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MODELAGEM, ANÁLISE E SIMULAÇÃO DE UM SENSOR

CAPACITIVO APLICADO AO SISTEMA DE CONTROLE DE


UMIDADE RELATIVA EM ESTUFA PARA SECAGEM DE MADEIRA

Ailton Vasco Guimarães **

Klemilson Pereira de Souza ***

Renata Monteiro Costa ****

RESUMO
Este trabalho tem o intuito de modelar, analisar e simular um sensor de umidade relativa do ar
aplicado em um processo de secagem de madeira. Neste trabalho demonstra-se a teoria física
e matemática que possibilita um sensor com propriedades capacitivas modificar suas
características internas, respondendo assim a uma variação de umidade. Simula-se o
funcionamento do sensor através do software MatLab SIMULINK, demonstrando os
resultados de forma gráfica quando aplicado um sinal de entrada compatível com a variável
de entrada do sistema. Os resultados obtidos são demonstrados de forma a apresentar uma
análise mais detalhada da aplicabilidade do sensor, comprovando sua eficiência no processo
de secagem da madeira.

Palavras-chave: MatLab, Simulink, sensor capacitivo, modelagem, simulação, umidade


relativa do ar, secagem de madeira.

**
Estagiário de Engenharia Mecatrônica – Filtertek do Brasil Indústria e Comércio Ltda. Graduando
em Engenharia Mecatrônica. E-mail: ailton_0106@hotmail.com
***
Tecnólogo Mecatrônico –Graduando em Engenharia Mecatrônica. E-mail:
klemilsonpereira@hotmail.com
****
Tecnólogo Mecatrônico II – HBR Equipamentos Ltda. Graduando em Engenharia Mecatrônica. E-
mail: renatamco@gmail.com

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1. INTRODUÇÃO

A umidade relativa do ar é uma variável determinante para o sucesso da operação de


secagem de madeira, seu percentual deve ser o menor possível para garantir que a secagem
resulte em um produto de qualidade ao final do processo, proporcionando a melhoria de suas
características operacionais e redução da variação dimensional, tais como aumento da
resistência a fungos e das propriedades mecânicas (SIAU,1995).
O percentual de umidade relativa do ar pode ser verificado com o uso de um sensor do
tipo capacitivo, que realiza a medição através da variação da capacitância de acordo com o
percentual de água absorvido pelo material dielétrico. Um sensor capacitivo de umidade
relativa altera sua capacidade baseado na umidade contida no ar, desta forma, quando a
umidade relativa do ar aumenta, a capacitância também aumenta.
Para análise do fenômeno que ocorre internamente ao sensor ao efetuar a leitura do
percentual de umidade relativa do ar, ensaios com protótipos são realizados e seus valores são
utilizados como referência em diversos projetos e simulações, com o objetivo de garantir a
eficiência do processo de secagem. No entanto, verificações utilizando modelos matemáticos
e simulações em softwares não são realizadas devido ao grau de dificuldade e exigir elevada
dedicação e tempo de estudo.
Este trabalho tem por objetivo vencer o desafio de realizar a modelagem, análise e
simulação deste sensor através da metodologia de estudo proposta, ou seja, fazendo o uso de
equações diferenciais lineares e invariantes no tempo (LIT) para a modelagem e utilizando a
teoria de controle.
A função de transferência do sistema é obtida tomando-se a transformada de Laplace
de ambos os membros da equação diferencial do sistema capacitivo variável (OGATA, 2000).
Os resultados são exibidos através do software MATLAB Simulink® que possibilita a
visualização dos sinais de entrada e saída do sistema, ou seja, permitem antever a visualizar a
relação da variação da capacitância do sensor com o percentual de umidade relativa do ar,
alcançando o objetivo proposto.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Fundamentação teórica

A umidade ocorre em quase todas as substâncias expostas ao tempo, podendo afetar as


propriedades que o material contém como também contribuir para melhorar aspectos críticos
de custo e qualidade de produtos.
Segundo Silva, Furtado e Galvão (2013, p.2), no passado acreditou-se que o plástico
iria substituir os artefatos de madeira, contudo nunca se produziu tanta madeira serrada. A
secagem a céu aberto além de requerer um longo tempo, várias semanas, e exigir grandes
espaços físicos, expõe a madeira ao ataque de fungos que iniciam o processo de deterioração
das camadas mais externas, produzindo manchas e outros problemas que reduzem o valor
comercial das peças atacada. Nessas condições, as indústrias madeireiras investem cada vez
mais em processos de secagem forçados via estufa de aquecimento.
Sensores do tipo capacitivo são utilizados para a determinação da umidade máxima
contida no ar de secagem, tornando-se uma das medidas mais importantes e mais utilizada em
processos de secagem de madeira. Esta variável é fundamental, pois os efeitos provocados
pelas correntes de ar extremamente úmido afetam diretamente a velocidade do processo de
secagem, por isto merecem atenção e estudo.

2.2. Modelagem

O objetivo deste trabalho é a modelagem, análise e simulação da variação capacitiva


de acordo com a variação de umidade relativa do ar (Relative Humidity - RH). Para atingir
este objetivo são utilizados conceitos físicos, químicos e matemáticos para o desenvolvimento
da equação geral que relaciona as variáveis deste sistema, também conhecida como função de
transferência.
Conforme Boylestad (2005, pg.310), o capacitor é um componente elétrico que tem
duas superfícies condutoras separadas por um material isolante e com capacidade de
armazenar carga elétrica nas superfícies condutoras. Na figura 1 se visualiza os principais
componentes de um capacitor padrão.

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Figura 1 – Componentes de um Capacitor

Fonte: Dados do autor.

Conforme Boylestad (2005, pg.272), o valor da capacitância se altera de acordo com


as dimensões dos componentes que formam este capacitor. Esta relação é demonstrada pela
Equação 1, onde “ C ” é a capacitância, “  0 ” a constante dielétrica do vácuo, “  ”a constante
dielétrica do isolante utilizado, “A” a área de contato do isolante com as placas e “D” a
distância entre as placas.
A
C   0 . . (1)
D

Para que o valor da capacitância se altere de acordo com o RH do meio, se faz


necessário uma relação entre a equação 1 e a variação de umidade do meio. Como as
dimensões do capacitor são fixas, ou seja, a área “A” e a distância “D” entre as placas não se
alteram, utiliza-se da variação do material isolante para medir a variação de umidade relativa
do ar.
O material isolante “  ” de um sensor capacitivo de umidade relativa do ar é
constituído de um papel poroso, e para entender como a constante dielétrica deste isolante se
altera com o RH do meio, faz-se necessário o estudo do gráfico mostrado na figura 2.

Figura 2 – Percentual de material que constituem o material isolante.

Fonte: Dados do autor.

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Com base nessa informação, apenas 40% do material é constituído de fibras, sendo os
demais 60% preenchidos pelo menos ao qual se encontra, sendo neste projeto o ar. Conforme
Centro de Pesquisas Meteorológicas UNICAMP (2013, Artigos Especiais), o ar chega a
possuir no máximo 4% de água, ou seja, quando chega a este ponto o ar encontra-se saturado
com RH igual a 100%.
Encontra-se na figura 2 o devido percentual dos materiais isolantes que constituem o
sensor capacitivo. Dessa forma, analisando que existem três materiais isolantes em um mesmo
capacitor, se afirma que a capacitância total na verdade será o resultado da soma da
capacitância das fibras, do ar, e da água. Sabendo que o valor capacitivo das fibras e do ar são
fixos e que a água se altera com o valor de RH, tem-se a equação 2.
𝑐 = (𝑐𝑓𝑖𝑏𝑟𝑎𝑠+𝑎𝑟 𝑥 0,976) + (𝑐á𝑔𝑢𝑎 𝑥 0,024) (2)

Considerando que o sensor em questão foi projetado para trabalhar em um ambiente


fechado, com temperatura controlada, pode-se afirmar que a umidade relativa do ar varia de
acordo com o tempo. Ou seja, com o aquecimento do ambiente e o passar do tempo, a água
em estado líquido que se encontra na madeira, evaporará e passará ao ambiente, dessa forma
no instante inicial temos RH igual à zero.

𝐴 𝐴
𝑐 = (𝜀𝑓𝑖𝑏𝑟𝑎𝑠+𝑎𝑟 . 𝜀0 . 𝑑) 𝑥 0,976 +(𝜀á𝑔𝑢𝑎 . 𝜀0 . 𝑑) . 0,024

Como 𝜀á𝑔𝑢𝑎 varia com o tempo, pode se afirmar que existe uma derivada da
permissividade da água no tempo, conforme equação 3.

𝑑𝜀𝑎𝑔 𝐴
𝑐á𝑔𝑢𝑎 = (( ) . 𝜀0 . ) 𝑥 0,024 (3)
(𝑡) 𝑑𝑡 𝑑

Na tabela 1 se encontram os dados de constates dielétricas do sistema, e na tabela 2


encontram-se as medidas utilizadas para desenvolvimento do sensor capacitivo.

Tabela 1 – Constantes dieléctricas dos componentes do sistema

Símbolo Descrição Valor


εpa+ar Constante dielétrica papel 4,2
εag Constante dielétrica água 82
ε0 Constante dielétrica do vácuo 8,854.10−12

Fonte: Constante dielétrica (infoescola.com)

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Tabela 2 – Dimensões dos componentes

Símbolo Descrição Valor


D Distância entre placas 0.5.10−3 𝑚
A Área das placas. Resultado de “ l . h”. 400.10−6 m
l Largura da placa 20.10−3 m
h Altura da placa 20.10−3 m

Fonte: Dados do autor.

Sabendo que a capacitância total é igual à soma de uma capacitância fixa, mais uma
capacitância que varia devido ao percentual de água presente no material dielétrico,
considerou-se a primeira como uma constante, a qual se chamou “k”.

4,2 . 8,854.10−12 .400.10−6


𝐶𝑓𝑖𝑏𝑟𝑎𝑠+𝑎𝑟 = ( ) =29,0355. 10−12
0.5.10−3

Assim a constante capacitiva “k” possui o valor de29,0355. 10−12 Farads.

Dessa forma deve-se calcular agora o valor da capacitância variável. Sabendo que RH é
uma relação percentual da umidade do ar, cria-se a relação apresentada na equação 4.

𝑑𝜀𝑎𝑔 𝑑𝑟ℎ 𝜀𝑎𝑔


= . (4)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 100

Substituindo os valores constantes e a relação percentual, tem-se a equação diferencial do


sistema capacitivo variável, na equação 5.
82 𝑑𝑟ℎ
𝐶á𝑔𝑢𝑎 = (8,854. 10−12 . 400. 10−6 . 0,024. . ( ))
100 𝑑𝑡
𝑑𝑟ℎ
𝐶á𝑔𝑢𝑎 = 0,14. 10−12 . ( ) (5)
𝑑𝑡

Aplicando Laplace à equação 5, encontra-se a função de transferência, conforme equação


6:
𝑑𝑟ℎ
ℒ {(𝑐á𝑔𝑢𝑎 (𝑡) )} = ℒ {(0,14. 10−12 . ( ))}
𝑑𝑡

𝐶á𝑔𝑢𝑎 = 0,14. 10−12 . 𝑠. 𝑅𝐻(𝑠)


(𝑠)

𝐶á𝑔𝑢𝑎
= 0,14. 10−12 . 𝑠 (6)
𝑅𝐻(𝑠)
6
Dessa forma chega-se ao resultado apresentado na equação 7.

𝐶á𝑔𝑢𝑎
𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑘 +
𝑅𝐻(𝑠) (7)

Após todo o processo, pode se observar o resultado em forma de uma equação de


transferência de primeira ordem. Nota-se que através de Laplace e simplificações
matemáticas, é possível obter-se uma equação simples e reduzida, possibilitando o
desenvolvimento da próxima etapa, a simulação.

2.3. Simulação

Para a simulação deste sistema utilizou-se o software de simulação MatLab R2012b


SIMULINK, buscando-se simular o comportamento do sensor capacitivo aplicando um sinal
de entrada. O valor da capacitância pôde ser visualizado através da representação gráfica
gerada pelo osciloscópio virtual do software.
Na figura 3 é possível visualizar o diagrama de blocos do sistema, onde a constante
“k” apresentada anteriormente aparece somada ao resultado da função de transferência.

Figura 3 – Diagrama de blocos do sistema.

Fonte: Dados do autor.

Com o sistema apresentando uma variação da umidade relativa do ar partindo de 0% a


100% (considerando que se inicia em 0% atingindo 100% e posteriormente retorna a zero) um
próprio sinal de entrada foi desenvolvido com o objetivo de simular esse exato
comportamento. Para isso utilizou-se o SignalBuilder do MatLab e o sinal desenvolvido pode
ser visualizado na figura 4.

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Figura 4 – Tela de SignalBuilder do MatLab.

Fonte: Dados do autor.

Após a criação do sinal de entrada, iniciou-se o processo de simulação gerando o


gráfico da figura 5 como resultado.

Figura 5 – Gráfico de variação de capacitância no tempo.

Fonte: Dados do autor.

Nota-se que a representação gráfica da capacitância em relação ao tempo, quando


inserido um sinal de entrada, segue exatamente a mesma proporção da entrada, ou seja, a
capacitância é diretamente proporcional à umidade relativa do ar (RH). Ao inserir um sinal de
entrada em rampa, conforme figura 6, é possível visualizar, através da figura 7, o mesmo
resultado proporcional.

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Figura 6 – Entrada em rampa

Fonte: Dados do autor.

Figura 7 – Gráfico de variação de capacitância no tempo.

Fonte: Dados do autor.

3. RESULTADOS

Os resultados apresentados durante a simulação mostraram-se satisfatórios, pois como


nota-se na figura 5, há uma variação no sensor com o passar do tempo, o que permite coletar
níveis de variação capacitiva e transforma-los, através de um circuito elétrico, em variação
elétrica, acionando um atuador que permita acelerar o processo de secagem da madeira.
Como se utilizou um sinal de entrada que representa a escala de variação de umidade
relativa do ar, é possível saber quais os valores mínimos e máximos de capacitância que serão
apresentados pelo sensor desenvolvido. Dessa forma, o controle do processo poderá ser mais
preciso quanto ao andamento do processo de secagem, sendo que o marco de início e fim
aproximados são de 29pF e 43pF respectivamente.

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4. CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou uma série de dificuldades durante o seu desenvolvimento.


Inicialmente, a associação entre as fórmulas físicas e o processo de transformação em uma
função de transferência para simulação no MatLab exigiu estudos e grandes pesquisas para
levantamento de dados, porém, todas as dificuldades foram superadas, permitindo atingir o
objetivo proposto.
Assim é possível classifica-lo como de alto nível acadêmico, pois possibilitou o
desenvolvimento dos conhecimentos na área matemática, física e principalmente na
capacidade de simular sistemas através do software mais utilizado entre os engenheiros, o
MatLab.
Para um projeto futuro acredita-se que a implantação de um sistema de controle
automático proporcionaria uma aceleração na secagem do processo, pois mantendo a
temperatura fixa no sistema, a umidade relativa seria menor, resultando na secagem até o
ponto ideal da madeira para beneficiamento.

5. REFERÊNCIAS

BOYLESTAD, R.; Introdução à Análise de Circuitos. 10ª Edição; Prentice-Hall; São Paulo,
2005 310p.

OGATA, Katsuhiko. Engenharia de Controle Moderno. Editora LTC 3ª Edição, 2000.

SIAU, J.F Wood: Influence of Moisture on Physical Properties. Dep of Wood Science and
forest Products, Virginia Polytechinc institute and StateUniversity, 1995 227p.

Silva, D. O., Galvão, V. V. Modelagem do sistema térmico em um aquecedor para


secagem de madeira. Artigo Científico (Engenharia Mecatrônica) – Faculdade Eniac,
Guarulhos, 2p. Publicado em: 2013.

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