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Quinta-feira • 31 de maio de 2018 •

962•1

31 maio 2018
Ano 18
quinta-feira
€ 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

COVILHÃ
Alegações no caso
dos terrenos do
Poluição continua na
Rasa e causa mal-estar
Canhoso a 11 de
junho
Presidente da Câmara da Co-

no executivo da Guarda
vilhã e ex-presidente da Assem-
bleia Municipal estão a ser julga-
dos pelo crime de prevaricação
de cargo político por causa da
suspensão do processo que
opunha a autarquia a familiares Um caso de poluição relatado por O INTERIOR em junho de 2016 na Rasa, um bairro
de Santos Silva ___________ 4
da Guarda, continua por resolver e levou um morador a pedir explicações ao executivo
na última reunião de Câmara, realizada na segunda-feira. Álvaro Amaro garantiu que
PSD
a Câmara «vai fazer cumprir a lei o mais rapidamente possível», mas foi criticado pela
Ângela Guerra oposição por ter interrompido o munícipe alegando que «estava a dizer asneiras» Pág.5
defende novo
projeto «político-
partidário» na
Distrital da Guarda A arte da carpintaria tem um museu em Melo
A candidata à Distrital do PSD Entrar no Museu Etnológico de
apresentou as suas listas e Melo (Gouveia) é meio caminho
deixou críticas ao adversário, andado para recuar no tempo
Carlos Peixoto: «Faltou muito e dar de caras com autênticas
contacto direto com os militan- relíquias da arte da carpintaria.
tes de base e também trabalho
São várias as ferramentas que
diário no distrito», disse ___ 7
“forram” as paredes do rés-do-
chão da casa de Luís Filipe Gon-
çalves e contam a história da arte
VILA NOVA DE FOZ CÔA de trabalhar a madeira Pág.8
Mais de nove mil
visitantes no Festival
do Vinho do Douro
Superior
Mais produtores e mais visitan-
tes, assim foi a sétima edição
de um certame que celebra a
sub-região onde se fazem alguns
dos melhores vinhos do mundo
e faz anualmente de Vila Nova
de Foz Côa a capital do Douro
Superior __________________ 13

CULTURA
Museus de Vilar
Formoso e Sabugal
premiados pela APOM
Equipamentos venceram as
categorias de Investigação e
de Filme de Divulgação, respe-
tivamente, enquanto o Museu
Judaico de Belmonte obteve uma
menção honrosa no Prémio de
Trabalho de Museografia _ 15

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 2• • Quinta-feira • 31 de maio de 2018

CARA
ENTREVISTA
navalha

A P E R F I L
CARA

«O Unidos do
Paulo Bicho
Ana Paula Rafael Presidente reeleito do Unidos Futebol
Clube do Tortosendo

Tortosendo quer
A empresária de Alcains marcou a dife-
da

rença com as suas intervenções assertivas Idade: 52 anos

no debate promovido pelo programa “Prós e
Contras”, da RTP, emitido a partir da Guarda. Naturalidade: Covilhã
fio

continuar a
Contrariando o unanimismo com que todos
defendem mais dinheiro e mais investimento Profissão: Ex-empresário, agora com
para o interior, e um pacote de medidas a função de diretor comercial
no

partir do governo central, a administradora

crescer mas com

da Dielmar deixou as perguntas obrigatórias: Currículo: Presidente do Unidos do
Que medidas, de conjunto, os autarcas têm Tortosendo há nove anos, secretário da
tomado para mudar o paradigma? E porque mesa da Assembleia de Freguesia do
não há uma estratégia comum dos autarcas tortosendo, tendo sido candidato nas

do interior? E concluir que precisamos
de autarcas que pensem o Interior numa
lógica de cooperação supramunicipal, pois
enquanto cada um defender os seu quintal
e a sua clientela nada mudará.
Foz Côa
sustentabilidade»
últimas eleições autárquicas pelo PS.
P- Quais as principais modalida-
des do Unidos do Tortosendo?
R - Atualmente o Unidos do Torto-
sendo promove a prática de basquete-
bol desde da escolas de minibasquete
ate aos sub-18 e a patinagem artística
desde da iniciação até aos seniores.

Foi para celebrar algumas das mais
prestigiadas marcas de vinho do Douro
Superior que, de 25 a 27 de maio, Vila
Nova de Foz Côa recebeu pelo sétimo ano
consecutivo o Festival do Vinho do Douro
Superior. Organizado pelo município, este
evento tem contribuído bastante para afirmar
Foz Côa como “Capital do Douro Superior”
e divulgar esta sub-região como terra de
dinamismo e qualidade. Ali produzem-se
alguns dos melhores néctares mundiais e a
autarquia, ao organizar uma festa com estas
características, divulga o seu produto mais
impactante no mundo e, ao mesmo tempo,
alavanca a economia local e promove o
turismo concelhio.
P- A patinagem tem sido uma das
grandes apostas do clube, considera
que é uma modalidade que tem vindo
a ganhar força no concelho?
R - A modalidade que tem raízes
no clube há mais de 30 anos é o bas-
quetebol, com conquistas distritais e
nacionais todos os anos e em vários es-
calões. A modalidade da patinagem está
no clube há cinco anos, estando sempre
em crescimento e contando já com cam-
peonatos distritais de clube e também a
nível individual, tendo inclusivamente
atletas a competir a nível nacional. No
concelho da Covilhã existem mais dois
clubes com patinagem, que têm vindo
a trilhar o seu caminho, dando mais
competitividade à modalidade, mas o
Unidos do Tortosendo é a referência
no distrito para a patinagem artística.

Viúva Monteiro & Irmão P – Quantos atletas teve o clube

A empresa de transporte de passageiros
Viúva Monteiro & Irmão, sediada no Sabugal,
é o mais recente “Herói PME”, uma distinção
atribuída pela Yunit Consulting e SIC Notí-
cias. Criada em 1920, com carros puxados
a cavalo, a empresa continua a ter hoje um
grande impacto social no desenvolvimento
do Sabugal, tendo-se modernizado, melho-
rado a sua frota e diversificado os ramos
de negócio para acompanhar os tempos e
a concorrência.
Happy Handmade
Cerca de 500 vestidos solidários já sa-
íram da Covilhã com destino a África, com
o objetivo de vestir e proteger meninas de
países subdesenvolvidos. A iniciativa está
inserida no projeto internacional “Dress a
Girl Around the World”, mas chegou à Covi-
lhã através da Happy Handmade, o atelier de
Elisabete Dias. Um projeto que vive apenas e
só de voluntariado e que tem criado sorrisos
entre os mais desprotegidos.
em competição esta época e espera
vir a ter na próxima?
R – Esta época o Unidos do Torto-
sendo teve em competição cerca de 140
atletas dos 5 aos 18 anos. Para a próxi-
ma temos vindo a trabalhar na captação
de mais jovens, masculinos e femininos,
junto das escolas, apelando assim aos
pais para a prática do desporto.
P- Pensam já em novidades para
a nova temporada?
R - Para a próxima época vamos
continuar a fazer o que se tem vindo
a planear nos últimos nove anos, des-
de que estou à frente do clube, que é
crescer mas com sustentabilidade, pois
também temos responsabilidade no dis-
trito dado que nos últimos anos temos
competido a nível nacional e somos o
clube que tem dado o maior número de
atletas para as várias seleções distritais.
P- Atualmente quais a são princi-
pais dificuldades do clube?
R - O Unidos do Tortosendo, como
tantas outras coletividades, dada a sua
grandeza ao nível das instalações (pa-
vilhão desportivo, anfiteatro para 400
pessoas, sede social e ginásio), necessi-
ta de apoio das autarquias e atualmente
também necessitamos de meios logís-
ticos tendo em conta o nosso número
de atletas. No plano cultural, apesar de
vários esforços para trazer espetáculos
de nível nacional e até internacionais,
não temos tido a adesão esperada dos
sócios e, por vezes, da população em
geral, o que é pena!
P- O Unidos do Tortosendo está a
comemorar o 72º aniversário, quais
os são os objetivos a alcançar?
R – Por ocasião destas comemo-
rações foi realizado um sonho meu,
enquanto presidente, e do Unidos
Futebol Clube do Tortosendo: que foi
fazer obra para o futuro e para o bem-
estar dos sócios, dado que nos últimos
20 anos nunca tinha sido feito qual-
quer melhoramento no clube. Foi com
grande esforço e trabalho de muitos de
nós que renovámos os balneários do
pavilhão desportivo e melhorámos a
área social do clube, onde foi feito piso
novo, instalados bilhares e iluminação
e foi criado um novo acesso para a
sede através de uma rampa para que
as pessoas com mais dificuldades ou
mobilidade reduzida também possam
entrar. Foi ainda criado um espaço novo
na sede, que mostra, através de dois
painéis, todas as modalidades despor-
tivas e culturais do clube desde a sua
fundação. Ali estão também expostas as
taças marcantes na história do Unidos.
O clube tem igualmente uma vertente
social, que nos honra muito e que con-
siste, por exemplo, no apoio aos nossos
atletas com explicações e trabalhos de
casa; na cedência de um espaço a uma
associação de jovens da vila e do pavi-
lhão desportivo à associação de refor-
mados para a prática desportiva. Todo
o trabalho do Unidos do Tortosendo
nos últimos nove anos não teria sido
possível sem o apoio de quem me tem
acompanhado nas diversas direções do
clube, dos sócios, atletas, pais, treina-
dores e colaboradores.

Estados de desalma
opinião
Fidélia Pissarra
Desde sempre soube que não sou de relações
fáceis. Ele há dias em que consigo zangar-me com
dez pessoas, ou dez vezes com a mesma pessoa,
caso não encontre mais ninguém. Nem eu própria
escapo a estas minhas iras, à falta de outrem, zango-
me comigo. O que ainda não tinha descoberto é que
também consigo zangar-me com as palavras. Claro
que o resultado destes desaguisados só pode ser o de
ficar sem frases. Assunto grave, nesta coisa de opinar.
Depois de muito discutir com um texto que não
cedeu a tomar o meu caminho, não houve volta a dar,
tive que o destruir por completo. Um clique e zás: lixo.
Mostrei-lhe quem manda! Continuei sem palavras que
dissessem o que queria dizer, mas saí por cima. Pior
que não ganhar às palavras, só mesmo se não tivesse
opinião sobre tudo e mais alguma coisa. Felizmente
(neste caso, será mais infelizmente) opinião, firme,
consolidada e inalterável é coisa assumida e garantida.
Amparada por estas duas, é óbvio que não será a boa
da arrelia com as palavras que me vai calar. Se não
arranjar minhas, vou pedi-las emprestadas. Até conhe-
ço umas quantas pessoas que as têm de muito mais
qualidade que as minhas. Querem ver? “A inclusão
só ocorre quando cada individuo pode influenciar o
ambiente em seu proveito”.
Perguntando, como é que alguém pode influenciar
algo que é dominado por quem não lhe reconhece
direitos iguais aos seus? Responderíamos, não pode.
Porque quem age com desprezo pelos direitos dos
outros é capaz de muito pior que usurpar lugares de
estacionamento reservados a quem tem limitações
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de mobilidade. Consegue agudizar a perversidade da
desculpa de que “é só por um instantinho” através de
insinuações como “esta gente devia ser esterilizada”,
passando o desrespeito para quem tem limitações
mentais. Por mim, acho que a alimentar tudo isto
estará a desvalorização das más atitudes e a leveza
de espírito com que as aceitamos. Revolvendo cons-
tantemente a própria consciência, de forma a que só
apareça a parte correta, vamos calando o reparo que se
impunha aos estacionamentos abusivos, encolhendo
os ombros às expressões racistas. Calhando, até acha-
mos que as pessoas que assim agem nem são más de
todo. O problema é que são más, completamente más
e capazes de cometer as maiores injustiças e atropelos
individuais, bem como arregimentar uns milhares em
prol da sua maldade.
Numa altura em que vários acontecimentos pouco
desportivos em Alcochete, nada políticos, ou pouco
recomendáveis, aqui ao lado, na ponta da Europa, no
lado de lá do Atlântico, fazem lembrar os tempos em
que imperava a lei do mais forte, talvez fosse boa ideia
voltar a exercitar o civismo. Pela parte que me toca, já
que nunca estacionei no lugar dos outros e reconheço a
todos o direito à reprodução, vou é tratar de me zangar,
ainda mais, com quem o faz e menos com as palavras. Já
que quanto mais me zango, mais elas se me escondem.
Deixam-me sem saber como contrariar o preconceito e
consequentes afrontas aos que, não se encaixando na
filosofia do ordenamento, hierarquizado, dos pacotes de
arroz nas prateleiras de supermercado, incomodam os
adeptos da padronização.
Quinta-feira • 31 de maio de 2018 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
A falta de transporte
público
Há dez anos, um grupo de transportadores pesados bloqueou
a saída do principal parque de armazenamento de combustíveis do
país, o Parque de Aveiras, no norte de Lisboa, durante alguns dias
e provocou a rutura do abastecimento ao aeroporto de Lisboa e a
centenas de postos de abastecimento a nível nacional. Com essa
posição de força vergou o governo e impediu que a escalada de
preços continuasse.
Dez anos depois volta a haver ameaças dos pequenos transpor-
tadores pararem o país. Mas desta vez o governo está avisado, sabe
onde, em 2008, se perdeu o controle da situação e não irá permitir a
imobilização do acesso ao Parque de Aveiras. E atacou o problema
como António Costa melhor o sabe fazer: não fazendo nada, mas
prometendo tudo – e oferecendo aos que protestam e ameaçam
apoios corporativistas que irão beneficiar os transportadores, mas
não o universo de consumidores. Ou seja, os que reclamaram já
têm gasóleo profissional menos caro e os demais irão continuar a
sofrer uma carga fiscal acima de 60 por cento sobre o valor final
dos combustíveis. Em Portugal o gasóleo já ultrapassou 1,40 euros,
enquanto em Espanha, cujo rendimento per capita é substancialmente
mais alto, o litro do gasóleo é vendido entre 1,15 e 1,20 euros.
Não devemos esquecer que as oscilações do preço do crude
são a base do aumento do preço dos combustíveis (nos últimos 12
meses o crude subiu quase 50%). E também não devemos ignorar
a depreciação do euro face ao dólar no último ano em cerca de 30%.
Ou até que os custos de refinação em Portugal são muito altos (se-
gundo a Galp…). Porém, “dez anos depois”, a carga fiscal passou
a ter um impacto muito maior sobre o preço final: o ISP aumentou
gradualmente ao longo dos anos, a Contribuição do Serviço Rodo-
viário foi reforçada, acrescentou-se a taxa de carbono, o IVA subiu
de 20 para 23%, e por último, em 2016, o Governo aumentou o ISP
para compensar a queda de receita fiscal com a descida do preço
do petróleo. O primeiro-ministro prometeu então que, quando os
produtos petrolíferos voltassem a encarecer, haveria uma descida
do ISP. Esta promessa não foi cumprida. E é esta promessa que é
urgente fazer cumprir. Com mais ou menos pressão dos transporta-
dores, os portugueses que diariamente têm de utilizar a viatura para
se deslocar estão a ser altamente penalizados. Estão a ter custos de
contexto cada vez mais altos – com exíguos e diminutos transportes
públicos e sem alternativas de transporte privado (e com os carros
elétricos caros), obrigatoriamente têm de andar de automóvel, poluir
o ambiente e pagar caro para ir trabalhar.
Entretanto, com os preços dos combustíveis muito mais baixos
em Espanha, é toda a economia raiana que fica estrangulada. Quem
reside a menos de 50 quilómetros da fronteira, vai abastecer a Es-
panha (economiza 20%), compra gás (a metade do preço) e acaba
por comprar a carne, o peixe, o arroz, a fruta e tantos outros produ-
tos alimentares. Enquanto os supermercados espanhóis da região
fronteiriça estão cheios de portugueses às compras, os comércios
das aldeias e vilas raianas estão vazios. Enquanto as vendas no
comércio espanhol crescem alavancadas pelos combustíveis mais
baratos, os comerciantes portugueses exauridos e sem clientes,
fecham portas. As receitas fiscais afinal vão para o “lado de lá” e do
“lado de cá” contribui-se decisivamente para a asfixia da economia
e a destruição do emprego local. Não bastavam as portagens caras,
«impávidos e serenos», assistimos calados a mais esta forma de
acelerar o despovoamento.
4• • Quinta-feira • 31 de maio de 2018
Alegações no caso
dos terrenos do
Canhoso a 11
de junho
Carlos Pinto, João Esgalhado, Francisco Pimentel foram algumas
das testemunhas ouvidas ao longo do julgamento
Vítor Pereira (à esquerda) e Santos Silva (à direita) estão acusados do crime de prevaricação de cargo político
Ana Eugénia Inácio
Estão marcadas para 11
de junho as alegações finais do
julgamento que coloca o presi-
dente da Câmara da Covilhã e
o ex-presidente da Assembleia
Municipal no banco dos réus,
ambos acusados do crime de
prevaricação de cargo político.
Na última sessão, que de-
correu no passado dia 23, Carlos
Pinto, assistente no processo,
pediu para ser de novo ouvido
para relembrar que o processo
teve início ainda em abril de
1997, antes de presidir à autar-
quia, tendo sido já no seu man-
dato que o município aprovou
o loteamento e a cedência de
um lote para a construção da
junta de freguesia do Canhoso.
O ex-autarca contrariou ainda a
tese anteriormente apresentada
por João Esgalhado, vereador da
autarquia no mandato de Carlos
Pinto, que disse não ter assina-
do o protocolo em questão por
considerar que «o lote era para
habitação e o protocolo previa
a construção de uma Junta,
que é um serviço». Mas Carlos
Pinto contou outra versão, re-
ferindo que o então vereador
com o pelouro do urbanismo
não assinou o protocolo porque
não tinha poderes para assinar,
referindo-se a um despacho com
o nome das duas pessoas que o
representavam e nenhuma delas
era João Esgalhado.
À juíza o antigo vereador
disse ainda «não fechar a porta»
à hipótese de perseguição por
parte do anterior presidente da
Câmara às familiares de Santos
Silva, justificando que «o ego e
o modelo de liderança do antigo
presidente são conhecidos».
Para Esgalhado a família de San-
tos Silva já tinha feito cedências
«até com algum excesso» para
estacionamento, zonas verdes
e equipamentos e acrescentou
que a avaliação feita aos terre-
nos foi «cinco vezes abaixo do
valor». Ao longo das sessões
foi também ouvido Francisco
Pimentel, que mediou o acordo
entre as partes – Vítor Pereira
e Santos Silva – apenas «por
amizade» e «sem ganhar nada».
A condição era de nunca reunir
com os dois em simultâneo e de
não ser advogado de nenhum.
À juíza, o conhecido causídico
declarou ser «amigo de casa de
Vítor Pereira e amigo de San-
tos Silva». Terá sido após um
AR
desabafo deste último que se
disponibilizou para ajudar.
Depois dos dois arguidos
terem aceites as suas condições
e lido o processo, Francisco
Pimentel disse ter ficado com a
«convicção jurídica» de que era
uma acção com riscos para am-
bos. Terá sido a «jurisprudência
do Tribunal Administrativo de
que não é legítimo às Câmaras
pedirem contrapartidas para
além daquelas que estavam na
lei» e a possibilidade de vir a
ser alterado o valor da indem-
nização atribuído à Câmara que
lhe levantaram «dúvidas» e o
levaram a propor um acordo.
«Achei que fiz por bem e que fiz
muito bem», considerou. Quanto
ao motivo pelo qual aceitou me-
diar o processo sem que fosse
conhecido o seu envolvimento,
Francisco Pimentel justificou que
o seu «feitio gera conflitualidade»,
tendo acrescentado que a «rela-
ção com o PS é péssima, o anterior
presidente da Câmara da Covilhã,
entre mim e o diabo, preferia ver
o diabo. Pedro Farromba sabe
que fui eu que me opus, no PSD,
a ele ser o candidato, o Joaquim
Matias sabe que defendi no PSD
que lhe fosse retirada a confiança
política».
GUARDA
Médica da ULS nomeada para o prémio
“Spirit of Excellence”
A Organização Europeia
do AVC (ESO) atribuiu o pré-
mio “Spirit of Excellence” à
médica da Unidade Local
de Saúde da Guarda Heidy
Cabrera Pineros, do Serviço
de Medicina.
“The Spirit of Excellence
Awards for Commitment to
Excellence in Stroke Care” é
um programa de reconhe-
cimento individual, promo-
INCÊNDIOS
ANPC alerta para burla com coimas
por falta de limpeza de terrenos
A Autoridade Nacional de
Proteção Civil (ANPC) alerta
para a existência de tentativas
de burla relacionadas com
coimas sobre alegados incum-
primentos na limpeza dos ter-
renos florestais, referindo que
a entidade não cobra multas.
«A Autoridade Nacional
de Proteção Civil adverte os
cidadãos para a eventualidade
de poderem ser abordados
por estranhos, que, agindo de
má-fé e fazendo-se passar por
elementos da proteção civil, vi-
sem burlar os desprevenidos,
fazendo-os crer na existência
de coimas em seu nome devi-
das pelo incumprimento das
obrigações legais de limpeza
dos terrenos florestais de que
são proprietários», esclarece a
AUTOMOBILISMO
Rampa da Serra da Estrela
no fim-de-semana
A Rampa da Serra da
Estrela, que se realiza este
fim-de-semana, vai ser can-
didatada no próximo ano
ao Campeonato Europeu de
Montanha.
Segundo o presidente da
Câmara, Vítor Pereira, «temos,
passe a imodéstia, o melhor
percurso, o melhor traçado de
rampas no país. Temos condi-
ções inigualáveis, que fazem
com que a nossa rampa tenha
essa legítima ambição». A com-
petição, que será a terceira eta-
DR
vido pela Angels em con-
junto com a ESO, que após
a n o m e a ç ã o p e l o s p a re s
seleciona apenas 5 vence-
dores. Na edição de 2018,
a Heidy Cabrera Pineros foi
nomeada por elementos da
comunidade AVC portuguesa
«pela determinação, energia
e perseverança, sem perder
a noção do seu contexto e
realidade».
ANPC em comunicado. A Pro-
teção Civil revela que já teve
conhecimento de um caso, que
ocorreu no distrito de Viana do
Castelo. «O burlão em causa
demandou um cidadão para
que este fizesse o pagamento
do valor de uma coima, para
um determinado NIB, até ao
final desse mesmo dia, sob
pena daquele duplicar», lê-se
na nota. A ANPC esclarece que
os serviços de proteção civil
não procedem à cobrança de
coimas por incumprimento
das obrigações legais de lim-
peza dos terrenos florestais.
«Recomenda-se que qualquer
tentativa feita nesse sentido
seja imediatamente participa-
da às autoridades policiais»,
aconselha.
pa do Nacional de Montanha,
vai reunir cerca de 40 pilotos
e mais alguns participantes lo-
cais. Atualmente o campeonato
é liderado por Rui Ramalho.
A Rampa da Serra da Estrela,
então promovida pelo Auto-
móvel Clube Português, fez
parte do circuito europeu até
2010, quando deixou de se re-
alizar por motivos financeiros.
A prova regressou em 2013
com o apoio da autarquia e a
organização do CAMI - Clube
de Montanha do Minho.

Poluição continua na Rasa e
causa mal-estar no executivo
da Guarda
Luis Martins
As descargas de
entulhos junto a
residências num
bairro da Guarda
duram há cinco anos
e foram novamente
denunciadas ao
executivo por um
morador. Mas a
apresentação do
caso – que já tinha
sido relatado por O
INTERIOR em 2016
– acabou por gerar
algum mal-estar no
executivo porque o
edil interrompeu o
munícipe alegando
que «estava a dizer
asneiras». O PS
lamentou o «tom
intimidatório» do
presidente.
Um caso de poluição rela-
tado por O INTERIOR em junho
de 2016 na Rasa, um bairro da
Guarda, continua por resolver
e levou um morador a pedir ex-
plicações ao executivo na última
reunião de Câmara, realizada na
segunda-feira.
Júlio Dias, relatou as queixas
dos residentes da Rua da Rasa
por causa da poluição provocada
pelas sucessivas descargas de
entulho de obras num terreno
privado perto das suas casas.
Recordou que a situação acon-
tece há cerca de cinco anos e «as
autoridades não atuam», tendo
resultado no enchimento de
parte do referido lote de terreno.
CELORICO DA BEIRA
Pulseira eletrónica para homem que
colocou GPS no carro da ex-mulher
A GNR deteve um homem de
48 anos, no concelho de Celorico
da Beira, por violência doméstica.
Segundo o Comando Ter-
ritorial da Guarda, a detenção
foi efetuada pelo Núcleo de
Investigação e Apoio a Vítimas
Específicas (NIAVE) na quinta-
feira, no âmbito de uma queixa
apresentada há três meses. A ex-
mulher do suspeito denunciou
«vários episódios de ameaças e
perseguição, em que o homem
seguia a vítima de 49 anos
através de um dispositivo GPS
(localizador) que instalou na
viatura desta», refere a GNR. A
O morador contou também que
as descargas eram feitas durante
o dia e a qualquer hora, sendo
que o movimento dos camiões
e carrinhas de caixa aberta que
transportam os detritos estavam
a danificar o caminho asfaltado
que serve aquela zona. Na res-
posta, Álvaro Amaro adiantou que
foram pedidos pareceres à CCDRC
e notificado o dono do terreno,
que informou o município de
que pretendia iniciar a respetiva
operação de loteamento. «Até lá
a empresa desenvolve a atividade
que bem entender, a questão é
saber se essa atividade é legal»,
disse o autarca, que garantiu que
a Câmara «vai fazer cumprir a lei
investigação culminou com duas
buscas domiciliárias de que re-
sultou a apreensão de material
informático, «que supostamente
continha fotografias íntimas, as
quais eram utilizadas nas amea-
ças à vítima», acrescenta a GNR.
O detido foi presente ao Tribu-
nal Judicial de Gouveia, tendo
ficado proibido de contactar
com a vítima por qualquer meio,
«de se aproximar da mesma
num raio de 4 quilómetros e de
permanência nos concelhos de
Celorico da Beira e Gouveia». O
suspeito vai ainda ter que usar
pulseira eletrónica.
o mais rapidamente possível».
E acrescentou: «Se não exe-
cutar o loteamento e se o que está
a acontecer no local for ilegal, a
situação acaba já amanhã». A
apresentação do caso – que já
tinha sido levado à sessão por
Pedro Fonseca em janeiro deste
ano – acabou por gerar algum
mal-estar no executivo porque
o edil interrompeu o munícipe
alegando que «estava a dizer as-
neiras». Eduardo Brito não gostou
e lamentou que o «tom intimida-
tório» do presidente: «Com este
tratamento nenhum guardense
se sentirá à vontade para vir à
Câmara falar dos problemas que
o afetam. As pessoas não podem
CONSAGRAÇÃO
Alexandre Guilhoto é campeão ibérico de ciclismo
O guardense Alexandre Gui-
lhoto é o novo campeão ibérico
de ciclismo Master 30A.
O corredor da equipa Mar-
ques & Pereira/EM3/Os Beirões
conquistou o título em Salobreña
(Andaluzia) no domingo. O pro-
grama de corridas foi compos-
to por duas mangas, com 78
quilómetros de extensão e cuja
principal dificuldade se situava
na escalada do Alto da Cebada,
uma contagem de montanha de
terceira categoria, com 5 quilóme-
tros de subida a uma inclinação
média de 3,6 por cento. A equipa
guardense teve mais bons resulta-
dos, com João Mariano a terminar
Quinta-feira • 31 de maio de 2018 •
LM
vir aqui para serem insultadas»,
disse o socialista. Também Pedro
Fonseca ficou «incomodado» com
a reação de Álvaro Amaro: «A de-
mocracia não sai favorecida. Este
péssimo tratamento desincentiva
a participação dos munícipes»,
considerou o vereador. Para o
presidente da Câmara, tudo não
passou de um incidente criado
pelos vereadores da oposição. «Só
corrigi o senhor porque não esta-
va a ser rigoroso. O PS não gosta
do meu estilo porque faz mossa
e ganha eleições», respondeu,
sublinhando que a Guarda «quer
determinação e convicção, não a
política antiga de prometer tudo a
todos e depois nada fazer».
na sexta posição e Pedro Pereira a
ser nono em Master 30B. A prova
tem a particularidade de apenas
incluir corredores das naciona-
•5
Medidas do
Movimento pelo
Interior são como
«comida sem sal»
Nesta sessão Eduardo
Brito pronunciou-se sobre as
propostas do Movimento pelo
Interior, dizendo que as me-
didas apresentadas são como
«comida sem sal». Para o ve-
reador, «sem reduzir os custos
de contexto, como as tarifas da
eletricidade, da água, do IMI e
as portagens, nada feito. Igno-
rar isto não é compreensível».
O socialista disse-se «muito
desiludido» com o resultado
final do Movimento, liderado
por Álvaro Amaro, e contrapôs
que «medidas de coragem e
que fazem a diferença» são bai-
xar preços da eletricidade, eli-
minar portagens e as Câmaras
reduzirem o IMI. Na resposta,
Álvaro Amaro assumiu que a
preocupação do Movimento é
que o Parlamento e o Governo
«legislem em termos de medi-
das estruturais». O presidente
apelou ainda aos socialistas
para «deixem a política» por-
que «o interior precisa é de
mobilizar vontades». O edil
guardense também criticou a
«visão redutora» de Santinho
Pacheco, que, na sua crónica
mensal n’O INTERIOR, pu-
blicada na edição anterior,
escreveu que «apresentar o
relatório em Lisboa foi pura
provocação ou… rendição ao
centralismo?». Nada disso,
reagiu Álvaro Amaro: «O pro-
blema do interior resolve-se na
sede do Governo».
DR
lidades espanhola e portuguesa,
tendo sido organizada pelas
federações da modalidade dos
dois países.
6• • Quinta-feira • 31 de maio de 2018
S
Sociedade
PINHEL
Músicoterapia é
tema do “Museu
à Noite”
O músicoterapeuta Lu-
cas Sorrentino participa
hoje em mais uma sessão
do ciclo “Museu à Noite”, na
Casa da Cultura de Pinhel
(21 horas).
O tema é a “Musicote-
rapia e o novo paradigma”.
Trata-se de uma forma de
terapia alternativa que uti-
liza a música para dar res-
posta a necessidades físicas,
cognitivas, emocionais, soci-
ais e espirituais de pessoas
de todas as idades. Lucas
Sorrentino é colaborador
da ASTA – Associação So-
cioterapêutica de Almeida
e membro fundador da
MUTEpt – Associação de
Musicoterapia de Portugal.
TRADIÇÃO
Jogos tradicionais
na Guarda e
Rebolosa
A Associação de Jogos
Tradicionais da Guarda
(AJTG) e a Fundação INA-
TEL organizam no sábado,
a partir das 15 horas, no
Parque Urbano do Rio Diz
(Polis), na Guarda, a ativi-
dade denominada “Circuito
de Jogos”.
A iniciativa destina-se
a promover os jogos tradi-
cionais como atividade lúdi-
ca junto da população, ao
mesmo tempo que incentiva
práticas de vida saudáveis.
Já na tarde de domingo
haverá jogos tradicionais na
Rebolosa (Sabugal), numa
atividade promovida pela
Junta de freguesia local com
a colaboração da AJTG, no
âmbito da comemoração do
Dia Mundial da Criança.
Vestidos solidário
produzidos na Covilhã
Ana Eugénia Inácio
AEI
Talhar, cortar e
costurar, os três
passos necessários
na produção de
vestidos para
meninas de países
subdesenvolvidos, na
sua maioria em África.
“Dress a Girl Around the
World” é um projeto interna-
cional que chegou a Portugal em
2016 e que Elisabete Dias levou
para a Covilhã no ano seguinte
após uma reportagem televisiva.
Fundado pela americana
Rachel Eggum Cinader em 2009,
o “Dress a Girl Around the World”
começou por produzir vestidos
para meninas até aos 12 anos,
com o objetivo de as proteger dos
predadores sexuais. Depois de
Projeto de voluntariado já enviou cerca de 500 vestidos para África
tudo acertado com a responsável
do projeto em Portugal, foi no um molde que tem de ser respei- seguem para o país destino, num Dias concorda e acrescenta que
atelier “Happy Handmade”, de tado, mas nada se desperdiça. processo sempre acompanhado o resultado final «deixa-nos de
Elisabete Dias, que a solidarieda- Albertina Morais conta que «não por voluntárias da “Dress a coração cheio e com vontade de
de se juntou ao corte e costura e tenho panos nenhuns em casa, Girl Around the World”, que, querer colaborar ainda mais».
surgiram os primeiros vestidos, aproveito tudo». Quanto mais com apoio da TAP, vão entregar Um sentimento que parece ser
todos pelas mãos de voluntárias. colorido «melhor», afirma, e a as roupas às crianças. Esses partilhado por todas as vo-
Começou com encontros pontuais verdade é que até agora não há momentos finais são depois luntárias. A mais velha tem 87
naquele espaço, mas rapidamente um único vestido igual. Cada um partilhados com as restantes anos e é também uma das mais
o projeto atravessou as paredes tem ainda um bolso e lá dentro voluntárias através de fotogra- dinâmicas: «Anda todos os dias
do atelier. Também dedicada ao seguem umas cuecas, sendo que fia e «essa é a maior riqueza», num lufa-lufa a querer produzir
voluntariado, Albertina Morais
juntou-se a Elisabete Dias e tem
cada peça está identificada por
uma etiqueta da associação.
confessa Albertina Morais. Um
sentimento completado por Eli-
mais e mais», adianta Albertina
Morais. Costureiras nas ho-
dedicado muitos dos seus dias à sabete Dias, para quem «não há ras vagas, agora para além dos
confeção de vestidos, mas não só, Voluntárias nada melhor do que o sorriso de vestidos, o grupo de voluntárias
pois aproveita também para di- acompanham vestidos felicidade daquelas crianças». da Covilhã tem uma nova tarefa
vulgar o projeto e tem conseguido até ao destino final Ambas falam do projeto em mãos: a produção de calções
juntar cada vez mais voluntárias como uma «terapia» e de uma para rapazes. Entretanto, já no
à causa. Terminados os vestidos ocupação para a qual «nos falta próximo dia 28 está marcado um
Num ano, a “Happy Hand- há que enviá-los para Lisboa e tempo». Apesar do muito que novo encontro das voluntárias,
made” já enviou cerca de 500 também aqui o projeto conta dedica à preparação dos vestido, que vai decorrer no atelier Happy
vestidos e tem uma nova meta: com a boa vontade dos bombei- Albertina Morais considera que Handmade e que será também
«Gostava que só no próximo envio ros, que os transportam para «aquilo que recebo é muito mais aberto a todos os que quiserem
seguissem 200», afirma Albertina o atelier responsável. Daqui do que o que dou». Elisabete conhecer a iniciativa.
DR
Morais. Um número elevado mas
que não é impossível, com vo-
luntárias a trabalhar na Covilhã,
Barco, Coutada, Paúl, Cortes do
Meio, Tortosendo e Fundão, mas
também a partir de Coimbra e
de Almodôvar. «Qualquer pessoa
pode juntar-se a nós», adianta
Elisabete Dias, acrescentando
que até mesmo quem não sabe
costurar pode contribuir de ou-
tras formas. Uma das normas
do projeto é que não se aceita
dinheiro, só a doação de tecidos
de algodão, linhas e elásticos. «É
uma iniciativa que depende a 100
por cento da solidariedade e que
apenas necessita de criatividade
e boa vontade», afirma a sua di-
namizadora na região.
Nem sempre os tecidos
doados servem para fazer um
vestido completo, pois existe

Ângela Guerra
defende novo projeto
«político-partidário»
no PSD da Guarda
«Estou cá desde os 14 anos na JSD, não estou a assentar praça como general», afirmou Ângela Guerra
Luis Martins
A candidata à Distrital
do PSD encheu o café-
concerto do TMG na
apresentação das suas
listas e deixou críticas
ao adversário, Carlos
Peixoto: «Faltou muito
contacto direto com
os militantes de base
e também trabalho
diário no distrito»,
disse.
«A política na Guarda está
redonda, é sempre mais do
mesmo e com as mesmas pes-
soas», afirmou Ângela Guerra
no sábado, na apresentação das
suas listas para a Distrital do
PSD da Guarda.
Perante uma plateia bem
composta no café-concerto do
TMG, a candidata acompanhou
José Gomes, que momentos
antes tinha declarado que «pa-
rece que temos dois partidos na
Guarda: um de dirigentes que
utilizam os militantes para se
perpetuarem no poder e outro
das bases, das pessoas». Por isso,
«Ângela Guerra é necessária
para dar um novo rumo» ao PSD
no distrito, afirmou o candidato
à presidência da mesa da As-
sembleia Distrital. Também Rui
Ventura, que integra a Comissão
de Honra da candidatura, con-
siderou que o PSD «precisa de
se renovar, de gente que pense
de forma diferente e de sentir o
distrito. E Ângela Guerra sente-o
como ninguém». Por sua vez, a
candidata sublinhou que as suas
listas são formadas por «gente
de trabalho, de contacto com a
sociedade civil, que conhecem as
pessoas das suas terras e os seus
problemas e sem grande de-
pendência política. É gente livre
no pensamento e nas ações».
A também deputada na As-
sembleia da República afirmou
ainda que «é mesmo necessário
um novo projeto político-par-
tidário» no PSD da Guarda, bem
como dar «muito mais atenção»
às pessoas. Na sua opinião,
nestes últimos anos de liderança
de Carlos Peixoto «faltou muito
contacto direto com os militan-
tes de base e também trabalho
diário no distrito. Esse é o nosso
compromisso». Ângela Guerra
aproveitou também a sessão
para responder a Carlos Peixoto,
que a tinha acusado de falta de
currículo no partido: «Eu fiz o
meu caminho, não estou a assen-
tar praça como general. Estou
cá há muitos anos, desde os 14
anos na JSD», disse a presidente
da Assembleia Municipal de
Pinhel. A lista de Ângela Guerra
à Comissão Política Distrital
é composta, entre outros, por
Joaquim Lacerda (Aguiar da
Beira), Luís Soares (Manteigas),
Barreira Pires (Guarda), Filipe
Rebelo (Mêda), Cristóvão Santos
(Trancoso), Nuno Nascimento
(Celorico da Beira). À mesa da
LM
Assembleia Distrital concor-
rem José Gomes (presidente,
Guarda), Moisés Cainé (Seia),
Cláudia dos Santos (Trancoso),
Isabel Ferreira (Guarda) e Mari-
line Ferreira (Guarda).
Ao Conselho de Jurisdição
Distrital candidatam-se José Ro-
balo (presidente, Sabugal), João
Bandurra (Guarda), José Manuel
Biscaia (Manteigas), Sandra
Monique Pereira (Figueira de
Castelo Rodrigo), Lino Lopes
(Aguiar da Beira), José Paulo
Rolim (Almeida), Francisco
Ferreira (Figueira de Castelo Ro-
drigo) e João Figueiredo (Tran-
coso). Manuel Torres (Celorico
da Beira) concorre à presidência
do Conselho Distrital de Audito-
ria, com Isabel Isidro (Guarda),
Alcino Meirinhos (Guarda) e
Alexandre Torres (Pinhel). Já o
Conselho Estratégico proposto
por Ângela Guerra é constituído
por Ricardo Marques (Aguiar
da Beira), Alcino Morgado (Al-
meida), Hélder Gomes (Celorico
da Beira), Carlos Ribeiro (Figueira
de Castelo Rodrigo), António Júlio
Aguiar (Guarda), José Manuel
Saraiva Cardoso (Manteigas), Rui
Droga (Mêda), Paulo Velho Álvaro
(Pinhel), Pedro Marques (Seia)
e Agostinho Santos (Trancoso).
Ângela Guerra conta ainda com
uma comissão de honra que in-
tegra militantes históricos como
Carvalho Rodrigues, Rui Ventura,
Carlos Ramalho, Soares Gomes,
Alfredo Freire, Rui Proença Dias,
entre outros.
Quinta-feira • 31 de maio de 2018 •
PS
Eduardo Brito na Comissão Política
Nacional
Eduardo Brito foi eleito
para a Comissão Política Na-
cional (CPN) do PS no último
congresso dos socialistas.
O vereador da Câmara da
Guarda foi indicado pela Fede-
ração da Guarda e entrou no
14º lugar, à frente de figuras de
topo do partido, o que é visto
como «um reconhecimento
pela sua disponibilidade» em
candidatar-se à Câmara da
Guarda nas últimas autár-
quicas. A distrital guardense
conseguiu ainda eleger Olga
Marques (Celorico da Beira) e
deverá ter mais dois elementos
PINHEL
Feira medieval invade “cidade falcão”
este fim-de-semana
Pinhel volta a recuar até à
Idade Média este fim-de-sema-
na com a quarta edição da sua
feira medieval, durante a qual
serão recriados acontecimen-
tos e evocadas personagens
que fazem parte da história
da “cidade falcão” e da região.
A partir de amanhã, não
faltarão manjares, tabernas,
cortejos, torneios, teatro, mú-
FOTOLEGENDA
Caminhada pela luta contra o cancro reuniu
centenas de participantes na Guarda
Cerca de meio milhar de pes-
soas participaram no domingo, na
Guarda, na caminhada pela luta
contra o cancro “O que nos Liga
50 anos”, organizada por ocasião
dos 50 anos do Núcleo Regional
do Centro da Liga Portuguesa
Contra o Cancro. A iniciativa,
de cariz solidário e de sensibi-
lização para a adoção de estilos
•7
na CPN, uma vez que Júlio Coe-
lho (Sabugal) e Agostinho Gon-
çalves (Guarda) são suplentes
em lugares elegíveis após a
formação do Secretariado. Por
sua vez, Alexandre Lote integra
igualmente a CPN, tendo sido
indicado pelo secretário-geral
do partido, António Costa.
A representar a Federação
guardense estão mais dois
militantes: Sotero Ribeiro (Vila
Nova de Foz Côa) e Rui Martins
(Seia), eleitos como suplentes.
Já Pedro Fonseca, líder da
Federação, integra a CPN por
inerência.
DR
sica, dança e animação de rua.
Tal como nas edições ante-
riores, o município vai provi-
denciar trajes da época para
quem queira vestir-se a rigor.
No sábado, o destaque vai para
a ceia medieval que contará
com cerca de 350 comensais
e decorrerá junto ao castelo.
A feira medieval é organizada
pelo município.
LM
de vida saudáveis, vai resultar
numa candidatura ao Livro de
Recordes do Guinness pela maior
mobilização comunitária na luta
contra o cancro na região Centro.
A caminhada foi promovida em
todos os concelhos do distrito da
Guarda, bem como na Covilhã e
Fundão, pelos respetivos Grupos
de Voluntariado Comunitário.
8• • Quinta-feira • 31 de maio de 2018
Sortelha celebra lenda do beijo
eterno este fim-de-semana
“Beijo sem fim” é o terceiro
evento do ciclo “12 em Rede | Al-
deias em Festa”, promovido pelas
Aldeias Históricas de Portugal. A
festa começa amanhã (18 horas)
em Sortelha (Sabugal) e terá Ruy
de Carvalho como principal pro-
tagonista.
A famosa lenda do beijo eter-
no, imortalizada em duas rochas à
entrada da aldeia, é o tema central
da festa. Os visitantes serão rece-
bidos pelos moradores, com can-
tos e contos, gastronomia, visitas
encenadas e muita animação. As
casas dos residentes de Sortelha
estarão também de portas aber-
tas para a realização de oficinas.
Tudo começa amanhã (18 horas)
com uma mostra de bracejo e de
produtos locais, seguida da inau-
guração (19 horas) da exposição
“Noivos de Sortelha”. À noite há
uma refeição comunitária, antes
de uma visita encenada pelas
ruas de Sortelha (21h30) e do
espetáculo “Poesia do Beijo”, com
Ruy de Carvalho.
No sábado há animação de
rua, experiências da apanha do
bracejo, recolha de ervas aromá-
DR
ticas e medicinais. Durante a tarde
realizam-se oficinas, um “piqueni-
que amoroso” (17h30) e danças
e cantares tradicionais. À noite
há nova visita encenada e um
concerto de João Só. As refeições
comunitárias (jantar de sexta-
feira e piquenique de sábado) e as
oficinas estão sujeitas a inscrição
prévia obrigatória, para 271 750
080 (Museu do Sabugal) ou visit@
cm-sabugal.pt. Cada experiência
orientada tem também inscrição
obrigatória e um limite máximo
de 12 pessoas. Mais informações
em www.cm-sabugal.pt.
Depois de Sortelha, o ciclo “12
em Rede | Aldeias em Festa” pros-
seguirá em Linhares da Beira (13 a
15 de julho), Marialva (20 a 22 de
julho), Castelo Novo (27 a 29 de ju-
lho), Castelo Rodrigo (31 de agosto
e 1 de setembro), Castelo Mendo
(14 e 15 de setembro), Trancoso
(5 a 7 de outubro), Idanha-a-Velha
(1 a 4 de novembro), Monsanto (9
a 11 de novembro) e, finalmente,
Belmonte (7 a 9 de dezembro). O
projeto é promovido pela Associa-
ção de Desenvolvimento Turístico
Aldeias Históricas de Portugal.
PUB
Luís Filipe Gonçalves,
o antigo carpinteiro
que abriu um museu
em Melo
O museu está aberto diariamente e a entrada é gratuita
Sara Guterres
Entrar no Museu
Etnológico de Melo
(Gouveia) é meio
caminho andado para
recuar no tempo e dar
de caras com autênticas
relíquias da arte da
carpintaria. São várias
as ferramentas que
“forram” as paredes do
rés-do-chão da casa de
Luís Filipe Gonçalves
e contam a história
da arte de trabalhar a
madeira.
A 1 de maio de 1999, Luís
Filipe Gonçalves arregaçou as
mangas e criou o Museu Etno-
lógico de Melo (Gouveia). Tudo
graças ao bichinho da carpintaria
que o acompanhou desde os 17
anos, altura em que se estreou
na profissão.
Embora tenha sido um ho-
mem dos sete ofícios, passando
pelo ramo da sapataria, da saúde
e dos automóveis, ficou sempre «a
ideia de mais tarde fazer a recolha
destas ferramentas que hoje estão
praticamente extintas», refere
Luís Filipe Gonçalves, que tem
mais de 250 peças no museu. Há
plainas, esquadros, fitas métricas,
réguas, serras, machados, marte-
los, goivetes, serrotes, macetas e
até formões. «Parte destas ferra-
mentas são de carpinteiros que
já faleceram e que residiam aqui
na freguesia», revela o reformado,
convicto que este projeto tem
sido uma mais-valia para Melo
e para a região. «Na zona não há
SG
um museu como este», sublinha. assim que até já entregou uma
Mas desengane-se quem pensa que miniatura ao Presidente da Repú-
vai ao Museu Etnológico de Melo e blica com o M de Melo, Museu «e
sai de lá sem saber nada. Foi para de Marcelo», acrescenta.
satisfazer os mais curiosos que o Mas quantas horas dos seus
promotor passou da teoria à prática dias dedica à criação de uma só
e reproduziu plainas de moldura peça? Luís Filipe Gonçalves não
em miniatura «para que, pedago- consegue precisar, pois o traba-
gicamente, se entenda a diferença» lho «vai-se fazendo nas calmas,
entre as ferramentas, explica. com tranquilidade», responde,
O antigo carpinteiro também admitindo que essa é a razão
faz questão de mostrar aos mais pela qual «as peças têm brilho»
“abelhudos” o seu trabalho na no final. E, de facto, não há nada
carpintaria improvisada. «Na mi- melhor para este artesão do que
nha garagem tenho o torno, onde terminar uma criação e fotografá-
faço certos materiais e algumas la: «Gosto de colocar as imagens
pessoas gostam de ver como tra- no Power Point e enviar para as
balho», diz, satisfeito. E aos olhos pessoas para verem a evolução
dos mais atentos não passarão daquilo que aqui é feito», declara
despercebidas as miniaturas em o carpinteiro, a quem não pode
madeira que Luís Filipe Gonçalves faltar uma dose de dedicação e
executa no dia-a-dia, alusivas à empenho. «São trabalhos feitos
aldeia de Melo. Desde réplicas da com muito carinho», garante
sua casa de habitação ao pelou- Luís Filipe Gonçalves, que em
rinho, passando pelo tronco do 2011 chegou a construir duas
ferrador e pela capela da Mise- plainas em madeira – uma com
ricórdia, o antigo carpinteiro dá quatro metros de comprimento
asas à imaginação e garante que e outra com 34 milímetros – para
«trabalhos iguais a estes não há concorrer ao livro Guinness dos
aqui ninguém que faça». Tanto Recordes.
Continuidade do museu pode estar em risco
O futuro que se avizinha não é risonho e o reformado, com 77
anos, teme pela continuidade do trabalho ao qual se entrega de
alma e coração há 19 anos. «Eu não tenho familiares nem ninguém
chegado que se dedique a esta área. E também não vejo ninguém
em Melo que se inteire tanto da investigação como da divulgação de
todo este trabalho», queixa-se o antigo carpinteiro, que não esquece
a quebra acentuada da procura. «Eu tinha uma média de 600 a 650
pessoas por ano e agora não passa muito das 100, quando lá chega»,
lamenta o autodidata, que aponta o facto de Vergílio Ferreira ter pa-
rado de lecionar como uma das causas do decréscimo de visitantes,
recordando que quando o escritor «estava nos liceus a freguesia era
muito visitada», principalmente aos fins-de-semana.

Tributo a Paula Rego no IIIº SIAC
Entre 4 e 18 de junho a
arte contemporânea sai à
rua na Guarda por ocasião
do IIIº Simpósio Internacio-
nal de Arte Contemporânea
(SIAC) Cidade da Guarda,
organizado pelo município,
através do seu museu.
Do programa destacam-
se as exposições de Paula
Rego, Susana Miranda ou
Fernanda Fragateiro, bem
como a cedência de cinco
pinturas contemporâneas
do espólio do Novo Banco.
As obras de Nikias Skapi-
nakis, José de Guimarães,
Júlio Resende, Luis Pinto
Coelho e João Hogan vão
estar patentes no Museu da
Guarda. Este ano o SIAC
vai repartir-se pelo museu,
TMG, Alameda de Santo An-
dré, Praça Luís de Camões,
Solar dos Póvoas, Rua 31
de Janeiro, Arquivo Distrital
e Campus Internacional
de Arte Contemporânea. A
quinzena terá como tema
“As vanguardas da Memória”
e reúne 140 artistas de 21
países. Paula Rego, uma
das mais conceituadas artis-
tas plásticas da atualidade,
assina a exposição principal,
intitulada “As infâncias per-
duráveis” e que reúne obras
provenientes da Casa das
Histórias Paula Rego, Cen-
tro de Arte Manuel de Brito
e Fundação de Serralves. A
mostra será inaugurada no
dia 8 (18 horas) pelo ministro
da Cultura, Luís Filipe de
Castro Mendes.
No mesmo dia, o gover-
nante apadrinha um proto-
colo entre o Novo Banco e a
Câmara da Guarda com vis-
ta à cedência para o depósi-
to do Museu de cinco obras
Quinta-feira • 31 de maio de 2018 • •9
de pintura contemporânea
portuguesa. O SIAC 2018
contempla ainda mais dez
exposições e Instalações,
arte ao vivo (escultura, pin-
tura e gravura), colóquios,
palestras, arte urbana, ate-
liês, poesia visual, recitais,
apresentação de livros e ci-
clos documentais. A novida-
de deste ano é a realização
do 1º Congresso de Criação
na Arte Contemporânea,
agendado para os dias 8 e
9 de junho, e a “Land Art”
que levará atividades do
simpósio a Vila Soeiro, no
dia 16. Durante o Simpósio
haverá doze escultores a
trabalhar ao vivo na Alame-
da de Santo André, cujas
obras vão «enriquecer o
acervo cultural da cida-
de», como aconteceu nas
edições anteriores, disse o
vereador Victor Amaral. Ha-
verá também pintura ao vivo
na Praça Velha, no centro da
Guarda.
Na apresentação do
evento, o presidente Álvaro
Amaro considerou que o
SIAC é «uma marca distinti-
va da Guarda, muito impor-
tante» e que são iniciativas
desta natureza que motivam
o município a preparar a can-
didatura a Capital Europeia
da Cultura 2027. A terceira
edição do SIAC tem um
orçamento de 75 mil euros,
adiantou o edil, sendo uma
iniciativa do município e do
seu Museu que este ano tem
o apoio da Universidade de
Salamanca (Espanha), da
Casa das Histórias Paula
Rego, da Fundação D. Luís,
do Centro de Arte Manuel
de Brito e da Fundação
Serralves.
10 • • Quinta-feira • 31 de maio de 2018
«O SIAC representa um sopro de energia
positiva para afirmar a Guarda»
P - Qual a importância do Simpósio
Internacional de Arte Contemporânea
para a Guarda?
R - É uma iniciativa estruturante, muito
importante para a afirmação da Guarda na
componente cultural no espaço regional,
nacional e também ibérico e internacional.
Essa importância, aliás, ficou bem patente
no reconhecimento que tivemos na primeira
edição, em 2016, quando o SIAC ganhou
o prémio de melhor projeto internacional
pela Associação Nacional de Museologia e
uma menção honrosa pelo volume de in-
corporação de bens artísticos no acervo do
museu. Criámos há pouco tempo um Campus
Internacional de Arte Contemporânea que
resulta dessas obras criadas durante o SIAC.
Ou seja, estamos a colocar a arte ao serviço da
projeção da Guarda, mas também da vivência
cívica e, porque não dizê-lo, educativa e peda-
gógica dos guardenses. Creio que o SIAC já se
pode constituir como uma marca no campo
da programação das artes plásticas no pano-
rama nacional, uma vez que foi reconhecido
e esta terceira edição vai revelar exatamente
a importância que o município da Guarda,
através do museu, está a dar a esta progra-
mação multidisciplinar de qualidade, com
uma abrangência internacional. Esta edição
vai envolver 140 artistas de 21 países, que
vão estar representados, vão estar presentes
ou vão passar pela Guarda.
P – O que pretende a Câmara da Guar-
da com este simpósio?
R - Pretendemos afirmar a importância
da cultura para a vitalidade de uma cidade do
interior do país, para o seu desenvolvimento,
entendendo a componente das artes plásticas
como um ativo fundamental para a riqueza do
nosso acervo artístico e, com isso, contribuir-
mos para uma melhor educação das novas e
futuras gerações, salvaguardando a importância
que têm os equipamentos culturais e tudo o
que se faz neles, particularmente o museu, que
ficou sob a nossa alçada e gestão. O SIAC leva o
nome da Guarda além-fronteiras e traz à cidade
gente que aqui fica, aqui deixa o resultado da
sua passagem e contribui também para a eco-
nomia local. Portanto o simpósio é também uma
ferramenta, um ativo, para projetar a Guarda
no contexto regional, nacional e internacional.  artistas e estudiosos das artes plásticas. Va-
P - O que há de novo na terceira edição
do SIAC?
R - No ano passado tinhamos os escul-
tores a trabalhar ao vivo na Praça Velha mas
percebemos alguns dos efeitos menos positi-
vos, como o ruído das máquinas a lapidar as
pedras e a poeira. Ouvimos os comerciantes
e este ano as esculturas vão estar na Alame-
da de Santo André. Este ano duplicamos o
número de escultores (12), que vêm da Bul-
gária, Egito, Espanha, Sérvia, Itália, Roménia,
Eslovénia, Rússia, Grécia, Japão, Portugal e
Coreia do Sul. O novo espaço também nos
parece mais propício porque tem sombras e
vai criar uma dinâmica de descentralização.
De resto, o simpósio não é isolado da cidade,
ele tem de promover a fruição cultural num
ambiente de participação, envolvimento, em
que se desmitifica a ideia de que a escultura,
a arte contemporânea, só pode ser visitada
no museu. Não é, e um dos grandes objeti-
vos deste SIAC, é transformar a cidade num
grande palco de produção de arte ao vivo e
de formação artística que depois dá origem
a grandes exposições, que este ano são dez.
SG
Temos três grandes exposições de Paula Rego,
de Susana Miranda e de Fernanda Fragateiro,
nomes consagrados das artes plásticas portu-
guesas. Há ainda Sebastião de Resende, Javier
Seco e exposições de artistas internacionais,
nomeadamente uma grande mostra coletiva
na galeria do TMG. Na Praça Velha vão estar
pintores da Tanzânia, Inglaterra, Holanda,
França, Portugal, Alemanha e Polónia a tra-
balhar ao vivo. Continuamos a apostar nos
murais porque foram um sucesso – aliás, um
dos murais do artista espanhol Sfhir, que é
novamente nosso convidado, está nos 30 mais
conhecidos do mundo. Teremos instalações,
o curso de fotopolimero, com mais de 15
mos ter palestras, colóquios, documentários
sobre Paula Rego, escrita criativa, poesia de
grandes autores nacionais que vão produzir
novas abordagens inspirando-se na vida
e obra da pintora. Uma das novidades é a
realização do primeiro congresso de criação
na arte contemporânea, no Paço da Cultura,
e cujas inscrições estão abertas – temos
neste momento dez artistas internacionais
inscritos. Este ano levamos também o SIAC
ao meio rural, pois para 16 de junho está
programada uma atividade em Vila Soeiro,
que é talvez uma das aldeias mais simbólicas
da Guarda, em articulação com a Associação
Domínio do Vale do Mondego, formada por
residentes holandeses. Vamos criar uma
instalação artística numa das fábricas da lã
da aldeia, também em articulação com a Junta
de Freguesia, envolvendo todos os artistas e
demais participantes no SIAC, numa iniciativa
que pretendemos alargar a outros pontos do
concelho nos próximos anos. Realce também
para o depósito no Museu da Guarda de cinco
obras do acervo do Novo Banco, numa inicia-
tiva mediada pelo Ministério da Cultura. No
dia 8 será inaugurada uma sala onde ficarão
essas obras de José de Guimarães, Júlio Re-
sende, Luís Pinto Coelho, João Hogan e Nikias
Sapinakis. São obras de grande valor que o
Novo Banco vai ceder ao município através
de um protocolo que vamos assinar nesse dia.
P - Que artistas e artes vão ser realça-
das na edição deste ano?
R - Nos SIAC anteriores fomos criando
relações com pessoas que vêm, que desco-
brem a Guarda, tem sido extraordinário. É
uma atividade que tem potenciado um novo
olhar sobre a Guarda como cidade do interior
afirmando a sua centralidade num espaço
ibérico mais abrangente. O SIAC representa
um sopro de vitalidade, de energia positiva
para afirmar a Guarda e acreditarmos que
podemos chegar onde todos os outros che-
gam se envolvermos as pessoas certas, com
energia positiva, e temos recebido no SIAC
esses artistas, fotógrafos e poetas. E a cada
ano vamos introduzindo exposições que
resultam dessa cumplicidade. Não posso
deixar de referenciar o diretor do Museu, Dr.
João Mendes Rosa, pela dinâmica que tem
colocado a materializar aquilo que tem sido
a nossa orientação política. Em termos de
artistas, este ano destacaria Paula Rego, pela
simbologia, mas também Fernanda Fragatei-
ro, Susana Miranda, Sebastião Resende, Javier
Seco, entre outros.
P - Quantas obras já foram criadas no
âmbito do SIAC? Foram todas doadas à ci-
dade, o que é que a autarquia vai fazer com
esse espólio? Tem já um espaço definido?
R - Tivemos 14 esculturas nos dois pri-
meiros simpósios, se não estou enganado,
uma coleção de mais de três dezenas de seri-
grafias, que já circularam para Espanha. Aliás,
estamos a fazer acordos de cooperação com
museus espanhóis e museus e universidades
Entrevista a Victor Amaral,
vereador da cultura da
Câmara da Guarda
portuguesas graças à participação no SIAC
de inúmeros professores de Belas Artes e
artistas, com os quais foram criadas sinergias
e cumplicidades. Entre as obras que ficaram
destaco, por exemplo, em jeito de homena-
gem, duas oferecidas por Júlio Pomar à Guar-
da no âmbito da primeira edição. Isso tem um
valor incrível porque de outra maneira não
as teríamos. O SIAC acabou por sensibilizar
artistas de uma maneira ou de outra, pois
nós damos mas eles retribuem. Isto significa
que neste momento temos uma significativa
coleção de arte contemporânea para o futu-
ro museu a criar no projeto do “Quarteirão
das Artes”, no espaço do museu. Este ano
vamos abrir um novo espaço no museu para
a realização de cursos com José Fuentes, da
Universidade de Salamanca. Ali funcionarão
os cursos com jovens e crianças porque o
SIAC também tem uma dimensão educativa,
particularmente com alunos de artes, que vão
ter uma exposição no simpósio. Há também
um envolvimento dos artistas locais nessas
formações. Os simpósios anteriores legaram
à Guarda esculturas que estão expostas pela
cidade e no Campus Internacional de Arte
Contemporânea nos jardins da Biblioteca
Municipal Eduardo Lourenço e do Centro
de Estudos Ibéricos. A intenção é colocar as
esculturas criadas este ano noutras zonas da
Guarda de forma a criar um roteiro de arte
pública na cidade. Relativamente às serigra-
fias e pinturas, elas enriquecem o acervo do
museu. Quero chamar a atenção para o facto
da exposição de Fernanda Fragateiro vir dire-
tamente de Berlim, enquanto o tributo a Paula
Rego será a primeira grande exposição desta
pintora na Beira Interior e que reúne obras da
Casa das Histórias de Paula Rego, de Serralves
e do Centro de Arte Manuel Brito, de Algés. E
daqui vai para Paris. São aspetos importantes
quando a Guarda tem a intenção de se candi-
datar a Capital Europeia da Cultura em 2027.
P - O SIAC conta com a participação
de grandes nomes portugueses, ou até
internacionais, das artes plásticas?
R - O grande nome é Paula Rego, tal como
Fernanda Fragateiro, cujas obras não é fácil
trazer ao interior. Susana Miranda é outro
nome forte da escultura. Todos são afirmati-
vos da força que o SIAC está a ter como inicia-
tiva cultural âncora na Guarda e a partir daqui
para a região. Os artistas internacionais têm
um valor inequívoco resultante do seu traba-
lho, dos currículos e do seu contributo para a
diversidade das abordagens que vamos ter. O
tema deste ano é “Vanguardas da Memória”
numa ligação à temática da obra central de
Paula Rego, que são as infâncias perduráveis.
P - Esta terceira edição o SIAC vai sair
da Guarda e envolver também Foz Côa, a
exemplo do que ocorreu o ano passado
em Pinhel. Como vai ser desenvolvida
essa parceria?
R - Numa articulação importante e
estratégica com o Museu do Côa e o municí-
pio, haverá uma exposição naquele espaço.
Inequivocamente, a capitalidade cultural da
Guarda só pode coexistir e reforçar-se, tam-
bém de forma complementar, trabalhando
com os projetos e as iniciativas existentes no
território. Essa articulação com o Museu do
Côa é fundamental e, portanto, haverá uma
visita e será inaugurada uma exposição. É esta
rede que se vai criando com outras cidades
que vai alargando o efeito do SIAC.
 Quinta-feira • 31 de maio de 2018 • • 11

Arte na rua,
AR

SIAC e Museu da
Guarda premiados
assim foi pela APOM
A primeira edição do Simpósio

o primeiro Internacional de Arte Contemporânea

(SIAC) da Guarda, realizada em 2016,
valeu ao museu local o prémio para o “Mel-

SIAC
O primeiro Simpósio Internacional de
Arte Contemporânea (SIAC), que resulta
de uma iniciativa da Câmara da Guarda,
através do seu museu, e com a parceria
da Universidade de Salamanca, aconteceu
entre maio e junho de 2016 com a parti-
cularidade de colocar artistas a trabalhar
ao vivo em diferentes espaços da cidade.
Nesta edição inaugural participaram
cerca de 120 escultores, pintores e seri-
grafistas. O evento ficou ainda marcado
por uma grande exposição retrospetiva do
escultor espanhol José Luís Coomonte na
galeria de arte do TMG, enquanto a pintora
guardense Evelina Coelho, falecida uns
meses antes, também foi recordada através
de uma mostra e da exibição de um docu-
mentário sobre a artista, de Hugo Moreira.
O SIAC mostrou ainda obras de Júlio Pomar
(Portugal), Graça Morais (Portugal), José
Fuentes (Espanha) e Luís Geraldes (Aus-
trália), tendo também mobilizado os alunos
ligados às artes. Por sua vez, os artistas
guardenses foram envolvidos na criação
de um mural coletivo, bem como noutras
AR
intervenções espontâneas. Além das artes
plásticas, este primeiro simpósio acolheu
sessões de cinema, música, literatura e poe-
sia contemporânea e ações de formação. Na
altura, o vereador da Cultura Victor Amaral
garantia que a cidade ia viver «um grande
acontecimento cultural e temos expetativa
que vai resultar». A atividade teve um or-
çamento de 20 mil euros, «valor suportado
exclusivamente pela Câmara Municipal»,
adiantou Álvaro Amaro. No final, as obras
produzidas foram oferecidas ao Museu da
Guarda.
hor Projeto Internacional” da Associação
Portuguesa de Museologia (APOM).
Já a integração de cerca de 130
obras de arte realizadas durante a
atividade no acervo da instituição ob-
teve uma menção honrosa no “Prémio
Incorporação de Bens Culturais”. Para o
presidente Álvaro Amaro, estes prémios,
considerados os “Óscares da museolo-
gia portuguesa”, vieram «confirmar o
crescente investimento da Câmara da
Guarda na área cultural. Ao fim de duas
edições, termos o SIAC a ser destacado
como o melhor projeto internacional, as-
sociado à estratégia de gestão do nosso
museu, prova que a produção artística
de arte contemporânea constitui uma
“riqueza” patrimonial para o futuro, com
imenso potencial educativo para as novas
gerações». Nesta edição, que teve 130
candidaturas, o município candidatou-se
ainda à “Melhor exposição temporária”
com a mostra de Florencio Maíllo no
âmbito do SIAC; “Melhor Parceria” pelo
trabalho realizado com a Faculdade de
Belas Artes da Universidade de Salamanca
e outros Museus ibéricos e ainda o de
“Melhor Catálogo” também com o SIAC.

2017, o ano do crescimento do SIAC AR

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escultura, serigrafia, exposições, oficinas de

A segunda edição do Simpósio Interna-
cional de Arte Contemporânea da Guarda
(SIAC) decorreu de 1 a 18 de junho.
No ano passado o evento mobilizou 120
artistas de 15 países e incluiu uma homena-
gem ao escultor e ceramista João Cutileiro, pe-
los seus 80 anos. Entre as atividades previstas
está a exposição “80 anos, 80 desenhos” no
Museu da Guarda e o lançamento do vinho
“Altium João Cutileiro”, produzido pela Adega
Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo.
Seguindo o modelo da primeira edição, o
SIAC envolveu arte ao vivo, ateliers de pintura,
poesia visual, instalações, colóquios, pal-
estras, recitais de poesia, apresentação de
livros, um ciclo de cinema, documentários,
música, “urban art”, entre outras atividades.
Nas iniciativas de pintura ao vivo par-
ticiparam os artistas Valentina Gregoric
(Itália), Dorthe Botker (Dinamarca), Mariola
Landowska (Polónia), Júlio Cunha (Portugal),
Philippe Amirault (França), Vando Figueiredo
(Brasil), Fiel dos Santos (Moçambique) e
Jorge Gumbe (Angola). Na escultura ao vivo
trabalharam Kei Nakamura (Japão), Nils
Hansen (Alemanha), Masa Paunovic (Sérvia),
Alexey Kanis (Rússia), David Leger (França),
Elena Saracino (Itália), Pedro Figueiredo
(Portugal), José Ignácio (Espanha) e Milena
Tavena (Bulgária). O programa do SIAC 2017
ficou completo com as exposições “No fio da
Navalha” (Susana Piteira), “Portas a Compos-
tela” (Manuel Facal), “Yoniverse ou universo
enquanto útero” (Vítor Roque) e “30 anos de
pintura II” (Irene Gomes).
No ano passado o simpósio aconteceu
também fora da Guarda com uma extensão
em Pinhel, onde a artista espanhola Yolanda
Herranz expôs na galeria de arte AADE.

Os salões de Outono no Museu

As obras produzidas nas duas ed-
ições do Simpósio Internacional de Arte
Contemporânea Cidade da Guarda (SIAC)
têm sido reveladas em primeira mão na
iniciativa “Aberto para Obras – Salão de
Outono”, que se realiza anualmente no
Museu da Guarda.
Realizada sempre no Inverno, esta
exposição coletiva tem desvendado es-
culturas, pinturas, serigrafias, trabalhos
de fotoxilogravura e de poesia virtual
criados no Verão pelos participantes no
SIAC. A mostra é complementada com out-
ras expressões que marcaram presença no
simpósio como sessões de poesia, de música
e de cinema, sendo também a ocasião para
apresentar o catálogo da respetiva edição.
As obras produzidas na Guarda passam a
integrar as coleções do museu, agora sob a
tutela do município. Posteriormente, estas
peças serão cedidas para outras exposições,
nomeadamente em Lisboa e Madrid.
12 • • Quinta-feira • 31 de maio de 2018
Nestes primeiros dois anos o
SIAC produziu arte urbana para a
Guarda. Em 2017, as esculturas
produzidas na edição inaugural
foram instaladas no Largo da
Estação, na zona da BMEL/CEI,
nos separadores existentes frente
à marisqueira “O Caçador” e à
“Madrilena”, no jardim do Largo
Frei Pedro e na Rua Batalha Reis.
Um ano depois, a autar-
quia foi mais arrojada ao criar
o Campus Internacional de
Escultura Contemporânea no
jardim da Biblioteca Municipal
Eduardo Lourenço (BMEL) e
Arte para
o espaço
público
do Centro de Estudos Ibéricos,
agora transformado num novo
espaço expositivo da cidade
mais alta. Ali estão onze obras
em mármore e ferro criadas no
segundo SIAC por Milena Ta-
neva (Bulgária), Elena Saracino
(Itália), Kei Nakamura (Japão),
Nils Hansen (Alemanha), José
A. Elvira (Espanha), Susana
Piteira (Portugal), Alexey Kanis
(Rússia), David Léger (França),
Thierry Ferreira (França/Portu-
gal), Florencio Maíllo (Espanha)
e Masa Paunovic (Sérvia).
Segundo a autarquia, neste
“museu” ao ar livre o cidadão
é convidado «a usufruir da
arte em contexto de lazer e
reapropriação do espaço», num
diálogo «entre o elemento pais-
agístico e o criativo». O objetivo
é aumentar a atração turística
da Guarda, que está a preparar
uma candidatura a Capital Euro-
peia da Cultura em 2027 e quer
«afirmar-se cada vez mais como
uma Capital da Cultura na região
Centro e no país». O Campus
Internacional de Escultura Con-
temporânea foi inaugurado nas
comemorações do 25 de Abril.
Júlio Pomar ofereceu
serigrafias à Guarda
Júlio Pomar, recentemente
falecido, participou numa ex-
posição coletiva de serigrafias
na primeira edição do SIAC
em 2016.
A mostra esteve patente
no Museu e reuniu obras de
Graça Morais (Portugal), José
Fuentes (Espanha) e Luís Ge-
raldes (Austrália). No final
do evento, o pintor, tal como
outros artistas plásticos que
DR
participaram, ofereceu três se-
rigrafias à cidade e contribuiu
para valorizar o espólio de arte
contemporânea do Museu da
Guarda com quadros de autor
de renome internacional. Na
foto, uma das serigrafias do-
adas por Júlio Pomar, da série
“Desenhar”, com a dedicatória
«Ao Museu da Guarda e Sim-
pósio Internacional de Arte»,
maio 2016.
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JARMELO
Feira concurso promove raça autóctone
jarmelista
A 35ª Feira Concurso do
Jarmelo realiza-se no domingo
para divulgar a raça autóctone
da vaca e da cabra jarmelista.
Com início às 8 horas, o
certame inclui o 10º Concur-
so Bovino da Raça Jarmelista,
um mercado ao ar livre, uma
visita encenada ao castro do
Jarmelo, a tradicional garraiada
SERRA DA ESTRELA
Deputados do PS defendem valorização
do Mondeguinho DR
O PS entregou na Assem-
bleia da República um projeto
de resolução que recomenda
ao Governo que desenvolva
as ações necessárias para a
recuperação e a valorização da
nascente do rio Mondego, na
Serra da Estrela.
No documento, os depu-
tados Carlos César, Santinho
Pacheco e Maria Antónia Almeida
Santos sugerem a elaboração e
execução «urgentes» de um pro-
jeto de salvaguarda e valorização
da nascente do rio Mondego, co-
nhecida na região como Monde-
guinho, «nas suas componentes
AMBIENTE
CIMBSE debate estratégia de adaptação
às alterações climáticas na região
A Comunidade Intermuni-
cipal Beiras e Serra da Estrela
(CIMBSE) promove na terça-
feira, no Politécnico da Guarda,
a primeira de duas sessões de
“stakeholders” sobre “Estraté-
gias de adaptação às alterações
Climáticas”.
As Estratégias de Adapta-
ção às Alterações Climáticas
(EAAC) da Região das Beiras
e Serra da Estrela estão estru-
turadas sob quatro objetivos
principais: Informar; Reduzir
a vulnerabilidade e aumentar
TRANCOSO
O papel das instituições no
desenvolvimento regional em debate
“O Papel das Instituições
no Desenvolvimento Regio-
nal nos Concelhos de Baixa
Densidade Populacional” é o
tema do colóquio que a Caixa
de Crédito Agrícola do Vale do
Távora e Douro promove sexta-
feira (18 horas) no auditório
do Convento de S. Francisco,
em Trancoso. Os oradores são
e várias atividades de animação.
A iniciativa é uma organização
das Juntas de Freguesia de São
Miguel e São Pedro do Jarmelo,
Associação Cultural e Desportiva
local e a Acriguarda, com o apoio
da autarquia. A feira está inserida
no ciclo de festivais de cultura
popular do concelho, dinamizado
pelo município da Guarda.
patrimonial, ambiental, florestal,
cultural e arquitetónica, devol-
vendo ao local o simbolismo que
justifica e merece, como marca
do turismo da Serra da Estrela
e identidade de toda a Região
Centro. Segundo os socialistas,
o Mondeguinho, situado a 1.425
metros de altitude, é um dos
sítios da montanha «que não se
esquecem mais», mas recordam
que o último arranjo da espla-
nada da nascente do Mondego
terá ocorrido nos anos 50 do
século XX. «Nos últimos anos, a
degradação do local acentuou-
se, o lixo marca o espaço, e o
vandalismo, a falta de civismo,
transformam um lugar simbóli-
co para todo o vale do Mondego,
numa apagada e vil tristeza que
nos envergonha a todos», de-
nunciam, acrescentando que os
incêndios de 2017 destruíram a
área florestal envolvente.
a capacidade de resposta; Par-
ticipar, sensibilizar e divulgar, e
Cooperar a nível Internacional.
Com este projeto, a CIMBSE
pretende melhorar a resposta
ao clima seco e quente nos me-
ses de Verão, que se traduz na
escassez de água, e estar atenta
às alterações da biodiversidade,
no património ambiental e natu-
ral, que facilitam o aumento dos
incêndios nessa época de estio.
A próxima sessão decorre no
dia 5 na Universidade da Beira
Interior, na Covilhã.
António Fontaínhas Fernandes
(reitor da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro),
José Manso (diretor da CAP)
e Licínio Pina (presidente do
Conselho de Administração da
Caixa Central do Crédito Agrí-
cola. A sessão será moderada
por João Sousa, do jornal “Vida
Económica”. A entrada é livre.
Mais de nove mil
visitantes no Festival
do Vinho do Douro
Superior
“Master of Wine” Dirceu Vianna Junior contactou com os produtores na Expocôa
Luis Martins
Mais produtores
e mais visitantes,
assim foi a sétima
edição de um certame
que celebra a sub-
região onde se fazem
alguns dos melhores
vinhos do mundo e
faz anualmente de
Vila Nova de Foz Côa
a capital do Douro
Superior.
A sétima edição do Festival
do Vinho do Douro Superior, que
decorreu no fim-de-semana em
Vila Nova de Foz Côa, atraiu mais
de nove mil pessoas, tendo sido a
mais visitada desde a sua criação.
«Batemos o recorde de visitantes,
quase que não se cabia no pavi-
lhão no sábado e no domingo.
Pelos cálculos da organização
terão passado pelo certame mais
de 9.000 pessoas, tendo em conta
a venda de copos», adianta o pre-
sidente da Câmara.
Para Gustavo Duarte, esta
edição foi «um êxito total em
termos de público, de stands,
de animação e de promoção»,
tendo destacado a participação
nas provas comentadas e nas vi-
sitas às quintas. Já a presença do
“Master of Wine” Dirceu Vianna
Junior, o único de língua portu-
guesa, contribuiu para «projetar
internacionalmente» o festival.
«Estamos muito satisfeitos»,
sintetiza o autarca, que, tendo
em conta a adesão do público, já
Quinta-feira • 31 de maio de 2018 • • 13
LM
receia que um dia seja necessário mais castas em relação à sua área
parar «porque não cabe mais e também em estilos de vinhos»
gente no pavilhão da Expocôa». e sublinhou que o país «ainda
Quem se estreou no evento foi o tem muito para ser descoberto»
brasileiro Dirceu Vianna Junior, neste setor. Em Foz Côa o “Master
especialista de renome inter- of Wine” brasileiro encontrou
nacional radicado em Londres. alguns dos melhores néctares do
Na sua opinião, esta sub-região mundo, num evento que reuniu
do Douro, por ser mais quente, cerca de 80 produtores do Douro
tem vinhos «mais exuberantes» Superior, a maior participação
e um estilo «um pouco mais de sempre. Estiveram presentes
musculado». O também consultor as melhores referências víni-
permanente da ViniPortugal veio cas desta sub-região do Douro,
a Foz Côa para «ver produtores bem como os seus enólogos e
que já são bastante conhecidos produtores. O festival incluiu
e outros que nunca ouvi falar, e ainda uma mostra de produtos
isso é muito interessante», tendo regionais. Na sessão de abertu-
considerado que Douro Superior ra, Gustavo Duarte afirmou que
tem «muito a oferecer em pro- esta feira é «o reconhecimento
jetos novos, sangue novo, o que e a consagração do mérito que
acho importante para o Douro e é devido aos produtores». Por
também para Portugal». sua vez, o secretário de Estado
Dirceu Vianna Junior admitiu das Autarquias Locais, Carlos
também ficar sempre surpreendi- Miguel, destacou a «grande saúde
do com a «diversidade de sabores financeira» do município fozco-
dos vinhos desta sub-região, além ense, que «usa dez por cento da
da beleza natural, das grandes sua capacidade legal de endivi-
vinhas e das pessoas maravilho- damento e paga a oito dias. Com
sas». O especialista recordou, de estes resultados, a Câmara pode
resto, que Portugal é «o país com projetar o futuro do concelho»
Concurso atribui 22 medalhas de ouro
Como habitualmente, os vinhos presentes na feira foram ava-
liados em provas cegas por um painel de jurados constituído por
jornalistas, sommeliers e compradores. O Duas Quintas Reserva
2016 (Adriano Ramos Pinto Vinhos) venceu entre os brancos,
enquanto o Zom Grande Reserva Touriga Nacional 2011 (Barão de
Vilar) foi o melhor dos tintos e o Duorum Vintage 2011 (Duorum)
ganhou na categoria dos vinhos do Porto. Neste concurso foram
atribuídas 22 medalhas de ouro, seis das quais para branco, doze
para tintos e quatro para Portos. Houve ainda 12 medalhas de
prata para vinhos brancos, 25 para tintos e quatro para Portos.
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 Quinta-feira • 31 de maio de 2018 • • 15

MÚSICA
Benjamin no Teatro Cine de Gouveia
Benjamin, um dos projetos
mais surpreendentes do pop
nacional, atua sábado (21h30) no
Teatro Cine de Gouveia.
Museus de Vilar Formoso e
Sabugal premiados pela APOM
editou no ano passado o álbum
“1986”, fruto de uma parceria
com o britânico Barnaby Keen. O
resultado são oito canções inter- DR

Depois do aclamado “Auto caladas, separadas pela língua e

Rádio”, o seu disco de estreia lan-
çado em 2015, após quatro anos
em Londres e a instalação na vila
alentejana do Alvito, onde cons-
truiu o seu estúdio, o cantautor
unidas pelo contexto. “Dança com
os Tubarões” e “Terra Firme” são
os dois temas mais conhecidos e
que têm merecido grande desta-
que nas rádios nacionais.

TMG
Surma no café-concerto
Surma, o projeto da lei-
riense Débora Umbelino, está
esta noite (22 horas) no café-
concerto do TMG.
Editado em 2017, o seu dis-
co de estreia intitulado “Antwer-
pen” tem tido aceitação positiva
e está à venda até no Japão. A
música experimental de Surma
tem recebido reações positivas
por toda a Europa, mas foi nos
Estados Unidos da América que
a reação mais a impressionou.
Tanto assim que, desde o início
do ano, a cantautora já atuou na
Bélgica, França, Polónia, Alema-
nha, Suíça e Itália e também na
Holanda, no festival Eurosonic, e
nos Estados Unidos da América,
no South by Southwest. Surma
é uma “one women band”, pois
Débora Umbelino domina teclas,
samplers, cordas, vozes e “loop
CONCERTO
Gonçalo nos “Sons à Sexta”
DR
stations” para criar sonorida-
des que fogem do jazz para o
post-rock, da eletrónica para o
noise. Atualmente, a artista está
a preparar o segundo disco e a
banda sonora para um filme que
se vai estrear em setembro. A
entrada é livre.
Memorial aos refugiados e a Aristides de Sousa Mendes venceu o prémio de investigação
O Pólo Museológico Vilar
Formoso Fronteira da Paz - Me-
morial aos Refugiados e ao Cônsul
Aristides de Sousa Mendes e a
Casa da Memória Judaica da Raia
Sabugalense, no Sabugal, foram
galardoados este ano pela Asso-
ciação Portuguesa de Museologia
(APOM).
O projeto de Vilar Formoso,
inaugurado em 2017 pelo muni-
cípio de Almeida, foi distinguido
na categoria de Prémio de In-
vestigação graças ao trabalho da
historiadora Margarida Ramalho,
PUB
responsável pela recolha dos
conteúdos e a estrutura expo-
sitiva. O museu homenageia os
sobreviventes do Holocausto e
recria a sua viagem até à frontei-
ra portuguesa graças aos vistos
de Aristides de Sousa Mendes.
Já a Casa da Memória Judaica da
Raia Sabugalense foi distinguida
com o Prémio Filme de Divulga-
ção. O equipamento, gerido pela
autarquia do Sabugal, funciona
desde março de 2017 no edifício
da antiga Casa do Castelo, no
Largo do Castelo, e retrata a pre-
sença judaica no concelho através
de várias peças que fazem parte
do espólio municipal.
Já o Museu Judaico de Bel-
monte, recentemente remodela-
do, obteve uma menção honrosa
no Prémio de Trabalho de Muse-
ografia. entregues na sexta-feira,
em Lisboa, os prémios APOM des-
tinam-se a incentivar e premiar
a criatividade dos museólogos
portugueses, «reconhecendo o
seu contributo e dando visibili-
dade ao que de melhor se faz no
âmbito da museologia do país».

O ciclo “Sons à Sexta” re- que mistura guitarras elétricas e

gressa sexta-feira (22h30) à
Moagem, no Fundão, com o
concerto de Gonçalo, o projeto
a solo volcalista dos Long Way
to Alaska.
Na sua primeira incursão
a solo, Gonçalo Alvarez apre-
senta uma sonoridade «bela e
sensível, sobre onde se pode
falar da vertigem induzida pelos
Explosions In The Sky ou da be-
leza glacial pintada pelos Sigur
Ros», adianta a produção. No
seu primeiro álbum, intitulado
“Boavista”, o músico revela uma
impressão digital muito própria,
acústicas, teclados eletrónicos
e piano de cauda, enquanto a
bateria «se diverte como uma
criança numa loja de brinque-
dos». Neste trabalho Gonçalo,
natural de Braga, contou com a
colaboração de André Simão (la
la la ressonance), Filipe Azevedo
(Sensible Soccers), Pedro Olivei-
ra (peixe:avião), Jorge Queijo,
João Pereira (The Guilty Ones)
e Sérgio Alves (Marta Ren & The
Groovelvets) nos Arranjos. Os
“Sons à Sexta” são organizados
pelo município do Fundão com
o apoio da rádio Antena 3.

BMEL
Tomaz da Fonseca é lembrado na Guarda
A Biblioteca Municipal Edu-
ardo Lourenço, na Guarda, as-
sinala os 50 anos da morte de
Tomaz da Fonseca (1877-1968)
com várias atividades sobre «um
dos grandes vultos» da cultura e
intelectualidade portuguesas do
século passado.
Escritor, politico, professor,
jornalista, pensador e inter-
veniente na construção da Iª
República, Tomaz da Fonseca
é considerado um escritor de
ideias de grande mérito e atu-
alidade. As suas obras demons-
tram um forte anticlericalismo.
Tudo começa na quarta-feira
(18 horas) com a exposição “To-
maz da Fonseca: Republicano e
Maçon”, que será apresentada
por Teresa Branquinho, técni-
ca bibliotecária da Biblioteca
Municipal de Mortágua. No dia
12 terá lugar a conferência “O
pensamento filosófico e ma-
çónico de Tomaz da Fonseca”,
por Amadeu Carvalho Homem,
professor catedrático, jubilado,
da Universidade de Coimbra. A
evocação de Tomaz da Fonseca
inclui ainda uma comunicação
de Onofre Varela, designer grá-
fico, ilustrador, cartunista, autor
de banda desenhada e cronista.
16 • • Quinta-feira • 31 de maio de 2018 Publicidade

Restaurante
Moreira
Tribunal Judicial da Comarca da Guarda
Ruado
Rua doCampo,
Campo,55––1º1ºDto
Dto--6300-672
6300-672Guarda
Guarda Lic.Nº
Lic. Nº2890
2890––AMI
AMI Juízo de Competência Genérica de Pinhel
Telefone: 271211730 -- 964126775
Telefone:271211730 967543140 www.predialdaguarda.pt
www.predialdaguarda.pt Palácio da Justiça • Av. Frederico Ulrich
6400-378 Pinhel
VENDE Telef: 271410180 Fax: 271090239 Mail : pinhel.judicial@tribunais.org.pt
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Sítio do Carrilhão - Arrifana 6300 Guarda Telef. 271 237 683 Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em
ID:0577 V3Guarda C/3,em fase de acabamentos,quintal.Oportunidade 75.000€
que é requerido Rúben Alexandre Alves dos Santos, filho de Vitor Manuel Traça
ID:0829 T3 Duplex Cozinha c/lareira,3quartos,2wc´s,lugar de garagem 84.900€
dos Santos e de Maria de Lurdes Ferreira Alves dos Santos, nascido em 19-09-1995,
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ID:1105 Casas Rústicas Em pedra, c/ 710m de terreno envolvente.. .100.000€
2 Natural da freguesia da Sé - Guarda, com residência em Estrada Principal, Nº 97, Sorval,
ID:0779 T3 Centro Aquec.central,lareira,roupeiro,sótão,garagem…. ...135.000€
6400-641 Pinhel, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
ID:0956B V4 Guarda C/4 quartos, sótão habitável, garagem, quintal... 179.900€ A Juiz de Direito,
ID:1229 V4 Guarda Cozinha c/lareira, 3wc´s, garagem, sótão quintal..190.000€
ID:1226 V3 Isolada Vivenda c/3 quartos, aquec. central, garagem…...195.000€
Tribunal Judicial da Comarca da Guarda
Juízo de Competência Genérica de Pinhel Dr(a). Nádia Meneses Tavares Afonso
Palácio da Justiça • Av. Frederico Ulrich
ARRENDA 6400-378 Pinhel A Oficial de Justiça,
ID:0972C Escritório Guarda Centro Com 30m² e óptimas vistas………….150€ Telef: 271410180 Fax: 271090239 Mail : pinhel.judicial@tribunais.org.pt
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ANÚNCIO Maria Manuela B. T. Sampaio
ID:1043C T3 Guarda Coz. c /lareira,despensa,2wc´s,3 quartos, garagem.. .250€ O Interior, nº 962 de 31/05/2018
Processo: 101/18.9T8PNH Interdição/Inabilitação Referência: 26127950
ID:1108 T2 Centro Bem localizado,cozinha,despensa,2 quartos,sala,1wc..250€ Data: 22-05-2018
ID:0883 T3 Centro Coz.mobilada,sala e quartos mobilados,roupeiros2 wc. 260€ Requerente: Ministério Público
ID:0326 T2 Guarda Cozinha, 2 quartos,1 c/ roupeiro, sala, 1wc, sótão…. ..260€ Requerido: Ângela Alves dos Santos
ID:1095 T3 Guarda Cozinha c/ lareira, roupeiros embutidos,2 wc´s,sótão. .275€
ID:0025 T2 Centro Remodelado,coz.mobilada, 2 quartos, sala, 1wc..… ….300€ Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em
ID:1042 T3 Guarda Próximo do Forninho,3 quartos, roupeiros,2wc´s…......330€ que é requerido Ângela Alves dos Santos, estado civil: Solteira, filha de Vitor Manuel
ID:0229 T3 Guarda Aquec.central, 3 quartos, sala, 2wc,garagem,sótão. ….350€ Traça dos Santos e de Maria de Lurdes Ferreira Alves dos Santos, nascido em 26-
ID:0000 T3 Guarda Coz.mobilada,aquec.central,2wc´s,garagem, sótão…..350€
ID:0200 V3 Guarda C/aquec. central, totalmente remodelada e mobilada ..450€
08-1994, Natural de Portugal - Pinhel - Sorval [Pinhel], BI - 15466832, com residência
em: Estrada Principal, Nº 97, Sorval, 6400-641 Pinhel, para efeito de ser decretada MUNICÍPIO DE CELORICO DA BEIRA
I a sua interdição por anomalia psíquica.
Predial da Guarda, VENDE, ARRENDA E ADMINISTRA IMÓVEIS Mais seis Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), adjudicadas no
desde 1998 – IMOBILIÁRIA DE CONFIANÇA - A Juiz de Direito, Município de Celorico da Beira.

O Município de Celorico da Beira viu aprovadas 12 candidaturas ao Programa

VENDE-SE
Dr(a). Nádia Meneses Tavares Afonso Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (Portugal 2020),
O Oficial de Justiça, para a construção de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’s), estando
neste momento já adjudicadas seis, a construir nas localidades de Açores e Aldeia
Quinta com Casa, cerca de 12 ha Rica - União de freguesias de Açores e Velosa - freguesia de Baraçal, Salgueirais
João Pintassilgo
à beira do rio Mondego, perto das rotundas O Interior, nº 962 de 31/05/2018
- União de freguesias de Cortiçô da Serra, Vide - Entre - Vinhas e Salgueirais - e,
freguesia de Maçal do Chão.
da A25 e IP2 • Lageosa do Mondego
Contactos: 966473371 • 271926638 A construção destas infraestruturas visa aumentar a salubridade, reduzindo a poluição
urbana nas massas de águas circundantes, nomeadamente no rio Mondego, dotando
simultaneamente a população das localidades abrangidas, de melhores serviços de
saneamento de águas residuais. Estes projetos serão cofinanciados pelo Programa
Tribunal Judicial da Comarca da Guarda Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), com
os seguintes investimentos elegíveis:
Juízo de Competência Genérica de Celorico da Beira
Palácio da Justiça • Praça da República
• Açores
6360-306 Celorico da Beira
Telef: 271747490 Fax: 271090249 Mail : cbeira.judicial@tribunais.org.pt
Investimento Elegível – 54 852,35€
Financiamento Fundo de Coesão – 46 624,50€
ANÚNCIO
• Aldeia Rica I
Processo: 70/18.5T8CLB Interdição/Inabilitação Referência: 26123035 Investimento Elegível -38 305,15€
Data: 21-05-2018 Financiamento Fundo de Coesão – 32 559,38€
Requerente: Ministério Público
Requerido: Emmanuel António Gomes Santinho • Aldeia Rica II
Investimento Elegível - 38 305,15€
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em Financiamento Fundo de Coesão – 32 559,38€
que é requerido Emmanuel António Gomes Santinho, filho de Manuel da Fonseca
Santinho e de Maria da Conceição Almeida Gomes, nascido em 20-02-1983, natural • Baraçal
de: Celorico da Beira; nacional de Portugal, BI - 13543629 0zy1, com residência em Investimento Elegível – 70 133,39€
dimicílio: Rua dos Bombeiros, Nº 48, 6360-344 Celorico da Beira, para efeito Financiamento Fundo de Coesão – 59 072,78€
de ser decretada a sua interdição por incapacidade governar a sua pessoa e bens.
• Maçal do Chão
A Juiz de Direito, Investimento Elegível - 47 471,43€
Diretor e Editor: Luís Baptista-Martins Financiamento Fundo de Coesão – 39 810,12€
Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda
Redação: Luis Martins (Chefe de Redacção) e Ana Eugénia Inácio.
Dr. Elsa M. Oliveira • Salgueirais I
Conselho Editorial: António Ferreira, Nuno Amaral Jerónimo, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José Carlos Alexandre, O Oficial de Justiça, Investimento Elegível – 38 305,15€
Diogo Cabrita e Maurício Vieira.
Financiamento Fundo de Coesão – 32 559,38€
Colunistas e Colaboradores: Albino Bárbara, Américo Brito, António Ferreira, António Costa, António Godinho,
Cláudia Quelhas, Cláudia Teixeira, David Santiago, Diogo Cabrita, Fernando Pereira, Frederico Lucas, Hélder Sequeira,
Honorato Robalo, Joaquim Igreja, João Canavilhas, Joaquim Nércio, Jorge Noutel, José Carlos Lopes, José Pires Avelino Santos A substituição das atuais fossas sépticas, ineficientes no tratamento das águas
Manso, Júlio Salvador, Marcos Farias Ferreira, Miguel Sousa Tavares e Norberto Gonçalves. Desporto: António O Interior, nº 962 de 31/05/2018 residuais e nocivas para a população e o meio ambiente devido à produção de gases
Pacheco, António Silva, Arlindo Marques, Daniel Soares, José Ambrósio, José Luís Costa e Miguel Machado. Cartoon: e odores desagradáveis, situações que têm suscitado grande descontentamento da
Maurício Vieira. Paginação: Jorge Coragem Projeto Gráfico: Maurício Vieira. Departamento Comercial: Joana
população, por ETAR’S compactas, mais eficazes e eficientes no tratamento dos
Santos Impressão: FIG-Indústrias Gráficas, S.A. • Rua Adriano Lucas – 3020-265 Coimbra • Telefone 239 499 922
• Fax 239 499 981 • e-mail: fig@fig.pt Sede, Redação e Publicidade: Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300- efluentes, insere-se na estratégia de promoção de políticas ambientalistas, há muito
825 Guarda N.I.P.C. – P-504847422. Nº de registo na ERC: 123436 Depósito Legal:146398/00 Tiragem desta encetadas pelo Município, com vista à melhoria das condições de vida das populações
edição: 7.200 exemplares Periodicidade: Semanário Edição Internet: O Interior Propriedade: JORINTERIOR e do meio ambiente.
- Jornal • O Interior, Ldª. Detentores de mais de 10% do capital da empresa: José Luís Carrilho Agostinho de
Almeida e Luís Baptista-Martins.
Estatuto Editorial: http://www.ointerior.pt/jornal/fichatecnica.asp
Guarda - Redacção/Publicidade: 271212153 www.ointerior.pt
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Luís Correia dominador
em Fernão Joanes
Piloto da Yamaha venceu corridas principais do Nacional de motocross
na pista das Lajes e consolidou liderança em MX1 e MX Elite
Crossódromo de localidade do concelho da Guarda proporcionou um fim-de-semana muito competitivo
Luís Correia fez o pleno em
Fernão Joanes e consolidou a
liderança do Nacional de moto-
cross em MX1 e MX Elite.
Na primeira categoria, o
piloto da Yamaha venceu as duas
mangas da prova corrida no do-
mingo no crossódromo das Lajes,
à frente de Hugo Basaúla (KTM)
e de Luís Oliveira (Yamaha). Com
este resultado, o líder do cam-
peonato aumentou a vantagem
sobre o segundo classificado
do Nacional para 67 pontos, já
que Pedro Carvalho (Honda) foi
sétimo em Fernão Joanes. Luís
Correia também dominou a prova
de MX Elite, deixando o segundo
(Hugo Basaúla) a mais de 31 se-
gundos, enquanto Pedro Carvalho
fechou o pódio. Depois da etapa
da Guarda o piloto da Yamaha viu
encurtar a distância que o separa
SLALOM
Markku Alen ao volante de Fiat
131 Abarth em Figueira de
Castelo Rodrigo
Markku Alen, vencedor por
cinco vezes do Rali de Portugal,
vai participar este ano no Slalom
Sprint de Castelo Rodrigo, que
se realiza a 21 e 22 de julho em
Figueira de Castelo Rodrigo.
O piloto, que ficou conhecido
no mundo dos ralis como o “fin-
landês voador”, será o convidado
de honra da vigésima edição da
prova organizada pelo município
local e pelo Clube Escape Livre.
Os promotores adiantam que
Markku Alen vai conduzir uma
réplica do Fiat 131 Abarth de
competição com o qual ganhou
as edições de 1977, 1978 e 1981
do Rali de Portugal. De resto, o
finlandês celebrará, em Castelo
Rodrigo, os 45 anos da sua primeira
do seu perseguidor mais direto no
Nacional, Pedro Carvalho, para 33
pontos. Na categoria de MX2, Dio-
go Graça (Suzuki) não alinhou e
quem aproveitou foi Luís Outeiro
(Honda). O segundo classificado
na pista das Lajes assumiu o co-
mando do Nacional e tem agora
16 pontos de vantagem sobre
Diogo Graça. A etapa de Fernão
Joanes foi ganha por André Sérgio
(Yamaha), com Renato Silva (Hon-
da) a terminar na terceira posição.
A exigente pista serrana
também fez das suas para o
Europeu de EMX 65 e EMX 85.
O espanhol Francisco Garcia
(Husqvarna), 16º na geral do
campeonato, venceu a prova da
primeira categoria, à frente do
checo Jan Janout (KTM), quarto
classificado no campeonato. O
italiano Patrick Busatto (KTM)
DR
participação como piloto oficial e
40 anos sobre a vitória na Copa FIA
de Pilotos, precursora do Campeo-
nato Mundial de Pilotos. A compe-
tição de Castelo Rodrigo consiste
numa prova de sprint na noite de
21 de julho, no estádio municipal,
e numa prova diurna de slalom, no
dia seguinte, no centro da vila.
DR
foi terceiro e alcançou o com-
patriota Brando Rispoli (KTM),
ausente em Fernão Joanes, na
frente do Europeu. Em EMX 85,
o espanhol Raul Sanchez Garcia
(KTM), líder do campeonato,
não deixou os seus créditos por
mãos alheias e ganhou em Fernão
Joanes. O francês Saad Soulimani
(Husqvarna) e Luigi Russi (KTM)
completaram o pódio. Com cerca
de 1.500 metros, muito técnica
e de elevada dificuldade, a pista
das Lajes voltou a não defraudar
as expetativas dos amantes do
motocross e proporcionou um
fim-de-semana muito competi-
tivo. A prova foi organizada pela
Associação Cultural e Recreativa
local, com o apoio da Câmara da
Guarda, IPDJ, Junta de Freguesia
de Fernão Joanes e 70 empresas
da região.
SP. COVILHÃ
Dito é treinador, Rúben Nogueira
e Paulico são reforços
Dito é o novo treinador
do Sp. Covilhã, sucedendo no
cargo a José Augusto.
Em comunicado, a equipa
da IIª Liga informa que o novo
técnico vai fazer-se acompa-
nhar por dois adjuntos. Dito, de
56 anos, orientou nas duas úl-
timas temporadas o Famalicão,
também do segundo escalão
do futebol nacional, mas na
época transata saiu após a 21ª
jornada. Antigo defesa central
do Benfica, o treinador tem
passagens pelo Varzim, Morei-
rense, Ribeirão, Portimonense,
Chaves, Felgueiras, Salgueiros
e Esposende. Entretanto, os
“leões da serra” anunciaram
os dois primeiros reforços, Rú-
ben Nogueira e Sérgio Paulico.
Quinta-feira • 31 de maio de 2018 •
FUTSAL
Guarda 2000 com vida difícil
na Taça Nacional
A equipa feminina do Guarda
2000 ainda não ganhou na segun-
da fase da Taça Nacional de Futsal
após três jornadas.
No sábado, as jovens guar-
denses perderam 4-1 na receção
ao Ourentã (Cantanhede) no
pavilhão de São Miguel. O líder
da série B da zona Norte abriu
o marcador aos 5’ e aumentou a
vantagem aos 19’, com a formação
da cidade mais alta a reduzir já na
segunda parte com um golo de
Inês Pacheco aos 26’. Mas foi sol
de pouca dura, pois as visitantes
marcaram o terceiro três minutos
depois e estabeleceram o resul-
tado aos 36’. As guardenses, que
tinham apenas duas suplentes no
banco (Carla Rodrigues e Vanessa
CICLISMO
Nacionais de Estrada decidem-se
em Belmonte
Belmonte acolhe de 22 a 24
de junho o Campeonato Nacional
de Estrada para corredores de
elite e sub-23.
A prova mais esperada é a de
elite masculina e sairá para a es-
trada às 11 horas de 24 de junho
e terá 181,8 quilómetros. Será a
oportunidade de ver a maioria
das estrelas do ciclismo portu-
guês em competição no território
nacional, pois estarão presentes
as nove equipas continentais e as
cinco equipas de clube. Também
grande parte do pelotão “emi-
grante” vai bater-se pelos títulos
nacionais, estando já confirmados
Joaquim Silva, José Gonçalves, José
Mendes, Nelson Oliveira, Ricardo
Vilela, Rúben Guerreiro e Tiago
Machado. A organização, a cargo
da Federação Portuguesa de Ci-
DR
Vindo do Águias do Moradal,
do Campeonato de Portugal, o
primeiro é um médio ofensivo
natural da Covilhã com 26 anos.
Rúben Nogueira formou-se no
emblema serrano e já represen-
tou, entre outros clubes, o Benfi-
• 17
Cabo), ainda tentaram reagir até
ao apito final mas sem eficácia.
O treinador Marco Santos fez
alinhar Ana Silva, Inês Pacheco,
Diana Sousa, Joana Maia e Cátia
Almeida.
O Ourentã comanda a série,
mas com os mesmos seis pontos
que o Tebosa (Braga) e o Lusitânia
de Lourosa (Santa Maria da Feira),
beneficiando do facto de ter me-
nos golos sofridos. Já o Guarda
2000 é último classificado com
zero pontos e no sábado joga em
Tebosa no arranque da segunda
volta da competição. A segunda
fase da Taça tem quatro séries,
repartidas por zona Norte e Sul,
e serve para decidir o acesso ao
Nacional da Iª Divisão.
clismo e município de Belmonte,
conta com a participação de cerca
de duas centenas de corredores,
mais as respetivas equipas de
apoio, jornalistas e adeptos.
No primeiro dia correm-se as
provas de contrarrelógio de elite
feminina, elite masculina e sub-
23, enquanto no dia 23 realizam-
se as provas de fundo femininas
(elite, juniores, cadetes e masters)
e de sub-23 masculinos. «Espero
ter muita gente na rua para acom-
panhar esta prova, que é das mais
importantes do calendário velo-
cipédico português», considerou
o presidente da Câmara, António
Dias Rocha, na cerimónia de apre-
sentação. O edil adiantou também
que o município está a trabalhar
para acolher a Semana Europeia
de Cicloturismo, em 2019.
ca e Castelo Branco, Belmonte,
Sertanense e Manteigas, onde
se sagrou campeão distrital em
2012-13.
Por sua vez, o médio Sér-
gio Paulico de 27 anos, está
de regresso ao Covilhã, onde
também se formou e jogou
durante quatro épocas. Nos
últimos anos o esquerdino, na-
tural do Fundão, representou
as equipas açorianas do Prai-
nha e do Vitória do Pico. Já da
época transata permanecem
Joel e Gilberto, que renovaram
contrato, Vítor São Bento, Igor
Araújo, Zarabi, Makouta e
Abalo. O Sp. Covilhã comemora
no sábado 95 anos e inicia os
trabalhos de preparação da
nova temporada a 25 de junho.
18 • • Quinta-feira • 31 de maio de 2018
Entrementes
opinião
Norberto Gonçalves
Do lapso
1. Ato de escorregar; escorregadela.
2. Queda momentânea da memória;
esquecimento
3. Descuido proveniente de esqueci-
mento.
4. Engano involuntário.
5. Decurso de tempo; período.
Segundo o Dicionário Priberam da
Língua Portuguesa estas são as aceções
para o vocábulo que dá título a este
escrito.
Nos últimos tempos tem sido das
mais usadas, mesmo quando, por omis-
são, não é expressamente pronunciada.
São ministros que reconhecem o “lapso”,
pensando, quem sabe, que a nossa me-
mória é curta ou que estamos a assobiar
para o lado…
À hora a que escrevo noticiam os
meios de comunicação que os com-
bustíveis irão aumentar pela… décima
semana consecutiva. Trata-se, é óbvio,
de um lapso.
Um senhor presidente de Câmara
adjudica obras a empresa de um familiar
próximo? Pensarão vossorias que o homem
não tem mais que fazer do que vasculhar
os bens dos entes mais próximos? É mais
do que óbvio que, pura e simplesmente, se
trata de um “lapso”…
Meia centena de energúmenos in-
vadem um complexo desportivo da sua
própria agremiação desportiva? Mas, é
mais do que evidente que apenas queriam
ir cumprimentar os seus ídolos e bater…
palmas. O resto, mais uma vez, foi um
“lapso”… Desta vez foi mesmo um “lapso
chato” o que, já se sabe, pela utilização
do adjetivo, qualifica o “lapso” e o torna
especial…
Um dirigente desportivo omite ou
desvirtua documentos?... É “chato” mas,
se o homem nem sabe assim tanto da lusa
língua, tal não pode passar de um “lapso”…
Empresas ou particulares não entre-
gam declarações de rendimentos?... Espero
que os senhores das Finanças entendam
que se trata apenas de um incrível, acidental
e arreliador “lapso”. Raios, este já vai em
três adjetivos…
Bem, aqui chegados, é bom que se diga
que o mesmo dicionário aponta também
como significados para a mesma palavra:
Caído em culpa;
Incurso em erro ou pecado;
Culpado.
Não que eu, que sou néscio, acredite
em coisas dessas, mas… “que las hay,
hay”….
Por isso, e apesar de néscio, se me
perguntassem o que fazer a tais persona-
gens, a resposta apenas poderia assumir
os contornos que, em tempos difíceis o
General sem Medo deu, a propósito de
um seu oponente numa campanha para
um arremedo de eleições: obviamente
demitia-os!...
Desculpem, mas, com tanto lapso,
quase cometia, eu também, o mesmo pe-
cado e não assinava este texto…
agoradigoEU
opinião
Albino Bárbara Lembrar Maio de 68
50 anos depois de um maio que soube lutar por uma
sociedade livre de preconceitos, onde as ideias fervilhavam
trazendo ao de cima tudo o que havia naquela época, dando
sabedoria a quem não a tinha, denunciando as múltiplas
injustiças, na pátria da revolução, abanando consciências,
numa luta onde as mulheres ganham destaque e, de mãos
dadas estudantes e operários promovem a maior greve geral
jamais vista em toda a Europa.
A história dos anos 60 é rica em acontecimentos ha-
vendo necessidade de refletir em tudo aquilo que se passou
neste mundo em constante mudança:
O movimento hippie, a contestação à guerra e ao pre-
conceito (“make love not war”), a emancipação sexual, a
música dos Rolling Stones, Beatles, Elvis, Chico Buarque,
Bod Dylan, Joan Baez, a luta contra o “apartheid”, o as-
sassinato de Martin Luther King, a contestação à guerra no
Vietnam, a revolução chinesa nesse desabrochar das 100
flores num salto adiante que mais não foi que uma vénia
ao culto à personalidade daquele livro vermelho, que anos
mais tarde ficaria reduzido à Camarilha dos quatro. E depois
temos o “socialismo de rosto” de Alexander Dubcek, onde
as duas mil palavras sustentam a “insustentável leveza do
ser” dando voz ao resistente soldado Chveik, sem nunca
esquecer Jan Palach, que levou o seu esforço até ao limite
de todos os limites na luta pela liberdade.
Maio de 68 pôs tudo a nu menos a vida. E se por lá, De
Gaulle e Cª abdicaram, por cá, Salazar caía da cadeira de
lona no forte de Santo António da Barra deixando que Mar-
celo inaugurasse, ainda que por pouco tempo, a chamada
“Primavera marcelista”, que mais não foi que um pequeno
balão de oxigénio que se esgotou em poucos meses dei-
xando que os ultras do regime levassem a deles avante.
Nesses benditos anos 60 recordam-se seguramente do
episódio entre Américo Tomás e Alberto Martins, aquando
da inauguração do edifício das Matemáticas na Universi-
dade de Coimbra. E as detenções que se seguiram. E os
Uma viagem a Lisboa
opinião
Carlos Cortes *
António Arnaut deixou-nos, ocupando esse enorme
vazio com uma obra social única, com uma obra literária
sirénica e com a memória de um ser humano profundamente
bom. Deixo-vos um texto da minha reflexão que está inclu-
ído na sua fotobiografia.
«Foi numa viagem a Lisboa que tomei consciência da
pessoa humana que é António Arnaut.
Só conhecia a dimensão pública e política, como a
maioria das pessoas.
Fomos juntos, no mesmo carro. Ele com destino à
Assembleia da República, eu, rumo à sede da Ordem dos
Médicos, na avenida Gago Coutinho. Foi no dia das come-
morações dos 40 anos do 25 de Abril. Ao chegar à capital,
e apesar de estar atrasado, não resisti a acompanhá-lo ao
Parlamento para o ouvir declamar dois poemas alusivos à
Liberdade. Eram da sua autoria. Ao lê-los, pareceu soltar-
se-lhe a alma. Como se fizesse parte da própria escrita.
A personalidade do António Arnaut manter-se-á intem-
poral pela obra que edificou e permanecerá gravada, para
sempre, na memória de quem o conheceu pessoalmente.
De entre toda a sua extensa obra, a criação de um
sistema público de saúde foi o seu maior contributo para
o bem-estar dos homens e das mulheres. Será sobretudo
por esse feito que será lembrado.
Portugal era, então, um país em busca de uma identida-
de social, procurando consolidar a sua liberdade adquirida
e concretizar os seus sonhos de Democracia pubescente.
O Serviço Nacional de Saúde não se limitou a criar e
organizar uma rede de cuidados de saúde. O SNS uniu um
país dividido, consolidou a esperança, ligou e continua a
jovens levados à força para a guerra, que entretanto tinha
sido iniciada pelos movimentos de libertação dos povos
soberanos da Guiné, Angola e Moçambique.
Maio de 68 foi tudo isto. Foi uma lufada de ar fresco
contestando as mentalidades conservadoras dos dirigentes
europeus. Maio rompeu com velhas e ordinárias práticas ao
dar aquele grito onde ecoava permanentemente a palavra
liberdade.
Maio afirmou que a guerra não é nem pode ser um
procedimento normal.
Maio soube transportar-nos para um outro patamar e,
cinco séculos passados, mesmo neste mundo que pula e
avança, somos agora capazes de assumir outras e novas
formas de estar, embora se dê conta de uns quantos ve-
lhos do Restelo, que no seu passeio de Belém, continuem
teimosamente a afirmar que o rei não vai nu.
Olhando para o mundo atual, para esta “Escola de Di-
tadores” tão bem descrita por William J. Dobson, salta-nos
à vista os donos disto tudo, quais fantoches ordinários, de
mentalidade belicista como Trump, Kim Jong-un, Al-Bashir,
Bashar Al- Assad, Netanyahu, Hassan Rouhani, Maduro,
Temer, Ergodan, Putin, os etc. todos e, por último havia de
nos calhar na rifa os pouco cinco estrelóides. C’os diabos.
Razão completa para Erich Hartmann quando afirmou
que «a guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem
e não se odeiam matam-se entre si, por decisão de velhos
que se conhecem, odeiam-se, mas não se matam». Maio
conseguiu mudar muita coisa. Houve efetivamente esta
que nem Maio nem ninguém consegue mudar. Verdade,
verdadinha…Quem se lixa sempre é o mexilhão.
E se todos percebemos a necessidade de um novo
Abril para dar seguimento a Maio, fica-nos a impres-
são que das cantigas do mês das flores apenas iremos
continuar a soletrar «verdes prados, verdes campos/
onde está minha paixão/ as andorinhas não param/umas
voltam, outras não».
ligar gerações distantes. Atravessa as décadas - persistente
e determinado – semeando os seus valores de entreajuda
e solidariedade. Incansavelmente, percorrerá tempos de
abundância e tempos de carências. Mas resistirá enquanto
todos acreditarem nele e nos seus ideais que transporta.
O conjunto da obra de António Arnaut é de uma natu-
ralidade cristalina. Está despida de artifícios, de filtros ou
demagogias. É a perfeita transposição da sua personalidade.
A sua obra literária, política, social, associativa e profissio-
nal tem a marca do ser humano António Arnaut.
O SNS não foi somente edificado por António Arnaut.
O SNS é o próprio António Arnaut. É o seu humanismo,
o seu sentido de justiça, a sua preocupação social, a sua
busca de um mundo mais justo, a sua persistência, a sua
alegria, a sua vivacidade, a sua permanente regeneração,
a sua utopia.
Foram estas as impressões que me preencheram, numa
trivial viagem a Lisboa. Senti esta ligação íntima e perfeita
entre um homem e a sua obra.
Assim resistirá a personalidade ao tempo que passa e
à fragilidade da memória.
Quem mais a reconhecerá serão as gerações futuras,
quando lhes faltarem a força e a vontade, quando perpassa-
rem momentos de vazio e procura vã. Lembrar-se-ão que,
um dia, alguém quis Acreditar e esse único pensamento
será capaz de lhes devolver a Esperança».
É deste António Arnaut que sentirei falta. Também.
* Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem
dos Médicos
 Quinta-feira • 31 de maio de 2018 • • 19

opinião PUB

Laos: um país para explorar Dia 1 de Junho Dia da Criança.

Um dia diferente que a RE/MAX Altitude
(enquanto é tempo) em colaboração com o Município da
Guarda vai proporcionar a comunidade
DR

pré escolar do concelho da Guarda.

Joana Dente *

O Laos foi uma das mais agradáveis surpresas e aí pode-se encontrar de tudo a preços irrisórios.
nas viagens que fiz pelo Sudeste Asiático. A comida local é simples mas saborosa, havendo
Não existe, naturalmente, ligação direta entre várias opções de bons restaurantes com menus
Portugal e o Laos. Será sempre necessário efetuar de degustação que permitem uma visão completa
uma escala num país vizinho. Vietname e Tailândia das iguarias.
são opções a considerar, o que abre a possibilidade O interessante é que, neste país, ainda é tudo
de visitar igualmente um desses países durante a muito genuíno. As pessoas, a relação com os tu-
escala. Note-se que a entrada no país depende de ristas, os preços, etc. É um país que ainda não co-
visto à chegada (preparem previamente o formu- meçou a despertar a atenção do turismo de massas
lário, fotos e algum cash – as informações estão e, por isso, contém ainda todos os seus encantos
facilmente disponíveis online). naturais, com o bom e mau que isso acarreta. Uma
Nenhuma das cidades é grandemente conheci- coisa é certa: o Laos de agora não será certamente o
da e as atrações turísticas tradicionais escasseiam. Laos dos anos vindouros. Por isso, se quer explorar
O Laos é para sentir e explorar, descontraidamente. um país mais alternativo e menos massificado, faça
Sugiro o percurso que fiz durante vários dias como as malas enquanto é tempo.
uma das possibilidades, ainda que as hipóteses Vai?
sejam inúmeras: Boa viagem!
1. Entrada no país pela capital: Vientiane. Uma * @pitangaboss
cidade modesta e com pouco para visitar. Todavia, Jurista / Makeup Artist / Fashion Stylist
com uma atração fabulosa, o famoso “Buda
deitado” (Vat that Khao), que fica a uns PUB

quilómetros de distância da cidade mas que

merece a visita. Há autocarros, mas negociei COMUNICADO
um Tuk Tuk, desconfortável, mas que se
tornou memorável, numa viagem de horas A COVIPNEUS, loja da Guarda, tem o prazer de anunciar aos estimados Clientes,
por trilhos de terra batida e buracos. que irá estender a iniciativa de solidariedade desenvolvida durante o ano de 2017,
2. Partida para Vang Vieng, numa carri- ao ano de 2018. Neste sentido, a COVIPNEUS continuará a apoiar Instituições de
Solidariedade Social do Distrito da Guarda.
nha de sete lugares, sobrelotada, apinhada
de gente local. Uma excelente experiência A campanha decorrerá nos seguintes moldes:
para sentir as pessoas. Vang Vieng é uma
espécie de paraíso hippie, destino de alguns 1) No início de cada mês selecionar-se-á a Instituição de Solidariedade Social
que será contemplada.
estudantes em viagem de finalistas, dadas
todas as atrações e substâncias aí comer- 2) Por cada intervenção numa viatura em mecânica e pneus, a Covipneus
cializadas. libertará de 1 a 2 euros, que reverterão para a Instituição de Solidariedade
3. Partida para Luang Prabang. Fiz a Social selecionada.
viagem num autocarro de 20 lugares, onde 3) No final de cada mês será entregue o montante amealhado à Instituição de
couberam 40 sentados e alguns em pé, num Solidariedade Social nomeada, sob a forma de Donativo, e selecionar-se-á
trajeto que me prometeram de 5 horas, mas outra para o mês seguinte.
que acabou por se revelar o dobro. Luang
JÁ FORAM APOIADAS AS SEGUINTES INSTITUIÇÕES:
Prabang é uma cidade com recantos naturais
-Janeiro: CERCIG – Coop. de Educação e Reab. Cidadãos Inadaptados --- 541,00€
impressionantes. Recomendo uma visita ao -Fevereiro: Instituto São Miguel Rochoso ---------------------------------- 545,00€
“Santuário dos Elefantes” e fazer um per- -Março: Fundação João Bento Raimundo ---------------------------------- 565,00€
curso de elefante no meio da natureza: tudo -Abril: Assoc. Promoção Soc. Cult. Ambiental de Avelãs de Ambom ------ 559,00€

muito modesto e nativo, incluindo o almoço Para o mês de JUNHO, a sorte recaiu sobre o INSTITUTO SÃO MIGUEL,
que consistiu numa porção de arroz com esperando desde já que os clientes da COVIPNEUS se associem à ideia, estamos
frango enrolada numa folha de bananeira. convictos que iremos conjuntamente obter um DONATIVO substancial.
4. Regresso ao país de escala, a partir

AJUDE-NOS A AJUDAR!
de Luang Prabang.
As ligações entre as cidades podem
ser feitas por vários meios, mas, de facto,
os mais morosos e os que vão por terra
Sede: ZONA INDUSTRIAL – LOTE 4 - APARTADO 1006 Filial 1: AVENIDA S. MIGUEL, Nº 1 – CAVE Filial 2: ZONA INDUSTRIAL, LOTE – 1 -I
são aqueles que permitem apreciar o país Tlf.: 275 779 010/ Fax: 275 779 013 Tlf.: 271 237 992/ Fax: 271 237 993 Tlf.: 272 010 153
na sua plenitude. 6230-483 FUNDÃO 6300-864 GUARDA 6000-459 CASTELO BRANCO
Os mercados de rua são maravilhosos

opinião
20 • • Quinta-feira • 31 de maio de 2018
rua da corredoura, 80 - R/C Dto - C 6300-825 Guarda
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ASSALTO
Câmara de Celorico da
Beira foi assaltada na
noite de segunda-feira
A Câmara Municipal de Celorico da Beira
foi assaltada na madrugada de terça-feira e,
embora as averiguações não estivessem con-
cluídas até ao fecho desta edição, «não houve
assim nada muito valioso que tenha sido
furtado», adiantou o autarca Carlos Ascensão.
«Infelizmente não roubaram a dívida»,
ironiza o edil, acrescentando que havia
«muitos papéis revoltiados, parece-me
que procuravam algum dinheiro». Para
entrar na autarquia, os assaltantes terão
arrombado uma porta secundária, «que es-
tava um pouco resguardada», refere Carlos
Ascensão. O oficial de relações públicas da
GNR da Guarda, Cláudio Saraiva, confirmou
também a ocorrência de um furto e referiu
que o Núcleo de Investigação Criminal
e o Núcleo de Apoio Técnico estiveram
no local, a fazer a inspeção judiciária e a
análise criminalística, bem como a recolha
de vestígios. Este não é um acontecimento
isolado, pois no final de janeiro de 2010 a
Câmara de Celorico da Beira já tinha sido
furtada. Na altura, vários documentos de
obras e financeiros, bem como uma quantia
de dinheiro, foram roubados.
bilhete postal
Robin Hood morreu
O Portugal da nova esquerda é um ai Jesus. Uma esquerda
vergada ao peso da Virgem Maria levantada por gente LGBGT, Trans
Gt Turbo e Gays AMG. O andor caminha em “tumba la lão” mas não
cai. A virgem olha incrédula os profanos e pecadores convertidos.
Aqui cobram-se os maiores impostos dos últimos vinte
anos, mas ninguém diz nada e os “ai Jesus” negam. O Instituto
Nacional de Estatística confirma mas a esquerda abrenuncio grita!
Neste jardim há flores que valem milhões e uma relva de tostões.
O salário mínimo sobe às gotas oculares e o da classe média
perpetua-se há dez anos sem qualquer alteração. Os salários dos
gestores crescem na mesma proporção das dívidas que acumulam
às instituições e numa relação de reforma choruda em relação aos
bancos falidos. Como diz Jerónimo de Sousa, «há dinheiro para
a banca mas não há para salários». Portugal no andor levado aos
ombros do silêncio cúmplice da esquerda. A vertigem do Xerife
de Nottingham Centeno associada ao Prince John Costa que vem
visitar as terras dos miseráveis fazendo promessas, mas cobrando
em dobro depois, não tem Robin Hood para protestar. O Bandarra
foi-se. O Ali-Baba foi-se. Um povo perdido, sem lideranças, abafado
por narrativas cultas que constroem destinos ricos para poucos,
que elaboram estratégias onde sempre os mesmos enriquecem
e os outros se drogam de uma estúpida trilogia – Fado, Fátima
e Futebol. A força da pior informação criou dezenas de horas
de programas sobre um desporto apenas, onde o maior gestor
português ganha sete milhões de euros – mais que o Mexia, mais
que o dono da Sonae, mais que o Jerónimo Martins. Ai Jesus! Um
desporto onde aceitamos a iliteracia, a grosseria, o desrespeito na
forma de comentários e de programas e lideranças.
Como colocamos em causa os conceitos de moral e de
princípios fica uma constante piscina de insultos e de vergas-
tada que se espalha transversalmente a tudo. Nadamos todos
publicida
dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita
neste impropério. Criticamos os gestores mas não discutimos
resultados. Criamos instituições de fiscalização que sobretudo
constroem coimas, contra-ordenações, multas, mas não edu-
cam, não colaboram. É o regresso dos bens ao Xerife. Ele tem
os cofres cheios, pois se não paga, se não investe, se cobra
mais – arrecada.
A ausência de uma oposição limpa, que não coloque em
dúvida investigar tudo, criar uma prioridade ao confisco e arresto
dos suspeitos de roubo, que obrigue ao fim temporário do segredo
bancário, que peça apoio internacional para aplicar o corretivo
Lehman Brothers que retirou à fama e à ostentação a família de
Bernard Madoff trouxe a Portugal um estado de revolta latente onde
a impunidade dos grandes é tida como lei. A narrativa discursiva
do PS, que apoiou até não poder mais o seu Sócrates, que atacou
tudo e todos que falavam dos crimes da governação socialista, que
optou pelas palas mais duras, só vergou à enormidade de Pinho,
que o liga milagrosamente a Mexia, e este a Ricardo Salgado e
este a Zeinal Bava e este a Vara e este a Berardo e este a Bataglia
e este a muitos outros. Uma vergonha com a proporção milagrosa
de Fátima e do Futebol e do Fado enganoso para turista. Agora
colocamos as casas e os seus preços astronómicos neste Fado
também. Assim vai um Portugal onde tudo perdeu a sua lógica e
o seu preceito, onde o que é comum ficou raro e o que era raro
se tornou democrático.
Um país com um jornalismo condicionado, com uma classe
política suspeita, com uma criminalidade de colarinho branco
transversal, caminha para o trajeto Venezuela, para a pior noção
de Brasil e de Angola. Não é esse o milagre europeu, nem era essa
a ideia dos fundadores da democracia e da nacionalidade. Robin
Hood morreu e sobra a sua voz em frases soltas de Jerónimo e na
demagogia cada vez mais balofa do Bloco de Esquerda.
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