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Engenharia de Infraestruturas

Catenária e Energia de Tracção

IT-
IT-C-041

Regulamento de Segurança de Linhas de Tracção


Eléctrica Ferroviária

Revisão Julho/2000
Engenharia de Infraestruturas - Catenária e Energia de Tracção

O Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão (Decreto


Regulamentar 1/92 de 18 de Fevereiro) não é aplicável às características das vias
férreas (ponto 3 do Art0 2).

O Decreto 17106 de 29 Junho de 1929, embora tecnicamente obsoleto, só é


aplicável às catenárias de corrente contínua.

Não havendo assim IegisIação nacional aplicável às catenárias de corrente


alternada elaborou-se o presente texto como Regulamento interno da CP
(elaborado com base no Dec. Reg. 1/92) e enviado à DGTT em Outubro de 1992.

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OBJECTIVO

Artigo 1º
Objectivo

1 - O presente Regulamento destina-se a fixar as condições técnicas a que deve


obedecer o estabelecimento e exploração das instalações eléctricas destinadas ao
transporte de energia para tracção eléctrica ferroviária com vista à protecção de
pessoas e salvaguarda dos interesses colectivos.

CAMPO DE APLICAÇÃO

Artigo 2º
Campo de aplicação

1 - O presente regulamento aplica-se a todas as linhas de transporte de energia


para a tracção eléctrica em caminhos de ferro.

2 - Não são abrangidos por este regulamento as instalações de tracção eléctrica


designadas por “terceiro carril”, nem as instalações de tracção eléctrica urbana
(eléctricos).

CLASSES

Artigo 3º
Classes

Conforme a sua tensão nominal as linhas aéreas de tracção eléctrica ferroviária são
classificadas em:

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• Linhas de Baixa Tensão - linhas onde a tensão nominal não ultrapassa 1000 V
em corrente alternada ou 1500 V em corrente contínua;
• Linhas de Alta Tensão - linhas cuja tensão nominal ultrapassa os valores
acima indicados, mas não atinge 40 000 V.

Artigo 4º
Definições

1 - APOIO DE CATENÁRIA - elemento de linha aérea de tracção destinado a suportar


catenárias, cabos de terra, feeder's e isoladores.

2 - CABO DE TERRA - condutor que liga entre si e a terra (ou aos carris) vários apoios
de catenária

3 - CATENÁRIA - linha aérea formada por um ou mais fios de contacto e um ou mais


condutores longitudinais que suportando mecanicamente aqueles têm também
função de transporte de energia eléctrica.
Consideram-se englobadas nesta designação as linhas aéreas constituídas apenas
por fio de contacto.

4 - CIRCUITO DE TERRA - conjunto de condutores de terra, eléctrodos de terra e


respectivas ligações.

5 - COMPRIMENTO DO VÃO - distância medida sobre o eixo do traçado da via férrea


entre dois apoios de catenária consecutivos.

6 - CONDUTOR - elemento destinado à condução eléctrica podendo ser constituído


por um fio, conjunto de fios devidamente reunidos ou por perfis adequados.

7 - CONDUTOR COMPENSADO - condutor cuja força de tracção mecânica é


mantida constante numa certa gama de temperatura ambiente por meio de
equipamentos apropriados.

8 - CONDUTOR DE TERRA - condutor destinado a assegurar a ligação entre um ponto


de uma instalação e o eléctrodo de terra.

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9 - CONDUTOR ISOLADO - condutor revestido de uma ou mais camadas de material


isolante que asseguram o seu isolamento eléctrico.

10 - CONDUTOR MULTIFILAR - condutor constituído por vários fios sem isolamento


entre si.

11 - CONDUTOR NU - condutor que não possui qualquer isolamento exterior.

12 - CONDUTOR UNIFILAR OU FIO - condutor constituído por um único fio.

13 - CONDUTOR DE RETORNO - condutor que estabelece o circuito de retorno entre a


unidade motora eléctrica e a subestação de tracção.
Os carris da via férrea podem desempenhar essa função.

14 - ELÉCTRODO DE TERRA - conjunto de materiais condutores enterrados destinados


a assegurar boa ligação eléctrica com a terra e ligado num único ponto ( ligador
do eléctrodo) ao condutor de terra.

15 - EQUIPAMENTO DE SUSPENSÃO DE CATENÁRIA - equipamento fixado a um ou a


dois apoios de catenária e destinado a suportar uma ou mais catenárias.

16 - FEEDER - linha aérea ou subterrânea electricamente isolada da catenária e que


pode ser a ela ligada através de equipamento eléctrico conveniente.

17 - FIO DE CONTACTO - linha aérea constituída por um fio no qual se apoia o


dispositivo de captação de corrente.

18 - FLECHA DE UM CONDUTOR OU DE UM CABO DE TERRA - distância entre o ponto


do condutor ou do cabo de terra onde a tangente é paralela à recta que passa nos
pontos de fixação e a intersecção da vertical desse ponto com essa recta suposto o
condutor ou o cabo de terra não desviados pelo vento.

19 - FORÇA DE ROTURA DE UM CONDUTOR ou CABO DE TERRA - força de rotura


estipulada para efeitos de recepção.

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20 - FORÇA MÁXIMA DE TRACÇÃO - maior força de tracção que numa linha aérea
pode existir no condutor ou no cabo de terra na hipótese de cálculo mais
desfavorável e que se verifica no ponto de fixação de cota mais elevada.

21 - FORÇA DE COMPENSAÇÃO - força de tracção que é mantida constante numa


certa gama de temperaturas nos condutores compensados.

22 - INTERRUPTOR - aparelho de manobra destinado a estabelecer, suportar e


interromper a corrente eléctrica nas condições normais do circuito, incluindo
condições determinadas de sobrecarga, assim como suportar por um período
determinado correntes em condições transitórias, tais como correntes de arranque.
Pode também ser previsto para estabelecer, mas não para cortar, correntes
anormalmente elevadas, tais como correntes de curto-circuito.

23 - LINHA AÉREA - linha eléctrica em que os condutores são mantidos a uma altura
conveniente acima do solo.

24 - LINHA AÉREA DE TRACÇÃO ELÉCTRICA - linha aérea destinada ao transporte de


energia para a tracção eléctrica cuja tensão nominal é a das unidades motoras
eléctricas.

25 - LINHA ELÉCTRICA - conjunto de condutores, de isoladores e de acessórios e de


suportes destinados ao transporte e distribuição de energia eléctrica.

26 - LINHA SUBTERRÂNEA - linha eléctrica constituída por cabos isolados de tipo


apropriado, enterrada no solo ou instalada em galerias, em túneis ou em caleiras.

27 - LINHA DE TELECOMUNICAÇÕES - instalação eléctrica destinada exclusivamente à


transmissão de sinais ou informações de natureza semelhante.

28 - MASSA - qualquer elemento condutor susceptível de ser tocado directamente,


em regra isolado das partes activas de um material ou aparelho eléctrico, mas
podendo ficar acidentalmente sob tensão.

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29 - OBRAS DE ARTE - designação genérica para pontes, viadutos, passagens


superiores ou qualquer estrutura existente construída sobre o caminho de ferro.

30 - PARALELISMO - posição relativa de uma linha com outra canalização eléctrica


ou não num troço de aproximação quando a variação de afastamento entre elas
não exceder 5% da média dos valores extremos desse afastamento.

31 - PASSAGEM DE NÍVEL - travessia de nível do caminho de ferro com uma estrada


nacional ou municipal.

32 - PASSAGEM SUPERIOR - travessia do caminho de ferro por uma estrada municipal


ou nacional ou caminho de peões a nível superior ao do caminho de ferro.

33 - PONTES - obra de engenharia civil que suporta a via férrea na travessia de um


rio.

34 - RESISTÊNCIA DE TERRA - valor da resistência eléctrica medida entre um eléctrodo


de terra e um eléctrodo de terra auxiliar suficientemente afastados entre si de forma
que ao escoar-se uma corrente pelo eléctrodo de terra, não seja sensivelmente
modificado o potencial do eléctrodo de terra auxiliar.

35 - SECÇÃO EFECTIVA DE UM CONDUTOR OU CABO DE TERRA - área de secção recta


do fio ou a soma das áreas das secções rectas dos fios que constituem o condutor
ou o cabo de terra.

36 - SECÇÃO NOMINAL DE UM CONDUTOR OU CABO DE TERRA - valor arredondado


da secção efectiva para efeitos de designação normalizada.

37 - SECCIONADOR - aparelho de manobra que assegura na posição de abertura,


uma distância de seccionamento satisfazendo as condições determinadas.

38 - SUBESTAÇÃO DE TRACÇÃO - instalação de transformação de tensão, ligada à


rede primária, a partir da qual se alimentam as linhas aéreas de tracção eléctrica.

39 - TENSÃO MAIS ELEVADA DA REDE - tensão mais elevada que aparece num

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instante e num ponto qualquer da rede nas condições normais de exploração entre
a instalação e o condutor de retorno.

40 - TENSÃO MAIS ELEVADA DO MATERIAL - tensão entre a instalação e o condutor de


retorno, para o qual o material é especificado quanto a isolamento e outras
características que estão eventualmente ligadas a esta tensão dentro das
recomendações propostas para cada material.

41 - TENSÃO (MECÂNICA) MÁXIMA DE TRACÇÃO - quociente entre a força máxima de


tracção e a secção efectiva do condutor ou cabo de terra.

42 - TENSÃO NOMINAL DE UMA LINHA - tensão pela qual a linha é designada e em


relação à qual são definidas as suas características.

43 - TERRA - massa condutora da terra.

44 - TERRAS DISTINTAS - circuitos de terra suficientemente afastados para que o


potencial de um deles não sofra uma variação superior a 5% do que experimenta o
do outro quando este último é percorrido por uma corrente eléctrica.

45 - TRAVESSIA - intersecção, em projecção horizontal, do traçado de uma linha


com uma via pública ou particular.

46 - VÃO - porção da linha aérea compreendida em dois apoios consecutivos.

47 - VIADUTO - obra de engenharia civil que suporta a via férrea na travessia de um


vale, podendo ou não atravessar estradas nacionais ou municipais.

48 - VIZINHANÇA DE UMA LINHA AÉREA - proximidade, sem cruzamento nem travessia,


de uma linha aérea de tracção com outra canalização eléctrica ou não, com uma
via pública ou particular, verificada em condições tais que por acidente os
elementos de uma delas possam atingir os elementos da outra ou de qualquer
modo afectar a sua segurança-

49 - VIZINHANÇA DE UMA LINHA SUBTERRÂNEA - proximidade, sem cruzamento nem

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travessia, de uma linha subterrânea com outra canalização eléctrica ou não,


verificada em condições tais que, por acidente, os elementos de uma delas
possam afectar a segurança de qualquer delas.

50 - ZONA DE SERVIÇO FERROVIÁRIO - terreno do domínio público ferroviário ou


terreno de propriedade de concessionária de exploração ferroviária afecto a esse
serviço nunca superior à resultante de distância de 2.5 m ao carril exterior das vias
do caminho de ferro.

51 - ZONA DE INFLUÊNCIA DE UMA TERRA - área dentro da qual o potencial do solo


sofre uma variação superior a 5% do que experimenta o eléctrodo de terra
respectivo quando percorrido por uma corrente eléctrica.

52 - ZONA DE GELO - zona com condições climatéricas que poderão originar


acumulação de neve ou gelo nos elementos da linha.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 5º
Condições gerais de estabelecimento

As linhas serão estabelecidas de modo a eliminar todo o perigo previsível para as


pessoas e a acautelar de danos os bens materiais, não devendo perturbar a livre e
regular circulação ferroviária, nem a circulação de pessoas nas zonas acessíveis ao
público.

Artigo 6º
Materiais

1 - Os condutores, os isoladores e os apoios e outros elementos das linhas, assim


como os materiais que os constituem deverão obedecer às disposições deste
regulamento e ainda às Normas e Especificações nacionais ou na sua falta às do
Comité Europeu de Normalização Electrotécnica (CENELEC), da Comissão

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Electrotécnica Internacional (CEI) e da União Internacional dos Caminhos de Ferro


(UIC).

2 - Os materiais constituintes de uma linha deverão ser coerentes entre si.

Artigo 7º
Características dos materiais

1 - Os materiais a empregar nas linhas deverão ter e conservar, de forma durável,


características físicas (nomeadamente composição e resistência à corrosão)
adequadas às condições a que podem estar submetidas em funcionamento
normal ou anormal previsível.

2 - Os materiais não deverão, ainda, pelas suas características físicas ou químicas,


provocar nas instalações danos de natureza mecânica, térmica, electrolítica ou
outras, nem causar perturbações nas instalações vizinhas.

ACÇÃO DOS AGENTES ATMOSFÉRICOS

Artigo 8º
Acção do vento

1 - No cálculo das linhas aéreas, o vento deverá considerar-se actuando numa


direcção horizontal e a força proveniente da sua acção considerar-se-á paralela
àquela direcção e será determinada pela expressão:

F=αcqs

Em que:
F - em Newton (N) é a força da acção do vento
α - é o coeficiente de redução
c - é o coeficiente de forma
q - em Pascal (Pa) é a pressão dinâmica do vento

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s - em metros quadrados é a área da superfície batida pelo vento

2 - A área de superfície batida pelo vento deverá ser, para estruturas e isoladores, a
da projecção dessa superfície num plano normal à direcção do vento e para
condutores e cabos de terra a da respectiva secção longitudinal de área máxima.

Artigo 9º
Vento máximo habitual – vento reduzido

O vento a considerar no cálculo das linhas será o vento máximo habitual definido no
artigo 10º, excepto no cálculo mecânico dos condutores e cabos de terra na
hipótese de temperatura mínima em que deverá considerar-se a pressão dinâmica
do vento reduzido.

Artigo 10º
Pressão dinâmica do vento

A pressão dinâmica do vento máximo habitual será de 750 Pa e a pressão


dinâmica do vento reduzido será de 300 Pa, excepto em linhas aéreas de tracção
montadas sobre pontes e viadutos, em que a distância da via ao solo seja superior
a 30 m. Neste caso os valores anteriores são aumentados para 900 e 360 Pa,
respectivamente.

Artigo 11º
Coeficiente de redução

Os valores do coeficiente de redução a adoptar serão:


a) 0.6, nos condutores, cabos de terra e cabos constituintes do equipamento
de suspensão da catenária;
b) 1, nos apoios, isoladores e elementos constituintes do equipamento de
suspensão da catenária (excepto cabos).

Artigo 12º
Coeficiente de forma

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Os valores do coeficiente de forma serão:


1 - Condutores e cabos de terra e cabos constituintes do equipamento de
suspensão da catenária:
- até 12.5 mm de diâmetro 1.2
- de diâmetro superior a 12.5 mm 1.1
2 – Isoladores 1
3 - Apoios e equipamentos de suspensão da catenária (excepto cabos) – ver
quadro I

Artigo 13º
Acção do gelo

A manga de gelo a considerar no caso de condutores e cabo de terra deverá ter


uma espessura uniforme de pelo menos 10 mm e uma densidade de 0.9.

CONDUTORES E CABO DE TERRA PARA LINHAS AÉREAS


TIPOS E MATERIAIS DOS CONDUTORES

Artigo 14º
Tipos de condutores

Os condutores a empregar nas linhas de tracção poderão ser constituídos por


condutores nus (unifilares ou multifilares) ou por cabos isolados.
O fio de contacto será sempre ranhurado.

Artigo 15º
Materiais e constituição dos condutores nus

Os cabos isolados terão constituição adequada às solicitações eléctricas,


mecânicas e químicas a que possam vir a estar sujeitos.

Artigo 16º

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Materiais dos cabos isolados

Os cabos isolados terão constituição adequada às solicitações eléctricas,


mecânicas e químicas a que possam vir a estar sujeitos.

Artigo 17º
Aquecimento dos condutores

Na determinação da secção dos condutores das linhas de tracção eléctrica


ferroviária e do seu comprimento útil dever-se-á atender às correntes máximas
admissíveis em regime permanente, às correntes de sobrecarga e às correntes de
curto-circuito por forma a que o aquecimento daí resultante não seja exagerado
para os materiais que constituem os condutores.

RESISTÊNCIA MECÂNICA

Artigo 18º
Hipóteses de cálculo

Os condutores e cabos de terra deverão ser calculados para a mais desfavorável


das seguintes hipóteses:
a) fora das zonas de gelo:
1 – temperatura + 15°C, vento máximo habitual;
2 – temperatura - 5°C, vento reduzido.
b) nas zonas de gelo :
1 – temperatura + 15°C, vento mínimo habitual;
2 – temperatura - 10°C, manga de gelo e vento reduzido actuando sobre os
condutores e cabos de terra com manga de gelo.

Nos condutores compensados o cálculo será feito para a força de compensação.

Artigo 19º
Flecha máxima – flecha mínima

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1 - A flecha máxima dos condutores não compensados e cabos de terra deverá ser
determinada em regime permanente, para a temperatura de 50° C sem
sobrecarga de vento.

2 - A flecha mínima, fora das zonas de gelo, dos condutores não compensados e
cabos de terra deverá ser determinada em regime permanente para a temperatura
de - 5° C sem sobrecarga do vento ou gelo.
Nas zonas de gelo, a temperatura será de -10° C sem sobrecarga de gelo ou vento.

3 - Nos condutores compensados a flecha (constante) será determinada para a


força de compensação.

Artigo 20º
Força de rotura dos condutores e do cabo de terra

Os condutores das linhas aéreas de tracção eléctrica não deverão ter força de
rotura inferior a 35 KN, admitindo-se 19 KN no cabo de terra.

Artigo 21º
Tensões máximas de tensão

As tensões máximas de tracção admissíveis para os condutores, na hipótese do


cálculo mais desfavorável considerada no Artigo 18º, não deverão ser superiores ao
quociente das suas tensões de rotura por 2.5, excepto para o fio de contacto
integrado numa catenária ou fio de contacto simples em instalações não acessíveis
ao público, onde esse quociente será de 2.0.

PROTECÇÃO CONTRA CONTACTOS ACIDENTAIS

Artigo 22º
Inacessibilidade dos condutores

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Os condutores das linhas aéreas de tracção eléctrica serão estabelecidos de forma


a não serem atingíveis sem meios especiais de quaisquer lugares acessíveis a
pessoas e de modo a que a planta do seu traçado se situe dentro da zona do
serviço ferroviário.

Artigo 23º
Distância dos condutores ao solo

1 - A distância do fio de contacto ao plano dos carris, medida perpendicularmente


a este não deverá ser, nas condições de flecha máxima, inferior a 5 m, excepto
quando o caminho de ferro passe sob obras de arte, onde os valores são regulados
pelo Artigo 24º.

2 - A distância dos feeder's ao solo, nas condições de flecha máxima, não deverá
ser inferior a 6.13 m, excepto nas zonas onde o caminho de ferro passe sob obras
de arte onde os valores serão regulados pelo Artigo 24º.

Artigo 24º
Distância dos condutores ao solo em zonas de obras de arte

1 - Nas zonas onde o caminho de ferro tenha o espaço limitado superiormente por
obras de arte (túneis, passagens superiores, pontes em pórtico, etc.), e nas suas
vizinhanças a distância mínima do fio de contacto ao plano de rolamento, medida
perpendicularmente a este nas condições de flecha máxima, não deverá ser inferior
ao valor da altura do gabarit do material autorizado a circular na linha acrescido de:
a) em linhas de alta tensão (25 KV):
Em situação permanente : 290 mm;
Em situação instantânea : 190 mm.
b) em linhas de baixa tensão (1500 V c.c.):
Em situação permanente : 200 mm;
Em situação instantânea : 150 mm.

Por vizinhança da obra de arte entende-se uma zona de 500 m para cada lado.

Os valores mínimos resultantes deste artigo poderão ser aumentados pela entidade

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exploradora da linha, por razões técnicas, nomeadamente as condições de


trabalho dos equipamentos de captação de energia do material motor
(pantógrafos).

2 - Nas zonas onde o caminho de ferro passa sob obras de arte e numa vizinhança
de 50 m para cada lado, a distância do feeder ao solo, nas condições de flecha
máxima poderá ser reduzida para 5 m.

Artigo 25º
Distância de protecção em zonas de passageiros

Nas zonas do caminho de ferro de acesso ao público não deverá existir qualquer
equipamento sob tensão a uma distância ao solo inferior a 5 m.

Artigo 26º
Distâncias dos condutores aos edifícios

1 - Os condutores das linhas de tracção eléctrica ferroviária (incluindo os feeder's)


serão sempre montados na zona de serviço ferroviário pelo que a distância dos
condutores aos edifícios apenas se coloca para os edifícios adstritos à exploração
ferroviária e eventualmente a edifícios existentes na extrema da zona de serviço
ferroviário.

Apenas é admissível que um condutor nu sob tensão eléctrica cruze um edifício se


este for adstrito à exploração ferroviária, devendo, nesse caso, ser garantida uma
distância de 4 m às coberturas, chaminés e todas as partes salientes susceptíveis de
serem escaladas por pessoas.

Em relação a paredes de edifícios deverá ser garantida uma distância mínima de


2.50 m para a catenária e 3 m para os feeder's.

2 - Quando haja edifícios construídos sobre as vias férreas as distâncias a respeitar


serão as resultantes do Artigo 29º, admitindo-se que o equipamento de suspensão
da catenária seja fixo ao edifício directamente ou através de apoios.
Consideram-se neste caso as coberturas de estações.

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Artigo 27º
Distâncias dos condutores às estradas municipais ou nacionais

1 - A distância do fio de contacto às estradas nacionais ou municipais nas


passagens de nível não deverá, nas condições de flecha máxima, ser inferior a 5.40
m.

Todavia, nas vizinhanças de zonas onde o caminho de ferro passe sob obras de arte
e onde aquele valor não possa ser cumprido serão montadas, nos acessos
rodoviários ao caminho de ferro, estruturas que impeçam a circulação de veículos
de altura superior à distância do fio de contacto ao piso da PN diminuída de:
a) 1 m - nas linhas de alta tensão
b) 0.75 m - nas linhas de baixa tensão

Essas estruturas serão sinalizadas pelos sinas rodoviários previstos no código de


estrada.

2 - A distância de feeder's às estradas nacionais ou municipais nas passagens de


nível não deverá ser, nas condições de flecha máxima, inferior a 7 m.

Artigo 28º
Passagens superiores ao caminho de ferro

Nas passagens superiores ao caminho de ferro, que sejam acessíveis a peões e


onde a distância do piso de peões às partes sob tensão das instalações de tracção
eléctrica seja inferior a 3 m, deverão existir protecções mecânicas adequadas que
impeçam os contactos acidentais.

Artigo 29º
Distâncias d
dee isolamento

Em linhas de tracção eléctrica de alta tensão a 25 KV, 50Hz, as distâncias entre


qualquer parte sob tensão da instalação e as massas metálicas dos apoios ou
massas das obras de arte não deverão ser inferiores a:

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Em situação permanente : 270 mm


Em situação instantânea : 220 mm

Admitindo-se, em casos especiais, a sua redução para 200 mm e 170 mm (mínimo


absoluto), respectivamente.
Em zonas poluídas (incluindo zonas de influência marítima) estes valores serão
acrescidos de 50 mm.

Em linhas de tracção eléctrica de baixa tensão a 1 500 V, c.c., as distâncias não


deverão ser inferiores a:
Em situação permanente : 150 mm
Em situação instantânea : 100 mm

CABO DE TERRA

Artigo 30º
Características de cabos de terra

1 - Os cabos de terra (quando existam) serão de cobre, alumínio ou suas ligas, aço
ou qualquer outro material admitido como condutor.

Artigo 31º
Resistência mecânica dos cabos de terra

1 - Para efeitos de cálculo mecânico, os cabos de terra serão considerados sujeitos


às mesmas acções que os condutores, pelo que obedecerão aos artigos 18º e 21º.

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ISOLADORES

Artigo 32º
Materiais isolantes

1 - As componentes isolantes dos isoladores serão de porcelana vidrada, vidro ou


de outros materiais apropriados não susceptíveis de degradação.

2 - As componentes metálicas dos isoladores deverão possuir um revestimento


eficaz contra a corrosão ou ser de material a ela resistente.

3 - Os materiais de ligação das componentes metálicas às componentes isolantes


não deverão ser constituídas por substâncias que ataquem essas componentes,
que se deteriorem, ou que sofram variações de volume susceptíveis de afectarem o
estado dos isoladores ou a segurança da ligação.

Artigo 33º
Características dos isoladores

1 - Os isoladores deverão apresentar dimensões e formas apropriadas ao ambiente


em que vão ser utilizados, às tensões eléctricas a que vão estar sujeitos, aos esforços
mecânicos que terão de suportar em exploração normal e a outras acções físico-
químicas que as condições ao ar livre venham a exercer sobre eles.

2 - As tensões suportáveis dos isoladores devem ser definidas em função das


sobretensões previsíveis na rede e dos níveis de isolamento da aparelhagem
existente nas restantes instalações da rede.

3 - Os isoladores deverão apresentar forças de rotura electromecânica mínima não


inferiores a 2.5 vezes a máxima solicitação mecânica a que possam estar sujeitos
pela acção dos condutores e pelas suas condições de instalação.

4 - Os isoladores deverão apresentar resistência adequada às variações de


temperatura a que o ambiente em que se encontram os venha a submeter.

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5 - Os isoladores deverão possuir abas e/ou nervuras adequadas à limitação das


correntes de fuga e à distribuição do potencial ao longo do seu perfil.

APOIOS DE CATENÁRIA

Artigo 34º
Materiais de apoio

Os apoios de catenária serão de aço ou betão armado, admitindo-se o emprego


de madeira em apoios provisórios.

Artigo 35º
Tensões (mecânicas) de segurança

As tensões de segurança a adoptar para os materiais dos apoios de catenária serão


as indicadas nas normas nacionais para os materiais nelas consideradas ou na sua
falta, as adoptadas nas estruturas constituídas por esses materiais em situações
equivalentes.

Artigo 36º
Protecção dos apoios contra a degradação

Os apoios deverão ser protegidos, quando necessário, contra a corrosão e outras


formas de degradação.

Artigo 37º
Numeração dos apoios

Os apoios deverão possuir uma inscrição durável e visível com o número indicativo
da sua posição na linha de caminho de ferro.

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Artigo 38º
Sinalização de segurança

Os apoios das catenárias de alta tensão deverão possuir uma placa de sinalização
de segurança de dimensões apropriadas.

Artigo 39º
Resistência mecânica dos apoios de catenária

Os apoios de catenária deverão ser calculados para as hipóteses seguintes,


consideradas não simultaneamente.

1 - Solicitações normais:
Hipótese 1 - sobrecarga do vento actuando, segundo a direcção
perpendicular à via, sobre o apoio, equipamento de suspensão de
catenária, outros equipamentos montados no apoio sobre os condutores e
cabo de terra nos dois meios vãos adjacentes ao apoio.
Simultaneamente, resultante das tracções exercidas pelos condutores
compensados, na gama de compensação, e pelos condutores não
compensados e cabo de terra, à temperatura de 15° C com vento
actuando segundo a direcção perpendicular a via.
Simultaneamente, peso próprio do apoio, equipamento de suspensão de
catenária, outros equipamentos montados no apoio, condutores e cabo de
terra;
Hipótese 2 - sobrecarga do vento actuando paralelamente à via sobre o
apoio, equipamento de suspensão de catenária, outros equipamentos
montados no apoio, condutores e cabo de terra.
Simultaneamente, resultante das tracções exercidas pelos condutores
compensados, na gama de compensação, e pelos condutores não
compensados e cabo de terra, a 15° C sem acção do vento.

2 - Solicitações excepcionais

Sempre que um apoio de catenária esteja sujeito a solicitações opostas, será

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considerado como solicitação excepcional a rotura de um dos equipamentos ou


parte dele que conduza ao maior esforço do conjunto, não se considerando a
acção do vento.

3 - Para os apoios de catenária em túnel não será considerada a acção do vento.

ESPIAMENTO E ESCORAMENTO

Artigo 40º
Espiamento

O espiamento de apoios de catenária será permitido em apoios de amarração de


condutores ou cabo de terra e em postes provisórios.

Artigo 41º
Constituição das espias

As espias serão constituídas por cabo de aço ou bronze ou varão de aço e terão
secção que garanta a resistência aos esforços a suportar, garantindo-se um valor
mínimo de 20 mm² se de aço ou de secção equivalente se de outro material.

Artigo 42º
Fixação das espias

As espias serão fixadas quer ao apoio quer ao solo em condições que garantam
resistência e duração convenientes e por forma a manterem as distâncias de
segurança relativamente aos condutores.

Artigo 43º
Escoramento

O escoramento será permitido em postes de amarração de condutores.

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FUNDAÇÕES DOS APOIOS

Artigo 44º
Fundações dos apoios

1 - Os apoios de catenária serão consolidados por fundações adequadas de modo


a ficar assegurada a estabilidade correspondente às solicitações actuantes e à
natureza do solo.

2 - Os postes provisórios de madeira e os de betão armado poderão ser


implantados directamente no solo com uma profundidade mínima de
enterramento he em metros, dada pela expressão:

he = 0.1H + 0.5

em que H, em metros, é a altura total do poste.

Artigo 45º
Cálculo das fundações

1 - As fundações deverão ser calculadas considerando-se um coeficiente de


segurança ao derrubamento não inferior a 3 para solicitações normais ou 1.50 para
solicitações excepcionais.

2 - A inclinação dos postes em consequência do deslocamento das fundações não


deverá ser superior a 1%.

3 - Deverá comprovar-se que as cargas máximas que as fundações transmitem ao


terreno não excedem os valores admissíveis tendo em conta as características do
terreno.

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LINHAS SUBTERRÂNEAS

Artigo 46º
Características dos cabos

1 - Os cabos utilizados nos troços de feeder subterrâneo deverão ter isolamento


adequado às características de instalação, ser dotados de bainha metálica,
blindagem ou armadura, ter resistência mecânica suficiente para suportar as
acções a que possam estar submetidos e ser dotados de bainha exterior resistente à
corrosão.

2 - As secções das almas condutoras deverão ser escolhidas tendo em conta as


correntes em regime permanente e as correntes de defeito previsíveis, bem como
os materiais usados no isolamento dos cabos e os tempos de actuação das
protecções.

3 - As restantes componentes de um cabo subterrâneo susceptíveis de serem


percorridas por correntes de defeito deverão poder suportar essas correntes nas
condições referidas no número anterior.

Artigo 47º
Disposições gerais

1 - O raio de curvatura dos cabos quando instalados não deve ser inferior a 10 vezes
o seu diâmetro exterior.
Se os cabos forem isolados por material impregnado por líquido isolante e tiverem
bainha de chumbo, o raio de curvatura atrás referido não deverá ser inferior a 15
vezes o seu diâmetro exterior.

Artigo 48º
Caixas de ligação dos cabos subterrâneos

1 - As caixas de cabos subterrâneos deverão garantir o isolamento e a


estanquicidade dos cabos e assegurar a continuidade das suas armaduras, bainhas

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e blindagens metálicas, quando existam.

Artigo 49º
Condições de estabelecimento

No estabelecimento de cabos enterrados deverá observar-se o seguinte:


1 - Os cabos deverão assentar em fundo de valas convenientemente
preparado;
2 - Os cabos que não tenham armadura, quando enterrados directamente
no solo, deverão ser instalados de forma a que sejam satisfeitas as
condições do número anterior e ainda serem protegidos por dispositivos
que lhes assegurem uma protecção mecânica suplementar não inferior
à classe M7 contra avarias que lhes poderão ocasionar os abatimentos
de terra, o contacto com corpos duros e o choque com ferramentas
manuais;
3 - Em opção ao indicado no número anterior, os cabos poderão ser
enfiados em manilhas de betão, em tubos ou condutas de betão ou de
fibrocimento ou de material plástico em blocos de betão perfurados ou
em materiais equivalentes que assegurem uma protecção mecânica
não inferior à da classe M7;
4 - O traçado dos cabos subterrâneos deverá ser localizado dentro da zona
do caminho de ferro;
5 - Em túneis ferroviários admite-se que os cabos sejam apoiados em
prateleiras ou outros suportes apropriados com características e
afastamentos adequados.

Artigo 50º
Profundidade dos cabos

1 - A profundidade mínima de enterramento dos cabos será de 0.70 m excepto nas


travessias nacionais ou municipais e do próprio caminho de ferro.

2 - Nas travessias de estradas nacionais ou municipais os cabos deverão ser


enfiados em tubos ou condutas e enterrados a profundidade não inferior a 1 m.

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3 - Nas travessias de caminho de ferro os cabos deverão ser enfiados em tubos ou


condutas e ter uma profundidade mínima de 1.30 m em relação à face inferior da
travessa.

Artigo 51º
Sinalização dos cabos enterrados

1 - Os cabos enterrados deverão ser sinalizados por meio de um dispositivo de aviso


colocado por cima deles, pelo menos a:
a) 0.10 m, se constituído por tijolos ou placas de betão, de lousa ou de
materiais equivalentes;
b) 0.20 m, se constituído por redes metálicas plastificadas ou de material
plástico, de cor vermelha.

2- Nos cabos instalados de acordo com o n.º 3 do artigo 49º poderá dispensar-se
a colocação do dispositivo de aviso referido no número anterior.

3- Quando o dispositivo de protecção referido no n.º 2) do artigo 49º for colocado


0.10 m acima do cabo, considera-se que este assegura, simultaneamente a
função do dispositivo referido no n.º 1.

APARELHAGEM A INSTALAR NOS APOIOS DE CATENÁRIA

Artigo 52º
Inacessibilidade

Os elementos sob tensão que façam parte dos aparelhos a intercalar nas linhas não
deverão ser acessíveis sem meios especiais e terão uma distância ao solo não
inferior a 5 m.

Artigo 53º
Seccionadores

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Os seccionadores deverão ser instalados de forma que na posição de abertura, o


peso próprio das facas ou comandos não provoque o seu fecho intempestivo.

Artigo 54º
Manobras dos aparelhos

1 - Nos aparelhos equipados com comando manual, este deverá ser manobrável
do solo e ser mantido sob chave quer com o aparelho em posição “ligado” quer na
posição de “desligado” a fim de evitar manobras locais intempestivas.

2 - Nos aparelhos com comando local eléctrico de abertura e (ou) de fecho deverá
existir localmente um dispositivo mecânico de manobra de recurso.

3 - O comando dos aparelhos deverá ter bem visíveis as indicações de “ligado”


sobre fundo vermelho e “desligado” sobre fundo verde nas respectivas posições,
podendo estas quando as referidas indicações não forem facilmente realizáveis ser
identificadas respectivamente pelos sinais I sobre fundo vermelho e O sobre fundo
verde.

4 - Nos aparelhos em que a separação dos contactos não seja visível, as indicações
exigidas no número anterior ou indicações equivalentes deverão existir também no
próprio aparelho e serem visíveis do solo.

5 - Nos aparelhos telecomandados deverão existir contactos auxiliares repetidores


de posição que permitem a emissão das telesinalizações complementares de
“ligado” e “desligado”.
Além disso o accionamento local do dispositivo mecânico de manobra de recurso
deverá tornar inoperacionais as manobras por telecomando.

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UTILIZAÇÃO DOS CARRIS COMO CONDUTOR DE RETORNO

Artigo 55º
Vizinhança de massas metálicas

Quando os carris sejam utilizados como condutor de retorno deverão ser tomadas
todas as medidas necessárias para protecção das massas metálicas (condutas de
água ou gás, redes eléctricas subterrânea) contra as correntes eléctricas.

Artigo 56º
Ligação à subestação

A ligação dos carris à subestação de tracção deve ser feita através de condutores
isolados.

Artigo 57º
Resistência entre os carris e obras de arte

Quando a via férrea seja suportada por uma obra de arte metálica, esta e os
condutores que lhe estejam ligados, devem ser isolados electricamente na travessia
da obra.

Artigo 58º
Continuidade do condutor de retorno

A continuidade do condutor de retorno deve ser assegurada sempre que nos carris
sejam instaladas juntas isolantes, nos aparelhos de mudança de via, ou em
qualquer solução de continuidade dos carris. Essa continuidade será estabelecida
através de um condutor soldado aos carris e de secção conveniente.

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TERRAS

Artigo 59º
Ligação à terra dos apoios

1 - Todos os apoios de catenária deverão ser ligados à terra.

2 - A ligação à terra poderá ser realizada por ligação ao carril (ou carris), ou por
ligação colectiva através de um cabo de terra, que será ligado aos carris ou à terra.

3 - Nos apoios de catenária implantados em obras de arte, a ligação à terra será


colectiva através de um cabo ou fio de terra fixo à obra de arte.

4 - Admite-se a ligação individual de um apoio de catenária a um eléctrodo de


terra.
5 - A resistência de terra de um eléctrodo de terra, quer de ligação individual, quer
de ligação colectiva, deverá ser inferior a 20 Ω em quaisquer condições de tempo
e terreno.

Artigo 60º
Ligação à Terra de blindagens e armaduras de cabos

1 - As blindagens, as armaduras e as bainhas metálicas dos cabos, assim como as


caixas de fim de cabo, quando metálicas, deverão ser ligadas à terra, que será a
do próprio apoio.

Artigo 61º
Ligação à terra da aparelhagem de corte ou de manobra

1 - A estrutura metálica dos aparelhos de corte ou de manobra montados em


apoios de catenária deverá ser ligada à terra desse apoio.

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2 - Na base do apoio deverá existir, ligada à terra do apoio (ou ao apoio) uma
malha ou plataforma equipotencial com o punho de comando da aparelhagem
de corte ou de manobra e colocada debaixo desse punho.

Artigo 62º
Características do condutor de terra

O condutor de terra deverá ser de cobre, aço galvanizado ou outro material


adequado resistente à corrosão pelo terreno, de boa condutibilidade eléctrica e
amplamente dimensionados para as correntes de terra previstas.

Artigo 63º
Dimensões mínimas dos condutores de terra

Os condutores de terra, se de cobre não terão secção nominal inferior a 16 mm²


fora do solo nem inferior a 35 mm² na parte enterrada, e se de outro material terão
pelo menos a secção electricamente equivalente.

Artigo 64º
Utilização das armaduras dos apoios de betão armado como condutores de terra

1 - As armaduras dos apoios de betão armado poderão ser utilizadas como


condutores de terra desde que garantam uma condutância pelo menos igual à de
um condutor de cobre de 16 mm² de secção, sem prejuízo do disposto no artigo
61º.

2 - As armaduras dos apoios de betão pré-esforçado não poderão ser utilizados


como condutores de terra.

3 - Para a ligação à terra prevista no artigo 60º também não pode ser utilizada a
armadura resistente do apoio de betão, devendo ser estabelecida uma ligação à
terra satisfazendo as disposições desse capítulo.

Artigo 65º

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Ligação dos condutores de terra aos eléctrodos


eléctrodos de terra

1 - Os eléctrodos de terra deverão ser dotados de ligadores robustos destinados a


receber o condutor de terra, fixados aos eléctrodos por processo que garanta a
continuidade eléctrica e a permanência de ligação.

2 - Os ligadores deverão ser soldados aos eléctrodos de terra por meio de soldadura
adequada ou fixados por rebitagem ou por meio de aperto mecânico de
construção robusta e com dispositivo de segurança contra desaperto acidental.

3 - Quando a ligação do condutor de terra ao eléctrodo for feito por meio de


soldadura adequada, poderá dispensar-se a existência de ligadores.

4 - A ligação dos condutores de terra aos eléctrodos deverá ainda ser de forma
que:
a) se garanta que a natureza ou o revestimento desses elementos não dê
origem a corrosão electrolítica, quando na ligação intervenham metais
diferentes em contacto.
b) a zona da ligação esteja isolada de humidade por uma camada protectora
constituída por material impermeável e durável (massa isolante ou tinta
plástica) sempre que se receie a possibilidade de corrosão electrolítica.

Artigo 66º
Características dos eléctrodos de terra

1 - Os eléctrodos de terra deverão ter dimensões que permitam dar escoamento


fácil às correntes de terra previstas, de forma que o seu potencial e o gradiente de
potencial à superfície do solo sejam os menores possíveis.

2 - As dimensões mínimas dos eléctrodos de terra não deverão ser inferiores às


indicadas no quadro II em anexo.

3 - Os eléctrodos de terra serão de cobre, aço galvanizado ou aço revestido de


cobre ou de outro material apropriado sob forma de chapas, de varetas, de tubos,
de perfilados, de cabos ou de fitas.

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4 - Não será permitida a utilização como eléctrodos de terra, de canalizações de


água ou de outras não eléctricas, bem como de elementos metálicos
simplesmente mergulhados em água.

5 - As espessuras do revestimento dos eléctrodos de terra, quando de aço ou de


outro material não resistente à corrosão pelo terreno não deverão ser inferiores a:
a) 70 µm, se o revestimento for de zinco (imersão a quente);
b) 0.7 mm, se o revestimento for de cobre;
c) 7 mm, se o revestimento for de chumbo.

6 - Para os eléctrodos de terra constituídos por materiais que por si só tenham


resistência à corrosão de classe C3 (aço inoxidável e bronze) as suas dimensões
serão as indicadas para os eléctrodos de cobre.

7 - Os eléctrodos de terra poderão ser constituídos por qualquer dos elementos


referidos no n.º 3 do artigo ou por associação de elementos do mesmo tipo ou de
tipo diferente convenientemente afastados uns dos outros.

8 - O eléctrodo de terra poderá ser constituído por um cabo de cobre nu contínuo


enterrado ao longo da plataforma da via. O cabo terá a secção mínima de 35
mm2.

Artigo 67º
Estabelecimento e implantação dos eléctrodos de terra

1 - Os eléctrodos de terra deverão ser implantados na zona de serviço ferroviário,


admitindo-se a sua implantação fora dessa zona quando as condições do terreno o
aconselham.

2 - No estabelecimento dos eléctrodos de terra deverá evitar-se que as correntes de


defeito que por eles possam circular originem tensões de passo ou de contacto
perigosas para as pessoas que possam ter acesso aos locais onde estão
estabelecidos.
Além disso, essas correntes não devem originar tensões que, pelo seu valor, possam

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ser prejudiciais a outras instalações.

3 - As chapas, as varetas, os tubos e os perfilados deverão ficar enterrados


verticalmente no solo a uma profundidade tal que entre a superfície do solo e a
parte superior do eléctrodo haja uma distância mínima de 0.40 m excepto nos
eléctrodos implantados fora da zona de serviço ferroviário onde essa distância
mínima será de 0.80 m.
No caso de cabos ou fitas a profundidade não será inferior a 0.60 m.

4 - No caso do eléctrodo de terra constituído por cabo contínuo, previsto no n.º 8 do


Artigo 66, este será enterrado:
a) a 0.10 m abaixo da cota inferior e na prumada da face lateral da canaleta,
em qualquer caso com profundidade de enterramento mínima de 0.40 m;
b) a uma profundidade mínima de 0.60 m nas zonas onde não existam
canaletas ou outras protecções (admite-se menor profundidade, por razões
justificadas).

ESTABELECIMENTO, EXPLORAÇÃO E CONSERVAÇÃO

Artigo 68º
Trabalhos nas linhas

Os trabalhos de estabelecimento, de reparação ou de conservação das linhas


aéreas de tracção eléctrica serão executados de modo a eliminar todo o perigo
previsível para as pessoas.

Artigo 69º
Trabalhos em linhas aéreas na proximidade de outras linhas em serviço

1 - Nos trabalhos a realizar em linhas aéreas na proximidade de outras linhas aéreas


em serviço deverão tomar-se indispensáveis precauções para impedir que os
executantes possam aproximar-se perigosamente dessas linhas e que apareçam na
linha onde se realizam os trabalhos, tensões perigosas provenientes de contacto, de

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indução ou de influência.

2 - Os trabalhos abrangidos pelo número anterior, quando não for exequível tomar
as precauções ali referidas deverão ser realizadas de acordo com o artigo 70º.

Artigo 70º
Trabalhos de estabelecimento de linhas aéreas

Durante os trabalhos de estabelecimento de linhas aéreas de tracção eléctrica que,


pela sua aproximação com outras linhas aéreas de tracção eléctrica, possam ficar
em tensão devido a eventuais contactos ou a indução, deverão os condutores de
linha já instalada ser ligados à terra ou aos carris.

Artigo 71º
Trabalhos sem tensão em linhas já estabelecidas

1 - Os trabalhos em linhas já estabelecidas quando realizados sem tensão deverão


ser precedidos das medidas necessárias, destinadas a garantir a segurança do
pessoal que os irá executar, nomeadamente:
a) seccionamento de todas as linhas ou troços de linhas que afluem à zona
onde irão decorrer os trabalhos;
b) afixação, até ao final dos trabalhos, de placas ou letreiros de aviso junto dos
aparelhos onde foi feito o seccionamento;
c) encravamento dos aparelhos de seccionamento de modo a impedir a sua
manobra indevida;
d) confirmação efectiva da ausência de tensão nos condutores e aparelhos
por meio de dispositivos apropriados;
e) ligação aos carris do troço da linha onde se vão executar os trabalhos em
mais de um ponto e pelo menos enquadrando a zona de trabalho;
f) vigilância destinada assegurar que durante os trabalhos não são feitas
quaisquer manobras que possam pôr em risco a segurança do pessoal que
as executa.

2 - Concluídos os trabalhos, o restabelecimento só poderá efectuar-se depois de:


a) avisado o pessoal;

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b) retiradas as ligações das linhas aos carris;


c) removidos os letreiros de aviso referidos na alínea b) do n.º 1.

3 - Qualquer aviso ou comunicação ao pessoal ocupado nos trabalhos para os


iniciar ou concluir poderá ser feito por telefone, por rádio ou telemóvel, com a
condição de a pessoa que receber o aviso ou comunicação o repetir, mostrando
que o compreendeu, não se admitindo para o efeito combinações de hora ou a
verificação de ausência de tensão.

4 - Os trabalhos só poderão ser efectuados por pessoas qualificadas ou na


presença de um responsável de trabalhos.

5 - Simultaneamente, serão cumpridas todas as normas de segurança impostas


pelas condições de exploração e circulação de veículos específicos da linha de
tracção eléctrica considerada.

Artigo 72º
Trabalhos em tensão

1 - Poderão executar-se trabalhos em tensão nas linhas desde que se cumpram as


regras e as condições de segurança que a técnica impuser para evitar que corram
perigo as pessoas encarregadas de os executar.

2 - Os trabalhos em tensão só poderão ser efectuados por pessoas qualificadas e


na presença de um responsável de trabalhos.

3 - Os equipamentos e as ferramentas a utilizar nos trabalhos em tensão deverão ter


características adequadas à tensão em que vão ser utilizados e ser experimentados
periodicamente e examinados com cuidado antes de serem utilizados.

4 - Não serão considerados trabalhos em tensão a pintura e reparação de apoios


até à distância às partes em tensão de:
- 2 m nas linhas de baixa tensão - 1 500 V, c.c.;
- 2.5 m nas linhas de alta tensão - 25 000 V, 50 Hz.

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Artigo 73º
Verificação de instalações

As linhas de tracção eléctrica ferroviária deverão ser verificadas durante a sua


execução, antes da sua entrada em serviço e por ocasião de modificações
importantes.

Artigo 74º
Conservação

1 - As linhas aéreas de tracção eléctrica ferroviária serão convenientemente


conservadas e mantidas em conformidade com as prescrições deste regulamento,
devendo, para isso, efectuar-se pelo menos as inspecções e medições
convenientes por pessoal devidamente qualificado.

2 - A periodicidade das inspecções deverá ser adequada ao local de


estabelecimento da linha aérea com o máximo de oito anos.

Artigo 75º
Primeiros socorros

O pessoal afecto ao serviço das instalações eléctricas deverá ter conhecimento


adequado sobre primeiros socorros a prestar aos acidentados por acção da
corrente eléctrica.

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