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A volta da CPMF
é uma afronta à
boa administração
dos recursos
públicos
Brasil sobe no
ranking mundial
dos países com
maior carga
tributária
Carga tributária
e o princípio do
não-confisco
Governança
Tributária:
imprescindível
para as empresas
The taxation
of the future:
social-environmental
issues
Revista Governança Tributária • 1 •
Editorial
ciadas em Bolsa de Valores. Sem dú- denação, controle e revisão dos pro- Embora algumas empresas já te-
vida, essas empresas devem observar cedimentos tributários adotados pela nham a consciência da importância da
as melhores práticas de Governança empresa, com o intuito de prevenir governança tributária no mundo das
Corporativa, pois captam recursos autuações fiscais, multas pelo descum- organizações, é preciso fazer muito
do mercado e, por este motivo, têm primento de obrigações acessórias, mais. Ou seja, o que falta, na verdade, é
um comprometimento muito maior bem como evitar a ocorrência de cri- conscientizar administradores de todos
com seus investidores. mes tributários. Tudo isso, em estrito os tipos e tamanhos de sociedades de
No entanto, cabe ressaltar que cumprimento à legislação tributária e que a implantação de práticas eficazes
não só nas grandes empresas é im- societária aplicáveis à espécie. de Governança Tributária nas empresas
por tante a Governança Corporativa No atual cenário empresarial, onde a é fundamental para possibilitar o seu
e Jurídica, mas, igual e principalmente, transparência das organizações é funda- rápido, ordenado e eficiente desenvol-
nas empresas de médio por te, que mental para o mercado, a Governança vimento econômico em meio a merca-
geralmente não dispõem de um de- Tributária assume maior importância, pois, dos cada vez mais competitivos.
par tamento jurídico próprio. quando bem praticada, gera melhores re- Com esse intuito, a Revista Governan-
Atualmente, existem no Brasil em sultados e um maior controle do custo ça Tributária quer ampliar esse debate,
torno de 25 mil empresas de mé- tributário. Esse entendimento é corrobo- publicando a opinião de empresários e
dio por te, sendo que, destas, 6.000 rado por Jorge Gerdau Johannpeter, em de profissionais especializados na área
estão na mira dos fundos de private entrevista exclusiva para essa primeira tributária, de forma a, progressivamen-
equity. Estes fundos dispõem de um edição da Revista Governança Tributária: “a te, inserir o tema Governança Tributária
caixa elevado e estão dispostos a “ir Governança Tributária é a alternativa mais nas discussões estratégicas do empre-
às compras”, sendo que as empresas inteligente e efetiva para o complexo sis- sariado e dos gestores de empresas de
de médio por te com melhor nível de tema tributário brasileiro, pois age preven- todos os tipos e tamanhos.
Gorvernança Corporativa e Jurídica tivamente, por meio de um conjunto de Rumo à introdução de boas práticas
se tornam as preferidas. soluções que tornam a empresa mais ágil de Governança Tributária em sua em-
No âmbito da Governança Jurí- e transparente. Isso maximiza resultados, presa! Boa leitura!
dica, destaca-se a Governança Tribu- pois possibilita a identificação e quantifi-
tária, um conjunto de métodos de cação de riscos tributários, com base em Gilberto Luiz do Amaral
gestão empresarial que visa à coor- planejamento e inteligência fiscal”. Editor
Governança Empresarial e
6 Controladoria
Expediente
14 Governança Tributária:
imprescindível para as empresas
Av. Cândido Hartmann, 50
“Modelo tributário brasileiro é seme-
CEP: 80730-440, Curitiba - PR
Tel./Fax: (41) 3232-9241
18 lhante ao dos antigos países medievais”
www.ibpt.com.br / ibpt@ibpt.com.br
Governança Empresarial
e Controladoria
Muito tem se falado da importância quando acionistas despertaram para dos executivos esteja sempre alinhado
da Governança Corporativa ou Empre- a necessidade de novas regras que os com o interesse dos acionistas.
sarial. No presente artigo, pretende-se protegessem dos abusos da diretoria A boa Governança proporciona aos
examinar este tema e também a relevân- executiva das empresas, da inércia de proprietários (acionistas ou cotistas) a
cia da controladoria nas organizações. conselhos de administração inoperantes gestão estratégica de sua empresa e a
Em termos conceituais, pode-se di- e das omissões das auditorias externas. monitoração da direção executiva. As
zer que Governança Corporativa ou Conceitualmente, a Governança Em- principais ferramentas que asseguram o
Empresarial é o sistema pelo qual as presarial surgiu para superar o “conflito controle da propriedade sobre a gestão
organizações são dirigidas, monitoradas de agência”, decorrente da separação são o conselho de administração, a audi-
e incentivadas, envolvendo os relacio- entre a propriedade e a gestão em- toria independente e o conselho fiscal.
namentos entre proprietários, conselho presarial. Nesta situação, o proprietário A empresa que opta pelas boas prá-
de administração, diretoria e órgãos de (acionista) delega a um agente especia- ticas de Governança Empresarial adota
controle. As boas práticas de Governan- lizado (executivo) o poder de decisão como linhas mestras a transparência, a
ça Corporativa convertem princípios sobre sua propriedade. No entanto, os prestação de contas, a equidade e a res-
em recomendações objetivas, alinhando interesses do gestor nem sempre esta- ponsabilidade empresarial. Para tanto, o
interesses com a finalidade de preservar rão alinhados com os do proprietário, conselho de administração deve exer-
e otimizar o valor da organização, facili- resultando em um conflito de agência cer seu papel, estabelecendo estratégias
tando seu acesso ao capital e contribuin- ou conflito agente-principal. para a empresa, elegendo e destituindo
do para a sua longevidade. A preocupação da Governança o principal executivo, fiscalizando e ava-
A origem da boa Governança tem Empresarial é criar um conjunto efi- liando o desempenho da gestão e esco-
como marco inicial a primeira metade ciente de mecanismos, tanto de incen- lhendo a auditoria independente.
dos anos 90, em um movimento inicia- tivos quanto de monitoramento, a fim A ausência de conselheiros qualifica-
do principalmente nos Estados Unidos, de assegurar que o comportamento dos e de bons sistemas de Governança
Empresarial tem levado empresas a fra- das empresas se adaptarem às exigên- ram a existir três segmentos diferen-
cassos decorrentes de abusos de poder cias e padrões internacionais. Em resu- ciados de Governança: Nível 1, Nível 2
(do acionista controlador sobre minori- mo, as práticas de Governança Empre- e Novo Mercado. O objetivo foi o de
tários, da diretoria sobre o acionista e sarial tornaram-se prioridade e fonte estimular o interesse dos investidores
dos administradores sobre terceiros), de pressão por parte dos investidores. e a valorização das empresas listadas.
erros estratégicos (resultado de muito Como resultado da necessidade de Basicamente, o segmento de Nível 1
poder concentrado no executivo prin- adoção das boas práticas de Governan- caracteriza-se por exigir práticas adicio-
cipal) e de fraudes (uso de informação ça, foi publicado em 1999 o primeiro nais de liquidez das ações e disclosure. En-
privilegiada em benefício próprio, atua- código sobre Governança Corporativa, quanto o Nível 2 tem por obrigação prá-
ção em conflito de interesses). elaborado pelo Instituto Brasileiro de Go- ticas adicionais relativas aos direitos dos
No Brasil, a Governança Empresarial vernança Corporativa - IBGC. O código acionistas e conselho de administração.
teve o seu início com as privatizações trouxe inicialmente informações sobre o O Novo Mercado, por fim, diferencia-se
que ensejaram as primeiras experiências conselho de administração e sua conduta do Nível 2 pela exigência para emissão
de controle compartilhado no País, for- esperada. Em versões posteriores, os qua- exclusiva de ações com direito a voto. Es-
malizado por meio de acordo de acio- tro princípios básicos da boa governança tes dois últimos apresentam como resul-
nistas. Nessas empresas, os investidores foram detalhados e aprofundados. tado esperado a redução das incertezas
integrantes do bloco de controle pas- Em 2001, foi reformulada a Lei no processo de avaliação, investimento e
saram a dividir o comando da empresa, das Sociedades Anônimas e, em 2002, de risco, o aumento de investidores inte-
estabelecendo contratualmente regras. a Comissão de Valores Mobiliários - ressados e, consequentemente, o forta-
Os investidores institucionais - segu- CVM lançou sua cartilha sobre o tema lecimento do mercado acionário. Resul-
radoras, fundos de pensão e fundos de Governança. Este documento foi foca- tados que proporcionam benefícios para
investimentos, entre outros - assumiram do nos administradores, conselheiros, investidores, empresa, mercado e Brasil.
uma postura ativa, passando a compa- acionistas controladores e minoritá- Apesar do aprofundamento nos de-
recer nas assembleias gerais, a exercer rios e auditores independentes e visa bates sobre Governança e da crescente
os direitos de voto de suas ações e a orientar sobre as questões que afetam pressão para a adoção das boas práticas
fiscalizar de modo mais próximo a ges- o relacionamento entre os já citados. de Governança Empresarial, o Brasil ain-
tão das companhias investidas. Outra contribuição à aplicabilidade da se caracteriza pela alta concentração
A abertura e consequente modifi- das práticas de Governança partiu da do controle acionário, pela baixa efeti-
cação na estrutura societária das em- Bolsa de Valores de São Paulo, ao criar vidade dos conselhos de administração
presas também ocorreu no mercado segmentos especiais de listagem des- e pela alta sobreposição entre proprie-
financeiro. Houve aumento de investi- tinados a empresas com padrões su- dade e gestão, o que demonstra vasto
mentos de estrangeiros no mercado de periores de Governança Empresarial. campo para o incentivo ao conhecimen-
capitais, o que reforçou a necessidade Além do mercado tradicional, passa- to, ações e divulgação dos preceitos da
Governança Empresarial. ção dos sistemas de controles internos da A controladoria gera informações
Várias empresas brasileiras desenvol- empresa, que é a plataforma dos sistemas sobre os ambientes internos e externos
veram projetos de Governança Empre- de informações, instrumentos de gestão à empresa, úteis na tomada de decisão
sarial com sucesso, entre estas pode-se e de controle operacional que fomentam pela administração. Deve-se enxergar a
citar a Gerdau, a Saraiva e a Natura. a eficácia organizacional, via tomadas de empresa como um sistema que busca
No âmbito do mercado de capitais, a decisões acertadas e a segurança dos ati- a eficiência, atuando em um ambiente
adoção de práticas de Governança Em- vos envolvidos nesse processo. extremamente competitivo e de rápidas
presarial, que visem aumentar a transpa- As empresas procuram subsídios na mudanças. É neste contexto, de otimiza-
rência das demonstrações financeiras e o área de controladoria para se tornarem ção de resultados, que se dá a atuação
respeito ao direito dos acionistas minori- mais competitivas e organizadas. Com- da controladoria.
tários, tem sido utilizada com o objetivo petitivas no sentido de que faz parte da A palavra controller tem origem no
de melhorar a percepção das empresas missão dessa área fornecer aos gestores século XV, que vem da junção das pa-
pelo mercado e, consequentemente, a informações precisas para subsidiar o lavras counter e roller, que é aquele que
demanda por suas ações. O aumento ex- processo decisório, além de organizadas, tem a relação do que entra e do que sai
pressivo do número de companhias que pois a ela também se atribui a respon- de dinheiro e mercadorias. O countroller
realizaram abertura de capital no Brasil, sabilidade de estabelecer, implementar era a pessoa que controlava as contas
nos últimos anos, tem acelerado a bus- e monitorar o sistema de controles in- pessoais dos lordes ingleses. Nos Estados
ca por implementação de tais práticas ternos necessários para a salvaguarda de Unidos, até hoje, comptroller é o título
de Governança em empresas de capital ativos e para a manutenção da integrida- dado a funções na área governamental,
fechado, que tenham como objetivo rea- de dos registros contábeis. e controller, a empresas privadas.
lizar Initial Public Offering - IPO. Cabe salientar que, atualmente, as fun- Nas empresas modernas, o controller
A estrutura de Governança Empresa- ções da controladoria estão sofrendo pro- é um executivo de alto nível, que tem sob
rial definida para a realização de IPO nos fundas modificações, devido ao aumento seu comando equipes altamente treina-
novos segmentos de listagem na Bolsa de complexidade das organizações e das das, com o propósito de possibilitar à em-
de Valores de São Paulo - Bovespa pres- exigências que o ambiente de negócios presa as melhores escolhas econômicas.
supõe a adoção de práticas que, dentre gera sobre ela. Assim, pode-se dizer que a O controller é o executivo financeiro
outras características, aumentam a expo- controladoria contribui para uma organi- de uma grande ou média empresa, que
sição e o rigor no tratamento das ques- zação da qual faça parte ao desempenhar combina as responsabilidades por con-
tões contábeis e tributárias pelas empre- atividades, como colaborar na formação de tabilidade, auditoria, orçamento, planeja-
sas, podendo ter efeitos nos resultados. estratégias, organizar, analisar e apresentar mento de lucros, relatórios de desem-
Neste cenário, cabe examinar qual é o dados coletados, elaborar informações re- penho, controle de tributos e outras
papel da Controladoria no âmbito da Go- levantes à administração e gerar modelos atividades da empresa.
vernança Empresarial. A controladoria tem decisórios coerentes e consistentes com a As principais funções da controla-
como uma de suas atribuições a manuten- missão e visão da empresa. doria são: a mensuração do realizado e
do planejado, o sistema de simulação, a importância para a controladoria, essas ati- o sistema de informação do qual ele ne-
avaliação de resultados e desempenhos, vidades não se confundem, ou seja, a con- cessita para o desempenho das suas fun-
a estruturação de modelos decisórios, tabilidade assume o papel de um grande ções. Outras habilidades que o controller
a gestão dos sistemas de informação, a banco de dados que supre os mais dife- deve ter é a capacidade de negociação e
análise e estudos econômicos e, por fim, rentes modelos decisórios, ao passo que ser de fácil relacionamento.
o resultado econômico otimizado. a controladoria tem por finalidade garantir É também importante que o controller
É importante destacar, também, que a informações adequadas ao processo de- saiba delegar tarefas, permitindo que os
função da controladoria, dentro de uma cisório. A missão da controladoria é asse- seus colaboradores tenham a respon-
organização, consiste em dirigir e implan- gurar a eficácia da empresa por meio da sabilidade de desenvolver o trabalho e
tar sistemas de informação, motivação, otimização de seus recursos. que estejam engajados no espírito de
coordenação, avaliação, planejamento e Pode-se observar que as funções da equipe.
acompanhamento dos planos traçados. controladoria estão ligadas a um conjun- Assim, no ambiente da Governança
Nesse sentido, percebe-se que o to de atividades que permite um contro- Empresarial, tem-se que é de extrema
controller, que geralmente é o gestor da le da gestão econômica da empresa. importância o papel da controladoria no
controladoria, tem papel fundamental na Para poder contribuir no processo de- planejamento estratégico e no processo
formulação e no controle do planejamen- cisório da empresa, faz-se necessário que decisório das organizações.
to estratégico da empresa, uma vez que o controller seja o gestor de um sistema
ele fornece aos gestores os dados neces- de informação. Estas informações devem
sários da companhia e seu desempenho ser preparadas, analisadas e interpretadas * João Eloi Olenike é presidente do IBPT.
no setor, possibilitando a análise das for- pela controladoria. Para que esse proces- * Fernando Steinbruch é diretor técnico
ças e fraquezas e auxiliando na formula- so seja eficiente, as decisões devem ser do IBPT.
ção das estratégias de desenvolvimento. tomadas com base em informações per-
A controladoria é o departamento tinentes, oportunas e confiáveis. Referências:
responsável pelo projeto, elaboração, im- As atribuições da controladoria só IBCG – Instituto Brasileiro de Governança
plementação e manutenção do sistema serão possíveis de serem cumpridas se Corporativa. Governança Corporativa em
integrado de informações operacionais, o controller tiver competências e habili- tempos de crise. Editora Saint Paul.
financeiras e contábeis das organizações. dades, como o conhecimento em conta-
O trabalho da controladoria deve en- bilidade gerencial, tributos, custos, infor- KNIGHT, F.H. Risk, uncertainty, and profit.
globar as seguintes áreas: Contabilidade, mática e orçamento. Boston: Houghton Mifflin Company, The
Departamento Fiscal, Financeiro, Custos, Além da capacidade técnica, é es- Riverside Press Cambridge.
Planejamento Tributário, Previsão Orça- sencial, para o desenvolvimento da ativi-
mentária Anual, Planejamento Estratégico dade, que o controller seja um líder, pois OLIVEIRA, Antonio Benedito Silva. Con-
e Relatórios para tomadas de decisões. só assim poderá motivar as pessoas de troladoria fundamentos do controle em-
Embora a contabilidade seja de grande maneira a fazer funcionar, com eficiência, presarial. São Paulo: Saraiva, 2009.
A Governança Tributária representa ceiras, deixando-as verídicas e confiáveis. preservar a reputação da empresa e
o conjunto de procedimentos de gestão Trata-se, pois, da Governança Corpora- de seus administradores e lucratividade
empresarial engendrados de forma per- tiva no que se refere à tributação. (ou commerciality)1. Para que tais prin-
sonalizada para cada empresa ou entida- A boa Governança Tributária deve cípios sejam colocados em prática, as
de, com vistas à coordenação, controle e ser praticada com obediência aos prin- seguintes políticas podem ser adotadas
revisão dos procedimentos tributários e cípios gerais aplicáveis à Governança pelas empresas, de acordo com suas es-
proporcionando como resultado a redu- Corporativa, bem como aos princípios pecificidades e objetivos e sempre sob a
ção dos riscos fiscais e a consistência e que lhe são específicos, tais como: mo- supervisão técnica de profissionais qualifi-
transparência das demonstrações finan- ralidade e ética, legalidade, compliance, cados e especializados na área tributária:
A decisão referente ao nível de divulgação dessas políticas de Governança Tributária cabe aos administradores da empresa,
os quais deverão levar em consideração os benefícios que tal divulgação poderá proporcionar à reputação da sociedade.
Além disso, a execução prática dessas políticas pode se dar por meio de um modelo de Governança baseado na dinâ-
mica tributária, ou seja, no monitoramento e no gerenciamento das mudanças – ou propostas de mudanças – que exerçam
influência sobre a tributação da sociedade, estabelecendo a divisão de competências e a intraconectividade entre os órgãos
societários. Para tanto, leva-se em conta os “macros” (planejamento e estratégias tributárias ligados à carga tributária efetiva
da corporação) e os “micros” (gerenciamento e integração dos departamentos financeiro, contábil e fiscal nas suas operações
relativas ao cumprimento das obrigações tributárias acessórias) aspectos da tributação. Referido modelo pode ser ilustrado
e resumido da seguinte forma:
Apoio
Externo
Assembleia de
Acionistas
Auditoria
Apoio Externa
Macro Aspectos Externo
Conselho
Fiscal
Estrutura Unidades de
Negócio
Organizacional
Departamentos
Internos das Unidades de Negócio
1- Assembleia de acionistas (S.A.) ou sócios (demais sociedades): responsáveis, no campo da “macro” tributação, pela eleição do
Conselho Fiscal (no caso de uma S.A.) ou pela contratação de auditoria externa (no caso das demais sociedades) e por controlar, dirigir
e orientar os demais órgãos da companhia ou demais departamentos da sociedade no que se refere à elaboração e à implementação
das políticas de boa Governança Tributária. Para tanto, é importante que contem com o auxílio interno dos outros órgãos societários ou
externo de profissionais qualificados nas questões tributárias.
2- Conselho Fiscal (S.A.) ou auditoria externa (demais sociedades): responsáveis, no campo da “macro” tributação, pela fiscalização
dos atos dos administradores da empresa relativos à definição das políticas de Governança Tributária e, ainda, pela denúncia de fraudes
tributárias e pela elaboração de relatórios referentes às suas próprias atividades. Já relativamente à “micro” tributação, tem a responsa-
bilidade de examinar a compatibilidade entre as informações contidas nos demonstrativos contábeis/financeiros e aquelas declaradas
nos documentos fiscais e pela escolha de empresa de contabilidade ou de auditoria nos casos em que a sociedade não conte com uma
auditoria externa.
3- Conselho de Administração (S.A.) ou sócio-administrador (demais sociedades): responsáveis, no campo da “macro” tributação, pela ins-
tituição das políticas de Governança Tributária na empresa, bem como pela fixação e fiscalização das atribuições dos diretores da sociedade no
que se refere a essas políticas e pela eleição de auditoria independente/externa que fiscalize a correta implementação de tais políticas.
4- Diretor presidente (S.A.) ou administrador (demais sociedades): suas responsabilidades se inserem tanto no âmbito da “macro”
quanto no da “micro” tributação. Têm os deveres legais de lealdade, diligência e informação. Com relação ao dever de informação,
recomenda-se a adoção de procedimento acerca de como e quando órgãos societários de hierarquia superior devem encaminhar os
problemas fiscais ao diretor presidente ou administrador, de forma a evitar que eles cheguem ao seu conhecimento quando o problema
já seja de difícil ou impossível solução. O administrador tem responsabilidade tributária pessoal (ou seja, exclui-se a responsabilidade da
empresa) por infrações à lei ou a contrato e por infrações cometidas com culpa ou dolo que resultem em lesão ao Fisco. Quando a
infração for cometida pelos demais órgãos da sociedade, a responsabilidade do administrador passa a ser solidária à do infrator.
5- Comitê de Gestão Tributária (todos os tipos de sociedades): nos âmbitos da “macro” e “micro” tributação é responsável exclusi-
vamente pela implementação na empresa do princípio da boa Governança Tributária, auxiliando os demais órgãos societários a definir
as estratégias tributárias e a estabelecer e implantar as políticas de Governança Tributária. Esse comitê pode ser constituído tanto por
membros permanentes quanto por membros ad hoc, todos com vasta especialização na área tributária, e deve ter como atribuições a
coordenação, o controle, a revisão e o planejamento das políticas tributárias da empresa, inclusive aquelas relativas ao gerenciamento de
riscos tributários. Tais políticas devem abranger todas as obrigações tributárias da empresa e de terceiros (no caso de responsabilidade
tributária), principais e acessórias, nas três esferas de governo, inclusive sob um panorama internacional (preços de transferência, aplicação
de tratados de bitributação etc), quando aplicável.
6- Unidades de negócios (diretores financeiro, contábil e fiscal): responsáveis, na esfera da “micro” tributação, pelo gerenciamento e
supervisão dos seus respectivos departamentos internos no cumprimento das obrigações financeiras, contábeis e tributárias principais
e acessórias, ou seja, a tudo que diz respeito ao pagamento dos tributos e à elaboração, entrega, armazenamento e divulgação das
declarações e documentos financeiros, contábeis e fiscais. Podem ser designados como responsáveis, igualmente no campo da “macro”
tributação, pela execução de algumas políticas fiscais (relativas, por exemplo, ao gerenciamento de riscos tributários, relacionamento com
as autoridades fiscais e com o governo etc).
7- Departamentos internos das unidades de negócios (departamentos financeiro, contábil e fiscal): responsáveis, no campo da
“micro” tributação, pela execução das tarefas delegadas por suas respectivas unidades de negócios, nelas incluídos o cumprimento e a
execução técnica de algumas políticas de Governança Tributária.
Por fim, é de suma importância que se demais órgãos, o que contribui para a sua as técnicas de redução da carga tributária
determine uma política de interação entre fiscalização mútua. Dessa forma, torna-se empresarial, sempre seguindo os ditames
o comitê de gestão tributária, as unidades mais eficaz a governança tributária da so- de legalidade, ética e moralidade.
de negócio, seus departamentos internos ciedade, proporcionando evidentes benefí-
e eventuais conselheiros tributários exter- cios à empresa, por meio da redução ou, 1
Para um estudo mais detalhado acerca dos princípios aplicáveis
à Governança Corporativa e Tributária, vide AMARAL VIGGIA-
nos, de modo que todos os envolvidos até mesmo, eliminação de seus riscos tribu- NO, Letícia Mary Fernandes do. Governança Tributária: princípios
fiquem a par das responsabilidades dos tários e de sua maior competitividade ante e prática. Direito Tributário Atual, v. 22, p. 258-266, 2008.
* Letícia Mary Fernandes do Amaral é advogada tributarista, empresarial e internacional, com experiência profissional em Londres, vice-
presidente do Instituto Brasileiro de Governança Tributária – IGTAX e do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, professora
de Direito e Processo Tributário em cursos de extensão e pós-graduação, mestre em Direito Internacional e Europeu de Negócios pela
Universidade de Toulouse, França, com título reconhecido pela Universidade de São Paulo – USP e especialista em Direito Tributário pela
Academia Brasileira de Direito Constitucional.
Governança Tributária:
imprescindível para as empresas.
Coordenação, controle e ética se unem em um mesmo
instrumento de planejamento para gerar riqueza às
empresas e ao País.
planejamento tributário. A correta Go- ótica da Governança Corporativa, seguindo tégica e de gestão operacional. Traça-se
vernança proporciona custos menores os modelos ou trâmites de Governança, toda a estratégia de gestão da tributação,
e resultados mais eficazes. de forma que o investidor, o fornecedor, de maneira a criar indicativos, parâmetros,
o cliente e as instituições financeiras vejam metas, índices, para que a gestão opera-
Qual a melhor maneira que aquela empresa é ética, transparente e cional prossiga. O controle mais eficaz da
para se gerenciar os tribu- tributação exige, também, a integração
tos? do departamento tributário com os ou-
A melhor maneira é a personaliza- “A integração da tros departamentos da empresa. A ques-
da, ou seja, criar toda uma filosofia de
Governança Tributária, incutindo em
gestão tributária tão tributária não é um tema que se ate-
nha somente àquele departamento que
todos os departamentos e nas pesso- com todos os cuida da sua operacionalização, mas essa
as a necessidade de uma redução dos questão deve ser colocada em todos os
custos tributários para a competitivida-
departamentos departamentos, uma vez que todos têm
de das empresas. Isso se faz por meio é um requisito um reflexo tributário, seja na área de ven-
da integração dos departamentos e da das, compras, logística, financeira, gestão
busca de meios legais e da criatividade indispensável para a de pessoas, entre outras.
operacional, no sentido de deixar a em- eficiência e resultados
presa cada vez mais apta para ter produ- O que significa para a Go-
tos mais acessíveis ao público. Por meio eficazes de uma vernança Tributária uma maior
da integração e da implementação de rigidez da legislação?
uma filosofia de Governança Tributária,
correta Governança A maior rigidez da legislação impõe
o custo tributário será reduzido ao lon- Tributária” comportamentos mais monitorados, tan-
go do tempo, com a criação de metas e to por parte do Fisco, das organizações e
também com a monitoração dos riscos. das partes relacionadas. Isto significa que
tem fundamentos na adoção de seus pro- os investidores serão mais exigentes na se-
A Governança Tributária cedimentos. leção de empresas; os consumidores, por
pode aumentar a transparência sua vez, irão se preocupar se o produto
das empresas? Como pode ser feito o con- agride ou não o meio ambiente, ou seja,
A Governança Tributária faz parte de trole fiscal por meio da Gover- haverá um controle maior das empresas
uma exigência cada vez mais intensa por nança Tributária? pela sociedade.
transparência, não apenas no sentido de O controle fiscal faz parte da Go-
anunciar quais são as suas práticas de racio- vernança Tributária, mas é uma pequena A Governança Tributária en-
nalização tributária, mas a transparência é parte desta Governança, que se inicia por volve quais setores?
no sentido de que toda prática adotada na meio de uma filosofia, estabelecendo re- Envolve todos os setores da empresa,
questão tributária encontre respaldo na le- gras de ética, transparência e consistência. desde a assembleia geral, sócios, direção,
gislação e jurisprudência e esteja dentro da A partir daí passa a níveis de gestão estra- conselhos de administração, deliberativo,
“Modelo tributário
brasileiro é semelhante
ao dos antigos países
medievais”
Mathias Cramer
Governança Tributária? çamos a importância da reforma tribu-
Sem dúvida, a Governança Tributá- tária, que simplificaria o sistema e possi-
ria é a alternativa mais inteligente e efe- bilitaria que os consumidores tivessem
tiva para o complexo sistema tributário conhecimento da parcela de impostos
brasileiro, pois age preventivamente, sobre os produtos.
por meio de um conjunto de solu-
ções que tornam a empresa mais ágil e Isso amedrontará o consumidor,
transparente. Isso maximiza resultados, fazendo-o deixar de adquirir es-
pois possibilita a identificação e quanti- ses produtos?
ficação de riscos tributários, com base O mais provável é que o consumi-
em planejamento e inteligência fiscal. dor não deixe de adquirir os produtos,
pois, em princípio, a medida não alte-
Como o senhor encara a concor- rará os preços. O mais importante, no
rência? entanto, é que se trata de uma medida
Enfrentamos a concorrência buscan- de transparência e respeito com o con-
do sempre fazer o melhor. Trabalhamos sumidor, a exemplo do que já ocorre
continuamente para termos produtos em outros países.
e serviços com patamares superiores
de qualidade e eficiência, além de bus- O senhor acha que o brasileiro “Trabalhamos
carmos nos antecipar às necessidades paga muitos tributos?
de nossos clientes. Sim, sem dúvida. O patamar da car- continuamente
ga tributária do País é comparável ao
Quais as alternativas que a em- de países desenvolvidos e com serviços para termos
presa utiliza para atrair mais públicos amplos e eficientes, que tam-
consumidores? bém destinam um porcentual elevado produtos e serviços
É preciso ser cada vez mais eficien- para investimentos, o que no Brasil é
te, reduzindo custos e aumentando a mínimo. Por isso, acreditamos que a re- com patamares
produtividade. O verdadeiro empreen- forma tributária deveria incluir a fixação
dedor nunca está satisfeito: ele se com- de um teto para a tributação no País. superiores”
porta como um animal que caça, sem-
pre em busca de novas oportunidades A alta carga tributária atrapalha tributária?
e de inovação. Esse estado de atenção os negócios? O nosso atual sistema tributário é
constante é essencial no dia a dia para A alta carga de tributos do País é ultrapassado e não atende às necessida-
o êxito de um negócio. hoje a variável que mais atrapalha a des e evoluções da economia. Por isso, é
atuação das empresas, tanto no merca- imperativo que se aprove e implemente
Qual a sua opinião sobre haver do local como no internacional. A car- o mais breve possível a reforma tributá-
destaque em Nota Fiscal do va- ga tributária tira a competitividade das ria, tornando a economia brasileira mais
lor dos tributos incluídos no pre- empresas e atinge também os próprios competitiva globalmente.
ço final dos produtos? Estados, mantendo esse processo com-
Entendemos que representa um plexo e oneroso. Uma das propostas da reforma
avanço importante. No entanto, em ra- é a desoneração das folhas de
zão da complexidade do nosso atual sis- O senhor acredita que a alterna- pagamentos. Com o grande nú-
tema tributário, é uma medida difícil de tiva mais viável seria a reforma mero de funcionários, qual será o
impacto disso para a Gerdau? Continuamos defendendo que a re- ção de mais empregos. Esse modelo
Mais importante do que calcular o forma tributária é altamente necessária e é semelhante ao dos antigos países
impacto dessa medida para uma empre- urgente. No mercado internacional, prin- medievais, onde o nobre, para dar a
sa, é verificar o que ela representa para cipalmente, compete-se, muitas vezes, autorização para o comerciante tra-
o Brasil. É indiscutível que o País perde por uma diferença de 0,5% a 1%. É por balhar, exigia o pagamento antecipado.
em competitividade, porque do total isso que os empresários, de modo ge- Essa cultura foi enterrada no mundo
do custo da folha de pagamento o co- ral, acreditam que a reforma tributária é moderno, mas ainda está incrustada na
laborador fica com 50%. Do valor bru- absolutamente necessária. A competição burocracia brasileira. Ainda não conse-
to total, pelo menos 40% são impostos. hoje, no País, não é mais local, é global. guimos romper esse traço cultural.
Quando se analisa uma cadeia produ-
tiva complexa, existem, no mínimo, dez O senhor afirmou também que O que mais o preocupa no atual
etapas nas quais esses impostos vão se o sistema tributário brasileiro é sistema tributário?
acumulando. São custos incorporados medieval. Por quê? Temos um sistema tributário muito
ao preço dos produtos, que oneram o Se um empresário investe R$ 100 complicado e confuso, além do peso da
consumidor e tiram a competitividade milhões para construir uma fábrica, por carga tributária e a sua regressividade,
das empresas no mercado internacional. exemplo, é obrigado a recolher R$ 30 ou seja, a elevada participação de tribu-
O Brasil é um dos raros países que con- milhões em impostos antes mesmo de tos indiretos. Todos esses fatores preci-
tinua a exportar tributos. começar a produzir, e se esse investi- sam ser equacionados com urgência. É
mento fosse feito em outro país, não preciso acabar com o excesso de leis, o
Há alguns anos, o senhor afirmou teria custo tributário antes de iniciar a alto custo de conformidade e a grande
em uma entrevista que a refor- operação. Os R$ 30 milhões, ou seja, quantidade de tributos.
ma tributária seria um dos temas esses 30% de impostos, poderiam ser
mais importantes para a econo- aplicados no que interessa: no aumento Qual a sua opinião sobre a tribu-
mia do Brasil. Continua sendo? da produção e na consequente gera- tação nas exportações?
O governo vem tomando atitudes
positivas referentes ao mercado interno,
“O verdadeiro como a redução do Imposto sobre Pro-
Leonid Streliaev
O que se está presenciando no mo- CSS provavelmente terá sua constitucio- proposta para a criação de um novo tri-
mento, não é a tentativa efetiva da volta nalidade discutida no Supremo Tribunal buto, similar à CPMF, havendo apenas a
da Contribuição Provisória sobre Movi- Federal – STF, em razão de não obedecer alteração do nome da contribuição e do
mentação ou Transmissão de Valores e de ao que dispõem os artigos 195, parágrafo percentual da alíquota, que anteriormente
Créditos e Direitos de Natureza Financei- 4º c/c 154, inc. I, ambos da C.F, os quais era de 0,38% e agora passaria para 0,10%.
ra – CPMF, que sucumbiu definitivamente exigem, entre outros requisitos, que tal Ressalte-se que a arrecadação da CPMF
em dezembro de 2007, mas a instituição contribuição seja não cumulativa. ficava em torno de R$ 36,5 bilhões anuais
de um novo tributo, denominado Con- Isso porque a cobrança da contribui- (dados de 2007), fato que nos remete à pos-
tribuição Social para a Saúde – CSS, cujo ção discutida não terá qualquer tipo de sibilidade de, por meio de um cálculo propor-
projeto prevê a destinação dos valores compensação de valores, incidindo de cional, projetar um valor de R$ 13,8 bilhões
arrecadados a este título para o financia- forma repetitiva e indiscriminada sobre de recolhimento anual do novo tributo.
mento da saúde pública. débitos em contas bancárias, e esta não- É de nosso entendimento que esta ver-
A possibilidade de sua introdução está compensação fere frontalmente disposi- ba, neste valor, o qual representa algo em
prevista no artigo 195, parágrafo 4º da ção constitucional clara. torno de 1,09% da carga tributária global
Constituição Federal Brasileira – C.F, na Porém, independentemente dessa dis- do País (cf. previsão para 2010), em nada
chamada competência tributária residual cussão judicial, precisamos refletir: o que se possibilitaria acabar com os problemas da
para instituir contribuição especial para a esconde por trás da proposta da instituição saúde pública do nosso País.
seguridade social. de uma nova contribuição para a saúde, a Também é importante atentarmos para
Porém, se aprovada nos moldes em qual nos remete à “recriação da CPMF”? o fato de que, como a forma de incidência
que está sendo atualmente discutida, a Estamos diante da discussão de uma deste novo tributo leva em consideração
os débitos efetuados em conta bancária, a flada da cobrança deste tributo. tiva dos Poderes Públicos e da sociedade,
exposição da movimentação bancária dos Para justificar a afirmação de que a destinadas a assegurar os direitos relativos à
contribuintes voltaria a ser obrigatória por criação da CSS em nada possibilitaria aca- saúde, à previdência e à assistência social”.
parte das instituições financeiras e estas in- bar com os problemas da saúde pública do Podemos constatar por meio deste
formações seriam destinadas ao órgão ar- nosso País, precisamos primeiramente ter dispositivo, que a saúde está inserida no
recadante. É notório que o acesso a estes ciência do texto trazido pela Constituição conceito de seguridade social.
dados sempre foi interessante para o Go- Federal em seu artigo 194, o qual dispõe Ainda de acordo com a C.F, em seu
verno Federal e, por este motivo, pode-se sobre a seguridade social nos seguintes artigo 195, há a indicação da origem dos
concluir que a volta deste tipo de controle termos: “A seguridade social compreende recursos para o financiamento da seguri-
pode vir a ser a intenção principal e camu- um conjunto integrado de ações de inicia- dade social, são eles:
a) Encargos da Previdência Social (Instituto Nacional do Seguro Social – INSS) do empregador, das empresas, das entidades
a ela equiparadas incidentes sobre:
a.1) folhas de salários e demais rendimentos pagos;
a.2) receita ou faturamento;
a.3) sobre o lucro.
b) Contribuições (INSS) do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social;
c) Receitas de concursos de prognósticos.
d) Do importador de bens ou serviços, ou de quem a ele a lei equiparar.
Levando-se em conta somente os da Contribuição Social Sobre o Lu- Em pesquisa ao site da Receita Fe-
tributos mencionados na Car ta Mag- cro – CSLL e da Contribuição para deral do Brasil – RFB, verificamos as
na, temos que a seguridade social é o Financiamento da Seguridade Social seguintes arrecadações, referentes a
financiada pelos recursos do INSS, – Cofins. estes tributos:
Diante deste quadro, o que pode- to para financiar a saúde pública, pois está que, novamente, os contribuintes venham
mos verificar é que todos os tributos claro que após a extinção da CPMF houve, a pagar pela ineficiência governamental na
que são destinados à Seguridade Social inclusive, um aumento na arrecadação. administração dos recursos arrecadados.
e, consequentemente, à saúde, tiveram, Com todos esses recursos crescen- Temos de dar um basta em tudo
de 2007, ano em que a CPMF foi extinta, do significativamente neste período, por isso! A sociedade não tolerará a cria-
até 2010 (previsão de arrecadação), um que a saúde pública continua em estado ção de mais um tributo que é comple-
crescimento nominal de 38% e, ainda, de lastimável? Será que estes valores foram tamente inoportuno e desnecessário, e
18% de crescimento real, ou seja, depois efetivamente destinados para o setor? que tem a finalidade precípua de se en-
de descontada a inflação do período. Será que a criação de um novo tributo, cobrir a má utilização e administração
Ora, o raciocínio é lógico, evidente- que arrecadaria aproximadamente R$ dos recursos públicos.
mente os valores destinados à saúde foram 14 bilhões no ano, efetivamente resol-
arrecadados e em grandes proporções, veria os problemas da saúde no Brasil? * João Eloi Olenike é tributarista, contador,
não existindo argumento que justificasse a Ou seja, torna-se muito cômoda a ins- auditor, professor de Contabilidade e Plane-
necessidade da criação de um novo tribu- tituição de um novo tributo, fazendo com jamento Tributário, e presidente do IBPT.
Comparando tais dados com os di- para isso que os tributos são pagos. Mais revolta ainda causa saber que, en-
vulgados pela OCDE em 2008, quando o É importante esclarecer, nesse tre os países em estágio de desenvolvimen-
Brasil, caso dela fizesse parte, estaria ocu- sentido, que o principal motivo dessa to equivalente ao brasileiro, o Brasil lidera,
pando a 18ª posição (com uma carga tri- grande distorção entre os países euro- disparado, o ranking em carga tributária:
butária de 34,7%, segundo dados do IBPT), peus com carga tributária elevada e o
percebe-se que o Brasil subiu quatro posi- Brasil – também com carga tributária
ções, chegando bem próximo de integrar muito elevada – não é o número de
a lista dos “TOP 10” dentre os países com habitantes, nem a extensão geográfica
as maiores cargas tributárias do mundo. ou qualquer outro motivo nesse senti-
Surpreende o fato de o Brasil so- do que se queira dar (que nada dizem
mente “perder” para países europeus respeito ao cálculo da carga tributária,
altamente desenvolvidos, como é o que é feito proporcionalmente ao ta-
caso dos países da Escandinávia (Sué- manho físico e econômico do país, pois
cia, Noruega, Dinamarca e Finlândia), justamente é a divisão do total arre-
que, ao contrário do Brasil, prestam cadado em tributos pelo PIB do país), * C.F. estudo elaborado pelo escritório Machado-Meyer, intitulado “
Tax burden in the world - A comparative Brasil x BRICS”, obtido em http://
serviços públicos de qualidade, garan- mas sim, e primordialmente, a quanti- www.indiabrazilchamber.org/en/?p=2094, acesso em 16 dez. 2010.
O verdadeiro
custo dos
tributos
Não é novidade que o Brasil tem do montante do tributo, deve ser apli- com alíquota nominal de 1,65%, inciden-
uma das mais altas cargas tributárias cada uma alíquota (percentagem) sobre te sobre o faturamento das empresas);
do mundo. Também se sabe que temos a base de cálculo (valor estabelecido na Cofins (contribuição federal com alíquo-
uma grande quantidade de tributos, legislação tributária). ta nominal de 7,6%, incidente sobre o fa-
uma burocracia eivada de normas de O grande problema da técnica de turamento das empresas), e IPI (imposto
todas as espécies e uma miríade de incidência utilizada no Brasil está na federal sobre produtos industrializados,
obrigações acessórias. Além disso, a inclusão do tributo na sua própria com alíquotas variáveis de 2% a 330%).
maior tributação se concentra sobre a base de cálculo (incidência “por den- A diferença da incidência “por den-
produção, o faturamento e os salários, tro”). Isso, além de dificultar o acom- tro” e “por fora” está no impacto no
que oneram injustamente o consumo panhamento da real incidência, eleva preço final das mercadorias e servi-
das famílias brasileiras. significativamente o custo da tributa- ços. O somatório das alíquotas de
Se não bastasse tudo isso, há mais ção para o consumidor. PIS e Cofins é 9,25%. Como no cálcu-
um agravante nessa situação caótica: a Os principais tributos que oneram o lo destas contribuições a incidência é
forma como esses tributos são cobra- preço final dos produtos e serviços são: “por dentro”, as alíquotas nominais de
dos, principalmente aqueles exigidos ICMS (imposto estadual com alíquotas 9,25% resultam em alíquotas reais de
do consumidor final. variáveis de acordo com o Estado e com 10,19%. Assim, verifica-se a diferença
De acordo com o correto uso da o produto/serviço, normalmente entre de incidência das principais alíquotas,
norma tributária, para a determinação 17% e 30%); PIS (contribuição federal conforme tabela abaixo:
9,25% 10,19%
17% 20,48%
18% 21,95%
19% 23,46%
25% 33,33%
26% 35,14%
27% 36,99%
30% 42,86%
A atual sistemática de cálculo houvesse esta anomalia que aumenta lo por dentro” nos tributos sobre o
eleva indevidamente a tributação indevidamente a tributação, seria de consumo, essa “inovação matemática”
em cerca de R$ 63 bilhões por ano, 32,99% e não 34,41% do PIB, segun- — infelizmente, diga-se de passagem
equivalente a 2,03% do Produto In- do dados do IBPT. — é “filha única” de pais brasileiros.
terno Bruto – PIB. Ou seja, a carga Além de ser grande a confusão e Isso quer dizer que não se têm no-
tributária brasileira de 2009, se não a dificuldade de se efetuar o “cálcu- tícias de que tal cálculo seja adotado
em outras par tes do globo terrestre. Unidos, onde existe um Sales Tax consumidor, o verdadeiro custo do
De fato, na Europa, por exemplo, (imposto sobre vendas) de compe- tributo por ele pago.
onde desde a edição da Sexta Diretiva tência estadual e local em vez de um Assim, fica evidente que a atual
sobre o Imposto sobre o Valor Agre- VAT, o cálculo é ainda mais direto e sistemática de cálculo da tributação,
gado – IVA ou Value Added Tax – VAT simples. Os industriais e atacadistas introduzida pelo regime militar dita-
já se unificou o sistema de cobrança devem apenas cer tificar ao Fisco torial e perpetuada pelos governos
desse tributo, o seu cálculo leva em que não são consumidores finais democráticos que o sucederam, é a
conta tão-somente o preço de com- dos bens adquiridos dentro da ca- mais injusta anomalia tributária. Jun-
pra/aquisição/importação do bem ou deia produtiva. Assim, as operações tamente com a sistemática de se cal-
do serviço em si, excluindo-se o valor por eles efetuadas são consideradas cular tributo sobre outros tributos
do próprio IVA. Além disso, lá também não-tributadas, sendo o imposto de- (Exemplo: PIS e Cofins que incidem
se aplica o princípio da não-cumula- vido somente quando da venda ao sobre ICMS, todos incidem sobre
tividade, ou seja, o contribuinte tem consumidor final. Desse modo, o cál- os tributos previdenciários), eleva o
direito a deduzir do valor do imposto culo da alíquota do imposto é feito preço final de mercadorias e serviços
a ser pago nas operações subsequen- diretamente sobre o preço anunciado para o consumidor em 7,2%. Por tan-
tes o montante de imposto devido em do produto ou ser viço, tornando to, é resultado da perversidade do
razão de operações passadas. fácil e transparente demonstrar ao governante brasileiro em relação ao
Diferentemente, nos Estados “contribuinte de fato”, ou seja, ao contribuinte que o sustenta.
aral é * Letícia M
Luiz do Am do ary Fernand
es
* Gilberto dos do Amaral é
or de estu vice-presiden
coordenad Plane- do Instituto B te
* João Elo
i Olenike stitu to B rasileiro de T e nejamento Tri
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ssora de Direito
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jamento Tri de extensão
e pós-gradua
ção,
É verdade que, em comparação com o setor privado que tem sofrido com deral e aos municípios o direito de utili-
outros países, o Brasil tem se saído rela- o aumento da inadimplência. Os Fiscos zação do tributo com efeito de confisco,
tivamente bem diante da crise econômi- também têm mostrado a sua preocu- estando inserido no Sistema Constitucio-
ca mundial. Um dos fatores que permite pação acerca deste tema. nal Tributário como uma norma de limi-
essa relativa menor vulnerabilidade é, sem Não obstante a questão da inadim- tação ao poder de tributar.
dúvida, a solidez do sistema financeiro. plência, atualmente convive-se, no País, A corrente doutrinária denominada
Outro fator foi a agilidade do Governo com uma elevada carga tributária que Law and Economics, largamente difundi-
Federal em tomar medidas visando esti- sufoca tanto contribuintes pessoas físi- da nos Estados Unidos e recentemen-
mular o mercado interno, para compen- cas quanto jurídicas. As empresas, por te introduzida no meio acadêmico no
sar as perdas sofridas com o mercado sua vez, perdem competitividade quan- Brasil, com o nome de Direito & Eco-
externo. Entre essas medidas destacam- do não são obrigadas a fechar suas por- nomia, aborda a inter-relação entre as
se a redução do Imposto sobre Produtos tas. As pessoas físicas têm a necessidade duas disciplinas, ou seja, esse movimen-
Industrializados - IPI para os automóveis, de suprimir do orçamento familiar mui- to doutrinário é formado por juristas e
para a linha branca e para os materiais de tas das suas despesas, para satisfazer o economistas que procuram analisar o
construção. Todas essas medidas propor- apetite arrecadatório do Fisco. fenômeno jurídico com base em princí-
cionaram a manutenção dos postos de O crescimento da carga tributária pios econômicos.
trabalho e reduziram a carga tributária de tem sido, ao longo dos últimos anos, Desta forma, pretende-se analisar
alguns produtos. Embora essas medidas muito superior ao crescimento do quais os reflexos econômicos que ad-
tenham sido boas e oportunas, deveriam, Produto Interno Bruto – PIB do País, vêm das normas tributárias, especial-
na verdade, ter se estendido para outros fato este que denota uma real perda mente as que ao longo dos últimos
segmentos da economia. do poder aquisitivo da população, em anos vêm aumentando a carga tribu-
O índice de inadimplência tem cres- especial da classe média, que é, sem dú- tária em nosso País. Muito embora a
cido significativamente. A inadimplência vida, a que mais tem sofrido os efeitos Constituição imponha um limite ao
junto aos bancos, financeiras, admi- nefastos de uma tributação excessiva. poder de tributar, não existe um limite
nistradoras de cartões de créditos e Ocorre, no entanto, que o artigo 150, quantitativo, razão pela qual se faz ne-
com os fornecedores é uma constante inciso IV, da Constituição Federal de 1988 cessária uma análise integrada das áreas
preocupação dos credores. Não é só veda à União, aos Estados, ao Distrito Fe- do direito e da economia.
É notório que as leis trazem repercus- programa foi criado por meio da Me- tes, necessitando a criação de programas
sões econômicas e, sendo assim, o direito dida Provisória nº 2.004-3-3, de 14 de de recuperação fiscal. Ocorre que esses
merece ser analisado em conjunto com a dezembro de 1999, que posteriormen- programas não foram a solução do pro-
economia, possibilitando-se, desta forma, te foi convertida na Lei nº 9.962/2000, blema da inadimplência do contribuinte.
fazer uma relação de causa e efeito. objetivando a regularização dos créditos Este, além de ter a obrigação de pagar os
O que se tem constatado na realida- tributários da União. Outros programas tributos vencidos, tinha, também, a obri-
de fiscal dos últimos anos, no País, é que de parcelamentos especiais foram cria- gação de pagar os vincendos. Ocorre
o Estado arrecada cada vez mais, gasta dos, tais como: o Parcelamento Especial que a carga tributária continuou a crescer,
muito e gasta mal. Não é um gasto volta- – PAES em 2003, por meio da Lei nº impedindo, assim, que muitos contribuin-
do para o desenvolvimento do País. 10.684/2003, e o Parcelamento Excep- tes conseguissem honrar os seus com-
É importante ressaltar, ainda, que cional – PAEX no ano de 2006, por promissos junto ao Fisco.
o diálogo entre economistas e juris- meio da Medida Provisória nº 303/2006. Em 2008, a carga tributária atingiu
tas tem especial relevância atualmente, Semelhante ao que ocorreu no âmbito 35,16% do PIB, deixando, novamente, os
pois visa à retomada do crescimento federal, com a instituição do Programa de contribuintes em situação de dificuldade.
econômico do País. Tem-se que as ba- Recuperação Fiscal, não demorou muito Com o intuito de “aliviar” o contribuinte, o
ses teóricas da economia estão centra- para vir a ocorrer com vários Estados Governo Federal criou um novo progra-
das no conceito da eficiência, ao passo da Federação. O Conselho Nacional de ma de parcelamento de dívidas fiscais, por
que as bases teóricas do direito estão Política Fazendária - Confaz, que reúne o meio da MP 449/2008, que posteriormen-
centradas no conceito de justiça. ministro da Fazenda e os Secretários Es- te foi convertida na Lei nº 11.941/2009.
Para que se possa identificar se a carga taduais da Fazenda, celebraram os Con- Portanto, a conjugação de fatores,
tributária brasileira já atingiu o limite im- vênios ICMS nº 31, 32 e 33/2000, tendo como a elevação da carga tributária
posto pela Constituição, deve-se primei- em vista a instituição de programas de re- acima de um limite suportável e a ne-
ro fazer um retrospecto da evolução da cuperação fiscal a serem implementados cessidade de se criarem programas de
mesma, bem como a análise da situação no âmbito estadual. As prefeituras tam- recuperação fiscal, denotam que a ca-
econômica ao longo dos últimos anos. bém instituíram programas semelhantes pacidade contributiva tinha se exaurido.
Assim, no início dos anos 90, a car- para recuperar os créditos tributários de- O que a sociedade necessita não é a
ga tributária brasileira média girava em correntes do inadimplemento do Impos- criação de programas de parcelamen-
torno de 25% sobre o Produto Interno to Predial e Territorial Urbano – IPTU. tos especiais, quando o contribuinte já
Bruto. No entanto, no ano 2000, a car- Os parcelamentos especiais edita- não tem mais capacidade de pagamento,
ga tributária média do País ultrapassava dos pelo Governo Federal arrecadaram, mas sim, que se tenha uma carga tribu-
os 30% do PIB. Ocorre que o aumen- até dezembro de 2008, a importância tária adequada, de modo a permitir uma
to significativo da carga tributária aca- de R$ 40,35 bilhões (valores corrigidos rentabilidade da atividade econômica e,
bou por asfixiar o contribuinte, tanto pelo Índice Nacional de Preços ao Con- também, uma adimplência fiscal.
pessoa física quanto jurídica. Estas, por sumidor Amplo - IPCA). Verifica-se que Diante dos níveis de tributação com
sua vez, declaravam as suas receitas, no há um ciclo na criação de programas de que o País convive atualmente e, pelo
entanto, não pagavam os tributos por parcelamentos especiais, ou seja, a cada fato de ser esse o principal motivo que
não possuírem recursos para tal. Essa quatro anos, em média, um novo plano é impede o desenvolvimento do Brasil,
situação ocorreu com uma quantidade criado quando o plano anterior já mos- pode-se afirmar que já existem ele-
expressiva de empresas, formando- tra sinais de queda na arrecadação. mentos suficientes para comprovar a
se, assim, um enorme contingente de Constata-se, assim, que a elevação da existência do efeito de confisco.
inadimplentes junto ao Fisco. carga tributária média, de um patamar
Diante de tal situação, foi instituído de 25% para mais de 30%, no início dos * Fernando Steinbruch é diretor
um programa de recuperação fiscal, que anos 2000, fez com que se criasse um técnico do Instituto Brasileiro de Plane-
veio a ser denominado de Refis. Este contingente de contribuintes inadimplen- jamento Tributário - IBPT.
In Brazil, tax collection is heavily concentrated increasing domestic debt; low inflation (but with
on the production of goods and services, which some concerns); lack of substantial investments
represents the taxation on consumption or sales in infrastructure; Dollar devaluation vis-à-vis the
tax, and payroll. Real thus hindering exports of manufactured
The taxation on production, applicable for goods and encouraging imports.
companies and reverted as a cost of goods The creation and increase of taxes in Brazil
and services for consumption, is represented since 2002 have given the Federal Government
by numerous taxes and contributions, such as some extra cash to manage its policy of expanding
Tax on the Circulation of Goods, Transportation social expenditure, but they have prevented the
and Communication Services; Social Security Government from making high investments in
Financing Contributions; Tax on Industrialized infrastructure works.
Products; Municipal Service Tax; Income Tax of In order to increase the tax collection of Tax
Legal Entities; Social Contribution on Net Profit on the Circulation of Goods, Transportation and
levied on corporations for the financing of social Communication Services – ICMS, the States of
security; Import Duty; the most of taxes on foreign the Federation have enhanced a lot the use of
trade; among others. Such taxation results in definitive taxation at source, while implementing
approximately 75% of Brazil’s gross tax collection, electronic systems of tax supervision.Assuredly, the
including Federal, State, and municipal taxes. enhancement in the use of modern tax monitoring
In turn, the taxation on wealth and income procedures has been bringing very positive results
of individuals represents just 25% of such Brazil’s for Federal and State tax collection.
gross tax collection. The economic growth has made the production
Throughout history, the Brazilian tax system has and sales of vehicles reach high levels of market,
mirrored the experiences of other countries and resulting in a stunning increase in the tax collection
has privileged the easiness of tax collecting without of MotorVehicle PropertyTax – IPVA. Nevertheless,
any greater concern with achieving tax fairness. the Federal Government still gives priority to
Tax collection in poor and developing countries the increase in contributions to the detriment of
is concentrated on sales and consumption taxes shared taxes, worrying many state governments
because the average income of the population is which prevents an effective tax reform.
low, hindering the collection of taxes on income Considering Brazil’s gross tax collection, 69% of it
and on wealth. results from Federal taxes; 25% from State taxes; and,
However, such taxation procedure creates 06% from municipal taxes. Even after the constitutional
an unfair tax system because it highly charges sharing, 60% of Brazil’s net tax collection goes to the
the poor population, without considering the Federal Government, 25% of it to State Governments,
ability to pay’s principle, according to which the and 15% to Municipal Governments.
taxation must respect the economic capacity of This is also a problem of the current tax model
each taxpayer.Thus, the taxation on consumption established in the Brazilian Constitution, because it
is regressive, unlike the taxation of income and privileges the concentration of tax collection in the
wealth that are progressive. hands of the Federal Government that has been
Brazil’s political and economic scenario for adopting political criteria in order to decide the
2011/2014 is shaped by high public expenditure; sharing of such tax collection, causing a constant
decreasing interest rates; controlled foreign debt; dissatisfaction of the 5.565 municipalities.
Just for the records, the Federal Government environmentally correct raw materials, the
has recently brought up for discussion the idea taxation will be milder.
of reintroduction in our tax system a new tax, Moreover, the clothes manufactured with
similar to the old CPMF1, this time named Social recycled fabric will be under a lower taxation, instead
Contribution for Health Care – CSS. of those manufactured with not recycled or not
Due to global warming and the economic recyclable fabric. Such concept will be also valid for
consequences of climate changes, there will be the some goods, including machinery and equipments,
creation of an environmental tax, as proposed by and this differentiated model of ecological taxation
the Ministry of the Environment in Brazil. There may be extended to the processed foods.
will also be a gradual change of the incidence Social issues will also be taken into account
of Social Security Tax on payroll, increasing tax in regard to taxation. Nowadays, for instance, the
incidence on revenue, as mentioned in the coal that is used in a barbecue pit is taxed without
Federal Constitution. taking into consideration the raw material that it
Considering the implementation of the new was made of, neither the way it was manufactured,
Internal Revenue Service in Brazil, we see a nor the labor. In the very near future, taxes may
severe struggle against outsourced employees be considerably increased for industries, factories
and against the payment of benefits off-payroll. or companies that use child labor or that do not
Some recent Federal Government measures provide good working conditions. Meanwhile,
indicate possible reductions of the federal excise a socially and environmentally responsible
tax on the manufacturing of goods, named IPI. company will be mildly taxed.
From the year 2011 on, the debates about Therefore, the greatest challenge in terms
a large and deep tax reform will return to the of taxation is to harmonize the fair plea of
agenda of national debates, despite the difficulties the productive sectors for a less complex and
and insecurity of the present rulers as to the fair less bureaucratic tax system, with the greed of
sharing of tax collection. the government and the lack of priority from
The environmental taxation will be intensified politicians in order to satisfy the interests of
by the use of greater tax rates on the activities the population.
that cause environmental impacts and damage.
Consequently, such rates will be lower on the
activities of environmental protection and recovery.
* Gilberto Luiz do Amaral is tax lawyer,
Therefore, the taxation will be closely linked accountant, professor of postgraduation
to social and environmental issues. We will soon courses in Law, Planning andTax Management,
have a hybrid tax system, in which the traditional research study coordinator of the Brazilian
concepts of taxes, fees and contributions shall Institute of Tax Planning – IBPT, and president
be reviewed. Several paradigms will be broken, of the Tax Governance Institute – IGTAX.
such as the one that prohibits a different taxation
* Cristiano Lisboa Yazbek is tax lawyer,
on equal products, even if they use different postgraduate in Law and Tax Planning,
raw materials. In this manner, if a product is author of Tax Law reviews and opinions,
manufactured with raw materials that harm director of the Brazilian Institute of Tax
the environment, such product will be highly Planning – IBPT.
taxed. On the other hand, if a similar one uses
Provisional Contribution on Financial Transfers, a federal tax on financial transactions, levied on bank account debits. Similar to
1
A arrecadação tributária brasileira está fortemen- Mas, tal proceder torna o sistema tributário injus-
te concentrada nos tributos sobre a produção de to, pois onera de maneira elevada as populações mais
bens e serviços (que se traduz na tributação sobre o pobres, sem que os mais ricos contribuam na sua exa-
consumo) e na tributação direta sobre os salários. ta capacidade econômica. Assim, a tributação sobre
A tributação sobre a produção, aplicável às o consumo é regressiva, ao contrário da tributação
empresas e que se traduz como custo de bens e sobre renda e patrimônio que são progressivas.
serviços no consumo, é representada por inúme- O cenário político-econômico de 2011/2014
ros impostos, taxas e contribuições: Imposto sobre está moldado em gastos públicos elevados, juros
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias em queda, dívida externa controlada, dívida interna
e sobre Prestações de Serviços de Transporte Inte- em elevação, baixa inflação (mas com preocupa-
restadual, Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ções), falta de investimentos substanciais em infra-
Programa de Integração Social – PIS, Contribuição estrutura, apreciação do Real em relação ao Dólar,
para Financiamento da Seguridade Social – Cofins, dificultando as exportações de manufaturados e
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, Im- incentivando as importações.
posto Sobre Serviços – ISS, Imposto de Renda da A criação e majoração de tributos ocorrida
Pessoa Jurídica – IRPJ, Contribuição Social sobre o a partir de 2002 dão ao Governo Federal algum
Lucro Líquido – CSLL, Contribuição Previdenciá- fôlego de caixa para ir tocando sua política de am-
ria, Imposto de Importação – II, a maior parte dos pliação de gastos sociais, mas o impede de fazer
tributos sobre comércio exterior, entre outros. Tal grandes investimentos em obras de infraestrutura.
tributação resulta em aproximadamente 75% de Os Estados, para aumentar a arrecadação do
toda a arrecadação tributária nos três níveis (fede- ICMS, têm alargado em muito a aplicação da subs-
ral, estadual e municipal). tituição tributária, ao mesmo tempo em que im-
Por sua vez, a tributação sobre patrimônio e plementam com a União sistemas eletrônicos de
renda das pessoas físicas representa somente 25% fiscalização (Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, Sistema
do total da arrecadação tributária nos três níveis. Público de Escrituração Digital – SPED, entre ou-
Ao longo da história, o sistema tributário brasi- tros). Indubitavelmente, a aceleração de procedi-
leiro caminhou a reboque das experiências de ou- mentos eletrônicos de fiscalização já traz resultados
tros países, baseado na facilidade de arrecadação e muito positivos para a arrecadação, principalmente
sem uma preocupação maior em se cumprir com da União e Estados.
uma justiça tributária. Com o crescimento econômico, a produção e
É certo que os países pobres ou em desenvolvi- venda de veículos alcançaram elevados índices co-
mento concentram suas arrecadações nos tributos merciais, resultando em um magnífico incremento
embutidos no preço final de mercadorias e servi- de arrecadação do Imposto sobre a Propriedade
ços (denominados tributos sobre o consumo), já de Veículos Automotores – IPVA. Apesar disso, o
que a renda média da população é pequena, o que Governo Federal tem privilegiado o aumento das
dificulta a cobrança de tributos sobre a renda e contribuições em detrimento dos impostos parti-
sobre o patrimônio. lhados, preocupando muitos Governos Estaduais, o
que impede uma reforma tributária efetiva. rios paradigmas, como de que não se pode tributar
Do total da arrecadação tributária, 69% é obtida de maneira diferente produtos iguais, mesmo que
pela União, 25% pelos Estados e 6% pelos municí- utilizem matérias-primas diferentes.
pios. Mesmo após a partilha constitucional, a União Assim, se determinado produto for fabricado
fica com 60% da arrecadação tributária líquida, os com matéria-prima que agrida o meio ambiente ele
Estados com 25% e os municípios com 15%. será altamente taxado, enquanto que o seu similar
Este também é um problema do atual modelo que utilize matéria-prima corretamente ecológica
constitucional tributário, pois privilegia a concentra- terá uma tributação amena. Na fabricação de con-
ção da arrecadação tributária nas mãos da União, fecções, se o tecido utilizado é reciclado, ele terá
cuja distribuição tem sido feita por critérios polí- menor tributação, enquanto que aquele que utilize
tico-par tidários, gerando a constante insatisfação tecido não-reciclado (ou não-reciclável) será taxa-
dos 5.565 prefeitos. do a mais. Vale o mesmo conceito para a maior
Registre-se ainda que recentemente se retomou parte dos bens, inclusive máquinas e equipamentos,
a discussão para a reintrodução em nosso sistema podendo chegar esta diferenciada tributação eco-
tributário de um tipo de tributo nos moldes da an- lógica a atingir os alimentos industrializados.
tiga Contribuição Provisória sobre a Movimentação Também as questões sociais serão levadas em
ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos conta quanto à tributação. Hoje, por exemplo, o car-
de Natureza Financeira – CPMF, denominada Con- vão que é consumido em churrasqueiras é tributado
tribuição Social para a Saúde – CSS. da mesma maneira, independentemente da matéria-
Face ao aquecimento global e aos reflexos eco- prima que utiliza, da forma como é produzido e da
nômicos das mudanças climáticas, há proposta de mão de obra que é utilizada. No futuro (bem pró-
criação de um tributo ambiental, que pode ser a ximo), se a fábrica utilizar mão de obra infantil ou
Contribuição de Intervenção no Domínio Econô- não ter boas condições de trabalho na fabricação do
mico – CIDE Ambiental, nos moldes propostos pelo produto, ela poderá ter uma tributação acentuada,
Ministério do Meio Ambiente. Haverá a mudança enquanto que aquela que é social e ambientalmente
gradual na incidência da contribuição previdenciária responsável terá uma tributação menor.
sobre a folha de pagamento para o faturamento, Portanto, o grande desafio é conciliar o justo
como já está previsto no texto constitucional. pleito dos setores produtivos por um sistema tri-
Com a consolidação da Super-Receita (Receita butário mais simples e menos burocrático, com a
Federal do Brasil), constata-se forte combate fiscal ganância dos governantes e a falta de prioridade
às terceirizações e ao pagamento de benefícios por da classe política brasileira em bem cumprir com a
fora da folha de pagamento. Recentes medidas do defesa dos interesses da população.
Governo Federal acenam para a redução do IPI.
A par tir de 2011, os debates sobre uma reforma
tributária de grandes dimensões retornarão à pauta * Gilberto Luiz do Amaral é advogado
de discussões nacionais, apesar das dificuldades e tributarista, contador, professor de pós-gra-
da insegurança dos atuais governantes quanto ao duação em Direito, Planejamento e Gestão
justo par tilhamento da arrecadação tributária. Tributária, coordenador de Estudos do Ins-
A tributação ambiental deverá ser intensificada tituto Brasileiro de Planejamento Tributário
com a utilização de alíquotas maiores para as ativi- – IBPT e presidente do Instituto de Gover-
dades que tragam impacto ambiental, com a conse- nança Tributária – IGTAX.
quente diminuição sobre as atividades de proteção
e recuperação do meio ambiente. * Cristiano Lisboa Yazbek é advogado
Por tanto, a tributação estará intimamente li- tributarista, pós-graduado em Legislação e Pla-
gada às questões sociais e ambientais. Teremos em nejamento Tributário, autor de estudos e pa-
breve um sistema tributário híbrido, em que os tra- receres jurídico-tributários, diretor do Instituto
dicionais conceitos de impostos, taxas e contribui- Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT.
ções terão de ser revistos. Haverá a quebra de vá-
Normas gerais Os Estados editaram 1.095.279 normas por dia ou 204,04 normas por
estaduais normas, sendo 250.540 leis comple- dia útil, em nível estadual. Neste pe-
mentares e ordinárias, 363.418 decre- ríodo, em média, cada Estado editou
tos e 481.321 normas complementa- 40.566 normas, o que dá 5,05 norma/
res. Em média, foram editadas 136,33 dia ou 7,56 norma/dia útil.
Normas tributárias Do total de normas editadas no Brasil tributárias), 83.516 normas tributárias
nestes 22 anos, cerca de 6% se referem estaduais (33,5% das normas tributárias)
à matéria tributária. São 28.591 normas e 137.017 normas tributárias municipais
tributárias federais (11,5% das normas (55% das normas tributárias).
Normas tributárias Em média, foram editadas 31 normas tributárias/dia ou 1,3 norma tributária por hora.
por dia
Revista Governança Tributária • 37 •
Artigo
Normas tributárias Em média, foram editadas 46 nor- o Distrito Federal e a média/dia útil das
por dia útil mas tributárias/dia útil ou 5,8 normas por normas municipais pelos 5.567 municípios
hora/útil. Dividindo-se a média/dia útil das brasileiros, temos que são editadas por dia
normas estaduais pelos 26 Estados mais útil cerca de 5,91 normas tributárias.
Normas gerais e Do total de 4.155.915 normas gerais pletou 22 anos. Das 249.124 normas tri-
tributárias em vigor editadas, 13,02% ou 541.100 estavam em butárias editadas, 7,4% ou 18.409 estavam
vigor quando a Constituição Federal com- em vigor em 5 de outubro de 2010.
Quantificação das nor- Em média, cada norma tributária edi- 2,33 parágrafos, 7,45 incisos e 0,98 alínea.
mas tributárias em vigor tada tem 11,23 artigos, cada artigo tem Assim, foram editados neste período
Normas tributárias Em média, foram editadas 46 nor- o Distrito Federal e a média/dia útil das
por dia útil mas tributárias/dia útil ou 5,8 normas por normas municipais pelos 5.567 municípios
hora/útil. Dividindo-se a média/dia útil das brasileiros, temos que são editadas por dia
normas estaduais pelos 26 Estados mais útil cerca de 5,91 normas tributárias.
Normas gerais e Do total de 4.155.915 normas gerais pletou 22 anos. Das 249.124 normas tri-
tributárias em vigor editadas, 13,02% ou 541.100 estavam em butárias editadas, 7,4% ou 18.409 estavam
vigor quando a Constituição Federal com- em vigor em 5 de outubro de 2010.
Quantificação das nor- Em média, cada norma tributária 6.518.547 parágrafos, 20.842.563 in-
mas tributárias em vigor editada tem 11,23 artigos, cada arti- cisos e 2.741.706 alíneas.
go tem 2,33 parágrafos, 7,45 incisos Estão em vigor 206.733 ar tigos,
e 0,98 alínea. Assim, foram editados, 481.688 parágrafos, 1.540.161 incisos
neste período, 2.797.659 artigos, e 202.596 alíneas.
Quantidade das Como a média das empresas não rea- de normas, se impressas em papel for-
normas tributárias liza negócios em todos os Estados brasi- mato A4 e letra tipo Arial 12. Em decor-
em vigor: pela leiros, a estimativa de normas que cada rência desta quantidade de normas, as
ótica das empresas uma deve seguir é de 3.422, ou 38.429 empresas gastam cerca de R$ 42 bilhões
artigos, 89.540 parágrafos, 286.296 inci- por ano para manter pessoal, sistemas e
sos e 37.660 alíneas. equipamentos no acompanhamento das
Isto corresponde a 5,9 quilômetros modificações da legislação.
Quantidade de normas Dividindo-se a quantidade de normas 1988 foi editada uma norma geral para
por habitante editadas pelo número de habitantes do cada grupo de 300 habitantes. No perío-
País, verifica-se que nos três anos ante- do de 1989 a 2010 foi editada uma nor-
riores à promulgação da Constituição de ma para cada grupo de 47 habitantes.
IBPT: há 19 anos
instruindo e conscientizando
o Brasil sobre tributos.
O
Instituto Brasileiro de Plane- apuração e comparação da carga tribu- Durante os anos em que está na ativa,
jamento Tributário - IBPT foi tária individual e dos diversos setores o IBPT conseguiu produzir um número
fundado em 1992, originado da economia, e analisar os dados oficiais expressivo de estudos de natureza tribu-
da Associação Brasileira de Defesa do dos tributos cobrados no Brasil. tária, sendo, no País, o Instituto que gera
Contribuinte – ABDC, em Curitiba, Pa- O Instituto visa, ainda, desenvolver mais quantidade de informações sobre
raná, para ser um instrumento de análi- estudos sobre a carga tributária brasi- a tributação. Além disso, tem uma forte
se, dentro de parâmetros acadêmicos e leira e o seu planejamento, sendo um atuação junto ao Congresso Nacional,
científicos, e informação sobre o cená- instrumento que disponibiliza informa- aos setores empresariais e às entidades
rio tributário brasileiro, desenvolvendo ções para a crítica a respeito da tri- que representam os setores produtivos
estudos setoriais e o planejamento tri- butação existente no Brasil, levando à nacionais, fazendo análises tributárias.
butário das empresas, e tomando como conscientização da população sobre a O Instituto também atua intensamen-
base conhecimentos adquiridos nas aplicação do dinheiro público. te no campo da conscientização dos ci-
áreas do Direito, das Ciências Contá- Ao longo de sua história, o IBPT dadãos sobre o volume tributário ao qual
beis, da Economia e da Administração. ganhou notoriedade ao fazer análises estão submetidos, contando sempre com
Dentro do foco da tributação, o da carga tributária, frente aos órgãos o apoio da imprensa de todo o País. Nes-
IBPT tem o objetivo de reunir especia- oficiais, como o Instituto Brasileiro de te aspecto, tem acumulado significativas
listas em planejamento tributário, difun- Geografia e Estatística – IBGE, um dos vitórias sociais, como a derrubada da Me-
dir sistemas de economia legal de im- mais conhecidos do Brasil, e por infor- dida Provisória - MP 232 e a extinção da
postos, divulgar cientificamente o tema, mar e exercer uma crítica ferrenha so- Contribuição Provisória sobre Movimen-
estudar as informações técnicas para a bre a tributação brasileira. tação Financeira – CPMF.
Projetos do IBPT
Impostômetro
Metodologia
O Impostômetro tem como base Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. tados e da Secretaria do Tesouro Nacional
para o levantamento de dados federais as Quanto às receitas dos Estados e do Dis- do Ministério da Fazenda, e as dos muni-
arrecadações da Receita Federal do Brasil trito Federal, o Impostômetro utiliza-se dos cípios, pela Secretaria do Tesouro Nacional,
e da Secretaria do Tesouro Nacional, e in- dados do Conselho Nacional de Política Fa- pelos municípios que divulgam seus núme-
formações da Caixa Econômica Federal, do zendária – Confaz, das Secretarias Estaduais ros devido à Lei de Responsabilidade Fiscal
Tribunal de Contas da União e do Instituto de Fazenda, dosTribunais de Contas dos Es- e pelos Tribunais de Contas dos Estados.
Todo cidadão paga impostos, seja o mais mostrar que todo cidadão paga im-
Calculadora do humilde ou o mais rico, por isso o Instituto posto e deve ser informado de ma-
Imposto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, neira transparente.
juntamente com a Associação Comercial de A Calculadora do Imposto é capaz de
São Paulo - ACSP,criou a Calculadora do Im- medir a tributação arrecadada em super-
posto, cujo objetivo é conscientizar a socie- mercado, luz, telefone, água, gás, vestuário,
dade a respeito dos tributos brasileiros. transporte, saúde, educação, entre outros
Esta importante ferramenta visa serviços que fazem parte do dia a dia do
Em defesa do cidadão
Tendo como missão difundir as ques- Instituto busca estimular o debate entre
Conscientizando o tões tributárias para a sociedade, o IBPT o governo, as instituições de ensino e a
cidadão do futuro está empenhado, neste momento, em população em geral, visando implemen-
despertar a consciência tributária no ci- tar nos currículos escolares e acadêmicos
dadão do futuro. Com esse enfoque, o matérias referentes à cidadania tributária.
Contador, bacharel em Direito pela Faculdades de Direito Curitiba – FDC, pós-graduado em Administração
Financeira pelo CDE da Faculdade Católica de Economia – FAE, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário – IBPT, conselheiro representante do Estado do Paraná no Conselho Federal de Contabilidade –
CFC, perito judicial, consultor, auditor e empresário na área tributária, autor de estudos tributários pelo IBPT e
professor em cursos de pós-graduação em diversas instituições.
Advogada, mestre em Direito Internacional e Europeu de Negócios pela Université de Sciences Sociales Toulouse I
(França), reconhecido pela Universidade de São Paulo – USP, com experiência profissional na Gray’ s Inn Tax Chambers
em Londres/UK, professora em cursos de pós-graduação e de aperfeiçoamento na área tributária, professora de Direito
e Processo Tributário em cursos de extensão e pós-graduação, diretora do Instituto de Governança Tributária – IGTAX,
vice-presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, sócia da Amaral & Advogados Associados, de
Curitiba, e coautora de artigos jurídicos e de estudos sobre a carga tributária brasileira.
Fernando Steinbruch
Advogado tributarista, administrador, pós-graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos
Tributários, mestre em Direitos Fundamentais pela Universidade Luterana do Brasil, professor de Planejamento
Tributário, Direito Tributário e de Governança Tributária em cursos de graduação e de pós-graduação, autor de
artigos tributários, coautor de estudos tributários, diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário –
IBPT e sócio da Steinbruch & Torvaldo Advogados S/S.
Advogado tributarista, com especialização em Legislação e Planejamento Tributário pela Universidade Positivo,
sócio da Amaral & Advogados Associados, de Curitiba, autor de estudos e pareceres jurídico-tributários e diretor
do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT.