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ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE CASTELO BRANCO

PSICOLOGIA DAS ATIVIDADES CORPORAIS

QUESTIONÁRIO DE MOTIVAÇÃO DE ACTIVIDADES


DESPORTIVAS (QMAD)
“Participation Motivation Questionnaire (PMQ)”

Alunos: Daniel Reia Orientadora: Professora Inês Vigário

Hugo Domingos

João Veríssimo

Renato Correia

30 de Maio de 2017

Inês Vigário
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ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE CASTELO BRANCO

PSICOLOGIA DAS ATIVIDADES CORPORAIS

TRABALHO

Trabalho realizado por: Daniel Reia; Hugo Domingos; João Veríssimo; Renato Correia

1. INTRODUÇÃO

Existem muitas definições para Psicologia do Desporto uma das definições é que é uma
subdisciplina das ciências do desporto, procurando estudar o efeito da prática
competitiva no comportamento humano (Gill, 1986 cit. por Gouveia 2001). Neste
sentido foi-nos proposto um trabalho de questionário sobre os motivos que levam os
jovens a participarem em atividades Desportivas.
A motivação é o processo que coordena e dirige a direção e a intensidade do
esforço dos atletas na sua modalidade (Weinberg & Gould, 2007). A tónica desta
competência consiste na tendência para lutar pelo sucesso, persistindo face a
fracassos e experimentando o orgulho pelos resultados conseguidos (Lázaro, et al.,
s.d.).
Para um Técnico de DAF, o seu objectivo deve contribuir para a formação do atleta
em todas as suas facetas, criar as premissas indispensáveis para os atletas alcançarem,
em cada etapa, o nível óptimo do seu desenvolvimento, desenvolver uma atitude
positiva de participação nos atletas, orientar correctamente as expectativas dos
atletas.
Neste sentido como já foi classificada, a motivação é dos termos mais referidos no
Desporto, e utiliza-se para explicar comportamentos inapropriados ou de sucesso dos
atletas, e serve também para justificar as estratégias dos treinadores que procuram
aumentar o empenho e a entrega dos seus jogadores (Alves et al., 1996 cit. por
Gomes., 2006). A motivação tem várias definições e vários são os autores que não
entram em concordância com o que significa motivação. Mas segundo (Deese, 1964
cit. por Dâmaso 2014), motivação é o termo que descreve o comportamento, que é
regulado pelo instinto e necessidade tendo em conta determinados objectivos. No
entanto (Roberts (2001) cit. por Gomes 2006) diz que a motivação é o processo

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cognitivo, dinâmico e complexo tendo em conta avaliações subjectivas do atleta e que


depende do objectivo da acção, e do significado do contexto.

Portanto, muitos autores concordam em definir motivação, em três pontos. O


primeiro em conseguir algo, ter satisfação em realizar e controlar uma tarefa. O
segundo, a demonstração da própria habilidade, ou seja a satisfação que se obtém ao
demonstrar-se que é melhor que os outros. E o terceiro ponto, o da aprovação social,
em que o importante é ser popular, e ser aprovado e aclamado pelos outros. (Dâmaso,
2014).
Já Fonseca (1993) refere que motivação diz respeito a um estado do organismo
responsável por um comportamento, assim pode resultar de factores internos
(personalidade) ou externos (situação). Assim podemos dizer que existem dois tipos de
motivações, a motivação intrínseca e a motivação extrínseca. A intrínseca refere-se a
factores internos, estão relacionadas com fatores profundos, instintos e necessidades;
e as externas com estimulações e valores de ordem social, relacional, como por
exemplo, o estatuto e afirmação. (Cruz, 1996, cit. por Dâmaso, 2014). Mas até mesmo
relativamente aos tipos de motivação, extrínseca e intrínseca existem várias
definições, e (Morris e Maisto (2004) cit. por Dâmaso, 2014) referem que motivação
intrínseca diz respeito às recompensas que se originam do que fazemos e a motivação
extrínseca refere-se às recompensas que não são obtidas da atividade, mas são as
consequências dessa. Assim e de acordo com o nosso tema, que é o Futebol, temos
que no futebol moderno, um atleta esteja mais motivado por factores
externos/extrínsecos, como os ganhos financeiros, em vez de motivos internos, como
o sentimento de realização e o prazer de jogar futebol. (Horn 2001, cit., por Gomes,
2006).
De acordo com vários estudos internacionais como é o caso de Weinberg et al,
2000), percebe-se que os jovens participam numa determinada actividade desportiva
não apenas por um fator, mas sim por um conjunto de factores. Em estudos realizados
em Portugal, os estudos combinam com os internacionais, os jovens também
apresentam uma variedade de motivos. Em Portugal, os estudos revelam que os
motivos de participação mais frequentes são a aptidão física, o divertimento, e a
filiação. (Cruz & Costa, 1996., cit. por Gomes, 2006).

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2. OBJETIVOS

São objetivos específicos do presente trabalho:


a) Aplicar o Questionário de Motivação para a Prática Desportiva (QMAD) junto
de uma equipa;
b) Identificar quais os motivos de participação desportiva mais e menos
importantes na equipa considerada;
c) Discutir os resultados à luz dos conteúdos leccionados em aula e na bibliografia
sugerida e pesquisada.

3. METODOLOGIA

3.1 Amostra

O estudo foi realizado na equipa de iniciados da Associação Desportiva de Castelo de


Vide, a disputar o campeonato distrital de Portalegre. É uma equipa constituída por 20
atletas, do sexo masculino, com idades dos 13 aos 15 anos, com uma média de idades
de 14,3 ±,7327 (desvio padrão), Assim, a recolha de dados, recolha de dados foi um
questionário de caraterização pessoal e o questionário de Motivação para as
Atividades Desportivas (QMAD), versão traduzida por Serpa e Frias (1990), do
Participation Motivation Questionnaire (PMQ) de Gill,Gross, e Huddleston (1983),
sendo este questionário constituído por 30 itens, agrupados em 8
categorias/dimensões motivacionais. Na caracterização da nossa amostra temos ainda
o tempo de prática que tem um intervalo de 1 a 9 anos e uma média de 5,65 anos ±
2,254, no tempo de competição tem um intervalo mais curto de 1 a 7 anos, com uma
média de 5,25 anos± 1,803.

Tabela de caracterização da amostra

Total Género Idade Tempo Prática Tempo competição

Indivíduos Masculino 13 a 15 anos 1 a 9 anos 1 a 7 anos

20 20 Média - 14,3 anos Média - 5,65 anos Média de 5,25 anos

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3.2 Instrumento

Avaliar os motivos que levam os jovens a participar no desporto além disso investigam-
se as razões para a participação desportiva. Os resultados obtidos mostraram que as
razões mais importantes eram a relação entre as competências, divertimento,
aprender novas competências, desafio e ser fisicamente saudável. Paralelamente a
análise das respostas permitiram identificar várias dimensões da motivação para a
participação desportiva: realização, estatuto, orientação, saúde física, descarga de
energias, desenvolvimento de competências, amizade e divertimento. Utilizamos para
isso um questionário, inicialmente designado PMQ (Participation Motivation
Questioner), Gill et al. (1983), foi e é utilizado em vários estudos, mas foi feita uma
tradução em português, por Serpa e Frias (1990), também houve anteriormente uma
tradução do QMAD realizado por Cruz & Cunha (1986) com o nome de Questionário de
Motivação para a Prática Desportiva (QMPD). Este questionário é composto por 30
itens, em que cada item descreve os motivos ou razões que levam os jovens a praticar
um determinado desporto, no nosso caso o Futebol, é pedido aos inquiridos que
respondam aos itens, através de 5 Pontos, 1- Nada Importante; 2 - Pouco
Importante;3- Importante; 4 - Muito Importante; 5 - Totalmente importante. Estas 30
perguntas vão integrar 7 sub-escalas ou dimensões motivacionais, e são designadas
por:

Estatuto/Realização - Tentativa de aquisição ou manutenção de um estatuto


perante os outros.

Aptidão Física – Manutenção de uma boa condição ou forma física.

Aperfeiçoamento Técnico – Aquisição ou Melhoria do nível técnico.

Contextual – Influência do treinador e a importância das condições físicas do


treino

Actividade Grupo- Afiliação a uma equipa.

Influência Família e/ou Amigos- Influência que parentes ou pessoas próximas


têm sobre a escolha ou mantuênção da atividade física.

Diversão - Experimentação de prazer ou diversão na realização da actividade.

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Podem existir duas traduções do PMQ (Participation Motivation Questioner), no


sentido das dimensões motivacionais, existem estudos que mostram 8 sub-escalas mas
na bibliografia de Serpa, S. (1991), identificam-se 7 dimensões traduzidas, pelo que
optei pelas 7 designações estudadas. No entanto na Tese de Dâmaso (2014) estão 8
dimensões sendo elas:

O Estatuto;

As Emoções;

O Prazer;

A Competição;

A Forma Física;

O Desenvolvimento de Competências;

A Afiliação Geral;

A Afiliação Específica.

No entanto estas sub-escalas são traduzidas do PMQ (Participation Motivation


Questioner), e na sua forma original são identificadas por:

1- Achievement/Status
2- Team Oriented Reasons
3- Fitness
4- Energy Release
5- Miscellaneous Reasons
6- Skill Development
7- Friendship Items
8- Fun .

Gill et al. (1983)

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Tabela que mostra a versão original do PMQ e versão traduzida QMAD, das 8 sub-escalas

(Guedes et al. (2013)

3.3 Procedimento

Primeiramente, foi estabelecido o contato com o presidente da Associação

Desportiva de Castelo de Vide, para explicar os objetivos do questionário e solicitar a

sua autorização, beneficiámos com o facto de um dos nossos colegas de grupo, Daniel

Reia, ser treinador de uma equipa neste clube, o que nos facilitou a escolha do plantel

de jogadores e uma aproximação mais direta com os atletas, posteriormente

contactámos com os encarregados de educação, dos participantes para explicar os

objetivos do questionário e solicitar a sua autorização aos seus educandos, através de

uma autorização (ver Anexo 1 no final). Uma vez, autorizados, falámos com os

praticantes de futebol da Associação Desportiva de Castelo de Vide, do escalão de

iniciados, para explicar os objetivos do estudo. A realização do questionário foi

distribuída em 1 dia, 25 de Maio de 2017, começou às 18.25h e terminou às 18.40h.

Foram explicadas todas as perguntas e clarificámos que o questionário era anónimo, e

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que apenas teriam de responder com números de 1 a 5. O questionário foi realizado

em Castelo de Vide, no Estádio Municipal da vila.

A organização e registo dos dados foram realizados com o programa Excel

2013. A elaboração dos relatórios estatísticos foi efectuada utilizando o programa

Excel 2013, utilizando fórmulas como a da média.

5. RESULTADOS

Aqui apresentamos os resultados obtidos, de acordo com o QMAD

(Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas). Realizámos tabelas de

acordo com as médias obtidas nas sub-escalas, mas também tabelas de relação entre

as médias das dimensões motivacionais e o tempo de prática da modalidade, bem

como a relação das médias, com o tempo de competição.

Tabela e gráfico de barras com médias de respostas das sub-escalas.

Realização Diversão Contextual Actividade Aptidão Infl. Familia- Aperf.


Grupo Física Amigos Técnico

3,507 4 3,65 4,03 3,9875 2,95 4,325

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9
5

4,5 4,325
4,033333333
4 3,9875
4
3,65
3,507142857
3,5 Média de Realização
2,95 Média de Diversão
3
Média de Act. Grupo
2,5
Média de Contextual
2 Média de Aptidão Física

1,5 Média de Aperf. Técnico


Média de Infl. Familia-Amigos
1

0,5

0
Total

A tabela representa as médias das sub-escalas do questionário, QMAD, e como


já referi anteriormente e referindo vários estudos, os jovens inquiridos da nossa
investigação, apresentam não apenas um fator, mas sim uma diversidade de factores,
para a participação no futebol. Assim temos as médias de Atividade de grupo (4,03), a
diversão (4), a aptidão física (3,9875) e a nossa maior média foi o do Aperfeiçoamento
técnico (4,325). Em contraponto temos com médias mais baixas a influência da família
e dos amigos (2,95), e o contextual (3,65).

Tabela de relação entre a idade e as sub-escalas.

Idade Realização Diversão Act. Grupo Contextual Aptidão Física Aperf. Técnico Infl. Familia-Amigos
13 3,571 4,056 3,944 3,333 4 4,5 3
14 3,449 3,976 4,190 3,667 3,929 4,143 2,286
15 3,536 4,021 3,979 3,792 4,094 4,438 3,375

Na tabela em cima relacionámos o factor idade, com as dimensões


motivacionais do QMAD, e aqui obtivemos resultados muito semelhantes, e a
explicação é, ou pode ser, de termos “utilizado” apenas um escalão, neste caso o
escalão de iniciados, daí as idades não diferirem muito bem como os resultados que

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obtivemos. Assim sendo, os valores que se destacam mais é o aperfeiçoamento


técnico, que é aliás a média mais alta de todas as sub-escalas, e é maior na idade de 13
anos (4,5). Tivemos um maior resultado na dimensão “diversão” nos 13 anos (4,056)
em detrimento das outras idades. E percebemos também que a influência de família e
amigos é relativamente menor na idade de 14 anos (2,286), e maior na idade 15 anos
(3,375).

Tabela de relação entre as médias das sub-escalas e o tempo de prática em intervalos

Intervalo 1 a 5 anos Intervalo 6 a 9 anos de


de Prática Médias das sub-escalas Prática Médias das Sub escalas
Realização 3,554 Realização 3,468
Diversão 4,021 Diversão 3,970
Act. Grupo 3,958 Act. Grupo 4,106
Contextual 3,583 Contextual 3,758
Aptidão Física 4,000 Aptidão Física 3,977
Aperf. Técnico 4,438 Aperf. Técnico 4,227
Infl. Familia-Amigos 2,750 Infl. Família Amigos 3,091

Nestas tabelas, da relação entre o tempo de prática e a média das sub-escalas,


observamos que as maiores diferenças, se encontram na influência da família e
amigos, em que os valores para o intervalo de 1 a 5 anos são de 2,750, e no intervalo
de 6 a 9 anos são de 3,091. Outra diferença significativa encontra-se no
aperfeiçoamento técnico, em que a média é de 4,438 para os atletas que praticam
Futebol há menos tempo, em detrimento daqueles que praticam futebol entre os 6 e 9
anos, com uma média de 4,227. Também podemos referir que o Contextual é maior
nos atletas que jogam futebol entre 1 a 5 anos (3,583), ao invés dos atletas que
praticam o desporto no intervalo mais longo (3,758).

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Tabela de relação entre as médias das sub-escalas e o tempo de competição em intervalos

Intervalo de 1 a 4 anos de Médias das sub- Intervalo de 5 a 7 anos de Médias das sub-
Competição escalas Competição escalas
Realização 3,600 Realização 3,490
Diversão 3,933 Diversão 4,024
Act. Grupo 3,933 Act. Grupo 4,048
Contextual 3,600 Contextual 3,690
Aptidão Física 3,950 Aptidão Física 4,018
Aperf. Técnico 4,500 Aperf. Técnico 4,286
Infl. Familia-Amigos 2,800 Infl. Familia-Amigos 3,000

Na tabela em cima verificamos a relação das médias com o tempo de


competição, e existem diferenças mais significativas do que na tabela de relação da
prática. Assim observamos que logo na “Realização” os valores para esta sub-escala
são de 3,6 para atletas com 1 a 4 anos de competição, e de 3,490 para indivíduos com
5 a 7 anos de competição. Encontramos também uma diferença significativa no
“aperfeiçoamento técnico” uma vez que existe uma média de 4,5 para indivíduos que
praticam futebol à menos tempo, e uma média menor para indivíduos que praticam
esta actividade desportiva à mais tempo. Mais uma vez percebemos que a influência
da família e amigos é menor para os praticantes de futebol entre 1 e 4 anos de
competição (2,8), e maior para atletas praticantes entre os 5 e 7 anos de competição
(3).

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Gráfico de barras com as médias das respostas aos 30 items do QMAD

Média
6

Média
0

Prazer na utilização das instalações e…


Manter a Forma
Ter emoções fortes

Receber prémios
Ganhar

Libertar a tensão
Estar com os amigos

Viajar
Descarregar energias

Trabalhar em equipa

Fazer novas amizades

Fazer exercício

Espírito de equipa

Ser conhecido
Pertencer a um grupo
Melhorar as capacidades técnicas

Ultrapassar de desafios
Fazer alguma coisa em que se é bom

Divertimento
Ter alguma coisa para fazer

Ser reconhecido e ter prestígio


Entrar em competição
Ter a sensação de ser importante
Ter ação

Estar em boa condição física


Pretexto para sair de casa
Influência da família ou de amigos
Aprender novas técnicas

Influência dos treinadores


Atingir um nível desportivo mais elevado

6. DISCUSSÃO

Os motivos para a prática de desporto em jovens-atletas resultam da


combinação de indicadores sociais, ambientais e individuais que determinam a seleção
de modalidades desportivas específicas, intensidade e vigor de prática, persistência e
continuidade para alcance de alto rendimento. (Bernardes et al.). Este trabalho serviu
para percebermos os motivos que levam os jovens a participar em atividades
desportivas. Assim percebemos que este trabalho é importante pois compreendemos,
embora numa escala menor, as razões pela qual os jovens se inscrevem e se mantêm
num determinado desporto. Apresentando os nossos resultados podemos clarificar

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que relativamente às médias das sub-escalas ou dimensões motivacionais que mais


“sobressaíram” no nosso estudo foram a “actividade de grupo”, a “aptidão física”, o
“aperfeiçoamento técnico” e por fim a “diversão”. Comparando com outros estudos,
referidos por Nuno Dâmaso, na sua Tese de Mestrado “MOTIVAÇÃO DAS CRIANÇAS E
JOVENS PARA A ESCOLHA DO FUTEBOL COMO PRÁTICA DESPORTIVA: DIFERENÇAS ENTRE
GÉNERO, REGIÃO E ESCALÃO ETÁRIO”. Verificamos que Griffin em 1978 realizou um
estudo com atletas entre os 9 e 15 anos, direccionado para o futebol concluiu que os
motivos que levavam os jovens a participar na modalidade, era o divertimento, o estar
em forma, o conhecer novos amigos, o trabalhar em equipa e o aprender a jogar,
(Ferreira, 1999). Comparando com a nossa investigação encontramos semelhanças,
pois os nossos resultados em termos de “diversão”, de “actividade grupo”, e de
“aperfeiçoamento técnico” são de facto parecidos. Noutro estudo realizado por Sousa
(2003), com 192 futebolistas, embora com um intervalo de idades um pouco diferente
da nossa, de 15 a 19 anos, verificou, que os motivos mais importantes para os jovens
praticarem futebol, são a “melhoria das capacidades físicas desportivas”, e a
“competição”, os motivos menos referidos foram o “relacionamento”, o “estatuto” e
as “emoções”, neste caso existe também uma relação com os nossos dados uma vez
que obtivemos resultados elevados para a aptidão física, e valores mais baixos para o
estatuto/realização. Uma tese de mestrado realizada na Universidade do Porto por
Gomes (2006), foi direccionada também para o Futebol, com o título “Motivação para
a Prática do Futebol”, teve também resultados semelhantes aos nossos, em que
obteve valores mais altos para a “Competição”, “Afiliação Geral” e “Competência
Técnica”, sendo que neste último o valor de Gomes (2006) é de 4,23 de média e nos
nossos resultados obtivemos um valor de 4,32 de média no “aperfeiçoamento técnico”
nas dimensões motivacionais. Ainda nesta Tese as sub-escalas menos utilizadas são as
”emoções” e o “estatuto”, assim como na nossa investigação tivemos a
“realização/estatuto” como um dos valores mais baixos. Apresentando os resultados
da Tese de Mestrado de Nuno Dâmaso de 2014, o autor, estudou vários escalões de
formação no futebol, e nós apenas retirámos informação relativamente ao escalão que
investigámos, o escalão de iniciados. Sendo assim, temos que Dâmaso (2014) teve
como resultados mais elevados o “estatuto”, as “emoções”, o “prazer”, a
“competição”, a “forma física”, o “desenvolvimento de competências”, a “afiliação

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geral”, e a “afiliação específica”, aqui encontramos uma diferença, Dâmaso teve como
um dos valores mais elevados o “estatuto/realização”, enquanto no nosso caso foi um
dos valores mais baixos. No entanto a forma física na sua tese foi de encontro aos
nossos resultados, e teve valores parecidos com a nossa dimensão “Aptidão física”.

7. CONCLUSÃO

No trabalho podemos concluir, os resultados do nosso estudo coincidem com a


literatura, podendo então concluir que os jovens envolvem-se na prática regular de
actividades desportivas, devido a motivos intrínsecos. Dentro desses motivos, salienta-
se: estar em forma física ou desenvolver a técnica e as suas capacidades, são dos
principais, isto devido a uma maior capacidade dos rapazes envolvem-se na
modalidade de Futebol, no qual elevam as suas capacidades técnicas e físicas.
Após análise do questionário, ficamos com a percepção que os factores
psicológicos são fundamentais para a evolução como atleta e personalidade.
Percebemos que a relação atleta – treinador, é importante para conciliar os
aspetos fundamentais e socio-afetivos, no qual os atletas gostam de falar com o
treinador sobre assuntos diversos, gostam que o treinador lhes transmita confiança
através das suas atitudes e comportamentos, gostam que o treinador dê ênfase ao
espírito de equipa, interessam-se em geral pelas opiniões do treinador, pretendem que
lhes dê indicações claras sobre o que devem fazer para corrigir as execuções, gostam
de ser responsabilizados no processo de treino.
Portanto tendo em conta os resultados obtidos na nossa investigação em que
as nossas dimensões elevadas foram a Actividade de Grupo (4,03), a Aptidão Física
(3,9875), o Aperfeiçoamento técnico (4,325) e a Diversão (4), podemos organizar um
treino ou preparar toda uma série de treinos que vão ao encontro dos valores que
tivemos, por exemplo um treino mais ao encontro do aperfeiçoamento técnico, como
treinar passe, remate, gestos técnicos que exigem mais treino como fintas, drible etc.
Ou podemos organizar um treino mais “virado” para a diversão, em que utilizamos o
Futebol, como fator de diversão e nestas idades (13 a 15 anos), o jogo formal de
futebol já proporciona diversão, ou então exercícios onde existam interacção entre
colegas, para que os atletas se possam divertir entre eles. Um outro valor que tivemos

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nas dimensões motivacionais foi, a Aptidão física e neste caso, embate um pouco no
resultado anterior (diversão) visto que embora existam alguns casos de treino em que
treinar a condição física é de facto divertido, mas a maior parte de exercícios para
treinar a aptidão física, são pobres em termos de diversão. Exemplo disso podem ser
circuitos com corridas, com saltos, dribles com bola. Por fim temos o último valor
elevado que tivemos é a Actividade de Grupo, a actividade de grupo engloba treinos
tal como na diversão, de interacção entre colegas. Exemplo de um treino deste tipo de
dimensão é exercícios que favoreçam a participação de vários colegas, jogo de treino
entre equipas.
Concluindo, o conhecimento destes valores, é um contributo para a equipa de
Iniciados do ADCV (Associação Desportiva de Castelo de Vide) visto que é possível
elaborar planos de treino de acordo com os resultados obtidos, e assim manter os
jovens motivados e empenhados a jogar futebol na instituição que estão inscritos.

(continuação para a bibliografia)

Inês Vigário
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BIBLIOGRAFIA

Serpa, S.(1991). “Motivação para a Prática Desportiva”. In Sobral, F. Marques, A. Coordenação. FACDEX
– Desenvolvimento Somato-Motor e Factores de Excelência na População Escolar Portuguesa. Ministério
da Educação. Direção Geral do Ensino Básico e Secundário. Direção Geral dos Desportos. Gabinete
Coordenador do Desporto Escolar. Fevereiro 1991, Lisboa.

Bernardes et al. (2015) “Motivos para prática de esporte em idades jovens: Um estudo de revisão”,
Motricidade Vol.11 n.2, pp 163 a 173. Edições Desafio Singular

Freitas, N. (1997). Motivação dos jovens para a prática do Futebol. Porto: Faculdade de Ciências do
Desporto e Educação Física. Universidade do Porto.

Gill, D., Gross, J., & Huddleston, S. (1983). Participation Motivation in Youth Sports. International Journal
of Sport Psychology, nº 14

Guedes, D., & Netto, J. (2013). Participation Motivation Questionnaire: tradução e validação para o uso
em atletas jovens brasileiros. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, nº 27

Weinberg, R., & Gould, D. (1995). Foundations of Sports Exercice Psychology. Champaign - LLLinois:
Human Kinetics Publishers.

Alves, J., Brito, A., & Serpa, S. (1996). Psicologia do Desporto, Manual do Treinador. Psicosport Edições.

Deese, J. (1964). Principles of psychology. Boston: Allyn & Bacon

Roberts, G. (1992). Motivation in Sport and Exercice. Champaing: Human Kinetics.

Morris, C., & Maisto, A. (2004). Introdução à Psicologia. São Paulo: Prentice Hall.

Gill, D. (2002). Gender and sport behavior. In T. Horn, Advances in sport psychology Champaign: Human
Kinetics.

Gill, D. L. (1986). Psychological dynamics of sport.Champaign, IL: Human Kinetics.

Ferreira, M. (1999). Motivação Desportiva e Percepção de ameaça na competição em atletas de


diferentes escalões e níveis competitivos do futebol de 11 Juvenil Masculino. Porto: Faculdade de
Ciência do Desporto e Educação Física. Universidade do Porto.

Sousa, L. (2003). Motivação para a prática do Futebol. Porto: Faculdade de Ciências do Desporto e
Educação Física. Universidade do Porto.

Dâmaso (2014). MOTIVAÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS PARA A ESCOLHA DO FUTEBOL COMO PRÁTICA
DESPORTIVA: DIFERENÇAS ENTRE GÉNERO, REGIÃO E ESCALÃO ETÁRIO: Castelo Branco: Escola Superior
de Educação de Castelo Branco: Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Gomes, C. (2006). Motivação para a Prática do Futebol. Motivo para a prática, objectivos de realização e
crenças quanto às causas de sucesso, de jovens pertencentes a escalões de formação de Futebol. Porto:
Faculdade de Desporto. Universidade do Porto.

Inês Vigário
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ANEXOS

30 de maio de 2017

Inês Vigário
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AUTORIZAÇÃO PARA A PARTICIPAÇÃO NO QUESTIONÁRIO DA DISCIPLINA DE


Psicologia das Atividades Corporais DA LICENCIATURA DE DESPORTO E
ATIVIDADE FISICA DE CASTELO BRANCO

Senhores Pais ou Responsáveis,

Pedimos autorização para o preenchimento de um formulário sobre a influência do


futebol/ desporto na vida dos atletas, na equipa de iniciados da ADCV, em que seu
filho(a) é praticante(a) na modalidade de Futebol. Solicitamos que o TERMO DE
AUTORIZAÇÃO, devidamente preenchido e assinado, retorne até a data
estabelecida.

Dados Do Formulário

Instituição: Associação Desportiva de Castelo de Vide

Data: 25 Maio de 2017 Local : Estádio Municipal de Castelo de vide

Horário: 18 horas

Treinador da Equipa: Daniel Reia

Data limite para autorização: 25 Maio de 2017

--------------------------------------------------------------------------------------------------

TERMO DE AUTORIZAÇÃO

Eu, ______________________________________________________________,

autorizo meu filho _________________________________________________ a

participar no questionário no dia 25 Maio de 2017

Data: ____ /____ / ________

Assinatura:
_____________________________________________________________

Inês Vigário
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