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EM PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
Organizadores
Cezar Bueno de Lima
Mirian Célia Castellain Guebert
Organizadores
Cezar Bueno de Lima
Mirian Célia Castellain Guebert
2016
Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem
autorização expressa por escrito da Editora.
Vários autores
Inclui bibliografias
ISBN 978-85-68324-51-6
APRESENTAÇÃO 7
8 APRESENTAÇÃO
dos Direitos Humanos. O entendimento metodológico de asso-
ciar políticas públicas à teoria de Estado é uma forma de superar
o procedimento que associa políticas públicas a ações de go-
verno, propondo-se analisar a complexidade que envolve a ela-
boração e a operacionalização das políticas públicas a partir da
relação entre o Estado e as classes sociais. O quarto capítulo, Di-
reitos humanos, multiculturalismo e educação numa perspec-
tiva antropológica, busca enfatizar o paradoxo entre a categoria
“universal” de ser humano e sua existência singular irredutível,
explorando três noções amplamente utilizadas na teoria social:
as noções de cultura, multiculturalismo e interculturalidade.
Sugere, ao mesmo tempo, que o esforço na efetivação de diálo-
gos interculturais é um recurso teórico de superação do debate
sobre universalismo e relativismo cultural. O quinto capítulo, O
deficit de Direitos Humanos no Brasil: razões estruturais, ana-
lisa o Estado brasileiro como numa instituição avessa à efetiva
participação e inclusão da população em seus destinos, desta-
cando a centralidade dos movimentos sociais como produtores
de Direitos Humanos e propõe um breve programa político a ser
adotado na perspectiva de uma sociedade equânime. O sexto ca-
pítulo, Poder constituinte e democracia no constitucionalismo
contemporâneo: o direito achado na rua, apresenta reflexões
no sentido de apontar que as fronteiras entre a moral e o direi-
to tornam-se cada vez mais imprecisas, quando comparadas à
Constituição e a totalidade da vida social. O artigo sugere, ainda,
que a pluralidade e a complexidade da sociedade contemporâ-
nea exigem um direito aberto constituído procedimentalmente,
sensível ao espaço público de sua formação, a rua.
Já na segunda parte, o sétimo capítulo, Os Direitos Hu-
manos na perspectiva dos movimentos sociais: das transfor-
mações sociais aos novos direitos, busca enfatizar que as ne-
10 APRESENTAÇÃO
vas governamentais comprometidas com a reversão do histórico
das desigualdades e exclusão social no Brasil, a realidade econô-
mica, política e institucional do país reflete a ausência ou fragi-
lidade dos mecanismos institucionais democráticos de controle
social sobre o Estado, seletividade do sistema de justiça criminal
e inflação da população carcerária.
Na terceira parte do livro, o 11º capítulo, Os povos indíge-
nas brasileiros e sua luta por uma educação específica, dife-
renciada e intercultural, representa um esforço teórico e uma
experiência educativa, decorrente de parceria entre o Estado
de Pernambuco e o curso de Licenciatura Indígena da UFPE, de
superação de mentalidades colonialistas a respeito dos povos
originários. Aponta que o desafio da educação indígena é liber-
tar-se da tutela do modo de organização pedagógica ocidental,
para que seja possível garantir a autonomia dos povos indígenas
quanto ao seu processo próprio processo de formação como um
direito fundamental. O 12º capítulo, Diversidade, educação e
Direitos Humanos, faz referência à inclusão do debate sobre a
diversidade, seja ela sexual, étnica, religiosa ou quaisquer outra.
Privilegia a análise da instituição escolar por considerá-la um es-
paço tecido a partir de correlação de múltiplas forças e de infini-
tas formas de agir e reagir, de governar e de resistir, de conduta
e de contra conduta. Assim, concebe a escola como lugar plural
e de dialógico, que potencializa as pessoas a entender os contex-
tos e pensar sobre as práticas vivenciadas, e deve ser o lugar de
emancipação cultural, politica, social.
Espera-se que a publicação do livro, além de contribuir
para o desenvolvimento de estudos, pesquisas e ações voltadas
à consolidação do PPDDH e do Núcleo de Direitos Humanos da
PUCPR, possa auxiliar na construção de aportes teórico-empíri-
co interdisciplinares destinados ao aprimoramento, à socializa-
KLEBER CANDIOTTO
Doutor em Filosofia e decano da
Escola de Educação e Humanidades
12 APRESENTAÇÃO
14 APRESENTAÇÃO
PRIMEIRA PARTE
TEORIA E HISTÓRIA DOS
DIREITOS HUMANOS
Cesar Candiotto1
1. Introdução
1
Doutor em Filosofia pela PUCSP, com Pós-doutorado na Université Paris Est-Cré-
teil e no Institut d’études Politiques de Paris (SciencesPo). Professor do Mestrado
e Doutorado em Filosofia da PUCPR e do Mestrado em Direitos Humanos e Polí-
ticas Públicas da mesma universidade. Bolsista Produtividade do CNPQ.
tinção entre Estado e sociedade civil. Portanto, a democracia,
embora mais na sua forma do que na sua materialização, tem
procurado garantir e promover a convivência das diferenças ao
mesmo tempo em que objetiva garantir a igualdade de direitos.
O pluralismo cultural também se encontra vinculado ao
complexo processo que conhecemos como secularização. Este
remonta aos séculos XVII e XVIII e diz respeito à emancipação
das diferentes esferas da vida humana em relação às prescrições
religiosas — sobretudo as do Cristianismo. Isso não significa que
na Europa ocidental as religiões perderam seu significado; antes,
elas gradativamente passaram a ser mais objeto de opção indivi-
dual e de uma crença que demanda uma fé amadurecida do que
uma referência axiológica de obrigação moral abrangente. O Ilu-
minismo, como principal motor da secularização, contrapôs-se à
ideia de que a fé opera como a única luz a esclarecer as escolhas
morais; doravante somente a luz da razão, de uma razão prática,
envolve a fundamentação de uma moral abrangente, sem a ne-
cessidade de adesão a uma religião específica.
O pluralismo cultural é relacionado também ao fenôme-
no das emigrações. Ainda que elas sempre tenham ocorrido, in-
tensificaram-se depois da dissolução dos grandes impérios oto-
mano, russo e austro-húngaro no começo do século XX, e como
decorrência do nazismo e do fascismo na Europa, dos genocídios
na Primeira e Segunda Guerra Mundial, da perseguição aos dis-
sidentes da ex-União Soviética e dos países comunistas do Leste
Europeu durante a Guerra Fria. Seria necessário ainda ressaltar
as guerras de independência, empreendidas principalmente no
Norte da África (como a entre França e Argélia), os massacres na
Ruanda e na Bósnia.
A partir dos anos 1990, o fenômeno da emigração foi
alavancado pelo processo de globalização (ou mundialização,
A filosofia de Kant é apropriada para tratar dos Direitos Humanos quando o foco
3
Seu mais conhecido livro a respeito é Principia Ethica (utilizamos aqui a tradução
4
vei que o autor segue por algum tempo a linha de raciocínio comum e deter-
mina a existência de um Deus ou faz observações com relação aos problemas
humanos; de repente, porém, eu me surpreendo ao descobrir que, em vez das
habituais proposições é e não é, não encontro nenhuma proposição que não
esteja associada ao deve e não deve. Essa mudança é imperceptível, mas de
grande importância no final” (HUME, 1978, p. 469 apud CANDIOTTO, 2012, p. 191.
Tradução de Richard Simanke).
a tudo mais” e que “é à luz das opiniões geralmente aceitas sobre as questões
particulares que eles devem ser discutidos, e essa tarefa compete propriamente,
ou mais apropriadamente, à dialética, pois esta é um processo de crítica onde
se encontra o caminho que conduz aos princípios de todas as investigações”
[ARISTÓTELES, 1973c, p. 12 (I, 2, 101b, 1-4)].
3. Considerações finais
11
Como sabemos, este é o núcleo do Artigo I da Declaração Universal dos Direitos
Humanos: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com
espírito de fraternidade”.
12
Isso não significa pactuar com a advertência, comum em nossa época, a respei-
to da inconveniência da sobrecarga da política de direitos humanos com novos
direitos ou com concepções mais exigentes de direitos. Essa advertência não é
resultado da constatação de uma “inflação dos direitos humanos”; trata-se, an-
tes, da “manifestação tardia da redução do potencial emancipatório da moder-
nidade ocidental à emancipação de baixa intensidade possibilitada ou tolerada
pelo capitalismo mundial” (SOUSA SANTOS, 1997, p. 114).
1. Introdução
Tal princípio consta no Título II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” e serve
4
3. Considerações finais
Referências
1. Introdução
viço Social da PUCPR. Mestre em Sociologia pela UFPR (2004) e doutora em Serviço
Social pela PUCSP (2013). Coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da PUCPR.
Exerce atividades de gestão, assessora e consultoria em políticas públicas. Superin-
tendente de Planejamento da Fundação de Ação Social em Curitiba-PR.
Professor e pesquisador do curso de Ciências Sociais e do Programa de Pós-
2
logia e de conservar unido um bloco social que não é homogêneo, mas sim
marcado por profundas contradições de classe. Uma classe é hegemônica, di-
rigente e dominante, até o momento em que — através de sua ação política,
ideológica e cultural — consegue manter articulado um grupo de forças hete-
rogêneas, consegue impedir que o contraste existente entre tais forças explo-
radas, provocando assim uma crise na ideologia dominante, que leve à recusa
de tal ideologia, fato que irá coincidir com a crise política das forças no poder”
(GRUPPI, 1978, p. 70). Na concepção gramsciana, a sociedade civil ganha peso
político na construção da hegemonia. Sociedade civil é o “conjunto de organis-
mos chamados ‘privados’ e que correspondem à função de ‘hegemonia’ que um
grupo exerce em toda sociedade” (GRUPPI, 1978, p. 11).
5
Estado de legitimidade justa, fundante de uma sociedade democrática, que ins-
taura um processo de efetiva incorporação de todo o povo nos mecanismos de
controle das decisões e de sua real participação nos rendimentos da produção
e assegura constitucionalmente um sistema de direitos humanos fundamen-
tais, acoplados com os direitos individuais, sociais, coletivos e difusos, tomando
como base os princípios de justiça social, igualdade e legitimidade (SILVA, 1990).
“Os direitos sociais são produtos históricos, construídos pelas lutas da classe
6
quanto pela política, que é formada pelo conjunto de mecanismos através dos
quais a classe dominante detém o monopólio legal da repressão e da violência
(controlado pela burocracia executiva e policial-militar), reprimindo legalmen-
te os grupos que não “consentem”. A sociedade civil é formada, precisamente,
pelo conjunto das organizações responsáveis pela elaboração e/ou difusão das
ideologias, compreendendo o sistema escolar, as igrejas, os partidos políticos, os
sindicatos, as organizações profissionais, etc. “A supremacia de um grupo social
se manifesta de dois modos, como ‘domínio’ e como ‘direção’ intelectual e moral.
Um grupo social é dominante dos grupos adversários que tende a liquidar ou a
submeter também mediante a força armada, e é dirigente dos grupos afins alia-
dos” Gramsci (2002, p. 62-63). A crise orgânica expressa a crise do próprio bloco
histórico, base econômico-social e ético-política, portanto, uma crise de hegemo-
nia, que pode conduzir transformismos ou resultar na construção de uma nova
cultura. É a partir do conceito de bloco histórico que a política social pode ser
entendida, na contradição entre regulação e conquista, coerção e consenso.
3. Considerações finais
Referências
BONETI, L.W. Políticas públicas por dentro. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2010.
Cauê Krüger 1
Fagner Carniel 2
1. Introdução
4
Ver, por exemplo, FEBVRE, 1930; ELIAS, 1994; WILLIAMS, 1969.
5
De acordo com Denys Cuche (2002), o termo colere, originário do latim, refe-
ria-se, no francês do século XIII, ao estado da terra cultivada, passando a ser
utilizado, no século XVI, para referir-se à ação, ao ato do cultivo em si.
Segundo Segato, essa forma de transformação dos conflitos envolve uma com-
7
diante de tradições culturais mais amplas, por outro lado, esse estímulo ao
dissenso pode levar à fragilização da coletividade, à debilitação de interesses
comuns e de sua unidade na resistência política diante de processos de domi-
nação política, cultural e econômica.
3. Considerações finais
Referências
Cesar Sanson1
1. Introdução
2
John Williamson, economista britânico, foi professor no Departamento de Eco-
nomia da PUC/Rio entre 1978 e 1981, assim como Rudiger Dornbusch, professor
do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Os dois foram figuras centrais na
elaboração do Consenso de Washington.
3. Considerações finais
1. Introdução
Graduado em Direito pela UnB (1986), com mestrado em Direito pela UFSC
1
“Las revoluciones del fin del siglo XVIII, primero la americana y después la fran-
3
p. 1ss.
Para que tenhamos uma noção dessa forma de pensamento podemos citar o ju-
5
Referências
1. Introdução
3. Considerações finais
Referências
1. Introdução
Nesse estudo, tratamos de alguns aspectos da situação
das mulheres na sociedade e os problemas e desafios por elas
enfrentados, especialmente a partir da realidade brasileira.
O trabalho inicia-se por uma retomada da história das mulhe-
res no mundo antigo até o Brasil contemporâneo, passando
pelos períodos medieval e moderno. Essa breve incursão histó-
rica serve para mostrar que muito tardiamente a mulher passou
a ocupar os espaços públicos e somente no decorrer no século
XX ela tornou-se titular dos mesmos direitos e obrigações que
4
Amandine Aurore Lucille Dupin era o verdadeiro nome de George Sand, que
nasceu em Paris em 1º de julho de 1804. Foi uma importante escritora, conside-
rada por seus contemporâneos como uma mulher livre que teve vários aman-
tes, sendo o mais famoso dentre eles o músico Frédéric Chopin.
Os Estados Unidos, desde o início do século XX, vão aos poucos concedendo o
5
www.interculturalidadygenero-colsan.com.mx/v4/pdf/Lamas%20Cuerpo%20
diferencia%20sexual%20y%20g%C3%A9nero.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2016.
Trata-se de uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta que inte-
15
lencia-contra-a-mulher-e-a-violacao-de-direitos-humanos-mais-tolerada-no-
-mundo/>. Acesso em: 10 dez. 2015.
<http://www.letras.ufrj.br/pgneolatinas/media/bancoteses/therezazavarese.
pdf>. Acesso em: 26 jan. 2016.
Referências
1. Introdução
pologia que pode ser traduzida como diferenças relativas, quanto a aspectos
culturais, sociais, econômicos, políticos, religiosos e até territoriais. Quanto mais
distante (geográfica ou ideologicamente) estiver a diferença de um pretenso
observador, mais radical ela será.
4. Considerações finais
DAGGER, R. Rights. In: BALL, T.; FARR, J.; HANSON, R. (Org.). Po-
litical Innovation and conceptual change. Cambridge: Cambridge
University Press, 1995. p. 292-308.
LYOTARD, J-F. The Other’s Rights. In. SHUTE, S.; HURLEY, S. (Org.).
On human rights: the Oxford amnesty lectures 1993. New York:
Basic Books, 1993. p. 135-147.
PADRE ANTÔNIO VIEIRA. Sermões. Sermão XIV, vol. IX. São Pau-
lo: Ed. das Américas, 1958.
1. Introdução
De acordo com os autores citados neste parágrafo, a maioria dos atos e compor-
5
tamentos considerados crimes pela legislação penal não são denunciados e/ou
não são resolvidos pela polícia.
fessores Cezar Bueno de Lima e Ilda Witiuk, intitulado “As múltiplas faces de
violação dos direitos humanos”, que aguarda aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da PUCPR. Dentre as variáveis em questão, destacam-se a desi-
gualdade de renda, acesso e permanência escolar, local de moradia, perfil fami-
liar, cor da pele, violência na comunidade e características das políticas públicas
de inclusão social juvenil na periferia da cidade de Curitiba.
3. Considerações finais
Referências
1. Introdução
Humanos da PUCPR.
como na sacralidade da propriedade privada, que guiam os se-
nhores e as senhoras do agronegócio na incitação ao ódio e, ao
mesmo tempo, debelam a culpa que deveriam sentir por cada
morte indígena encomendada. O mesmo ocorre com o senso
comum da sociedade brasileira, que parece tentar ignorar que
seu estilo de vida consumista e tecnológico é produzido pela
produção de vítimas inocentes que perdem seus territórios e
vidas para a indústria da exploração agrícola, pecuária, madei-
reira e energética.
Como a cultura dos povos indígenas se distingue radical-
mente daquela que a socidade brasileira herdou dos colonizado-
res, a experiência de outrem indígena se constitui pelo estranha-
mento, a tal ponto de tornar inconcebível racionalmente uma
verdadeira interculturalidade, que não exija a submissão dos di-
ferentes, vistos como povos inferiores e atrasados. Nesse sentido,
o desafio da educação indígena é libertar-se da tutela do modo
de organização pedagógica ocidental, para que seja possível ga-
rantir a autonomia dos povos indígenas quanto ao seu processo
próprio processo de formação. Quer seja na perspectiva de proje-
tos pedagógicos de resgate e preservação de sua própria cultura
ou pela inclusão dos indígenas nos espaços formais de educação,
é preciso considerar o direito à diferença e à especificidade, a fim
de que a interculturalidade educacional não se caracterize por
uma nova forma de dominação ideológica.
Conforme será analisado a partir da experiência de Per-
nambuco, ainda que se tenham obtidos alguns avanços, o di-
reito à educação específica e diferenciada encontra-se compro-
metida, não tanto pela falta de iniciativa e fomento do MEC,
mas pelos empecilhos encontrados nas próprias universidades,
pelo predomínio de uma concepção sobre outrem que visa a re-
duzi-lo a lógica do mesmo, ou seja, que pensa a interculturali-
3. Considerações finais
Referências
1. Introdução
1
Doutora em Educação, História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora adjunta do Programa de Pós-Gradua-
ção em Direitos Humanos e Políticas Públicas na Pontifícia Universidade Católi-
ca do Paraná (PUCPR), com pesquisa na área de Educação Especial e Educação
em Direitos Humanos.
2
Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP). Professora adjunta no curso de Serviço Social da Pontifícia Universi-
dade Católica do Paraná (PUCPR) e membro do Núcleo de Direitos Humanos
– NDH, na referida instituição.
3
Mestre em Filosofia e doutorando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Ca-
tólica do Paraná (PUCPR). Professor assistente no curso de Licenciatura em Filo-
sofia e coordenador do Eixo de Formação Humana na referida instituição.
4
Aprovado pela Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014, com vigência até 2024 e
válido para todo o território nacional.
maciça se fez sentir em todas as etapas do processo de constru-
ção do referido plano, por meio da participação democrática de
suas diversas entidades representativas, desde as conferências
municipais e estaduais de educação5, e determinados setores
conservadores da sociedade civil, tais como partidos de centro e
direita, igrejas cristãs e outras agremiações religiosas.
Destoando de sua costumeira ausência nos diálogos so-
bre políticas educacionais das duas últimas décadas, tais setores
conservadores fizeram soar um conjunto de imprecações, em vá-
rios estados e municípios, contrárias à concretização de uma das
principais diretrizes do PNE, prescrita no inciso X do art. 2 da lei
aprovada em âmbito federal, a saber, a “promoção dos princípios
do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabi-
lidade socioambiental” (BRASIL, 2014, p. 43), identificando, nas
metas relativas a essa diretriz, a tentativa de inserção de uma
pretensa ideologia de gênero6 nos currículos da Educação Básica.
3. Considerações finais
Referências
ISBN 9 7 8 - 8 5 - 6 8 3 2 4 - 5 1 - 6
9 788568 324516