo, que à temperatura ambiente não é inflamável, este não se
combustará (incendeia).
Todavia, se vaporizarmos através de um elemento mecânico ou manual, o petróleo na
direcção de uma chama, a sua inflamação será imediata.
A propriedade mais importante de um combustível líquido e que determina a sua
perigosidade é a de libertar vapores que levam à inflamação.

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Com base nesta característica podemos classificar os combustíveis líquidos, quanto ao


risco de incêndio, em três grupos:

Não perigosos – são os que têm como ponto ou valor de temperatura de inflamação
superior a 55º C e, só libertam vapores quando sujeitos à acção de uma fonte de calor (ver
exemplos no quadro).
Perigosos – são os que têm como ponto ou valor de inflamação, entre 21º e 55º C.
Estes líquidos libertam gases ou vapores em locais não protegidos (ver exemplos no quadro).
Muito perigosos – são aqueles cujo ponto, ou valor, igual ou inferior a 21º C. Isto
significa que estas substâncias libertam vapores à temperatura ambiente (ver exemplos no
quadro).

Quadro I
Valores do ponto de inflamação de alguns combustíveis líquidos

Grupo Combustível T (°C)


Não perigosos Gasóleo 65 a 72
Óleo de travões 82 a 118
Óleos lubrificantes 175 a 220
Perigosos Aguarrás 34
Aguardente 36 a 54
Petróleo 45 a 48
Muito perigosos Éter de petróleo -45
Gasolina -45 a -20
Acetona -12
Benzeno -11
Álcool a 80º 10

Limites de inflamabilidade:

A percentagem de vapores libertados pelos combustíveis é outro dos factores que


temos de considerar dado que, a mistura dos mesmos com o comburente, não pode conter
demasiado combustível. Se tiver muito combustível, designamos a mesma, por mistura rica,
se a quantidade for insuficiente designamos por mistura pobre.
Define-se então, para cada combustível, os limites de inflamabilidade (ou explosividade)
como sendo:
 Limite inferior de inflamabilidade (Lii) ou explosividade – O Lii de uma substância
(gás ou vapor) no ar corresponde a sua concentração mínima em volume na mistura
(gás/ vapor/ ar) e acima da qual pode haver inflamação e, abaixo da qual, a combustão
não é possível dado a mistura ser demasiado pobre.

 Limite superior de inflamabilidade (Lsi) ou explosividade – O Lsi de uma substância


(gás ou vapor no ar) corresponde a sua concentração máxima em volume na mistura
(gás/ vapor/ ar) a partir do qual poderá haver inflamação e, acima da qual, não é
possível dado a mistura ser demasiado rica.

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Fig1 – Campo de inflamabilidade ou de explosividade

O campo de inflamabilidade (ou explosividade) varia assim de substância para


substância, como podemos ver pelos exemplos do quadro II:
Quadro II
Campo de inflamabilidade (ou explosividade) de vários combustíveis
Combustível Campo de inflamabilidade ou de explosividade
Lii (%) Lsi (%)
Hidrogénio 4 75,0
Monóxido de Carbono 12,5 74,0
Acetileno 2,5 100,0
Gasolina (vapor) 1,4 7,6
Éter (vapor) 1,7 48,0
Álcool (vapor) 3,5 19,0

Comburente:

A percentagem de oxigénio do ar O2 (comburente), na mistura com o combustível é,


pois, um factor importante na combustão.
O comburente que participa na maioria das combustões é, como já referimos, o
oxigénio do ar e que existe em aproximadamente 21%.
Convém referir que para certos combustíveis numa atmosfera com menos de 15% de
oxigénio já não é possível alimentar a combustão.

Velocidade de combustão:

A velocidade a que se desenvolve uma combustão depende sempre de diversos factores,


sendo tanto mais rápido quanto:
 Maior o grau de divisão do combustível;

 Mais perigosa a natureza do combustível;

 Maior a quantidade de combustível, em especial no que diz respeito à superfície


exposta em contacto com o comburente.

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Classificação de combustões:

Em relação á velocidade, as combustões podem classificar-se em:

 Lenta – quando se produz uma temperatura suficientemente baixa e onde não há


emissão de luz, isto é, inferior a 500ºC. A oxidação de um metal em contacto com o ar
húmido é um exemplo deste tipo de combustão.

 Viva – é aquela onde existe já produção e emissão de luz, vulgarmente designada por
fogo. Neste caso, e devido à mistura dos gases inflamados com o ar, forma-se a
chama.

 Deflagração – é uma combustão muito rápida cuja propagação se dá a uma


velocidade inferior à do som (340 m/s). Pode indicar-se um tiro de pólvora como
exemplo deste tipo de combustão.

 Explosão – é uma combustão resultante da mistura de gases com o ar, numa


percentagem bem determinada sendo que a propagação se verifica à velocidade
superior à do som. A explosão é, sem dúvida, uma brusca e violenta dilatação exercida
sobre o meio em que se dá, destruindo e produzindo grande ruído (detonação).

TRIÂNGULO DO FOGO

Para que ocorra uma combustão (fogo) é necessária a verificação conjunta das três
condições seguintes:

 Presença de um combustível
 Presença de um comburente
 Presença de energia de activação

Este conceito está na origem do chamado triângulo do fogo.


Assim, este antigo e generalizado conceito caracteriza, com alguma simplicidade, os três
elementos que, em conjunto, provocam a ignição de um fogo (combustível, comburente e
energia de activação).

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COMBURENTE

COMBUSTÍVEL ENERGIA DE ACTIVAÇÃO

TETRAEDRO DO FOGO

Os fenómenos do fogo são bastante complexos, pelo que o conceito do triângulo do


fogo não os descreve satisfatoriamente e deve ser encarado apenas como uma descrição
simples das condições necessárias para que se desencadeie a combustão.
Uma vez a combustão, a própria energia de reacção ao libertar-se pode fornecer a
energia de activação necessária ao envolvimento de mais matéria combustível e comburente
na reacção, garantindo que o processo se mantenha.
A auto-sustentação da combustão e, em particular, a sua expansão são garantidas pela
reacção em cadeia descrita. Esse facto levou a expandir o conceito de triângulo do fogo, para
dar origem ao chamado tetraedro do fogo.

COMBURENTE REACÇÃO EM CADEIA

COMBUSTÍVEL ENERGIA DE ACTIVAÇÃO

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O TETRAEDRO DO FOGO descreve os quatro factores necessários para que se inicie e


mantenha a combustão:
 Combustível
 Comburente
 Energia de activação
 Reacção em cadeia

CLASSES DE FOGOS

De acordo com a Norma Portuguesa NP EN 2 (1993), os fogos são classificados, em


função da natureza do material combustível envolvido, em quatro classes:
CLASSE A – Fogos de combustíveis sólidos, em geral de natureza orgânica, em que a
combustão se faz com a formação de brasas (madeira, papel, carvão, têxteis, etc.);
CLASSE B – Fogos de combustíveis líquidos (gasolina, álcool, óleos, acetona, etc.) ou de
sólidos liquidificáveis (ceras, parafina, resinas, etc.), que ardem sem formação de brasas;
CLASSE C – Fogos de gases combustíveis (butano, propano, gás natural, hidrogénio,
acetileno, etc.);
CLASSE D – Fogos de metais leves (sódio, potássio, alumínio, magnésio, lítio), certas ligas
metálicas e titânio, etc.

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RESULTADO DA COMBUSTÃO

Da combustão resultam os seguintes elementos:


 FUMO
 CHAMA
 GASES
 CALOR

FUMO – pequenas partículas que são resultado da combustão incompleta.

CHAMA – combustão dos gases libertados pelo combustível, em mistura com o oxigénio.

GASES – o tipo de gases presentes dependem do combustível. Os gases libertados podem ser
tóxicos, ou não. São principalmente a causa de morte nos incêndios (é o inimigo invisível).

CALOR – é uma forma de energia (energia calorífica).

MÉTODOS DE EXTINÇÃO

Basta que se elimine um dos “lados” do Tetraedro do Fogo, para que a combustão termine.
Assim, existem 4 Métodos de Extinção:

CARÊNCIA – consiste na redução ou eliminação do combustível já envolvido na reacção de


combustão, bem como do que já está exposto aos efeitos do incêndio, portanto em risco de vir
a entrar em combustão.

ABAFAMENTO OU ASFIXIA – consiste na redução ou eliminação do comburente, isto é,


Em evitar que o comburente se possa misturar com o combustível nas proporções adequadas,
evitando-se assim a sua participação na reacção de combustão, que assim se extinguirá.

ARREFECIMENTO – consiste na redução da temperatura dos combustíveis já envolvidos


na reacção de combustão e daqueles cuja exposição (dada a sua proximidade do fogo ou por
outro motivo) os coloque em risco de entrar em combustão. Por este processo poderá reduzir-
se a energia para níveis abaixo dos quais a combustão não se mantém.

CORTE DA REACÇÃO EM CADEIA – consiste na inibição da reacção em cadeia


característica de uma combustão com chamas. A redução da formação de radicais livres
impede a transmissão de energia entre as moléculas do combustível e, portanto, interrompe-se
a reacção em cadeia. O pó químico extintor constitui um exemplo de um produto que,
aplicado na base das chamas, se decompõe e se combina com os radicais livres do
combustível, evitando que participem no processo de combustão. Este método é
particularmente eficaz em fogos de classe B e C dado que a produção de chamas é, nessas
classes de fogo, normalmente intensa.

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FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO

Um incêndio é uma combustão (fogo) que se desenvolve sem controlo no espaço e no


tempo.
Qualquer combustão, como reacção química exotérmica que é liberta a energia de reacção
para o ambiente envolvente. Essa energia pode assumir vários aspectos:

 Calor libertado
 Emissão de radiação
 Onda de choque (no caso das detonações)
 Energia sonora

A contribuição mais importante dessa libertação de energia para a propagação do incêndio


resulta da possibilidade de fornecimento de energia a materiais combustíveis mais ou menos
afastados do foco de incêndio.
Estes combustíveis serão, deste modo, pré-aquecidos, ficando potencialmente preparados
para participar igualmente na reacção de combustão, o que poderá contribuir para a
propagação do incêndio.

A energia libertada pelo incêndio pode propagar-se dos seguintes modos:

 Condução de calor – transmissão de calor por contacto de um material para outro.


Esta transferência de calor é mais notória quanto melhor condutor for o material (ex.
metais).

 Convecção – fenómeno essencialmente característico dos líquidos e dos gases,


consiste no seu movimento quando aquecidos. Resulta do facto da densidade dos e da
generalidade dos líquidos diminuir à medida que a sua temperatura se eleva,
provocando movimentos no sentido ascendente, para a matéria com temperatura mais
elevada, e descendente, para a de temperatura mais baixa.

 Radiação – transmissão de calor por ondas electromagnéticas no domínio do


infravermelho, o comprimento de onda da radiação depende da temperatura a que se
encontra a superfície emissora, diminuindo à medida que essa temperatura aumenta. A
emissão de radiação a partir de um foco de incêndio processa-se, normalmente, de
igual modo em todas as direcções.

 Projecção e deslocamento de matéria – a propagação do incêndio pode ocorrer ainda


através de projecção de matéria incandescente, sólida ou líquida. Esta projecção
ocorre, principalmente, em incêndio que provocam correntes de convecção
suficientemente fortes para arrastarem materiais incandescentes (normalmente brasas)
a distâncias consideráveis.

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EXTINTOR

Um extintor é um equipamento que contém um agente extintor que pode ser


projectado e dirigido sobre um incêndio pela acção de uma pressão interna.
Esta pressão pode ser fornecida por uma compressão prévia permanente ou pela libertação de
um gás auxiliar.

É utilizado como meio de primeira intervenção. A utilização de um extintor pode ser


feita por qualquer pessoa logo que detecte um incêndio. Na realidade, a rapidez de actuação é
primordial, na medida em que o extintor só é eficaz no início de um incêndio. Com efeito, a
quantidade do agente extintor, assim como o tempo de utilização, são limitados.
No entanto, o êxito da utilização do extintor depende dos seguintes factores:

• Estar bem localizado, visível e em boas condições de funcionamento;


• Conter o agente extintor adequado para combater o incêndio desencadeado;
• Ser utilizado na fase inicial do combate ao incêndio;
• Conhecimento prévio pelo utilizador do seu modo de funcionamento e utilização.

Classificação dos extintores

Os extintores de incêndio podem classificar-se tomando em consideração os diversos critérios


a seguir mencionados:

• Mobilidade do extintor;
• Agente extintor;
• Modo de funcionamento;
• Eficácia de extinção.

Mobilidade do extintor

Quanto a sua mobilidade, os extintores classificam-se em:

• Portáteis;
• Móveis

Por sua vez, os extintores portáteis podem ser:

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Manuais Dorsais.

Designa-se por extintor manual o que, pronto a funcionar, tem um peso inferior ou
igual a 20 kg. Diz-se que o extintor é dorsal quando pronto a funcionar, tem um peso inferior
ou igual a 30 kg e está equipado com precintas que permitem o seu transporte as costas.

Os extintores móveis estão dotados, para o seu deslocamento, de apoios com rodas e,
consoante a sua dimensão, são puxados manualmente ou rebocados por veículos.
As capacidades mais usuais dos extintores puxados manualmente variam entre 20 kg e 100
kg.
Os extintores rebocáveis, são equipamentos de médio e grande porte.
Para serem deslocados, necessitam ser atrelados a um veículo que os reboca.
15

Rebocáveis Puxados manualmente

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Agente extintor

Um extintor pode designar-se pelo agente extintor que contém.


Actualmente, existem:

Extintores a base de água;


Extintores de espuma;
Extintores de pó químico;
Extintores de dióxido de carbono (CO2).
E ainda extintores de Gases limpos (FE 13, argonite, argofire, FM 200)

Extintores à base de água

Os extintores mais comuns à base de água são constituídos por recipientes contendo,
os mais usuais, seis ou nove litros. Quanto a pressurização, podem ser de pressão permanente
ou não permanente.
Estes extintores têm a característica de poder projectar a água em jacto ou pulverizada.
A descarga deve fazer-se através de um filtro colocado no tubo sifão, de forma a reter corpos
estranhos que possam existir misturados com o agente extintor.

Extintores de espuma física

O extintor de espuma física é aquele que projecta espuma, isto é, uma mistura
espumosa à base de água.
As espumas físicas obtêm-se pela mistura de três elementos: água, liquido espumífero
e ar. A água e o espumífero estão contidos no recipiente, podendo o espumífero estar dentro
de uma embalagem de plástico que rompe no momento da pressurização, ou ser adicionado à
água no momento do carregamento do extintor.
O ar mistura-se com a água e espumífero durante a actuação do extintor, através dos
orifícios da agulheta, pelo efeito de Venturi.
Os extintores de espuma física podem ser do tipo de pressão permanente ou de pressão
não permanente.

Extintores de pó químico

O extintor de pó químico, como o próprio nome indica, contém, como agente extintor,
pó químico seco: ABC, BC ou D. Estes extintores podem ser de pressão permanente ou de
pressão não permanente.

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Extintores de dióxido de carbono (CO2)

Conhecido como «extintor de CO2», contem dióxido de carbono armazenado sob


pressão.
O dióxido de carbono encontra-se no recipiente à temperatura ambiente e a uma
pressão de cerca de 60 bar. Ao utilizar-se o extintor é normal formar-se uma «camada de
gelo» no difusor do extintor.
O CO2 ao vaporizar-se, sob a forma de «neve carbónica», atinge temperaturas que
podem chegar a 78˚C negativos, o que implica muitos cuidados no manuseamento deste
extintor, sobretudo quando utilizado na presença de outras pessoas.
As projecções do CO2 obtêm-se pela pressão permanente criada no interior do
recipiente, provocada pela tensão de vapor contido no próprio agente extintor.

Extintores de Gases limpos

Recentemente surgiram no mercado novos agentes extintores para substituição do


halon 1301 utilizado nos sistemas fixos.
O FM 200 (heptafluoropropano HC3F3) e o FE 13 (trifluorometano HCF3) são alguns
exemplos de produtos já a ser comercializados, se bem que outros produtos também estejam a
ser comercializados, tais como, argonite (nitrogénio + argon), argonfire (argon) e inergen
(azoto + argon + CO2).

Modo de funcionamento

De acordo com os critérios anteriormente focados, descrevem-se a seguir, as


características e funcionamento dos diversos tipos de extintores.

Extintores de pressão permanente

Nos extintores de pressão permanente o agente extintor e o gás propulsor estão


misturados no recipiente. Desta forma, a pressão está permanentemente estabelecida no
interior por um gás, geralmente o azoto (N2).
O agente extintor ocupa uma grande parte do volume interno do recipiente, ficando o
restante volume, designado por câmara de expansão, reservado para o gás propulsor, que se
encontra a uma pressão entre os 12 e 14 kg/cm2.
Nestes extintores existe um manómetro que permite verificar se a pressão interna esta dentro
dos valores estipulados para o funcionamento eficaz do extintor.

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Quando se retira a cavilha de segurança e se abre a válvula do extintor, o agente


extintor é expelido, pela acção da pressão exercida pelo gás propulsor, para o exterior através
do tubo sifão e mangueira com bico difusor colocado na extremidade desta. Para interromper,
temporária ou definitivamente, a descarga do agente extintor, basta fechar a válvula de
comando.

Um caso particular é o do extintor de CO2 que é, também, um extintor de pressão


permanente.
Devido às suas propriedades físicas de elevada tensão de vapor (50 a 60kg/cm2), o
CO2 encontra-se nos estados (líquido e gasoso), ocupando o volume interior do recipiente.
Este extintor, que não tem manómetro possui um tubo sifão e uma válvula de controlo
de descarga com um difusor acoplado ou, no caso dos extintores de maior capacidade, uma
mangueira com difusor ligado a válvula. O difusor permite dirigir o agente extintor para as
chamas, com eficácia e segurança.
Para se interromper, temporária ou definitivamente, a descarga do agente extintor
também basta fechar a válvula de comando de descarga.

Extintores de pressão não permanente

Nos extintores de pressão não permanente, isto é, de colocação em pressão no


momento da utilização, o agente extintor ocupa uma parte do volume interno do recipiente.

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O gás propulsor, normalmente CO2, encontra-se numa garrafa (cartucho) colocada no


interior ou no exterior do recipiente. Quando se coloca o extintor em funcionamento, o gás
propulsor, expande-se no interior do recipiente através do tubo de descarga, indo ocupar o
volume da câmara de expansão, misturando-se, assim, com o agente extintor.
Pela acção da pressão exercida pelo gás, o agente extintor é projectado e dirigido para
o fogo através de uma mangueira ligada a parte superior ou inferior do recipiente, sendo a
descarga controlada por uma pistola difusora, colocada na extremidade da mangueira.
Os extintores portáteis em que a garrafa se encontra no exterior do extintor estão a ser
cada vez menos utilizados.
Os extintores móveis podem ser, quanto ao modo de funcionamento, de pressão
permanente ou de pressão não permanente.
Neste ultimo caso, o gás propulsor encontra-se normalmente numa garrafa exterior.
Os extintores rebocáveis são de pressão não permanente. As garrafas do gás propulsor,
normalmente azoto (N2), encontram-se montadas no exterior do extintor.
Devido às suas características, devem ter-se em atenção as instruções fornecidas pelos
fabricantes sobre a forma de colocação em funcionamento destes extintores.

Eficácia de extinção

Atendendo a eficácia de extinção, os extintores, classificam-se segundo o fogo-tipo


que são capazes de extinguir.
Para se determinar a eficácia de extinção são efectuados, em áreas adequadas para o
efeito, ensaios de fogos de dimensões controladas que obedecem aos parâmetros das normas.
A classificação do fogo-tipo é representada no rótulo por uma letra, que indica a classe
de fogo para o qual o extintor demonstrou capacidade efectiva e por um número (somente
para as classes A e B), que representa a dimensão do fogo-tipo que o extintor satisfaz. Os
extintores classificados para uso em fogos das classes C ou D não necessitam de ter um
número precedendo a letra de classificação.
Os rótulos, sobre a forma de decalcomania ou impressão serigráfica, com inscrições
em língua portuguesa, colocados numa posição tal que possam ser lidos e que permitam
reconhecerem e utilizar um extintor.

Distribuição dos extintores

Princípios a respeitar na implantação dos extintores

Conhecidos os agentes extintores mais eficazes no combate a cada classe de fogo,


indicam-se os princípios que devem ser respeitados para uma eficaz cobertura dos locais a
proteger:

• A selecção e o dimensionamento dos extintores, quanto ao seu número, eficácia e


localização para uma dada situação, devem ser determinados segundo a natureza dos possíveis
incêndios e conhecimento antecipado do tipo de construção, número de ocupantes, risco a
proteger, condições de ambiente e temperatura;

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• As construções deverão ser protegidas por extintores aprovados para o combate a fogos da
classe A. A protecção dos riscos de ocupação, devera ser efectuada por extintores
homologados para o combate a fogos das classes A, B, C ou D, de acordo com o maior risco
que a ocupação apresente;

• As construções com um tipo de ocupação que apresente riscos de fogos das classes B e/ou
C, deverão ter, além de extintores para o combate a fogos da classe A, extintores para fogos
das classes B e/ou C.

Implantação dos extintores

Quanto a implantação deve atender-se ao seguinte:

• Os extintores têm de estar colocados permanentemente nos locais previamente escolhidos e


em condições de operacionalidade. A legislação publicada sobre segurança contra riscos de
incêndio, refere que os extintores portáteis devem ficar colocados de modo que o topo não
fique a uma altura superior a 1,20 m acima do solo.

• É importante que os extintores estejam localizados nas áreas de trabalho, ao longo dos
percursos normais, em locais visíveis, acessíveis e não obstruídos.
A distância a percorrer de qualquer ponto susceptível de ocupação até ao extintor deve
ser a determinada na legislação contra riscos de incêndio publicada, isto é, 15 m para os
extintores de Pó ABC (tendo em conta a sua eficácia) e 15 m para os de CO2. (artigo 163,
secção I, Capítulo V da portaria 1532/2008)

• Em grandes compartimentos ou em certos locais quando a obstrução visual não possa ser
evitada, devem existir meios suplementares (sinais) que indiquem a sua localização.

Inspecção, manutenção e recarga dos extintores

É da maior importância que os extintores se encontrem em perfeitas condições de


operacionalidade quando da sua utilização. Para isso, será necessário observar as regras
estabelecidas na NP 4413 no que se refere a inspecção, manutenção e recarga.
É de notar que o proprietário, inquilino ou a entidade exploradora de um local onde existam
extintores instalados é o responsável pela sua inspecção, manutenção e recarga. Indicam-se de
seguida algumas das regras mais importantes.

Inspecção

A inspecção é feita normalmente por pessoal designado pelo proprietário, inquilino ou


entidade exploradora e consiste na verificação rápida de que o extintor está pronto a actuar no

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local próprio, devidamente carregado, que não foi violado e que não existem avarias ou
alterações físicas visíveis que impeçam a sua operação.
Os extintores devem ser inspeccionados com a frequência que as circunstâncias
imponham, devendo contudo sê-lo, pelo menos, trimestralmente.

Ao inspeccionar um extintor, o pessoal designado deve verificar se:

• O extintor está no local adequado;


• O extintor não tem o acesso obstruído, está visível e sinalizado;
• As instruções de manuseamento, em língua portuguesa de acordo com a NP EN 3-5, estão
legíveis e não apresentam danos;
• O peso ou pressão, consoante os casos, estão correctos;
• O estado externo do corpo do extintor bem como da válvula, da mangueira e da agulheta e o
adequado;
• O selo não esta violado.

Quando uma inspecção revelar que houve violação e que o extintor está danificado,
com fugas, com carga superior ou inferior à normal ou que apresenta indícios visíveis de
corrosão ou outros danos, deve ser submetido a medidas de manutenção adequadas.
Deve existir um registo permanentemente actualizado que contenha as datas das
inspecções, a identificação de quem as fez e todas as indicações das medidas correctivas
necessárias.

Manutenção

A manutenção deve ser efectuada por empresa de manutenção autorizada pelo


organismo público competente para realizar os trabalhos que se indicam nas secções 5, 7 e 10
da NP 4413.
Quando retirados do seu local para manutenção ou recarga, os extintores devem ser
substituídos por outros, de reserva, do mesmo tipo e com a mesma eficácia.

Recarga

De igual modo como para a manutenção, a recarga dos extintores deve ser feita por
empresa de manutenção autorizada pelo organismo público competente.
Deverão ser usados na recarga agentes extintores, gases propulsores e componentes
similares aos que são utilizados na origem pelo fabricante.
Os extintores em que se tenha procedido ao seu recarregamento devem ser marcados
na respectiva etiqueta com a data dessa recarga.

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ATENÇÃO

Inspecção é uma operação rápida, efectuada por pessoas não especializadas, pela qual se
verifica se um extintor esta em condições de operacionalidade.

Manutenção é uma operação detalhada, efectuada por empresa de manutenção autorizada


que, por vezes, desencadeia uma recarga, reparação ou substituição.

Recarga é uma operação efectuada por empresa de manutenção autorizada, que substitui ou
reabastece o agente extintor e gás propulsor.

Actuação com extintores

Como já foi referido, a utilização de um extintor pode ser feita por qualquer pessoa
que detecte um incêndio no seu início. Para isso, é necessário conhecer previamente o modo
de funcionamento e utilização deste equipamento.
Considera-se que os conhecimentos de algumas regras básicas sobre a utilização dos
extintores são importantes para a segurança das pessoas e êxito na extinção do incêndio.

Nestas condições, é indispensável tomar em consideração as seguintes regras a


observar pelos operadores:

• Conhecer a localização, tipo e modo de utilização dos extintores distribuídos pelas


instalações;

• Ao detectar um foco de incêndio, alertar meios suplementares de socorro (segurança,


bombeiros, etc.);

• Actuar rapidamente, utilizando o extintor adequado a classe de fogo.


Sempre que possível, e sobretudo em interiores, fazer-se acompanhar por outras pessoas; o
operador devera lembrar-se que poderá actuar em ambientes envoltos em fumo onde a
desorientação e perda de consciência são fáceis;

• Tentar extinguir o incêndio de acordo com os procedimentos indicados a seguir.

• Aproximação às chamas tem que ser progressiva.

• Avançar, tendo a certeza que o incêndio não envolverá o operador pelas costas.

• Não permanecer muito tempo exposto ao fumo e gases libertados.

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Activação do extintor

No acto de utilização de um extintor o primeiro passo será a activação deste, isto é,


coloca-lo em condições de funcionamento. Para tal, o operador deve:

• Retirar o selo e a cavilha de segurança: no caso dos extintores de pressão permanente ficam
prontos a funcionar a partir daquele momento;

• Caso seja um extintor de pressão não permanente, pressurizá-lo percutindo o disco da


garrafa interior que contem o gás propulsor ou rodando o volante da válvula da garrafa
exterior.

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• Premir o manípulo existente na válvula do extintor quando o comando está instalado na


referida válvula ou;

• Premir o manípulo de comando existente na pistola difusora

Modo de actuar

Ao actuar com um extintor, o operador deve ter em consideração que:

• Um incêndio ao ar livre deve ser sempre combatido a favor do vento de modo a que o agente
extintor seja dirigido no sentido para onde as chamas e fumo estão a ser projectados. Desta
forma, evitará queimaduras, a inalação de gases e fumo e o desvio do agente extintor.

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Combater o incêndio contra o vento, situação a evitar:

• Antes de avançar para o incêndio, deve efectuar um disparo curto do agente extintor para
comprovar que o extintor se encontra em condições de operacionalidade;
• Avançar até se aproximar do incêndio (três a cinco metros consoante o tipo e capacidade do
extintor) e dirigir o jacto do agente extintor para o incêndio, avançando à medida que este vai
perdendo alcance ou o incêndio se for extinguindo.

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A aproximação deve ser progressiva

• Se o extintor for de CO2, deve aproximar-se o mais perto possível do incêndio. Pela sua
natureza o CO2 tem pouco alcance e é facilmente desviado pelo vento e correntes de
convecção.

• Começar a extinção do incêndio pelo ponto mais próximo de si, projectando o jacto do
agente extintor de forma a efectuar um corte junto à base das chamas.

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• Movimentar o jacto na horizontal, fazendo movimentos laterais (varrimento) de forma a


abranger toda a superfície ou volume da chama.

• Em incêndios de combustíveis líquidos contidos em recipientes, não incidir o jacto na


vertical do fogo pois existe o perigo de se espalhar o combustível para fora do recipiente.

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• Ao combater um incêndio em gases inflamáveis em saída livre, o agente extintor deve ser
dirigido junto a saída, lateralmente num ângulo de 45˚ a 90˚.

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8. Ambiente

8.1. Ruído (DL 182/2006)

O ruído constitui, actualmente, um dos riscos ocupacionais mais relevante no meio


industrial. Dada a sua estreita associação à incomodidade que provoca, é, geralmente,
encarado numa perspectiva mais abrangente do que a que será abordada ao longo deste
trabalho, a qual privilegiará a vertente ocupacional.
Os resultados de vários inquéritos e sondagens a nível mundial mostram que uma em
cada dez pessoas sofre de problemas de audição e, apesar de não se saber, em concreto,
quantas pessoas sofrem desses problemas, admite-se que tal número possa rondar os 500
milhões de pessoas

A forma afectiva como percepcionamos o som - com prazer ou sem ele - não está
claramente associado a menor ou maior capacidade lesiva pelo que, na definição de ruído,
entra-se principalmente com as variáveis intensidade e duração.

INTENSIDADE DURAÇÃO
85 dB 8h
88 dB 4h
91 dB 2h
94 dB 1h
97 dB 30mn
100 dB 15mn

FREQUÊNCIA E PADRÃO INTERMITENTE DO SOM

As altas frequências dos sons agudos são mais nocivos que as baixas frequências dos
graves. Aliás, o símbolo "(A)" nas referências à intensidade de um som equivalente -
ex.:85dB(A) - significa que na medição deste som se dá mais ênfase às altas frequências, mais
nocivas que as baixas frequências.
Por outro lado, o facto de a surdez na sua fase inicial aparecer em relação com os sons
de maior frequência (à volta dos 4000Hz) julga-se estar relacionado com a maior capacidade
lesiva dos "agudos".
Também a intermitência ou padrão impulsivo de um som é mais nocivo que um som
contínuo de energia equivalente. Daí que o martelar ou o estampido de um tiro pode ter
capacidade mais lesiva que o que seria de esperar pelo cálculo da sua energia equivalente.
É proibido expor os trabalhadores a ruídos impulsivos superiores a 140dB.

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EFEITOS SOBRE A SAÚDE

O efeito mais conhecido é a surdez.


Quando a agressão não é demasiado intensa, a surdez corresponde apenas a
perturbação funcional e é reversível. Por ex. a audição de um som de 90 dB durante 7 dias
provoca surdez reversível durante cerca de uma semana e a audição de um som de 100 dB
durante uma hora e meia provoca surdez reversível que leva cerca de oito horas a recuperar.
Já a audição dos mesmos 100 dB durante 7 dias provoca uma pequena surdez permanente
(pouco mais de 10 dB do zero audiométrico) correspondente a lesão orgânica das células
ciliadas da cóclea.
O risco de surdez permanente obviamente varia de acordo com a intensidade e a
duração da exposição que, segundo a Norma Portuguesa nº 1733 se distribui da seguinte
forma:

RISCO DE SURDEZ DEVIDO AO RUÍDO, POR ANOS DE EXPOSIÇÃO (PERCENTAGEM de indivíduos que adquirem
surdez ≥ 85 dB)

NÍVEL ANOS DE EXPOSIÇÃO


dB(A) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

<80 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
85 0 1 3 5 6 7 8 9 10 7
90 0 4 10 14 16 16 18 20 21 15
95 0 7 17 24 28 29 31 32 29 23
100 0 12 29 37 42 43 44 44 41 33
105 0 18 42 53 58 60 62 61 54 41
110 0 26 55 71 78 78 77 72 62 45
115 0 36 71 83 87 84 81 75 64 47
Nota: o facto de após muitos anos de exposição, o risco aparentemente diminuir, tem a ver com o ajustamento feito para a idade.

Os seres humanos, quando jovens ouvem sons num intervalo entre os 18 e os 20.000
Hz, embora as frequências mais importantes no relacionamento social sejam as relacionadas
com a conversação, entre os 500 e os 2000 Hz, daí que a surdez mais incapacitante seja a que
envolve estas últimas frequências.
Felizmente que a surdez devida ao ruído industrial inicia-se geralmente numa
frequência ainda pouco incapacitante - 4000Hz - dando oportunidade, caso sejam feitas
audiometrias periódicas, detectar os que vão desenvolver a surdez e tomar as devidas
providências ainda numa fase não incapacitante.
A acompanhar a surdez existem geralmente zumbidos, atendendo a lesão ser neuro-
sensitiva.
Existem ainda os conhecidos efeitos psicológicos, alguns inerentes à própria
incomodidade do ruído (depressão, ansiedade, agitação e irritabilidade), outros como
consequência da impossibilidade de comunicação social (incapacidade de aprendizagem da
linguagem por parte da criança) e outros ainda por mecanismos mal conhecidos (por ex. o
ruído diurno altera a qualidade do sono nocturno). Estes efeitos são mais graves em pessoas já
com debilidades psicológicas.
Finalmente, é conhecido o efeito hipertensor e taquicardizante do ruído devido à maior
sensibilização às catecolaminas existentes. As consequências da hipertensão - hipertrofia e

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enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, etc. - diminuem obviamente a esperança de


vida.

PREVENÇÃO DOS EFEITOS NOCIVOS DO RUÍDO EM SAÚDE OCUPACIONAL

O objectivo é diminuir a exposição para menos de 90 ou preferivelmente 85 dB/8h/dia


útil. Geralmente a prevenção é feita tomando mais que uma medida:

1º Investimento em maquinaria moderna e o abandono da antiga;


2º Pequenas medidas de reparação e manutenção fazem por vezes milagres em
máquinas ruidosas;
3º Instalação de barreiras de som ou de materiais absorventes de som (reduzem a
ressonância);
4º Rotatividade dos trabalhadores nos locais mais ruidosos, para diminuir a dose de
ruído equivalente por cada trabalhador;
5º Utilização de protectores auriculares (auscultadores ou tampões);
6º Avaliação periódica da dose de exposição e audiometrias.

8.2 Vibrações (DL 46/2006)

As vibrações são agentes físicos nocivos que afectam os trabalhadores e que podem
ser provenientes das máquinas ou ferramentas portáteis a motor ou resultantes dos postos de
trabalho. As vibrações encontram-se presentes em quase todas as actividades, nomeadamente
em construção e obras públicas, indústrias extractivas, exploração florestal, fundições e
transportes.

A análise das vibrações é fundamental para determinar as causas e permitir reduzir


e/ou eliminar determinados tipos de vibrações, principalmente aquelas cujo ritmo corresponde
à frequência de ressonância do corpo.

Os riscos devidos a vibrações mecânicas têm efeitos sobre a saúde e segurança dos
trabalhadores e deles podem resultar perturbações músculo-esqueléticas, neurológicas e
vasculares, além de outras patologias.

A alteração dos métodos de trabalho, a escolha de máquinas, ferramentas e outros


equipamentos concebidos com o objectivo de reduzir a vibração ao nível mais baixo possível,
a manutenção e conservação desses equipamentos e a vigilância de saúde adequada têm uma
importância fundamental na prevenção dos riscos para a saúde dos trabalhadores.

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8.3 Qualidade do ar

A qualidade do ar no interior dos edifícios é um dos factores básicos no conforto dos


utilizadores e também influencia a sua saúde, bem como o rendimento e duração do
equipamento e maquinaria existentes na área de tratamento do ar. A Qualidade do Ar Interior
deve, assim, ser avaliada periódica e sistematicamente, com o objectivo de garantir níveis
mínimos de qualidade.

Inspecções da Qualidade do Ar Interior segundo o RSECE (DL 79/2006)


Declaração de Conformidade Regulamentar (DCR)
Emissão de CE (edifícios novos e existentes)

Inspecções da Qualidade do Ar Interior


Programas de controlo periódico com Certificado de Conformidade da SGS
Avaliação de instalações e sistemas AVAC
Contaminação microbiológica e química
Avaliação de factores físicos (ruído, iluminação, campos electromagnéticos)

Análise e controlo de Legionella Pneumophila


Programas de prevenção e controlo, incluindo os livros de registo e manutenção
Análises de Legionella Pneumophila

Avaliação e controlo de Amianto


Auditorias de Amianto a edifícios
Análises de Amianto no ar e em materiais

Avaliação de Blocos Operatórios e salas limpas


Contaminação microbiológica, química e contagem de partículas
Classificação de Salas Limpas

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8.4 Iluminação

A zona visível do espectro é ínfima quando comparada com a sua amplitude. No


entanto, esta pequena área é fundamental para a vida humana e para a sua sobrevivência num
universo cheio de diferentes formas de energia radiante. No espectro de radiações
electromagnéticas, as radiações visíveis ao olho humano (luz), é uma pequena parte, tal como
está demonstrado na figura seguinte.

Do ponto de vista da fonte existem dois tipos distintos de iluminação, a iluminação


natural e a iluminação artificial.
A iluminação natural é aquela que provém do sol, de forma directa ou indirecta, e é
composta por todos os comprimentos de onda do espectro da radiação visível.

A iluminação artificial provém de uma fonte de energia que não o sol, e a gama de
comprimento de onda do espectro da radiação visível abrangida varia consoante a fonte.
As fontes de iluminação artificial que interessam ao estudo da iluminação no local de trabalho
são as lâmpadas.

Existem vários tipos de lâmpadas, de acordo com a tecnologia utilizada para


transformar energia eléctrica em radiação luminosa, variando no comprimento de onda
abrangido, no fluxo luminoso emitido, e principalmente no rendimento eléctrico.

Os tipos de lâmpadas utilizadas na iluminação de locais de trabalho são:

 Incandescentes.
 Fluorescentes.
 Vapor de Sódio.
 Vapor de Mercúrio.
 Iodetos Metálicos.

Nesta análise não são incluídas lâmpadas especiais como lâmpadas infra-vermelhos, ou
ultra-violeta, que são utilizadas em locais de trabalho como, zonas de detecção de falhas em

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linhas de produção, ou câmaras de revelação fotográfica, porque o objectivo dessas lâmpadas


não é o de iluminar o local de trabalho.

As lâmpadas incandescentes são as que emitem uma luz mais próxima das características
da luz solar. No entanto o seu fraco rendimento torna a sua utilização inviável na iluminação
de espaços amplos. Devem ser utilizadas em iluminação de espaços específicos de trabalho,
como candeeiros de mesa, bancada de trabalho de precisão.

As lâmpadas fluorescentes, devido ao seu bom rendimento, e boa restituição de cores, são
as lâmpadas mais adequadas para iluminação geral dos espaços de trabalho fechados, como
escritórios, salas de reunião, corredores, sanitários, oficinas, pequenos armazéns.

As lâmpadas de vapor sódio, ou vapor de mercúrio, devido ao seu elevado rendimento,


são utilizadas na iluminação de espaços amplos, como grandes armazéns, hangares, e na
iluminação exterior. O nível de restituição de cores é baixo.

As lâmpadas de iodetos metálicos, devido ao elevado nível de fluxo luminoso que


conseguem produzir, são utilizadas também na iluminação de espaços amplos, e exteriores,
mas apenas em situações temporárias, devido ao seu rendimento não ser tão bom como o das
lâmpadas de vapor sódio ou mercúrio. São utilizadas em projectores de obras, cais de carga e
descarga, áreas exteriores de movimentação de máquinas.

A iluminância é um factor que influencia o conforto / bem-estar / saúde dos


trabalhadores, no seu ambiente de trabalho.

Os valores desta avaliação no ambiente de trabalho, estão relacionados com o tipo de


tarefa realizada, tendo como base, o recurso a equipamentos técnicos certificados e a
legislação em vigor.

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Tabela representativa dos “lux” necessários por sector de actividade:

A saúde de um trabalhador é influenciada pelos seguintes factores:


 Níveis de iluminação desadequados do local de trabalho (muito baixos ou muito
altos).
 Encadeamentos sucessivos e contínuos.
 Cor da luz existente desadequada ao trabalho a executar.
 Funcionamento deficiente da iluminação (lâmpadas que não mantêm um fluxo
luminoso constante, reflector ou difusores sujos, janelas sujas)

Os factores apresentados podem provocar as consequências seguintes.

Fadiga Visual
È um fenómeno psicofisiológico muscular (fadiga dos músculos da visão) e nervoso
(esgotamento dos neurotransmissores), que é potenciado por solicitações repetitivas e
monótonas a níveis deficientes de iluminação, encadeamentos, e cores berrantes.
Os sintomas são olhos vermelhos, lacrimejo, dor e ardor dos olhos.

A fadiga visual repetitiva pode causar:


 Stress
 Depressão
 Alterações do Sistema Nervoso
 Angústia
 Origem ou agravamento de doenças como astigmatismo, miopia, etc.

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Bibliografia Aconselhada

- Macedo, Ricardo – Manual de Higiene do Trabalho na Indústria, Fundação Calouste


Gulbenkian;
- Miguel, Sérgio – Manual de Higiene e Segurança do Trabalho, 5ª Ed. Porto Editora, 2000;
- OIT – Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – directrizes práticas, IDICT,
2002;
- Macedo, Ricardo – A estatística das doenças profissionais e a Prevenção, Lisboa: Publicação
Interna do Laboratório de Avaliação de Riscos;
- Roxo, Manuel – Segurança e Saúde do Trabalho: avaliação e Controlo de Riscos, Almedina;
- Chiappori, Pierre-André – Risco e Seguro, Instituto Piaget, 1999;
- ISO 31000:2009;
- ISO 18001;
- ISO 14001.

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