Sei sulla pagina 1di 3

JOSÉ ROBERTO SEVERINO – jseverino@ufba.

br

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CULTURA E SOCIEDADE

FICHA DE LEITURA: ​BAUMAN, Zygmunt. ​Cultura como práxis​. In: ______. Ensaios
sobre o conceito de cultura. Rio de janeiro: Zahar, 2012. p. 215-304
Autor: ​Zygmunt Bauman
Título: ​Cultura como práxis
Palavras-chave: ​cultura, práxis, sociedade
Tema central
A cultura na estrutura social enquanto conceito que representa a práxis humana, a
subjetividade objetificada.
Resumo do texto
A teoria britânica se satisfaz ao conferir a uma teoria da integração social desenvolvida
numa interação humana, em um alinhamento que resulta numa “coerência” da estrutura
social. Os teóricos americanos investigam além e consideram as relações sociais “como
estados mentais das pessoas, característicos e inter-relacionados, com respeito à
conduta de homens em relação aos homens”(Redfield), na esfera da ética, do sistema
de ideias e valores. Para isso, é interessante a associação entre o ethos, a “qualidade
total” da cultura, tal qual o “espírito” e o eidos, como sua aparência formal que
denotam normas e avaliações morais.
O espírito é supraindividual, compartilhado pelo coletivo individual; é a compreensão
da vida e da capacidade de viver.
A natureza “superorgânica” da cultura é uma realidade em si mesma, algo acrescentado
ao real e acima dele (Durkheim). Sob a pressão da “mente coletiva”, os humanos vêm a
ser sociedade. E é no campo da metodologia que Weber persegue a objetividade da
sociologia como como a ciência da “compreensão”.
“A cultura não é apenas intersubjetiva, mas é subjetiva em seu próprio sentido
específico”, a partir de Znaniecki. “A cultura opera no ponto de encontro do indivíduo
humano com o mundo que ele percebe como real. O conceito de cultura é a
subjetividade objetificada.” A experiência humana é intuitiva.
JOSÉ ROBERTO SEVERINO – jseverino@ufba.br

“Qualquer conjunto de acontecimentos empíricos se pode considerar como um output


de estruturas subjacentes” (p.186)
É aí que a cultura se realiza como práxis humana, pois a ação individual comporta uma
validade coletiva, supraindividual. A noção de práxis comporta “a ideia de criatividade,
de assimilação ativa do universo, de impor um mundo caótico a estrutura reguladora da
ação humana inteligente”. A práxis humana consiste em transformar o caos em ordem,
ou em substituir uma ordem por outra e as múltiplas interações podem constituir uma
“realidade” onde uma sociedade é capaz de distinguir as esferas públicas e privadas.
A busca das regras generativas da ordem por Lévi-Strauss não atende ao estudo da
metodologia da práxis humana: “É preciso recorrer mais a certas estruturas
fundamentais do espírito humano do que a esta ou aquela região privilegiada do
mundo, do que a este ou aquele período histórico da civilização”.
As “estruturas mentais” a todo ordenamento cultural de Lévi-Strauss são: a exigência
de uma regra; a reciprocidade, capaz de superar a oposição entre mim e o outro; e a
dádiva, valor que é fruto da parceria. “É a regra que destaca uma parcela do universo
natural e a transforma no veículo da práxis cultural.” O mundo não é pré-humanamente
“dado” como ordenado. A imagem e subsequente práxis da ordem lhe são impostas em
termos culturais. A cultura é intrinsecamente ambivalente, é um tanto um agente de
desordem quanto um instrumento de ordem. Um espaço de criatividade e um marco de
regulação normativa. “A aplicação direta dos achados da linguística estrutural na
cultura que, em sentido amplo, se vê inevitavelmente limitado por importantes
diferenças entre sistemas linguísticos e não linguísticos da cultura humana” (p.219). A
cultura é um fator que envelhece e que é atemporal.
Os positivistas através do determinismo denotam valor de grupos sociais humanos.
Tais demarcações são perigosas e podem reforçar práticas de xenofobia e fascismo por
grupos radicais que se sentem ameaçados pelo elemento de viscosidade, aquilo que lhe
é estranho e que caracteriza “o outro” em relação ao seu meio social. De outro modo,
definições de fronteira ainda fomentam práticas totalitárias que atentam contra
características individuais sob a justificativa de benefício “comum”, onde nós seríamos
um só e, portanto, a práxis que conduz à rigidez vigilante interna, à demarcação de
fronteiras socioculturais, à intolerância.
No entanto, a cultura humana é capaz de se insurgir contra as barreiras da ordem
JOSÉ ROBERTO SEVERINO – jseverino@ufba.br

vigente e possibilita a criatividade humana, e revela a multiplicidade de realidades. “A


cultura, portanto, é o inimigo natural da alienação. Ela questiona constantemente a
sabedoria, a serenidade e a autoridade que o real atribui a si mesmo” (p.301)
Esta ambivalência da cultura, de função criadora e reguladora normativa, é que adota a
“matriz cultural” e que aponta a cultura e a sociedade em constantes transformações.
Observações pessoais sobre o texto
A contribuição relativista de Bauman seria também progressista em um mundo de
tradição excludente a partir de referenciais clássicos de distinção cultural entre povos e
nações.
Esta práxis humana que pode ser acionada a partir deste “espírito” tal qual uma
faculdade que, ao mesmo tempo, é individual e coletiva transcende a explicação da
estrutura social de base nas interações sociais e supera as barreiras impostas pela
investida temporal e geográfica.

​Salvador, 27 de Junho de 2017

Alunos do Seminário: Antônio Teófilo, Bruna Lopes, Lea Maria Botelho

Potrebbero piacerti anche