MOBILIZAÇÃO NA IGREJA LOCAL

LIDERANÇA, PREGAÇÃO E

RECURSOS
AUDIOVISUAIS

Por Emmanuel Oliveira Guimarães

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 LIDERANÇA, PREGAÇÃO E
RECURSOS
AUDIOVISUAIS
A
utilização de recursos audiovisuais na lide-
rança moderna é extremamente relevante.
Líderes que se aperfeiçoam nesse instru-
mento moderno podem facilitar a fixação de metas,
o esclarecimento de propósitos e a comunicação
intencional. Esses conceitos se aplicam também à
pregação do Evangelho, porém, é necessário conhe-
cimento e equilíbrio na aplicação dessas ferramentas
de comunicação.
“Recursos audiovisuais podem ser cruciais, já
que às vezes eles são melhores que palavras
para ilustrar conceitos difíceis. Sempre se
pergunte se o uso de recursos audiovisuais
contribuirá para a palestra e nunca seja ten-
tado a usá-los desnecessariamente.” 1
Esses recursos ajudam na retenção do que está
sendo comunicado partindo do princípio que as pesso-
as aprendem de diversas maneiras já que o cérebro pro-
cessa informações de formas diferentes. A concepção
de informações, valores e técnicas podem ser cruciais,
portanto a tecnologia precisa ser usada como fator de
suporte para ajudar o líder alcançar o seu propósito.
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Técnicas de apresentações
Conhecer as pessoas que você deseja comuni-
car a mensagem é extremamente relevante. Uma
apresentação visual precisa contemplar os principais
tipos de aprendizes:
“Há três tipos de aprendizes: o visual (a maio-
ria das pessoas recai nessa categoria), o au-
ditivo (ouvinte) e o sinestésico (pessoa que
gosta de sentir e tocar). Encontre formas de
chamar a atenção de todos. Uma apresenta-
ção deve incluir mais que slides.” 2
O líder eficaz utiliza os recursos técnicos para
suas apresentações audiovisuais seguindo uma
redação ou esboço. As apresentações podem ser
classificadas em três níveis de complexidade: baixa,
média e alta.
Sobre apresentações de baixa complexidade,
Hindle afirma que “a vantagem destes recursos é
a simplicidade e o fato de não precisarem de fonte
de energia. A informação pode ser preparada de
antemão, deixando pouco para ser montado no dia”3.
O uso de folhetos, quadros e flip charts são conhe-
cidos por sua simplicidade e praticidade.
Os recursos técnicos de média complexidade
são usados com maior frequência e, normalmente,
são montados no mesmo dia da apresentação.
Utilizam-se pequenos projetores e equipamentos de
som compactos, porém o preparo do conteúdo, dos
slides e do áudio são preparados com antecedência.
As apresentações audiovisuais de alta comple-
xidade “envolvem o mais alto nível de capacitação
técnica e podem exigir instalação por equipe espe-
cializada. O impacto alcançado com recursos audio-
visuais de alta complexidade poder ser estonteante
e compensar o sacrifício” 4.
Sistemas de telões conjugados com alta tec-
nologia de transmissão, como os utilizados nas
apresentações audiovisuais de Steve Jobs, im-
pactam de maneira acentuada as pessoas. As
vantagens desse tipo de apresentação são apro-
priadas para um público que esteja acostumado a
ver nos meios de comunicação o uso de técnicas
avançadas e que, consequentemente, identifique-
-se com essas novas tecnologias e formas de
captar a atenção.
Em suas apresentações audiovisuais, Steve Jobs
seguia um esquema de argumentos persuasivos que
ele chamava de “Esquema de Aristóteles”, os quais
se baseavam nos seguintes pontos:

1) Apresente uma história ou relato que desperte o interesse da plateia.

2) Proponha um problema que tenha de ser solucionado ou uma pergunta que se tenha de
responder.
3) Sugira uma solução para o problema proposto.
4) Descreva os benefícios específicos decorrentes da adoção do curso de ação exposto em
sua solução.
5) Incite a plateia a agir. Para Steve, é tão simples quanto afirmar: ‘Agora, saia e compre um.5

A pregação bíblica e os recursos audiovisuais
Os recursos audiovisuais se mostram eficazes na
liderança quando são usados como suporte e não
como o centro da comunicação entre líder e liderado.
O poder do uso dos recursos audiovisuais reside não
apenas no fato do preparo para apresentar uma ideia,
um projeto ou mesmo uma mensagem religiosa, mas
especialmente em saber que “o maior elemento de
comunicação não é o slide, mas o pregador” 6.
Em nosso tempo pós-moderno, muitas igrejas
estão usando nos púlpitos os recursos visuais, espe-
cialmente apresentações em PowerPoint. Em alguns
casos, esse uso tem sido abusivo, pois se substitui
a Bíblia como centro da pregação por tais apresen-
tações. Os recursos audiovisuais não pode ser algo
para entreter os ouvintes, mas sim um suporte. “Para
que seja eficaz na igreja, toda a mídia deve servir de
apoio para o conteúdo da mensagem, e não desviar
a atenção dela.” 7
Alguns pregadores não têm lido mais a Bíblia no
púlpito ou com a congregação durante a pregação.
Paulo escreveu a Timóteo: “Pregue a Palavra, esteja
preparado a tempo e a fora de tempo, repreenda,
corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (II
Timóteo 4:2 - NVI).
As apresentações audiovisuais devem ser usa-
das, de preferência, para palestras ou temas evange-
lísticos em que tenha necessidade de certo reforço no
ensino. Deve se evitar o uso de tais recursos para os
sermões, ou fazer o uso dentro das técnicas em que
o PowerPoint seja apenas um apoio para o pregador.

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 Como fazer apresentações audiovisuais na pregação

Alguns pontos devem ser observados sobre
as apresentações audiovisuais.
Nunca coloque uma citação bíblica sem que,
em um slide anterior, tenha apenas a referência
do local da passagem. Assim que todos lerem na
Bíblia, o pregador pode colocar o slide seguinte
para confirmar o texto já lido.
O slide deve conter apenas as chamadas
para os tópicos a serem abordados, não deve ser
explicativo, quem faz isso é o orador.
O slide deve ter, no máximo, seis linhas com
tópicos que devem ser explicados pelo orador
através da Bíblia e da pregação.
Alguns pregadores passam muito tempo len-
do os slides, o que é um grande erro, pois o maior
elemento de comunicação não é o slide, mas o
pregador.
O uso de citações é apropriado para os
slides, pois o pregador pode solicitar a partici-
pação da congregação na leitura. Isso fortalece
o aprendizado.
A utilização de áudio através de clipes ou
filmes curtos deve ser adequada à mensagem
bíblica. O vídeo deve ter de um a quatro minutos
de duração, no máximo e deve ser inserido no
PowerPoint para ser apresentado automatica-
mente, evitando assim transtornos de parar a
pregação para poder colocar o áudio ou o vídeo.
Durante a apresentação, o pregador deve
sempre estar olhando para a congregação, o
foco está nas pessoas e, por isso deve usar o
notebook ou o projetor de fundo (já utilizado
em igrejas grandes) como um retorno de vídeo
para ele.

Conclusão
A utilização de recursos audiovisuais na liderança pós-moderna é comprovadamente um instrumento
eficaz, mas, ao pregar do Evangelho, precisamos refletir nesse texto:

“[...] É fundamental entender os papéis do mensageiro e da tecnologia e saber seu lugar no culto.
Quando aliamos uma mensagem devidamente preparada a uma tecnologia escolhida com cuidado
e bem elaborada, sem atrair atenção desnecessária para o meio de comunicação ou mensageiro,
podemos ajudar os presentes a ouvir e entender o conteúdo da pregação.” 8

Um dos fatores mais importantes para você, líder, comunicar a grande esperança contida nos evangelhos
através da sua liderança é o seu preparo com o foco nas pessoas.

Emmanuel Guimarães Referências bibliográficas:

1 BORGES, M. Nos Bastidores da Mídia – Como os

O Emmanuel Guimarães é Secretário
Geral da Associação Paulista Central.
Dentre os seus város livros publica-
dos, destacam-se: “Anseios Huma-
nos, Solução Divina”, “Liderança
Pastoral”, “Dom de Deus”, e “A
Esperança é Jesus.”
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meios de comunicação afetam a mente. São Paulo:
Casa Publicadora Brasileira, 2005, p. 30.
2 GALLO, C. Faça como Steve Jobs. São Paulo, Texto
Editores Ltda., p. XIII, 2010, p. 12.
3 HINDLE, T. Como Fazer Apresentações. São Paulo:
Publifolha, 1999, p.30.
4 Idem, p.30.
5 GALLO, C. Faça como Steve Jobs. São Paulo: Texto
Editores Ltda., 2010, p. 13.
6 GUIMARÃES, E. Pregação audiovisual. Revista Mi-
nistério. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, Julho/
Agosto, 2008, p. 31.
7 BUTLER, P. Manual de Pregação. Editora: Vida, 2010, p. 316.
8 Idem, p. 325.