Dorme
Por mais que ele gostasse da boa vida que levava com seu
alto salário na Diga, nunca se sentiu vivo. Fazendo o que
realmente queria. Talvez fosse a hora de rever suas atitudes
quanto a isso. Se não era assim que queria viver, o que
estava fazendo nessa vida tão estática? E assim tomou um
decisão: pegou o celular no criado e ligou para Pedro.
“E vai sozinho?”
“Vou sim.”
“De repente você está com pressa? Digo. Pode ser sim. Mas
é que eu pensei que a sua ideia era gastar mais tempo em
lugares diferentes. Para conhecer, ter novas experiências,
visões, etc.”
“Claro! Quero dizer, sim. Mas é que parece que essas
cidades de interior são praticamente idênticas.”, resmungou
Victor. “Os mesmos tipos de pessoas e rotinas. Todo mundo
com a mesma cara, acordando super cedo. Parece até que
falam igual.”
“Eu sei disso. É só que eu não vejo nada nessa cidade que
possa acrescentar, sabe?”, Victor deu uma longa inspirada
em silêncio e continuou a falar. “Vamos fazer assim. A
gente termina tudo por aqui, almoçamos e pegamos estrada.
Na próxima cidade a gente para e posamos para a noite num
bom hotel. Eu pago. O que acha?”