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angiospermas, o Brasil possui 55 mil espécies o que ritos, reuniões, energias, cantos e danças”. Desse
totaliza 22% desse tipo de planta em todo o planeta. modo pode-se perceber algumas das características
(Mittermeier et al. 1992). intrínsecas do conhecimento tradicional, tais como:
Já no contexto econômico, o conhecimento sua ancestralidade, sua dinamicidade, ou seja, ao
tradicional associado ao uso de plantas medicinais contrário do que a palavra tradicional pode
brasileiras tem um papel-chave no processo de erroneamente sugerir, ele evolui com o tempo em um
geração de inovações para a indústria, seja na processo contínuo de acumulação e uso. Nota-se
localização de novas plantas, seja na sugestão de ainda que ele parte de uma visão holística de mundo,
sua atividade farmacológica, atuando assim como onde a natureza, as relações sociais e espirituais
uma espécie de “filtro” através do qual a inovação são vistas de modo interdependente; ainda dentro
ocorre. Como procurar-se-á mostrar adiante, o que desse conjunto de características, pode-se
tem ocorrido de fato é uma “corrida pelo conhecimento acrescentar a questão da oralidade, já que a grande
tradicional”, tendo em vista, principalmente, os maioria das comunidades detentoras de
notáveis índices de crescimento do mercado de conhecimento tradicional não possui uma tradição
plantas medicinais e seus derivados. Ferreira (1998), escrita de repasse desse saber.
Nodari & Guerra (1999) e Rezende (2002). Após apresentar a definição de
Assim, o objetivo principal desse trabalho é conhecimento tradicional a ser empregada nesse
o de revelar o estado da conscientização do tema da trabalho, apresenta-se a seguir, o conjunto de
biopirataria/bioprospecção entre atores selecionados técnicas utilizadas na escolha dos atores estudados
da Filière das Plantas Medicinais do Brasil estudada e na coleta dos dados.
por Rezende (2002).
Neste tópico procurar-se-á definir o que se MATERIAL E MÉTODO
entende por conhecimento tradicional, bem como Este estudo foi realizado segundo a
apresentar algumas características da sua dinâmica abordagem da pesquisa qualitativa, que segundo
de geração, manutenção, transmissão entre os Denzin & Lincoln (1994) “opera um conjunto de
diversos elos da filière estudada. práticas de pesquisa interpretativas onde nenhuma
Até alguns anos atrás a discussão da metodologia privilegia a outra”. Valorizando assim a
criatividade intelectual dos povos indígenas e interdisciplinaridade e a complexidade dos fenômenos
comunidades tradicionais nas Nações Unidas era observados durante o processo de construção do
conduzida sob a denominação de folclore. Entretanto saber.
devido às criticas que surgiram naquela época de que Para coletar os dados, foram empregadas
o termo era um arcaísmo que reproduzia uma visão as técnicas da entrevista e da observação não-
eurocêntrica na qual seriam consideradas, apenas participante, como descritas por Alencar (1999).
algumas manifestações culturais, e que não era As entrevistas foram realizadas nos
capaz de englobar outros aspectos da herança cultural seguintes locais: São Paulo, S.P. (7 entrevistas com
de comunidades indígenas e locais tais como o grandes e pequenos atacadistas e representantes do
conhecimento acerca do uso das plantas medicinais setor industrial); Itaquaquecetuba S.P. (1 entrevista
é que foi cunhado o termo conhecimento tradicional. com um representante do setor industrial); Paulínia,
(Blakeney, 1999). S.P. (2 entrevistas com pesquisadores e 1 observação
De acordo com o PNUMA 1 (2001), não-participante); Botucatu, S.P. (1 entrevista com
conhecimento tradicional pode ser definido como: “um pesquisador); Registro, S.P. (2 entrevistas com
corpo de conhecimento construído por um grupo de mateiros); Eldorado, S.P. (1 entrevista e 1 observação
pessoas através de sua vivência em contato próximo não-participante com produtor de plantas medicinais);
com a natureza por várias gerações. Ele inclui um Rio de Janeiro, R.J. (3 entrevistas com pesquisadores
sistema da classificação, um conjunto de e ator de agência estatal). O agendamento e a
observações empíricas sobre o ambiente local e um realização dessas entrevistas e das observações não-
sistema de auto-manejo que governa o uso dos participante ocorreram durante os meses de julho e
recursos” agosto de 2001, exceto a observação não-participante
De modo complementar, Posey (1997), realizada em Paulínia, S. P., durante o mês de janeiro
afirma que “o conhecimento indígena não se enquadra de 2001.
em categorias e subdivisões precisamente definidas, Nesse âmbito é importante ressaltar o modo
como as que a Biologia moderna tenta artificialmente pelo qual se chegou aos entrevistados, ou seja, os
organizar. Em vez disso, o conhecimento biológico critérios empregados na escolha dos atores que
de folk vem a ser uma amálgama de plantas animais, fizeram parte do universo amostral desse estudo. Para
caçadas, horticultura, espíritos, mitos, cerimônias, realizar esse fato procurar-se-á elencar os
1
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Assim, o ator escolhido foi um funcionário do INPI,5 procurar-se-á neste subitem demonstrar o modo
doravante “E”. O INPI é uma autarquia federal sob o processual como o conhecimento é gerado,
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio transformado e apropriado ao longo dos diferentes
Exterior que tem a competência de executar, em atores da filière
âmbito nacional, as normas que regulam a questão Para isso, inicia-se a análise a partir de
da propriedade intelectual, além de tratar de tópicos dados de extratores que relatam como o saber
como os direitos relativos às marcas, invenções, tradicional acerca das plantas medicinais é gerado e
modelos industriais, programas de computador e transmitido, de modo complementar, também serão
regulamentação dos contratos de transferência de apresentadas falas que buscam comprovar a
tecnologia. É importante notar que a atuação do importância do conhecimento de novas plantas e suas
entrevistado “E” dentro da agência é a de examinador propriedades para o empreendimento de inovações
de patentes e que sua formação é relacionada à nos setores atacadista e industrial.
problemática das plantas medicinais (cursando Para facilitar a identificação e o entendimento
doutorado em Biotecnologia Vegetal), o que permitiu das falas dos atores entrevistados, apresenta-se
que fossem obtidas percepções importantes quanto abaixo uma legenda.
à questão da legitimidade da apropriação Ator M1: “Meu sogro desde os doze anos
conhecimento acerca de plantas medicinais me levava para caçar no fim de semana, e ia
brasileiras por parte de terceiros. mostrando as plantas e falando o nome. Ele era
Mateiros: A seleção dos mateiros/raizeiros/ descendente de bugre, já é falecido”.
extrativistas levou em conta a necessidade de se
TABELA 1: Legenda das categorias e códigos dos atores
verificar a ancestralidade envolvida na acumulação do
entrevistados.
conhecimento tradicional relacionado ao uso de
Categorias dos atores Códigos
plantas medicinais Assim foi escolhido o mateiro “M1” Grandes atacadistas G1 e G2
de larga experiência no reconhecimento de plantas Pequenos atacadistas / varejistas P1 e P2
nativas, tendo trabalhado mais de quinze anos na Setor industrial I1, I2, I3 e I4
equipe do botânico-paisagista e artista plástico Produtor rural A
Cientistas e Empresas de P&D C1, C2, C3 e C4
Roberto Burle Marx e que atualmente faz parte da Agência estatal E
diretoria da AEPAM6 em Registro S.P. O mateiro “M2” Mateiros M1 e M2
foi escolhido pelo fato fazer parte da equipe do primeiro,
estando mais envolvido com o dia-a-dia das práticas
de coleta de plantas na mata. Aqui tem-se um dado que sugere a fonte do
Além das entrevistas com os atores citados saber tradicional ligado ao uso das plantas
acima, foram realizadas duas observações não- medicinais. Em que o elemento do bugre – tido pelo
participantes. A primeira foi realizada em Paulínia, S. entrevistado como uma pessoa com ascendência
P. com o ator “C1” durante o mês de janeiro de 2001, indígena – tem um papel marcante na origem desse
e a segunda em Eldorado S.P. durante o mês de saber. Também pode-se constatar a partir desse dado
agosto de 2001 com ator “A”. a característica da oralidade em sua transmissão.
Ainda com relação aos atores escolhidos, Ator G2: “Nós trabalhamos com várias
procurou-se adotar uma taxonomia que, apesar de equipes de raizeiros, mais de 50, que trabalham
inescapavelmente arbitrária e, portanto passível de conosco ao longo desses 23 anos; e eles sempre
discordâncias, permitiu posicionar os diferentes nos dão novidades, apesar deles não terem cultura
interesses envolvidos na filière. Nesse sentido, pode- pra isso”.
se afirmar que este trabalho respaldou-se numa Ator A: “Aprendo pesquisando, perguntando
perspectiva de construir uma relação metodológica pros mateiro avós, valorizando a cultura dos antigos”.
que encerre o objeto de pesquisa como um sujeito A primeira fala ilustra a visão de um
histórico e socialmente atuante, e o “sujeito empírico atacadista com relação aos mateiros, uma percepção
como um portador de uma cultura que lhe dita os preconceituosa com relação ao conhecimento
hábitos, as maneiras de proceder, as normas a seguir, tradicional, tido por ele como uma forma de saber
as preferências, etc, de uma linguagem que lhe inferior. No entanto, a dinâmica de transmissão desse
estrutura o pensamento” (Limoeiro, 1976). conhecimento, ou modo como se dá a troca entre os
atores fica clara. É oportuno ainda notar que esse
entrevistado emprega a palavra “novidade”, o que
RESULTADO E DISCUSSÃO denota que a sua compreensão de que estas plantas
Após a apresentação das técnicas “novas” trazidas pelos seus mateiros poderão ser
metodológicas e justificativas da amostra estudada, utilizadas no desenvolvimento de inovações
5
Instituto Nacional de Propriedade Industrial
6
Associação de Extratores e Produtores de Plantas Aromáticas e Medicinais do Vale do Ribeira
benefícios financeiros muito longe dos princípios da entre a dimensão da realidade vivida pelos detentores
Medida Provisória 2.186-16 / 2.001, que regulamenta do conhecimento tradicional e a dos demais atores
a questão no país. que dependem deles para a manutenção de sua
Já o próximo dado ilustra uma percepção da competitividade.
dinâmica de apropriação indevida de conhecimento Ou seja, de modo geral, segundo a visão de
tradicional por terceiros. mundo dos detentores do conhecimento tradicional
Ator C4: “Eles simplesmente se apropriam existe um modo diferenciado, um ethos específico,
dessa informação, geram um produto, sem trazer segundo o qual esses atores efetuam a troca desse
nenhum retorno. Então eu defendo que nesse conhecimento com a sociedade em geral.
processo de reconhecimento de propriedade Esse ethos, no qual o comportamento de
intelectual da comunidade deva haver uma forma partilha é predominante, pode ser exemplificado pela
eqüitativa de compensação”. fala que segue.
Para enfrentar esse problema, o Ator C4: “Se você perguntar para qualquer
posicionamento ético dos pesquisadores que pessoa se ela podia te dar uma muda de planta pra
trabalham com informações etnobotânicas com você tratar seus filhos, qualquer pessoa da
relação à apropriação indevida do conhecimento comunidade vai te dar com prazer. É uma relação de
tradicional pode ser resumido em algumas estratégias solidariedade, e não - eu te dou a mudinha, mas quero
empregadas principalmente no decorrer da publicação dez reais em troca, ou eu quero dez reais pela fórmula
de seus trabalhos, como exemplificado pelas falas a de meu xarope”.
seguir:
Ator C4: “Uma das maneiras de resguardo é CONCLUSÃO
a não divulgação das plantas, coisa que já está Pode-se afirmar que a maioria dos atores
acontecendo em alguns lugares”. possui uma percepção geral do tema abordado pela
Ator C4: “Outra coisa que algumas pessoas coleta de dados, e que a mídia tem exercido grande
fazem é, por exemplo, você faz um levantamento e influência na formação dessas opiniões. Ou seja, de
tem 200 espécies, e nessas tem um grupo que é modo geral, existe uma crescente conscientização
conhecido e divulgam-se informações sobre essas das grandes riquezas naturais e culturais existentes
plantas, e sobre plantas que não se tem nenhuma no país. No entanto ainda existe desentendimento
informação ainda científica, empírica, etc. Esconde- entre os atores sobre os instrumentos para sua
se o jogo”. proteção e desenvolvimento e as institucionalidades
Essa estratégia de proteção de que os regulam.
conhecimento tradicional, embora eficiente no que Nesse sentido, vê-se como um obstáculo
tange sua confidencialidade, fundamental para, por ao desenvolvimento da filière como um todo o fato de
exemplo, a implantação de um banco de dados de que a lógica do mercado perpassa a grande maioria
conhecimento tradicional, peca por comprometer um dos entrevistados, isso é flagrante quando percebe-
dos princípios básicos da academia que é a se o tom individualista na maioria das falas.
publicação. Esse é um dos vários dilemas éticos A análise dos dados também permite afirmar
aos quais os pesquisadores que trabalham a existência de uma “corrida pelo conhecimento
diretamente com levantamento de conhecimento tradicional”. Esse fato é confirmado tanto pelas
tradicional estão expostos atualmente. Ou se publica, denúncias de biopirataria de plantas medicinais
permitindo-se a apropriação por terceiros, ou se brasileiras, Coelho (1997), como existência de
esconde a informação. De qualquer modo, esse inúmeros contratos de bioprospecção esperando a
dilema ainda tem a agravante de que esse saber está normatização oficial a ser criada pelo Conselho de
em processo constante de transformação com Gestão do Patrimônio Genético, Santos (2000), afinal,
tendências de desaparecimento. no atual contexto em que a competitividade capitalista
Ator C1: “A própria concepção filosófica de é fortemente baseada na capacidade de inovação
remédio é que ele tem que servir par salvar a vida associada à garantia da sua apropriabilidade completa
das pessoas e não para ninguém ficar rico ou pobre, - mesmo que limitada no tempo -, as patentes são
e pessoas do mundo inteiro, da raça humana e não um instrumento chave para as indústrias que utilizam
pessoas que moram na Europa, ou nos Estados o conhecimento tradicional para a criação de
Unidos”. inovações farmacêuticas.
Essa fala ilustra, de certo modo o cerne da A importância do conhecimento tradicional
discussão da relação da propriedade intelectual e para a consecução dessas inovações no setor
plantas medicinais, pois nela tem-se a sugestão da farmacêutico é corroborada por Farnsworth (1997)
idéia de que antes de tudo, o tema plantas medicinais quando este relata que mais de 80% dos fármacos
trata da saúde humana e que, no que tange a dinâmica com algum princípio ativo derivado de plantas
do saber ao longo da cadeia, existe um choque cultural comercializados atualmente, tem correlação positiva
entre a sua aplicação na medicina tradicional e a sua forma de incentivo para a manutenção de seus
indicação terapêutica pelos médicos. De modo sistemas tradicionais de gerenciamento de recursos
complementar, também pode-se inferir através de e conhecimento, quando reconhecidamente
dados de Elisabetsky (2000), que as chances de se sustentáveis. Neste caso não é necessária uma
encontrar um composto ativo numa planta rastreada justificativa em termos morais, afinal todos os atores
a partir de uma informação etnobotânica é mais de tanto da filière como do resto da sociedade se
mil vezes maior do que as chances das técnicas de beneficiam de um meio ambiente equilibrado.
rastreamento randômicas convencionais. No entanto dada a amarga experiência
Dentro dessa corrida, outro ponto que histórica desses povos com políticas etnocentristas,
merece destaque é a confusão generalizada Ação pela Cidadania (1990) e Ribeiro (1962) e as
constatada entre os atores entrevistados acerca da diversas denúncias de biopirataria de plantas
distinção dos domínios público e privado na dinâmica medicinais brasileiras, Coelho (1997), não se pode
de proteção / apropriação do conhecimento tradicional deixar de ressaltar o modo como o conhecimento
relacionado às plantas medicinais. tradicional entra para o domínio público, afinal essas
De maneira geral, é bastante difícil propor comunidades têm sido abusadas há séculos e
que a propriedade intelectual, em especial as continuam marginalizadas sócio-economicamente, o
patentes, seja um mecanismo de proteção adequado, que as impede de fazer prevalecer seus sistemas
afinal não existe a possibilidade de concessão de tradicionais de propriedade, (Dutfield, 2000).
uma patente para uma comunidade, somente Nesse âmbito, ressalta-se que a apropriação
inventores individualizados na forma de pessoas ou indevida de conhecimento tradicional que ainda
empresas com personalidade jurídica. Pode-se até encontra-se no domínio privado por terceiros constitui
haver concessões para um grupo restrito de pessoas, um crime nos termos da Medida Provisória 2.186-16/
porém este grupo deve ser precisamente descrito e 2.001, e que sendo um dos objetivos dessa legislação
limitado. Assim, como grande parte do conhecimento promover a proteção do conhecimento tradicional, esta
tradicional não tem essas características, fica proteção deve ser possível para todos os que detém
excluído de proteção no contexto da propriedade conhecimento útil e de valor não apenas instrumental,
intelectual stricto sensu. afinal na “corrida pelo conhecimento tradicional” a sua
Desse modo, grande parte das contestações extinção é uma tragédia para aqueles que dependem
de patentes relacionadas ao conhecimento tradicional dele para a sobrevivência.
de plantas medicinais pertencentes ao domínio Ao se constatar a diferença do poder de
público falham, pois, ao alegarem sua apelação sobre barganha dos atores estudados e a “corrida pelo
a existência de sistemas de propriedade tradicionais, conhecimento tradicional”, que se revela neste novo
basicamente afirmam que o conhecimento em questão século como uma forma de capital social inestimável,
está no domínio público. Ou seja, se o conhecimento é pertinente concluir que é o Estado o responsável
tradicional não for gerido como um segredo por seus pela coordenação dos interesses no processo de
detentores ele pode ser tomado como res nullius (um gestão do conhecimento tradicional na filière das
bem sem proprietários) pelas empresas, e partir da plantas medicinais no Brasil. Nesse sentido, converter
premissa de que ele não tem proprietário, é razoável a biopirataria e outras formas de uso lesivas em
também afirmar, que sua exploração comercial não desenvolvimento socialmente equânime e
afeta os direitos de ninguém. Dutfield (2000). ambientalmente sustentável continua sendo um
Essa constatação não impede que os desafio tanto para o Conselho de Gestão do
advogados das causas das comunidades aleguem a Patrimônio Genético como para a sociedade
infração dos direitos morais das comunidades envolvida.
detentoras do conhecimento tradicional, já que na
maioria dos casos pode-se argumentar o uso do REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
conhecimento tradicional como insumo intelectual
essencial para a realização da inovação. No entanto AÇÃO PELA CIDADANIA. Yanomami: a todos os
essa posição também é de difícil defesa porque ao povos da terra. Segundo relatório da Ação pela
tentar valorar a contribuição do conhecimento Cidadania sobre o caso Yanomami. São Paulo:
tradicional em uma dada inovação ela peca por CCPY/CDI/CIMI/NDI, 1990. 48p.
negligenciar a contribuição do arcabouço do ALENCAR, E. Introdução à metodologia de
conhecimento técnico-científico que geralmente pesquisa social. Lavras: UFLA, 1999. 125p.
também colabora para uma determinada inovação. BLAKENEY, M. Intellectual property in the
Ainda com relação ao conhecimento dreamtime : Protecting the cultural creativity of
tradicional que se encontra no domínio publico, é the indigenous people, 1999. Disponível em
legítimo segundo Dutfield (2000), argumentar que as <:www.oiprc.ox.ac.uk/ELWP1199.html.>. Acesso
comunidades devem ser compensadas como uma em mar. 2002.