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Desmitificando Akakor
Desmitificando Akakor
En el 2005 dimos a conocer, Akakor: La Leyenda de los Ugha Mongulala, artículo que se
puede consultar en este blog. Este trabajo mostró que el famoso relato que tantos ríos de
tinta hizo correr, sobre supuestas construcciones subterráneas de origen extraterrestre
escondidas en las profundidades del Amazonas, solo fue una mentira ideada por Tatunca
Nara, un supuesto descendiente de esa raza desaparecida, quién en realidad era un
ciudadano germano, que había estado en prisión por algunos delitos cometidos, fugándose
luego al Brasil en circuntancias que aún quedan por aclarar.
La delirante historia, que aún es citada como una realidad por muchos investigadores y
estudiosos que desconocen los pormenores del caso, es un precedente importante para
establecer los recaudos que se deben tomar cuando se trata de seguir creencias no siempre
bien fundadas sobre el pasado del continente americano.
Que nuestra querida América esconde secretos, es algo que compartimos, así como la
desinformación paralela que suele acompañar aquellos misterios. Nuestra tarea es separar lo
real de los fantasioso, conservando siempre el norte en nuestra brújala personal, que evite
cometer los errores que a tantos buscadores de estos enigmas perjudicó.
Presentamos aquí un trabajo realizado por el pesquisador de origen brasileño, Bruno Farías,
que sobre Akakor vuelve a poner las cosas en su lugar, continuando aquel trabajo que
iniciamos hace tres años. Se cita en su lengua original, que de todas maneras es de fácil
comprensión.
Mapa com as rotas de Jacques Costeau na Amazônia com indicações inseridas por B. M. Farias
Na obra “As Crônicas de Akakor”, do jornalista Karl Brugger, Tatunca fala de Lhasa,
“...um filho dos Deuses, que governou no Sul do continente americano, às suas relações
com o Egito, à origem dos Incas, à chegada dos Bárbaros [referindo-se aos vikings que
chegaram à América do Norte no século X d.C.] e à aliança dos índios com dois mil
soldados alemães”, durante a II Guerra Mundial. A publicação, com prefácio assinado pelo
escritor Erich Von Däniken, mundialmente conhecido por “ERAM OS DEUSES
ASTRONAUTAS?”), contava também sobre a história dos Ugha Mongulala, a aliança das
13 tribos indígenas escolhidas para proteger o império de Lhasa.Akakor, a capital do
império, estaria na fronteira entre o Brasil e o Peru, nos sopés dos Andes, próxima à
nascente do Rio Purus; e suas cidades, ocultas pela selva amazônica, seriam interligadas
por amplas redes de túneis a antigos abrigos subterrâneos, tal qual é a crença de muitos
pesquisadores, aventureiros e místicos do mundo todo. As ruínas, supostamente localizadas
na região entre Brasil, Peru, Venezuela e Bolívia, foram localizadas nos anos 70 por um
satélite e depois encontradas por um arqueólogo em uma expedição organizada por
Däniken em 1977, que foi tema de uma reportagem da revista Veja em agosto de 1979. As
supostas ruínas foram classificadas como morros de formato piramidal, mas a revista
acreditou na suposta filiação alegada por Tatunca.
Tatunca Nara faz pose fantasiado de índio, e depois aparece vestido com roupas normais (Reprodução do vídeo
de Wolfgang Brog "The Secret of Tatunca Nara")
Tatunca Nara: Índio ou alemão? - A história pode parecer ridícula, mas até hoje são
encontradas ruínas incas proximas às fronteiras do Brasil. Brugger escreveu que “A história
de Tatunca Nara só começou a parecer plausível quando, numa outra vez, encontrei um
amigo, o oficial brasileiro M. Era membro do serviço secreto e fazia parte do ‘segundo
departamento’. (...) A história de Tatunca Nara está documentada em jornais e começa em
1968, quando um chefe índio branco é mencionado por ter salvo a vida de doze oficiais
brasileiros obtendo a sua libertação dos índios Haisha e levando-os para Manaus. Devido ao
auxílio que prestou aos oficiais, Tatunca Nara foi recompensado com uma carteira de
trabalho e um documento de identidade”.
Pesquisadores estrangeiros assassinados/desaparecidos depois de andarem com Tatunca Nara: Herbert Wanner,
da Suíça - John Reed, dos EUA - Christine Reuser, alemã - Karl Brugger, Alemão (Reprodução dos vídeos de
Wolfgang Brog e do Fantástico)
O livro foi lançado em vários países, mas Brugger foi assassinado em 1984 no Rio de
Janeiro. O processo conta que ele e Tatunca estariam brigando pelos lucros da publicação.
Gunther Hauck (nome verdadeiro do suposto índio) também foi acusado pela morte de
outras 3 pessoas: do americano John Reed, em 1980; do suíço Herbert Wanner, em 1984; e
da alemã Christine Heuser, em 1987. O padre Casimiro, missionário salesiano de Manaus
especialista em linguas indígenas, foi encarregado de traduzir o que Tatunca falava em
1971, quando estava sob custódia dos militares. O religioso percebeu que, além de ser
incapaz de se expressar como um índio, ele tinha sotaque germânico – minutos depois, o
prisioneiro começou a falar alemão fluentemente. A ex-esposa alemã de Tatunca, Christa,
foi trazida ao país em 1989 pela revista alemã Der Spiegel, encontrou o ex-marido e o
reconheceu, mas ele negou ser Hauck, já que tem documentos brasileiros afirmando que ele
realmente seria índio.
Registros de Hauck na Alemanha e no Brasil (Reprodução dos vídeos de Wolfgang Brog e do Fantástico, da
Rede Globo)
Ligações com a guerrilha e com os órgãos de repressão da ditadura militar - De acordo com
João Bosco Valente, da Procuradoria Geral do Estado do Amazonas, Tatunca pode ter
adquirido o documento com a ajuda de alguém das forças armadas, pois ele morou em
alojamentos militares, quando pode ter sido usado como agente infiltrado na guerrilha pelo
exército brasileiro. O governo do Peru chegou até a pedir a sua extradição e, por ordem do
governador do Acre, Tatunca foi preso em 1972. Mas, segundo Brugger, “Pouco antes da
sua extradição para o Peru, os oficiais seus amigos libertaram-no da prisão de Rio Branco e
tornaram a levá-lo para Manaus”. Um documento da procuradoria relata que o falsário
usava mão-de-obra indígena em regime de exploração na colheita da piaçava, que ele
trocava com os índios por bugigangas, e também que ele foi informante do DOI-CODI
(Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna,
onde eram torturados os que se opunham à ditadura militar), do SNI (Serviço Nacional de
Informações) e do CMA (Comando Militar da Amazônia) a partir de 1972: “... neste último
tendo contato íntimo com o então Major Thaumaturgo, hoje General, que na época ajudou a
criar a estrutura da 7ª Seção do CMA. Tatunka passava informações à respeito da atuação
de funcionários da FUNAI, de políticos e do então prefeito de Barcelos, de nome Manoel”.
Valente interrogou mais de 20 pessoas, inclusive Gunther e sua esposa brasileira, Anita, e
disse que a Polícia Federal brasileira entrou no caso bem antes do ministério público, mas
por algum motivo desconhecido, não prosseguiu com as investigações. Numa reportagem
feita pelo Fantástico em 1990, o diretor-geral da Polícia Federal Romeu Tuma garantiu que,
se Hauck realmente fosse um homicida, seria julgado pelo código penal brasileiro, e que se
fosse comprovado o crime de falsidade ideológica, podendo inclusive cumprir a pena no
Brasil antes de ser deportado. Entretanto, o alemão continua livre até hoje.
Relatório da Procuradoria Geral do Estado do Amazonas que denuncia a ligação de Tatunca Nara com órgãos de
repressão da ditadura militar (Reprodução do vídeo de Wolfgang Brog "The Secret of Tatunca Nara")
Segundo Tatunca Nara, em entrevista no ano passado, pelo menos 80% do livro seria uma
mentira criada por Brugger, Alegação que não procede, já que Hauck gravou o relato em
fitas que viraram um programa de rádio. Existem registros, na prisão da cidade alemã de
Nuremberg, de que o falsário já usava a alcunha de “Tatunge Nare” na Alemanha, antes de
fugir para o Brasil em 1968. E, muitos elementos da história criada por Gunther para
construir a lenda de Akakor encontram-se em obras da literatura da primeira metade do
século passado. Segundo um morador de Barcelos não quis se identificar, o falsário teria
inventado a história para que os turistas bancassem sua busca por diamantes, e em uma
entrevista exclusiva, Tatunca disse que muita gente já morreu indo atrás dele e confirmou:
“Eu não posso nem vender um diamante!”. Sua esposa Anita, que repetiu para o explorador
Jacques Costeau as mentiras contadas pelo marido, é ligada à prefeitura do município de
Barcelos, capital nacional do peixe ornamental, onde certos espécimens chegam a valer
US$ 5 mil no mercado negro, e Tatunca já foi citado em jornais por envolvimento com a
biopirataria, além de ter sido ser citado numa CPI de biopirataria ao ser pego pela Polícia
Federal com uma coleta de 350 peixes e plantas junto a outros 6 “turistas” alemães. Mesmo
assim, Tatunca continua guiando estrangeiros com autorização do IBAMA na região onde
estariam as supostas pirâmides, nas montanhas do alto rio Padauari, entre o Amazonas e a
Venezuela, local onde ele também enganou Jacques Costeau e a revista Veja.
Reprodução de trechos do relatório da CPITRAFI de 1997
Onde Tatunca Nara dizia estar Akakor, existe Chan Chan, a capital do império Chimu,
declarada pela UNESCO como Herança Cultural da Humanidade, com uma importância
comparável às do Egito, Mesopotâmia, Índia, China e de Teotihuacán no México. A cidade,
que fica a 15 km da fronteira do Peru com o Brasil, foi escavada nos anos 60. Mas Tatunca
agora nega a existência das cidades perdidas. Questionado quanto às ruínas de Chan Chan e
a outros achados arqueológicos recentes, Tatunca mudou novamente de opinião e
respondeu que “pode até demorar, mas a verdade sempre aparece”. Mentiras e informações
desencontradas à parte, a maioria dos documentos escritos pré-colombianos foi destruída
pela Igreja Católica, e o grande público sabe muito pouco sobre o que se passou por aqui
antes da chegada de Colombo em 1500. Infelizmente, a impunidade poderá causar ainda
mais mortes, e a escassez de provas históricas concretas unida à desinformação continuará
gerando mais polêmicas...
Ruínas encontradas nas fronteiras entre o Brasil, o Peru, a Bolívia e a Venezuela: Fortaleza
inca de Las Piedras, na Bolívia (Dr. Martti Parsinen); Serra da Muralha, em Rondônia
(Reprod. do site Ziguraths Brasil) - Ruínas de Chan Chan, no Peru (George Delange)-
Geoglifos no Acre (Dr. Alceu Ranzi)
Véase:
http://www.piramidesdaamazonia.blogspot.com/