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Aula 14 | Remuneração
SUMÁRIO
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Direito do Trabalho – Lucas Moreira
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o desconto é automático
na folha de pagamento,
DOLO independendo de
anuência do empregado.
DANO CAUSADO
PELO EMPREGADO
o desconto em folha
depende do
CULPA
consentimento do
empregado.
Ainda sobre o salário, deve ser observado que somente poderá ser pago em moeda
corrente do país, conforme estabelece o art. 463 da CLT, que segue transcrito:
Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País.
Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como
não feito.
O art. 463 da CLT impossibilita, portanto, o pagamento em moeda estrangeira, em
dólar, por exemplo. Enquanto o art. 464 da CLT, por sua vez, prevê hipótese de pagamento
mediante depósito:
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se
tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse
fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao
local de trabalho. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)
O parágrafo único desse dispositivo, portanto, prevê a possibilidade do pagamento de
salário em conta bancária aberta para o empregado com esse fim, desde que haja
consentimento desse e o estabelecimento de crédito seja próximo ao local de trabalho. Por seu
turno, o art. 465 da CLT estabelece como deverá ser efetuado o pagamento, veja-se:
Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário
do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em conta
bancária, observado o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)1
Note-se que a regra é que o pagamento ocorra, nas seguintes circunstâncias:
a) Em dias úteis;
b) Dentro do horário de serviço, ou logo após seu encerramento;
c) No local de trabalho;
Desse modo, a hipótese do art. 464 do CLT, parágrafo único, em que o pagamento
ocorre por depósito em conta, é exceção a essa regra.
O art. 459 da CLT acrescenta, ainda, algumas regras sobre a periodicidade do
pagamento:
1 Nota do monitor: o professor destaca questões sobre o assunto são comuns, caem muito.
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Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado
por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o
quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.(Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
Importante que se observe, em complemento ao dispositivo supracitado, a Súmula 91 do
TST, que trata do salário complessivo, nos seguintes termos:
Súmula nº 91 do TST: SALÁRIO COMPLESSIVO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender
englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador.
Portanto, da súmula se extrai que o salário complessivo não é admitido, isto é, não
poderá existir verba gigantesca que englobe, por exemplo, hora extra, adicional noturno e
salário, sem qualquer discriminação na carteira de trabalho ou no contracheque, pois o
trabalhador deve ser informado pontualmente sobre cada direito que tem e a quantia que está
recebendo em razão dele.
Observe-se, ainda, a Súmula 372 do TST:
Súmula nº 372 do TST: GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES
(conversão das Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e
25.04.2005
I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo
motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da
estabilidade financeira. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)
II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor
da gratificação. (ex-OJ nº 303 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)
A gratificação de função, enquanto parcela acrescida ao salário do trabalhador, pelo
desempenho de cargo de confiança, era regulada basicamente pela súmula supracitada. Tem-
se aqui, por se tratar de situação em que há vínculo pessoal, que suprimido esse vínculo pela
quebra de confiança, se admite a perda do cargo, com a consequente diminuição da
gratificação correspondente, já que não incorporava ao salário.
Ocorre que havia jurisprudência do TST, consolidada na Súmula 372, que garantia, com
base na estabilidade e diversos princípios trabalhistas, a possibilidade de incorporação da
gratificação de função quando percebida por 10 anos ou mais pelo empregado, pois se
entendia que ele mudou o seu estilo de vida em decorrência dessa gratificação. De modo que,
quando o empregador sem justo motivo for revertido ao cargo efetivo, após 10 anos em cargo
de confiança, será incorporada a contribuição decorrente da função exercida, em decorrência
do princípio da estabilidade financeira. Contudo, havendo justo motivo para a reversão, não
ocorre à integração da gratificação ao salário, independentemente do tempo que permaneceu
no exercício da função gratificada.
A CLT, todavia, com a Reforma Trabalhista, modificou o entendimento, prevendo no
art. 468, §2º, ipsis litteris:
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado
o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
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Sobre o tema, anteriormente, a única previsão com relação ao tempo de serviço era a de
que não poderia ser superior a 2 anos. Atualmente, tem-se a previsão de que o tempo de
serviço para o mesmo empregador não pode superar 4 anos, enquanto tempo na função não
poderá ultrapassar 2 anos.
A equiparação salarial rememore-se, ocorre, por exemplo, quando Lucas trabalha nas
mesmas condições que João, isto é, ambos desenvolvem o mesmo trabalho, no mesmo local e
com a mesma precisão e foram contratados na mesma época, todavia João recebe mais que
Lucas, hipótese em que esse podia pedir equiparação de salário ao percebido por aquele.
O regramento nesse sentido era muito aberto, já que era dado, basicamente, pela
seguinte súmula do TST:
Súmula nº 6 do TST
EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item VI alterada) – Res. 198/2015,
republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em
carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o
quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional
aprovado por ato administrativo da autoridade competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res.
104/2000, DJ 20.12.2000)
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na
função e não no emprego. (ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função,
desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação.
(ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003)
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma
estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. (ex-
Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB 27.11.1970)
V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão
governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. (ex-
Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ 25.09.1980)
VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível
salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto: a) se decorrente de
vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior; b) na hipótese de
equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o empregador produzir prova do alegado fato
modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma remoto,
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considerada irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença de tempo de serviço na função
superior a dois anos entre o reclamante e os empregados paradigmas componentes da cadeia
equiparatória, à exceção do paradigma imediato.
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho
intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. (ex-OJ
da SBDI-1 nº 298 - DJ 11.08.2003)
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação
salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977)
IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais
vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Súmula nº 274 - alterada pela
Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo
município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana.
(ex-OJ da SBDI-1 nº 252 - inserida em 13.03.2002)
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trabalhou com Caio (que trabalhava com João, mas nunca trabalhou com Lucas). Antes, tal
prática era possível por força da Súmula 6 do TST.
Sobre a Súmula 6, observe-se, finalmente, a previsão para a Administração Pública
nesses termos:
I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em
carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o
quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional
aprovado por ato administrativo da autoridade competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res.
104/2000, DJ 20.12.2000)
Havia exceção, desta feita, com relação às entidades públicas que tivessem quadro de
carreira organizado por ato aprovado por autoridade competente, as quais (a) não poderiam ter
essa equiparação e (b) não precisavam homologa o quadro de carreia. Agora, a citada exceção
prevista para a Administração, vale para todos com rega geral, de modo que havendo quadro
de carreira não se permite a equiparação e se dispensa a homologação pelo MTE.
5. GRUPO ECONÔMICO
O grupo econômico é caracterizado pela reunião de várias empresas que atuam em
conjunto, e cujo reflexo trabalhista é a viabilidade do requerimento de verbas em relação a
qualquer um desses empregadores, ainda que de empresa diversa daquela que o empregado
tinha vínculo contratual, pois se considera que todas essas empresas atuam em conjunto, razão
pela qual, todas seriam devedoras e responsáveis pelas verbas devidas a ele.
Aqui, a doutrina distinguia o grupo econômico horizontal, em que não havia
subordinação entre as empresas, que atuam de forma coordenada e conjunta, daquele grupo
econômico vertical, caracterizado pela subordinação. Note-se, que nunca se considerou
necessário à caracterização do grupo econômico, que fosse constituído com base naqueles
requisitos formais do direito empresarial, bastando situação prática de subordinação e atuação
coordenada.
Importante destacar que antes a CLT reconhecia apenas o grupo econômico vertical por
subordinação. A reforma trabalhista, por oportuno, manteve o reconhecimento do grupo
econômico vertical, e acrescentou o grupo econômico horizontal. Veja-se o seguinte
comparativo:
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