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AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA

A metodologia utilizada para avaliação do estado de conservação das espécies


brasileiras foi desenvolvida pela UICN (União Internacional para Conservação da
Natureza), é amplamente utilizada em avaliações do estado de conservação de espécies
em nível global e já adotada por diversos países. Tal metodologia consta de categorias e
critérios utilizados para se definir o nível de risco de extinção das espécies, é produto de
amplas discussões entre a UICN e a comunidade científica ligada à Comissão de
Sobrevivência de Espécies, e é constantemente revisada. A primeira versão das categorias
e critérios foi desenvolvida em 1994, e atualmente utiliza-se a versão 3.1, de 2001.
Os processos de avaliação conduzidos pela UICN são realizados em nível global,
considerando-se a população total do táxon, em todo o globo. Uma avaliação em nível
nacional, como a que o Brasil se propôs a realizar, é considerada pela UICN como uma
avaliação “regional” e algumas diretrizes adicionais devem ser observadas.

NÍVEL TAXONÔMICO PARA AVALIAÇÃO


As avaliações devem ocorrer preferencialmente no nível taxonômico de espécie, e
estas devem ser sempre identificadas pelo binômio gênero-espécie. Excepcionalmente um
táxon pode ser avaliado no nível de subespécie, desde que haja justificativa para isso (por
exemplo, se uma subespécie está sob uma ameaça que não atinja o restante da espécie) e
que a espécie como um todo já tenha sido avaliada.
Espécies ainda não descritas também podem ser excepcionalmente avaliadas,
desde que atendam as seguintes condições:
 Existir um entendimento geral de que a forma não descrita é uma espécie válida;
 A descrição da espécie deve estar em andamento;
 Sua avaliação neste momento ajudará na sua conservação;
 Deve ser fornecida informação clara sobre a distribuição da espécie;
 O pesquisador responsável pela proposta da nova espécie e a instituição que contém o
material coletado devem ser identificados;
 Deve ser incluído nome comum local se houver, e se não houver, deve ser criado, para que
possa ser usado para indicar claramente a identidade deste táxon sem qualquer implicação
sobre validade científica.
Uma espécie não descrita será identificada com o nome do gênero e a abreviatura
sp. A descrição da espécie deve ser publicada até no máximo 4 anos após sua avaliação,
caso contrário a avaliação será desconsiderada.
Não são avaliados os seguintes casos:
 Híbridos;
 Níveis taxonômicos infra-específicos tais como formas, sub-variedades, variedades
de subespécies, etc;
 Táxon domesticado (no caso de um táxon possuir tanto indivíduos domésticos
quanto silvestres, apenas a população silvestre deve ser avaliada; animais ferais
derivados de uma fonte doméstica não devem ser incluídos);
 Táxon extinto antes de 1500 DC;
 Taxa infra-específicos ainda não descritos;
 Níveis taxonômicos superiores (ou seja, acima do nível da espécie).

CONCEITOS
Para que a avaliação seja conduzida corretamente, alguns conceitos essenciais
precisam ser considerados. Alguns destes conceitos são necessários para a condução de
avaliações nacionais. Outros são úteis para a aplicação dos critérios, que serão descritos
adiante. A seguir a relação dos principais conceitos (IUCN, 2010):

I. População e tamanho da população (critérios A, C e D)


O termo “população” é utilizado num sentido próprio nos critérios da UICN que é
diferente das definições biológicas habituais, sendo definida como o número total de
indivíduos do táxon , significando o mesmo que “população global”. Por razões
funcionais, essencialmente devidas às diferentes formas de vida, o tamanho da população
é avaliado apenas pelo número de indivíduos maduros.

II. Subpopulações (critérios B e C)


Subpopulações são definidas como grupos da população, separados
geograficamente ou de outra forma, entre os quais há poucas trocas demográficas ou
genéticas (geralmente um migrante ou gameta bem sucedido por ano ou menos).

III. Indivíduos maduros (critérios A, B, C e D)


O número de indivíduos maduros é o número de indivíduos conhecido, estimado
ou inferido capaz de se reproduzir. Na estimativa deste número devem ser levados em
consideração os seguintes pontos:
 Indivíduos maduros que nunca irão produzir novos recrutas não devem ser contados (ex.: as
densidades são demasiado baixas para ocorrer fertilização).
 No caso de populações com desvio da proporção entre sexos (adultos ou reprodutores) é
apropriado utilizar estimativas mais baixas para o número dos indivíduos maduros, que
considerem este aspecto.
 Quando o tamanho da população flutua, deve-se utilizar uma estimativa mais baixa. Na
maioria dos casos esta será muito mais baixa do que a média.
 As unidades reprodutoras de um clone devem ser contadas como indivíduos, exceto quando
estas unidades sejam incapazes de sobreviver isoladas (ex. corais).
 No caso de táxon que naturalmente perde todos ou uma parte dos indivíduos maduros numa
fase qualquer do seu ciclo de vida, as estimativas devem ser feitas no momento apropriado,
quando os indivíduos maduros estão prontos para a reprodução.
 Indivíduos reintroduzidos têm que ter produzido descendentes viáveis antes de serem
contados como indivíduos maduros.

IV. Tempo geracional (critérios A, C e E)


A duração do tempo geracional é a idade média dos progenitores da coorte atual
(i.e. dos indivíduos que acabam de nascer). A duração do tempo geracional reflete assim
a taxa de renovação dos indivíduos reprodutores numa população. A duração do tempo
geracional é maior do que a idade da primeira reprodução e menor do que a idade do
indivíduo reprodutor mais velho, exceto em táxon que se reproduz apenas uma vez.
Quando a duração do tempo geracional de uma população sob ameaça se altera, deve ser
usada a duração do tempo geracional natural, anterior à perturbação.

V. Redução (critério A)
A redução é um declínio no número de indivíduos maduros de pelo menos uma
quantidade (%) estabelecida sob o critério, durante o período de tempo (em anos)
especificado, embora esse declínio não tenha de ser contínuo. Uma redução não deve ser
interpretada como parte de uma flutuação, a não ser que haja boas evidências para isso. A
fase decrescente de uma flutuação não será normalmente considerada como uma redução.

VI. Declínio continuado (critérios B e C)


Um declínio continuado é um declínio recente, em curso ou previsto (que pode ser
suave, irregular ou esporádico) e que é presumível que continue a não ser que se tomem
medidas de recuperação. As flutuações não serão normalmente consideradas como
declínios continuados, mas um declínio observado não deve ser interpretado como uma
flutuação a não ser que haja evidências para isso.
VII. Flutuação acentuada (critérios B e C)
Pode-se dizer que ocorre uma flutuação acentuada quando o tamanho da
população ou a área de distribuição varia extrema, rápida e frequentemente, tipicamente
com uma variação superior a uma ordem de magnitude (i.e. um aumento ou decréscimo
de dez vezes).

VIII. Fragmentação severa da população (critério B)


O termo “fragmentação severa” refere-se à situação na qual o aumento do risco de
extinção do táxon resulta do fato de que a maior parte dos seus indivíduos se encontra
em populações pequenas e relativamente isoladas. Estas pequenas populações podem
extinguir-se e ter uma reduzida probabilidade de recolonização.
A fragmentação deve ser avaliada em uma escala apropriada para o isolamento
biológico do táxon considerado. Taxa com alta mobilidade tem maior facilidade de
dispersão, e não são tão vulneráveis ao isolamento causado pela fragmentação do habitat.
Taxa com baixa mobilidade são menos eficientes para se dispersar a longas distâncias e
mais facilmente isolados pelo efeito da fragmentação do habitat. A fragmentação do
habitat natural pode ser usada como evidência direta para fragmentação da população de
taxa com pouca habilidade de dispersar.

IX. Extensão de ocorrência – EOO (critérios A e B)


A extensão de ocorrência é definida como a área contida dentro do menor limite
imaginário contínuo que possa ser traçado para englobar todos os pontos conhecidos,
inferidos ou projetados da presença atual de um táxon, excluindo os casos de errantes e
visitantes. Esta medida pode excluir descontinuidades ou disjunções no interior das áreas
globais de distribuição de um táxon (ex. grandes áreas de habitat claramente inadequado).
A EOO pode freqüentemente ser medida por um mínimo polígono convexo (o menor
polígono no qual nenhum ângulo interno seja maior que 180 º e que contenha todos os pontos
de ocorrência) (IUCN 2001).

X. Área de ocupação – AOO (critérios A, B e D)


A área de ocupação é definida como a área que é ocupada por um táxon no
interior da sua “extensão de ocorrência”, excluindo os casos de errantes e visitantes. Esta
medida reflete o fato de que um táxon geralmente não ocorre por toda a sua extensão de
ocorrência, a qual pode conter porções de habitats inadequados ou desocupados. Em
alguns casos (ex. sítios de nidificação colonial insubstituíveis, sítios de alimentação
cruciais para táxon migratório) a área de ocupação é a menor área essencial, em qualquer
fase do ciclo de vida, para a sobrevivência das populações de um táxon . O tamanho da
área de ocupação é uma função da escala em que é medida, que deve ser apropriada aos
aspectos biológicos relevantes do táxon, à natureza das ameaças e dos dados disponíveis.
Para evitar inconsistências e erros nas avaliações, causados pela estimativa de áreas de
ocupação em escalas diferentes, pode ser necessário padronizar as estimativas pela
aplicação de um fator corretivo de escala. É difícil estabelecer regras para a padronização,
já que diferentes tipos de táxon têm diferentes relações área/escala.

XI. Localização (critérios B e D)


O termo localização define uma área, geográfica ou ecologicamente distinta, na
qual uma única ameaça pode afetar rapidamente todos os indivíduos do táxon
considerado. O tamanho da localização depende da área abrangida pela ameaça e pode
incluir parte de uma ou mais subpopulações. Quando um táxon é afetado por mais de
uma ameaça, a localização deve ser definida considerando a ameaça mais séria.
A justificativa para o número de localizações deve incluir a referência da ameaça
mais séria e plausível, e como ela afeta o táxon .

XII. Análise quantitativa (critério E)


Uma análise quantitativa é definida aqui como qualquer forma de análise para
estimar a probabilidade de extinção de um táxon , baseada no conhecimento do seu ciclo
de vida, requisitos de habitat, ameaças e quaisquer opções de gestão específicas. A
Análise da Viabilidade da População (Population Viability Analysis -- PVA) é uma
dessas técnicas. A análise quantitativa deve fazer uso integral de todos os dados
relevantes disponíveis. Numa situação em que haja pouca informação, os dados
disponíveis podem ser usados para obter uma estimativa do risco de extinção (por
exemplo, estimar o impacto de um acontecimento estocástico no habitat). Na
apresentação dos resultados da análise quantitativa, os pressupostos (que devem ser
apropriados e defensáveis), os dados usados e suas incertezas ou o modelo quantitativo
utilizado devem estar documentados.

XIII. População reprodutora


Uma população ou subpopulação que se reproduz dentro de uma região, seja todo
o ciclo reprodutivo ou alguma parte essencial dele.
XIV. População silvestre
Uma população dentro de sua área de distribuição natural, onde os indivíduos são
resultado de uma reprodução natural (quer dizer, não são resultado de liberações ou
deslocamentos com intervenção humana). Se uma população é o resultado de uma
introdução benigna que tenha sido bem sucedida, a população é considerada silvestre.

XV. Introdução benigna


Uma tentativa de estabelecer um táxon , com propósito de conservação, fora de
sua área de distribuição registrada, mas dentro de um habitat e área ecogeográfica
apropriada. Esta é uma ferramenta de conservação factível somente quando não existem
áreas remanescentes dentro da distribuição histórica da espécie.

XVI. Táxon Errante


Um táxon que é encontrado atualmente somente de forma ocasional dentro dos
limites de uma região.

XVII. Táxon Visitante


Um que não se reproduz em uma região, mas ocorre de forma regular dentro de
seus limites, atualmente ou durante algum período do último século. Para definir os
limites entre visitantes e errantes, pode ser utilizado uma porcentagem predeterminada da
população global encontrada na região ou previsibilidade da ocorrência.

XVIII. Efeito resgate


Processo mediante o qual a imigração de propágulos resulta em uma redução no
risco de extinção para a população em questão.

XIV. Propágulos
A entidade viva capaz de dispersar e de produzir um novo indivíduo maduro, por
exemplo, esporos, sementes, frutas, ovo, larva. Gametas e pólen não são considerados
propágulos nesse contexto.

XV. Sumidouro
Área em que a reprodução local de um táxon é menor que a mortalidade local. O
termo é geralmente utilizado para referir-se a uma subpopulação que experimenta uma
imigração a partir de uma fonte onde a reprodução local é mais alta que a mortalidade
local.

AVALIAÇÃO REGIONAL, NACIONAL E GLOBAL


O termo regional é utilizado para indicar qualquer zona geográfica em nível
submundial, seja continente, país, estado ou província. Ao se avaliar o estado de
conservação de uma espécie da fauna brasileira, a primeira consideração a fazer é se a
espécie é endêmica ao território nacional ou não. Para espécies endêmicas, a avaliação
nacional equivale à avaliação global da espécie. Se a espécie não é endêmica, diferentes
situações podem ocorrer:
1. Pode tratar-se de uma subpopulação isolada;
2. Pode tratar-se de táxon que visita o território nacional apenas ocasionalmente, e que
pode ou não se reproduzir na região; ou
3. Pode tratar-se de parte de uma população, definida apenas por uma fronteira
geográfica, em que os indivíduos podem migrar de ou para outras populações fora
dessa fronteira.
Espécies que migram para outras regiões durante parte do ano podem ser afetadas
pelas condições do habitat de lá. Durante a avaliação brasileira, portanto, é preciso
atenção nos casos em que a população do táxon dentro do território nacional é apenas
uma parte da população global. Nestes casos será necessário incluir informações
adicionais sobre o restante da população ou subpopulações que se encontram fora do
território nacional.
A avaliação regional é realizada em dois passos e difere ligeiramente dependendo
se a espécie se reproduz ou não dentro da região. As populações externas podem
influenciar o risco de extinção da população regional, alterando a categorização para um
nível mais alto ou mais baixo.
Para populações que se reproduzem em território nacional, o primeiro passo é
conduzir uma avaliação padrão, resultando em uma categorização preliminar. Todos os
dados utilizados devem ser referentes à população regional, não à população global. O
segundo passo é investigar a existência e o estado de populações da espécie fora da
região. Se a população regional for isolada, a categoria definida na avaliação preliminar
se mantém. Se populações fora da região afetam o risco de extinção regional, a categoria
deve ser alterada para um nível mais apropriado. A população regional pode receber
migrantes de fora, criando um efeito resgate, o que tende a diminuir o risco de extinção
na região e nesse caso, deve se reduzir a categoria definida no primeiro passo, em um
grau. Por outro lado, se a população na região é um sumidouro, incapaz de se sustentar
sem a entrada de novos imigrantes E a fonte extra-regional está em declínio, o risco de
extinção da população regional aumenta, e a categoria definida inicialmente deve ser
elevada em um grau. Caso não se conheça a influência das populações de fora no risco de
extinção regional, a categoria inicial deve ser mantida.
Para populações visitantes, que não se reproduzem em território nacional, em
primeiro lugar deve ser considerada a diferença entre um visitante e um errante, pois esse
último não pode ser avaliado. Os dados usados devem se referir à população regional, não
à população global. Para se projetar de forma correta uma redução na população ou um
declínio continuado pode ser necessário examinar as condições fora da região,
particularmente na área de reprodução. Também é essencial distinguir verdadeiras
mudanças e flutuações na população de mudanças momentâneas, que pode ser devido a
um clima desfavorável em determinado ano, por exemplo. No segundo passo, devem ser
consideradas as condições ambientais dentro e fora da região e haverá redução no risco
definido no primeiro passo apenas se as condições ambientais estiverem estáveis ou
melhorando.

CATEGORIAS DE RISCO DE EXTINÇÃO


Um táxon pode ser enquadrado em onze categorias distintas de acordo com o grau
do risco de extinção em que se encontra. Por convenção, sempre que houver referência a
determinada categoria utiliza-se o nome em português e a sigla no original em inglês,
entre parênteses. Nessa categorização, um táxon pode ser considerado:
Extinto (EX) - Extinct
Extinto na Natureza (EW) - Extinct in the Wild
Regionalmente Extinto (RE) - Regionally Extinct
Criticamente em Perigo (CR) - Critically Endangered
Em Perigo (EN) - Endangered
Vulnerável (VU) - Vulnerable
Quase Ameaçado (NT) - Near Threatened
Menos Preocupante (LC) - Least Concern
Dados Insuficientes (DD) - Data Deficient
Não Aplicável (NA) - Not Applicable
Não Avaliado (NE) - Not Evaluated

Observação: Regionalmente Extinto, nesse caso, se equivale a “Extinto no Brasil”.


Os taxa considerados Criticamente em Perigo, Em Perigo ou Vulnerável, são
aqueles que necessitam de ações de conservação em um futuro imediato.

CATEGORIAS DE RISCO DE EXTINÇÃO

EXTINTA (EX)
Um taxon é considerado Extinto quando não restam quaisquer dúvidas de que o último
indivíduo tenha morrido. Um táxon está presumivelmente Extinto quando exaustivos
levantamentos no habitat conhecido e/ou potencial, em períodos apropriados (do dia,
estação e ano), realizadas em toda a sua área de distribuição histórica, falharam em
registrar a espécie. As prospecções devem ser feitas durante um período de tempo
adequado ao ciclo de vida e forma biológica do táxon em questão.

EXTINTO NA NATUREZA (EW)


Um taxon está extinto na natureza quando sua sobrevivência é conhecida apenas em
cultivo, cativeiro ou como uma população (ou populações) naturalizada fora da sua
área de distribuição natural. Um taxon está presumivelmente Extinto na Natureza
quando exaustivos levantamentos no habitat conhecido e/ou potencial, em períodos
apropriados (do dia, estação e ano), realizadas em toda a sua área de distribuição
histórica, falharam em registrar a espécie. As prospecções devem ser feitas durante um
período de tempo adequado ao ciclo de vida e forma biológica do táxon em questão.

REGIONALMENTE EXTINTA/ EXTINTA NO BRASIL (RE)


Categoria para um taxon quando não há dúvida razoável de que o último indivíduo
potencialmente capaz de se reproduzir na região tenha morrido ou desaparecido da
natureza, ou no caso de ser um taxon visitante, o último indivíduo tenha morrido ou
desaparecido da natureza, na região. A fixação de limite de tempo para a inclusão
como RE não deve ser anterior a 1500 D.C.

CRITICAMENTE EM PERIGO (CR)


Um taxon é considerado Criticamente em Perigo quando as melhores evidências
disponíveis indicam que se cumpre qualquer um dos critérios A a E (explicados
adiante) para Criticamente em Perigo, e por isso considera-se que está enfrentando um
risco extremamente alto de extinção na natureza.
EM PERIGO (EN)
Um taxon é considerado Em Perigo quando as melhores evidências disponíveis
indicam que se cumpre qualquer um dos critérios A a E para Em Perigo, e por isso
considera-se que está enfrentando um risco muito alto de extinção na natureza.

VULNERÁVEL (VU)
Um taxon está Vulnerável quando as melhores evidências disponíveis indicam que se
cumpre qualquer um dos critérios A a E para Vulnerável, e por isso considera-se que
está enfrentando um risco alto de extinção na natureza.

QUASE AMEAÇADO (NT)


Um taxon é considerado Quase Ameaçado quando, ao ser avaliado pelos critérios, não
se qualifica atualmente como Criticamente em Perigo, Em Perigo ou Vulnerável, mas
está perto da qualificação ou é provável que venha a se enquadrar em uma categoria de
ameaça num futuro próximo.

MENOS PREOCUPANTE (LC)


Um taxon é considerado Menos Preocupante quando é avaliado pelos critérios e não se
qualifica como Criticamente em Perigo, Em Perigo, Vulnerável ou Quase Ameaçado.
Taxa de distribuição ampla e taxa abundantes são incluídos nesta categoria.

DADOS INSUFICIENTES (DD)


Um taxon é considerado com Dados Insuficientes quando não há informação adequada para
fazer uma avaliação direta ou indireta do seu risco de extinção, com base na sua distribuição
e/ou estado da população. Um taxon nesta categoria pode estar bem estudado e a sua biologia
ser bem conhecida, mas faltam dados adequados sobre a sua distribuição e/ou abundância.
Classificar um taxon nesta categoria indica que é necessário mais informação e que se
reconhece a possibilidade de que pesquisas futuras poderão mostrar que a classificação em uma
categoria de ameaça seja apropriada. É importante que seja feito uso de toda informação
disponível. Se há pouca informação sobre a espécie, mas existe suspeita de que alguma ameaça
ocorra sobre ela, mais estudos são necessários e deve ser classificada como DD. Por outro lado,
ainda que não se tenha muitas informações sobre a espécie, mas há indícios de que seja
comum, com alta resiliência ou que tenha distribuição ampla, deve ser enquadrada como LC.
NÃO APLICÁVEL (NA)
Categoria de um taxon considerado inelegível para ser avaliado em nível regional.Um
taxon pode ser NA por não ser uma população selvagem ou não estar dentro da sua
distribuição natural, ou por ser um errante na região. Também pode ser NA porque
ocorre em números muito baixos na região ou trata-se de um nível taxonômico mais
baixo do que o considerado elegível (abaixo do nível de espécie ou subespécie).

NÃO AVALIADO (NE)


Um taxon é dito Não Avaliado quando ainda não foi avaliado sob os critérios UICN.

CRITÉRIOS
Há cinco critérios quantitativos que são utilizados para determinar se um táxon
está ameaçado e a que categoria de ameaça pertence (Criticamente em Perigo, Em Perigo
ou Vulnerável). A maioria deles inclui subcritérios que são usados para justificar mais
especificamente a classificação de um táxon em uma categoria específica.
Os cinco critérios são:
A. Redução da população (passada, presente e/ou projetada);
B. Distribuição geográfica restrita e apresentando fragmentação, declínio ou flutuações;
C. População pequena e com fragmentação, declínio ou flutuações;
D. População muito pequena ou distribuição muito restrita;
E. Análise quantitativa de risco de extinção (por exemplo, PVA - Population Viability
Analysis).
Como aplicar os critérios

A. Redução da População (Declínio medido ao longo de 10 anos ou 3 gerações – o que for mais longo):
Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU)
A1 ≥ 90% ≥ 70% ≥ 50%
A2, A3, A4 ≥ 80% ≥ 50% ≥ 30%

A1. Redução da população observada, estimada, inferida ou suspeitada de ter ocorrido no passado, sendo as causas da redução
claramente reversíveis E compreendidas E tenham cessado baseado em um ou mais dos seguintes itens:
(a) observação direta;
(b) índice de abundância apropriado para o táxon;
(c) declínio na área de ocupação (AOO), extensão de ocorrência (EOO) e/ou qualidade do habitat;
(d) níveis reais ou potenciais de exploração;
(e) efeitos de táxons introduzidos, hibridação, patógenos, poluentes, competidores ou parasitas.
A2. Redução da população observada, estimada, inferida ou suspeitada de ter ocorrido no passado, sendo que as causas da
redução podem não ter cessado OU não ser compreendidas OU não ser reversíveis, baseado nos itens (a) a (e) acima.
A3. Redução da população projetada ou suspeitada de ocorrer no futuro (até um máximo de 100 anos), baseado nos itens (a) a
(e) acima.
A4. Redução da população observada, estimada, inferida, projetada ou suspeitada, sendo que o período de tempo deve incluir
tanto o passado quanto o futuro (até um máximo de 100 anos), e as causas da redução podem não ter cessado OU não ser
compreendidas OU não ser reversíveis, baseado nos itens (a) a (e) acima.

B. Distribuição geográfica restrita e apresentando fragmentação, declínio ou flutuações:


Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU)
B1. Extensão de ocorrência < 100 km² < 5,000 km² < 20,000 km²
B2. Área de ocupação < 10 km² < 500 km² < 2,000 km²
E pelo menos 2 dos seguintes itens:
(a) severamente fragmentado, OU
=1 ≤5 ≤ 10
número de localidades
(b) declínio continuado em um dos itens: (i) extensão de ocorrência; (ii) área de ocupação; (iii) área, extensão e/ou qualidade
do habitat; (iv) número de localidades ou subpopulações; (v) número de indivíduos maduros.
(c) flutuações extremas em qualquer um dos itens: (i) extensão de ocorrência; (ii) área de ocupação; (iii) número de
localidades ou subpopulações; (iv) número de indivíduos maduros.
C. População pequena e com fragmentação, declínio ou flutuações:
Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU)
Número de indivíduos maduros < 250 < 2.500 < 10.000
E C1 ou C2:
C1. Um declínio continuado 25% em 3 anos ou 1 geração 20% em 5 anos ou 10% em 10 anos ou 3
estimado de pelo menos: 2 gerações gerações
C2. Um declínio continuado E (a) e/ou (b):
(a i) número de indivíduos maduros
< 50 < 250 < 1.000
em cada subpopulação:
(a ii) ou % indivíduos em uma
90–100% 95–100% 100%
única subpopulação =
(b) flutuações extremas no número de indivíduos maduros
D. População muito pequena ou distribuição muito restrita:
Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU)
D1. Número de indivíduos maduros < 50 < 250 < 1.000
Área de Ocupação (AOO) <
E/OU D2................................................................................................................... 20 km² ou Número de
localizações ≤ 5
E. Análises quantitativas indicando que a probabilidade de extinção na natureza é de:
Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU)
≥ 20% em 20 anos
≥ 50% em 10 anos ou 3 gerações ≥10% em 100 anos
ou 5 gerações
Para informações mais detalhadas sobre a metodologia utilizada, consultar os
guias IUCN/Species Survival Commission: Guidelines for Using the IUCN Red List
Categories and Criteria, Version 8.1, 2010 e Guidelines for Application of IUCN
Red List Criteria at Regional Levels: Version 3.0, 2003.

ATORES DO PROCESSO
O processo de avaliação está sob a coordenação da COABio/CGESP, e a
execução está a cargo da COABio e de 10 Centros Especializados:
CMA – Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos;
CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres;
CENAP – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros;
CEPTA – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais;
CPB – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros;
CECAV – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas;
CECAT – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e
Caatinga;
TAMAR – Centro Nacional de Conservação e Manejo de Tartarugas Marinhas;
CEPAM – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica;
RAN – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios.
Cada Centro assume a avaliação do grupo taxonômico de sua atribuição
institucional. Grupos taxonômicos que não estão no escopo de nenhum centro foram
distribuídos entre eles ou o processo de avaliação é conduzido diretamente pela COABio.
Para cada grupo taxonômico, é preciso definir uma série de atores:
 Um servidor para atuar como Ponto Focal do processo;
 Um Coordenador de Táxon;
 Equipe de técnicos para levantar e compilar as informações sobre cada espécie;
 Rede de pesquisadores especialistas para rever, acrescentar, confirmar, atualizar e
validar as informações e efetuar as avaliações.
 Pode ser necessária a contratação de consultor especializado, para reforçar a
execução do processo.
PARCERIA COM A UICN
Em agosto de 2010 foi assinado um Termo de Reciprocidade entre o ICMBio e a
UICN, com objetivo de qualificar a realização da avaliação, conservação e recuperação
das espécies ameaçadas de extinção. Esta cooperação inclui aspectos relacionados à
Capacitação, com realização de cursos sobre Uso de Critérios e Metodologia de
Avaliação e Facilitação de Oficinas; realização de oficinas conjuntas para avaliações
globais e brasileiras; divulgação recíproca das respectivas agendas de avaliação dos
grupos taxonômicos; validação do resultado das avaliações de espécies endêmicas
brasileiras como avaliações globais.

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