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Painel local da LAB Brazil Conference discutiu aprendizagem e meritocracia

Apresentado das 15h45 às 17h45 da última sexta-feira (6), o painel “Educação: da meritocracia à
desigualdade” refletiu sobre o processo de aprendizagem na Educação atual, sugerindo que um dos
fatores para a sua melhoria está na compreensão, pelos docentes, da conjuntura social dos alunos,
permitindo o aperfeiçoamento de suas próprias metodologias de ensino. Participaram da discussão
Rafaelle Feliciano (Coordenadora do ETIM Eletrônica), Daniela Silveira (Docente de história), Silvana
Cunha (Coordenadora de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica), e Alexandre D'Andrea (Projeto Gira
Mundo). Realizado no auditório José Marques, o momento integrou a programação do LAB Brazil
Conference, evento organizado pelos alunos do Ramo IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e
Eletrônicos) para promover o debate sobre os mais variados temas envolvendo o nosso país.

Antes do início da discussão, representantes do Ramo exibiram o vídeo que inspirou a ideia de promover
o painel: uma entrevista com Tabata Amaral, 24 anos, criadora do Mapa Educação e do movimento
Acredite. Oriunda da periferia e do ensino público, ela conquistou bolsas de estudo em instituições
particulares, em um processo que culminou na sua aprovação na Universidade Harvard (EUA), onde
arrematou os diplomas de graduação em ciências políticas e astrofísica. No vídeo, ela afirma que há
duas maneiras de contar a sua história: uma a partir da jornada do herói, onde o foco é no esforço
individual, e a outra, a partir de um empreendimento de forças coletivas e situações favoráveis,
constituindo uma visão realista da situação, em que toda a abdicação de tempo dos familiares para lhe
ajudar, a boa alimentação, a localização geográfica e as bolsas de estudo, além do próprio empenho,
foram determinantes para que ela chegasse onde chegou. A entrevista pode ser conferida aqui.

Dada a largada do painel, a professora Rafaelle Feliciano iniciou o momento com uma reflexão: Como
conquistar os alunos? “Alguns docentes de Humanas organizam as cadeiras da sala de forma circular,
colocando os estudantes em um nível de igualdade em que todos podem se ver”, comentou. Ao pensar
nisso, ela passou a raciocinar maneiras semelhantes de transformar o ensino no curso técnico integrado
de Engenharia Eletrônica – com atitudes simples, mas significativas, que gerassem maior envolvimento
nas aulas. Foi quando buscou profissionais que aplicassem metodologias diferentes na docência da área
de Exatas, encontrando respaldo nos pensamentos de Paulo Bleinstein, Eric Mazur, Barbara Oakley e
Richard Felder.

Este último, pesquisador e engenheiro, alerta para a existência de distintos estilos de aprendizagem.
Alguns, por exemplo, preferem informações visuais, como figuras, diagramas e esquemas, ao passo que
outros assimilam melhor os assuntos com informações verbais, orais ou escritas. Igualmente, alguns
podem aprender ativa e interativamente, enquanto outros possuem uma abordagem mais introspectiva
e individual. O autor acredita que o papel do professor é fazer com que o aluno desenvolva mais estilos
de aprendizagem. “Apesar de aplicar todas as técnicas formais que aprendi enquanto docente, nem
todos os alunos irão aprender da mesma forma. Mas eles têm uma capacidade incrível. O professor tem
que sair mais da parte técnica e buscar auxílio na assistência social. Saber o que está impedindo o aluno
de aprender”, finaliza Rafaelle.

Por sua vez, Daniela Silveira, docente de história, problematizou a recente Reforma do Ensino Médio,
empreendida pelo Governo Federal, como uma medida que vai de encontro à formação propedêutica,
isto é, formação preparatória, cujo objetivo principal é levar o aluno a um nível mais avançado de
aprendizagem. “Essa Reforma vai de encontro à Constituição, que prega uma formação que prepare
para o mundo do trabalho - não ‘mercado’ de trabalho. Uma formação cidadã. O intuito da Reforma é
gerar mão-de-obra barata, que não questione as suas condições de trabalho posteriormente”. Ela
revelou recear pelo futuro dos alunos do ensino público, principalmente do IFPB, incluindo os que
entram através das cotas na instituição. Para Daniela, as cotas vêm para preencher as lacunas da
meritocracia. No IFPB, elas eram aplicadas no processo seletivo antigo, através de uma prova, e ainda
são consideradas no atual, através do exame do histórico escolar.

A professora Silvana Cunha, da coordenação de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, também


manifestou seu apoio às cotas, atestando que é um sistema de compensação da desigualdade social que
assola o Brasil. Ela defende que os alunos possuem condições adversas de estudo – alguns, por exemplo,
sequer têm acesso financeiro a transporte público. Ela contou sobre o dia que conheceu um estudante
que chegava todos os dias atrasado nas aulas, encharcado de suor, e era repreendido pelos professores.
Até a hora que ela resolveu perguntar, ninguém procurava saber as razões pelas quais ele chegava
assim. A docente teria ficado bastante surpresa ao saber que o discente morava em Bayeux, município
vizinho, e andava diariamente da sua casa para o Instituto. “Quem terá mais facilidade de estudar (e ser
aprovado em exames): esse aluno ou aquele que anda de carro?”. Silvana finaliza mobilizando a
discussão para o âmbito pessoal, dizendo que sonhos só são realizados com apoio. “Eu só consegui
chegar onde estou porque a mãe de uma amiga ajudava a gente na hora do almoço. Só consegui um
doutorado dez anos depois do mestrado porque, por ter engravidado uma vez atrás da outra, o
professor se colocou no meu lugar e passou a marcar as aulas em datas que eu poderia ir.”

Por derradeiro, o professor Alexandre D'Andrea

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