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Salesianos de Manique – Escola

A influência dos media na sociedade

Ciências Socioeconómicas

12º Ano, turma D

Elementos do grupo:

Ana Catarina Falcão, nº2

Diogo Dias, nº8

Pedro Roma, nº23

Sandra Pereira, nº24

17.05.2016
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A INFLUÊNCIA DOS MEDIA NA SOCIEDADE

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A INFLUÊNCIA DOS MEDIA NA SOCIEDADE

Índice
Introdução .............................................................................................................. 5

O que são os media? ............................................................................................. 6

Breve história da comunicação............................................................................. 7

Funções dos meios de comunicação social ........................................................ 9

O jornalismo e a informação ............................................................................... 10

A internet .............................................................................................................. 13

Redes sociais.................................................................................................... 15

Massificação das redes sociais ................................................................... 15

Os media enquanto construtores da opinião pública ....................................... 16

Entretenimento nos media .................................................................................. 18

Infotainment ..................................................................................................... 18

O entretenimento como forma de criar padrões normais na sociedade ...... 19

A comunicação social no âmbito da Sociologia ................................................ 20

Conclusão............................................................................................................. 23

Webgrafia.............................................................................................................. 25

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Introdução
“Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar. Da
comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.

Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a
forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes
problemas. A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no
rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. Mas se a envolvemos em
delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceite com
facilidade.” - Contos árabes

A forma como as comunidades humanas comunicam variou, varia e continuará a


variar ao longo da existência da espécie. Vivemos para nós mesmos, mas
essencialmente para o outro, daí se afirmar que “Não é a consciência do homem que
lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a
consciência.” – Karl Marx

Daí, e para satisfazer a necessidade complexa de comunicar, o Homem foi


inventando mecanismos que permitissem a comunicação com o outro. Assim,
distinguimos dois tipos de meios de comunicação:

• os meios de comunicação pessoal, que têm como objetivo a


transmissão de informação pessoal, ou, por outras palavras, a comunicação
não direta entre duas ou mais pessoas, como é o caso do telefone, do
telemóvel, das cartas e da Internet;

• os meios de comunicação social, que têm como objetivo a


transmissão de informação que diz respeito à sociedade, e que, ao contrário
dos meios de comunicação pessoal, dirigem-se a um público muito mais vasto,
não tendo, por esse motivo, o intuito de partilhar informação pessoal, mas sim
informação que se mostre relevante para o seu público-alvo. Têm-se assim
como exemplos a rádio, a televisão, o cinema, a imprensa e os livros.

O trabalho refletirá sobre os segundos tipos de meio de comunicação, os sociais, e


na sua relação com a sociedade. O intuito do grupo com a realização deste trabalho é
perceber qual dos dois influencia o outro: se é a sociedade que influencia os meios de
comunicação social, ou se o contrário, pelo que para isso tentará perceber o que são
na realidade os media (ou meios de comunicação social), a que necessidades vieram
a responder ao longo do tempo e que impacto têm nas diversas ramificações das
sociedades.

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O que são os media?


Por media entende-se o conjunto de sistemas organizados de produção, difusão e
receção de informação ou de dados onde se permite dirigir uma mensagem a um
público-alvo anónimo, podendo este público ser mais ou menos abrangente.

Assim, os media ou meios de comunicação social, como foi já explicado acima,


diferem dos meios de comunicação pessoal na medida em que não pretendem
receber uma resposta direta dos seus recetores, pelo que o processo de comunicação
não é retribuído.

Por processo de comunicação entende-se a forma como um sujeito faz a sua


mensagem chegar ao destinatário, pelo que se divide em três etapas:

1. emissor, fonte ou origem: entidade que pretende comunicar uma


mensagem:
a. significado: ideia que o emissor deseja comunicar;
b. codificador: forma como a mensagem é elaborada para que possa
chegar ao destinatário.
2. mensagem: ideia que o emissor deseja comunicar:
a. canal ou veículo: espaço situado entre o emissor e o recetor;
b. ruído: qualquer distúrbio ou perturbação que resulte em perda de
informação na transmissão da mensagem.
3. recetor: a mensagem é recebida a quem é comunicada:
a. descodificador: mecanismo que decifra a mensagem, permitindo ao
recetor compreendê-la;
b. compreensão: entendimento da mensagem por parte do recetor;
c. regulamentação: confirmação da mensagem do emissor pelo
feedback do recetor. Esta etapa é eliminada nos meios de
comunicação social pois, como se viu, não esperam resposta.

Figura 1

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Consideram-se meios de comunicação social


os livros, os jornais, as revistas, a televisão, a
rádio e a internet, entre outros. Estes meios
podem apresentar-se em diversos formatos,
físico (impresso), analógico e digital, chegando a
cerca de 99% da população mundial, a todos os
continentes.

Figura 2

Breve história da comunicação


Ao perceber quais as intenções dos meios de comunicação, poderemos então
entender o surgimento dos vários instrumentos que permitiram às sociedades
progredirem e alastrarem-se, sem perderem contacto umas com as outras.

Sinteticamente apresentam-se assim:

 a arte rupestre (40.000 anos a.C.), que seria uma forma de manifestação
simbólica, mas também um modo de assegurar a sobrevivência das futuras
gerações;
 a utilização do papiro para efeitos de escrita por parte da civilização egípcia
(2500 anos a.C.);
 o correio, inicialmente utilizado também no Antigo Egito (2400 anos a.C.),
que permitia difundir informação entre povos que estivessem a alguns
quilómetros de distância entre si;
 os telégrafos, que inicialmente poderiam ser: de tochas, de tambores ou de
fumo; tinham como objetivo transmitir mensagens a longas distâncias;
 o jornal que, apesar de ter tido a sua origem muitos séculos antes, passou a
ser comummente usado e distribuído em grandes quantidades a partir do
século XVII, com a invenção da prensa móvel por Johannes Gutenberg;
 o telégrafo elétrico, inventado por Samuel Morse no século XIX, permitiu o
envio de mensagens codificadas a longas distâncias utilizando apenas o
som;
 o rádio, inventado por Nikola Tesla no final do século XIX, impõe-se no
século XX como um meio de comunicação muito importante nas
comunicações a longas distâncias, pelo que, sendo de fácil acesso a grande
parte das famílias, tornou-se fundamental na construção de uma
consciência de massas;

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 o telefone, também apelidado de “telégrafo falante”, foi inventado no século


XIX, sendo um importante meio de comunicação, pois permitia o envio de
voz a longas distâncias;
 a televisão, inventada no século XX, associa o som à imagem, encarregou-
se de fornecer informação e entretenimento, do mais variado tipo,
primeiramente às elites que possuíam recursos para obter os instrumentos,
e numa segunda fase a quase toda a população, quando se generalizou o
seu uso;
 por fim, a Internet, inventada no século XX, é definida como uma rede que
reúne todos os dispositivos ligados a esta. O que começou por ser, na sua
origem, uma rede virtual que interligava dezenas de computadores, cujo
principal objetivo seria o de facilitar o trabalho nas empresas pela
capacidade de comunicação entre os seus funcionários, tornou-se no
mundo atual o mais complexo meio de comunicação social, pelo que é
responsável pela interligação do mundo nos diversos campos sociais,
económico, comercial, político, cultural, etc.

Figura 3

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Funções dos meios de comunicação social


A função que os media desempenham em cada sociedade é sempre relativa a essa
mesma sociedade, pelo que variam, por exemplo, as funções que os media
desempenham nas sociedades ocidentais das orientais. Percebendo esta
particularidade, atribuem-se tradicionalmente três funções aos meios de comunicação
social:

 informar: comunicar os factos que ocorrem no contexto social;


 entreter: transportar mentalmente o espetador para uma realidade fora do
contexto social em que se insere, com o objetivo de lhe proporcionar um
bom momento de lazer e descanso;
 educar: confrontar o espetador com certas realidades, levando-o a
apreender lições de vida das quais nunca experienciou diretamente.

Na perspetiva do cientista político norte-americano Harold Laswell os meios de


comunicação social apresentam funções muito mais específicas que as acima
apresentadas. Sugere então que os media têm como principais funções:

 manter os indivíduos informados da realidade que os rodeia, a nível


regional, nacional ou internacional, advertindo-os para riscos que o seu
grupo social possa correr;
 divulgar interpretações da informação relativa ao contexto social em que
se viva, com o objetivo de ajudar o indivíduo a criar uma opinião acerca
dessa realidade, dando-lhe uma consciência social;
 preservar o legado cultural da sociedade, através da exposição dos
indivíduos a determinadas manifestações culturais a que nunca tenham
assistido. Esta função fora, outrora, responsabilidade total da família,
pelo que atualmente esta é partilhada por uma série de outras
instituições sociais, como é também o caso da escola;
 socialização informal dos indivíduos, ensinando-lhes os modelos da
sociedade em que se insere, o que os leva a assimilar comportamentos e
valores e a adotá-los como regras pessoais de vida;
 proporcionar ao espetador momentos de lazer e divertimento que o
levem a alhear-se do ambiente social no qual se insere.

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O jornalismo e a informação
O jornalismo consiste na comunicação de um assunto de interesse geral através de
um meio de difusão, como a televisão, a internet, a rádio, os jornais ou as revistas,
entre outros. O seu grande objetivo é fornecer a informação essencial sobre
determinado assunto de uma forma clara, objetiva, curta e imparcial. Desta forma
observa-se que o jornalismo nos seus diversos suportes constitui a principal
ferramenta dos media para cumprir a sua função de informar.

O jornalismo está então presente em diversos suportes, pelo que pode assumir a
dimensão de jornalismo de imprensa, telejornalismo, fotojornalismo, webjornalismo ou
ciberjornalismo, radiojornalismo ou documentário.

Para estudar a forma como os portugueses “consomem” a informação, apresenta-


se em seguida um estudo realizado pela “ERC – Públicos e Consumos de Média,
iniciado em finais de 2014, e que tem por objetivo central analisar a evolução dos
consumos de media em Portugal”.

Analisando a forma como se consome as notícias em Portugal, podemos constatar


que “os media tradicionais, sobretudo a televisão, continuam a constituir-se como os
principais meios de informação dos consumidores de notícias portugueses. Mais de
nove em cada dez inquiridos identificam os programas televisivos noticiosos como um
dos recursos que utilizaram na última semana (93%); os jornais surgem como o
terceiro recurso noticioso mais utilizado (65%); e a rádio apresenta-se como fonte de
notícias para pouco mais de um quarto dos inquiridos (28%). Mais de três em cada
cinco inquiridos utilizam os media sociais enquanto recurso noticioso (66%).”.

Adesão aos media


100%
90%
80%
70%
Percentagem

60%
50%
93%
40%
30% 65% 66%
20%
10% 28%
0%
Jornais Rádio Social Media Televisão
Meio utilizado para a divulgação de informação

Gráfico 1

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Gráfico 2

O gráfico acima apresentado permite-nos analisar de uma forma mais detalhada a


forma como se distribui o acesso a notícias pelos diferentes meios de comunicação
social e concluir, logo à partida, que estes são sistemas bastante complexos e
diversificados.

Assim, constata-se que os programas televisivos de notícias ou boletins noticiosos


ocupam o topo da lista, com 93%, seguidos das redes sociais com 66%, logo seguidas
dos jornais impressos, com 65%. Os blogues ocupam o último lugar no que toca a este
estudo, com apenas 8% da população portuguesa a utilizá-los como forma de se
manter informado socialmente.

Explorando de uma forma mais


Influência das redes sociais na
específica as redes socias, divulgação de informação
apercebemo-nos que o Facebook é a
Facebook Youtube Twitter
rede social com maior peso na
7%
divulgação de informação, com 57%,
seguido do Youtube com 36% e do
36%
Twitter, com 7%. 57%

Gráfico 3

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Ainda relativamente à forma como os portugueses “consomem” a informação,


poder-se-á ainda analisar a sua distribuição pelos diversos temas das notícias.
Podemos assim considerar como temas mais comuns:
 política nacional
 política internacional ou do mundo
 opinião
 desporto
 educação, ciência e cultura
 artes e multimédia
 economia

“Quase a totalidade dos inquiridos considera as “notícias nacionais” como as mais


importantes (92%), sendo que três em cada quatro reconhecem também as “notícias
internacionais” como muito importantes (75%). Estas são as duas categorias de
notícias mais “consensuais” entre os inquiridos, o que vai também ao encontro dos
resultados registados na grande maioria de países analisados no estudo do Reuters
Institute. As notícias sobre “saúde e educação” surgem em terceiro lugar nas
preferências do público português (40%), seguidas pelas “notícias de desporto” (37%),
pelas “notícias de economia” e pelas “notícias de entretenimento” (ambas com 28%
das preferências).”

Interesse nos temas mais comuns, em percentagem

10%
Nacionais
14% 34%
Internacionais ou do mundo
Saúde e educação
15% Desporto
Economia e entretenimento
27%

Gráfico 4

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A internet
A utilização da internet tem vindo a disparar nos últimos anos, tendo por base a
consulta de várias áreas de interesse, de acordo com os interesses do indivíduo. No
entanto, a internet, tem vindo a crescer no que diz respeito à divulgação de
informação, uma vez que dispõe de várias formas de fazer chegar essa mesma
informação, exemplo disso, são as redes sociais, os blogs e sites que se dedicam à
divulgação de informação, assim como os sites de imprensa, de rádio e televisão ou
até mesmo os sites de instituições públicas.

UTILIZAÇÃO MUNDIAL DA INTERNET – ESTATÍSTICA GLOBAL


30 de novembro de 2015
Tabela 1

Regiões do Mundo População População Utilizadores da Penetração Crescimento


( 2015 Est.) % mundial Internet (% População) 2000-2015
30 Nov 2015
África 1,158,355,663 16.0 % 330,965,359 28.6 % 7,231.3%
Ásia 4,032,466,882 55.5 % 1,622,084,293 40.2 % 1,319.1%
Europa 821,555,904 11.3 % 604,147,280 73.5 % 474.9%
Médio Oriente 236,137,235 3.3 % 123,172,132 52.2 % 3,649.8%
América do Norte 357,178,284 4.9 % 313,867,363 87.9 % 190.4%
América Latina / 617,049,712 8.5 % 344,824,199 55.9 % 1,808.4%
Caraíbas
Oceânia / Austrália 37,158,563 0.5 % 27,200,530 73.2 % 256.9%
TOTAL MUNDIAL 7,259,902,243 100.0 % 3,366,261,156 46.4 % 832.5%

(fonte: http://www.internetworldstats.com/stats.htm)

TOP 10 DOS PAÍSES COM O MAIOR NÚMERO DE UTILIZADORES


30 de novembro de 2015
Tabela 2

# País ou População, Utilizadores de Utilizadores de Penetração % Crescimento


Região 2015 Est Internet Internet (% 2000 - 2015
Ano 2000 30 Nov 2015 População)
1 China 1,361,512,535 22,500,000 674,000,000 49.5 % 2,895.6 %
2 Índia 1,251,695,584 5,000,000 375,000,000 30.0 % 7,400.0 %
3 E.U.A 321,368,864 95,354,000 280,742,532 87.4 % 194.4 %
4 Brasil 204,259,812 5,000,000 117,653,652 57.6 % 2,253.1 %
5 Japão 126,919,659 47,080,000 114,963,827 90.6 % 144.2 %
6 Rússia 146,267,288 3,100,000 103,147,691 70.5 % 3,227.3 %
7 Nigéria 181,562,056 200,000 92,699,924 51.1 % 46,250.0 %
8 Indonésia 255,993,674 2,000,000 78,000,000 30.5 % 3,800.0 %
9 Alemanha 81,174,000 24,000,000 71,727,551 88.4 % 198.9 %
10 México 121,736,809 2,712,400 60,000,000 49.3 % 2,112.1 %

(fonte: http://www.internetworldstats.com/stats.htm)

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Gráfico 5

De acordo com o gráfico acima podemos concluir que, num estudo aplicado à
sociedade portuguesa, esta dá maior importância aos motores de busca e a sites, que
aparecem com 72,1% e 62,7%, respetivamente, no entanto, não descura a
importância da imprensa online e das redes sociais, com 41,4% e 38,3%. Acima
destas duas fontes de informação estão ainda os sites das instituições públicas, aos
quais se atribuiu uma importância de 49,4%. Já as fontes de informação com menor
importância, segundo o estudo, são a televisão e rádio online.

Gráfico 6

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O gráfico acima demonstra através de que aparelhos (computador ou aparelhos


móveis) se utiliza a internet, em Portugal. Destaca-se a utilização do computador para
a visualização de informação noticiosa, apresentando um valor sempre superior a
90%.

Redes sociais
Desde o início da sua existência o ser humano foi confrontado com a necessidade
de comunicar entre si. Por isso, podemos dizer que as redes sociais, enquanto
mecanismos de comunicação interpessoal, existem desde então, apesar da sua
estrutura ter vindo a ser alterada com o passar dos tempos, passando a constituir
atualmente plataformas informatizadas que permitem a circulação de informação de
uma forma quase imediata. Exemplos destas plataformas são o Facebook, SMS,
Twitter, entre outros.
De uma forma geral, as redes sociais são estruturas compostas por pessoas ou
organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e
objetivos comuns. Uma das características fundamentais para a definição das redes é
a sua porosidade e abertura, possibilitando relacionamentos horizontais e não
hierárquicos entre os participantes.
Estudos realizados por Kumar, Novak e Tomkins (2006) revelam que existem duas
formas diferentes para as pessoas se conectarem, a primeira é a procura de uma rede
social criando um perfil, a outra é através do convite por amigos, colegas ou familiares.

Massificação das redes sociais

É certo que este meio de comunicação já ganhou o espaço e importância


suficiente, pelo que já não se trata apenas de um mero meio de comunicação, mas
sim de uma plataforma de socialização a grande escala com influências a nível
social, mas também profissional e cultural.
A sua grande utilização levou a que este conseguisse ultrapassar a barreira do
meio de comunicação pessoal para interferir com aspetos considerados da esfera
dos media, ou seja, dos meios de comunicação social. Além de estabelecer
relações entre pessoas, as redes sociais disseminam ideias, criam modas e são
um garante de entretenimento e lazer, pelo que, como verificámos acima, são o
segundo meio de comunicação social mais utilizado para a consulta de notícias.

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Os media enquanto construtores da opinião pública


Como foi referido anteriormente, os meios de comunicação social têm como função
a construção de uma opinião pública nos seus recetores. Desta forma os media
ajudam a espelhar as ideias consideradas corretas pela maioria da sociedade, que
seguem um padrão ético-moral representativo de cada grupo específico, pelo que este
facto nos leva à melhor compreensão da sociedade civil.

Apresenta-se em seguida um excerto de uma notícia onde se compreende o


importante papel que os media representam para a formação da opinião pública. Esta
notícia foi publicada a 20.10.2014 por Daniel Cerejo no JPN (JornalismoPortoNet), e
foi consultada a 13.05.2016:

«Media: Formação quer ensinar jornalistas a sensibilizarem opinião pública

“Comunicação para o Desenvolvimento e as Questões de Ética nos Media” é


o nome da formação para jornalistas e estudantes da área que, durante três dias,
decorre no Porto. Os autores dos melhores trabalhos vão poder cobrir um
evento num país da CPLP.

(…) Destinada a jornalistas e estudantes da área das Ciências da Comunicação, a


formação tem como objetivo dotar estes profissionais ou futuros profissionais da
capacidade para “identificar, incorporar e utilizar no seu trabalho os conceitos e
ferramentas chave da Comunicação para o Desenvolvimento”, refere a organização,
em nota.

“É necessária uma melhor compreensão do conceito de Desenvolvimento,


enquanto uma responsabilidade partilhada pelo planeta e pela humanidade.
Valorizando a importância que os media podem desempenhar neste processo de
sensibilização da opinião pública em prol da Cooperação Internacional e do
Desenvolvimento, bem como na monitorização e avaliação das políticas públicas que
a estas matérias dizem respeito, os agentes de comunicação necessitam ser
sensibilizados para a importância do seu papel neste processo”, pode ler-se na página
da iniciativa.

Esta formação surge numa altura em que o panorama de várias sociedades,


afetadas por constrangimentos económicos, humanos, morais, sociais, entre outros,
obriga os jornalistas a colocarem-se no lugar daquele acerca do qual estão a noticiar,
para orientar a opinião pública para um movimento que busque o desenvolvimento
dessa população, nunca deixando de lado o cumprimento das questões éticas
inerentes à atividade.»

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A INFLUÊNCIA DOS MEDIA NA SOCIEDADE

A partir desta notícia, podemos perceber que, quando existe um esforço por parte
da comunicação social para transmitir opiniões de uma forma equilibrada e imparcial,
esta pode revelar-se a nossa janela para o mundo.

Contudo a utilização abusiva do poder de formar opiniões por parte dos media pode
levar, segundo a opinião de Avram Noam Chomsky e de alguns outros teóricos, à
manipulação do público. Segundo este filósofo finlandês, “a propaganda representa
para a democracia aquilo que o cacetete (ou repressão da polícia política) significa
para o estado totalitário”.

A Manipulação do Público, obra de autoria de Chomsky e Edward S. Herman,


desenvolve precisamente esta perspetiva de que os meios de comunicação social não
defendem uma realidade imparcial, mas sim distorcem e deturpam as notícias em
função destes cinco filtros:

 propriedade: uma grande parte dos media pertence às grandes


empresas;
 financiamento: a maioria dos lucros obtidos pelos media são obtidos
através de publicidade, que é evidentemente paga pelas grandes empresas,
pelo que segundo a teoria destes dois autores, como os meios de comunicação
são empresas elas próprias orientadas para o lucro, espera-se que reflitam os
desejos, expectativas e valores das empresas que os financiam;
 fonte: as principais informações são geradas grande normalmente por
grandes empresas, pelo que os media estão muitas vezes delas dependentes
para garantirem informações que constituirão as suas notícias, levando a uma
parcialidade dos factos noticiados;
 pressão: a existência de grupos de pressão que defendem os seus
interesses através de uma chantagem dissimulada para com os media
levando-os a não saírem da linha editorial que a eles lhe interesse, podendo
não ir de encontro aos interesses da sociedade;
 normativo: o tipo de notícia e de assunto que garante ao jornalista um
maior prestígio na sua carreira profissional fá-lo ter em atenção certos tipos de
notícia em prol de outras.
Chomsky acusa os media de transformar as opiniões das elites da sociedade na
opinião pública, pelo que para o exemplificar utiliza duas realidades muito
semelhantes, mas cuja primeira vai de encontro aos interesses das elites, e o segundo
não, verificando-se que a primeira é muito mais abafada, se negativa, ou publicitada,
se positiva, acontecendo o contrário, caso se verifique a segunda realidade.

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Entretenimento nos media


Por entretenimento entende-se qualquer tipo de ação, evento ou atividade que
tenha como intuito entreter e suscitar o interesse da audiência, proporcionando
momentos de lazer e alheamento do quotidiano.

Seja através de filmes, jogos ou música, os meios de comunicação social


proporcionam aos seus utilizadores uma componente lúdica, com o objetivo de captar
público. Para tal, são possuidores de uma série de estratégias que pretendem ligar o
indivíduo ao meio de comunicação, vendendo muitas vezes não só a componente de
lazer, como também publicidade.

Por publicidade entende-se a atividade profissional que se dedica à difusão pública


de empresas e dos seus produtos ou serviços. Para os meios de comunicação social,
a publicidade não representa mais que a sua principal fonte de receitas, pelo que se
maximizam os lucros por quanto mais publicidade venderem ao seu público. Contudo,
para que a publicidade “se venda”, é necessário que o recetor tenha interesse na
mensagem principal que está a ser transmitida. Daí surge a importância do
entretenimento nos meios de comunicação social, justificando assim a sua
necessidade de inovar e acompanhar as vontades e inclinações sociais.

Infotainment
O infotainment corresponde a uma tendência recente que surgiu não só nos
media como também na indústria automóvel, e que combina a sua vertente
noticiosa e lúdica. O intuito deste híbrido será conquistar a atenção do público,
tentando aproximar, de uma forma mais descontraída, as populações da
atualidade.

Exemplo deste fenómeno será, por exemplo, programas como o “Agora Nós”,
transmitido na RTP1, que pretende fornecer uma série de conhecimentos e
informações acerca de todos os aspetos que possam interessar à vida regular
dos espectadores, como saúde, desporto, sexualidade, culinária, entre outros,
mas de uma forma mais descontraída e “caseira”.

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O entretenimento como forma de criar padrões normais na sociedade


Ao fabricar um filme, que posteriormente será visualizado nos vários continentes do
mundo, Hollywood está, implícita ou explicitamente, a criar um cenário que irá marcar
positiva ou negativamente o espectador. Ao fazer parte da categoria de
entretenimento, é espectável que o indivíduo que assiste ao filme esteja interessado,
assimilando conteúdos e formas de comportamento.

Esta realidade acima descrita está bastante presente na realidade dos filmes
infantojuvenis. De facto, atraindo-se pela sua componente lúdica, as crianças engolem
litros e litros de informação por cada filme que vêm, música que ouvem, ou história
que a mãe ou o pai lhes contam.

Vejamos por exemplo o filme de animação “Stuart Little”. Toda a história gira à volta
das peripécias de um pequeno rato que é acolhido por uma família. Contudo, numa
segunda análise, compreendemos que o filme possui uma componente educativa
bastante assente na moralidade de Stuart, e numa componente mais interessada na
padronização do conceito de família, de uma mãe bonita, preocupada e presente, de
um pai trabalhador e chefe de família, e de uma rivalidade entre irmãos. Ensina-se
assim inconscientemente à criança a forma como a sociedade espera que ele se
comporte.

Em relação aos adultos, a não correspondência aos padrões de beleza, de


comportamento, de valores, etc., ou seja, de estereótipos criados, pode levá-los a
sentirem-se excluídos da sociedade, levando ao isolamento e baixa autoestima.

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A comunicação social no âmbito da Sociologia


Como referido ao longo do trabalho, a comunicação social faz uma análise da
realidade e transmite essa informação ao indivíduo pertencente a essa mesma
sociedade. Assim sendo, e tendo em conta o objeto de análise da sociologia como
sendo o avaliar das relações existentes entre o indivíduo e a sociedade, de forma a
perceber como funciona a realidade social, poderemos estabelecer uma ligação entre
a comunicação social e a sociologia.

Uma das matérias que “une” as duas realidades é a cultura, dentro desta a
sociologia procura adquirir mais conhecimentos sobre a cultura, a socialização, os
papéis sociais, assim como, acerca da ordem e controlo social e da reprodução e
mudança social, por exemplo.

Os meios de comunicação social acabam por intervir nesta área constantemente,


ora vejamos, muitas das notícias veiculadas por estes meios de comunicação
transmitem informações de carácter nacional ou internacional, onde de forma mais
clara ou mais subjetiva nos são transmitidos traços da cultura vigente no país a que se
refere a notícia.

Quando nos referimos ao processo de socialização, os meios de comunicação são


considerados agentes deste mesmo processo, ou seja, são considerados
intermediários entre a realidade e o indivíduo, uma vez que fornecem informações
sobre muitas das atividades dos indivíduos em sociedade, como por exemplo, a forma
como devemos agir, pensar ou até mesmo o que sentir em determinadas situações da
nossa vida. Para além disso, a forma como estas informações são dadas, por vezes,
influenciam a opinião pública e a opinião individual. Ao transmitirem noções de como o
indivíduo deve agir, sentir e pensar e ao moldarem a opinião do mesmo estão a
transmitir valores da cultura desse mesmo indivíduo, ajudando a manter a estrutura
social vigente para as gerações futuras (reprodução social) ou a alterar essa mesma
estrutura (mudança social).

Os meios de comunicação social intervêm ainda na ordem e controlo social, pois ao


analisarem a realidade do indivíduo, têm tendência a transmitir opiniões positivas ou
negativas acerca de determinado ato, determinando-o como normal ou anormal no
contexto cultural da sociedade (ordem social). Esta atitude transmite ao indivíduo
como deve agir para ser integrado na sociedade e não ser punido (controlo social).

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No que diz respeito aos papéis sociais, os meios de comunicação servem-nos de


mecanismos para que deles possamos associar determinados desempenhos na
sociedade a determinados estatutos sociais e vice-versa sempre tendo em atenção a
sociedade e realidade que se analisa. São também responsáveis por fazerem
sobressair as desigualdades sociais existentes e por chamar atenção para como tentar
resolvê-las.

Tendo em conta toda esta relação entre os meios de comunicação e a cultura


podemos ainda relacionar a comunicação social com a globalização cultural. A
globalização não é mais do que as mudanças que ocorrem nas diferentes partes do
mundo e as torna mais dependentes umas das outras, no caso da globalização
cultural, esta consiste na partilha e difusão dos diferentes traços culturais existentes no
mundo com os demais. A globalização cultural, consiste na transmissão destes
conhecimentos de outras culturas, mas também na adoção parcial ou total dos
mesmos na cultura de um indivíduo. Os meios de comunicação intervêm neste aspeto,
na medida em que fornecem, através de anúncios, filmes, músicas, por exemplo,
representações das características de uma determinada cultura e aliciam uma outra a
tomar partido delas, mostrando as possíveis vantagens que essas características
poderiam representar na cultura do indivíduo que assiste ao anúncio, filme ou música.

Poder-se-á então concluir que os meios de comunicação social são um


poderosíssimo agente de difusão cultural e social.

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Conclusão
A realização deste trabalho visava responder à problemática “a sociedade influencia
os media ou os media influenciam a sociedade?”, pelo que chegámos à conclusão de
que ambas as influências ocorrem.

Por um lado, temos que de facto a sociedade influencia os media. Ao nível da


componente informativa/noticiosa, os meios de comunicação social relatam o
panorama vivido em sociedade. A sociedade dita o que se vive, quais os cenários
mais relevantes para serem alvo de atenção e possível debate. A cultura e a forma
como a sociedade estabelece contactos entre si influencia a forma como os meios de
comunicação tratam a sociedade, e adaptam-se. O entretenimento das populações é
adaptado às circunstâncias da sociedade, tendo em conta fatores sociais, económicos,
demográficos, políticos, etc.

Por outro lado, os media influenciam a sociedade. Influenciam-na quando lhe


publicitam algum produto, incitando ao consumo, através da imposição de padrões de
comportamento e de valores culturais e sociais, quando transmitem opiniões acerca de
determinado tema, colocando os recetores a pensar acerca de algo que, se não
tivessem acesso a essa opinião, não teriam a iniciativa de ponderar sobre aquele ou
sobre qualquer outra situação.

Percebendo a dualidade da interação resultante entre a sociedade e os media, é


também importante consciencializar o público que é necessário manter estes dois
“pesos” equilibrados, pois se deixamos que esta balança se desequilibre, poderemos
correr o risco de manipulação, de elites da sociedade perante os media, e
consequentemente dos media para com a restante sociedade. Os regimes ditatoriais,
por exemplo, expressam bem este fenómeno, onde o regime controla os meios de
comunicação social e estes levam à manipulação da sociedade. Ao verificarmos a
forma como as duas entidades se relacionam, entendemos o panorama nacional.

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