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Pesquisa sobre os conceitos de “religião”, “sociedade”, “cultura” e “fenômeno” em várias fontes.

CULTURA
(LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico, Rio de Janeiro, Zahar, 2001, pp. 25, 27,48, 49,
59)

No final do século XVIII e no princípio do seguinte, o termo germânico Kultur era utilizado para simbolizar todos
os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se principalmente
às realizações materiais de um povo. Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) no
vocábulo inglês Culture, que "tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui
conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo
homem como membro de uma sociedade". Com esta definição Tylor abrangia em uma só palavra todas as
possibilidades de realização humana, além de marcar fortemente o caráter de aprendizado da cultura em
oposição à idéia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos. O conceito de Cultura, pelo menos
como utilizado atualmente, foi portanto definido pela primeira vez por Tylor.

Mais de um século transcorrido desde a definição de Tylor, era de se esperar que existisse hoje um razoável
acordo entre os antropólogos a respeito do conceito. Tal expectativa seria coerente com o otimismo de
Kroeber que, em 1950, escreveu que "a maior realização da Antropologia na primeira metade do século XX foi a
ampliação e a clarificação do conceito de cultura" ("Anthropology", in Scientific American, 183).

Resumindo, a contribuição de Kroeber para a ampliação do conceito de cultura pode ser relacionada nos
seguintes pontos:
1. A cultura, mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem e justifica as suas
realizações.
2. O homem age de acordo com os seus padrões culturais. Os seus instintos foram parcialmente anulados pelo
longo processo evolutivo por que passou.
3. A cultura é o meio de adaptação aos diferentes ambientes ecológicos. Em vez de modificar para isto o seu
aparato biológico, o homem modifica o seu equipamento super-orgânico.
4. Em decorrência da afirmação anterior, o homem foi capaz de romper as barreiras das diferenças ambientais
e transformar toda a terra em seu hábitat.
5. Adquirindo cultura, o homem passou a depender muito mais do aprendizado do que a agir através de
atitudes geneticamente determinadas.
6. Como já era do conhecimento da humanidade, desde o Iluminismo, é este processo de aprendizagem
(socialização ou endoculturação, não importa o termo) que determina o seu comportamento e a sua
capacidade artística ou profissional.
7. A cultura é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores. Este
processo limita ou estimula a ação criativa do indivíduo.
8. Os gênios são indivíduos altamente inteligentes que têm a oportunidade de utilizar o conhecimento
existente ao seu dispor, construído pelos participantes vivos e mortos de seu sistema cultural, e criar um novo
objeto ou uma nova técnica. Nesta classificação podem ser incluídos os indivíduos que fizeram as primeiras
invenções, tais como o primeiro homem que produziu o fogo através do atrito da madeira seca; ou o primeiro
homem que fabricou a primeira máquina capaz de ampliar a força muscular, o arco e a flecha etc. São eles
gênios da mesma grandeza de Santos Dumont e Einstein. Sem as suas primeiras invenções ou descobertas, hoje
consideradas modestas, não teriam ocorrido as demais. E pior do que isto, talvez nem mesmo a espécie
humana teria chegado ao que é hoje.

Keesing refere-se, inicialmente, às teorias que consideram a cultura como um sistema adaptativo. Difundida
por neo-evolucionistas como Leslie White, esta posição foi reformulada criativamente por Sahlins, Harris,
Carneiro, Rappaport, Vayda e outros que, apesar das fortes divergências que apresentam entre si, concordam
que:
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"Culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem para adaptar as
comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos. Esse modo de vida das comunidades inclui
tecnologias e modos de organização econômica, padrões de estabelecimento, de agrupamento social e
organização política, crenças e práticas religiosas, e assim por diante."

FENÔMENO
(Dicionário de Filosofia, Ferrater Mora)

O que aparece à consciência, o que é percebido tanto na ordem física como psíquica. “Os fenômenos
biológicos.” “Os fenômenos afetivos.” Diz-se, no sentido mais lato, de todos os fatos constados que constituem
a matéria das ciências. A terceira parte (inacabada) da Instauratio Magna intitula-se “Phaenomena Universi,
sive Historia Naturalis et Experimentalis ad Condendam Philosophiam”. Igualmente, em Descartes: “farei aqui
uma breve descrição dos fenômenos dos quais pretendo procurar as causas...” Princípios, III, 4 (o capítulo
intitula-se: “Fenômeno ou Experiências e para que podem servir.” Experiências é tomado aí, como o mostram
os exemplos, não no sentido do experimento, mas no sentido de fatos conhecidos empiricamente). É
igualmente neste sentido que Leibniz define os fenômenos: “phaenomena sive aparitiones quae in mente mea
existunt”. E que ele distingue dos “phaenomena imaginaria”. (De modo distinguendi phaenomena realita ab
imaginariis, Erdmann, 442-444.)
Para Kant, é fenômeno tudo que é “objeto de experiência possível”, quer dizer, tudo o que aparece no tempo e
no espaço e manifesta as relações determinadas pelas categorias. Ele opõe-no, por um lado, à pura matéria do
conhecimento, por outro, e sobretudo, ao Númeno ou à coisa em si (particularmente Crit. Da razão pura, A,
236; B, 295 ss.: “Da distinção de todos os objetos em geral em phaenomena e noumena”). Mas ele não admite
com isso que o fenômeno seja uma simples aparência; pelo contrário, o mundo que as formas a priori do
conhecimento determinam é “o reino da verdade”; e é o que o rodeia que é o império da ilusão, “der
eigentliche Sitz des Schens” (IBID.). Cf. Estética transcend. (B. 69 ss.) onde ele insiste nesta oposição e no fato
de que o fenômeno possui uma objektiv Realität.

Nota: Aristóteles serve-se muitas vezes de phainomenos no sentido de aparente e algumas vezes ilusório; mas
chama geralmente phainomena, sem intenção pejorativa, parece, a tudo que cai sob os sentidos. Opõe-no, seja
como já Platão fazia, àquilo que existe de uma maneira fixa, essencial, ta onta, ta alethe; seja àquilo que faz
prever o raciocínio, o logos, serve-se dele mesmo quando o testemunho dos sentidos não está em causa e para
designar os objetos de uma crença geral ou de uma opinião que tem a seu favor a autoridade deste ou daquele
sábio. É então um sinônimo de to endoxon.

SOCIEDADE
(Ramos, Leonardo César Souza. A sociedade civil em tempos de globalização: uma perspectiva neo-
gramsciana, Rio de Janeiro, 2005. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, Instituto de Relações Internacionais)

Seguramente, é possível afirmar que “sociedade civil” é um dos conceitos da teoria política clássica mais
usados no discurso social e político contemporâneo. Inúmeras classificações têm sido feitas por vários
autores e desde sua recuperação no período medieval através da tradução da Política de Aristóteles
(koinonia politike para societas civilis) por William von Moerbeke, o conceito tem sido reformulado por
quase todos os filósofos políticos ocidentais
significativos, passando por Hobbes, Locke, Rousseau, Ferguson, Smith, Kant, Hegel, Tocqueville, Marx,
Gramsci e, contemporaneamente, Arato & Cohen. Na verdade, se visto de uma perspectiva histórica, notar-
se-á que o conceito de sociedade civil, que para Hobbes, Locke, Rousseau e Ferguson, por exemplo, era
sinônimo de Estado – em oposição ao “estado de natureza” –, passa a ser visto, com a noção neoliberal
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contemporânea, em oposição ao Estado – ou seja, o reino da eficiência frente à ineficiência que é inerente
à intervenção estatal. (pp. 76-77)

Gramsci: De maneira mais específica, a sociedade civil é “o conjunto de organismos designados


vulgarmente como ‘privados’ (...)”, formada pelas organizações responsáveis tanto pela elaboração quanto
pela difusão das ideologias, compreendendo assim o sistema escolar, as igrejas, os sindicatos, os partidos
políticos, as organizações profissionais, a organização material da cultura (que se dá pelos jornais, revistas,
editoras, meios de comunicação de massa), etc. Em suma, os ditos “aparelhos privados de hegemonia” –
organismos sociais coletivos voluntários e relativamente autônomos em face da sociedade política. Tal
sociedade civil é considerada uma das esferas principais do Estado visto em seu sentido ampliado; a outra
seria a sociedade política: o conjunto de mecanismos através dos quais a classe dominante detém o
monopólio legal da repressão e da violência e que se identifica com os aparelhos de coerção sob controle
das burocracias executivas e policial-militar.(p.93)

RELIGIÃO

(Entrevista com Dr. Frank Usarski. Revista Espaço Acadêmico - ano II- nº17 - outubro/2002)

O que nós chamamos de “religião” tem se manifestado, no decorrer da história e em todas as partes do
mundo, em diversificações e diferenças múltiplas. De acordo com essa complexidade não considero
adequado pensar em uma definição fechada de religião e opto por um conceito aberto capaz de superar um
entendimento pré-teórico que generaliza fenômenos religiosos, sobretudo os de origem cristã, com os quais
nós estamos culturalmente acostumados. Isso é somente necessário por que, por exemplo, para chineses,
hindus e muçulmanos nem existem sinônimos em suas línguas que correspondam exatamente com nosso
termo religião.

A partir dessas considerações meu conceito de religião contém quatro elementos:

Primeiro, religiões constituem sistemas simbólicos com plausibilidades próprias.

Segundo, do ponto de vista de um indivíduo religioso, a religião caracteriza-se como a afirmação subjetiva
da proposta de que existe algo transcendental, algo extra-empírico, algo maior, mais fundamental ou mais
poderoso do que a esfera que nos é imediatamente acessível através do instrumentário sensorial humano.

Terceiro, religiões se compõem de várias dimensões: particularmente temos que pensar na dimensão da fé,
na dimensão institucional, na dimensão ritualista, na dimensão da experiência religiosa e na dimensão ética.
Quarto, religiões cumprem funções individuais e sociais. Elas dão sentido para a vida, elas alimentam
esperanças para o futuro próximo ou remoto, sentido esse que algumas vezes transcende o da vida atual, e
com isso tem a potencialidade de compensar sofrimentos imediatos. Religiões podem ter funções políticas,
no sentido ou de legitimar e estabilizar um governo ou de estimular atividades revolucionárias. Além disso,
religiões integram socialmente, uma vez que membros de uma comunidade religiosa compartilham a
mesma cosmovisão, seguem valores comuns e praticam sua fé em grupos.

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