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Curso: ETICA £ JUSTICA PROFESSOR: OLINTO PEGORARO EMENTA Erica £ Justica ‘A ética das virtudes é, em primeiro lugar, uma ética natural. A natureza humana esta entregue a si mesma. As chances de realizar-se ou de perder-se esto ambas inscritas na sua estrutura ontolégica. A condigao da autoconquista é a subordinagao das suas tendéncias naturais ao império e controle da razo, 0 elemento natural mais elevado. Em segundo lugar, a natureza humana, em cada individuo, é insuficiente (¢ incapaz) para realizar todo 0 seu potencial. Por isso 0 individuo expande-se, por fora da sua natureza, em grupos sempre mais largos, até inserir-se na Polis, que é também um ser natural. Aqui 0 cidadao (¢ nao mais o simples individuo), pela pritica da justiga, alcanga sua causa final e suprema: viver bem. Viver bem ou viver conforme as exceléncias humanas na suficiéncia de bens materiais é 0 supremo fim histérico do ser humano (individuo ou cidadao). A justiga, como qualidade moral do individuo e como virtude da cidadania, é a exceléncia central e unificadora da existéncia pessoal e politica. A vida ética consiste, portanto, na prdtica da justiga na comunidade humana. wltiol Curso: Erica E JusTICA PROFESSOR: OLINTO PEGORARO AULATT A ETICA DA LEI MORAL Kant encontra na individualidade o elemento incondicional do valor absoluto do ser pessoal: “o homem, ¢ em geral todo ser racional, existe como fim em si mesmo € ndo como meio para quaisquer usos desta ou daquela vontade... Os seres racionafs chamam-se pessoas porque sua natureza os distingue como fins em si mesmos, ou seja, como algo que niio pode ser usado simplesmente como meio” (Kant,,1986:68-69). ‘Aqui esté a raiz. do valor absoluto da pessoa como chave da fundamentacdo ética. Este valor surge do autocontrole que a razio tem sobre si. Ela sé obedece a lei que ela mesma se dé, impée a si mesma a lei moral, o imperativo categérico. O imperativo categérico, se enuncia assim: “age sempre de maneira que a humanidade seja tomada, tanto em sua propria pessoa como na de qualquer outro, sempre como fim, nunca ‘apenas como meio” ( Kant,1986:69). Portanto, a razio, que se impje a lei moral, ¢ 0 fundemento da moralidade. Cada ser pessoal é, ao mesmo tempo, legislador ¢ siidito de si. Ao se autolimitar, a pessoa aparece como soberana ¢ transcendente & natureza sensivel: nesta autonomia consiste a dignidade do ser humano. Segundo Kant, “no reino dos fins tudo tem prego ou dignidade. Aquilo que tem prego pode ser substituido por algo equivalente; porém o que se acha acima de todo prego € no admite nada de equivalente, isto tem dignidade” (Kant,1986:77).. Portanto, a pessoa esta acima do mundo das coisas naturais. Somente o ser humano, que embora pertenga ao mundo sensivel pela sua dimensio biolgica, pertence, como ser pessoal, ao mundo inteligivel, tornando-se eredor do respeito ético incondicional. Curso: Etica e Justiga Professor: Olinto Pegoraro Aula TIT O Principio da Justica Em nossos dias, o pensador americano J. Ralws enfoca a justiga como base de ‘um novo contrato social, na esteira de Kant e Rousseau. O tema central das obras de J. Ralws é a justiga, sua ética politica deixa-se pensar como uma tentativa de solugdo de um conilito bisico, de ordem social a disputa de bens primérios produzidos por uma comunidade politica. Como os bens so quantitativamente limitados e sem medida o apetite de cada cidadao, torna-se necesséiria a intervengaio de um principio que ordene a distribuig&o, no seio da comunidade politica, Portanto, a partir da idéia de conflito social pode-se concentrar 0 movimento da &tica-politica de Ralws em trés tempos: a) reconhecimento do conflito entre os bens disponiveis escassos e 0 desejo limitado de posse por parte individuos; b) intervengio da teoria da justiga instaurando a sociedade bem ordenada (justa), ¢) a conso agai da comunidade politica onde prevalece a cooperacao, o senso da justiga e as virtudes da cidadania, Desde o primeiro pardigrafo aparece com clareza a tese principal do tratado: “a justiga é a primeira virtude das instituigdes sociais como a verdade o é para os sistemas de pensamento”. Nao discute a justiga em termos doutrinarios, mas a justiga como equidade (justice as fairpess) aplicada a distribuigdo dos bens sociais. Ela deverd intervir num problema, num conflito da vida social que s6 se resolve adequadamente pela instauragdo de prinefpios que a) findam uma nova ordem politica ¢ b) determinam uma justa distribuigdio dos bens. Dois so os principios da sociedade bem ordenada, 1. Cada pessoa deve ter direito ao sistema mais largo de liberdades de bases iguais para todos, compatfvel com um sistema similar para todos os outros; As desigualdades sociais e econémicas devem ser tais que: a) nos limites de um justo prinefpio de poupanga, garantam a maior vantagem possivel aos menos favorecidos ¢ b) sejam ligadas a tarefas e posigbes acessiveis a todos em fungtio de uma justa igualdade de oportunidades. Curso: Etica e Justiga Professor: Olinto Pegoraro Aula TV Etica e Bioética ‘Nosso trabalho pretende salientar alguns pontos importantes da filosofia, ética e bioética contemporneas. O principal deles é a discussfio sobre 0 conceito de pessoa, que, em toda a histéria da ética, sempre ocupou o lugar central. A famosa definigdo de Boécio, que atravessou milénios, nos diz que a pessoa é “individuum ‘Sono século XX este conceito comega a ser alterado pela introdugao da temporalidade ¢ historicidade na subsistens in rationali natura” (um individuo dotado de racionalidade) existéncia humana. O acento, ao invés de cair na es nncia, incide na existéncia temporal da pessoa, 0 que significa uma profunda alteragao, ainda em curso, do conceito do “ser que nés sempre somos” (Heidegger, 1998:33). Em outras palavras, somos um ser existencial que se constréi ao longo dos anos num processo de relagdes com os outros, ‘com 0 mundo ¢ com Deus, explicitando, assim, suas potencialidades. Somos, portanto, uma existéncia temporal, relacional e potencial, ao invés de sermos uma esséneia inteiramente definida e consolidada desde 0 momento da concepgio. A temporalizagio do conceito de pessoa, implica ipso facto a historicidade da ética. Hoje, é muito dificil defender uma teoria ética que parte de principios fixos ¢ vélidos para todos, em todos os tempos. Sendo a ética de feitio historico, por ligar-se necessariamente & temporalidade da existéncia humana, é flexivel © se adapta as situagdes reais da vida, Sdo estas situagdes que moldam os principios éticos e niio estes aquelas. A biodtica ¢ a disciplina ética que se formou em torno de pesquisas, priticas ¢ teorias que visam interpretar os problemas levantados pela biotecnociéneia ¢ biomedicina. Por isso, a bioética ¢ necess: ymente interdisciplinar e de “identidade instdvel” (Hottois, 1995:49) pois néio é uma filosofia global, nem uma ética geral ¢ muito menos uma ciéncia. Ela se situa na confluéncia do saber tecnocientifico, especialmente biol6gico, com as ciéncias humanas como a sociologia, a politica , a ética eateologia. Neste amplo espaco é fundamental que a biogtica mantenha sua identidade filoséfica quando discute pressupostos éticos, esclarece conceitos ¢ valores ¢ toma decisbes sobre situagdes coneretas como, por exemplo, pronunciar-se pré ou contra 0 congelamento de embri6es excedentes. Por isso mesmo a bioética, que precisa conviver com 0 marco tedrico e pritico, esta longe de ser uma teoria ética precisa, com objetivos bem determinados. Felizmente ela & necessariamente imprecisa, devendo sempre repensar seus marcos tebricos em fungilo dos novos avangos da tecnociéncia. ETICA E JUSTICA Bibliografi 1, Aristételes, ETICA A NICOMACOS, Brasilia, UNB. 2.____, POLITICA, Brasilia, UNB. 3. Pegoraro, Olinto, ETICA E JUSTICA, Petropolis, Ed. Vozes. 4, ____, ETICA E BIOETICA, Petrépolis, Vozes. 5. Kant, I., FUNDAMENTACAO DA METAFISICA DOS COSTUMES, Lisboa, 4.70. 6. Lima Vaz, H.C., ESCRITOS DE FILOSOFIA V. INTRODUGAO A ETICA FILOSOFICA, So Paulo, Loyola. 7. Landim, M.L., ETICA E NATURAZA, Rio de Janeiro, Ed. UAPE. 8. Boff, L., SABER CUIDAR, Petrépolis, Vozes. 9,___, ETHOS MUNDIAL, Brasilia, Ed. Letra Viva. 10. Rawls, J. , UMA TEORIA DA JUSTICA, Lisboa, Editorial presenga. 11. S. Agostinho, CONFISSOES, Petrépolis, Ed. Vozes. 12. Conselho Federal de Medicina , INICIACAO A BIOETICA. 13. Singer, Peter, ETICA PRATICA, S.Paulo, Martins Fontes. 14, Sgreccia, Elio, MANUAL DE BIOETICA, S. Paulo, Martins Fontes. 15. Engelhardt, Tristan, FUNDAMENTOS DA BIOETICA, S.Paulo, Ed. Loyola.

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