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1924
“Nasci em 29 de outubro de 1897 em Rheydt, uma pequena cidade industrial perto de
Düsseldorf no baixo Rhin. Meu pai, Fritz, era um funcionário que ganhava 150 marcos por
mês. Em 1900 comprou uma casa, não muito bonita, um pouco mais acima de
Dahlenstrasse, onde continuamos vivendo.”
Lembro-me de uma longa doença que tive: pneumonia. Tive muita febre e umas
alucinações horríveis que me tornaram uma criança fraca e delicada. Além disso, lembro-
me de um domingo quando nossa família fez um longo passeio até Geistenbeck. No dia
seguinte, comecei a ter problemas com meu pé. Quê dor terrível! Apesar de meses de
tratamento meu pé ficou paralisado toda a vida. Desde esse momento minha juventude me
deu poucas alegrias.
Tive que cuidar de mim mesmo e não pude me juntar aos jogos das outras crianças.
Converti-me em um ser solitário. Meus antigos amigos, não sentiam nenhum amor por
mim.
A estrada de Rheindahlen. Uma atração popular entre os habitantes de Rheydt, sobretudo
em dias de festa.
De 1915 a 1918
Meu amor por Lena Krage meu primeiro beijo em Gartenstrasse Lena é teimosa e por isso
há muita angústia. Começo a fazer um diário. Escrevo muitos poemas. Todos foram
perdidos. Passo todo meu tempo com Lena num estado de felicidade juvenil.
Baviera. Hitler. Livros: Thomas Mann e “O Homem de Palha” de Heinrich Mann. “O Idiota”,
de Dostoyevski.
Estou angustiado. A revolução está dentro de mim. Mas continuo pessimista a respeito de
tudo. Detesto Colônia. O banco é uma perda de tempo. Meu salário é muito baixo e já não
posso suportá-lo mais. Por isso, decido largar.
4 de julho de 1924
Necessitamos mão forte na Alemanha. Ponhamos fim a todos os experimentos e palavras
vazias para começar a trabalhar seriamente. Expulsemos os judeus que se negam a se
converter em verdadeiros alemães. Deem-lhes também uma boa surra. A Alemanha
aguarda o indivíduo, o homem, como a terra aguarda a chuva no verão.
Só nossas reservas de força, entusiasmo e entrega total podem nos salvar agora. É
possível que possamos nos salvar somente com um milagre?
17 de julho de 1924
Estou desanimado com tudo. Tudo o que tento sempre sai mal. Não tenho escapatória
neste aperto. Estou esgotado. Além disso, ainda não encontrei um verdadeiro propósito na
vida. Às vezes me dá medo me levantar nas manhãs. Não há nada por que se levantar.
Imagem do filme de propaganda nazista de 1937. O Café Remges onde Goebbels
freqüentava aos 17 anos, na Rua Joseph Goebbels…
Minha vida carece de sentido. Estou divagando. Sem rumo. Perdido no universo. A falta de
dinheiro me agonia. Quê destino terrível! Por que preocupar-se e ler estes condenados
jornais? Só faz com que se sinta mais estúpido. A política está me matando.
27 de setembro de 1924
Minha reputação como orador e autor político e cultural está se espalhando por toda
Renânia entre os partidários do nacional-socialismo. Esta tarde faço um discurso em
Neuss. Nunca os preparo. O improviso não é tão difícil como imaginava. Mas a prática,
digo a mim mesmo, faz a perfeição. Conseguirei mais prática nesta pequena reunião de
partidários. Sinto-me satisfeito com minha missão.
Satisfaz-me este tipo de trabalho. Minha busca por o novo Reich e o novo homem. E só
poderei encontrá-los através da fé.
13 de abril de 1926
Cheguei a Munich esta tarde. O carro de Hitler estava ali. Conduzimos até o hotel. Quê
grande recepção! Falei no histórico Bergerbreu, Kaufinkerstrasse, Frauenkirche, uma
incrível arquitetura gótica. Fomos comer no Bratwurst. Salsichas e cerveja.
Viver em Munique. Burguesia com muito encanto. Uma cidade linda com o sol brilhando
sobre nós.
Na minha volta ao hotel soube que Hitler me havia chamado. Queria nos dar as boas-
vindas. Apresentou-se em 15 minutos. Alto, saudável e vigoroso. Gostei. Pôs-nos em
evidência com sua amabilidade. Conhecemos-nos, nos fizemos perguntas. Deu-me
respostas brilhantes. Eu o adoro.
O contrato social está cheio de novas perspectivas. O tem todo elaborado. Seu ideal, uma
mistura de coletivismo e individualismo. A produção deve permanecer como um assunto
entre particulares. As grandes corporações e as pequenas serão nacionalizadas. Falamos
disto. Posso aceitar esta brilhante ideia como guia.
16 de junho de 1926
Hitler continua sendo o mesmo querido camarada. Não se pode evitar querê-lo como
pessoa. Ele tem uma mente estupenda. Como orador construiu uma maravilhosa harmonia
de gestos, expressões faciais e palavras. É motivador por natureza. Com ele podemos
conquistar o mundo.
26 de abril de 1928
Capitular? Nunca! Ontem fiz um discurso em Friedenau. Uma audiência altamente
burguesa.
Ainda que lento, mas seguro, consegui sua aceitação. Mais tarde, nos atacam nas ruas.
Viva, Adolf Hitler!
17 de maio de 1928
Fomos ao campo com um destacamento das S. A. Dia da ascensão e um dia estupendo.
Saímos da ponte Pickelsdorfer. Logo através de Spandau, Neuendorf, Tegel. Até ali tudo
bem.
Mais tarde pegamos a Müllerstrasse para Werding. Um desfile magnífico. As ruas estavam
cheias de comunistas gritando e assoviando. Nossa gente marchava para diante. Eram os
verdadeiros heróis. Nunca vacilaram. Nunca fizeram a menor concessão. Com gente como
esta, um dia destes conquistaremos o mundo.
24 de maio de 1928
Nosso novo escritório está tomando forma.
Todos trabalhamos duro. Quando fico em casa eu trabalho. Só agora me dou conta de
como estou cansado. Desejo o doce contato da mão de uma mulher.
16 de outubro de 1928
Quê significa o cristianismo hoje em dia? O nacional-socialismo é uma religião. A única
coisa que precisamos é um líder carismático capaz de eliminar as práticas religiosas
antigas e substituí-las por outras novas.
26 de outubro de 1928
Não tenho amigos nem esposa. Parece que estou passando por uma grande crise
espiritual. Contudo continuo tendo os mesmos velhos problemas com meu pé que me
causa um incômodo e uma dor constante. E agora estão os boatos de que sou
homossexual. Os agitadores estão tentando dissolver nosso movimento. E eu estou
constantemente metido em pleitos menores.
5 de abril de 1929
Ainda temos muitos incultos no partido. A política elaborada em Munique é às vezes
intolerável. Não tenho intenção de me conformar com compromissos sem sentido. Sou fiel
às minhas crenças mesmo que me custe o posto. Às vezes tenho dúvidas sobre Hitler. Por
que não diz o que pensa?
Os oportunistas querem colher a safra antes que esteja pronta. Tem havido confusões
graves nas S. A. Quando vejo que tudo aquilo pelo que nos sacrificamos tanto periga a
perder-se, me dá vontade de gritar em voz alta.
Há dez anos um punhado de nacional-socialista radicais uniram-se ao redor de seu
novo líder me Berlim. Sob seu comando começou a luta pela capital comunista do
Reich. Finalmente, a velha guarda superou tenazmente o terror do governo de
colisão e a inferioridade humana bolchevista.
1 de agosto de 1929
Começou a convenção do partido. As S.A. já estão na rua desfilando e cantando.
Últimas notícias. Supõe-se que hei de renunciar a meu posto em Berlim e transferir-me
para Munique como novo chefe de propaganda. Querem me tirar do verdadeiro poder e
trocá-lo por uma falsa autoridade. Assim é esse seu jogo.
Perguntarei ao chefe durante o almoço. Não creio que esteja pensando algo pelo meu
estilo. Se estiver, penso em renunciar. Não penso em perder tempo escravizando-me pelo
partido. Mas não tem sentido perder tempo com problemas.
16 de março de 1930
Em Munique perdi a fé em tudo, inclusive no chefe. Já não creio em nenhuma palavra do
que dizem. Por alguma razão, que não importa agora, Hitler me faltou com a palavra cinco
vezes.
Hitler está se escondendo. Nunca toma nenhuma decisão. Já não nos guia, mas deixa as
coisas como estão. Eu era o mais leal de todos. Mas que ninguém espere que me sente
para ver como Strasser aumenta seu poder em Berlim.
12 de setembro de 1930
A vitória eleitoral está assegurada. Temos uns 250.000 votos em Berlim. Cheguei em casa
esgotado. Só dormi uma hora. Fiz sete discursos em uma tarde. Creio que foi um recorde.
Mas tenho os nervos destroçados. Estou muito preocupado. Comporto-me como se
houvesse algo que ainda necessitássemos fazer. Nossa propaganda eleitoral foi um êxito.
15 de setembro de 1930
Tremo de emoção. Os resultados das primeiras apurações. É fantástico! Júbilo por todas
as partes. Um êxito incrível. É esmagador! Os partidos burgueses foram barrados. No
momento temos 103 cadeiras. Multiplicou-se por dez. Nunca imaginei.
Este entusiasmo me lembra 1914, quando estourou a guerra. As coisas vão esquentar nos
próximos meses. Os comunistas saíram-se bem. Mas nós somos o segundo partido mais
numeroso. Agora temos que aguentar até o final. Sem descanso. Sem fraquejar.
15 de fevereiro de 1931
Magda Quandt veio esta tarde e ficou bem pouco tempo. Está ficando uma loura com grande
encanto. Minha amada rainha. Uma mulher bonita, cheia de alegria. Sinto que a amarei
profundamente. Não posso afastá-la de minha mente. Quê bonito é amar uma mulher bonita
e ser correspondido.
21 de fevereiro de 1931
Goering é um viciado em morfina. O chefe quer “cortar seus pés”. Está fazendo as coisas
mais disparatadas. Às vezes pensa que é o Chanceler ou o Ministro da Defesa. Parece-me
um clássico caso de megalomania. Necessita tratamento urgente. No momento, é o mais
ridículo.
28 de abril de 1931
O partido precisa tornar-se mais prussiano. Necessita ser mais socialista. Hitler me entende,
mas tem suas próprias reservas. Convenci-lhe que venha a Berlim mais frequentemente e
dedique mais tempo ao assunto do socialismo. Ele confia em mim e condenou as calúnias
do partido contra mim. Disse-me: “Berlim é sua e assim é como vão ficar as coisas”.
27 de junho de 1931
Magda me dá força e imaginação. Estou muito contente em tê-la. Agora me pertence. Agora
sei que tenho algo que me pertence por completo e sempre me apoiará. E eu também
pertenço a ela. O partido vem primeiro, e logo depois Magda. O amor não me entorpece;
me empurra para frente.
30 de junho de 1931
Descobri um importante complô. As SS têm uma rede de espionagem aqui, em Berlim, e me
têm sob vigilância. Estão jogando sobre mim os boatos mais inacreditáveis. Creio que são
agentes provocadores. Quinta-feira, em Munique, exigirei que cesse imediatamente. Tenha
ou não tenha a confiança de Hitler, não penso continuar trabalhando sob estas condições.
Himmler me odeia. Agora vou derrotá-lo. Necessitamos nos desfazer desse bastardo sem
escrúpulos. Goering está de acordo comigo.
20 de dezembro de 1931
Até que enfim a espera acabou. Nós dois demos nossa palavra. Depois assinamos. Primeiro
eu, depois Magda. Em seguida Epp e logo depois Hitler. Agora Magda é minha esposa.
Estou cheio de alegria. Agora somos muito felizes. As S.A. formaram uma guarda de honra.
As pessoas nos desejavam boa sorte. Maria foi dama de honra, Harald, meu ajudante, com
seu uniforme das S.A. O pastor Wenzel dirigiu a cerimônia. Não esteve mal. Estes clérigos
são todos iguais. E logo pôs as alianças nos dedos. Enfim, Magda era minha.
Lá fora, membros das S. A. nos felicitavam. Hitler tinha lágrimas de felicidade nos olhos.
Disse-me: “Desejo-lhe uma vida cheia de felicidade e espero que continue sendo meu bom
amigo”. Dei-lhe minha palavra. Magda me ajudará a mantê-la.
31 de janeiro de 1933
Conseguimos. Estabelecemos-nos em Wilhelmstrasse. Hitler é o novo chanceler. É como
um sonho feito realidade.
O resultado final: Frick ministro do Reich. Goering, Ministro do Interior da Prússia. Todos
tínhamos lágrimas nos olhos. Apertamos a mão de Hitler. Nós merecíamos. Que
maravilhosa euforia. O povo estava enlouquecendo na rua. Na colisão os conservadores
tinham o vice-chanceler e o ministro do trabalho. Logo tiraremos deles.
Chegaram as tochas. O desfile começou as sete e durou até depois da meia-noite. Havia
um milhão de pessoas nas ruas. Hindenburg saudava os manifestantes. Hitler estava no
edifício ao lado. Um novo princípio, uma explosão de união popular. Multidões cada vez
maiores. Falei no rádio em todas as emissoras alemãs. Disse: “Hoje, todos estamos muito
contentes.”.
De 2 a 10 de fevereiro 1933
Há rumores que logo serei nomeado chefe da radiodifusão. Deixaram-me à margem. Magda
está muito triste. Deixam-me de lado e me dão de ombros. Estou tão deprimido que não
posso pensar nisso. Estão me pondo contra a parede. Hitler apenas me ajuda. Estou
desanimado.
Hitler me chamou. Já havia falado com Funk, o oficial de imprensa, sobre meu ministério.
10 de fevereiro de 1933
O Führer fez um discurso fantástico desafiando com palavras muito duras os comunistas.
No final, utilizou uma linguagem incrivelmente emotiva, acabando sua oração com a palavra
“amém”.
Parecia tão natural que todo mundo ficou cativado e profundamente emocionado. Estava
tão cheios de força e de fé. Era tão original e valoroso. E tinha tanto poder e dignidade que
não se podia comparar com nenhum outro do passado.
20 de fevereiro de 1933
Vi o filme do discurso do Führer no Palácio de Esportes. As imagens funcionaram muito
bem. Resultará numa ferramenta de propaganda indispensável, e será mostrado nos lugares
onde o Führer não possa fazer discursos. Sua força provém da coerência e harmonia das
palavras e das expressões faciais e os gestos. Agora os comícios estão se convertendo em
um verdadeiro prazer. Temos um novo assunto que nos une. Temos entusiasmo, energia,
e uma entrega absoluta a nossa causa. Contamos com o apoio total das massas. Falamos
de coração e já não necessitamos respeitar os sentimentos de nossos inimigos.
Para as eleições estamos arrecadando grandes quantias e isto porá fim a todos os nossos
problemas financeiros. Pus em marcha a campanha propagandística e uma hora mais tarde
já faziam eco na imprensa escrita.
21 de fevereiro de 1933
Nossa propaganda é considerada exemplar, não só pela imprensa alemã, mas também pela
imprensa internacional.
Cartaz de Propaganda Nazista
Temos adquirido tanta experiência durante as campanhas anteriores que podemos vencer
nossos oponentes. Provocamos-lhes medo e dizem uma palavra sequer. Agora
demonstraremos o que o aparelho pode conseguir quando se sabe manejar.
8 de março de 1933
Agora tenho uma estrutura para meu ministério. Está dividido em cinco grandes
departamentos: rádio, imprensa, cinema, propaganda e teatro. Em todos eles, sinto-me
muito bem. Por isso os dedicarei toda minha energia e paixão.
Hoje, as Juventudes Hitleristas, desfilaram em Unter den Linden. Poderia ficar horas
olhando-as, contente, sem cansar a vista. A revolução alemã está em marcha.
Desfile da Juventude Hitlerista
As bandeiras com suásticas tremulam em cada edifício público de vez em quando, algum
funcionário se queixa, mas basta um pouco de pressão para pô-los em ordem. A revolução
nacional, cujo progresso nós estamos contemplando…
15 de março de 1933
Dei uma entrevista à imprensa pela primeira vez. Estou desenvolvendo uma nova estratégia
de imprensa moderna. Necessitamos começar a romper modelos. Muitos dos presentes
eram incapazes de expressar uma opinião em público. Irei me desfazer deles rapidamente.
Goebbels durante a Entrevista
17 de março de 1933
As celebrações em Postdam estão se realizando no estilo nacional-socialista pela primeira
vez. Estão sendo retransmitidas para toda a Alemanha. Toda a nação há de tomar parte
neste ato.
Trabalhei em todo o projeto até altas horas da noite e faço o possível para que este ato
perdure na memória dos jovens.
22 de março de 1933
O trajeto do gabinete e dos membros do Reichstag da igreja de São Nicolau até a de
Garrison foi insuportável. A multidão nos empurrava por todas as partes. Hindenburg entrou
na Igreja de Garrison com o Führer. Uma sombra de silêncio caiu sobre todos os presentes.
7 de março de 1933
Ditei um artigo muito duro sobre os judeus e sua campanha de difamação. É o que tem que
se fazer. Os judeus não reagiram ante a generosidade ou ante o espírito de magnanimidade.
Há de ensinar-lhes o que estamos dispostos a fazer. Enviei meu texto por telegrama a
Munique para que o Führer tivesse uma cópia. Ele decidirá quando podemos começar a
campanha.
31 de março de 1933
Muita gente pensa que o boicote nos levará à guerra. Se nos defendemos sós, ganhamos
respeito.
Boicote aos Judeus – ao fundo pode ser visto um membro do partido nazista marcando
uma loja judia com a estrela de seis pontas.
25 de abril de 1933
Minha viagem a Rheydt se converteu em um grande desfile triunfal. Aceitei ser
homenageado por minha mãe, ela foi caluniada, submetida a boatos, depreciada e acossada
nessa cidade provinciana e sofreu muito por ela. Todos sabem como são estas comunidades
pequeno-burguesas.
Agora quero reparar seus anos de sofrimento e tormento moral com um triunfo verdadeiro.
Por isso voltei pra casa. Para lhe demonstrar que seus contínuos sofrimentos não foram em
vão.
11 de maio de 1933
Trabalhei até tarde em casa.
À tarde fiz um discurso nas portas do teatro da ópera em frente a uma enorme fogueira onde
os livros asquerosos e baratos eram queimados por estudantes. Estava em forma. Grandes
multidões. Hoje começou um tempo bom de verão.
29 de agosto de 1933
Inauguração da Feira das Transmissões. Uma ocasião digna e magnífica. Meu discurso foi
muito bem recebido.
“Os meios de comunicação não podem existir por si sós, separados da época que relatam.
Mais que nenhum outro meio tem o dever de refletir, e dar a expressão aos sucessos e às
necessidades do nosso tempo.”
Vi a exposição. Tudo esteve muito bem. A televisão é questão de meses. Fiz um telefonema
ao longínquo leste e ao capitão do Bremen em alto mar. Escutaram-me perfeitamente. As
pessoas estão encantadas com os avanços tecnológicos.
25 de setembro de 1933
Fui à Liga das Nações com Neurath. Deprimente. Uma reunião dos mortos. Interessava-me
conhecer essa gente pessoalmente. Sir John Simon, o ministro britânico de Assuntos
Exteriores. Alto e imponente. Paul Boncour, um cafetão indesejável. É francês e um homem
de letras. Não é um homem de verdade. O austríaco Dollfuss, um anão, um janota patife.
Além disso, nada fora do normal. Examinaram-me detidamente de cima a baixo. Entre eles
vejo quão superiores que somos nós, os alemães. Todo o assunto carecia de dignidade e
estilo.
Antes os democratas se encaixassem muito bem aqui estavam como estivessem em casa,
mas nós não somos desse tipo. A imprensa estava impaciente para me ver. Queriam
entrevistas.
5 de julho de 1935
Quarta-feira.
Em Heiligendamm há todo tipo de assuntos complicados. Richard Strauss escreveu uma
carta odiosa ao judeu Stefan Zweig e a polícia a interceptou. A carta é insolente e, pior ainda,
estúpida. A hora Strauss também terá que sair. Todos estes artistas carecem de princípios
políticos desde Goethe a Strauss. Fora com eles.
Strauss escrevendo a um judeu! É asqueroso!
15 de julho de 1935
Sábado. Descansando e falando com o Führer.
Está trabalhando duro na política exterior ainda que os assuntos domésticos também
requeiram sua atenção. Está furioso com Frick e seus burocratas. É provável que se vá logo.
Eu não penso em me queixar.
Comemos juntos. Bom tempo. Muito relaxante e um passeio com o Führer. Emocionei-me
muito debatendo com pessoas comuns. As mulheres estavam tão contentes que inclusive
choravam. Apenas podia conter as lágrimas.
Passei o tempo com o Führer e Helga. Ela é muito agradável.
Domingo. Café da manhã com o Führer.
Mostrava-se encantado por estes dois maravilhosos dias. Planejamos criar um grande
balneário para homens e mulheres trabalhadores em uma das ilhas do mar do norte. Dez
mil camas e quinze milhões de marcos. Ambos estávamos emocionados.
22 de março de 1936
Fui trabalhar cedo. Um chamamento à nação. Falo para motivar a imprensa.
19 de maio de 1936
Fomos a Schwanenwerder, fazia um tempo lindo. Magda estava muito amável e
encantadora. Foi uma longa viagem de barco.
Meu empregado Haegert está preocupado se o gasto militar absorve nossos recursos se a
guerra vier. Um general como chefe de propaganda! Que ideia mais absurda! Lutarei para
que isso não ocorra. Tem que deixar a propaganda para os que a entendem.
20 de junho de 1936
Ontem, Swanenwerder. Estivemos presos na luta entre Max Schmeling e Joe Louis.
Passamos toda a tarde com a mulher de Schmeling, contamos histórias, rimos, e passamos
bem.
Cena da Famosa luta entre Max Schmeling e Joe Louis
No décimo-segundo assalto, Schmeling deixa o negro nocauteado. Fantástico! Foi uma luta
emocionante. Schmeling lutou pela Alemanha e ganhou. O homem branco predominou
sobre o negro. E o homem branco era alemão.
Continua…
6 de novembro de 1936.
A senhorita Reifenstahl deixou a fama subir pra cabeça. Não se pode trabalhar com uma
lunática como ela. E, pior ainda, agora quer ganhar meio milhão a mais para fazer um
segundo filme. Mantive-me frio como o gelo e ela começou a chorar. As mulheres sempre
fazem o mesmo. Mas isso já não funciona comigo. Necessita começar a trabalhar
seriamente e a se organizar.
Discurso de Goebbels: “O Prêmio do Cinema Alemão 1937-38 é para Leni Riefenstahl, pelo seu filme
Olympia, Festival do povo, Festival da beleza. Com consciência sem igual, com uma exemplar atenção ao
detalhe, com habilidade técnica e artística, conseguiu algo digno de grande admiração, não só aqui, mas
também na imprensa estrangeira”.
6 de novembro de 1936.
Fui ao lago Bogensee, ali tudo era calma e tranquilidade. Um lugar onde poder trabalhar e
pensar. Fazia um tempo de outono magnífico.
Passei a tarde lendo “Assassinato em Davos”, de Emil Ludwig, uma tentativa judaica muito
desagradável. Podia me converter em um antissemita se é que já não fosse. Temos que
acabar de uma vez com esta praga de judeus. Com todos! Até não deixar rastro!
Passei o tempo lendo, falando e escrevendo. Deitei-me por uma boa hora. Dormir aqui, no
bosque, é maravilhoso.
12 de dezembro de 1936.
Meti o pau no editor chefe da imprensa dissidente. Deixei as coisas claras. Mostrei
intermináveis exemplos de suas irresponsabilidades. Não aguento mais. De agora em diante
darei castigos mais duros. Espero ordem e disciplina. Não penso tolerar mais inconformistas.
3 de dezembro de 1937.
À noite fomos a Swadenwerder. Magda não se encontrava muito bem. É tão boa e paciente
e as crianças tão bonitas, eu os quero muitíssimo.
À tarde supervisionei alguns filmes em Berlim, “A Donzela”, uma filme de Praga com Lida
Baarova. Uma atuação maravilhosa, magnificamente dirigida, se bem que os exteriores
eram um pouco escuros e sujos. Típica filme checa, não significa nada para mim. Mas há
que reconhecer que está muito bem feita.
Imagem do Filme: A Donzela, coma atriz Lida Baarova
Lida Baarova se torna amante de Goebbels em 1936, durante uma crise em seu
casamento.
18 de agosto de 1938.
Um dia duro. À noite tive uma conversa muito íntima a com Magda muito humilhante para
mim. Nunca perdoarei. Está sendo muito cruel e dura comigo.
Necessito medicação forte para dormir não como nada há três dias. A mesma rotina
interminável no trabalho. Já quase não posso mais aguentar. Ninguém me ajuda, se bem
que tampouco quero ninguém. É importante sofrer dor na vida e nunca fugir dos problemas.
Fui a uma recepção no município. Eu estava no topo. Mencionei o tema judeu ao Führer, e
me disse, “Deixe que continuem as manifestações e retire a polícia. Os judeus devem
conhecer a ira da gente diretamente, só esta vez. É o justo e adequado.”.
Estão avançando comboios militares. Trabalho dia e noite sem descanso. Deveria estar
ditando meu discurso para a conferência do partido, mas é uma tarefa impossível. Não tenho
idéia de quem tenho que atacar e a quem não tenho.
18 de abril de 1940.
O Führer elogiou a Luftwaffe. Revolucionou completamente a guerra. Em longo prazo, o
poder marítimo não poderá competir com o aéreo. Temos vantagem neste campo e
necessitamos mantê-la a todo custo. Pergunto-me quando daremos o passo. Dependemos
do tempo que ainda é mau.
Necessitamos atacar a Inglaterra. E uma vez que comecemos, temos de terminar o trabalho.
Não podemos nos permitir mais demoras. Por isso necessitamos ter paciência.
5 de julho de 1940.
Até quando teremos que esperar? Não posso conter a imprensa. Nem o povo. Estão
ansiosos para lutar contra a Inglaterra.
18 de outubro de 1940.
Decolamos de Tempelhoff cedo. Cheguei às cercanias de Paris cerca de 1 da tarde.
Assisti ao informe, tudo muito disciplinado e com estilo. Aqui as coisas parecem bem
organizadas. Falei com Göering um bom tempo. Sua gente é maravilhosa.
Goebbels em Paris
Não é tão bom como o de Berlim, mas está cheio de mulheres bonitas e muito erotismo.
Nunca nos ocorreria fazer algo assim num cenário de Berlim. Comemos no Maximes. Estou
bem com Goering. Tem sido muito amável. Tem um estilo de vida fantástico.
“Sua Majestade continua compartilhando com o povo os perigos dos ataques aéreos sobre Londres.
Passaram várias horas inspecionando os danos e comprovando pessoalmente que se faça tudo o que for
possível para os feridos e e os desabrigados.
Visitaram o museu de Madame Tussaud. As estátuas de cera de Adolf Hitler e Goebbels foram alguma
das “vítimas” resgatadas após o bombardeio. Oxalá fossem reais!
Os grandes armazéns da Oxford Street foram gravemente danificados. A imagem desses lugares após o
bombardeio é chocante.
23 de outubro de 1940.
Churchill emitiu um decreto aos franceses. Impudico, ofensivo e cheio de hipocrisia. É uma
besta gorda e repugnante. Redigi um rascunho com uma fulminante resposta. Se não
respondermos, continuarão tirando força de suas ilusões.
30 de outubro de 1940.
Completei 43 anos. Um pouco de reflexão e meditação, isso ajuda num dia como este. As
crianças foram os primeiros a me felicitar. Puseram-se em fila, como os tubos de um órgão.
Recitaram poemas e me deram flores e presentes. Que bonito!
Vimos um filme das crianças e choramos de felicidade e tristeza. Tudo foi tão bonito.
7 de novembro de 1940.
Chove e neva. Em Praga faz um tempo deprimente. Vi as vistas da Catedral de São Victor
com seus tesouros, os incríveis velhos edifícios, suas ruas e praças. Estou enamorado desta
cidade. Sente-se a Alemanha e nós a faremos alemã outra vez.
Recepção na cidade. Uma casa muito bonita. Longos discursos. Eu também acrescentei
algumas palavras amáveis. Nosso povo aqui está sempre metendo-se com os checos.
Reabrindo as velhas feridas. Isso não é uma boa propaganda. Tento reparar os danos.
2 de abril de 1941.
À tarde estreia de “O Tio Krueger” para um grande número de convidados em minha casa.
Um grande alvoroço. O filme é um êxito. Todos estão emocionados. A estrela, Emil Jannings,
se superou. É o tipo de filme anti-inglês com que só se podia sonhar.
6 de abril de 1941.
Os ânimos sobre “O Tio Krueger” estão exaltados. As críticas são estupendas, exceto por
alguns burocratas do Ministério de Assuntos Exteriores. Os demais estão encantados.
“O Ministro do Reich, Dr. Goebbels, recebe o ator EmiI Jannings e lhe felicita pelo último filme “O Tio
Krueger”.
Na recepção, o Ministro outorgou a Emil Jannings o Anel de Honra da Indústria Alemã de Filme, sendo o
primeiro realizador ou ator alemão a receber o novo prêmio criado para premiar ganhos extraordinários no
âmbito do cinema alemão”.
O comunicado do Führer sugere a causa de seu vôo como um engano junto com as
esperanças perdidas de assegurar um acordo de paz [com a Inglaterra]. Foi um duro revés.
Rudolf Hess, o vice-führer, na noite do dia 10 de maio de 1941, rumou sozinho para a
Inglaterra com esperança de fazer um acordo de paz.
Ontem falei com minha equipe. Havia um assombro incrível por todas as partes. A maioria
já supunha a verdade. Começamos a trabalhar imediatamente, febrilmente. Rádio, imprensa
e novos serviços da atualidade, todos mobilizados. Tudo funciona como um relógio.
03h30min da manhã. A artilharia pesada ruge. Que Deus abençoe nossas armas. Lá fora,
Wilhelmplatz está vazia e silenciosa.
Berlim está dormindo. O Reich está dormindo. Uma era grande e maravilhosa dá à luz um
novo Reich. Talvez um nascimento doloroso, mas já se encaminhando à luz.
Li a proclamação do Führer aos alemães em todas as emissoras. Para mim foi também uma
ocasião e grande transcendência. Despojei-me do trabalho das semanas passadas e
meses. Sinto-me totalmente liberado.
24 de junho de 1941.
487m de filme desde o início de nossa campanha russa. Temos ensinado algumas de
nossas armas, grandes monstros que fazem nanicos tudo à sua passagem. A justiça divina
da História se volta na União Soviética. A frente antirussa na Europa está tomando forma
quase por si só.
Nós não estamos fazendo nada para não levantar suspeitas. Creio que a guerra contra
Moscou provará nosso enorme êxito psicológico e talvez também militar.
27 de junho de 1941.
As declarações dos prisioneiros russos revelam uma grande ignorância. Esse é o produto
do sistema educativo bolchevista. Não há sinal de instrução nem de disciplina.
Prisioneiro de guerra russo entre diversos nazistas. O despreparo das tropas russas no
início da batalha deu ainda mais ânimo à crença de vitória alemã
Muitos soldados optam pelo suicídio antes de cair prisioneiros, porque o povo semeou neles
o medo de Deus sobre nós.
Nossa emissão de propaganda não está chegando a seu destino. Necessitamos lançar
panfletos para esclarecer as coisas.
20 de agosto de 1941.
O Führer disse que posso deportar os judeus de Berlim tão logo acabe a campanha do leste.
Berlim há de estar livre de judeus. É escandaloso que 78.000 judeus, a maioria parasitas,
possam caminhar com suas gorduras pela capital alemã do Reich. Não só destroem a
imagem da cidade, a atmosfera também. As coisas mudarão para melhor quando portarem
os distitivos.
1 de setembro de 1941.
Veneza parece uma joia no meio do mar. É a cidade mais bonita que conheço. Estou alojado
em um barco, o Cyprus, que está ancorado perto da Praça de São Marcos e oferece uma
magnífica vista panorâmica da cidade. No barco pode-se ter alguma paz e tranquilidade.
Ouve-se apenas o alvoroço e o balbucio da bienal.
2 de setembro de 1941.
Excetuando Mussolini, os italianos não têm nenhum líder absoluto. Afirmam que são os
mestres da improvisação, mas na maioria das vezes nos seus improvisos se saem mal.
Organizar-se e preparar-se para algo metodicamente, não é seu forte.
À tarde, para começar a contribuição italiana à bienal, projetou-se no novo filme romano “O
Estádio de Ferro”. A estreia foi um fracasso. A filme é uma grande apologia cinematográfica
muito pouco convincente. Não vale a pena nem comentá-la.
Os italianos tinham todas suas esperanças nessa estreia, mas seu próprio público estava
decepcionado. Alegro-me porque essas experiências cinematográficas falidas já não
aconteçam no cinema alemão. Tenho trabalhado incansavelmente para eliminar todas
essas experiências. A falta de talento dos italianos neste campo nos beneficia.
A tarde acabou com uma grande recepção no Cinecittá. Com muita pompa e cerimônia. Mas
para quê servem essas festas se os filmes são péssimos. O importante são os filmes, não
as recepções.
Depois desse ato, dei um passeio pela cidade iluminada. Veneza possui uma beleza
encantadora. Sobretudo quando não há luz artificial e suas torres e silhuetas oferecem uma
vista mágica.
Esta cidade se manifesta mais persuasiva que nunca, que a guerra só pode ser um meio
para conseguir um fim. Nunca um fim em si mesmo.
7 de setembro de 1941.
Vi uma filme do encontro entre Roosevelt e Churchill no Atlântico. Está miseravelmente feita.
Não merecia nenhuma atenção. Este lixo é o que os ingleses chamam propaganda. Que
superiores somos a nossos inimigos neste campo. Faz muito barulho, mas não dizem nada.
16 de outubro de 1941.
Nos últimos dois anos nós conseguimos lucros cinematográficos de proporções
inimagináveis anteriormente. Isso se deve, sobretudo a nosso êxito ao apresentar temas
modernos de forma moderna.
19 de novembro de 1941.
Tenho lido “Sangue Suor e Lágrimas”, de Churcill. Uma compilação de seus discursos dos
últimos dois anos. Demonstra uma inteligência inquietante e está muito bem escrito.
Tem um estilo claro, ainda que seu cinismo resulte surpreendente para nossa forma de
pensar. Não se pode negar que Churchill é um adversário que impõe respeito. Não é tão
estúpido como era Chamberlain.
30 de novembro de 1941.
O Führer não crê que devamos tomar as grandes cidades soviéticas. Não há nenhum
benefício, e haveria de ter que alimentar muitas mulheres e crianças. O objetivo é não ocupar
nem Moscou nem Lenigrado. Tem que destruí-las e lavrar a terra.
Creio que o modo com que o Führer dirige esta guerra é admirável. Nem lhe ocorre
conquistar Moscou e fazer um desfile da vitória. O objetivo nesta guerra não é ganhar
prêmios mas destruir o inimigo. Isso é o que importa. E estamos tentando com todas as
nossas forças.
21 de dezembro de 1941.
Estou lendo um extenso informe dos últimos dias de novembro, escrito por um oficial no
front do leste. Dá o que pensar. Ali andam muito carentes de tudo. Comida, gasolina, armas,
munição, gente. O humor entre as tropas ainda é relativamente bom. Mas tem um
sentimento vago de que algo vai mal. O pronunciamento do Führer terá, certamente, um
efeito liberador.
Soldados alemães tentando desatolar caminhão durante a campanha no front leste
Nossa propaganda é exageradamente otimista; quero dizer que, muito contra a minha
vontade parecia dar ideia de fato que a campanha do leste já havia sido ganha tenha sido
recebida com grande desprezo.
O assessor de imprensa do Reich, Dr. Dietrich, não tem ideia de quanto dano está causando.
Seu discurso foi desastroso. No momento em que falava, os soldados da frente estavam
lutando suas mais duras batalhas e suportando grandes privações. É fácil imaginar o que
os soldados pensam dessas mentiras patrióticas.
O que mais me dói é que o povo me faça em parte responsável, ainda não nada a ver e
inclusive lute contra.
15 de fevereiro de 1943.
Pela tarde comecei a ditar meu discurso do Palácio de Esportes. À noite já estava acabado
e corrigido. Creio que será muito positivo. Pode ser um de meus maiores louros como
orador. Necessitamos destes discursos para animá-los. É necessário dar um pouco de
coragem aos alemães.
Oxalá pudesse-me multiplicar um milhão de vezes para poder conseguir um milhão a mais
do que posso agora.
19 de fevereiro de 1943.
Ontem as 5 começou o esperado rali no Palácio de Esportes. Houve uma grande
assistência. As portas fecharam às 16h30min.
Respirava-se um ambiente de histeria febril. Os berlinenses são a audiência mais atenta do
Reich. Quase o total do conselho, grande número de diretores regionais e quase todas as
secretarias de governo estavam presentes. Era uma amostra representativa de toda a
população alemã.
“Os ingleses sustentam que o povo alemão se opõem aos planos de Guerra Total do
governo. Os ingleses dizem que os alemães preferem capitular antes que lutar. Nunca!
Se fosse necessário, apoiariam uma guerra mais total e radical do que hoje possam
imaginar?
Minha oratória estava em muito boa forma e levei a audiência a um estado de total
mobilização espiritual. O Führer ordena, nós seguimos! O comício acabou com uma grande
ovação. O Palácio de Esportes não havia visto nada parecido, nem sequer antes de 1933.
A nação alemã está preparada para sacrificar tudo pela guerra e por nossa vitória.
Assegurar-me-ei que a guerra total não fique em pura teoria.
3 de março de 1943.
De caminho para Berlim inteirei-me que a cidade havia sido bombardeada durante a noite.
No primeiro informe não se analisava o grande impacto do ataque. Saí imediatamente para
a rua a fim de inspecionar os danos. Comecei pela Igreja de Sant Hedwig que estava feita
em pedaços. O sacerdote me pediu outro local para realizar os serviços.
7 de maio de 1943.
Tenho um novo projeto: “Kolberg”. Este filme é o retrato de um homem valente e da
determinação de uma comunidade a resistir ainda que a situação pareça desesperadora.
Este filme servirá de lição, sobretudo, nas zonas atacadas. Está baseado em fatos reais.
O diretor, Harlan, que ao princípio não queria fazer o filme, está trabalhando muito nele.
Prometeu-me estrear no Natal. Para quando necessitaremos dele desesperadamente.
24 de novembro de 1943.
O panorama que Berlim oferece é bastante deprimente. Não imagino como os ingleses
puderam causar tanto dano. O Ministério da Propaganda havia se salvado em sua maior
parte, mas o estado da Wilhelmplatz era o mais desolador.
Berlim destruída pela Guerra
De manhã tive uma longa reunião com os diretores do partido e outros responsáveis por
Berlim para discutir o que fazer. Estamos improvisando muito.
A resposta ao ataque aéreo foi muito eficiente. Os berlinenses sabem por instinto quando
vale a pena salvar una zona e quando é melhor sair de lá.
25 de fevereiro de 1944.
O Führer dirigiu umas palavras de calma aos berlinenses. Reafirmou que Berlim havia
demonstrado ser a capital do Reich durante os assaltos dos últimos meses.
Os berlinenses demonstraram uma coragem e uma virilidade que muito poucos podiam
imaginar.
“Como disse em Berlim antes do bombardeio da capital: Logo chegará a hora de nos
vingarmos dos ingleses.
18 de junho de 1944.
Nossas primeiras armas de represália humilham o mundo. Os ingleses utilizam todo seu
poder contra nossa arma secreta, mas não têm êxito algum. Os londrinos estão
aterrorizados. Atônitos.
Soldados preparam foguete V1 para dispará-lo
Nossos jornalistas e apresentadores voltaram a falar mais da conta, como sempre critiquei.
O povo está cansado de tanta desculpa. A única coisa que ouvir é a verdade.
Haegert crê que poderíamos utilizar o slogan: “Sangue, Suor e Lágrimas” para nossos
próprios fins. Tornaríamos imunes ante qualquer revés.
28 de fevereiro de 1945.
Não há motivo para passar à margem por esses assuntos nem para calar com objetivo de
não ferir os sentimentos do Führer. A discussão que mantivemos foi visceral e muito
calorosa.
Por exemplo, é de muito mau gosto, que um oficial do Reich se pavoneie com o uniforme
cinza-prata. Pequeno comportamento tão afeminado dada a situação. Espero que o Führer
volte a fazer de Goering um homem.
9 de março de 1945.
Ao meio-dia conduzem até Berlim. Para um tempo frio e espaçoso. O campo aparecia
iluminado pelos raios do sol. Quando deixa as ruínas de Berlim entra em uma região que
parece indiferente à guerra.
É uma maravilha voltar ao campo e respirar ar puro. As vidas dos habitantes apenas haviam
se alterado. É invejável.
Depois, nos aproximamos para frente e entramos em zona de guerra. À distância se vêm
brilhos de fogo inimigo ou alemão.
Então chegamos a Lauban. A localidade estava muito danificada pelos últimos ataques.
Imagem curiosa mostra Goebbels cumprimentando um soldado menino – Fato comum nas
fileiras alemãs no final da guerra
11 de março de 1945.
O que mais incomoda é o comportamento do povo em Rheydt, minha cidade natal. Os
americanos lhe deram muita importância. Um tal Herr Vogelsein, que conheci na juventude,
como um inculto nacional-socialista foi às autoridades de ocupação para se oferecer como
prefeito. Ocupar-me-ei pessoalmente deste homem. Tenho um plano para liquidá-lo na
primeira oportunidade. O farão membros do partido de Berlim especialmente treinados.
Com o fanático desejo de não deixar cair a capital em mãos dos bolchevistas,
trabalharemos e lutaremos solidariamente.”
Joseph Goebbels se suicidou juntamente com sua esposa, no dia 1º de Março, logo
após envenenar seus seis filhos com cianureto.